Gestão Empresarial - Prova 3b
Gestão Empresarial - Prova 3b
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Sinopse: As empresas, a partir do início dos anos 1990, começam a mudar a forma de
remuneração aos seus empregados, passando da remuneração fixa para a variável. Isto
funciona também como uma forma de resolver os problemas de incentivo aos empregados
dentro das empresas, fazendo com que os empregados, a partir de metas de resultados
pactuadas com a empresa, possam obter adicionais aos seus salários fixos. Também funciona
estrategicamente como uma forma de alavancar os resultados das empresas. Abordam-se,
também, neste artigo, os aspectos legais que envolvem os Programas de Participação nos
Lucros ou Resultados.
Abstract: The companies, from the beginning of the 1990’s, begin to transform their
employees remuneration from, charging from fixed remuneration to variable remuneration.
This alsoweres as a way to solve the problems of incentive the employees inside the
companies, making it possible for employees, considering goals agreed with the company, to
obtain additional amount their salaries. Also functions of strategic form for improve the
results of the companies. We also approach, legal aspects that involve the Participation in
profits and Results.
Key words: Participation the profits and results. Incentives to the workers. Motivation.
Organizational architecture.
1 INTRODUÇÃO
*
Mestre em Controladoria pelo PPGE/UFRGS. Professor e Coordenador do Curso de Ciências Contábeis do
Centro Universitário LaSalle, de Canoas/RS. ([email protected]).
ConTexto, Porto Alegre, v. 3, n. 4, 1º semestre 2003. ISSN (Impresso): 1676-6016
ISSN (Online): 2175-8751
SILVA, J. A. Programas de participação nos lucros e resultados. 2
2.2 JURÍDICO
O artigo 457 da CLT(NR) faz a distinção entre salário e remuneração, onde afirma
que, para todos os efeitos legais, integram a remuneração do empregado o salário pago
diretamente pelo empregador (salário direto) e também as gorjetas que forem recebidas
(salário indireto). Contudo, Martins (2000, p.12) salienta que:
[...] impõe-se observar que nem todos os valores pagos diretamente pelo empregador
possuem natureza salarial. E a distinção tem repercussões na órbita previdenciária e
fiscal, eis que somente as parcelas com natureza salarial sofrem a incidência de
contribuições previdenciárias e do imposto de renda, além dos reflexos inerentes aos
demais direitos trabalhistas.
[...] os valores pagos a título de participação nos lucros não serão considerados para
efeitos de incidência de ônus sociais, trabalhistas, previdenciários ou fiscais e desta
forma, a participação nos lucros não entra no salário-base do empregado para fins de
recolhimento do fundo de garantia, do cálculo de indenização de 13º salário, de
remuneração das férias e do repouso semanal, de pagamento de adicionais salariais,
de gratificações, prêmios, abonos, de recolhimento de contribuições previdenciárias
etc.
2.3 ECONÔMICO
3 DEFINIÇÕES CONCEITUAIS
3.3 LUCRO
O lucro nos termos dos PPLR é o contábil, que é encontrado no confronto direto das
receitas, despesas e custos. Seu controle é efetuado através da escrituração nas respectivas
contas contábeis e refletido nas Demonstrações Contábeis. O artigo 187 da Lei das
Sociedades Anônimas (NR3) estabelece a ordem de apresentação das receitas, custos e
despesas na Demonstração do Resultado (contábil) do Exercício. Os princípios contábeis que
devem nortear a contabilidade das empresas no reconhecimento contábil das receitas, custos e
despesas estão expressos no parágrafo 1º do art. 187 da referida lei, como segue:
3.4 RESULTADO
O resultado, nos termos dos PPLR, refere-se ao alcance de metas relacionadas com a
produtividade, qualidade e outros fatores pertinentes à realidade de cada empresa. Não
implica obrigatoriamente a vinculação de ganho do ponto de vista contábil, podendo assumir
diferentes aspectos de desafios na relação de trabalho.
O PPLR, conforme Costa (2002), é fundado em metas, objetivos, indicadores que,
estrategicamente, sejam mais importantes para a empresa. Não sendo recomendável a eleição
de um número demasiado de indicadores, pois podem confundir os empregados. Para Costa
(2002), é recomendável inserir apenas duas metas corporativas, aquelas que todos os
profissionais da empresa ganham mais, caso elas sejam atingidas, e algumas poucas metas
setoriais (que envolvem os colaboradores de cada área específica da empresa).
