Gustavo - O Amor Proibido 01
Gustavo - O Amor Proibido 01
Gustavo - O Amor Proibido 01
Edição
2023
Copyright © Julia
Fernandes
Todos os direitos reservados.
Criado no Brasil.
Problema dele!
Ele sorriu.
Deu de ombros.
Coitado do Gu!
— Vai lá, vou ter que sair agora, tenho uma reunião
na Angels, mas sinta-se em casa. Tem comida na geladeira,
no armário, se vira aí. Se precisar de alguma coisa me liga.
— No seu.
— Combinado.
Eu sorri.
— Presente de boas-vindas.
— Pão?
Ele riu.
Sorri.
— Sim.
Sorri.
— Sim.
Que vergonha!
— TDBDE?
Bufei.
— Esquece a Aninha.
— Exagerada.
— Não, é que seu olho tem uma cor tão bonita, que
eu estava admirando.
— Queria sim.
— Estamos parecendo duas crianças de novo. E cadê
a pipoca?
— Duvido...
— Lívia, acorda!
Sorri.
— Fala, cara.
Ele riu.
— Mas para mim não dá, não com a Lívia, quem sabe
uma prima gostosa distante. E você sabe que estou com a
Bruna.
— Não comigo.
No caminho, pensei:
Eles riram.
Reclamão.
— Tudo bem.
— Sim.
Muito charmoso!
Assentiu.
— Desculpo, vamos.
Caralho! É a Lili!
Eu não posso!
Pensei que sexo com minha prima não foi, não podia
ter sido isso, seria sério demais para que eu não me
lembrasse.
— De quê?
— Da bebedeira.
Ela riu.
— Não?
— E você vai?
— Vou. Sorte sua que não vou contar para o meu pai.
— Pirralha provocadora.
Rimos.
Cogitei que, talvez, por eu ser seu primo, ela não via
malícia e eu também não devesse ver.
— E, Lívia... — chamei-a antes que saísse do quarto.
— Mais uma vez obrigado por cuidar de mim, prometo fazer
o possível para isso nunca mais acontecer.
Qualquer homem.
Ele riu.
— Meses? — Ri.
Sorri.
Ia ser engraçado.
— E João? — perguntei.
Gu me encarou irritado.
Pensei um pouco.
E lá vamos nós!
— Dançar?
...Exagerado
Jogado aos teus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado...
— Tipo isso.
— Combinado.
Nem tô!
Que droga!
— Mas estava!
— Não.
— E por que está falando comigo assim? Ou melhor,
por que não está falando comigo? — Riu.
João...
— Nada.
Ciúme?
Eu me via confuso.
— E aí? — cumprimentei.
— E aí.
— Bem? — perguntei
— Bem.
— Ah, Gu, não vai dar não, você sabe que sou
péssima em mentir, por isso não fui lá esse tempo todo e se
eu for, vou acabar entregando alguma coisa.
— Pô, Gu! Isso não vai prestar. Não foi isso que
combinamos.
Parecia envergonhado.
— Vai sim, deixa comigo vai dar tudo certo. Depois
disso juro que terminamos. — Riu.
— Vamos?
— Pois é — confirmei.
— Preconceituosa!
Apaixonada? Não!
— Por enquanto.
— Vou atuar tão bem que você vai dizer que mereço
o Oscar — sussurrei para que só ele me ouvisse.
Ela descobriu.
— E o que tem ela ser minha prima? Primos
namoram — Gu respondeu tranquilamente.
— Espera, Lívia.
Eu precisava me afastar.
Capítulo quinze
Gustavo
Bruna exigiu um beijo e eu disse que não precisava
provar nada a ela, mas no momento em que vi um lampejo
de humilhação e rejeição nos olhos da Lívia, enquanto
tentava se afastar de mim, não pensei em mais nada e
tasquei um beijo nela.
Controle-se, Gustavo.
