Dissertação (4) GGHHF FTH
Dissertação (4) GGHHF FTH
Dissertação (4) GGHHF FTH
de Aveiro
2015
Resumo Sismos recentes, um pouco por todo o mundo, demostraram que uma grande
parte dos edifícios existentes de betão armado apresenta elevada
vulnerabilidade sísmica. A avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios de
betão armado é um desafio que além de permitir a construção de cenários de
dano e perda no caso de um evento sísmico, apoia a definição de estratégias
de reabilitação do edificado. Para isso os métodos de avaliação devem estar
adaptados à escala de avaliação (edifício, quarteirão e zona urbana).
Abstract Recent earthquakes, all over the world have demonstrated that a large portion
of existing reinforced concrete buildings exhibits high seismic vulnerability. The
evaluation of the seismic vulnerability of reinforced concrete buildings is a
challenge and allows the construction of damage and loss scenarios in case of
a seismic event, supports the setting of the building rehabilitation strategies.
For this evaluation methods must be tailored to the rating scale (building block
and urban area).
This thesis aims to develop a simplified methodology for assessing the seismic
vulnerability of reinforced concrete buildings, which will be applied to a group of
91 buildings affected by recent earthquakes, located in different countries with
different intensities. It is intended that this methodology may serve as a base
tool to be used in a first phase of an evaluation process, the 8 parameters
rating that approach internal aspects of the buildings that can affect the
performance and seismic response, contributing to indicator of potentially more
buildings vulnerable to seismic scenario.
ÍNDICES
Índices
Índice geral
xv
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica em edifícios de betão armado
Bibliografia.............................................................................................. 107
xvi
Índices
Índice de figuras
Figura 2-1 - Fatores de que depende o risco sísmico. Fonte: (Santos & Vicente, 2013) ..... 10
Figura 2-2 – Pilares de betão armado com inadequada armadura de esforço transverso.
Fonte: Sismo em Bolonha, Itália (2012) e sismo no Peru (2007). ............................... 16
Figura 2-3 – Vigas com comportamento não dúctil. Fonte: Varum et al,2005 ................... 17
Figura 2-4 – Pilares com fraca aderência aço-betão. Fonte: Sismo na Nova Zelândia
(2011). .......................................................................................................................... 18
Figura 2-5 – Pormenorização deficiente das armaduras. Fonte: Sismo em Nova Zelândia
(2011) e sismo Sichuan, China (2008)......................................................................... 19
Figura 2-6 – Capacidade de deformação em pilares. Fonte: Sismo em Sichuan, China
(2008). .......................................................................................................................... 20
Figura 2-7 – Resistência inadequada dos nós viga-pilar. Fonte: Sismo em Sichuan, China
(2008). .......................................................................................................................... 21
Figura 2-8 – Mecanismo do tipo viga-forte pilar-fraco. Fonte: Sismo em Izmit, Turquia
(1999) ........................................................................................................................... 22
Figura 2-9 – Mecanismo tipo short-column devido à abertura de janelas. Fonte: Sismo em
L’Aquila, Itália (2009) e sismo na Nova Zelândia (2011). .......................................... 23
Figura 2-10 – Mecanismo tipo soft-storey. Fonte: Sismo em L’Aquila, Itália (2009) e
sismo em Izmit, Turquia (2011)................................................................................... 24
Figura 3-1 – Definição das classes de vulnerabilidade segundo o EMS-98 [adaptado de
Grünthal, 1998]. Fonte : (Vicente, 2008) ..................................................................... 33
Figura 4-1 - Desmoronamento da encosta com projeção de pedras sobre a localidade
(Sismo L’Aquila, Italia, 2009) Fonte: (Bhatt, 2007) ................................................... 50
Figura 4-2 – Plataforma de aterro e escavação. Fonte: (Bhatt, 2007).................................. 51
Figura 4-3 - Posição dos edifícios no agregado (BE - Banda Extremo, BM - Banda Meio, E
- Enclausurado, G - Gaveto, I - Isolado). Fonte: (Vicente, 2008)................................ 52
Figura 4-4 - Interação entre edifícios adjacentes com a respetiva classe de vulnerabilidade.
Fonte: Ferreira (2015) .................................................................................................. 53
Figura 4-5 - Explicação dos limites do desnível dos pisos dos edifícios adjacentes. Fonte:
Yakut et al.(2012) ........................................................................................................ 54
Figura 4-6 - Exemplos de má execução na conceção do edifício ........................................ 58
xvii
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica em edifícios de betão armado
xviii
Índices
Índice de tabelas
Tabela 3-1 - Formato da matriz de probabilidade de dano (Whitman, Reed, & Hong, 1974)
...................................................................................................................................... 31
Tabela 3-2 - Definição das classes de vulnerabilidade das construções segundo a escala
MSK (Medvedev & Sponheuer, 1969) ........................................................................ 31
Tabela 3-3 – Classificação do dano dos edifícios (Medvedev & Sponheuer, 1969) ........... 32
Tabela 3-4 – Definição de quantidade de dano que os edifícios estão sujeitos à ação
sísmica (Medvedev & Sponheuer, 1969) ..................................................................... 32
Tabela 3-5 –Relação entre o tipo de estruturas com a escala de intensidade para obter uma
possível classificação do dano dos edifícios segundo (Medvedev & Sponheuer, 1969)
...................................................................................................................................... 32
Tabela 3-6 - Metodologias de avaliação da vulnerabilidade sísmica aplicadas a diferentes
escalas (T. Ferreira, 2009) ........................................................................................... 40
Tabela 3-7 – Confronto entre os parâmetros estruturais de cada metodologia de avaliação
sísmica analisada. ......................................................................................................... 41
Tabela 4-1 - Índice de vulnerabilidade (Iv), parâmetros que o definem e respetivos pesos
associados .................................................................................................................... 48
Tabela 4-2 - Definição das classes de vulnerabilidade para o parâmetro P1 ....................... 51
Tabela 4-3 - Definição das classes de vulnerabilidade para o parâmetro P2 ....................... 54
Tabela 4-4 - Os vários Eurocódigos Estruturais .................................................................. 57
Tabela 4-5 - Definição das classes de vulnerabilidade para o parâmetro P3 ....................... 57
Tabela 4-6 - Definição das classes de vulnerabilidade para o parâmetro P4 ....................... 61
Tabela 4-7 - Definição das classes de vulnerabilidade para o recuo a) e b) ........................ 64
Tabela 4-8 - Definição das classes de vulnerabilidade para o recuo c) ............................... 65
Tabela 4-9 - Definição das classes de vulnerabilidade para o recuo d) ............................... 65
Tabela 4-10 - Definição das classes de vulnerabilidade para o parâmetro P6 ..................... 67
Tabela 4-11 - Definição das classes de vulnerabilidade para o parâmetro P7 ..................... 69
Tabela 4-12 - Definição das classes de vulnerabilidade para o parâmetro P8. .................... 69
Tabela 4-13 - Grau de confiança da classificação da vulnerabilidade sísmica .................... 70
Tabela 4-14 - Descrição dos níveis de confiança para o parâmetro P1 ............................... 71
xix
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica em edifícios de betão armado
xx
Índices
Lista de Símbolos
xxi
CAPÍTULO 1
ENQUADRAMENTO, OBJETIVOS E
ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO
Capítulo 1 – Enquadramento, objetivos e organização da dissertação
3
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
1.2 Objetivos
O principal objetivo desta dissertação, passa pela elaboração de uma proposta para uma
metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica em edifícios de betão armado,
podendo depois ser aplicada a um grupo distinto de edifícios. Numa primeira fase,
procedeu-se à discussão e seleção dos diversos parâmetros de avaliação da vulnerabilidade,
bem como à atribuição dos seus respetivos pesos e classes de vulnerabilidade. A segunda
fase consiste na atribuição de um grau de dano médio a cada um desses 91 edifícios,
avaliado de acordo com a Escala Macrossísmica Europeia (Grünthal, 1998). Na terceira
fase, uma série de observadores procedeu à atribuição do grau de dano de cada edifício,
tendo sido obtendo desta forma o grau de dano médio para cada edifício. A quarta fase
consiste na aplicação e calibração de curvas de vulnerabilidade, as quais são ainda
utilizadas para a obtenção de uma nova função de dano calibrada para edifícios de betão
armado a partir do programa Matlab®.
