Dissertação Engenharia Civil

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REFORÇO DE ESTRUTURAS DE BETÃO

ARMADO

JOSÉ AUGUSTO OLIVEIRA NOVAIS

Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de


MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL — ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRUTURAS E GEOTECNIA

Orientador: Professor Doutor João Paulo Sousa Costa de Miranda


Guedes

JUNHO DE 2023
MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2022/2023
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Tel. +351-22-508 1901
[email protected]

Editado por

FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO


Rua Dr. Roberto Frias
4200-465 PORTO
Portugal
Tel. +351-22-508 1400
[email protected]
 http://www.fe.up.pt

Reproduções parciais deste documento serão autorizadas na condição que seja


mencionado o Autor e feita referência a Mestrado em Engenharia Civil - 2022/2023 -
Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto,
Porto, Portugal, 2023

As opiniões e informações incluídas neste documento representam unicamente o ponto


de vista do respetivo Autor, não podendo o Editor aceitar qualquer responsabilidade
legal ou outra em relação a erros ou omissões que possam existir.

Este documento foi produzido a partir de versão eletrónica fornecida pelo respetivo
Autor.
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Aos meus Pais, irmãs e amigos


Reforço de Estruturas de Betão Armado
Reforço de Estruturas de Betão Armado

AGRADECIMENTOS
Ao concluir esta etapa, é importante destacar e expressar a minha gratidão a todas as pessoas que
estiveram envolvidas e me apoiaram ao longo destes últimos anos.
Ao Professor Doutor João Paulo Miranda Guedes, orientador da minha dissertação, agradeço pela sua
disponibilidade, apoio, partilha de conhecimentos e informações durante todo o processo. A sua
contribuição foi fundamental para o sucesso desta dissertação.
Aos meus pais e irmãs, agradeço pelo incentivo, motivação e apoio inconstante desde o primeiro dia.
Grande parte deste sucesso devo a eles.
Agradeço à Joana, pela paciência, ajuda, por toda a compreensão e apoio incondicional no decorrer desta
etapa e nos momentos mais complicados, um obrigado especial, com carinho
Aos meus amigos, pela presença constante e por todos os momentos de convívio que partilhamos ao
longo destes anos. Sinto-me profundamente grato por fazerem parte de um número significativo de
pessoas, tornando impossível agradecer individualmente a todos os que aqui se incluem.
A todas as pessoas que fizeram parte do meu percurso na Faculdade de Engenharia da Universidade do
Porto, agradeço por terem tornado esta experiência única e memorável.

i
Reforço de Estruturas de Betão Armado

ii
Reforço de Estruturas de Betão Armado

RESUMO
A intervenção em estruturas existentes tem ganho cada vez mais importância no campo da engenharia
civil devido ao envelhecimento e deterioração das construções ao longo do tempo. Muitas estruturas
alcançaram ou estão próximas de alcançar o seu limite de vida útil, o que demanda uma avaliação e em
alguns casos uma reabilitação do seu comportamento estrutural.
A reabilitação de estruturas pode ser necessária tanto para repor as condições iniciais de segurança da
estrutura quanto para realizar intervenções mais profundas, que visam elevar os níveis de segurança e
adequar a estruturas às novas exigências. Para isso, é essencial ter um conhecimento detalhado da
estrutura existente, incluindo o seu estado de degradação e o seu comportamento estrutural.
O projeto de reabilitação de estruturas de betão armado apresenta particularidades especificas devido ao
seu objetivo. É preciso desenvolver uma metodologia adequada para abordar cada projeto de
reabilitação, levando em consideração os materiais existentes, as patologias identificadas e as técnicas
de intervenção disponíveis.
Uma vez identificadas as necessidades de intervenção, existem diversas técnicas de reforço que podem
ser aplicadas. Estas incluem a adição de chapa metálicas, o uso de FRPs, o encamisamento do elemento
estrutural, utilização de um sistema de pré-esforço externo e outras soluções estruturais. A escolha da
técnica adequada depende das características especificas do projeto, da eficácia e da durabilidade
esperadas e da compatibilidade com os materiais existentes.
A presente dissertação tem como objetivo o estudo do reforço de uma viga de betão armado através da
adição de uma chapa metálica na face inferior, imposta pela necessidade de aumentar a sua capacidade
de carga, face à sua capacidade original. Para tal, a viga, original e reforçada, foi modelada com
elementos em estado plano de tensão e leis de comportamento material não linear, utilizando o software
comercial SAP2000. Foi estudado o efeito do reforço no estado de tensão dos materiais e na deformação
e fendilhação da viga. Também foi analisado a influência do comprimento da chapa metálica de reforço
nos parâmetros anteriores. Para além das análises referidas, foi também investigado a influência da
rigidez das resinas de colagem no comportamento da viga reforçada.

PALAVRAS-CHAVE: reabilitação, chapa, viga, betão, tensões.

iii
Reforço de Estruturas de Betão Armado

iv
Reforço de Estruturas de Betão Armado

ABSTRACT
The intervention in existing structures has gained increasing importance in the field of civil engineering
due to the aging and deterioration of buildings over time. Many structures have reached or are nearing
their limit of service life, which requires an evaluation and, in some cases, rehabilitation of their
structural behaviour.
The rehabilitation of structures may be necessary to restore the initial safety conditions of the structure
or to perform more extensive interventions that aim to enhance the levels of safety and adapt the
structures to new requirements. For this purpose, it is essential to have a detailed knowledge of the
existing structure, including its state of deterioration and its structural behaviour.
The design of rehabilitation projects for reinforced concrete structures presents specific challenges due
to its objectives. It is necessary to develop an appropriate methodology to address each rehabilitation
project, taking into account the existing materials, identified pathologies, and available intervention
techniques.
Once the intervention needs have been identified, there are various reinforcement techniques that can
be applied. These include the addition of metal plates, the use of fibre-reinforced polymers (FRPs), the
jacketing of structural elements, the implementation of an external prestressing system, and other
structural solutions. The choice of the appropriate technique depends on the specific characteristics of
the project, the expected effectiveness and durability, and the compatibility with the existing materials.
The present dissertation aims studying the strengthening of a reinforced concrete beam by adding a
metal plate at the bottom face, driven by the need to increase its original load capacity. To achieve this,
the original and reinforced beam were modelled with plane stress elements and nonlinear material
behaviour laws, using the commercial software SAP2000. The effect of metal plate on the stress state
of the materials and on the beam deformation and cracking were studied. It was also analysed the
influence of the length of the reinforcing metal plate on the aforementioned parameters. In addition, the
influence of the stiffness of the bonding resins on the behaviour of the reinforced beam was also
investigated.

KEYWORDS: rehabilitation, plate, beam, concrete, stresses.

v
Reforço de Estruturas de Betão Armado

vi
Reforço de Estruturas de Betão Armado

ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS ...........................................................................................................................i
RESUMO ..........................................................................................................................iii
ABSTRACT .......................................................................................................................................v

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
1.1. OBJETIVOS DE ESTUDO ......................................................................................................... 1
1.2. ENQUADRAMENTO GERAL ..................................................................................................... 2
1.3. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO .............................................................................................. 2

2. AVALIAÇÃO DE ESTRUTURAS EXISTENTES ....................... 5


2.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 5
2.2. PROJETO DE INTERVENÇÃO ................................................................................................... 5
2.2.1. Inspeção ................................................................................................................................ 6

2.2.2. Diagnóstico ............................................................................................................................ 6

2.2.3. Intervenção ............................................................................................................................ 6


2.3. FATORES QUE LEVAM A ESTRUTURA A PERDER DESEMPENHO ........................................... 6
2.3.1. Alteração do Tipo de Uso ...................................................................................................... 7

2.3.2. Degradação dos materiais .................................................................................................... 7

2.3.2.1. Degradação do aço ............................................................................................................ 7

2.3.2.2. Degradação do betão ......................................................................................................... 8


2.4. AVALIAÇÃO ESTRUTURAL ...................................................................................................... 9
2.4.1. Avaliação Segundo o Eurocódigo 2 ...................................................................................... 9

2.4.2. Avaliação Segundo o ACI 562M ......................................................................................... 10


2.5. ETAPAS DE UMA INTERVENÇÃO ........................................................................................... 10
2.6. TÉCNICAS DE REFORÇO ....................................................................................................... 11

3. VERIFICAÇÕES REGULAMENTARES .......................................... 15


3.1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 15
3.2. CARGAS ................................................................................................................................ 15
3.2.1. Cargas Permanentes .......................................................................................................... 15

vii
Reforço de Estruturas de Betão Armado

3.2.2. Cargas Variáveis ................................................................................................................. 16


3.3. ESTADO LIMITE ..................................................................................................................... 17
3.3.1. Estado Limite Último ........................................................................................................... 17

3.3.2. Estado Limite Serviço .......................................................................................................... 18


3.3.2.1. Combinação quase-permanente ...................................................................................... 18

3.3.2.2. Fendilhação ...................................................................................................................... 19

3.3.2.3. Deformação ...................................................................................................................... 21

4. DIMENSIONAMENTO DA CHAPA METÁLICA....................... 23


4.1. OBJETIVOS DE ESTUDO ........................................................................................................ 23
4.2. LEIS DE COMPORTAMENTO .................................................................................................. 23
4.2.1. Betão ................................................................................................................................... 23
4.2.2. Aço ...................................................................................................................................... 25

4.3. MOMENTOS FLETORES ......................................................................................................... 25


4.3.1. Momentos fletores de cálculo ............................................................................................. 25
4.3.2. Momentos fletores resistentes ............................................................................................ 26

4.4. CHAPA METÁLICA ................................................................................................................. 29


4.5. PROCEDIMENTO .................................................................................................................... 30
4.6. SECÇÕES EM ESTUDO .......................................................................................................... 31
4.6.1. Secção C25/30_ ϕ20 ........................................................................................................... 31

4.6.2. Secção C25/30_ϕ16 ............................................................................................................ 32

4.6.4. Secção C30/37_ϕ20 ............................................................................................................ 34

5. MODELAÇÃO NUMÉRICA ......................................................................... 35


5.1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 35
5.2. PROGRAMA DE CÁLCULO ..................................................................................................... 35
5.3. MODELAÇÃO ......................................................................................................................... 36
5.3.1. Análise Não Linear .............................................................................................................. 36

5.3.2. Materiais .............................................................................................................................. 36

5.3.2.1. Betão ................................................................................................................................ 36

5.3.2.2. Aço das Armaduras .......................................................................................................... 38

5.3.2.3. Resina ............................................................................................................................... 38

viii
Reforço de Estruturas de Betão Armado

5.3.2.4. Aço da Chapa Metálica .................................................................................................... 38


5.3.3. Geometria ............................................................................................................................ 39

5.3.3.1. Secção C25/30_ ϕ20 ........................................................................................................ 40

5.3.3.2. Secção C25/30_ϕ16 ......................................................................................................... 41


5.3.3.4. Secção C30/37_ϕ20 ......................................................................................................... 41

5.3.4. Condições de Fronteira ....................................................................................................... 41

5.3.5. Malha ................................................................................................................................... 41


5.3.5.1. Betão na Zona Central ..................................................................................................... 42

5.3.5.2. Armaduras e Betão de Recobrimento .............................................................................. 42

5.3.5.3. Chapa e Resina ................................................................................................................ 42

5.3.6. Cargas Aplicadas ................................................................................................................ 42

5.3.6.1. Secção C25/30_ ϕ20 ........................................................................................................ 43

5.3.6.2. Secção C25/30_ϕ16 ......................................................................................................... 43


5.3.6.3. Secção C30/37_ϕ20 ......................................................................................................... 44

6. RESULTADOS ........................................................................................................ 45
6.1. ENQUADRAMENTO ................................................................................................................ 45
6.2. MAPAS ................................................................................................................................... 46
6.3. SECÇÃO C25/30_ Φ20 ......................................................................................................... 51
6.3.1. Tensões ............................................................................................................................... 51

6.3.1.1. Armadura de Tração ........................................................................................................ 51

6.3.1.2. Chapa Metálica ................................................................................................................ 53

6.3.1.3. Resina .............................................................................................................................. 53

6.3.1.4. Resina e Chapa ................................................................................................................ 55

6.3.1.5. Armadura de Tração e Chapa .......................................................................................... 56

6.3.2. Deformação ......................................................................................................................... 58

6.3.3. Fendilhação ......................................................................................................................... 59


6.4. SECÇÃO C25/30_Φ16.......................................................................................................... 60
6.4.1. Tensões ............................................................................................................................... 60

6.4.1.1. Armadura de Tração ........................................................................................................ 60


6.4.1.2. Chapa Metálica ................................................................................................................ 62

6.4.1.3. Resina .............................................................................................................................. 62

6.4.1.4. Resina e Chapa ................................................................................................................ 64

ix
Reforço de Estruturas de Betão Armado

6.4.1.5. Armadura de Tração e Chapa .......................................................................................... 65


6.4.2. Deformação ......................................................................................................................... 67

6.4.3. Fendilhação ......................................................................................................................... 68


6.5. SECÇÃO C30/37_Φ20.......................................................................................................... 69
6.5.1. Tensões ............................................................................................................................... 69

6.5.1.1. Armadura de Tração ........................................................................................................ 70

6.5.1.2. Chapa Metálica ................................................................................................................ 70


6.5.1.3. Resina .............................................................................................................................. 71

6.5.1.4. Resina e Chapa ................................................................................................................ 72

6.5.1.5. Armadura de Tração e Chapa .......................................................................................... 73

6.5.2. Deformação ......................................................................................................................... 75

6.5.3. Fendilhação ......................................................................................................................... 76

6.6. VARIAÇÃO DA RESINA .......................................................................................................... 77

7. CONCLUSÃO.......................................................................................................... 81
7.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 81
7.2. TRABALHOS FUTUROS.......................................................................................................... 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 85

x
Reforço de Estruturas de Betão Armado

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Fendilhação e delaminação (Costa, 2012) ........................................................................... 8


Figura 2 - Exemplo de reforço de uma viga através da adição de elementos metálicos (Varum, H., &
Guedes, J., 2022) .................................................................................................................................. 12

Figura 3 - Reforço à flexão (Appleton & Gomes, 1997) ....................................................................... 13

Figura 4 - Reforço ao corte (Appleton & Gomes, 1997). ...................................................................... 13


Figura 5 - Tipos de utilização (Instituto Português da Qualidade, 2009) ............................................. 16

Figura 6 - Valores de sobrecargas ((Instituto Português da Qualidade, 2009) .................................... 17

Figura 7- Coeficientes de segurança (NP EN 1990:2009,2009) .......................................................... 18

Figura 8- Valores dos coeficientes de combinação das ações variáveis (NP EN 1990: 2009) ........... 19

Figura 9 - Valores recomendados para a abertura de fendas (LNEC, 2010) ...................................... 21

Figura 10 - Valores do coeficiente K (LNEC, 2010) ............................................................................. 22


Figura 11 - Diagrama parábola-retângulo (LNEC, 2010) ..................................................................... 24

Figura 12 - Características do betão (LNEC, 2010) ............................................................................. 24

Figura 13 - Possíveis diagramas de tensões-extensões do aço (LNEC,2010) ................................... 25


Figura 14 - Diagramas tipo de uma secção reforçada com uma chapa metálica (LNEC, 2010) ......... 26

Figura 15 - Gráfico χ1 ........................................................................................................................... 27

Figura 16 - Gráfico χ2 ........................................................................................................................... 29

Figura 17 - Secção C25/30_ ϕ20.......................................................................................................... 31

Figura 18 - Secção C25/30_ϕ16........................................................................................................... 33

Figura 19 - Diagrama tensões-extensões C25/30 retirado do SAP2000 ............................................. 37


Figura 20 - Diagrama tensões-extensões C30/37 obtido no SAP2000 ............................................... 37

Figura 21 - Diagrama tensões-extensões A400 obtido no SAP2000................................................... 38

Figura 22 - Diagrama tensões-extensões A235 obtido no SAP2000................................................... 39


Figura 23 - Modelação da viga sem reforço ......................................................................................... 40

Figura 24 - Detalhe da modelação da viga com reforço em todo o seu comprimento ........................ 40

Figura 25 - Condições de fronteira ....................................................................................................... 41


Figura 26 - Malha do betão na zona central ......................................................................................... 42

Figura 27 - Malha do betão de recobrimento e das armaduras ........................................................... 42

Figura 28 - Direções das tensões......................................................................................................... 45


Figura 29 - Mapa das tensões S11 no betão ....................................................................................... 46

Figura 30 - Mapa das extensões E11 no betão ................................................................................... 46

xi
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Figura 31 - Mapa de tensões S11 nas armaduras ............................................................................... 47


Figura 32 - Mapa das extensões E11 nas armaduras ......................................................................... 47

Figura 33 – Mapa de tensões S11 na resina ....................................................................................... 47

Figura 34 - Mapa das extensões E11 na resina ................................................................................... 48


Figura 35 - Mapa de tensões S11 na chapa metálica .......................................................................... 48

Figura 36 - Mapa das extensões E11 na chapa metálica .................................................................... 48

Figura 37 - Mapa das tensões S11 no betão sem reforço ................................................................... 49


Figura 38 - Mapa das extensões E11 no betão sem reforço ............................................................... 49

Figura 39 – Mapa das tensões S11 no betão com 5,0 metros de chapa ............................................ 50

Figura 40 - Mapa das extensões E11 no betão com 5,0 metros de chapa ......................................... 50

Figura 41 - Mapa das tensões S11 no betão com 2,5 metros de chapa ............................................. 50

Figura 42 - Mapa das extensões E11 no betão com 2,5 metros de chapa ......................................... 51

Figura 43 - Localização dos pontos de analise das tensões ............................................................... 51


Figura 44 - Gráfico das tensões S11 na armadura de tração para a secção C25/30_ ϕ20 ................ 52

Figura 45 - Gráfico das tensões S11 na armadura de tração em função do comprimento da chapa de
reforço para a secção C25/30_ ϕ20 ...................................................................................................... 52
Figura 46 - Gráfico das tensões S11 na chapa metálica para a secção C25/30_ ϕ20 ........................ 53

Figura 47 - Gráfico das tensões S11 na resina para a secção C25/30_ ϕ20 ...................................... 54

Figura 48 - Gráfico das tensões S22 na resina para a secção C25/30_ ϕ20 ...................................... 54

Figura 49 - Gráfico das tensões S12 (corte) na resina para a secção C25/30_ ϕ20 ........................... 55

Figura 50 - Gráfico das tensões S11 na chapa e na resina para a secção C25/30_ ϕ20 e diferentes
comprimentos da chapa ........................................................................................................................ 56
Figura 51 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C25/30_ ϕ20 com 5 metros
de chapa ................................................................................................................................................ 56
Figura 52 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C25/30_ ϕ20 com 2,5
metros de chapa .................................................................................................................................... 57

Figura 53 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C25/30_ ϕ20 com 3,3 m
de comprimento de chapa ..................................................................................................................... 57

Figura 54 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C25/30_ ϕ20 com 4,0 m
de comprimento de chapa ..................................................................................................................... 58