— Eu te levo.
— Não — negou de imediato. — Vou de táxi mesmo,
não precisa se preocupar, aproveita a festa aí.
Sacudi a cabeça.
— Freddy Krueger.
— Te acordei?
— Lívia.
— Oi.
Deus...
Duro e pulsando.
— Não.
— Lívia...
Não queria admitir, mas era mais forte que eu, nunca
senti um aperto no coração como o que experimentava
naquele momento, nunca senti os arrepios por todo corpo
como quando estava perto dele, nenhum toque fez comigo
como o dele fazia.
Meu primo.
Era ele.
Pensei:
E nossa família?
— Dispenso. — Rimos.
— Miga sua louca, por que você não avisou que seu
pai era esse deus grego? Olha se não fosse pela sua mãe eu
investia nesse coroa. Aliás, sua mãe também é muito gata.
— Já acabaram, comadres?
— Já — responderam juntas.
Ri.
— Merece.
Ri.
— O Gu — respondi.
— Vish... coitado.
— Pois é.
— Nada não.
Suspirei.
Soltei o ar.
— Ah, Sá, eu ia contar para vocês, mas sei que a Vivi
tem uma quedinha pelo Gu e achei melhor não contar e
deixá-la desanimada por algo que nunca vai acontecer,
mas... — Dei uma pausa antes de continuar e tentei buscar
coragem para dizer em voz alta, o que até então, guardava
apenas para mim. — Estou apaixonada pelo Gu e não sei o
que fazer quanto a isso. Ele é meu primo.
— Será?
— Tenho certeza. E quanto a sua família, sei lá... se
permita tentar, sem contar para ninguém por enquanto. Se
der certo vocês contam.
Puto por ela não responder, por ser primo dela, por
estar sentindo esse aperto na porra do meu peito desde que
fiquei mais próximo a ela e sentia-me puto pra caralho, por
ter me separado dela quando me agarrou.
Apaixonado...
Caralho!
— Não.
— Qual o problema?
— Diferente como?
Mal sabe ele que nem sexo teve ainda. Ainda? Como
assim ainda, Gustavo? Eu só posso estar ficando doido. Isso
nunca vai rolar.
Porra, tá difícil!
— Tá.
— Ok.
— Esquecer?
— Sim.
— Ham... sei...
Era isso!
— Surpresa.
— Nem um spoilerzinho?
— Não. — Na verdade, eu não fazia ideia de que
fantasia usar, mas queria provocá-lo. — E você vai do quê?
— Que vingativo.
Assentiu.
— Nem um beijo?
Te acalma, coração.
Tentei olhar para o Gu, mas ele não estava mais lá.
Pegaria sim.
— Amizade.
— Namoro.
Ri sem vontade.
— Por enquanto?
Franzi a testa.
— Não entendi.
Ele riu.
— Ok.
Levantei-me.
— Gu — Era ela.
— Lívia, espera!
— Gustavo.
— Isso — implorei.
— Gu...
Eu precisava de um banho.
Ri.
Ele vai ficar puto! Mas nem tô, ele que aprenda a
perder. A garota é minha.
Ficamos em silêncio.
— Nunca.
Sorriu.
Olhou-me curiosa.
— Posso ouvir?
— E aí, gostou?
— Sim, muito.
Respirei fundo.
— E como ficamos?
— Primos?
Ele assentiu.
Que se dane!
— E a fita métrica?
— Tem um quilometro.
— Cem.
— Ah, ficou puto por você ter ido embora com o Gu,
mas a hora que o vi, ele estava se agarrando com uma
coelhinha, ou seja, ficou puto, mas não tão puto assim.
— Só sexo amiga.
— Obrigada.
Arghhh... Isso vai ser difícil! Não era para ele ter
vindo atrás de mim.
— E aí — respondemos.
— Não, nada.
Sorri.
— Não estou.
— O quê?
— Você e o garçom.