Para o cumprimento dos objetivos acima enunciados, foram realizadas as seguintes tarefas:
• Estado de arte sobre as diferentes metodologias existentes para a avaliação da
vulnerabilidade sísmica de edifícios;
• Seleção do tipo de metodologia a desenvolver;
• A escolha dos parâmetros mais importantes para a elaboração da metodologia;
• A atribuição inicial dos pesos para cada parâmetro escolhido;
• Seleção dos edifícios a utilizar para a calibração dos pesos atribuídos;
• Aplicação da metodologia e obtenção do índice de vulnerabilidade;
• Aplicação e calibração de curvas de vulnerabilidade.
4
Capítulo 1 – Enquadramento, objetivos e organização da dissertação
5
CAPÍTULO 2
2.1 Enquadramento
O impacto dos sismos em áreas urbanas é um problema complexo que se tem vindo a
agravar nas ultimas décadas devido a diversos fatores tais como a concentração
populacional, densidade de construção e as atividades económicas como a industria,
comercio e turismo. A dimensão e a gravidade dos efeitos de um sismo numa determinada
sociedade dependem da extensão e do grau de danificação provocada pelo sismo aos
elementos expostos. Nesse sentido, mesmo que um local esteja sujeito a sismos intensos,
se for escassamente habitado, o risco sísmico é menor. Assim, e apesar dos sismos serem
um fenómeno natural inevitável e incontrolável, os seus efeitos não o são (Azevedo, 2008).
Como introdução à dissertação, este capítulo pretende abordar, de uma forma resumida, os
conceitos base sobre o risco e vulnerabilidade sísmica em edifícios de betão armado.
Também analisados os danos tipo mais frequentes deste tipo de construção, causados pela
ação sísmica e a importância de uma gestão de risco à uma escala urbana.
9
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
O risco sísmico pode ser definido como a possibilidade ou probabilidade de perdas, como
nível de destruição ou dano, em consequência da ocorrência de um determinado evento
sísmico (Vicente, Parodi, Lagomarsino, Varum, & Silva, 2011). A avaliação do risco
sísmico envolve a consideração de três fatores: a vulnerabilidade estrutural, a perigosidade
sísmica e a exposição (ver Figura 2-1).
Figura 2-1 - Fatores de que depende o risco sísmico. Fonte: (Santos & Vicente, 2013)
10
Capítulo 2 – Risco e vulnerabilidade sísmica
A exposição corresponde ao valor dos elementos em risco, proveniente dos custos diretos
dos elementos estruturais e não estruturais, bem como dos custos indiretos associados à
interrupção de serviços, comunicações e ainda custos sociais e de tempo. A exposição
abrange os custos sociais, culturais, simbólicos e económicos associados a um eventual
acontecimento (Vicente, 2008).
Na atualidade, a maior parte da população vive em centros urbanos localizados nas grandes
cidades devido à economia por ela gerada, contribuindo para o aumento do risco sísmico
da região. É assim compreensível que uma dada região possa ter um risco sísmico reduzido
ou elevado se esta contiver elementos, como bens construídos, atividades económicas ou
população, expostos ao risco. Não sendo possível antecipar muitas das ocorrências com
origem em fenómenos naturais, o esforço terá de ser concentrado na redução dos impactos
através de uma gestão de risco, nomeadamente a mitigação do risco e a preparação para
lidar com as consequências.
11
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
A complexidade dos processos de rotura na origem dos sismos, não permite à ciência
produzir previsões de sismos num prazo razoável que satisfaça as necessidades, tais como:
saber o tempo, localização e dimensão do próximo evento (Oliveira, Roca, & Goula,
2005). A gestão de risco é um processo que engloba uma série de ações que apoiam a
implementação de medidas que reduzam o potencial de perda, na ocorrência de um evento
sísmico. Um dos mais vulgares produtos finais na implementação de um programa de
gestão de risco é a definição de um plano de emergência (Vicente, 2008). Porém, a
avaliação do risco sísmico é apenas uma das tarefas, da teia complexa da gestão de risco de
um sistema urbano. Como instrumentos de gestão de emergência, são considerados: a
preparação, a mitigação, a resposta e a recuperação.
O que acontece após a ocorrência de um sismo é uma consideração que devemos ter
sempre em mente. As entidades competentes devem ter sempre um plano de resposta em
caso de emergência. A fase de resposta inicia-se durante, e no período imediato, à
ocorrência do desastre, sendo uma fase claramente associada ao domínio da gestão de
emergência (Haddow, Bullock, & Coppola, 2002). As medidas iniciais prendem-se com a
emissão de alertas e de evacuação das populações, sendo que na fase posterior, se iniciam
as operações de busca e de salvamento dos feridos e a garantia da ordem nas áreas de
desastre. Já a fase de recuperação, compreende as tarefas associadas à reparação e restauro
do ambiente construído, designadamente habitações e infra estruturas básicas (Vicente,
2008).
12
Capítulo 2 – Risco e vulnerabilidade sísmica
Os estudos realizados sobre este tema, tem comprovado que as estruturas com planta
simétrica e regular em altura, apresentam um melhor comportamento sísmico do que
estruturas com irregularidades nos alçados e irregularidades em planta. Isto deve-se a um
desequilíbrio entre o centro de rigidez e o centro de massa da estrutura, o que vai levar a
que os efeitos de torção possam a induzir colapsos locais. Uma configuração em planta
complexa e irregular corresponde normalmente a estruturas de piso com baixa rigidez no
plano (Coelho, 2010). O desempenho sísmico dos edifícios de betão armado pode ainda ser
influenciado por diversos outros fatores, tais como:
Para tal não acontecer, o Eurocódigo 8 tem indicações sobre aspetos de conceção das
estruturas, de forma assegurar uma capacidade resistente suficiente, e a exigência de
comportamento para o edifício (Coelho, 2010). A escolha da exigência de comportamento
para uma dada estrutura existente, depende do nível de segurança sísmica que se pretende
atribuir-lhe. Este terá que ser definido, a montante da aplicação do regulamento, pelas
entidades competentes, como as autoridades nacionais e/ou locais, através da
implementação de programas de mitigação de risco sísmico.
As exigências fundamentais de desempenho do comportamento estão relacionadas com o
nível de danos requeridos para uma estrutura, quando sujeita à ação de um sismo. O nível
13
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
de dano é representado por um Estado Limite (LS – Limit State) e a ação sísmica de
dimensionamento associada, é definida através de uma probabilidade de ocorrência (ou, de
forma equivalente, a um período de retorno) (Marques, 2012).
14
Capítulo 2 – Risco e vulnerabilidade sísmica
Sismos recentes têm demonstrado que, para garantir o bom desempenho de uma
construção face a um sismo, é necessário garantir a qualidade do projeto e da construção.
Apesar da existência de regulamentação sísmica atualizada, esta poderá não ser suficiente
para garantir a segurança. A identificação das falhas estruturais é assim essencial para
definir estratégias de reforço no sentido de aumentar a resistência sísmica dos edifícios. As
causas mais frequentes de dano severo e/ou colapso de edifícios de betão armado quando
sujeitos à ação sísmica surgem associadas aos seguintes efeitos/mecanismos (H. Varum,
Costa, & Pinto, 2005):
• Confinamento inadequado;
• Ductilidade inadequada;
• Mecanismos de aderência aço-betão;
• Incorreta amarração e sobreposição da armadura principal;
• Inadequada capacidade resistente à flexão de vigas e pilares;
• Inadequada capacidade resistente dos nós viga-pilar;
• Mecanismo tipo viga forte-pilar fraco;
• Não consideração da influência das paredes de alvenaria na determinação da resposta
sísmica dos edifícios;
• Irregularidades estruturais em planta ou em altura.
Ao longo das subsecções seguintes vai ser resumido cada causa de dano referida em cima
com figuras para melhor ilustração da situação.
15
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Durante um sismo o colapso dos pilares, vigas e dos nós vigas-pilar encontra-se
geralmente relacionado com a falta/deficiente pormenorização de armadura transversal. O
confinamento deverá ser mais efetivo em zonas onde é previsível a formação de rótulas
plásticas para que sejam evitados a formação de um mecanismo de colapso. Confinando
esta zona de betão com estribos, a ductilidade é melhorada, melhorando assim a resposta
dos elementos e a resposta global dos edifícios (Figura 2-2). Isto é garantido pelos
diâmetros dos estribos, do seu afastamento, da armadura longitudinal, da qualidade do aço,
da forma das seções e da forma dos estribos (H. Varum et al., 2005).