Figura 55 - Gráfico das tensões S11 na armadura de tração para a secção C25/30_ ϕ16 ................ 61
Figura 56 - Gráfico das tensões S11 na armadura de tração em função do comprimento da chapa de
reforço para a secção C25/30_ ϕ216 .................................................................................................... 61

Figura 57 - Gráfico das tensões S11 na chapa metálica para a secção C25/30_ ϕ16 ........................ 62
Figura 58 - Gráfico das tensões S11 na resina para a secção C25/30_ ϕ16 ...................................... 63

xii
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Figura 59 - Gráfico das tensões S22 na resina para a secção C25/30_ ϕ16 ...................................... 63
Figura 60 - Gráfico das tensões S12 (corte) na resina para a secção C25/30_ ϕ16 ........................... 64

Figura 61 - Gráfico das tensões S11 na chapa e na resina para a secção C25/30_ ϕ16 e diferentes
comprimentos da chapa ........................................................................................................................ 65
Figura 62 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C25/30_ ϕ16 com 5,0
metros de chapa .................................................................................................................................... 65
Figura 63 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C25/30_ ϕ16 com 2,5
metros de chapa .................................................................................................................................... 66

Figura 64 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C25/30_ ϕ16 com 3,3 m
de comprimento de chapa ..................................................................................................................... 67

Figura 65 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C25/30_ ϕ16 com 4,0 m
de comprimento de chapa ..................................................................................................................... 67

Figura 66 - Gráfico das tensões S11 na armadura de tração para a secção C30/37_ ϕ20 ................ 70

Figura 67 - Gráfico das tensões S11 na armadura de tração em função do comprimento da chapa de
reforço para a secção C30/37_ ϕ20 ...................................................................................................... 70

Figura 68 - Gráfico das tensões S11 na chapa metálica para a secção C30/37_ ϕ20 ........................ 71
Figura 69 - Gráfico das tensões S11 na resina para a secção C30/37_ ϕ20 ...................................... 71

Figura 70 - Gráfico das tensões S22 na resina para a secção C30/37_ ϕ20 ...................................... 72

Figura 71 - Gráfico das tensões S12 (corte) na resina para a secção C30/37_ ϕ20 ........................... 72

Figura 72 - Gráfico das tensões S11 na chapa e na resina para a secção C30/37_ ϕ20 e diferentes
comprimentos da chapa ........................................................................................................................ 73
Figura 73 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C30/37_ ϕ20 com 5,0
metros de chapa .................................................................................................................................... 73

Figura 74 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C30/37_ ϕ20 com 2,5
metros de chapa .................................................................................................................................... 74
Figura 75 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C30/37_ ϕ20 com 3,3 m
de comprimento de chapa ..................................................................................................................... 74
Figura 76 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C30/37_ ϕ20 com 4,0 m
de comprimento de chapa ..................................................................................................................... 75

Figura 77 - Gráfico das tensões S11 na resina em função da variação da sua rigidez material ......... 77

Figura 78 - Gráfico das tensões S22 na resina em função da variação da rigidez material................ 78
Figura 79 - Gráfico das tensões S12 na resina em função da variação da rigidez material................ 78

Figura 80 - Gráfico das extensões E11 no betão de recobrimento inferior em função da variação da
rigidez da resina .................................................................................................................................... 79
Figura 81 - Gráfico das extensões E11 na chapa metálica em função da variação da rigidez da resina
............................................................................................................................................................... 79

xiii
Reforço de Estruturas de Betão Armado

ÍNDICE DE QUADROS (OU TABELAS)

Tabela 1 - Etapas a seguir numa intervenção (Cruz, 2016) ................................................................. 10

Tabela 2 - Momento resistente e extensões da Secção C25/30_ ϕ20 ................................................. 32


Tabela 3 - Novo momento resistente da Secção C25/30_ ϕ20 ............................................................ 32

Tabela 4 - Dimensões da chapa metálica da Secção C25/30_ ϕ20 ..................................................... 32

Tabela 5 - Momento resistente e extensões da secção C25/30_ϕ16 .................................................. 33


Tabela 6 - Novo momento resistente da secção C25/30_ϕ16 ............................................................. 33

Tabela 7 - Dimensões da chapa metálica da secção C25/30_ϕ16 ...................................................... 33

Tabela 8 – Momento resistente e extensões da secção C30/37_ϕ20.................................................. 34

Tabela 9 - Novo momento resistente da secção C30/37_ϕ20 ............................................................. 34

Tabela 10 - Dimensões da chapa metálica da secção C30/37_ϕ20 .................................................... 34

Tabela 11 - Valores tensões-extensões C25/30................................................................................... 36


Tabela 12 - Valores tensões-extensões C30/37................................................................................... 37

Tabela 13 - Valores tensões-extensões A400 ...................................................................................... 38

Tabela 14 - Valores tensões-extensões A235 ...................................................................................... 39


Tabela 15 - Flecha da secção C25/30_ϕ20 .......................................................................................... 58

Tabela 16 - Flecha da secção C25/30_ϕ20 para diferentes comprimentos de chapa ......................... 59

Tabela 17 - Extensões da secção C25/30_ϕ20 .................................................................................... 59

Tabela 18 - Extensão da secção C25/30_ϕ20 para diferentes comprimentos de chapa ..................... 59

Tabela 19 - Flecha da secção C25/30_ϕ16 .......................................................................................... 68

Tabela 20 - Flecha da secção C25/30_ϕ16 para diferentes comprimentos de chapa ......................... 68


Tabela 21 - Extensões da secção C25/30_ϕ16 .................................................................................... 69

Tabela 22 - Extensão da secção C25/30_ϕ16 para diferentes comprimentos de chapa ..................... 69

Tabela 23 - Flecha da secção C30/37_ϕ20 .......................................................................................... 75

Tabela 24 - Flecha da secção C30/37_ϕ20 para diferentes comprimentos de chapa ......................... 76

Tabela 25 - Extensões da secção C30/37_ϕ20 .................................................................................... 76

Tabela 26 - Extensão da secção C30/37_ϕ20 para diferentes comprimentos de chapa ..................... 76

xiv
Reforço de Estruturas de Betão Armado

SÍMBOLOS, ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS

Letras latinas
𝐴𝑐,𝑒𝑓𝑓 - Área da secção efetiva de betão tracionado.
𝐴′ 𝑝 - Área da secção transversal de armaduras pré ou pós tensionadas.

𝐴𝑠 - Área da armadura de tração.

𝐴′𝑠 - Área da armadura de compressão.


𝐴𝑠𝑟 - Área da chapa metálica;

b – Largura do elemento.

c - Recobrimento nominal;

d - Altura útil da secção transversal.

E - Módulo de Elasticidade.

𝐸𝑑 - Valor de cálculo do esforço atuante na estrutura.


𝐸𝑠 - Módulo de elasticidade do aço.

𝐸𝑠𝑟 - Módulo de elasticidade do aço da chapa metálica.

e - Espessura da chapa metálica.


𝐹 𝑚𝑎𝑥 – Força atuante máxima no Sistema aço/resina/betão.

𝐹𝑐 - Força resultante de compressão no betão.

𝐹𝑠 - Força de tração.
𝐹𝑠𝑟 – Força na chapa

𝐹′𝑠 - Força de compressão do aço

𝑓𝑐𝑑 - Valor de cálculo da resistência à compressão do betão.


𝑓𝑐𝑡,𝑒𝑓𝑓 - Valor médio da resistência do betão à tração.

𝑓𝑐𝑘 - Valor característico da tensão de rotura à compressão do betão.


𝑓𝑠𝑦𝑑 - Valor de cálculo da resistência à tração do aço.
𝑓𝑠𝑦𝑑,𝑟 - Valor de cálculo da resistência à tração da chapa metálica.

𝑓𝑠𝑦𝑘 - Valor característico da tensão de rotura à tração do aço;

𝐺𝑘 - Ações permanentes.
ℎ - Altura da secção.

K - Coeficiente que leva em consideração os vários sistemas estruturais.

𝑘1 - Coeficiente que considera as características de aderência das armaduras.


𝑘2 - Coeficiente que considera a distribuição das extensões.

𝑘𝑡 - Coeficiente tendo em conta a duração do carregamento.

xv
Reforço de Estruturas de Betão Armado

L - Largura da chapa metálica.


l - Comprimento da viga

𝑀𝑟𝑑 - Momento fletor resistente de cálculo

𝑀𝑠𝑑 - Momento fletor resistente.

n - Expoente.
𝑃𝑐𝑞𝑝 - Carga atuante na combinação quase-permanente;

𝑃𝑒𝑑 – Carga atuante na combinação Estado Limite Último.


𝑄𝑘 - Ações variáveis.

r - Comprimento do betão de recobrimento na zona tracionada.


𝑟 ′ - Comprimento do betão de recobrimento na zona comprimida.
𝑅𝑑 - Valor de cálculo do esforço resistente na estrutura.

S11 – Tensões na direção horizontal.

S22 – Tensões na direção vertical


S12- Tensões de corte
𝑆𝑟,𝑚𝑎𝑥 - Distância máxima entre fendas.

𝑥 - Posição do eixo neutro.


𝑧𝑐 - Distância entre a força resultante de compressão no betão e a armadura de tração;

𝑧′𝑠 - Distância entre a armadura de compressão e a armadura de tração.

𝑧𝑠𝑟 - Distância entre a chapa metálica e o aço de tração;

Letras gregas
𝛼𝑒 : relação entre o módulo de elasticidade do aço e o módulo de elasticidade secante do betão;

𝛾𝑐 - Coeficiente de minoração da resistência do betão

𝛾𝐺 - Coeficiente de majoração das ações permanentes;


𝛾𝑄 - Coeficiente de majoração das ações variáveis;

𝛾𝑠 - Coeficiente de minoração da resistência do aço.

ε – Deformação/Extensão.

𝜀𝑐 - Extensão comprimida do betão.


𝜀𝑐2 - Extensão ao ser atingida a resistência máxima.

𝜀𝑐𝑢2 - Extensão última.

𝜀𝑠 - Extensão no aço de tração


𝜀 ′ 𝑠 - Extensão no aço de compressão.

𝜀𝑠𝑚 - Extensão média do aço;

xvi
Reforço de Estruturas de Betão Armado

𝜀𝑠𝑟 - Extensão na chapa metálica


𝜀𝑐𝑚 - Extensão média do betão entre fendas.

𝜀𝑢𝑑 - Extensão limite de cálculo.

𝜉: relação entre as resistências de aderência das armaduras de pré-esforço e betão armado;


𝜉1 : coeficiente corrigido da resistência de aderência;

𝜌: taxa de armaduras de tração.

𝜌0 : taxa de armaduras de referência.


𝜌’: taxa de armaduras de compressão.

σ – Tensão.
𝜎𝑐 - Tensão de compressão no betão;
𝜎𝑠 : tensão no aço de tração;

𝜏 - Tensão de aderência na ligação.

𝜙- Diâmetro dos varões;


𝜙𝑝 : diâmetro equivalente das armaduras de pré-esforço.

𝜙𝑠 : diâmetro máximo dos varões das armaduras de betão armado;

𝜒2 - Coeficiente associado ao diagrama parábola-retângulo para a determinação da posição da força


de compressão no betão.

𝜒1 - Coeficiente utilizada na determinação da força de compressão no betão, proveniente do diagrama


parábola-retângulo.
𝛹2 – Coeficiente representativo das ações variáveis para a combinação quase-permanente.

ACI – American Concrete Institute

DEC - Departamento de Engenharia Civil

EC0 – EuroCódigo 0
EC1 – EuroCódigo 1

EC2 – EuroCódigo 2

Fig – Figura.
LNEC - Laboratório Nacional de Engenharia Civil

NP EN - Norma Europeia

pH - Potencial Hidrogénico
Tab - Tabela

xvii
Reforço de Estruturas de Betão Armado

xviii
Reforço de Estruturas de Betão Armado

1.
INTRODUÇÃO

1.1. OBJETIVOS DE ESTUDO


A reposição da capacidade resistente de elementos estruturais degradados, ou simplesmente o aumento
da sua capacidade resistente para além do preconizado no projeto original, são temas de grande
atualidade no mundo da engenharia civil. Elementos estruturais, como por exemplo vigas, pilares e lajes
de betão armado, podem sofrer danos e deterioração com o tempo devido a diversos fatores, como ações
ambientais, cargas excessivas e erros de projeto ou execução. Para além disso, novos usos podem
implicar cargas atuantes regulamentares mais elevadas. Como resultado, é necessário intervir nesses
elementos para garantir a segurança e a durabilidade das construções.
Um projeto de intervenção numa estrutura existente exige uma abordagem diferente relativamente à
seguida num projeto de uma estrutura nova. Ao ter como objetivo intervir numa estrutura que já tem
presença física, é necessário ter em conta a geometria, os materiais e as patologias que apresenta, através
de procedimentos adequados de levantamento das suas características e estado de conservação. Esses
dados permitem determinar, entre outros aspetos, quais os elementos que necessitam de intervenção,
escolher a técnica mais adequada e a forma de como deverá será implementada. O facto de cada
construção ter particularidades únicos, que a distinguem das demais, faz com que as técnicas de
intervenção tenham de ser devidamente adaptadas.
Existem diversas técnicas de reforço de estruturas de betão armado disponíveis, e que podem incluir a
adição de chapas ou perfis de aço, ou ainda de materiais compósitos (e.g. fibras de vidro ou de carbono
envoltas numa matriz polimérica), o aumento localizado das secções transversais do elemento, entre
outras. No entanto, é importante considerar a eficácia e a durabilidade dessas técnicas em diferentes
situações, bem como a interação com os materiais existentes e a exequibilidade da sua implementação.
A presente dissertação visa a análise do comportamento de uma viga de betão armado, reforçada com a
colagem de chapas metálicas na base de forma a responder a uma alteração de uso que resulta num
aumento da carga atuante na peça. Para este estudo, foi utilizado uma folha de cálculo automático para
dimensionar a chapa metálica de reforço. De seguida, a viga foi modelada em estado plano de tensão
em SAP2000, sem e com reforço, e considerando o comportamento não linear material no betão e do
aço, para analisar o impacto do reforço nas tensões, deformações, fendilhação e comportamento
estrutural geral da viga. Para além disso, também foi analisado a influência da rigidez da resina e do
comprimento da chapa metálica em relação ao comprimento total da viga a reforçar, assim como da
quantidade de aço e da classe de resistência de betão utilizado.

1
Reforço de Estruturas de Betão Armado

1.2. ENQUADRAMENTO GERAL


O tempo de vida útil de uma estrutura de betão armado é influenciado por diversos fatores, como as
condições ambientais, a exposição à água, a substâncias químicas e ao desgaste mecânico. Embora a
vida útil de uma estrutura de betão armado possa variar significativamente, as estruturas correntes são
projetadas para uma vida útil mínima de 50 anos, pressupondo-se que haja uma manutenção adequada.
No entanto, algumas vezes as estruturas apresentam anomalias que podem levar a problemas estruturais
prematuros e a uma vida útil mais curta do que o previsto. Para garantir uma vida útil “longa” da
estrutura, é importante executar ações regulares de inspeção e manutenção. A falta de manutenção pode
levar ao desenvolvimento de patologias graves nos elementos estruturais. Além disso, deve-se levar em
conta a possibilidade de ocorrerem alterações futuras no uso da estrutura, que podem afetar a sua
capacidade de suporte e durabilidade, sendo nesses casos necessários dimensionar reforços estruturais.
Em resumo, a vida útil de uma estrutura de betão armado depende de muitos fatores e pode ser estendida
por meio de uma manutenção adequada, e eventual reforço para atender às demandas futuras.
A partir da década de 60, a maioria das estruturas construídas em Portugal utilizaram betão armado. As
qualidades mecânicas deste material, como a resistência à compressão, e a facilidade de aplicação em
obra fizeram com que o betão armado fosse amplamente utilizado e considerado um “material perfeito”.
Desde então, o betão armado tem sido amplamente utilizado em projetos de construção em Portugal,
desde pequenos edifícios a grandes infraestruturas. A sua popularidade foi impulsionada pela evolução
da tecnologia de construção e pelo aumento das exigências estruturais, levando à criação de normas
técnicas rigorosas para a sua aplicação.
No entanto, assim como outros materiais, o betão armado também envelhece e precisa ser mantido ao
longo da vida útil da estrutura. Porque a qualidade do betão armado produzido nem sempre foi uniforme,
ou seguiu o que hoje se entendem como sendo as boas regras desta arte, e porque existiu uma menor
preocupação no passado com a durabilidade das estruturas, hoje vemos um aumento de estruturas
deterioradas que prejudicam a aparência, segurança e funcionalidade dos edifícios, exigindo reparações,
reabilitação e reforço para atender às exigências atuais, ou previstas de mudança de uso.
Pare além disto, a existência atual de inúmeras estruturas que já ultrapassaram a vida útil estimada, faz
com que seja necessário intervir em estruturas de betão armado.

1.3. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO


A presente dissertação está dividida em 7 capítulos. O capítulo atual tem como objetivo fazer uma breve
introdução ao tema que será apresentado ao longo desta dissertação.
O segundo capítulo abordada a avaliação de estruturas existentes. São apresentados os diversos fatores
que podem levar à necessidade de intervenção em estruturas, bem como as etapas recomendadas para a
realização de uma intervenção adequada. Em relação aos fatores, refere-se a deterioração dos materiais,
as falhas construtivas, as mudanças no uso da estrutura e a necessidade de prolongamento da sua vida
útil.
O terceiro capítulo analisa verificações regulamentares segundo o código. Aborda verificações
necessárias de executar para garantir a segurança e a durabilidade da estrutura.
O quarto capítulo apresenta as expressões utilizadas, e inseridas numa folha de cálculo, que permitem
dimensionar a chapa de reforço e também o dimensionamento efetuado.

2
Reforço de Estruturas de Betão Armado

O quinto capítulo descreve a modelação da viga em SAP2000. São especificados diversos aspetos, tais
como a geometria da viga, as cargas aplicadas e as malhas consideradas no programa.
O sexto capítulo apresenta e discute os valores obtidos a partir da modelação realizada. Para as diferentes
secções estudadas, são apresentadas as tensões, deformações e abertura de fendas.
Por último, o sétimo capítulo apresenta as conclusões finais, em particular, discute o impacto da
utilização de chapas metálicas para controlar a deformação e a fendilhação. Para além disso, também
analisa a influência do comprimento da chapa metálica no comportamento da viga de betão armado.

3
Reforço de Estruturas de Betão Armado

4
Reforço de Estruturas de Betão Armado

2.
Avaliação de estruturas existentes

2.1. INTRODUÇÃO
A intervenção numa construção existente é um campo que requer uma abordagem distinta da construção
nova, para além de um conhecimento aprofundado do comportamento dos materiais e das estruturas nas
suas diversas tipologias. Para executar uma intervenção deste tipo, é necessário ter em conta certos
princípios que devem reger a tomada de decisão na intervenção. O primeiro passo para uma boa
intervenção é respeitar a estrutura existente, escolhendo uma solução que se adapte e seja compatível
com o que existe, procurando que seja o menos intrusiva possível. Um fator importante para uma
intervenção é preferir soluções mais reversíveis, pois no futuro pode ser necessário alterar a solução ou
voltar a intervir.
O objetivo deste capítulo é analisar possíveis causas responsáveis pelos danos em estruturas de betão
armado; explicar como podem ser identificadas, como proceder na avaliação estrutural e identificar
possíveis técnicas de reforço estrutural.