Virei-me e saí.
— Lívia, vou contar para Vivian. — Samira disse
enquanto eu andava para saída.
— Espera, Lívia.
— Imagino.
— Não faço ideia, talvez ela não sinta nada por mim.
— Pensar sobre isso me deixou triste.
— Mas sabe, estou com muita raiva dela, por não ter
me contado. Estou vendo que não sou mais a melhor amiga.
Gustavo me amava.
— Gustavo... Gustavoooo...
Amoleci.
Eu ri.
— Ótima.
— Gu, não entendi, por que só você e a Lívia que
foram e os outros ficaram? — meu pai me perguntou.
Porra!
Capítulo trinta
Lívia
— Tia, não é o que a senhora está pensando —
comecei a me explicar.
— E precisa?
— Sim.
— É amor.
— Estou pensando.
Ri e a beijei.
— Nunca pedi ninguém em namoro, você gostou?
— Só seu.
Gargalhei.
— Ciumento.
— Sempre.
— Eu te amo, namorado.
— E essa mensagem?
Que se foda!
— Desculpa.
Bruna bufou.
— Me desculpa?
Droga!
— Lívia?
Ouvi-o gemer.
— Porra, Lívia.
Apertei a base e espalmei minhas mãos em volta, a
seguir subi com a boca até a cabeça, onde lambi
lentamente e voltei a abocanhá-lo por completo.
— Eu topo, pai.
— Tem razão.
Meu pai seguiu para o quarto e Lívia pediu licença
dizendo que precisava falar com a amiga. Quando fiquei a
sós com minha mãe ela me encarou e disse:
Sorri.
Meu Deus, por que tem que ser tudo tão confuso na
minha vida amorosa?
Bufei.
— Não fica assim, logo, logo ela manda, vai ver que
está dormindo ainda.
— Sim, eu entendo.
Pensei que era uma pena a Vivian não ter ido, tinha
certeza de que Lívia ficaria radiante com a presença da
amiga, mas mesmo com a ausência dela eu faria o possível
para que Lívia ficasse feliz e não notasse.
— Surpresaaa! — gritaram.
Assenti e perguntei:
— Eu também.
Sorri em resposta.
Sorri.
— Sim, só você.
— Um presente caro.
— É um carro!
— Simmmm...
— Vamos.
— Exagerado.
— Sim, sua.
— O que foi?
— Combinado.
— Sim, completa.
— Gustavo?
— Aninha?
Aninha?
Revirei os olhos.
— Sim, mas não tenho nada a ver com isso, foi ideia
do Fernando, que insistiu em contratar duas. Segundo ele,
vai ser um diferencial.
— Fica longe.
— Diga, João.
— Gu.
Capítulo trinta e sete
Gustavo
Que porra é essa que está acontecendo aqui?
— E fiquei longe.
— Lívia.
Ri sem vontade.
Parei para pensar como ela foi parar ali do meu lado
e não me lembrava em que momento se tornou minha
companhia.
Foda-se!
— Tudo bem.
— Gu, já conversamos.
Levantei-me, virei a cadeira em que ela estava
sentada de frente para mim e agachei na sua frente. Parecia
assustada e me olhava sem entender.
— Oi, João.
Ele sorriu.
— Não seria mais fácil você ter ido da sua casa direto
para lá, do que ter vindo até aqui me pedir uma carona? —
falei com a sobrancelha arqueada.
— A companhia vale a pernada, mas só peço que
dirija bem devagar, tá?
Ele riu.
— É tudo verdade.
— Ahhh, tadinha.
— Tem certeza?
— Absoluta.
Gustavo
Seja feliz.
Lívia
— Imaginei, mesmo.
Sentei-me na cama.
— O quê?
— Bateu uma saudade da Samira, liguei para
perguntar se podia passar na casa dela hoje e ela me disse
que sem chance, porque a Lívia estava péssima.