Figura 2-2 – Pilares de betão armado com inadequada armadura de esforço transverso. Fonte: Sismo em Bolonha,
Itália (2012) e sismo no Peru (2007).
16
Capítulo 2 – Risco e vulnerabilidade sísmica
A ductilidade pode ser definida como a capacidade que um dado material, elemento
estrutural ou estrutura, possui para suportar exigências de deformação em regime
inelástico, sem rotura ou colapso. Os materiais que suportam pouca ou nenhuma
deformação no processo de ensaio de tração são considerados materiais frágeis. Esta
propriedade tem implicações diretas na capacidade de dissipação de energia de uma
estrutura, sendo fundamental para evitar, ou diminuir, a probabilidade de colapso face à
ocorrência de um sismo de determinada intensidade. Como este conceito não foi
corretamente tratado nos primeiros regulamentos de cálculo sísmico, existe um número
elevado de edifícios de betão armado que não estão concebidos para uma ductilidade
adequada, exibindo um comportamento não-dúctil (Figura 2-3), contribuindo para o
elevado risco sísmico das nossas cidades (H. Varum et al., 2005).
Figura 2-3 – Vigas com comportamento não dúctil. Fonte: Varum et al,2005
17
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Figura 2-4 – Pilares com fraca aderência aço-betão. Fonte: Sismo na Nova Zelândia (2011).
18
Capítulo 2 – Risco e vulnerabilidade sísmica
Figura 2-5 – Pormenorização deficiente das armaduras. Fonte: Sismo em Nova Zelândia (2011) e sismo Sichuan,
China (2008).
19
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Figura 2-6 – Capacidade de deformação em pilares. Fonte: Sismo em Sichuan, China (2008).
20
Capítulo 2 – Risco e vulnerabilidade sísmica
Para o bom desempenho das estruturas de betão armado, é necessário também garantir que
as vigas e pilares estejam bem ligados entre si. As deficiências associadas aos nós vigas-
pilar são comuns durante a ocorrência dos sismos, conduzindo a danos severos, ou mesmo
o colapso do edifício (Figura 2-7). Os nós viga-pilar podem sofrer uma perda significativa
de rigidez, devido à insuficiente resistência ao corte e à inadequada ancoragem da
armadura longitudinal das vigas e pilares que concorrem no próprio nó (Varum et al.,
2005). Os mecanismos mais frequentes de rotura dos nós viga-pilar, estão relacionados
com:
Figura 2-7 – Resistência inadequada dos nós viga-pilar. Fonte: Sismo em Sichuan, China (2008).
21
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Durante um sismo, os nós de ligação entre viga e pilar são sujeitos a esforços elevados e,
de forma a se obter um comportamento dúctil dos pórticos, as exigências de deformações
em regime não-linear devem ser mantidas ao nível das vigas. Em qualquer nó, os pilares
devem apresentar uma resistência superior à das vigas, isto porque, se for o inverso, as
vigas fortes vão provocar deformações inelásticas sobre os pilares fracos, levando a uma
perda de resistência da estrutura e, eventualmente, ao colapso (Figura 2-8) (Pinto, 1998).
Figura 2-8 – Mecanismo do tipo viga-forte pilar-fraco. Fonte: Sismo em Izmit, Turquia (1999)
22
Capítulo 2 – Risco e vulnerabilidade sísmica
Figura 2-9 – Mecanismo tipo short-column devido à abertura de janelas. Fonte: Sismo em L’Aquila, Itália (2009) e
sismo na Nova Zelândia (2011).
23
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Figura 2-10 – Mecanismo tipo soft-storey. Fonte: Sismo em L’Aquila, Itália (2009) e sismo em Izmit, Turquia
(2011).
24
Capítulo 2 – Risco e vulnerabilidade sísmica
No capitulo seguinte será apresentado uma revisão das várias metodologias de avaliação da
vulnerabilidade sísmica, em que serão descritos os tipos vulnerabilidade existente, os
métodos de avaliação da vulnerabilidade sísmica e a sua aplicabilidade.
25
CAPÍTULO 3
METODOLOGIAS DA AVALIAÇÃO DA
VULNERABILIDADE SÍSMICA
Capítulo 3 – Metodologias da avaliação da vulnerabilidade sísmica
3.1 Enquadramento
29
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
30
Capítulo 3 – Metodologias da avaliação da vulnerabilidade sísmica
Tabela 3-1 - Formato da matriz de probabilidade de dano (Whitman, Reed, & Hong, 1974)
7 Pré-Ruína 100 _ _ _ _ _
8 Colapso 100 _ _ _ _ _
Classe Definição
Construção em pedra natural (não aparelhada) e blocos de terra crua (adobe). Amplamente
A
utilizado em edifícios de habitação e que são mais sujeitos a maiores danos
Construção com blocos comuns e blocos de pedra aparelhada ou artificial. Utilizado em
B edifícios de habitação com um comportamento sísmico melhorado devido à utilização de
melhores materiais na constituição das alvenarias
31
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Tabela 3-3 – Classificação do dano dos edifícios (Medvedev & Sponheuer, 1969)
Escala de
Tipo de dano
dano
1 Dano leve – Presença de Pequenas fissuras.
Tabela 3-4 – Definição de quantidade de dano que os edifícios estão sujeitos à ação sísmica (Medvedev &
Sponheuer, 1969)
Definição Quantidade
Poucos Cerca de 5%
Muitos Cerca de 50%
Tabela 3-5 –Relação entre o tipo de estruturas com a escala de intensidade para obter uma possível classificação
do dano dos edifícios segundo (Medvedev & Sponheuer, 1969)
Tipo de estruturas
Escala de Intensidade
A B C
V Poucos – 1 - -
Poucos – 2
VI Poucos – 1 -
Muitos – 1
Poucos – 4
VII Muitos – 2 Muitos – 1
Muitos – 3
Poucos – 5 Poucos – 4
IX Muitos – 5
Muitos – 4 Muitos – 3
Poucos – 5
X Bastantes – 5 Muitos – 5
Muitos – 4
32
Capítulo 3 – Metodologias da avaliação da vulnerabilidade sísmica
A escala macrossísmica proposta por (Grünthal, 1998), EMS-98, foi criada com intenção
de melhorar a escala de intensidade MSK, que classificava os edifícios em três classes de
avaliação, A, B e C, passando agora a classificar as estruturas em seis classes de avaliação
diferentes (A, B, C, D, E e F) como pode ser vista na Figura 3-1. Esta proposta por estar
definida numa escala macrossísmica permite ser relacionada com o grau de dano
indiretamente (Vicente, 2008).
Figura 3-1 – Definição das classes de vulnerabilidade segundo o EMS-98 [adaptado de Grünthal, 1998]. Fonte :
(Vicente, 2008)
33
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
A metodologia P25 Scoring Method proposta inicialmente por Bal (2005) e posteriormente
desenvolvida e calibrada por um projeto de investigação suportado pelo TUBITAK
(Conselho Turco de Pesquisa Científico e Técnico) (Tezcan, Bal, & Gulay, 2009). Trata-se
de uma metodologia de avaliação rápida e eficaz que foi desenvolvida e testada
inicialmente em 26 casos diferentes, a fim de se prever a vulnerabilidade de colapso de
edifícios de betão armado, através da análise de vários parâmetros estruturais dos edifícios.
Este método baseia-se, numa primeira abordagem, na observação e análise dos parâmetros
estruturais mais importantes que afetam a resposta e o desempenho sísmico de um edifício.
De forma a aplicar esta metodologia são avaliadas diferentes características estruturais dos
34
Capítulo 3 – Metodologias da avaliação da vulnerabilidade sísmica
edifícios, tais como: a dimensão em planta; altura do pé direito; altura total do edifício;
configuração em planta do rés-do-chão; dimensões dos elementos estruturais; aceleração
efetiva do solo; fator da importância do edifício; condições do solo de fundação; qualidade
do material; zonas de confinamento dos pilares; irregularidades estruturais como pilares
curtos, torção, descontinuidades estruturais; e choque entre edifícios adjacentes (Bal,
Tezcan, & Gulay, 2006; L. Rodrigues, 2009).
