IST - Super Material SANAR
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IST - Super Material SANAR
1. Introdução...................................................................... 3
2. Doenças que causam úlceras genitais............... 3
3. Doenças que causam verrugas...........................19
4. Doenças que causam corrimento uretral........24
5. Doenças que causam corrimento vaginal.......30
Referências bibliográficas..........................................37
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 3
Classificação:
Figura 1. Lesões ulceradas da herpes genital
Primoinfecção herpética: Geralmen- Fonte: https://www.febrasgo.org.br/images/
te subclínica e a paciente torna-se Screen_Shot_2018-02-16_at_4.02.49_PM.png
portadora assintomática. Nos casos
sintomáticos, período de incubação
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 5
Figura 3. Herpes simples recorrente intrabucal no palato duro, a região intrabucal mais comprometida. Os pacientes
comumente atribuem como causa das lesões os traumatismos por alimentos ou escovação dentária. Em B, observa-se
presença de vesículas ainda preservadas e ulcerações de pequeno tamanho, correspondentes à ruptura precoce das
vesículas pelos alimentos.
Fonte: https://lh3.googleusercontent.com/proxy/1xCdpNT0fhj2E6-cHFvtUp5XHOMnPANEhhYIdrNtilXqp_JogVnHV-
CAYLitfCeUcXhIxp__DCQLqDJlbh9gj1K5CKUrxciblqDfebuGXlD2EXsA
SAIBA MAIS!
As gestantes portadoras de herpes simples apresentam risco de complicações obstétricas
e neonatais, por transmissão vertical. A primoinfecção no início da gestação, devido a res-
posta imunológica exacerbada, pode causar aborto espontâneo, o que não ocorre nos casos
recorrentes. Os casos recidivantes tendem a ser assintomáticos, aumentando a chance de
infecção neonatal. O maior risco de transmissão ocorre no momento de passagem do feto
pelo canal de parto (50% dos casos). Deve-se tratar as gestantes em caso de primo-infec-
ção e herpes recidivante com terapia antirretroviral- Aciclovir ou Velaciclovir (esta no final da
gestação). Recomenda-se a cesariana em todas as mulheres com lesões genitais ativas ou
sintomas prodrômicos (dor e/ou ardência vulvar) no momento do parto.
Classificação
Sífilis primária: Conhecida por can-
cro duro. Possui incubação de 10-
90 dias, em média de 3 semanas.
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 8
Figura 7. Lesões papulosas palmares na sífilis se- Figura 9. Linfonodo cervical na sífilis secundá-
cundária. Fonte: http://www.scielo.br/pdf/abd/v81n2/ ria. Fonte: https://www.uptodate.com/contents/
v81n02a02.pdf image?imageKey=ID%2F59275&topicKey=ID%-
2F7584&search=sexually%20transmited%20
disease&source=see_link
SAIBA MAIS!
Lues maligna é uma forma grave de sífilis secundária que ocorre em pacientes gravemen-
te imunocomprometidos, principalmente os infectados por HIV, e é caracterizada por lesões
cutâneas ulcerativas não resolvidas.
Sífilis terciaria: Tardia, surge após pallidum também pode ser realizada
2 - 40 anos da infecção. Apresenta como primeira escolha, já que na fase
manifestações cutâneas (lesões go- primária ainda não houve tempo para
mosas e nodulares), neurológicas (ta- a produção de anticorpos.
bes dorsalis, parestesia generalizada,
meningite), ósseas (osteíte gomosa,
periostite, osteíte esclerosante) e car- Testes não treponêmicos
diovascular (aortite sifílica). O teste sorológico não treponêmico,
Sífilis latente: Evolui sem sintoma- VDRL, é bastante sensível e utilizado
tologia clínica, apenas com sorologia como screening populacional (falsos-
positiva. Pode ser recente (até 1 anos -positivos em portadores de doenças
de evolução), tardia (mais de 1 ano) autoimunes, tuberculose, gravidez,
ou indeterminada, quando não se idosos e usuários de drogas injetá-
sabe o tempo de evolução. veis). Seu resultado é apresentado
Diagnóstico: A microscopia de em diluições (exemplo: 1:2, 1:4, 1:8).