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SILVA, J. A. Programas de participação nos lucros e resultados. 7
A teoria econômica sugere, segundo Brickley (2001, p.380), ao menos três razões para o
pagamento de incentivos:
Segundo Brickley (2001, p. 382), há pelo menos três razões pelas quais as empresas
preferem oferecer os programas de incentivos em grupo ao invés dos individuais:
do empregado com o empregador, o que foi feito na Ótica Zeiss, que era de
propriedade de Ernst Abbe. Nesse sistema o lucro distribuído não excedida a 8%
da folha de pagamento. O conglomerado Krupp adotou também um sistema de
participação baseado na realização de tarefas em prazo inferior ao determinado,
ocasião em que o empregado tinha direito à participação nos lucros.
A Igreja Católica também teve sua participação. O Papa Leão XIII na encíclica
Rerum Novarum (1891), preconizava a participação nos lucros como medida de
justiça social. O Papa Pio XI, com a encíclica Quadragesimo Anno (1931),
menciona também participação nos lucro. O Papa João XXIII, na encíclica Mater
et Magistra, foi mais longe, pois além da participação nos lucros preconizava
“uma participação ativa nos negócios da empresa em que trabalham”. Já o Papa
João Paulo II, na encíclica Laborem Exercens, recomenda a co-propriedade dos
meios de trabalho e à participação dos trabalhadores na gestão e/ou nos lucros das
empresas.
A participação nos lucros ou resultados atribuída aos empregados será tributada pelo
Imposto de Renda na fonte, separadamente dos demais rendimentos recebidos no mês, como
antecipação do imposto devido na Declaração de Ajuste, mediante aplicação da tabela
progressiva vigente na data do pagamento, cabendo à pessoa jurídica que efetuar o pagamento
a responsabilidade pela retenção e pelo pagamento do imposto (art. 3º, § 5º, da Lei nº
10.101/2000). Não obstante o fato de ser tributada na fonte separadamente, na Declaração de
Ajuste Anual do beneficiário o valor da participação recebida deverá ser computado como
rendimento tributável, junto com os demais rendimentos percebidos no ano, e o imposto
retido na fonte será compensado com o devido na declaração.
6.2 IMPLEMENTAÇÃO
Conforme Thomaz Wood Jr. e Vicente Picarelli Filho (1999, p.196), existem cinco
critérios genéricos para a escolha dos indicadores de desempenho, conforme a seguir relatado:
• Importantes: são os indicadores que devem refletir os aspectos ou fatores
importantes para empresa. Deve-se evitar a tendência de utilizar o que é mais fácil
de medir em detrimento do que é realmente importante medir. A escolha de um
indicador significa que grande atenção lhe será dada e esforços serão orientados
para o atendimento dos patamares pretendidos. Portanto, é fundamental que a
escolha recaia sobre os pontos fundamentais.
• Estratégicos: melhorar estes indicadores deve ser objetivo estratégico ou fator
crítico de sucesso para a empresa. Por exemplo: se um objetivo estratégico da
empresa é aumentar as vendas com exportações, um indicador fundamental pode
ser a participação no mercado europeu.
• Impactantes: tomando o mesmo exemplo anterior: atingir o patamar pretendido de
exportações deve ser a conseqüência de um trabalho que mobilize a organização e
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Também, Thomaz Wood Jr. e Vicente Picarelli Filho (1999, p.196) elegem critérios
para a determinação dos níveis destes indicadores, a saber:
Thomaz Wood Jr. e Vicente Picarelli Filho (1999, p.196) destacam que os indicadores
mais utilizados têm sido os da lucratividade e da produtividade, mas existem outros
indicadores que podem ser utilizados, conforme a seguir relatados, na ordem de função e
indicador:
a) geral: lucratividade, retorno sobre o capital investido e a margem de contribuição;
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
COSTA, S. A. A prática das novas relações trabalhistas, por uma empresa moderna. São
Paulo: Atlas, 1997.
EQUIPE ATLAS. Lei das Sociedades por Ações: Lei 6404, de 15/12/76. São Paulo: Atlas,
2001.
8 ago. 2002.
MARTINS, S. P. Participação dos empregados nos lucros das empresas. São Paulo:
Malheiros Editores, 1996.
SITTEL-MG. Tudo que você precisa saber sobre PLR. Disponível em:
<http://www.sinttelmg.org.br/plr_dir.htm#A>. Acesso em: 31 jul. 2002.