• No primeiro nível de avaliação, é feito uma observação visual do edifício onde são
registados vários parâmetros, como o número de pisos acima do solo, a existência
ou não de soft-storey, a existência de pisos exteriores suspensos, tais como
varandas, a qualidade aparente do betão (boa, moderada ou má), a existência de
mecanismos do tipo pilar-curto, a possibilidade de existência de efeitos de
pounding entre edifícios adjacentes, as condições do solo e, por fim, o efeito
topográfico no edifício;
• No segundo nível de avaliação, após o primeiro nível, serão analisados alguns
parâmetros tais como a irregularidade em planta, o índice de resistência a forças
laterais e a redundância estrutural. Por forma a finalizar a avaliação da
vulnerabilidade do edifício, as acelerações sísmicas no solo servirão como basic
score para o calculo do valor do desempenho sísmico, estando este dependente da
zona sísmica em que se encontra. Através de uma interação entre os diferentes
parâmetros referidos obtém-se o valor do desempenho sísmico do edifício,
sabendo-se assim se este compromete ou não a segurança das pessoas que lá se
encontram.
A metodologia proposta por (Yakut, Erberik, Akkar, & Sucuoglu, 2012) surgiu do
procedimento desenvolvido por Sucoglu e Yazgan (2003), ao qual são acrescentados novos
parâmetros de avaliação e um tratamento de risco sísmico diferente. Nesta metodologia,
para além dos parâmetros mencionados em cima, o basic score contém ainda diferentes
35
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
36
Capítulo 3 – Metodologias da avaliação da vulnerabilidade sísmica
37
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
?@
(3.1)
𝐼𝑣 = 𝐶𝑣𝑖 ×𝑃𝑖
AB?
38
Capítulo 3 – Metodologias da avaliação da vulnerabilidade sísmica
39
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Análise
x x
detalhada
40
Capítulo 3 – Metodologias da avaliação da vulnerabilidade sísmica
Tabela 3-7 – Confronto entre os parâmetros estruturais de cada metodologia de avaliação sísmica analisada.
Metodologias
P25 Sucuoglu
Yakut
Scoring Rai and Hirosawa GNDT II
et al RVS (2002)
Method (2008) Yazgan (1993) (1994)
(2007)
(2005) (2003)
Parâmetros
Torção x x x x x x x
Diferentes
alturas entre x - - - - - x
pisos
Qualidade do
material de x - - x x - x
construção
Pilar curto x x - - x x -
Soft-storey x x x x x x x
Pounding x x x - x x -
Tipo de solo x - x x x x x
Topologia do
x - x - x - x
terreno
Irregularidade
x - - x x x x
em altura
Irregularidade
x - x x x - x
em planta
41
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Este capitulo serviu para fazer uma síntese do que se tem vindo a realizar no âmbito de
diversos estudos de avaliação da vulnerabilidade sísmica, procurando descrever os
procedimentos que estão na base de algumas metodologias aplicadas em vários países. As
metodologias baseadas na observação exigem grande dispêndio de tempo e são
excessivamente particulares. As metodologias de análise baseados em modelos
simplificados são capazes de analisar um grande número de edifícios, num curto espaço de
tempo. Para que os resultados devem permanecer fidedignos, os parâmetros terão de
garantir uma adequada capacidade de avaliação do comportamento perante a ação sísmica
dos edifícios. Por fim, as metodologias de análise detalhada são apenas aplicadas a
edifícios que apresentam rigorosa informação sobre o próprio, nomeadamente no que diz
respeito à geometria dos seus elementos, das tecnologias construtivas envolvidas e das
propriedades mecânicas dos seus materiais.
42
CAPÍTULO 4
AVALIAÇÃO DA VULNERABILIDADE DE
EDIFÍCIOS EM BETÃO ARMADO
Capítulo 4 – Avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
4.1 Enquadramento
45
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Segundo Sandi & Floricel (1995), a vulnerabilidade sísmica pode ser definida como uma
propriedade intrínseca das estruturas, uma característica do seu próprio comportamento
sendo sujeitas à ação sísmica, descrita através de uma lei causa-efeito em que a causa é
ação sísmica e o efeito é o dano estrutural. Sismos recentes têm contribuído para o
desenvolvimento de modelos mais eficientes na avaliação do comportamento das
estruturas. Dependendo das características do uso, tipo e valor do edifício, os diferentes
níveis de avaliação da vulnerabilidade assumem uma importância relativa, ou seja, tanto os
objetivos da avaliação da vulnerabilidade como a profundidade com que é conduzida este
avaliação, serão sempre definidos em função da exposição e das preocupações
socioeconómicas (Vicente, 2008). Descrevem-se sumariamente os três níveis de
vulnerabilidade associados aos edifícios:
46
Capítulo 4 – Avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
47
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Tabela 4-1 - Índice de vulnerabilidade (Iv), parâmetros que o definem e respetivos pesos associados
48
Capítulo 4 – Avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Aspetos a avaliar:
• Localização.
• Tipo de solo.
• Solo tipo A – Rocha ou outra formação geológica de tipo rochoso, que inclua, no
máximo, 5 metros de material mais fraco à superfície.
• Solo tipo B – Depósitos de areia muito compacta, de seixo (cascalho) ou de argila
muito rija, com uma espessura de, pelo menos, várias dezenas de metros,
caraterizados por um aumento gradual das propriedades mecânicas com a
profundidade.
• Solo tipo C – Depósitos profundos de areia compacta ou medianamente compacta,
de seixo (cascalho) ou de argila rija com uma espessura entre várias dezenas e
muitas centenas de metros.
• Solo tipo D - Depósitos de solo não coesivos de compactidade baixa a média (com
ou sem alguns estratos de solos coesivos moles), ou de solos predominantemente
coesivos de consistência mole a dura.
• Solo tipo E – Perfil de solo com um estrato aluvionar superficial.
49
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Figura 4-1 - Desmoronamento da encosta com projeção de pedras sobre a localidade (Sismo L’Aquila, Italia, 2009)
Fonte: (Bhatt, 2007)
A construção em aterro (Figura 4-2) não é considerada como uma fonte de vulnerabilidade,
pois, tipicamente são zonas sensíveis por serem passíveis de assentamentos. Um sismo
provocará uma vibração do solo que poderá originar a sua compactação, produzindo
assentamentos ou deslizamentos (Bhatt, 2007).
50
Capítulo 4 – Avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Para este parâmetro, a escolha da classe dependerá do tipo de solo onde o edifício está
inserido e localização, isto é, se o edifício está em zona de aterro, zona plana ou em zona
com terreno inclinado. Optou-se por unir o solo do tipo B com o C e o solo do tipo D com
o E, pois como esta avaliação é apenas visual torna-se complicado aferir qual dos solos
usar e, nesse sentido, esta união diminui a margem de erro. Assim, as classes de
vulnerabilidade para estes parâmetros estão definidas como indicado na Tabela 4-2.
Localização do Edifício
Terreno de
fundação Terreno plano Aterro Solo inclinado
Solo do tipo A A B C
Solo tipo do B e C B C D
Solo tipo do D e E C D D
51
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Aspetos a avaliar:
• Posição do edifício.
• Interação com outros edifícios.
• Desníveis do pavimento superior a 0.5 metros entre edifícios adjacentes.
A interação entre edifícios contíguos inseridos num contexto urbano, quando exposto a um
sismo, implica que a avaliação da sua vulnerabilidade não seja analisada de forma
individual. A resposta do edifício é influenciada pela sua inserção num agregado de
edifícios, podendo o confinamento e interação produzidas, atuar de forma benéfica ou
prejudicial em determinadas situações, como no caso dos edifícios isolados, nos de banda
extremo, nos de gaveto de quarteirões e nos edifícios em contacto com outros de dimensão
diferente (Vicente, 2008). Estes exemplos estão ilustrados na Figura 4-3.