campo escuro é padrão-ouro no Ficam positivos de 2 a 3 semanas
diagnóstico de sífilis, porém raramen- após a infecção após o aparecimento
te está disponível (faz-se a pesqui- do cancro duro. Se o teste for positivo,
sa direta do Treponema através de realiza-se o teste treponêmico (FTA-
material colhido de raspagem da le- -ABS), altamente específico, sendo
são primária). No entanto, se disponí- capaz de fechar diagnóstico de sífilis.
vel, a pesquisa direta do Treponema
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 11
CLASSIFICAÇÃO DA SÍFILIS:
Primária
Recente Secundária
Latente recente
SÍFILIS
Terciária
Latente de duração
indeterminada
SAIBA MAIS!
O rastreamento de sífilis em gestante, pelo teste não treponêmico VDRL é feito logo na pri-
meira consulta do pré-natal. Caso positivo, \é confirmado pelo teste treponêmico FTA-ABS.
O teste deve ser repetido no terceiro trimestre (entre 28 e 32 semanas), no momento do
parto e em casos de abortamento. O tratamento deve ser feito seguindo as recomendações
do adulto, exceto com uso de Doxiciclina (contraindicado na gravidez).
HORA DA REVISÃO
Uni ou bilateral,
Inicia com úlcera única, indolor, de
LINFOGRANULOMA dolorosa, flutuante e
fundo raso, que regride rapidamente
supurativa (bubão)
Pseudobulbão
DONOVANOSE Úlcera única ou múltipla, indolor
ou ausente
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 18
IST como
Referenciar Não Sim Laboratório disponível?
causa provável?
Não Sim
Tratar sífilis
Tratar Tratar herpes Tratar
primária/
Tratar sífilis, cancroide e cancroide genital donavanose
Tratar sífilis e cancroide secundária
donavanose. Realizar biópsia
Informação/Educação em saúde
Oferta de preservativos e gel lubrificante
Oferta de testes para HIV e demais IST (sífilis, hepatite B, gonorreia e clamídia), quando disponíveis
Ênfase na adesão ao tratamento
Vacinação para HBV e HPV, conforme estabelecido
Oferta de profilaxia pós-exposição para o HIV, quando indicado
Oferta de profilaxia pós-exposição às IST em violência sexual
Notificação do caso, conforme estabelecido
Comunicação, diagnóstico e tratamento das parcerias sexuais (mesmo que assintomáticas)
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 19
SAIBA MAIS!
Existem mais de 200 tipos de HPV identificados, sendo que cerca de 45 tipos infectam o
epitélio do trato anogenital masculino e feminino. O risco oncogênico é representado pela
associação entre o tipo de HPV e o tipo de lesão tecidual desencadeada por sua infecção.
Os classificados como baixo risco são os tipos 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 72 e 81. Os de
alto risco são os tipos 16, 18, 31, 33, 35, 45, 52 e 58.
SAIBA MAIS!
Eletrocauterização: utiliza um eletrocautério para remover lesões isoladas. Exige equi-
pamento específico e anestesia local. Está contraindicada nas lesões vaginais, cervicais e
anais, visto que o controle da profundidade do efeito é difícil, podendo causar necrose teci-
dual extensa, com estenose em estruturas tubulares, como canal anal e vaginal. Oss efeitos
colaterais incluem dor, sangramento, ulceração e cicatrizes deformantes.
Exérese cirúrgica: método apropriado para o tratamento de poucas lesões, quando é dese-
jável exame histopatológico do espécime. Os condilomas podem ser retirados por meio de
incisão tangencial com tesoura delicada, bisturi ou cureta. A hemostasia pode ser obtida por
eletrocoagulação. Normalmente, a sutura não é necessária. Esse método traz maiores bene-
fícios aos pacientes que tenham grande número de lesões ou extensa área acometida, ou,
ainda, em casos resistentes a outras formas de tratamento. Os efeitos colaterais do método
incluem dor local, sangramento e cicatrização deformante.