2.2. PROJETO DE INTERVENÇÃO


Qualquer projeto de intervenção estrutural deve respeitar as normas em vigor no país onde será
implementado. Em Portugal, a norma em vigor pelo qual qualquer projeto de intervenção se deve reger
é a NP EN 1504.
A NP EN 1504 estabelece os princípios e as diretrizes para a reabilitação de estruturas de betão armado.
De acordo com a norma, as etapas prévias que devem ser seguidas no processo de avaliação estrutural
são (Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 2006):
- Obtenção de documentação referente ao edifico, como, peças escritas e desenhadas do
projeto inicial, materiais utilizados;
- Levantamento de dados escritos e fotográficos da situação vigente da estrutura;
- Definição das condições de uso atuais e o ambiente a que o edifico se encontra exposto.

A abordagem defendida consiste em avaliar a estrutura em duas etapas separadas. A primeira etapa
consiste no levantamento de dados como materiais, geometria e danos. Somente após a conclusão desta
fase, é possível prosseguir para a segunda fase que que se concentra na caraterização, análise e
tratamento de dados.

5
Reforço de Estruturas de Betão Armado

2.3.1. INSPEÇÃO
O conhecimento adequado do elemento de intervenção é fundamental para a definição do modo de
intervenção. Este conhecimento pode ser obtido através da consulta de informação existente sobre o
edifício e da inspeção do edifício. A inspeção permite obter informação sobre a geometria e os materiais
do edifício, mas também sobre as características construtivas e o funcionamento estrutural dos edifícios.
Um bom levantamento de dados, evita que seja necessário improvisar soluções durante a execução da
intervenção (Sousa, 2008).
A inspeção da estrutura permite identificar os processos de deterioração e eventuais alterações nos
sistemas estruturais, o que é essencial para a realização de uma intervenção adequada.
Portanto, é importante realizar um diagnóstico detalhado da situação existente e usar essa informação
como ponto de partida para definir a metodologia de intervenção nos elementos estruturais.

2.3.2. DIAGNÓSTICO
Antes de se iniciar qualquer intervenção num edifício existente, é fundamental concretizar um
diagnóstico completo da estrutura para adquirir um entendimento total das características e do estado de
conversão do edifício, bem como da importância da sua função e do impacto das anomalias detetadas.
Para obter tal diagnóstico, é necessário realizar visitas de inspeção, estudos e análises rigorosas. Somente
com base nessas informações é possível projetar uma intervenção adequada e eficiente (Appleton, 2003).
Sendo assim, para iniciar uma intervenção num edifício existente, é imprescindível ter um conhecimento
completo da estrutura e designar a técnica de intervenção. Para isso, é importante realizar ensaios in situ
para qualificar aspetos essenciais e adquirir o máximo de informação possível sobre a estrutura.
Na realização do projeto de intervenção, é necessário ter em conta vários condicionamentos impostos
pela natureza e localização do edifício.

2.3.3. INTERVENÇÃO
Após a conclusão de toda a recolha e análise da informação relativa à estrutura, dá-se início ao processo
de intervenção no edifício. A reparação consiste em realizar um conjunto de operações que visam
corrigir quaisquer anomalias existentes, com o objetivo de restabelecer os níveis de desempenho iniciais,
ou desejados para a estrutura.
Por fim, a manutenção é composta por um conjunto de operações preventivas que têm como objetivo
garantir que a estrutura e todas as suas partes continuam a funcionar adequadamente. É importante
destacar que a falta de manutenção regular dum edifício pode representar uma grande ameaça para o
desempenho dos diferentes elementos que o compõem.

2.3. FATORES QUE LEVAM A ESTRUTURA A PERDER DESEMPENHO


Ao longo da sua vida útil, as estruturas de betão armado estão sujeitas a vários fatores, externos e
internos, que influenciam a sua perda de desempenho. Para projetar uma intervenção é necessário
descobrir quais os aspetos associados a essa perda de desempenho, nomeando-se alguns:

- Aumento das sobrecargas previstas no projeto inicial;


- Envelhecimento e/ou degradação dos materiais que compõe a estrutura;
- Falta de manutenção da estrutura ao longo da sua vida;
- Catástrofes naturais, como, por exemplo, sismos e/ou deslizamentos de terras;

6
Reforço de Estruturas de Betão Armado

- Alterações no sistema estrutural projetado previamente;


- Extensão do tempo de vida útil exigido à estrutura.
Como resultado de um, ou dos vários dos aspetos assinalados, pode ser necessária intervir em elementos
estruturais para colmatar défices de capacidade resistente, ou de conforto estrutural e durabilidade.
2.3.1 ALTERAÇÃO TIPO USO
Durante o dimensionamento da estrutura, é tido em conta o tipo de uso previsto ao longo da sua vida
útil. Contudo, a utilização pode sofrer alterações com o tempo que podem levar uma das seguintes
situações (Cruz, 2016):
- Incremento das ações suportadas pela estrutura;
- Redução das ações impostas na estrutura.
Quando ocorre uma alteração do tipo de uso da estrutura que faz com que as cargas a que esta está sujeita
sejam superiores às consideradas no dimensionamento, é necessária uma reavaliação da segurança e do
comportamento da estrutura para os vários estados limites impostos pelas diferentes normas ativas. De
salientar que mesmo que a estrutura verifique a segurança para os estados limites últimos, não significa
que a segurança está garantida pois ainda é necessário verificar a segurança para os estados limites de
utilização (Cruz, 2016).
Em contrapartida, quando acontece uma redução das ações a que estrutura está sujeita, é expectável que
a reavaliação do projeto seja positiva e não seja necessário qualquer tipo de intervenção, ficando a
estrutura sobredimensionada. A intervenção, neste tipo de caso, só seria necessário se o material
apresentasse sinais de degradação, ou se eventualmente a estrutura tivesse sido subdimensionada.

2.3.2. DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS


Uma das razões que pode levar à necessidade de intervir numa estrutura é a degradação dos materiais
existentes. Considerando que se trata de uma estrutura de betão armado, os materiais em questão são o
aço e o betão.

2.3.2.1. Degradação do aço


Numa estrutura de betão armado, a presença do aço desempenha um papel fundamental devido à fraca
resistência do betão à tração. Assim, é o aço das armaduras que confere a resistência necessária à tração.
A deterioração do aço diminui o seu desempenho. Esse fenómeno pode vir a acontecer devido:
- Corrosão das armaduras;
- Exposição ao fogo.
A corrosão corresponde a fenómeno eletroquímico que acontece nos materiais devido à presença de
oxigénio, uma diferença de potencial e um eletrólito (Cachim, 2020). Esse processo, quando presente
no aço das armaduras, resulta em efeitos prejudiciais tanto para o próprio material, quanto para o betão
adjacente.
A corrosão reduz a secção de aço ativa, causando a redução da capacidade de resistência do elemento
de betão armado onde se insere, quer em relação ao momento fletor, quer ao esforço transverso, e da
rigidez. Outro efeito provocado é a diminuição no tempo de vida útil estimado para a estrutura. Uma
das últimas manifestações da corrosão do aço nas armaduras é o seu acréscimo de volume, que gera um
aumento das tensões internas no betão, podendo causar fissuras, delaminação e redução da aderência
entre o aço e o betão (Cruz,2016).

7
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Figura 1 – Fendilhação e delaminação (Costa, 2012)

Relativamente à exposição do fogo, quando o aço entre em contacto com calor intenso, embora
comumente a temperatura não alcance o ponto de fusão teórico do material, vai perdendo capacidade de
resistência, mostrando uma perda significativa a partir dos 400 °C, que se acentua à medida que a
temperatura aumenta. Este cenário ocorre apenas quando o aço está exposto diretamente ao fogo, ou
quando a camada de betão de recobrimento é insuficiente. Por norma, o betão atua como uma camada
de proteção.

2.3.2.2. Degradação do betão


A degradação do betão implica a perda de durabilidade, desempenho e propriedades do material ao
longo do tempo. Isso pode acontecer devido a solicitações externas, que levam a um estado de tensão
excessiva em relação à sua resistência. Essas solicitações podem ser originadas por impacto de objetos,
sobrecarga, assentamento do terreno, eventos acidentais como explosões, vibrações causadas por sismos
ou equipamentos mecânicos. O fenómeno causado pelas solicitações resulta no aparecimento de fissuras
no betão, dependendo da intensidade das mesmas (Costa, 2012).
Para além das solicitações referidas previamente, a degradação do betão é um fenómeno complexo
causado por processos físicos e químicos que ocorrem devido a diferentes ações e estados de tensões.
Esses processos são frequentemente associados a condições atmosféricas e à presença de água, e que
podem ter um impacto significativo na durabilidade e no desempenho do material.
Entre os processos físicos, os mais comuns que levam à deterioração do betão são os ciclos de
gelo/degelo, a erosão por abrasão e cavitação, as variações de temperatura e a retração.
Os ciclos de gelo/degelo ocorrem, por norma, em regiões onde as temperaturas alternam entre períodos
de congelamento e descongelamento. A água presente nos portos do betão congela durante o frio,
gerando um aumento de volume que provoca forças expansivas que podem causar fissuras e
destacamento de betão. O Eurocódigo 2 (EC2) aborda as medidas preventivas que devem ser
consideradas ao lidar com o betão nestas situações (LNEC, 2010).
A erosão por abrasão e cavitação é um fenómeno que considera o impacto de certos agentes ambientais
no desgaste das estruturas. A existência de escoamentos de elevadas velocidades torna mais evidente
este efeito, pois os sedimentos presentes na água, ao entrarem em contacto com a estrutura, causam a
deterioração da superfície de betão. Além disso, os escoamentos formam pequenas partículas de vapor
de água que colapsam quando sujeitas a alterações de pressão, causando danos às superfícies de betão.
Para combater este fenómeno, o EC2 recomenda o aumento da espessura do betão de recobrimento
(LNEC, 2010).
As variações de temperatura têm um impacto significativo no comportamento dos materiais e,
consequentemente, no desempenho da estrutura. É essencial considerar os efeitos das variações de
temperatura ao projetar e construir estruturas para garantir a sua durabilidade e bom desempenho.

8
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Quando os materiais se encontram expostos a temperaturas elevadas, eles têm tendência a dilatar,
enquanto com temperaturas baixas tendem a retrair. O problema surge quando as estruturas têm o
movimento restringido, e causam tensões de compressão, flexão, ou tração que ultrapassam os limites
de resistência da peça, levando à formação de fissuras.
Para analisar a retração, é necessário ter conhecimento de duas componentes que a compõem:
-Retração autógena;
-Retração por secagem.
A retração autógena ocorre de maneira mais pronunciada em betões com maiores relações água/cimento,
e é caraterizada pela diminuição da massa dos produtos resultantes da hidratação do cimento. Por sua
vez, a retração por secagem está mais relacionada com o tipo de betão utilizado e as condições de
aplicação, sendo caraterizada pela redução do volume da peça devido à diminuição gradual do teor de
água ao longo do tempo. Este tipo de retração é influenciado por temperaturas mais elevadas, o que
acelera o fenómeno. O EC2 auxilia os projetistas a considerarem este fenómeno, estabelecendo um fator
de segurança para garantir o cumprimento das exigências de segurança (LNEC,2010).
Para além dos processos físicos, também existem diversos processos químicos que contribuem para a
degradação do betão. Esses processos químicos podem surgir como consequência de previamente ter
acontecido processos físicos, que provocaram fissuras no material, permitindo a penetração de agentes
químicos. Esses agentes químicos podem surgir de diferentes fontes, como água, os gases presentes na
atmosfera e os produtos químicos presentes no ambiente industrial.
Um dos processos químicos mais comuns é a carbonatação do betão, que ocorre quando o dióxido de
carbono presente no ar rege com o hidróxido de cálcio no betão, formando carbonato de cálcio. Esse
processo reduz o pH de betão, o que pode potencia a corrosão das armaduras de aço (NCREP, 2020).
Outro processo químico de degradação importante é a presença de substâncias químicas agressivas,
como ácidos, sulfatos e compostos orgânicos. Essas substâncias podem reagir com componentes do
betão, causando alterações químicas e físicas que enfraquecem o material ao longo do tempo (LNEC,
2007). Além disso, reações Álcalis-Agregado resultam em fissuração e degradação do betão devido à
interação entre substâncias presentes no cimento e certos materiais presentes nos agregados (LNEC,
2007).
Para garantir a durabilidade e a resistência do betão, é essencial considerar e adotar medidas de proteção
contra os efeitos dos processos químicos. Isso inclui a seleção adequada dos materiais utilizados na
mistura do betão, a aplicação de revestimentos impermeáveis e a manutenção regular das estruturas para
evitar a penetração de agentes químicos nocivos (Cruz, 2016).

2.4. AVALIAÇÃO ESTRUTURAL


A avaliação da segurança de uma estrutura é uma fase importante cujo objetivo é determinar a fiabilidade
da estrutura existente face aos requisitos regulamentares em vigor.

2.4.1 AVALIAÇÃO SEGUNDO O EUROCÓDIGO 2


O EC2 define de forma clara os estados limites a verificar: segurança e resposta eficaz em serviço. Em
relação à segurança da estrutura, a análise deve ter em conta a perda de equilíbrio da estrutura e o
esgotamento da capacidade resistente. No que toca à avaliação da capacidade de resposta da estrutura
em estado de serviço, a análise deve ter em consideração a abertura de fendas, que leva à redução do

9
Reforço de Estruturas de Betão Armado

tempo de vida útil da estrutura, a existência de deformações que afetam a boa funcionalidade da estrutura
e a exposição a vibrações (Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 2010).

2.4.2 AVALIAÇÃO SEGUNDO O ACI 562M


O ACI aborda a análise de segurança de uma maneira mais minuciosa. Primeiramente consiste em
definir o código de conformidade, que deverá ser baseado no código geral de construção. No
dimensionamento do reforço, ter em atenção o espaço disponível e cumprir valores mínimos de
desempenho. Conciliando os aspetos referenciados com a avaliação dos dados existentes sobre a
estrutura, determina-se a técnica de intervenção que melhor se adequa à situação. Para além da avaliação
dos documentos existentes sobre a estrutura, o ACI requer uma inspeção visual aos elementos a serem
reforçados para determinar a melhor abordagem para restaurar os seus níveis de desempenho (ACI
Committee, 2013).

2.5. ETAPAS DE UMA INTERVENÇÃO


Apesar de não existir um modelo exato a seguir quando se pretende intervir numa estrutura, existem
algumas sequências de etapas propostas que são levadas a cabo em todos os projetos de reabilitação. As
etapas sugeridas encontram se na tabela 1.
Tabela 1 - Etapas a seguir numa intervenção (Cruz, 2016)

1. Avaliação da estrutura

1.1 Levantamento da informação existente

i. Peças desenhadas;
1.1.1. Componentes de projeto
ii. Peças escritas;

i. Telas finais;

1.1.2. Componente de obra ii. Registos da fiscalização;

iii. Livro de obra;

i. Mudanças na utilização da estrutura;


1.1.3. Estudo da história da estrutura
ii. Intervenções de reparação/ reforço na estrutura;

i. Dimensões dos elementos estruturais;


ii. Introdução/ retirada de elementos estruturais;
1.1.4. Geometria da estrutura atual
iii. Verificação da conformidade do sistema estrutural do
projeto/obra;

1.2 Inspeção da estrutura

Registo, analise e quantificação de patologias existentes na


1.2.1. 1ª Etapa
estrutura e de potenciais patologias.

i. Quantificação das características mecânicas dos materiais,


1.2.2. 2ªEtapa
betão e aço.

10
Reforço de Estruturas de Betão Armado

ii. Análise do nível de desenvolvimento das patologias


existentes

2. Verificação de Segurança

i. Estados Limites Últimos;


2.1. Condições iniciais
ii. Estados Limites de Serviço;

i. Estados Limites Últimos;


2.2 Condições atuais e futuras
ii. Estados Limites de Serviço;

3. Definição das características da intervenção

Após a realização das etapas anteriores, é necessário analisar os resultados obtidos. Tendo em conta essa
análise, é possível encontrar 5 situações diferentes:

• Dispensa de intervenção;
• Intervenção ao nível local;
• Intervenção ao nível global da estrutura, com eventual reforço;
• Reforço estrutural;
• Demolição.
4. Realização do Projeto de Reabilitação

2.6. TÉCNICAS DE REFORÇO


Quando se verificam anomalias na estrutura, seja na fase de projeto ou na fase de conceção, que causam
o seu mau funcionamento, é necessária uma intervenção de modo a reforçar a estrutura (Gomes &
Appleton, 1997).
Embora as técnicas de reforço possam variar em relação aos materiais e à tipologia, elas visam atingir
objetivos semelhantes. A diferença entre as técnicas está na sua eficácia em alcançar certos objetivos.
Os objetivos que se pretendo alcançar com um reforço de uma estrutura de betão armado podem ser os
seguintes (Cruz, 2016):
- Aumento da resistência;
- Aumento da rigidez;
- Aumento da ductilidade;
- Diminuição dos esforços atuantes;
- Redução da fissuração;
- Limitação da deformação.
Pode haver outros objetivos a cumprir para alem dos apresentados previamente.
Confrontado com a necessidade de intervenção, as soluções de reforço podem basear-se na inclusão de
novos elementos estruturais, no reforço dos elementos estruturais existentes, ou ainda na inclusão de
sistemas e dispositivos especiais.
Existem várias técnicas que podem ser adotadas no reforço de estruturas de betão armado:
- Introdução de paredes resistentes;

11
Reforço de Estruturas de Betão Armado

- Adição de elementos de contraventamento no exterior da estrutura;


- Adição/ colagem de elementos metálicos;
- Colagem de FRPs;
- Encamisamento metálico ou em betão armado;
- Sistemas de pré-esforço externo.
O método de reforço que será analisado nesta dissertação corresponde à adição de elementos metálicos.
Por isso, só será especificada esta solução. Este método permite reforçar a estrutura sem modificar os
elementos originais.
A colagem de chapas metálicas é uma solução extremamente versátil e de rápida execução para reforçar
vigas, lajes e pilares. Nas vigas, o principal objetivo é aumentar a resistência aos momentos fletores e
esforços transversos. Nas lajes, esta técnica é usada para aumentar a resistência aos momentos fletores.
Nos pilares, as chapas metálicas são aplicadas para aumentar a resistência aos momentos fletores e
esforços transversos e/ou promover o confinamento material (Appleton & Gomes, 1997).