Figura 4-3 - Posição dos edifícios no agregado (BE - Banda Extremo, BM - Banda Meio, E - Enclausurado, G -
Gaveto, I - Isolado). Fonte: (Vicente, 2008)
A interação entre edifícios origina o choque entre edifícios, efeito pounding, dificultando a
análise sísmica das estruturas, devido à difícil quantificação da energia transmitida durante
o choque. Devido a este fenómeno, os edifícios de topo de banda ou de canto dos
quarteirões, como não encontram continuidade com outro edifício, vão ter à priori piores
resposta sísmica (Bhatt, 2007). Na Figura 4-4, está demonstrada a localização do edifício
no agregado e a classe atribuída ao mesmo. Para a classe A, considerou-se que os edifícios
adjacentes são de igual altura. Para a classe B e C, o edifício está inserido no agregado em
52
Capítulo 4 – Avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
que os edifícios adjacentes são de menor altura. O piso do edifício mais alto que colide
com o mais baixo, é aquele que mais vai sofrer com o movimento dos edifícios, devido à
ação horizontal dos mesmos (Cole, Dhakal, Carr, & Bull, 2010). Para a classe D, o edifício
está localizado em banda extrema, sem continuidade, e o edifício com o qual contacta é de
altura inferior.
Figura 4-4 - Interação entre edifícios adjacentes com a respetiva classe de vulnerabilidade. Fonte: Ferreira (2015)
O impacto entre edifícios provoca efeitos de maior gravidade do ponto de vista estrutural
quando os pavimentos não se encontram ao mesmo nível. Na Figura 4-5, está
exemplificado a altura mínima suficiente para originar este efeito. Uma diferença da altura
da laje entre edifícios adjacentes de pelo menos 0.5 metros, já pode ser suficiente para
originar este fenómeno (Vicente, 2008). Esta situação surge, por exemplo, quando a
implantação dos edifícios é feita em terrenos inclinados (Yakut et al., 2012).
53
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Figura 4-5 - Explicação dos limites do desnível dos pisos dos edifícios adjacentes. Fonte: Yakut et al.(2012)
Classe Localização
B Edifício isolado
C Edifício de gaveto
54
Capítulo 4 – Avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
O desnível dos pavimentos é aplicável apenas nos casos em que a classe de vulnerabilidade
não sofra alterações da interação dos edifícios adjacentes, deste modo evita-se que a classe
um edifício agrave duas vezes. Como forma de penalização, com recurso à Figura 4-5, um
edifício que tenha diferença de altura das lajes deverá ser penalizado na diminuição de um
nível da sua classe de vulnerabilidade.
Aspetos a avaliar:
• Consideração da ação sísmica no projeto.
• Qualidade da construção.
• Parcialmente devoluto.
Este parâmetro pretende aferir em que regulamento sísmico o edifício em análise está
enquadrado, procurando avaliar desta forma a sua resistência sísmica. Os primeiros
edifícios de betão armado construídos em Portugal foram executados de modo pouco
rigoroso no que respeita à consideração dos efeitos da ação sísmica. A ductilidade
associada às estruturas não era levada em conta e a utilização betões de fraca resistência
mecânica e com armaduras de aderência normal era recorrente. Com a falta de
regulamentação sísmica nas construções, em 1951 surgiu o primeiro regulamento que
estabelecia as condições necessárias à segurança sísmica das estruturas, o Regulamento
Geral das Edificações Urbanas (RGEU).
55
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
No início da década de oitenta, a Comissão das Comunidades Europeias lançou uma série
de trabalhos que visavam a elaboração de um conjunto de regras técnicas – Os
Eurocódigos Estruturais – que permitissem a harmonização do projeto estrutural de
edifícios e de obras de engenharia em geral. Esta harmonização apresenta como principais
objetivos estratégicos os seguintes pressupostos (Carvalho, 2004; Romãozinho, 2008):
56
Capítulo 4 – Avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Este trabalho foi conduzido inicialmente pela própria Comunidade Europeia sendo que, em
1989, esta responsabilidade foi transmitida para o Comité Europeu de Normalização
(CEN). Os Eurocódigos Estruturais foram sendo publicados ao longo da década de 90,
tendo em 1999 a Comissão Europeia mandatado de novo o CEN para elaborar o processo
de conversão dos Eurocódigos em Normas Europeias definitivas.
A Tabela 4-4 refere de uma forma muito sucinta os vários Eurocódigos e o seu âmbito de
aplicação, assim como o número de partes que compõe cada um destes:
Eurocódigo Título/âmbito
Com base no exposto, a classificação proposta para este parâmetro apresenta-se na Tabela
4-5:
Tabela 4-5 - Definição das classes de vulnerabilidade para o parâmetro P3
57
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
58
Capítulo 4 – Avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Aspetos a avaliar:
• Localização excêntrica da caixa de elevador.
• A maior dimensão do edifício em planta é inferior a 4 vezes à menor dimensão do
edifício em planta.
• Edifício apresenta uma configuração em planta compacta.
59
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
𝐿𝑚𝑎𝑥
𝜆= ≤4
𝐿𝑚𝑖𝑚
Com:
- Lmax – Maior dimensão em planta do edifício;
- Lmin – Menor dimensão em planta do edifício;
(medidas nas direções ortogonais)
Quando um edifício tem uma caixa de elevador ou núcleo de escadas, no primeiro nível de
avaliação pretende-se saber se está localizado no centro do edifício. Isso contribui para um
melhor comportamento, pois são elementos de elevada rigidez, essenciais e
condicionantes, para a resistência global do edifício a ações horizontais (Santos, 2011). Na
atribuição de uma classe de vulnerabilidade a este parâmetro, começa-se pela atribuição da
classe inicial A e posteriormente analisa-se se o edifício tem ou não as seguintes fontes de
irregularidade em planta:
60
Capítulo 4 – Avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Cada uma destas fontes de irregularidade vai servir como penalizador da classe inicial, isto
é, a falha de uma delas levará a que a classe diminua um nível, como demonstrado na
Tabela 4-6:
Tabela 4-6 - Definição das classes de vulnerabilidade para o parâmetro P4
Aspetos a avaliar:
• Presença de recuos.
• Descontinuidade do caminho de carga.
• Altura diferente entre pisos.
O seguinte parâmetro faz uma avaliação da variação de massa ou da área entre pisos
consecutivos, propondo-se ainda uma forma de análise mais rigorosa, recorrendo à
avaliação da variação da rigidez em altura. Os edifícios que apresentam uma estrutura em
pórtico ao nível do rés-do-chão introduzem uma irregularidade estrutural em relação aos
pisos superiores. Esta diferença de rigidez e resistência é avaliada também de forma
simplificada pelo critério da variação de área entre pisos consecutivos. Pelo Eurocodigo 8,
um edifício é regular em altura desde que sejam cumpridos os seguintes critérios:
61
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
1. O seu sistema de resistência lateral deverá ser contínuo, desde as fundações até ao
topo do edifício, como exemplificado na Figura 4-8;
Figura 4-9 - Critérios de regularidades dos edifícios com recuos do tipo a) e b). Fonte: (CEN, 2004)
62
Capítulo 4 – Avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
• A estrutura poderá ainda ser regular em altura mesmo que ocorra um recuo
maior que os supracitados 20%, desde que este seja inferior a 50% da dimensão
paralela na base do edifício e esteja situado nos 15% inferiores da altura total
do edifício (acima do nível de aplicação da ação sísmica), assegurando-se
igualmente que a simetria é mantida. Note-se que, neste caso, será necessário
que a estrutura, na zona de projeção vertical da parte superior do edifício acima
do recuo, seja capaz de resistir a pelo menos 75% da força de corte horizontal
que apareceria entre pisos, num edifício idêntico, mas sem o alargamento da
base, como demonstrado na Figura 4-10.
Figura 4-10 - Critérios de regularidades dos edifícios com recuos do tipo c). Fonte: (CEN, 2004)
• Caso ocorram recuos que não preservem a simetria, a soma dos recuos em
todos os pisos não deverá ser maior do que 30% da dimensão em planta do
primeiro piso, sendo que em cada piso o recuo que surja não poderá exceder
10% da dimensão do piso anterior como demonstrado na Figura 4-11.
63
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Figura 4-11 - Critérios de regularidades dos edifícios com recuos do tipo d). Fonte:(CEN, 2004)
64
Capítulo 4 – Avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
65
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Figura 4-12 - Alturas diferentes entre o piso do r/chão e os pisos e vazamento do piso térreo devido ao comércio.
Aspetos a avaliar:
• Edifício com possível formação de mecanismo tipo soft-storey.