— Oi, Gustavo.
— Olha, vai ser melhor para nós dois e... — Ela parou
de falar e pude sentir toda a dor que carregava. — Eu não
estando aí, você poderá receber quem você quiser sem que
eu atrapalhe.
Inclusive eu.
Suspirei.
— Sim.
— Tem alguma coisa que eu possa fazer para apagar
tudo e voltarmos na noite do seu aniversário, antes do João
nos separar?
— Fala.
Ri.
Entramos na sala.
— Mas não é ele que ela ama, né, Sá? Só que a Lívia
tem o poder de se meter em confusão.
— Oi — cumprimentei séria.
— Tudo bem?
— Não.
Engoli seco.
Senti-me péssima.
Rimos.
Que Droga!
Lívia
De Volta ao Um
Seu Gu.
Filho da puta!
Gustavo
Fui para Cananéia e tentei curtir minha família e não
pensar na Lívia. Eu precisava superar aquele
relacionamento que não deu certo e viver como se quem
quebrou meu coração não tivesse sido minha prima.
— Gu.
— Oi, Sarah.
Bufei e ri.
— Desculpa, tia.
— Tá certa — concordei.
— Lívia...
Desisti imediatamente.
— Que bom.
Dei de ombros.
Ela riu.
— Será?
— Fala, Rodrigo.
— Tô nada, mano.
Ri.
— Fica calmo.
— Me ver? Agora?
Ri sem vontade.
— Lívia?
— Estou indo.
— Oi — cumprimentou receoso.
— Entra aqui.
Droga de vida!
Queria ser tudo na sua vida e queria que ela largasse tudo
e enfrentasse todos, para ficar comigo.
Não deveria ligar para tia Lana, mas pensei que talvez a
Lívia tivesse ido dormir lá e estava me preocupando à toa.
Eu não deveria ter dado o carro para ela, não devia tê-la
mandado embora. E se ela...
— Gu?
— Desde quando?
— Fica tranquilo, filho, vai dar tudo certo — meu pai disse
apertando meu ombro.
Só o queria comigo.
Eu ainda continuava de olhos fechados desejando a
presença dele, quando mais uma lágrima escorreu pelo meu
rosto e imediatamente senti um toque conhecido a
enxugando.
— Você veio?
— Gu... — Chorei.
— Lívia eu...
Ele riu.
Ficou sério.
— Digo o mesmo.
— Tudo bem, vou ligar para sua mãe vir. — Tia Lana
se levantou e o tio Jonas ficou encarando a mim e a Lívia
com a testa franzida e um olhar sério que dava medo.
Tia Lana voltou para sala nos contou que meus pais
estavam a caminho e depois de um silêncio constrangedor,
chamou o marido para fazer sabe-se lá o que na cozinha.
— Bom, tia...
— Gustavo?
Soltou o ar.
— Mãe!
— Com meu filho sendo lindo como é, certeza que
devem ter várias.
Tão lindo!
Vacas!
Sorri.
— Te amo, princesa.
Ele sorriu.
Quanto ao resto?
E quando eu fraquejar?
me ajude! Fim...
Sobre a Autora
De Biritiba Mirim-SP, Julia é casada, tem uma filha e é
escritora em tempo integral. Sempre foi encantada pelo
mundo literário e quando criança os gibs da turma da
Mônica a fascinava. Cresceu, e se tornou uma romântica
incurável que se perdia de amores pelas histórias de época
e romances em geral. No entanto, foi em agosto de 2015
que decidiu unir o amor pela leitura com o pela escrita e
criou o seu primeiro romance . A partir daí Julia não parou
mais e escreveu diversos livros, sendo dois deles infantis.
Apaixonada por seus leitores, ela não pensa em
parar e por isso se joga diariamente no mundo das histórias
que os personagens a contam, dando vida a cada um deles
e acreditando que seus leitores os mantêm vivos todas as
vezes que os leem.