Figura 2 - Exemplo de reforço de uma viga através da adição de elementos metálicos (Varum, H., & Guedes, J.,
2022)

A utilização desta técnica só é possível se o betão existente apresentar boas condições de preservação;
caso contrário, é necessário corrigir todas as anomalias encontradas no betão e só depois aplicar a
técnica. Em relação ao aço a utilizar na conceção dos elementos metálicos, a sua resistência não deve
ser muito elevada, pois quanto maior a resistência, maior é a deformação necessária para mobilizar a
sua capacidade resistente. De um modo geral, é aconselhável utilizar um aço do tipo S235 (Appleton &
Gomes, 1997).
A forma como estes elementos são ligados à estrutura de betão é crucial para o bom desempenho da
solução, sendo objetivo garantir uma ligação monolítica entre ambos. Embora seja praticamente
impossível obter um monolitismo perfeito, procura-se garantir o maior monolitismo possível entre os
elementos, considerando os materiais utilizados na interface de ligação e os fatores ambientais aos quais
estarão expostos. Para garantir uma maior qualidade na colagem das chapas, é crucial que a sua aplicação
seja realizada por profissionais especializados e que haja um controlo rigoroso de todas as fases de
aplicação.
A colagem das chapas metálicas é realizada através da aplicação de uma resina epóxi, que pode ser
injetada ou aplicada por espalhamento. Com o passar do tempo é possível que a resina perca a sua

12
Reforço de Estruturas de Betão Armado

eficácia; por isso, é recomendável reforçar a ligação com conectores metálicos. No caso de não ser
possível a utilização dos conectores metálicos, a chapa deve ter uma espessura entre 3 e 5 mm e uma
largura inferior a 300 mm. É importante garantir que a resina não tenha uma espessura superior a 2 mm,
pois espessuras com valores superiores levam a ligações menos eficientes (Appleton & Gomes, 1997).
Para aplicar o reforço é importante seguir alguns passos. Em primeiro lugar, é necessário remover as
impurezas depositadas, retirar o betão degradado e aumentar a rugosidade. No entanto, é importante não
exagerar na rugosidade para encontrar um equilíbrio que garanta que a nova camada adira bem e seja
eficiente (Appleton & Gomes, 1997).

Figura 3 - Reforço à flexão (Appleton & Gomes, 1997)

Figura 4 - Reforço ao corte (Appleton & Gomes, 1997).

A resina epóxi a utilizar na colagem deve ser selecionada consoante as propriedades que apresenta, como
a viscosidade, o período de aplicação e endurecimento, o módulo de elasticidade e a tensão de rotura.
Dependendo do reforço, deve-se escolher a resina que satisfaça os parâmetros necessários.
No caso de as chapas metálicas serem coladas por injeção de resina e serem adicionados conectores
metálicos, a implementação do sistema deve ser feita considerando os seguintes aspetos:
- Devem ser utilizadas buchas de aço para ajudar a posicionar as chapas;

13
Reforço de Estruturas de Betão Armado

- A selagem da zona onde vai acontecer a injeção da resina pode ser executada com a aplicação
de resina epóxi sob carga;
- Deve utilizar-se uma resina epóxi de baixa viscosidade.

As chapas ou perfis metálicos devem ser protegidas contra a corrosão e a ação do fogo. Em relação ao
fogo, é fundamental garantir a resistência para um tempo mínimo de 30 minutos.
A ligação entre os elementos pode ser verificada através do cálculo da tensão média de corte atuante na
ligação dos elementos, supondo uma distribuição plástica das tensões de aderência (1) (Appleton &
Gomes, 1997).
2 ∗ 𝐹 𝑚𝑎𝑥 (1)
𝜏=
𝐿∗𝑏
Em que:
- τ – Tensão de aderência na ligação;
- 𝐹 𝑚𝑎𝑥 – Força na chapa;
- L – comprimento da chapa;
- b – largura do elemento.

14
Reforço de Estruturas de Betão Armado

3.
Verificações Regulamentares

3.1. INTRODUÇÃO
Como já referido previamente nesta dissertação, a técnica de reforço que será analisada no âmbito desta
tese será a introdução de chapas metálicas com o propósito de aumentar a capacidade resistente à flexão
de vigas de betão armado.
A implementação desta técnica de reforço consiste na colocação, através de uma cola e/ ou conectores
metálicos, de chapas metálicas na superfície da viga de betão armado a intervencionar. Este tipo de
implementação, permite que a técnica seja reversível.
Antes da aplicação da técnica, é necessário o conhecimento de vários fatores, tais como:
- Materiais existentes;
- Tipo e dimensões do elemento;
- Identificação das armaduras;
- Avaliação das cargas.

3.2. CARGAS
A avaliação da segurança do elemento exige o conhecimento das ações atuantes na estrutura. Existem
dois tipos de ações: as ações permanentes e as ações variáveis. Estas ações são classificadas com a ajuda
do EC0.
3.2.1 CARGAS PERMANENTES
Este tipo de ações é designado desta forma por não variar ao longo do tempo e terem de ser consideradas
durante todo o processo de dimensionamento ou avaliação de um elemento estrutural, ou do seu reforço.
Estas cargas são cruciais na avaliação de qualquer estrutura, uma vez que estão presentes durante toda
a vida útil da estrutura. A quantificação destas cargas é realizada a partir do peso específico dos
diferentes materiais utilizados na construção.
De acordo com o EC0, as ações permanentes podem ser (Laboratório Nacional de Engenharia Civil,
2009):
- Peso próprio de elementos estruturais e/ou não estruturais;
- Retração e fluência do betão;
- Pré-esforço;
- Assentamentos de apoio;

15
Reforço de Estruturas de Betão Armado

- Impulsos de terra.

3.2.2 CARGAS VARIÁVEIS


As cargas variáveis são caraterizadas por não serem constantes ao longo do tempo, ao contrário das
cargas permanentes. Segundo o EC0, as ações variáveis podem ser (Laboratório Nacional de Engenharia
Civil, 2009):
- Sobrecargas de utilização;
- Vento;
- Neve;
- Variações de temperaturas;
- Sismo.

As sobrecargas de utilização são quantificadas no EC1. Dependem do tipo de utilização da estrutura e


são aplicadas no pavimento e/ ou na cobertura do edifício. As diferentes categorias de utilização para
classificação das ações variáveis estão apresentadas na figura 5.

Figura 5 - Tipos de utilização (Instituto Português da Qualidade, 2009)

Dependendo da categoria, é possível obter o valor da sobrecarga, tal como se observa na figura 6.

16
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Figura 6 - Valores de sobrecargas (Instituto Português da Qualidade, 2009)

3.3. ESTADO LIMITE


A verificação aos estados limite é fulcral para o dimensionamento da estrutura, pois eles definem os
estados a partir dos quais a estrutura não cumpre os requisitos mínimos de desempenho, ficando sem
efeito as funções para as quais foram projetadas. (Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 2009).
Os estados limite dividem-se em dois grupos de classificação, sendo eles:
-Estado Limite Último;
-Estado Limite de Utilização.
Apesar de haver dois tipos, o dois tem como objetivo a verificação de segurança. Esta verificação é feita
de igual modo para ambos, procurando-se assegurar que:
𝐸𝑑 ≤ 𝑅𝑑 (2)
sendo,
- 𝐸𝑑 : valor de cálculo do esforço atuante na estrutura;
- 𝑅𝑑 : valor de cálculo do esforço resistente na estrutura.

3.3.1 ESTADO LIMITE ÚLTIMO


O estado limite último encontra se associado a danos que podem levar a estrutura à ruína estrutural ou
ao colapso total. Como o nome sugere, este estado representa o limite a que uma estrutura se pode
encontrar para garantir a sua segurança.
Na verificação da segurança para o estado limite último, as ações permanentes e as ações variáveis
encontram se majoradas por coeficientes de segurança.
𝑃𝑒𝑑 = 𝛾𝐺 . 𝐺𝑘 + 𝛾𝑄 . 𝑄𝑘 (3)
Em que:
-𝑃𝑒𝑑 : Carga atuante na combinação Estado Limite Último;

17
Reforço de Estruturas de Betão Armado

-𝛾𝐺 : Coeficiente de majoração das ações permanentes;


- 𝛾𝑄 : Coeficiente de majoração das ações variáveis;
- 𝐺𝑘 : Ações permanentes;
- 𝑄𝑘 : Ações variáveis.

A figura 7 apresenta os possíveis valores para os coeficientes de acordo com o EC1:

Figura 7- Coeficientes de segurança (NP EN 1990:2009,2009)

3.3.2 ESTADO LIMITE SERVIÇO


Ao contrário do estado limite apresentado previamente, o estado limite de utilização está relacionado
com danos que não comprometem a segurança da estrutura, mas a funcionalidade, o conforto estrutural
e a durabilidade.
Para a verificação de segurança ao Estado Limite de Serviço, existem três possíveis combinações, sendo
elas:
-Combinação característica;
-Combinação frequente;
-Combinação quase-permanente.

Na verificação e controlo da fendilhação e deformação é utilizada a combinação quase-permanente.


3.3.2.1. Combinação quase-permanente
Na combinação quase-permanente, as ações variáveis encontram-se multiplicadas por um coeficiente
representativo das ações variáveis para os valores quase-permanentes. Por outro lado, as ações
permanentes não são majoradas, nem multiplicadas por qualquer coeficiente.
𝑃𝑐𝑞𝑝 = 𝐺𝑘 + 𝛹2 . 𝑄𝑘 (4)
Onde:

18
Reforço de Estruturas de Betão Armado

- 𝑃𝑐𝑞𝑝 : carga atuante na combinação quase-permanente;


- 𝛹2 : coeficiente multiplicativo das ações variáveis para a combinação quase-permanente.

O coeficiente 𝛹2 é definido no EC0 e apresenta-se na figura 8.

Figura 8- Valores dos coeficientes de combinação das ações variáveis (NP EN 1990: 2009)

3.3.2.2. Fendilhação
O controlo da abertura de fendas no betão é importante para se garantir o bom funcionamento do material
e por consequência a bom desempenho da estrutura, em particular a sua durabilidade. Esse controlo é
estabelecido no EC2.
O cálculo da largura de fendas, 𝑤𝑘 , é dade por:
𝑤𝑘 = 𝑆𝑟,𝑚𝑎𝑥 (𝜀𝑠𝑚 − 𝜀𝑐𝑚 ) (5)

Onde:

- 𝑆𝑟,𝑚𝑎𝑥 : distância máxima entre fendas;


- 𝜀𝑠𝑚 : extensão média do aço;
- 𝜀𝑐𝑚 : extensão média do betão entre fendas.

A distância máxima entre fendas é obtida da seguinte forma:


𝜙 (6)
𝑆𝑟,𝑚𝑎𝑥 = 𝑘3 𝑐 + 𝑘1 𝑘2 𝑘4
𝜌𝑝,𝑒𝑓𝑓

Onde:

- 𝜙- diâmetro dos varões;


- c- recobrimento nominal;
- 𝑘1 - coeficiente que considera as características de aderência das armaduras;
- 𝑘2 - coeficiente que considera a distribuição das extensões.

19
Reforço de Estruturas de Betão Armado

O coeficiente 𝜌𝑝,𝑒𝑓𝑓 é dado por:


(𝐴𝑠 + 𝜉 21 𝐴′ 𝑝 ) (7)
𝜌𝑝,𝑒𝑓𝑓 =
𝐴𝑐,𝑒𝑓𝑓

Em que:
- 𝐴𝑠 : Área da armadura de tração;
- 𝜉1 : coeficiente corrigido da resistência de aderência;

𝜙𝑠 (8)
𝜉1 = √𝜉
𝜙𝑝

𝜉: relação entre as resistências de aderência das armaduras de pré-esforço e betão


armado;
𝜙𝑠 : diâmetro máximo dos varões das armaduras de betão armado;
𝜙𝑝 : diâmetro equivalente das armaduras de pré-esforço.

- 𝐴′ 𝑝 : Área da secção transversal de armaduras pré ou pós tensionadas;


- 𝐴𝑐,𝑒𝑓𝑓 : Área da secção efetiva de betão tracionado.
(ℎ − 𝑥) ℎ (9)
𝐴𝑐,𝑒𝑓𝑓 = min (2,5(ℎ − 𝑑); ;
3 2

𝑥: posição do eixo neutro (distância da fibra comprimida até ao eixo neutro);


h: altura da secção transversal;
d: altura útil da secção transversal.

A diferença entre as extensões médias é calculada pela expressão:


𝑓𝑐𝑡,𝑒𝑓𝑓 (10)
𝜎𝑠 − 𝑘𝑡 (1 + 𝛼𝑒 𝜌𝑝,𝑒𝑓𝑓 )
𝜌𝑝,𝑒𝑓𝑓 𝜎𝑠
𝜀𝑠𝑚 − 𝜀𝑐𝑚 = ≥ 0,6
𝐸𝑠 𝐸𝑠

Em que:

- 𝜎𝑠 : tensão no aço de tração;


- 𝑘𝑡 : coeficiente tendo em conta a duração do carregamento
- 𝛼𝑒 : relação entre o módulo de elasticidade do aço e o módulo de elasticidade secante do
betão;
- 𝐸𝑠 : módulo de elasticidade do aço;
- 𝑓𝑐𝑡,𝑒𝑓𝑓 : valor médio da resistência do betão à tração.

Depois do cálculo da largura de fendas, o EC2 apresenta valores recomendados tendo em consideração
a classe de exposição e a combinação utilizada (Figura 9).

20
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Figura 9 - Valores recomendados para a abertura de fendas (LNEC, 2010)

3.3.2.3. Deformação
No controlo da deformação, o EC2 apresenta uma solução de controlo rápido para vigas e lajes de betão
armado, sem a necessidade de cálculos complexos. Esse método baseia-se no controlo da relação vão/
altura efetiva tendo em consideração as diferentes taxas de armaduras utilizadas.
𝑙 𝜌0 𝜌0
= 𝐾[11 + 1,5√𝑓𝑐𝑘 + 3,2√𝑓𝑐𝑘 ( − 1)3/2 ] se 𝜌 ≤ 𝜌0 (11)
𝑑 𝜌 𝜌

𝑙 𝜌0 1 𝜌′ (12)
= 𝐾[11 + 1,5√𝑓𝑐𝑘 + √𝑓𝑐𝑘 √𝜌 se 𝜌 > 𝜌0
𝑑 𝜌−𝜌′ 12 0

Em que:

- l/d: relação vão/altura efetiva;


- K: coeficiente que leva em consideração os vários sistemas estruturais;
- 𝑓𝑐𝑘 : valor característico da tensão de rotura à compressão do betão;
-𝜌0 : taxa de armaduras de referência;
- 𝜌: taxa de armaduras de tração;
- 𝜌’: taxa de armaduras de compressão.
As taxas de armaduras referidas previamente são calculadas da seguinte maneira:

𝜌0 = 10−3 √𝑓𝑐𝑘 (13)

𝐴𝑠 (14)
𝜌=
𝑏∗ℎ

𝐴′𝑠 (15)
𝜌′ =
𝑏∗ℎ

Onde:
- 𝐴′𝑠 :Área da armadura de compressão.

O coeficiente K que se encontra relacionado com os vários sistemas estruturais é obtido através da figura
10:

21
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Figura 10 - Valores do coeficiente K (LNEC, 2010)

No caso da relação entre o vão e a altura ser menor que o valor calculado através das expressões
apresentadas, o controlo da deformação está verificado.

22
Reforço de Estruturas de Betão Armado

4.
DIMENSIONAMENTO DA CHAPA METÁLICA

4.1. OBJETIVOS DE ESTUDO


Neste capítulo são apresentadas as equações que foram utilizadas, e incluídas numa folha de cálculo
automático em Excel, para determinar o momento resistente de uma secção transversal de betão armado,
mas também para dimensionar uma chapa metálica de reforço ao momento fletor dessa secção, a aplicar
na face tracionada.
Para o dimensionamento da chapa metálica de reforço, foi considerado um comportamento monolítico
entre a chapa e a resina que se irá considerar na colagem. Essa suposição implica que ambos os materiais
funcionam como uma única unidade coesa, onde a colagem entre eles é perfeita.

4.2. LEIS DE COMPORTAMENTO


Um dos primeiros passos a tomar é a definição da lei de comportamentos dos materiais em estudo. Neste
caso existe dois materiais que interessam, o betão e o aço.

4.2.1. BETÃO
No processo de caraterização do betão, utilizou-se o EC 2 como referência, seguindo as diretrizes e
recomendações estabelecidas pelo código. Para modelar o comportamento do betão, adotou-se uma
relação tensão-extensão que fosse consistente com as propriedades mecânicas do material.
A relação tensão-extensão escolhida foi uma aproximação representada por um diagrama parábola-
retângulo. Essa abordagem permite representar de forma simplificada o comportamento não-linear do
betão.
O diagrama parábola-retângulo (figura 11) é caracterizado por uma fase inicial onde a tensão aumenta
de forma parabólica em relação à deformação, seguida por uma fase em que a tensão de compressão
máxima permanece constante até atingir a extensão máxima do betão. A partir desse ponto, ocorre a
rotura do betão.

23
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Figura 11 - Diagrama parábola-retângulo (LNEC, 2010)

Foi considerada uma resistência à tração igual a zero para o betão.


Para o cálculo do diagrama foram utilizadas as seguintes relações explicitas no EC2:
𝜀𝑐 𝑛
𝜎𝑐 = 𝑓𝑐𝑑 [1 − (1 − ) ] para 0≤ 𝜀𝑐 ≤𝜀𝑐2 (16)
𝜀𝑐2

𝜎𝑐 = 𝑓𝑐𝑑 para 𝜀𝑐2 ≤ 𝜀𝑐 ≤𝜀𝑐𝑢2 (17)


com:

- 𝜎𝑐 : tensão de compressão no betão;


- n: expoente;
- 𝜀𝑐2 : extensão ao ser atingida a resistência máxima;
- 𝜀𝑐𝑢2 : extensão última.

As características apresentadas são obtidas de acordo com a figura 12, dependendo apenas da classe de
resistência do betão a utilizar:

Figura 12 - Características do betão (LNEC, 2010)

24
Reforço de Estruturas de Betão Armado

4.2.2. AÇO
De seguida, procedeu-se à caraterização do aço a utilizar nas armaduras, também com base no EC2. Foi
considerado o diagrama de cálculo para a armadura de betão armado, que estabelece a relação entre a
tensão aplicada e a extensão resultante. Essa relação é fundamental para compreender o comportamento
estrutural do aço, especialmente no que se refere à sua resistência e capacidade de suportar cargas.
O diagrama de tensões-extensões, de cálculo, do aço das armaduras é caracterizado por uma fase inicial
linear, em que a tensão aumenta proporcionalmente à deformação, seguida por uma fase em que a tensão
máxima cresce mais lentamente, ou permanece constante até atingir a extensão máxima do aço. A partir
desse ponto, ocorre a rotura do aço. O comportamento do aço é considerado igual para tensões de tração
e compressão. A figura 13 representa os possíveis diagramas de tensões-extensões para o aço segundo
o EC2.

Figura 13 - Possíveis diagramas de tensões-extensões do aço (LNEC,2010)

Sendo:

- 𝜀𝑢𝑑 : extensão limite de cálculo.