66
Capítulo 4 – Avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
extremidades, com efeitos de segunda ordem consideráveis que ditam muitas vezes a sua
rotura e o consequente colapso dos edifícios. Na Figura 4-13 apresenta-se um edifício
colapsado devido à inexistência de paredes de alvenaria por causa das garagens levando á
descontinuidade de rigidez em altura (Marques, 2012). A classificação proposta para este
parâmetro, o qual apresenta apenas com 2 classes de vulnerabilidade, encontra-se
sintetizado na Tabela 4-10.
67
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Aspetos a avaliar:
68
Capítulo 4 – Avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
B Edifício que apresente pilares curtos num dos seus pisos superiores.
Edifício que apresente pilares curtos em vários pisos ou um edifício que apresente um
C
pilares curtos na base do edifício
Edifício apresente mais que um pilar curto em pisos semi-enterrados capazes de criar
D
um mecanismo de piso
Aspetos a avaliar:
• Platibandas.
• Avançados.
Este parâmetro avalia os efeitos dos elementos não estruturais dos edifícios, tal como as
platibandas, avançados e varandas que, em caso de colapso, podem pôr as pessoas em risco
ou agravar o nível de dano nos elementos estruturais (CEN, 2004). A definição das classes
de vulnerabilidade associadas a este parâmetro está expressa na Tabela 4-12.
69
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Uma vez que existe um nível de incerteza associado à escolha da classe de vulnerabilidade
de cada parâmetro na definição do Iv como consequência do modo como foram efetuadas
as inspeções, pelo facto de não se conseguir visualizar nitidamente determinados
elementos, foi estabelecido uma classificação para um grau de confiança, com o intuito de
associar a cada parâmetro avaliado uma medida da fiabilidade da escolha efetuada para a
classe de vulnerabilidade. A Tabela 4-13 apresenta quatro níveis para o grau de confiança
da classificação do parâmetro (E-M-B-A), cuja sigla corresponde à primeira letra de 4
graus de confiança, que permite distinguir o rigor presente na classificação dos vários
parâmetros (Vicente, 2008). De seguida são apresentadas as tabelas referentes a cada
parâmetro e a designação de cada grau de confiança de forma a ter um melhor apoio na
decisão a tomar quando for analisado o edifício.
Grau de
Informação
confiança
70
Capítulo 4 – Avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Grau de
Parâmetro Informação
confiança
Grau de
Parâmetro Informação
confiança
71
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Grau de
Parâmetro Informação
confiança
Grau de
Parâmetro Informação
confiança
72
Capítulo 4 – Avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Grau de
Parâmetro Informação
confiança
Informação de origem direta, se for possível a identificação de todas
as soluções construtivas através da observação visual, consulta de um
E registo geométrico rigoroso (se existente) das suas peças desenhadas,
pormenores e informação escrita referente a tipologia e constituição
das soluções. Informação necessária ao rigoroso cálculo.
Grau de
Parâmetro Informação
confiança
73
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Grau de
Parâmetro Informação
confiança
Grau de
Parâmetro Informação
confiança
Informação de origem direta, isto é, através da observação visual in-
situ por meio de prospecção localizada e desmontagem local ou ainda
E pela consulta do projeto (se existente) das suas peças desenhadas,
pormenores e informação escrita referente aos elementos não
estruturais.
Informação predominantemente deduzida, através da consulta de
P8 – Outros fotografias, consulta de informação direta de construções com
M
elementos elementos não-estruturais semelhantes na vizinhança, conhecimento e
recolha de opiniões técnicas e ainda de informação oral credível.
74
Capítulo 4 – Avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
O modo como um edifício se comporta perante um abalo sísmico depende da sua tipologia
construtiva como diferentes graus de danos podem ser observados para os edifícios de
betão armado. Como se pode verificar na Tabela-4-22, quando um edifício apresenta danos
leves é de classificação D1, enquanto o colapso já é classificado como D5.
Tabela-4-22 - Classificação de danos de edifícios em betão armado. Fonte: (Grünthal, 1998)
D2 – Danos moderados
Danos estruturais ligeiros. Danos não estruturais
moderados. Presença de fendas em colunas, molduras e
paredes estruturais. Fendas em paredes divisórias. Queda de
estuques.
D3 – Danos severos
Danos estruturais moderados. Danos não estruturais graves.
Presença de fendas em colunas, juntas, etc. Descasque do
recobrimento de betão, encurvadura das armaduras
comprimidas. Grandes fissuras em paredes divisórias.
D5 – Colapso
Destruição Colapso total ou parcial da estrutura.
75
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
A maior fonte de incerteza encontra-se na definição e atribuição dos pesos aos parâmetros,
incerteza essa que, apesar de não ter sido tratada matematicamente, foi objeto de uma
análise de sensibilidade. Os parâmetros foram então agrupados por grau de importância, de
forma a facilitar a relativização entre os pesos atribuídos a cada um dos parâmetros
definidos.
76
CAPÍTULO 5
EXPOSIÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Capítulo 5 – Exposição e discussão dos resultados
5.1 Enquadramento
79
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
81
nº de Edifícios
0 3 7
A B C D
Classe de Vulnerabilidade
80
Capítulo 5 – Exposição e discussão dos resultados
5 10
2
A B C D
Classe de Vulnerabilidade
81
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
26
11
0
A B C D
Classe de Vulnerabilidade
82
Capítulo 5 – Exposição e discussão dos resultados
58
nº de Edifícios
17
10 6
A B C D
Classe de Vulnerabilidade
45
39
nº de Edifícios
4 3
A B C D
Classe de Vulnerabilidade
83
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
64
nº de Edifícios
27
0 0
A B C D
Classe de Vulnerabilidade
84
Capítulo 5 – Exposição e discussão dos resultados
63
nº de Edifícios
22
6
0
A B C D
Classe de Vulnerabilidade
39
nº de Edifícios
36
8 8
A B C D
Classe de Vulnerabilidade
85
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
38.73 12.3
A Figura 5-9 apresenta-se um histograma que associa os valores calculados dos índices de
vulnerabilidade, agrupados em intervalos, com a número de edifícios analisados. Verifica-
se que o intervalo entre 30 a 40 é o que apresenta o maior número de edifícios e verifica-se
que cerca de 45.1% dos edifícios possui um Iv acima do valor 40, enquanto cerca de 17.6%
tem um índice de vulnerabilidade acima do valor 50. O valor máximo e mínimo obtido
para o Iv, foi de 75 e 7.5, respetivamente.
35
30
30
25
25
Nº de Edifícios
20
15 12 13
10
6
5 2 2 1 0
0
0 a 10 10 a 20 20 a 30 30 a 40 40 a 50 50 a 60 60 a 70 70 a 80 Superior a
Iv 80
Figura 5-9 - Distribuição dos edifícios analisados pelos intervalos de valores dos índices de vulnerabilidade
86
Capítulo 5 – Exposição e discussão dos resultados
90%
80%
70%
% de Edifícios
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8
Parâmetros
87
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
E 4.00
E- 3.99 – 3.75
M+ 3.24 – 3.01
M 3.00
M- 2.99 – 2.75
B+ 2.34 – 2.01
B 2.00
B- 1.99 – 1.75
A+ 1.24 – 1.01
A 1.0 – 0.00
88
Capítulo 5 – Exposição e discussão dos resultados
P2, P5, P7
3
Nº de parâmetros
P6, P8
2
P1 P3 P4
1
0
A A+ B/A B- B B+ M/B M- M M+ E/M E- E
Grau de confiança médio
A Figura 5-12 expõe o grau de confiança médio na classificação dos edifícios, ou seja,
corresponde à média do grau de confiança atribuído em cada parâmetro na classificação
de um determinado edifício. Verifica-se que os conjuntos mais substanciais de edifícios
possuem um grau de de confiança médio de E/M, com 24 edifícios (cerca de 22%), e M+,
com 23 edifícios (cerca de 21%). Nesta análise verifica-se que existe 5 edifícios com grau
de confiança medio baixo. O Grau de confiança médio de B- apresenta 3 edifícios (cerca
de 3%), enquanto que os graus de confiança médio de B e B+ apresentam 1 edifício cada
(cerca de 1%).