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 23
Em circunstâncias especiais:
Doença disseminada
VERRUGA Grandes volumes
SUGESTIVA DE Grávidas Imunossuprimdos
HPV Crianças
Referenciar ao especialista
Anamnese e
exame físico
Tratamento na
Unidade de Saúde
Em sessão única?
Não Sim
Em múltiplas sessões:
ATA 70-90% ou Excisão cirúrgica
Podofilina 0,5% ou eletrocautério
Crioterapia
Informação/Educação em saúde
Oferta de preservativos e gel lubrificante
Oferta de testes para HIV e demais IST (sífilis, hepatite B, gonorreia e clamídia),
quando disponíveis
Ênfase na adesão ao tratamento
Vacinação para HBV e HPV, conforme estabelecido
Oferta de profilaxia pós-exposição para o HIV, quando indicado
Oferta de profilaxia pós-exposição às IST em violência sexual
Notificação do caso, conforme estabelecido
Comunicação, diagnóstico e tratamento das parcerias sexuais
(mesmo que assintomáticas)
Fonte: DDAHV/SVS/MS.
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 24
Tratamento
INFECÇÃO POR CLAMÍDIA
Opções Droga Posologia
100 mg, via oral, de
Infecção
1ª Doxiciclina 12 em 12 horas por
anoge-
7 dias
nital não
1g, via oral, dose
complicada 2ª Azitromicina
única
500mg, via oral, 1
Levofloxacino vez ao dia, por 7
dias
400mg, via oral de
Outras
Ofloxacina 12 em 12 horas, por
opções
7 dias
500mg, via oral de
Figura 17. Descarga mucopurulenta visível na saída do Eritromicina
6 em 6 horas, por 7
colo uterina em paciente com cervicite por clamídia. Ob- base
dias
serva-se a cérvice uterina eritematosa e friável. Fonte:
https://www.uptodate.com/contents/image?topicKe- Situações especiais
y=83019&search=clamidia&source=outline_link&ima-
Opções Droga Posologia
geKey=ID%2F67848&sp=0
1g, via oral, dose
Parceiros Azitromicina
única
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 26
3º Estereato de
500mg, via oral de Cervicite mucopurulenta, já que o
eritromicina
8 em 8 horas, por
colo uterino é o local mais comum de
7 dias
infecção pelo N. gonorrhoeae. Assim,
100 mg, via oral, de
1ª Doxiciclina 12 em 12 horas por a mucosa endocervical apresenta-se
21 dias edemaciada, hiperemiada e sangrati-
LGV
1g, via oral, dose va ao toque da espátula, além de leu-
2ª Azitromicina única por semana, correia purulenta saindo pelo orifício
por 3 semanas
externo do colo uterino. DIP, disúria e
Tabela 2. Tratamento da infecção por clamídia. Fonte:
Manual de Ginecologia, Sociedade de Ginecologia e dispareunia podem estar presentes.
Obstetrícia de Brasília. 2017
Uretrite gonocócica, ocorre na ausên-
cia de DIP e é responsável por 10%
O controle de cura é indicado apenas dos casos de disúria nas mulheres.
para gestantes, sendo realizado após 3 Faringite gonocócica, presente em 5
semanas do fim do tratamento e em pa- a 20% das pacientes infectadas
cientes com permanência dos sintomas.
DIP, em 10 a 40% das pacientes in-
fectadas, sendo que os sintomas in-
Gonorreia cluem dor pélvica/abdominal, sangra-
mento vaginal anormal e dispareunia.
Agente: Neisseria gonorrhoeae, di-
plococo gram negativo.
Epidemiologia: Acomete mais mu-
lheres do que homens, já que nelas
geralmente ocorre de forma assin-
tomática, enquanto neles, por serem
sintomáticos, procuram assistência
médica de forma imediata. O rastre-
amento anual de rotina está indicado
para mulheres com vida sexual ativa Figura 18. Cervicite em paciente com gonorreia.
com menos de 25 anos ou pacientes Fonte: https://www.uptodate.com/contents/image?-
topicKey=15893&search=gonorr%C3%A9ia&sour-
com alto risco para infecção (parceiro ce=outline_link&imageKey=ID%2F94345&sp=0
recente, múltiplos parceiros ou par-
ceiro com uretrite) e casos de diag-
nóstico de IST prévia ou recente.