O diagrama utilizado foi o de cálculo, e considerando que a tensão pós cedência é constante. O valor da
extensão par a qual o aço atinge a plastificação é determinado pela divisão do valor de cálculo da
resistência do aço, 𝑓𝑦𝑑 , pelo seu módulo de elasticidade do aço,𝐸𝑠 .

4.3. MOMENTOS FLETORES


Após obter a carga resultante das combinações de ações atuantes na estrutura, podem-se determinar os
momentos fletores atuantes nos elementos estruturais e dimensionar uma secção de betão armado,
impondo que o momento fletor resistente 𝑀𝑟𝑑 seja maior ou igual ao valor de cálculo 𝑀𝑠𝑑 :
𝑀𝑟𝑑 ≥ 𝑀𝑠𝑑 (18)

4.3.1. MOMENTOS FLETORES DE CÁLCULO


Como visto previamente, para garantir a segurança, os momentos fletores de calculo nunca podem ser
superiores ao momento fletor resistente. Para tal, os momentos fletores de calculo devem ser iguais ao
momento fletor máximo calculado atuante na peça. Esse momento máximo depende de vários fatores,
como o tipo de carga e as condições de fronteira do elemento.

25
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Nesta dissertação, o objeto de estudo é uma viga de betão armado simplesmente apoiada. Portanto, o
momento fletor de calculo máximo, 𝑀𝑒𝑑 , ocorre a meio-vão e é calculado através da seguinte fórmula:

𝑃𝑒𝑑 ∗ 𝑙 2 (19)
𝑀𝑒𝑑 =
8

Onde:

- l: comprimento da viga.

4.3.2. MOMENTOS FLETORES RESISTENTES


Para dimensionar, ou verificar a segurança de uma secção estrutural, é necessário calcular o valor do
momento fletor resistente, que como o nome sugere, representa o momento máximo que a secção
consegue suportar.
Para o cálculo, serão considerados os valores limites das extensões estabelecidos no EC2.

- 3.5‰ para o betão;


- 45.0‰ para o aço.

Impondo os valores limites num dos materiais, ou seja, que a secção irá romper pelo betão ou pelo aço
tracionado, é possível determinar os valores das forças de compressão e das forças de tração limite que
a secção poderá suportar (Figura 14). Assumindo que a rotura da secção acontece por esmagamento do
betão, considera-se que a extensão da fibra extrema comprimida atinge o valor de 3.5‰. No caso de se
assumir que a rotura acontece no aço tracionado, considera-se que a extensão no aço atinge o valor limite
de 45.0‰.

Figura 14 - Diagramas tipo de uma secção reforçada com uma chapa metálica (LNEC, 2010)

São então calculadas as forças de compressão (negativas) e as forças de tração (positivas). A força
resultante de compressão no betão, 𝐹𝑐 , é obtida através da seguinte expressão:
𝐹𝑐 = −𝜒1 ∗ 𝑏 ∗ 𝑥 ∗ 𝑓𝑐𝑑 (20)

Sendo:

- 𝜒1 : coeficiente utilizada na determinação da força de compressão no betão, proveniente do


diagrama parábola-retângulo.

26
Reforço de Estruturas de Betão Armado

- 𝑓𝑐𝑑 : valor de cálculo da resistência à compressão do betão;

O coeficiente 𝜒1 foi calculado através de uma curva de aproximação a 3 pontos conhecidos. Essa curva
está representada na figura 15:

1
0,8

𝜒_1 0,6
0,4
0,2
0
0 1 2 3 4
ε (‰)

Figura 15 - Gráfico 𝜒1

O valor de cálculo de resistência à compressão do betão, 𝑓𝑐𝑑 , é obtido através da seguinte expressão:
𝑓𝑐𝑘 (21)
𝑓𝑐𝑑 =
𝛾𝑐
Sendo:
- 𝛾𝑐 : coeficiente de minoração da resistência do betão.

Note-se que nesta análise ao nível da secção transversal, e na análise posterior com a simulação de toda
a viga em estado plano de tensão, não será feita qualquer distinção entre o betão entre estribos
(confinado) e o betão de recobrimento (não confinado).
As forças de compressão na secção incluem as forças do aço comprimido, se existir. Para calcular a
força de compressão no aço, 𝐹′𝑠 , é utilizada a seguinte fórmula:
𝐹′𝑠 = 𝐸𝑠 ∗ 𝜀 ′ 𝑠 ∗ 𝐴′𝑠 (22)
Sendo:
- 𝜀 ′ 𝑠 : Extensão no aço de compressão.
O valor da extensão do aço, 𝜀 ′ 𝑠 , é calculado através da seguinte expressão:
𝜀𝑐
𝜀 ′𝑠 = ∗ (𝑥 − 𝑟 ′ ) (23)
𝑥

Sendo:
- 𝜀𝑐 : Extensão comprimida do betão;
- 𝑟 ′ : espessura do betão de recobrimento ao eixo da armadura na zona comprimida.

No caso de haver armadura de compressão e de se encontrar plastificada, a força de compressão do aço


é obtida através da seguinte fórmula:
𝐹′𝑠 = −𝑓𝑠𝑦𝑑 ∗ 𝐴′𝑠 (24)
Sendo:
- 𝑓𝑠𝑦𝑑 : valor de cálculo da resistência à tração do aço.

27
Reforço de Estruturas de Betão Armado

O valor de cálculo da resistência à tração do aço é calculado através da seguinte fórmula:


𝑓𝑠𝑦𝑘 (25)
𝑓𝑠𝑦𝑑 =
𝛾𝑠
Sendo:
-𝑓𝑠𝑦𝑘 : valor característico da tensão de rotura à tração do aço;
-𝛾𝑠 : coeficiente de minoração da resistência do aço.

Depois de calcular as forças de compressão, é preciso determinar as forças de tração existentes na


secção. Uma vez que o betão possui uma resistência muito baixa à tração, essa força não foi considerada.
Portanto, as forças de tração presentes na viga serão representadas apenas pelas forças na armadura
tracionada.
No caso de se considerar que o aço existente na armadura de tração já se encontra plastificado, a força
de tração, 𝐹𝑠 , é calculada através da seguinte expressão:
𝐹𝑠 = 𝑓𝑠𝑦𝑑 ∗ 𝐴𝑠 (26)
Se o aço existente na armadura ainda não estar plastificado, calcula-se utilizando a seguinte fórmula:
𝐹𝑠 = 𝐸𝑠 ∗ 𝜀𝑠 ∗ 𝐴𝑠 (27)
Sendo:
- 𝜀𝑠 :Extensão no aço de tração

A extensão no aço de tração é dada por:


𝜀𝑐
𝜀𝑠 = ∗ (ℎ − 𝑥 − 𝑟) (28)
𝑥

Com:
- r: espessura do betão de recobrimento ao eixo da armadura na zona tracionada.

Com as forças atuantes na peça determinadas, de seguida procede-se à determinação da posição do eixo
neutro (x), que é calculado através do equilíbrio das forças axiais:
𝐹𝑐 + 𝐹𝑠 + 𝐹′𝑠 = 0 (29)
Com o eixo neutro calculado, é necessário verificar se as considerações previamente realizadas para as
extensões do betão e do aço se verificam. No caso de se verificarem, é possível avançar com o processo;
se não se verificarem, é preciso reformular os cálculos.
O momento resistente, 𝑀𝑟𝑑 , já pode ser calculado e é dado por:
𝑀𝑟𝑑 = −(𝐹𝑐 ∗ 𝑧𝑐 + 𝐹′𝑠 ∗ 𝑧′𝑠 ) (30)
Com:
- 𝑧𝑐 : distância entre a força resultante de compressão no betão e a armadura de tração;
- 𝑧′𝑠 : distância entre a armadura de compressão e a armadura de tração.

As distâncias 𝑧𝑐 e 𝑧′𝑠 necessárias para o cálculo do momento resistente são obtidas através:
𝑧𝑐 = ℎ − 𝑟 − 𝜒2 ∗ 𝑥 (31)

28
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Onde:
-𝜒2 : coeficiente associado ao diagrama parábola-retângulo para a determinação da posição da
força de compressão no betão.

𝑧′𝑠 = ℎ − 2𝑟 (32)
O coeficiente 𝜒2 foi obtido através de uma curva de aproximação a 3 pontos conhecidos. Essa curva está
representada na figura 16:

0,42

0,39
𝜒_2

0,36

0,33
0 1 2 3 4
ε (‰)

Figura 16 - Gráfico 𝜒2

No fim, é preciso fazer a verificação de segurança dos momentos fletores, referida previamente.

4.4. CHAPA METÁLICA


Para aumentar a resistência da peça, é imprescindível realizar o dimensionamento adequado da chapa
metálica de reforço. O dimensionamento envolve a determinação das características e especificações
necessárias para garantir o desempenho desejado da chapa. O primeiro passo a executar é a determinação
da largura da chapa metálica, através do equilíbrio das forças atuantes. A espessura da chapa metálica é
pré-estabelecida pelo projetista.
A chapa metálica a introduzir tem a seguinte área:
𝐴𝑠𝑟 = 𝐿 ∗ 𝑒 (33)
Onde:
- 𝐴𝑠𝑟 : área da chapa metálica;
- L: largura da chapa metálica;
- e: espessura da chapa metálica.

A força aplica pela chapa, 𝐹𝑠𝑟 , é a seguinte, se não se encontrar plastificada:


𝐹𝑠𝑟 = 𝐸𝑠𝑟 ∗ 𝜀𝑠𝑟 ∗ 𝐴𝑠𝑟 (34)
Com:
-𝐸𝑠𝑟 : módulo de elasticidade do aço da chapa metálica;
-𝜀𝑠𝑟 :extensão na chapa metálica;
𝜀𝑐 𝑒
𝜀𝑠𝑟 = ∗ (ℎ − 𝑥 + ) (35)
𝑥 2

29
Reforço de Estruturas de Betão Armado

No caso da chapa metálica se encontrar plastificada, a força da chapa é obtida através:


𝐹𝑠𝑟 = 𝑓𝑠𝑦𝑑,𝑟 ∗ 𝐴𝑠𝑟 (36)
Com:
- 𝑓𝑠𝑦𝑑,𝑟 : valor de cálculo da resistência à tração da chapa metálica.

O valor de cálculo da resistência à tração da chapa metálica é calculado através da seguinte fórmula:
𝑓𝑠𝑦,𝑟,𝑘 (37)
𝑓𝑠𝑦𝑑,𝑟 =
𝛾𝑠
Onde:
- 𝑓𝑠𝑦,𝑟,𝑘 : valor característico da tensão de rotura à tração da chapa metálica.

O equilíbrio das forças axiais é realizado através da seguinte equação:


𝐹𝑐 + 𝐹𝑠 + 𝐹′𝑠 + 𝐹𝑠𝑟 = 0 (38)
De seguida, impõe-se que o momento resistente é igual ao momento atuante de cálculo, 𝑀𝑟𝑑 = 𝑀𝑠𝑑 ,
para a determinação da nova posição do eixo neutro.
O momento resistente de cálculo é determinado pela equação:
𝑀𝑟𝑑 = −(𝐹𝑐 ∗ 𝑧𝑐 + 𝐹 ′ 𝑠 ∗ 𝑧 ′ 𝑠 + 𝐹𝑠𝑟 ∗ 𝑧𝑠𝑟 ) (39)
Onde:
-𝑧𝑠𝑟 : distância entre a chapa metálica e o aço de tração.

A distância anterior entra com valor negativo devido ao facto de chapa se encontrar abaixo da armadura
de tração, sendo obtida através da seguinte expressão:
𝑒
𝑧𝑠𝑟 = −(𝑟 + ) (40)
2

Tal como no cálculo prévio do momento resistente sem a chapa metálica, é necessário verificar as
condições impostas nas extensões dos materiais.

4.5. PROCEDIMENTO

O procedimento para o cálculo baseia-se no equilíbrio de duas equações.


Σ𝐹𝑖 = 0 𝑘𝑁/𝑚 (41)
𝑀𝑟𝑑 ≥ 𝑀𝑠𝑑 (42)
O primeiro passo a executar no dimensionamento consiste em calcular o valor do momento resistente
da secção original não reforçada. Para o cálculo é necessário determinar a posição do eixo neutro tendo
em consideração o equilíbrio das forças existentes. Utilizando o comando “solver” do Excel, foi aplicada
a restrição de um valor nulo para o equilíbrio das forças axiais na secção, a fim de obter a posição do
eixo neutro. Posteriormente, dimensionou-se a chapa de reforço de forma a garantir um aumento do
momento resistente em 25% em relação ao momento resistente obtido anteriormente.
Esse processo foi executado através de um processo iterativo, utilizando a opção “solver” no Excel:
primeiro é imposto que o somatório das forças axiais igual a 0 para determinar a largura da chapa
metálica e, em seguida, impõe-se que o momento resistente seja igual ao pretendido e determina-se o

30
Reforço de Estruturas de Betão Armado

eixo neutro. Este processo foi repetido várias vezes até atingir a convergência. A espessura da chapa
metálica foi pré-estabelecida com um valor de 3,0 mm.

4.6. SECÇÕES EM ESTUDO


Com o objetivo de analisar diferentes situações foram escolhidas 4 variações de uma mesma secção
transversal de betão armado. As três primeiras secções apresentam variações na armadura de compressão
e tração. A última secção apresenta a mesma armadura que uma das secções previamente definidas, mas
uma classe de resistência do betão diferente. Todas as secções cumprem a armadura longitudinal
mínima. Esta verificação foi feita tendo como base o EC2.
Para facilitar a identificação das diferentes secções, elas foram designadas primeiramente pela classe de
resistência do betão, seguido do diâmetro da armadura utilizada.
Posto isto as secções foram definidas da seguinte forma:
-C25/30_ϕ20;
-C25/30_ϕ16;
-C30/37_ϕ20.

Apesar das variações, existe outros parâmetros que permaneceram constantes para todas as secções. O
comprimento da viga é de 5 metros, independentemente da secção definida. O recobrimento nominal
também será o mesmo, com um valor de 0,03 metros. Além disso, a classe de resistência do aço não
apresenta variação, sendo escolhido um aço A400. Mais detalhes sobre os materiais podem ser
encontrados no próximo capítulo.
4.6.1 SECÇÃO C25/30_ Φ20
A primeira secção transversal escolhida é uma representação de uma viga de betão armado com uma
largura de 0,25 metros e uma altura de 0,65 metros. Nesta secção foi adotado um betão da classe C25/30.
Para a secção em questão, foi adotada uma armadura de compressão de 2ϕ20 e uma armadura de tração
de 4ϕ20. A figura 17 representa a secção em estudo

Figura 17 - Secção C25/30_ ϕ20

Definida a secção transversal, é possível calcular o momento resistente e de seguida como referido é
necessário verificar se as extensões dos materiais cumprem as condições de partida impostas. Utilizando
o método mencionando previamente obteve-se os seguintes valores:

31
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Tabela 2 - Momento resistente e extensões da Secção C25/30_ ϕ20

𝐹𝑐 (kN) 𝐹′𝑠 (kN) 𝐹𝑠 (kN) x (m) ΣF𝑖 (kN) 𝑧𝑐 (m) 𝑧′𝑠 (m) Mrd(kNm) 𝜀𝑐 𝜀′𝑠 𝜀𝑠

-218,43 -218,43 436,87 0,065 0 -0,593 -0,590 258,43 -3,5 -1,876 30,1

Como todas as deformações, para além das do betão que foram estabelecidas como ponto de partida da
análise, são inferiores aos valores limites regulamentares, o estado de deformação e o momento
resistente da secção estão corretamente determinados. É então possível determinar o momento resistente
objetivo com o reforço e que corresponde a um aumento de 25% do momento resistente da peça.

𝑀𝑟𝑑 = 258,43 + 258,43 ∗ 0,25 ⇔ 𝑀𝑟𝑑 = 323 𝑘𝑁𝑚 (43)

Tendo em conta este novo momento resistente, foi dimensionado a chapa metálica, seguindo o processo
iterativo descrito e considerando um aço da classe 235, ou seja, com um módulo de elasticidade de 200
GPa e uma tensão de cálculo de cedência de 222 MPa.
Tabela 3 - Novo momento resistente da Secção C25/30_ ϕ20

𝐹𝑐 (kN) 𝐹′𝑠 (kN) 𝐹𝑠 (kN) 𝐹𝑠𝑟 (kN) x (m) ΣF𝑖 (kN) 𝑧𝑐 (m) 𝑧′𝑠 (m) 𝑧𝑠𝑟 (m) Mrd(kNm)

-328,99 -218,43 436,87 110,55 0,097 0 -0,579 -0,590 0,032 323,00

Tabela 4 - Dimensões da chapa metálica da Secção C25/30_ ϕ20

Largura Espessura

0,166 0,003

4.6.2. SECÇÃO C25/30_Φ16


A segunda variação da secção transversal, consiste na mudança das armaduras, mantendo as dimensões
da secção transversal e a classe de resistência do betão. Neste caso, a área das armaduras, tanto em tração
quanto em compressão reduz em relação à secção anterior, conduzindo a uma menor resistência da peça.
Nesta nova secção temos como armadura de compressão 2ϕ16 e de tração 5ϕ16. As diferenças são
possíveis de observar na figura 18.

32
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Figura 18 - Secção C25/30_ϕ16

Para a presente secção obteve-se o momento fletor resistente e as extensões indicadas na tabela 5.

Tabela 5 - Momento resistente e extensões da secção C25/30_ϕ16

𝐹𝑐 (kN) 𝐹′𝑠 (kN) 𝐹𝑠 (kN) x (m) ΣF𝑖 (kN) 𝑧𝑐 (m) 𝑧′𝑠 (m) Mrd(kNm) 𝜀𝑐 𝜀′𝑠 𝜀𝑠

-209,74 -139,83 349,57 0,062 0 -0,594 -0,590 207,12 -3,5 -1,809 31,4

Tal como considerado na secção transversal C25/30_ϕ20, foi considerado um aumento de 25% do
momento fletor resistente para dimensionamento da chapa de reforço. A tabela 6 representa o novo
aumento de momento fletor e a tabela 7 as novas dimensões da chapa metálica de reforço.
𝑀𝑟𝑑 = 207,12 + 207,12 ∗ 0,25 ⇔ 𝑀𝑟𝑑 = 258,90 kNm (44)

Tabela 6 - Novo momento resistente da secção C25/30_ϕ16

𝐹𝑐 (kN) 𝐹′𝑠 (kN) 𝐹𝑠 (kN) 𝐹𝑠𝑟 (kN) x (m) ΣF𝑖 (kN) 𝑧𝑐 (m) 𝑧′𝑠 (m) 𝑧𝑠𝑟 (m) Mrd(kNm)

-297,65 -139,83 349,57 87,91 0,088 0 -0,583 -0,590 0,032 258,90

Tabela 7 - Dimensões da chapa metálica da secção C25/30_ϕ16

Largura Espessura

0,143 0,003

33
Reforço de Estruturas de Betão Armado

4.6.3. SECÇÃO C30/37_Φ20


A última secção em estudo é uma secção em que a armadura utilizada é a mesma que a primeira secção,
2ϕ20 para a armadura de compressão e 4ϕ20 para armadura de tração. A classe de resistência do betão
foi aumentada para uma classe de C30/37.
Definida a secção transversal, o momento resistente e as extensões foram calculadas com base no
método já definido previamente e estão definidos na tabela 8:

Tabela 8 – Momento resistente e extensões da secção C30/37_ϕ20

𝐹𝑐 (kN) 𝐹′𝑠 (kN) 𝐹𝑠 (kN) x (m) ΣF𝑖 (kN) 𝑧𝑐 (m) 𝑧′𝑠 (m) Mrd(kNm) 𝜀𝑐 𝜀′𝑠 𝜀𝑠

-229,83 -207,04 436,87 0,057 0 -0,596 -0,590 259,23 -3,5 -1,648 34,8

Tal como definido na outra secção, foi considerado um aumento de 25% do momento fletor resistente
para o dimensionamento da chapa de reforço.
𝑀𝑟𝑑 = 259,23 + 259,23 ∗ 0,25 ⇔ 𝑀𝑟𝑑 = 324,0 𝑘𝑁𝑚 (45)
A tabela 9 apresenta os novos valores obtidos para a obtenção do novo momento fletor, seguido da
tabela 10 que apresenta as novas dimensões da chapa de reforço.