89
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
30
24
25 23
19
20
Nº de edificios
15
10 10
10
5 3
1 1
0 0 0 0 0
0
A A+ B/A B- B B+ M/B M- M M+ E/M E- E
Niveis de Confiança
Figura 5-12 – Distribuição dos edifícios pelo grau de confiança médio associado à respetiva classificação
Edificios
80
70
Índice de vulnerabilidade
60
50
40
30
20
10
0
0 0.25 0.5 0.75 1 1.25 1.5 1.75 2 2.25 2.5 2.75 3 3.25 3.5 3.75
Grau de confiança médio
Figura 5-13 – Relação entre o grau de confiança e o índice de vulnerabilidade atribuído a cada edifício analisado
90
Capítulo 5 – Exposição e discussão dos resultados
Nº de edifícios
Nº de edifícios
8 10
6
8
4 3 6 5
6
4 3
2 1 1 4
2 0 0 2 0
0 0 0
D1 D2 D3 D4 D5 D1 D2 D3 D4 D5 D1 D2 D3 D4 D5
Grau de dano Grau de Dano Grau de Dano
A análise da figura permite-nos verificar que para um cenário com intensidade sísmica
igual ou superior a VIII, os edifícios apresentam um elevado número de grau de dano
91
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Indicador de vulnerabilidade
Tipologia construtiva
VImin V I- V I* V I+ VImax
92
Capítulo 5 – Exposição e discussão dos resultados
Tabela 5-4 - Atribuição da classe de vulnerabilidade às diferentes tipologias construtivas. Fonte: Giovinazzi (2005)
Indicador de vulnerabilidade
Tipologia construtiva
A B C D E F
Estrutura de betão armado sem resistência
sísmica (RC1)
Estrutura de betão armado com moderada
resistência sísmica (RC2)
Estrutura de betão armado com elevada
Betão resistência sísmica (RC3)
armado Paredes de betão armado sem resistência sísmica
(RC4)
Paredes de betão armado com moderada
resistência sísmica (RC5)
Paredes de betão armado com elevada resistência
sísmica (RC6)
Como se apresenta na Equação 5.1, baseada na equação proposta por Vicente (2008), a
partir deste valor do índice de vulnerabilidade, V, é construída a função de vulnerabilidade,
traduzida por uma expressão analítica para o edifício, ou tipologia de edifícios para
diferentes intensidades macrossísmicas, EMS-98 (Grünthal, 1998), com o grau de dano
médio, µD, que assume valores entre 0 e 5.
𝑥 + 𝑏 × 𝑉 − 11.6
𝜇𝐷 = 𝑎 × 1 + tanh (5.1)
𝑄
Este valor de grau de dano médio, µD, depende das variáveis a e b que serão obtidas
através de repetidas calibrações de forma a obter melhores valores da variável x, que
representa a intensidade macrossísmica, da variável V, que é o índice de vulnerabilidade, e
de um coeficiente Q que é referente à ductilidade de uma determinada tipologia estrutural.
Com base no índice de vulnerabilidade, V, é possível calcular as probabilidades de serem
alcançados ou excedidos cada um dos diversos graus de dano propostos na EMS-98 (D1 a
D5) em função da intensidade. O valor de V é obtido através da Equação (5.2), onde d e e
são variáveis dependentes dos valores de Giovinazzi e Lagomarsino para cada tipologia e o
Iv é o índice de vulnerabilidade obtido da análise de cada edifício.
93
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
𝑉 = 𝑑 + 𝐼𝑣 × 𝑒 (5.2)
Da segunda hipótese resultou a Equação (5.4), usando os valores médios do VImin e do VImax
da Tabela 5-3. Para a variável d utilizou-se o maior médio do VImin e para a obtenção do
valor da variável e atribui-se ao V o valor médio do VImax e ao Iv o valor máximo de 100
obtendo assim o valor de 0.0066 para a variável e. Esta hipótese também foi excluída
porque não englobava todos os valores que do índice de vulnerabilidade, VI, presentes na
Tabela 5-3.
94
Capítulo 5 – Exposição e discussão dos resultados
𝐼 + 10.79 × 𝑉 − 11.6
𝜇𝐷 = 2.839 × 1 + tanh (5.6)
5
95
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
5.0
4.0
Grau de dano médio
uD atribuido a cada
edificio
3.0
uD médio obtido pelo
Ivmédio
2.0 uD médio obtido pela
observação
1.0
0.0
5 6 7 8 9 10 11 12
Intensidade
Figura 5-15 - Curva de melhor ajuste aos valores médios de dano avaliados aos edifícios
Tabela 5-5 – Diferença percentual entre o µD médio observado e o µD médio pela expressão
Com a análise do gráfico da Figura 5-16 é de notar que, quando um edifício apresenta um
índice de vulnerabilidade elevado, superior a 51, valor alcançável se o edifício em análise
apresentar problemas estruturais como soft-storey, pilares curtos ou certas irregularidades
estruturas, para uma intensidade macrosísmica de V, este já poderá apresentar um grau de
dano de valor 2 ou 3, o que levará a danos severos no edifício. Já se for sujeito a
intensidades macrosísmicas VIII ou IX, este já poderá apresentar grau de dano de valor 4,
ou até mesmo superior, levando o edifício a apresentar danos muitos graves na sua
estrutura, ou até mesmo ao colapso do edifício. Um edifício que não apresente problemas
96
Capítulo 5 – Exposição e discussão dos resultados
Curvas de Vulnerabilidade
4 Ivmédio = 38,73
Grau de dano médio
3 Iv = 51,08 (Ivmédio
+ Desvio padrão)
Iv = 26,38 (Ivmédio
2 - Desvio padrão)
Iv = 63,43 (Ivmédio
+ 2.Desvio padrão)
1
Iv = 14,03 (Ivmédio
- 2.Desvio padrão)
0
5 6 7 8 9 10 11 12
Intensidade I (EMS-98)
97
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Após a avaliação e análise dos resultados obtidos, é possível retirar algumas conclusões
sobre todo este processo. A análise do índice de vulnerabilidade sísmica permitiu
identificar os parâmetros que mais influenciam o comportamento dos edifícios quando
sujeitos a um sismo, permitindo assim, uma calibração dos pesos de cada parâmetro na
formulação do Iv. Em relação ao grau de confiança médio dos parâmetros, a sua análise
permitiu saber quais os parâmetros que deverão ter um estudo mais detalhado, de modo a
melhorar e controlar a qualidade dos resultados do índice de vulnerabilidade. O
desenvolvimento e calibração de uma expressão de grau de dano médio permitiu obter o
grau de dano do edifício, quando este é sujeito a uma certa intensidade. De forma geral,
quando o edifício apresenta um índice de vulnerabilidade elevado, este estará mais
propenso a sofrer mais danos, mesmo que sujeito a uma intensidade sísmica reduzida.
98
CAPÍTULO 6
CONCLUSÕES E PROPOSTAS DE TRABALHO
FUTURO
Capítulo 6 – Conclusões e propostas de trabalho futuro
101
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Embora os resultados obtidos sejam adequados, estão naturalmente afetados por eventuais
erros e imprecisões associados às suposições admitidas, sendo por isso considerado que é
necessária uma avaliação mais rigorosa e abrangente, de modo a tornar esta metodologia
mais robusta. Será assim necessária uma revisão mais aprofundada para os parâmetros
associados a problemas do solo, com intenção de compreender melhor a interação existente
entre o edifício e o próprio solo de forma a avaliar o seu verdadeiro comportamento numa
eventual ocorrência de um sismo. Já no parâmetro associado à idade da sua construção,
aplicada ao regulamento sísmico da sua época, será também necessária uma avaliação mais
detalhada a partir da consultada dos projetos, ou informação do quarteirão em que este está
inserido.
Apesar disso, esta metodologia foi aplicada com sucesso aos vários edifícios estudados,
fornecendo indicações acerca de quais os edifícios potencialmente mais vulneráveis e que
eventualmente poderão necessitar de alguma intervenção de reforço estrutural, de modo a
cumprirem os critérios de segurança impostos pelas atuais normas sísmicas. Por fim, esta
metodologia pode ser considerada como uma ferramenta base a ser aplicada numa primeira
análise, first level, de um processo de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios de
betão armado sendo que, a sua maior vantagem, passa por ser aplicada mesmo com
limitada utilização de recursos.