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 27
QUEIXA DE
CORRIMENTO
URETRAL
Anamnese e
exame físico
Corrimento uretral
confirmado
Presença de
laboratório?
Não Sim
Presença de diplococos
negativos intracelulares?
Sinais e sintomas
persistem após 7 dias
Informação/Educação em saúde
Oferta de preservativos e gel lubrificante Não Sim
Oferta de testes para HIV e demais IST
(sífilis, hepatite B, gonorreia e clamídia),
quando disponíveis Tratar para
Trichomonas vaginalis,
Ênfase na adesão ao tratamento Alta Mycoplasma genitalium
Vacinação para HBV e HPV, e Ureaplasma
conforme estabelecido urealyticum
Oferta de profilaxia pós-exposição
para o HIV, quando indicado
Sinais e sintomas
Oferta de profilaxia pós-exposição Não Sim
persistem após 14 dias
às IST em violência sexual
Notificação do caso, conforme estabelecido
Comunicação, diagnóstico e Referenciar
tratamento das parcerias sexuais
(mesmo que assintomáticas)
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 30
SAIBA MAIS!
Apesar de candidíase e vaginose bacteriana não se tratarem de ISTs, suas características
estão descritas no quadro abaixo, juntamente com tricomoníase.
Presença de
Colpite difusa- “aspecto de
pseudo-hifas e pH Presença de clue cells e pH > 4,5
framboesa”
vaginal < 4,5
Estágio III: Mulheres com salpingite VO, 2x/dia, por 14 dias + Metronida-
aguda com oclusão tubária ou com- zol 250mg, VO, 2x/dia, por 14 dias.
prometimento tubo-ovariano. Abces- Os estágios a seguir demandam con-
so integro. duta hospitalar, com Cefoxitina 2g, IV,
Estágio IV: Mulheres com abcesso tu- 4x/dia, por 14 dias + Doxiciclina 100
bo-ovariano roto. mg, VO, 2x/dia, por 14 dias.
No estágio IV, há ainda associado, o
tratamento é cirúrgico (videolaparos-
Tratamento
copia ou laparotomia)
É feito, principalmente, com base nos Para diagnóstico diferencial de DIP,
estágios. deve-se pensar sempre em gravidez
Segundo o Ministério da saúde ectópica, apendicite aguda, endome-
(2015) no estágio I, o tratamento é triose, torção ou rotura de cisto ova-
ambulatorial. Pode-se utilizar como riano, litíase ureteral, mioma uterino e
primeira opção Ceftriaxona 500mg, infecção urinária. Alteração endógena
IM, dose única + Doxiciclina 100mg, causando infecção, como em vagino-
se bacteriana, pode estar associada a
até dois terços dos casos de DIP.
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QUEIXA DE
CORRIMENTO
VAGINAL
NÃO SIM
Tratar gonorreia
Tratar DIP
e clamídia
Colo em framboesa
Assintomática
Fundo com sujo necrótico Cancro mole
Corrimento vaginal
Mucupurulenta
Lesão de inoculação
DSTS
Úlceras genitais Corrimento uretral
Doloroso Herpes
Herpes
simples
Uretrite não gonocócica Intermitente
Prurido Verrugas
Mucoide
Ardência
HPV
Indolor
Prurido
Febre
Endurecida
Base limpa
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Primo, W.Q., Corrêa, F.J., Brasileiro, J.P. Manual de Ginecologia da Sociedade de Ginecologia
e Obstetrícia de Brasília. 2ª Edição, 2017
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e He-
patites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas
com Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília-DF, 2015
Tuddenham, S., Ghanem, K.G. Approach to the patient with genital ulcers. Uptodate, 2018
Hicks, C.B., Clement, M. Syphilis: Screening and diagnostic testing. Uptodate, 2019
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