Tabela 9 - Novo momento resistente da secção C30/37_ϕ20

𝐹𝑐 (kN) 𝐹′𝑠 (kN) 𝐹𝑠 (kN) 𝐹𝑠𝑟 (kN) x (m) ΣF𝑖 (kN) 𝑧𝑐 (m) 𝑧′𝑠 (m) 𝑧𝑠𝑟 (m) Mrd(kNm)

-326,89 -218,43 436,87 108,45 0,081 0 -0,586 -0,590 0,032 324,0

Tabela 10 - Dimensões da chapa metálica da secção C30/37_ϕ20

Largura Espessura

0,177 0,003

34
Reforço de Estruturas de Betão Armado

5.
MODELAÇÃO NUMÉRICA

5.1. INTRODUÇÃO
Na sequência da dissertação, foram modelados numericamente os casos em estudo. A modelação
numérica é um processo que envolve a criação de modelos matemáticos que simulam o comportamento
real de uma estrutura e os seus materiais, face às ações atuantes na estrutura. O objetivo da modelação
é obter dados que auxiliem na tomada de decisão. No entanto, é importante notar que, mesmo com a
modelação mais rigorosa, um modelo estrutural nunca é uma replicação exata da realidade. (Pinto,
2020).
A modelação numérica consistiu na simulação de vigas de betão armada, simplesmente apoiadas,
solicitadas por cargas uniformemente distribuídas aplicadas ao longo do comprimento das vigas. As
vigas foram consideradas com e sem reforço aplicado através da colagem de uma chapa metálica na face
inferior. O modelo estrutural foi desenvolvido em estado plano de tensão.

5.2. PROGRAMA DE CÁLCULO


Numa primeira tentativa de modelação, foi utilizado o programa de cálculo automático de estruturas
Robot Structural Analysis. No entanto, verificou-se posteriormente que não era possível definir uma lei
de comportamento material para o betão que não apresentasse resistência à tração, o que inviabilizou a
utilização deste programa.
Após esta tentativa gorada, utilizou-se o programa de cálculo automático de estruturas SAP2000 para a
modelação do modelo pretendido. O SAP2000 é um programa desenvolvido pela empresa norte
americana Computers & Structures, Inc. que contém uma interface gráfica 3D orientada a objetos e se
baseia no método dos elementos finitos, permitindo a combinação de elementos de barra e elementos de
casca. O programa é capaz de modelar, analisar e dimensionar diversos problemas de engenharia civil.
O software também permite a simulação de modelos mais complexos que exigem análises não lineares
avançadas. O SAP2000 possui uma ampla base de dados de secções de betão armado, metálicas e mistas,
que se encontram em conformidade com as várias normas internacionais. No processo de análise
estrutural, o SAP2000 utiliza o método dos deslocamentos como base da formulação matemática. Os
deslocamentos nodais, que são as incógnitas das equações de equilíbrio do sistema, são usados para
determinar os deslocamentos, deformações e tensões em cada elemento. No que se refere às ações, o
programa permite gerar automaticamente cargas de sismo, vento ou veículos, e em seguida, verificar
automaticamente as estruturas de betão armado e/ou perfis metálicos de acordo com as Normas

35
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Europeias. O SAP2000 é considerado um programa de fiável, sendo uma ferramenta de trabalho para
muitos engenheiros.

5.3. MODELAÇÃO
O processo de modelação estrutural requer uma serie de etapas que devem ser seguidas cuidadosamente
para garantir a precisão e a confiabilidade dos resultados obtidos. Uma das primeiras decisões a ser
tomada é a escolha do programa de cálculo automático de estruturas. Após a seleção do programa, é
preciso definir a geometria da estrutura, os materiais a serem utilizados e o tipo de análise a ser
executado. Estas etapas iniciais são fundamentais para garantir uma modelação precisa e eficiente da
estrutura.
5.3.1 ANÁLISE NÃO LINEAR
Os programas utilizados na modelação permitem selecionar a abordagem de análise mais adequada para
uma determinada estrutura, visando uma descrição precisa e satisfatória do comportamento e das ações
esperadas. No caso de estudo de elementos de betão armado, a análise não-linear oferece a possibilidade
de simular situações mais realistas.
Dentro da análise não-linear existe três tipos de análise que podem ser feitas:
-Não-linearidade geométrica;
-Não-linearidade material;
-Não-linearidade por efeitos combinados.

Nesta dissertação, será adotada uma análise não-linear material, aplicada quer ao aço, quer ao betão.
5.3.2 MATERIAIS
Após a definição da geometria, o próximo passo consiste em caracterizar os materiais a serem simulados
no modelo. A correta representação dos materiais é essencial para obter resultados realistas na análise
estrutural. Foram selecionados os materiais mais adequados às propriedades desejadas, levando em
consideração as características estruturais e os requisitos de resistência.
5.3.2.1. Betão
O diagrama adotado para representar a lei característica do betão é o diagrama parábola-retângulo. Esse
tipo de diagrama é utilizado para descrever o comportamento não linear do betão, considerando a sua
capacidade de resistir a tensões de compressão antes de atingir a tensão de rutura. No capítulo anterior,
foi detalhado o processo necessário para obter o diagrama parábola-retângulo.
Dado que se está a utilizar um betão C25/30, foram obtidos os resultados apresentados na tabela 11 e
que resultaram no diagrama representado na figura 19: (kPa)
Tabela 11 - Valores tensões-extensões C25/30

𝛆𝐜 -3,5E-03 -2,0E-03 -1,5E-03 -1,0E-03 -5,0E-04 0 3,5E-03

𝛔𝐜 (kPa) -16666,67 -16666,67 -15625,0 -12500 -7291,67 0 0

36
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Figura 19 - Diagrama tensões-extensões C25/30 retirado do SAP2000

No que diz respeito a outras propriedades mecânicas a serem incorporadas no modelo, foi estabelecido
um módulo de elasticidade de 31GPa e um coeficiente de Poisson igual a 0,2. O módulo de distorção é
calculado automaticamente pelo programa com base nas propriedades mencionadas anteriormente.
Quando o betão a utilizar foi o C30/37 obteve -se o diagrama presente na figura 20. Esse diagrama foi
obtido através dos valores apresentados na tabela 12.
Tabela 12 - Valores tensões-extensões C30/37

𝛆𝐜 -3,5E-03 -2,0E-03 -1,5E-03 -1,0E-03 -5,0E-04 0 3,5E-03

𝛔𝐜 (kPa) -20000,0 -20000,0 -18750,0 -15000,0 -8750,0 0 0

Figura 20 - Diagrama tensões-extensões C30/37 obtido no SAP2000

Para a categoria de resistência C30/37 utilizou-se um módulo de elasticidade de 33GPa e um Coeficiente


de Poisson igual a 0,2.

37
Reforço de Estruturas de Betão Armado

5.3.2.2. Aço das Armaduras


Tal como o betão a lei característica do aço a utilizar nas armaduras, já se encontra definida no capítulo
anterior, sendo agora só necessário a obtenção dos valores para a caraterização do aço a utilizar no
modelo.
Utilizando um aço da classe A400, obtém-se os valores da tabela 13 que resultaram no diagrama de
cálculo utilizado:
Tabela 13 - Valores tensões-extensões A400

𝛆𝐜 -4,5E-02 -1,74E-03 0 1,74E-03 4,5E-02

𝛔𝐜 (kPa) -348000 -348000 0 348000 348000

De seguida é colocado no programa os valores obtidos e a figura 21 representa o diagrama de tensões-


extensões do aço A400 obtido no SAP2000.

Figura 21 - Diagrama tensões-extensões A400 obtido no SAP2000

Para a caracterização do aço, ainda foi considerado no modelo um módulo de elasticidade de 200 GPa
e um coeficiente de Poisson de 0,3.
5.3.2.3. Resina
A resina utilizada na modelação foi caraterizada com base nas informações fornecidas por uma ficha
técnica da empresa “SIKA”. Para essa caraterização, apenas foi usado o módulo de elasticidade, com
um valor de 11,2 GPa, uma vez que se considerou um comportamento linear elástico infinito. Em relação
ao coeficiente de Poisson foi utilizado o valor 0,3.
5.3.2.4. Aço da Chapa Metálica
No contexto do modelo, foi necessário caracterizar a lei de comportamento do aço da chapa metálica de
reforço. Embora apresente também um comportamento elástico-plástico perfeito, com o mesmo módulo
de elasticidade e coeficiente de Poisson, difere do das armaduras em termos de classe de resistência, foi
considerado um aço da classe de resistência A235, e também na extensão limite, sendo neste caso

38
Reforço de Estruturas de Betão Armado

adotado um valor de 220 ‰. O procedimento para calcular o diagrama de tensões-extensões é por isso
o mesmo aplicado às armaduras.
Dessa forma, obteve-se os seguintes valores (tabela 14) que resultaram no seguinte diagrama
apresentado (Figura 22):
Tabela 14 - Valores tensões-extensões A235

𝛆𝐜 -0,22 -1,0E-03 0 1,0E-03 0,22

𝛔𝐜 (kPa) -221739,1 -221739,1 0 221739,1 221739,1

Figura 22 - Diagrama tensões-extensões A235 obtido no SAP2000

5.3.3 GEOMETRIA
A geometria da viga, incluindo a da armadura de tração e de compressão, foram simuladas através de
elementos quadrangulares em estado plano de tensão. As armaduras foram simuladas com elementos de
0,02 metros de altura, compostos por um material que representa o aço. Este procedimento foi adotado
porque os elementos de barra em SAP2000 com comportamento não linear mostraram-se incompatíveis
com outros elementos de volume ou área com comportamento não linear.
Para estudar a influência do comprimento da chapa metálica, para além de modelar a chapa com um
comprimento igual ao comprimento total da viga, também foi modelada considerando metade, ou dois
terços desse comprimento e um valor intermédio entre o comprimento total e os dois terços.
Para garantir a segurança da peça em relação à flexão quando acontece a variação do comprimento da
chapa metálica, foram realizados cálculos detalhados para determinar a posição ideal de colocação da
chapa. Com base nos resultados, verificou-se que a chapa deve ser colocada no máximo até uma
distância de 1,37 m a partir do apoio.
Essa distância é determinada tendo em consideração o ponto a partir do qual a secção atinge a sua
resistência máxima à flexão, sem reforço. A partir desse ponto, é necessário implementar um reforço
adicional para garantir a adequada capacidade de resistência de toda a viga. Note-se ainda que será
necessário considerar comprimentos adicionais de amarração para garantir a transferência de cargas da
viga para a chapa.

39
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Em todos os casos analisados, a chapa metálica é posicionada antes desse valor crítico de 1,37 m,
garantindo que a viga esteja adequadamente reforçada e capaz de resistir às tensões de flexão.
5.3.1.1. Secção C25/30_ϕ20
Em primeiro lugar, foi preciso escolher uma espessura do elemento plano que representasse a área
correspondente às armaduras. Para a armadura de compressão (2ϕ20), era necessário simular uma área
de 6,28x10−4 𝑚2 . Considerando que a altura dos elementos é de 0,02 metros, a espessura necessária é
calculada dividindo a área real da armadura pela altura, obtendo-se um valor de 0,0314 metros. No caso
da armadura de tração (4ϕ20), a altura permanece a mesma, mas a área real da armadura é o dobro da
armadura de compressão. Portanto, a espessura necessária para a simulação seria o dobro da espessura
anterior, ou seja, 0,0628 metros.
O betão foi divido em três partes: dois alinhamentos extremos que correspondem ao betão de
recobrimento, com uma altura de 0,02 metros, cada, e um alinhamento central correspondente ao betão
entre armaduras, com uma altura de 0,57 metros. A espessura dos elementos corresponde à largura da
viga, ou seja, 0,25 metros.
A figura 23 mostra a modelação da viga sem reforço.

Figura 23 - Modelação da viga sem reforço

Para a modelação da resina e da chapa metálica, foi adotado uma altura de 0,01 m, valor mínimo
possível, face às dimensões dos restantes elementos, tendo em consideração a capacidade do programa
em apresentar resultados confiáveis. No capítulo anterior, dimensionou-se a chapa metálica, resultando
num elemento de aço com uma área igual a 5,07x10−4 𝑚2. Considerando que a altura do elemento
escolhido para simular essa área é de 0,01 m, foi obtida uma espessura de 0,0507 m para a chapa. A
resina possui as mesmas dimensões da chapa.
A figura 24 permite visualizar o detalhe da modelação para quando a viga é reforçada ao longo do seu
comprimento total.

Figura 24 - Detalhe da modelação da viga com reforço em todo o seu comprimento

40
Reforço de Estruturas de Betão Armado

5.3.3.2. Secção C25/30_ϕ16


A segunda secção transversal, apenas apresenta variações na área das armaduras utilizadas. Portanto,
todas as considerações e definições adotadas anteriormente para o betão permanecem iguais.
Foi considerada uma armadura de compressão de 2ϕ16, o que corresponde a uma área de 4,02x10−4 𝑚2.
Para representar uma área igual na modelação, dividiu-se o valor da área da armadura por 0,02 m, a
altura do elemento. Como resultado, obteve-se uma espessura de 0,0201 m. No que diz respeito à
armadura de tração (5ϕ16), tal como na primeira secção, considerando que a largura da casca é a mesma,
a espessura necessária será: 0,0429 m.
A chapa dimensionada apresenta uma área de 3,33x10−4 𝑚2. Para executar a simulação de forma
precisa, a área da chapa foi dividida por 0,01 m, o que resultou numa espessura de 0,0333 m. A resina é
utilizada para colar a chapa no betão, logo possui as mesmas dimensões da chapa.
5.3.3.3. Secção C30/37_ϕ20
Na última secção, a única variável que difere é a classe de resistência do betão. No entanto, as armaduras
de compressão e de tração são as mesmas que a primeira secção, portanto, as medidas adotadas para
essa secção são aplicáveis aqui também.
A chapa dimensionada previamente para esta secção, resultou numa área de aço de 0,177x0,003 𝑚2 .
Para simular essa área, foi estabelecida uma espessura de 0,0429 m para a altura de 0,01 m. A resina
utilizada tem as mesmas dimensões da chapa metálica.
5.3.4 CONDIÇÕES DE FRONTEIRA
As condições de fronteira são especificações aplicadas no modelo para definir restrições ao
comportamento da estrutura na modelação. São essenciais para garantir que a modelação represente as
condições reais do problema em estudo. No SAP2000, é possível escolher entre várias condições de
apoios, permitindo controlar os deslocamentos em três eixos diferentes e as rotações nesses mesmos
eixos em diferentes pontos. Isso oferece flexibilidade ao projetista para escolher as condições que
melhor se adequam às necessidades do projeto.
No caso específico de uma viga simplesmente apoiada, as condições de apoio foram definidas da
seguinte forma: um apoio simples no canto inferior esquerdo e um apoio duplo no canto inferior direito
da viga. A figura 25 representa as condições de fronteira adotadas.

Figura 25 - Condições de fronteira

5.3.5 MALHA
A escolha da malha é algo crucial a definir ao realizar cálculos através de programas como o SAP2000.
A malha consiste na divisão da estrutura em elementos de menor dimensão que se interligam através de
pontos definidos ao longo do seu contorno, recriando a estrutura global. Teoricamente, malhas mais
finas permite resultados mais detalhados e precisos. No entanto, as malhas têm dimensões limites a partir
das quais podem ocorrer problemas numéricos. Portanto, a definição adequada da malha é fundamental
para garantir resultados confiáveis e precisos.

41
Reforço de Estruturas de Betão Armado

O SAP2000 oferece várias opções para a criação da malha, mas neste caso em específico foi utilizada a
opção que permite escolher o número de quadriláteros a formar ao longo do comprimento e largura da
viga. Um ponto importante, é a necessidade de garantir a ligação entre as diferentes malhas.
5.3.5.1. Betão na Zona Central
O betão na zona central corresponde a uma geometria de 0,57 m de largura e 5,0 m de comprimento. A
melhor opção encontrada foi a criação de uma malha retangular de 50x10 elementos (figura 26).

Figura 26 - Malha do betão na zona central

5.3.5.2. Armaduras e Betão de Recobrimento


As armaduras e o betão de recobrimento possuem a mesma geometria dando direito a malhas idênticas
de 50x1 elementos, embora com espessuras diferentes, como se viu anteriormente (figura 27).

Figura 27 - Malha do betão de recobrimento e das armaduras

5.3.5.3. Chapa e Resina


Tal como a situação anterior, a chapa e a resina terão sempre as mesmas dimensões e por consequência
foi adotada uma malha igual para os dois materiais.
Nos estudos realizados, a chapa e a resina apresentam o mesmo comprimento, mas que pode ser distinto
do da viga. Logo será necessário ter isso em conta na escolha da malha. Quando a chapa metálica e a
resina têm o comprimento total da viga, que é 5 m, a malha apresenta 50x1 elementos. Quando o
comprimento da chapa e da resina passam a um terço do comprimento total da viga, a malha adotada foi
uma malha com as dimensões 34x1. No caso em que a chapa e a resina possuem metade do comprimento
da viga, foi adotada uma malha com dimensões de 26x1. Por último, quando a chapa e a reina possuem
um comprimento de 4 m, a malha tem umas dimensões de 40x1.
5.3.6. CARGAS APLICADAS
Após a definição dos materiais e da geometria, é necessário determinar as cargas a serem aplicadas em
cada secção. Durante a modelação surgiu uma dificuldade em aplicar uma carga uniformemente
distribuída nos elementos planos. Para contornar esse problema, a solução encontrada foi adicionar uma
barra no topo da viga ao longo do seu comprimento. Essa barra foi definida com um material sem
qualquer peso ou resistência, ou seja, com todas as características mecânicas nulas. Essa solução
permitiu aplicar a carga uniformemente distribuída na viga de forma adequada.
As cargas aplicadas na viga para a análise no estado limite último são calculadas com base nos momentos
fletores obtidos no capítulo anterior, tanto para a viga sem reforço quanto para a viga com reforço.
Utilizando esses momentos, é aplicada a fórmula (19) para a determinar a carga atuante correspondente.
Na análise do estado limite de serviço, utiliza-se a combinação quase-permanente. Para o efeito dessa
combinação, é considerado que 70% da carga calculada para o estado limite último na viga não reforçada
representa as cargas permanentes e 30% as ações variáveis. Quando é aplicado o reforço, considera-se

42
Reforço de Estruturas de Betão Armado

que as cargas permanentes não se alteram, o que permite determinar o valor sobrante correspondente às
novas sobrecargas.
5.3.6.1. Secção C25/30_ϕ20
No primeiro caso, o momento fletor obtido para a peça sem reforço foi de 258,43 kNm. Através desse
valor obtém se a seguinte carga:
258,43∗8
𝑃𝑒𝑑 = = 83 kN/m (46)
25

Quando a viga já apresenta reforço, a carga é:


323∗8
𝑃𝑒𝑑 = = 104 kN/m (47)
25

Para a combinação quase-permanente é necessário determinar as ações permanentes e as ações variáveis.