102
Capítulo 6 – Conclusões e propostas de trabalho futuro
103
BIBLIOGRAFIA
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111
ANEXO I
FICHAS DE INSPEÇÃO
Anexo I – Fichas de inspeção
INFORMAÇÃO GERAL
1. APRESENTAÇÃO DO EDIFÍCIO
Edifício nº _______________________________________________________________
Morada : ________________________________________________________________
Proprietário : ____________________________________________________________
Inquilino : _______________________________________________________________
Ano de construção: _______________________________________________________
Edifício devoluto: Sim Não
Comercio
Utilização do edifício:
Habitacional
Data da inspeção : ________________________________________________________
Inspetores :
Nome : ________________________________________________________
Email : ________________________________________________________
Nome : ________________________________________________________
Email : ________________________________________________________
2. PREENCHIMENTO
O preenchimento das fichas visa o cálculo do índice de vulnerabilidade sísmica do edifício inspecionado. As
fichas P1 à P8 incidem sobre aspetos do edifício relevantes na avaliação da sua vulnerabilidade,
correspondendo a cada ficha um parâmetro de avaliação. O índice de vulnerabilidade é posteriormente
calculado tendo em conta a análise de cada parâmetro. Para auxilio, no handbook está a descrito o
procedimento de avaliação de cada parâmetro com mais detalhe.
Folha nº
FICHAS DE INSPEÇÃO
1
115
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
3. REGISTO FOTOGRÁFICO
Folha nº
FICHAS DE INSPEÇÃO
2
116
Anexo I – Fichas de inspeção
1.1 - Localização
Construção em aterro
Solo A
Solo B
Solo C
Solo D
Solo E
Notas:
• Solo tipo A – Rocha ou outra formação geológica de tipo rochoso, que inclua, no máximo, 5 metros de
material mais fraco à superfície.
• Solo tipo B – Depósitos de areia muito compacta, de seixo (cascalho) ou de argila muito rija, com uma
espessura de, pelo menos, várias dezenas de metros, caraterizados por um aumento gradual das propriedades
mecânicas com a profundidade.
• Solo tipo C – Depósitos profundos de areia compacta ou medianamente compacta, de seixo (cascalho) ou de
argila rija com uma espessura entre várias dezenas e muitas centenas de metros.
• Solo tipo D - Depósitos de solo não coesivos de compactidade baixa a média (com ou sem alguns estratos de
solos coesivos moles), ou de solos predominantemente coesivos de consistência mole a dura.
• Solo tipo E – Perfil de solo com um estrato aluvionar superficial.
E (Elevado)
M (Médio)
Grau de confiança (EMBA):
B (Baixo)
A (Ausente)
Folha nº
FICHAS DE INSPEÇÃO
3
117
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Gaveto (G)
Isolado (I)
Notas:
Posição do edifício:
E (Elevado)
M (Médio)
Grau de confiança (EMBA):
B (Baixo)
A (Ausente)
Folha nº
FICHAS DE INSPEÇÃO
4
118
Anexo I – Fichas de inspeção
Boa
Moderada
Fraca
Notas:
• Alinhamentos de armadura, espaçamento bem orientado das cintas ou estribos e comprimentos de amarração
de armadura longitudinais;
• Garantir uma boa qualidade de betão e cuidado na aplicação em obra, garantindo assim uma boa capacidade
de resistência, bem como a aderência necessária ás armaduras;
• Boa cintagem, sobretudo nas extremidades das vigas e de pilares, e correta amarração de todos os elementos
estruturais entre si;
• Garantir uma boa de execução das paredes de alvenaria.
E (Elevado)
M (Médio)
Grau de confiança (EMBA):
B (Baixo)
A (Ausente)
Folha nº
FICHAS DE INSPEÇÃO
5
119
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Notas:
λ=Lmax/Lmim ≤4
Com:
Lmax – Maior dimensão em planta do edifício;
Lmin – Menor dimensão em planta do edifício;
(medidas nas direções ortogonais)
Para garantir uma forma compacta em planta, isto é, cada piso deve ser delimitado por uma linha poligonal
convexa (no que respeita à forma estrutural em planta definida pelos vários elementos verticais não contando,
portanto, por exemplo, com varandas em consola, caso estas existam), sendo que, caso existam reentrâncias ou
bordos recuados, estas não deverão afetar a rigidez do piso em planta e a área entre a linha exterior do piso e a
linha poligonal convexa não deverá exceder em 5% da área do piso
E (Elevado)
M (Médio)
Grau de confiança (EMBA):
B (Baixo)
A (Ausente)
Folha nº
FICHAS DE INSPEÇÃO
6
120
Anexo I – Fichas de inspeção
Tipo A
Tipo B
Tipo C
Tipo D
Notas:
Recuo Tipo A e B:
Recuo tipo C:
Recuo tipo D:
E (Elevado)
M (Médio)
Grau de confiança (EMBA):
B (Baixo)
A (Ausente)
Folha nº
FICHAS DE INSPEÇÃO
7
121
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Notas:
Formação de
mecanismo soft-storey
E (Elevado)
M (Médio)
Grau de confiança (EMBA):
B (Baixo)
A (Ausente)
Folha nº
FICHAS DE INSPEÇÃO
8
122
Anexo I – Fichas de inspeção
Notas:
E (Elevado)
M (Médio)
Grau de confiança (EMBA):
B (Baixo)
A (Ausente)
Folha nº
FICHAS DE INSPEÇÃO
9
123
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
Na cobertura
Nas varandas
8.2 - Avançados
Notas:
Tipos de Avançados
E (Elevado)
M (Médio)
Grau de confiança (EMBA):
B (Baixo)
A (Ausente)
Folha nº
FICHAS DE INSPEÇÃO
10
124
Anexo I – Fichas de inspeção
Avaliação do edifício
Grau de
Classe Observações
confiança
Parâmetro P1
Parâmetro P2
Parâmetro P3
Parâmetro P4
Parâmetro P5
Parâmetro P6
Parâmetro P7
Parâmetro P8
Iv Final
Iv Normalizado
Notas:
Folha nº
FICHAS DE INSPEÇÃO
11
125
ANEXO II
CLASSIFICAÇÃO E ÍNDICES DE
VULNERABILIDADE DOS EDIFÍCIOS AVALIADOS
Anexo II – Classificação e índices de vulnerabilidade dos edifícios analisados
Edifícios Grau de
Intensidade Iv Grau de dano confiança
Localidade Código EMBA
Pag04 8 24 3,0 M+
pet07 7 24,5 3,0 M-
pet01-02 7 10,5 2,6 M-
L'Aquila pet04-05-06 7 64 4,8 M-
pet03 7 7,5 2,2 M+
l'aquila comercio 8 33,5 2,6 M+
san gregorio 9 39 4,8 M
Emilia_ed1 7 39,5 1,0 M/B
Emilia_ed2 7 63 1,8 M-
cavezzo_ed1 8 41 5,0 E/M
cavezzo_ed2 8 34 2,2 M+
cavezzo_ed3 8 47,5 4,0 M-
cavezzo_ed4 8 47 5,0 B
cavezzo_ed5 8 38,5 3,2 M+
Bolonha
modena_ed1 7 38,5 2,0 E/M
modena_ed2 7 75 2,0 M+
modena_ed3 7 42,5 1,4 E/M
modena_ed4 7 32,5 1,8 M-
modena_ed5 7 32 2,2 M+
san_possidono_ed1 6 20 1,0 M/B
san_possidono_ed2 6 10 2,0 M
bairro de la vina ed1 7 29 2,6 M-
bairro de la vina ed2 7 38,5 2,4 M/B
Lorca
lorca ed1 7 54,5 1,8 M
lorca ed2 7 40 1,8 M-
photo1 6 59,5 4,0 M+
photo2 5 26 2,8 M
photo3 6 20 3,2 M+
photo5 5 32,5 3,4 M
Fukushima photo6 5 20,5 3,6 E/M
photo8 5 18 3,4 E/M
photo10 5 26 3,2 E/M
photo14 5 24,5 2,6 E/M
photo19 5 26,5 3,4 E/M
photo1 9 47,5 5,0 B-
photo2 9 40,5 5,0 M/B
photo3 9 47,5 4,4 M/B
photo4 9 50,5 4,4 M/B
Turquia photo5 9 52 5,0 M-
photo6 8 38,5 5,0 M-
photo7 8 53,5 5,0 E/M
photo8 8 44 5,0 M
photo9 8 41 3,4 M-
129
Metodologia de avaliação da vulnerabilidade sísmica de edifícios em betão armado
130
Anexo II – Classificação e índices de vulnerabilidade dos edifícios analisados
131