Essas ações foram calculadas tendo em conta o método descrito previamente:
0,7 ∗ 83 (48)
𝐺𝑘 = = 43 𝑘𝑁/𝑚
1,35
0,3 ∗ 83 (49)
𝑄𝑘 = = 17 𝑘𝑁/𝑚
1,5
𝑃𝑐𝑞𝑝 = 43 + 0,3 ∗ 17 = 48,1 𝑘𝑁/𝑚 (50)
Quando aplicado o reforço:
43 ∗ 1,35 (51)
= 56%
104
(1−0,56)∗104
𝑄𝑘 = = 30,5 𝑘𝑁/𝑚 (52)
1,5

𝑃𝑐𝑞𝑝 = 43 + 0,3 ∗ 30,5 = 52,2 𝑘𝑁/𝑚 (53)

5.3.6.2. Secção C25/30_ϕ16


Nesta variante, a carga é obtida através do momento fletor de 166,56 kNm.
207,12∗8
𝑃𝑒𝑑 = = 66,3 𝑘𝑁/𝑚 (54)
25

Com o reforço:
258,90∗8
𝑃𝑒𝑑 = = 83 𝑘𝑁/𝑚 (55)
25

Para o cálculo da fendilhação e da deformação utilizou-se a seguinte carga:


0,7 ∗ 66,3 (56)
𝐺𝑘 = = 34,4 𝑘𝑁/𝑚
1,35
0,3 ∗ 66,3 (57)
𝑄𝑘 = = 13,3 𝑘𝑁/𝑚
1,5
𝑃𝑐𝑞𝑝 = 34,4 + 0,3 ∗ 13,3 = 38,4 𝑘𝑁/𝑚 (58)
Com o reforço:
34,4 ∗ 1,35 (59)
= 43%
83
(1−0,43)∗83
𝑄𝑘 = = 31,54 𝑘𝑁/𝑚 (60)
1,5

43
Reforço de Estruturas de Betão Armado

𝑃𝑐𝑞𝑝 = 34,4 + 0,3 ∗ 31,54 = 43,8 𝑘𝑁/𝑚 (61)

5.3.6.3. Secção C30/37_ϕ20


Nesta variante, a carga é obtida através do momento fletor de 259,23 kNm.
259,23∗8
𝑃𝑒𝑑 = = 83 𝑘𝑁/𝑚 (62)
25

Com o reforço:
324∗8
𝑃𝑒𝑑 = = 103,7 𝑘𝑁/𝑚 (63)
25

Para o cálculo da fendilhação e da deformação utilizou-se a seguinte carga:


0,7 ∗ 83 (64)
𝐺𝑘 = = 43,0 𝑘𝑁/𝑚
1,35
0,3 ∗ 83 (65)
𝑄𝑘 = = 16,6 𝑘𝑁/𝑚
1,5
𝑃𝑐𝑞𝑝 = 43 + 0,3 ∗ 16,6 = 48,0 𝑘𝑁/𝑚 (66)
Com o reforço:
43 ∗ 1,35 (67)
= 56%
103,7
(1−0,56)∗103,7
𝑄𝑘 = = 30,4 𝑘𝑁/𝑚 (68)
1,5

𝑃𝑐𝑞𝑝 = 43,0 + 0,3 ∗ 30,4 = 52,1 𝑘𝑁/𝑚 (69)

44
Reforço de Estruturas de Betão Armado

6.
Resultados

6.1. ENQUADRAMENTO
Neste capítulo são apresentados os resultados da modelação da viga de betão armado, sem e com reforço,
realizada no programa da análise estrutural SAP2000, considerando elementos em estado plano de
tensão e as leis não lineares de comportamento material do betão e do aço descritas no capítulo 5.
Os resultados a seguir apresentados consideram que a chapa metálica foi instalada e está a funcionar em
conjunto com a estrutura desde o início da aplicação de todas as cargas, incluindo as cargas permanentes,
ou seja, que não foi colocada quando a viga já estava, pelo menos, solicitada pela carga permanente.
Alternativamente, podemos imaginar que a chapa metálica foi implementada após a aplicação de uma
carga vertical ascendente que compensou o efeito da carga permanente, até à cura total da resina de
colagem. Portanto, ao interpretar os resultados, é fundamental ter em mente esta condição.
Será analisado a resposta da viga com as 3 secções transversais estudadas para a carga limite aplicada,
nomeadamente a variação das tensões axiais longitudinais no betão, nas armaduras, na resina e na chapa
de reforço ao longo do comprimento da viga, as tensões axiais transversais à viga e de corte na resina, a
flecha e a fendilhação. Por fim, será analisado a influência do comprimento da chapa e da rigidez da
resina nos parâmetros anteriores.
Os resultados obtidos através dos elementos planos incluem as tensões nas 2 direções do plano, tal como
se apresenta na figura 28. Esta é a nomenclatura utilizada para as tensões nos textos e imagens seguintes.
Os valores das extensões correspondentes são designados pela letra E seguida dos mesmos índices
numéricos.

Figura 28 - Direções das tensões

45
Reforço de Estruturas de Betão Armado

6.2. MAPAS
Os mapas de tensões e extensões representam a distribuição das tensões e extensões ao longo de um
elemento estrutural. Tirando partido desta representação, apresenta-se a distribuição das tensões e
extensões na viga reforçada com a chapa metálica disposta ao longo de todo o seu comprimento,
submetida à sua carga máxima. Dado que a viga é simétrica e foi carregada de forma simétrica, os
gráficos e mapas de tensões e extensões apresentados representam apenas a metade esquerda da viga.
A figura 29 mostra o mapa da distribuição das tensões S11 (axiais, longitudinais à viga) nos vários
elementos de betão e a figura 30 o mapa da distribuição das extensões E11

Figura 29 - Mapa das tensões S11 no betão

Figura 30 - Mapa das extensões E11 no betão

A partir destes mapas, identificam-se a zona de tensão máxima no betão centrada na viga, na camada de
recobrimento superior. Além disso, o mapa de tensões também identifica as zonas onde as tensões de
tração no betão são nulas, ou seja, onde o betão fendilha. Analisando o mapa também confirmou-se que
a posição do eixo neutro coincide com os resultados obtidos a partir do Excel.
O mapa de tensões axiais, longitudinais à viga, nos elementos que simulam as armaduras, encontra-se
na figura 31 e o mapa das extensões axiais na figura 32. A camada superior refere-se ao aço de
compressão e, como é possível observar, a tensão máxima ocorre na zona central, onde o momento fletor
é mais elevado.

46
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Figura 31 - Mapa de tensões S11 nas armaduras

Figura 32 - Mapa das extensões E11 nas armaduras

A parte inferior da figura representa a armadura de tração, que é dimensionada para resistir às tensões
de tração na estrutura. Conforme esperado, as tensões e as extensões são maiores na zona central. À
medida que nos afastamos da zona central em direção às extremidades, as tensões e as extensões na
armadura de tração diminuem gradualmente.
A figura 33 representa o mapa de tensões axiais, longitudinais à viga, na resina e a figura 34 as extensões.
Observa-se que ambos aumentam da extremidade para a zona central, onde ocorre a maior tensão axial,
longitudinal, na resina. Toda a resina está posicionada abaixo da linha do eixo neutro, indicando que
toda a resina está sujeita a esforços de tração.

Figura 33 – Mapa de tensões S11 na resina

47
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Figura 34 - Mapa das extensões E11 na resina

A figura 35 apresenta o mapa de tensões axiais, longitudinais à viga, na chapa metálica e a figura 36 o
mapa de extensões. É possível observar um comportamento semelhante aos demais materiais analisados:
tensões e extensões aumentam da extremidade para a zona central, que é a região critica em termos de
tensões e extensões horizontais.

Figura 35 - Mapa de tensões S11 na chapa metálica

Figura 36 - Mapa das extensões E11 na chapa metálica

É interessante notar que a chapa metálica atinge a tensão máxima antes da região central. Essa
distribuição das tensões na chapa metálica é relevante para avaliar o desempenho do reforço metálico
na estrutura. Ao atingir a tensão máxima antes da região central, a chapa metálica desempenha um papel
importante na absorção e distribuição das tensões, ajudando a reduzir as tensões nas demais partes da
estrutura.

48
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Apresentam-se a seguir os mapas de tensões S11 do betão para diferentes cenários: na viga original e na
viga reforçada com a chapa disposta ao longo de todo o seu comprimento, bem como em apenas metade
do comprimento, com o objetivo de comparar a distribuição das tensões no betão nas diferentes
situações. Para essa análise, considerou-se que a viga estava carregada com a carga máxima admissível
na viga original.
A figura 37 mostra o mapa de distribuição das tensões S11 no betão quando a viga não se encontra
reforçada. É possível verificar uma distribuição igual à figura 29, mas com a posição do eixo neutro a
uma cota superior.

Figura 37 - Mapa das tensões S11 no betão sem reforço

Figura 38 - Mapa das extensões E11 no betão sem reforço

Através destas figuras observa-se o traçado longitudinal do eixo neutro e constata-se que a sua posição
na secção central, assim como o valor das extensões e tensões nessa secção coincidem com os valores
obtidos na tabela 2.
De seguida apresenta-se o mapa das tensões S11 (figura 39) e extensões E11 (figura 40) no betão para
a mesma carga aplicada na viga não reforçada, para a situação em que a viga se encontra reforçada com
a chapa aplicada em todo o seu comprimento.

49
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Figura 39 – Mapa das tensões S11 no betão com 5,0 metros de chapa

Figura 40 - Mapa das extensões E11 no betão com 5,0 metros de chapa

As figuras mostram que, relativamente à figura 37, o eixo neutro situa-se numa posição mais abaixo,
havendo maiores zonas comprimidas no betão.
A figura 41 apresenta as tensões no betão para o mesmo caso de carga, mas para quando a chapa de
reforço apresenta metade do comprimento total da viga. A posição do eixo neutro é semelhante à
anterior, indicando que a variação do comprimento da chapa não apresentou uma alteração significativa
nos mapas de tensões. A figura 42 representa as extensões do betão.

Figura 41 - Mapa das tensões S11 no betão com 2,5 metros de chapa

50
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Figura 42 - Mapa das extensões E11 no betão com 2,5 metros de chapa

De seguida realizou-se uma análise mais detalhada da variação das tensões ao longo do comprimento
da viga. Para a realização dessa análise foram exportados os valores obtidos no programa para folhas de
Excel

6.3. SECÇÃO C25/30_Φ20


6.3.1. TENSÕES
Foi analisado a variação das tensões axiais longitudinais ao longo do comprimento da viga. Os resultados
são apresentados tendo em conta a simetria da peça.
Na extração dos resultados, foram considerados os valores nos pontos do contorno da malha fornecidos
pelo programa. Complementarmente, extraíram-se também os valores nos pontos no interior dos
elementos, também fornecidos pelo programa. No entanto, porque os valores eram semelhantes, mas os
valores no contorno garantiam quantidades iguais nos 2 elementos que o continham, foram estes últimos
os valores considerados. Uma simulação da localização dos pontos onde foram obtidos os resultados
encontra-se na figura 43.

Figura 43 - Localização dos pontos de analise das tensões

.
6.3.1.1. Armadura de Tração
As tensões representadas no gráfico da figura 44 correspondem às tensões S11, ou seja, axiais
longitudinais à viga, nestas armaduras, ao longo do comprimento da viga, e foram analisadas para três
situações:
-Carga limite da viga sem reforço; neste caso, a viga foi submetida à sua carga máxima sem
qualquer reforço adicional.
-Mesma carga que a anterior, mas já reforçada; aqui, a viga foi reforçada com a adição da
chapa metálica e, em seguida, submetida à carga máxima do caso anterior.

51
Reforço de Estruturas de Betão Armado

-Carga limite da viga com reforço; neste último caso, a viga reforçada foi submetida à sua
carga máxima de dimensionamento.

400
350
300
S11 (MPa)

250
200
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
Armadura de tração sem reforço ELU Armadura de tração com reforço
Armadura de tração com reforço ELU

Figura 44 - Gráfico das tensões S11 na armadura de tração para a secção C25/30_ ϕ20

Neste gráfico observa-se que a armadura, quando a viga não reforçada é carregada até ao seu estado
limite último, atinge a tensão máxima. No entanto, quando a viga está reforçada e é carregada com a
carga limite da viga sem reforço, a armadura de tração não atinge a tensão máxima. Em contrapartida,
quando a viga reforçada é carregada com a carga máxima limite da viga reforçada, o comportamento da
armadura é similar ao da viga não reforçada para a sua carga última
No estudo realizado, também foi analisada a variação das tensões S11 nas armaduras e da resina ao
longo do comprimento da viga, para a carga limite e para diferentes comprimentos da chapa metálica.
Essas tensões estão representadas na figura 45.
400
350
300
S11 (MPa)

250
200
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
L = 5 metros L = 2,5 metros L = 3,3 metros L = 4 metros

Figura 45 - Gráfico das tensões S11 na armadura de tração em função do comprimento da chapa de reforço
para a secção C25/30_ ϕ20

É possível concluir que quando a chapa é colocada desde o início da viga, ela reduz as tensões na
armadura de tração logo a partir da extremidade. Nos casos em que a chapa não possui o comprimento
total da viga, observa-se um aumento mais acentuado das tensões na armadura de tração até à distância
onde a chapa é colocada. Nesse ponto, as tensões diminuem ligeiramente e tendem rapidamente para as

52
Reforço de Estruturas de Betão Armado

tensões que existem quando a chapa tem o mesmo comprimento que a viga. Quanto mais extensa a
chapa, mais precoce é a diminuição das tensões na armadura.
6.3.1.2. Chapa Metálica
Assim como na armadura de tração, as tensões a analisar na chapa metálica são as S11. Tendo em conta
a variação de comprimento da chapa metálica, obteve-se o gráfico da figura 46 de variação das tensões
S11 ao longo do comprimento da viga e em função do comprimento da chapa.
250

200
S11 (MPa)

150

100

50

0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
L = 5 metros L = 2,5 metros L = 3,3 metros L = 4 metros

Figura 46 - Gráfico das tensões S11 na chapa metálica para a secção C25/30_ ϕ20

No gráfico, mostra que a tensão S11 na chapa tem um aumento progressivo ao longo do comprimento
da viga. Quando a chapa apresenta o mesmo comprimento que a viga, a tensão aumenta de forma suave
no início, até atingir a tensão máxima. Por outro lado, quando a chapa não possui o mesmo comprimento
que a viga, a tensão aumenta de forma mais abrupta, tendendo rapidamente para a tensão máxima. A
taxa de crescimento da tensão na fase inicial é idêntica para as 3 hipóteses de comprimento da chapa,
que não a do comprimento total.
6.3.1.3. Resina
No estudo das tensões na resina, foram analisadas as variações das tensões axiais S11 e S22 e as tensões
de corte S12 longo do comprimento da viga.
O gráfico da figura 47 apresenta os resultados para as tensões S11.

53
Reforço de Estruturas de Betão Armado

100
90
80
70
S11 (MPa) 60
50
40
30
20
10
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
L = 5 metros L = 2,5 metros L = 3,3 metros L = 4 metros

Figura 47 - Gráfico das tensões S11 na resina para a secção C25/30_ ϕ20

Observa-se que a resina apresenta um aumento gradual de tensões S11, até ao momento em que as
armaduras de tração atingem a tensão de cedência. A partir desse momento, as tensões S11 na resina
crescem a uma taxa bastante superior.
A figura 48 apresenta o gráfico dos resultados para as tensões S22, ou seja, axiais na direção ortogonal
à superfície de contacto entre a chapa e o betão.
12,00
10,00
8,00
6,00
S22 (MPa)

4,00
2,00
0,00
-2,00 0 50 100 150 200 250 300
-4,00
-6,00
-8,00
L (cm)

L = 5 metros L = 2,5 metros L = 3,3 metros L = 4 metros

Figura 48 - Gráfico das tensões S22 na resina para a secção C25/30_ ϕ20

Observa-se que na extremidade da ligação entre a chapa e a viga, a resina suporta elevadas tensões de
tração axiais verticais, ou seja, que apontam para o destacamento da chapa em relação à superfície do
betão. Além disso, constata-se que quanto menor for o comprimento da chapa em relação ao
comprimento total da viga, maior são as tensões na direção vertical, ou seja, maior é o potencial de
destacamento da chapa. No entanto, o decréscimo das tensões em direção ao centro de viga é rápido.
É ainda interessante notar que, logo a seguir à zona da extremidade da chapa de potencial destacamento,
desenvolvem-se tensões de compressão, de muito menor intensidade, que empurram a chapa contra a
superfície de betão, repetindo-se este comportamento ao longo de o comprimento da chapa, embora para
valores de tensão ainda mais baixos; ou seja, a chapa tende a adquirir uma forma “ondulada”.

54
Reforço de Estruturas de Betão Armado

O gráfico situado na figura 49 apresenta os resultados para as tensões S12, ou seja, de corte na resina.
5,00

0,00
0 50 100 150 200 250 300
-5,00
S12 (MPa)

-10,00

-15,00

-20,00

-25,00
L (cm)
L = 5 metros L = 2,5 metros L = 3,3 metros L = 4 metros

Figura 49 - Gráfico das tensões S12 (corte) na resina para a secção C25/30_ ϕ20

As tensões de corte seguem um comportamento semelhante às tensões na direção horizontal no facto de


o ponto critico acontecer na extremidade da chapa. Nesse ponto, as tensões de corte atingem valores
muito elevados, mas rapidamente tendem para valores residuais. Quanto à diferença de comprimento da
chapa, observa-se que quanto menor for o seu comprimento, maior são as tensões de corte atuantes na
extremidade.
Os valores de piso, bastante elevados das tensões S11 e S22, justifica o procedimento comum de
colocação de conectores mecânicos na ligação entre a chapa e a viga, nas extremidades das chapas.
6.3.1.4. Resina e Chapa
Para além de se ter analisado o comportamento das tensões separadamente para os dois elementos: chapa
e resina, foi também comparado o comportamento dos dois materiais. O gráfico da figura 50 apresenta
a evolução conjunta das tensões nos dois materiais.

55
Reforço de Estruturas de Betão Armado

250

200
S11(MPa)

150

100

50

0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)

Chapa (L = 2,5 metros) Resina (L = 2,5 metros) Chapa (L = 3,3 metros)


Resina (L = 3,3 metros) Chapa (L = 5 metros) Resina (L = 5 metros)
Chapa (L = 4 metros) Resina (L = 4 metros)

Figura 50 - Gráfico das tensões S11 na chapa e na resina para a secção C25/30_ ϕ20 e diferentes
comprimentos da chapa

É possível verificar que as tensões S11 nos dois materiais não apresentam uma evolução idêntica. As
chapas apresentam uma variação inicial de tensão muito rápida, mantendo depois valores constantes
(plastificação), enquanto a resina apresenta uma evolução inicial lenta, que aumenta apenas quando as
armaduras de tração plastificam.
6.3.1.5. Armadura de Tração e Chapa
Outra comparação efetuada foi entre as tensões S11 das armaduras de tração e da chapa ao longo do
comprimento da viga. O gráfico da figura 51 apresenta os resultados para o comprimento da chapa igual
a 5,0m.
400
350
300
S11 (MPa)

250
200
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
Armadura de tração Chapa (L = 5 metros)

Figura 51 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C25/30_ ϕ20 com 5 metros de
chapa

Observa-se que quando a chapa metálica tem o mesmo comprimento que a viga, as tensões existentes
na chapa são superiores às tensões existentes na armadura até ao ponto em que a chapa atinge a sua

56
Reforço de Estruturas de Betão Armado

tensão máxima, ou seja, plastifica. A partir desse ponto, a tensão na armadura continua o seu crescimento
até atingir a tensão máxima.
O gráfico da figura 52 apresenta os resultados para o comprimento da chapa igual a 2,5m.
400
350
300
S11 (MPa)

250
200
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)

Armadura de tração Chapa (L = 2,5 metros)

Figura 52 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C25/30_ ϕ20 com 2,5 metros de
chapa

Quando o comprimento da chapa metálica tem metade do comprimento total da viga, a armadura de
tração apresenta uma diminuição na tensão, coincidente com a extremidade da chapa metálica. A partir
desse ponto, as tensões na chapa aumentam a uma taxa mais elevada do que a armadura, atingindo a
tensão máxima quase em simultâneo com a armadura.
Os gráficos da figura 53 e 54 apresentam os resultados para o comprimento da chapa igual a 3,3 m e a
4,0 m, respetivamente.
400
350
300
S11 (MPa)

250
200
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
Armadura de tração Chapa (L = 3,3 metros)

Figura 53 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C25/30_ ϕ20 com 3,3 m de
comprimento de chapa

57
Reforço de Estruturas de Betão Armado

400
350
300
S11 (MPa) 250
200
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
Armadura de tração Chapa (L = 4 metros)

Figura 54 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C25/30_ ϕ20 com 4,0 m de
comprimento de chapa

Quando a relação entre o comprimento da chapa metálica e o comprimento total da viga é maior do que
1/2, neste caso 2/3 e 4/5, verifica-se um comportamento semelhante ao do caso anterior. A maior
diferença é que, a chapa ao ser colocada mais próxima das extremidades da viga, antecipa a redução nas
tensões na armadura de tração. Após esta fase, as tensões na armadura crescem a uma taxa menor até
atingirem a tensão de plastificação. Em contrapartida, as tensões na chapa aumentam a uma taxa mais
elevada do que a armadura, até atingirem a tensão de plastificação.
6.3.2. DEFORMAÇÃO
Foi também analisado o efeito da chapa metálica de reforço na deformação da viga. Para tal, primeiro
avaliou-se a deformação através da fórmula (11).
𝑙 (70)
= 8,55
𝑑
𝜌0 = 0,005 < 𝜌 = 0,0077 (71)
0,005 1 0,0039 (72)
1[11 + 1,5√25 + √25√ 0,005 ] = 21,14
0,0077−0,0039 12

Como se verifica que l/d é inferior a 21,14, o controlo da deformação está garantido.
No entanto, foram também calculadas as flechas, δ, com e sem reforço, de forma a analisar a variação
percentual da flecha ao adicionar a chapa metálica de reforço. Os resultados foram retirados da
modelação e foi utilizado como referência o valor da flecha quando a viga não se encontra reforçada e
submetida à sua carga quase-permanente máxima. A tabela 15 apresenta os resultados obtidos para a
hipótese de a chapa ter o comprimento total da viga.

Tabela 15 - Flecha da secção C25/30_ϕ20

Carga (kN/m) 48,1 48,1 52,2


(s/ reforço) (c/ reforço) (c/ reforço)
δ (m) 0,0069 0,0050 -38% 0,0055 -25%

58
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Para a mesma carga (combinação quase permanente correspondente à viga não reforçada), a flecha da
viga é maior quando não se encontra reforçada. Mas também é menor quando considerada a combinação
quase permanente para a situação da viga reforçada. Estes resultados também mostram que, para as
condições de análise consideradas, a flecha pode ser controlada através da colocação de uma chapa
metálica; para a mesma carga, a colocação da chapa metálica reduziu a flecha em 38%.
Quando o comprimento da chapa é metade ou 2/3 do comprimento total da viga, obtém-se os valores da
tabela 16.
Tabela 16 - Flecha da secção C25/30_ϕ20 para diferentes comprimentos de chapa

l (m) 2/3*l = 3,33 1/2*l = 2,5


Carga (kN/m) 48,1 52,2 48,1 52,2
δ (m) 0,0054 -28% 0,0059 -17% 0,0056 -23% 0,0061 -13%

Analisando os valores obtidos, conclui-se que a variação do comprimento da chapa metálica não exerce
uma influência significativa na variação da flecha.
A título de curiosidade, todos os valores cumprem os requisitos do EC2 que estipula que a flecha tem
de ser menor que l/250 = 0,020 m.
6.3.3. FENDILHAÇÃO
Foi realizada uma comparação percentual da extensão máxima média no aço, utilizando como referência
o valor obtido quando a viga não reforçada é submetida à carga quase-permanente máxima. A
comparação foi feita em termos percentuais, visando avaliar o impacto do reforço através de uma chapa
metálica na extensão do aço.
Os valores das extensões máximas foram retirados do programa e apresentam-se na tabela 17.
Tabela 17 - Extensões da secção C25/30_ϕ20

Carga (kN/m) 48,1 48,1 52,2


(s/ reforço) (c/reforço) (c/reforço)
𝜺𝒔𝒎 (‰) 1,070 0,701 -53% 0,760 -41%

Como é possível observar, para a mesma carga, verifica-se uma redução significativa, de 53%, da
extensão nas armaduras, o que significa que a colocação de uma chapa metálica ajuda no controlo das
extensões e, por consequência, da fendilhação.
Quando o comprimento da chapa é metade ou 2/3 do comprimento total da viga, obtém-se os valores da
tabela 18.
Tabela 18 - Extensão da secção C25/30_ϕ20 para diferentes comprimentos de chapa

l (m) 2/3*l=3.33 1/2*l=2,25


Carga (kN/m) 48,1 52,2 48,1 52,2
𝜺𝒔𝒎 (‰) 0,711 -51% 0,773 -38% 0,711 -51% 0,772 -39%

59
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Pode-se concluir que, para as condições analisadas, a variação do comprimento da chapa metálica não
tem grande influência na variação das extensões máximas médias no aço.
Para o cálculo da fendilhação, utilizou-se o maior valor de extensão obtida, neste caso 1,07‰.
1,26 ∗ 10−3 (73)
𝜌𝑝,𝑒𝑓𝑓 = = 0,0310
0,1625 ∗ 0,25
0,02 (74)
𝑆𝑟,𝑚𝑎𝑥 = 3,4 ∗ 0,03 + 0,8 ∗ 0,5 ∗ 0,425 ∗ = 0,212 𝑚
0,0310
1,07
𝑤𝑘 = 0,212 ∗ = 0,000227 𝑚 (75)
1000

Ao utilizar um betão com classe de exposição XC1, verificamos na figura… que o valor máximo
permitido para abertura de fendas é de 0,4 mm. Neste caso, obtivemos um valor de 0,227 mm, o que
está abaixo do limite estabelecido. Isso indica que a estrutura está dentro dos parâmetros de segurança
em relação à fendilhação, em qualquer uma das situações analisadas.

6.4. SECÇÃO C25/30_Φ16


Neste caso, os parâmetros a serem analisados serão os mesmos que foram considerados na secção
anterior, no entanto, os resultados serão afetados pela redução da área de armadura de tração. É
necessário avaliar o impacto dessa redução de área da armadura de tração nos resultados da análise
estrutural.
6.4.1. TENSÕES
Neste caso, optou-se por não apresentar os mapas de tensões, uma vez que eles apresentam uma
similaridade significativa com os mapas previamente mostrados e não iriam acrescentar informações
substancialmente novas ou diferentes. As distribuições de tensões na estrutura com a chapa metálica de
reforço são consistentes com os padrões observados anteriormente, com a zona central a ser a região
mais critica a nível de tensões horizontais.
De seguida foi executada a análise do comportamento das tensões ao longo do comprimento e para tal
analise foi levado em conta a simetria e os pontos onde as tensões foram analisadas, foram os mesmos
que utilizados na análise anterior.
6.4.1.1. Armadura de tração
As tensões representadas no gráfico da figura 55 correspondem às tensões S11, ou seja, axiais
longitudinais à viga, nestas armaduras, ao longo do comprimento da viga, e foram analisadas para as
mesmas três situações. No presente caso, é importante ressaltar que a armadura de tração utilizada
consiste em 5ϕ16. Para a análise das tensões na armadura de tração foram considerados os três casos
distintos apresentados previamente

60
Reforço de Estruturas de Betão Armado

400
350
300

S11 (MPa)
250
200
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
Armadura de tração sem reforço ELU Armadura de tração com reforço
Armadura de tração com reforço ELU

Figura 55 - Gráfico das tensões S11 na armadura de tração para a secção C25/30_ ϕ16

No gráfico apresentado, é possível verificar que a armadura de tração atinge a tensão máxima quando é
submetida à carga limite, independentemente de estar reforçada ou não. No entanto, podemos notar
diferenças nas tensões na armadura quando a viga é reforçada.
Comparando os casos da viga reforçada e não reforçada, verifica-se que as tensões na armadura de tração
são menores quando há reforço. Isso ocorre até ao ponto em que a chapa de reforço atinge a sua tensão
máxima. A partir desse ponto, as tensões na armadura de tração são maiores quando a peça está
reforçada.
No caso em que a peça não é carregada até ao limite, as tensões na armadura de tração vão aumentando
ao longo do comprimento, mas nunca atingem a tensão máxima.
Quando a peça se encontra carregada até ao limite, mas apresenta diferentes comprimentos de reforço,
é expectável que a armadura de tração tenha um comportamento diferente. Esse comportamento
encontra-se representado no gráfico da figura 56.
400
350
300
S11 (MPa)

250
200
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
L = 5 metros L = 2,5 metros L = 3,3 metros L = 4 metros

Figura 56 - Gráfico das tensões S11 na armadura de tração em função do comprimento da chapa de reforço
para a secção C25/30_ ϕ216

É possível identificar algumas tendências e diferenças significativas.

61
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Inicialmente, quando a chapa de reforço é colocada desde o início da viga, as tensões aumentam de
forma progressiva ao longo do comprimento até atingir a tensão máxima. No entanto, quando a chapa
de reforço é posicionada a uma distância especifica do início da peça, observa-se uma quebra nas tensões
na armadura de tração nesse ponto. Após tal, as tensões aumentam novamente, mas num ritmo menor.
Essa quebra ocorre porque a chapa de reforço assume parte da carga aplicada, aliviando a carga na
armadura de tração. Além disso, é de notar que a posição da quebra nas tensões da armadura varia de
acordo com o comprimento da chapa de reforço. Quanto mais longa for a chapa de reforço, mais próxima
do início da peça ocorrerá a quebra nas tensões.
6.4.1.2. Chapa metálica
O gráfico da figura 57 apresenta os resultados para as tensões S11 na chapa metálica de reforço

250

200
S11 (MPa)

150

100

50

0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
L = 5 metros L = 2,5 metros L = 3,3 metros L = 4 metros

Figura 57 - Gráfico das tensões S11 na chapa metálica para a secção C25/30_ ϕ16

No gráfico fornecido, podemos observar claramente o comportamento das tensões na chapa ao longo do
comprimento da viga. Quando a chapa possui o mesmo comprimento que a viga, a tensão na chapa
aumenta de forma mais constante à medida que percorre o comprimento da viga.
No entanto, quando a chapa não possui o mesmo comprimento que a viga, ocorre um aumento mais
repentino das tensões. Isso significa que a transição das tensões na chapa ocorre de forma mais rápida e
concentrada em um ponto específico, próximo à extremidade da chapa.
6.4.1.3. Resina
O gráfico da figura 58 representa o comportamento das tensões S11 da resina

62
Reforço de Estruturas de Betão Armado

100
90
80
70
S11 (MPa) 60
50
40
30
20
10
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
L = 5 metros L = 2,5 metros L = 3,3 metros L = 4 metros

Figura 58 - Gráfico das tensões S11 na resina para a secção C25/30_ ϕ16

No decorrer do comprimento da viga, as tensões na direção vertical da resina apresentam um


comportamento variável. Observa-se um aumento de transferência de tensões da viga para a resina, à
medida que nos aproximamos do ponto médio da viga. O aumento é significativo quando a armadura
atinge a sua tensão máxima.
Por sua vez, as tensões S22 apresentam um comportamento representado no gráfico da figura 59.
12,00
10,00
8,00
6,00
S22 (MPa)

4,00
2,00
0,00
-2,00 0 50 100 150 200 250 300
-4,00
-6,00
-8,00
L (cm)

L = 5 metros L = 2,5 metros L = 3,3 metros L = 4 metros

Figura 59 - Gráfico das tensões S22 na resina para a secção C25/30_ ϕ16

Ao analisar as tensões na direção vertical ao longo do comprimento da viga, podemos observar um


comportamento característico. Na extremidade da ligação entre a chapa metálica e a viga, a resina
suporta umas tensões significativamente elevadas na direção vertical. Isso ocorre porque, nesse ponto
específico, a chapa tem a tendência de se destacar da peça, e a resina desempenha um papel crucial
para evitar.
Outra observação é que, à medida que diminuímos o comprimento da chapa em relação ao
comprimento total da viga, as tensões na direção vertical tendem a ser maiores. Isso sugere que a
colocação da chapa metálica exerce uma influência direta na distribuição das tensões na resina.
À medida que nos afastamos da extremidade da ligação, as tensões na direção vertical diminuem e
tendem a aproximar-se de zero.

63
Reforço de Estruturas de Betão Armado

As tensões de corte estão representadas no gráfico da figura 60.


5,00

0,00
0 50 100 150 200 250 300
-5,00
S12 (MPa)

-10,00

-15,00

-20,00

-25,00
L (cm)
L = 5 metros L = 2,5 metros L = 3,3 metros L = 4 metros

Figura 60 - Gráfico das tensões S12 (corte) na resina para a secção C25/30_ ϕ16

Ao analisar as tensões de corte, vemos um comportamento semelhante ao das tensões na direção


horizontal. O ponto critico ocorre na ponta da ligação, onde as tensões de corte atingem valores
elevados. À medida que nos afastamos da ponta da ligação, as tensões de corte diminuem ao longo do
comprimento da viga.
Quanto à diferença de comprimento da chapa metálica, observa-se que quanto menor for o seu
comportamento em relação ao comprimento total da viga, maiores serão as tensões de corte atuantes
na extremidade. Isso indica que a colocação da chapa metálica exerce uma influência direta na
distribuição das tensões de corte nessa região específica.
6.4.1.4. Resina e Chapa
A análise das tensões S11 em relação ao comportamento entre a chapa metálica e a resina encontra-se
no gráfico da figura 61.

64
Reforço de Estruturas de Betão Armado

250

200
S11(MPa)

150

100

50

0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)

Chapa (L = 2,5 metros) Resina (L = 2,5 metros) Chapa (L = 3,3 metros)


Resina (L = 3,3 metros) Chapa (L = 5 metros) Resina (L = 5 metros)
Chapa (L = 4 metros) Resina (L = 4 metros)

Figura 61 - Gráfico das tensões S11 na chapa e na resina para a secção C25/30_ ϕ16 e diferentes
comprimentos da chapa

Ao analisar a relação das tensões horizontais entra a chapa metálica e a resina podemos observar um
comportamento semelhante quando ambos não têm o mesmo comprimento que a viga. Conforme
mencionado previamente, as tensões na resina apresentam um aumento progressivo, mas têm um
aumento mais significativo quando a armadura atinge a sua tensão máxima.
6.4.1.5. Armadura de tração e Chapa
O gráfico da figura 62 apresenta os resultados para as tensões S11 na chapa metálica de reforço e na
armadura de tração.

400
350
300
S11 (MPa)

250
200
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
Armadura de tração Chapa (L = 5 metros)

Figura 62 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C25/30_ ϕ16 com 5,0 metros de
chapa

65
Reforço de Estruturas de Betão Armado

No gráfico apresentado, podemos observar que as tensões na chapa metálica são inicialmente maiores
do que as tensões na armadura de tração, quando a chapa tem o mesmo comprimento que a viga. Isso
indica que a chapa assume uma parte significativa das cargas aplicas, aliviando as tensões na armadura.
No entanto, à medida que a carga aumenta e a chapa atinge a sua tensão máxima, as tensões na armadura
de tração começam a crescer progressivamente. Isso ocorre porque, após a tensão máxima da chapa ser
atingida, a armadura assume uma parcela de carga maior.
Essa transição de tensões da chapa para a armadura de tração é um processo gradual, onde a chapa
inicialmente absorve uma parte das cargas, mas à medida que atinge o seu limite de resistência, a
armadura começa a assumir um papel mais significativo na resistência estrutural.
O gráfico da figura 63 apresenta os resultados para as tensões S11 na chapa metálica de reforço e na
armadura de tração para quando a chapa tem metade do comprimento total da viga.
400
350
300
S11 (MPa)

250
200
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)

Armadura de tração Chapa (L = 2,5 metros)

Figura 63 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C25/30_ ϕ16 com 2,5 metros de
chapa

Ao analisar o caso em que o comprimento da chapa metálica é a metade do comprimento total da viga,
podemos observar um comportamento interessante das tensões na armadura de tração. Logo após a
colocação da chapa, a tensão na armadura diminui, coincidindo com a presença da chapa. Isso ocorre
porque a chapa assume parte das cargas e ajuda a redistribuir as tensões na estrutura.
No entanto, à medida que nos afastamos do ponto de colocação da chapa, as tensões na chapa começam
a aumentar de forma mais acentuada em comparação com as tensões na armadura.
De seguida, o gráfico da figura 64 apresenta os resultados para as tensões S11 na chapa metálica de
reforço e na armadura de tração para quando a chapa representa dois terços do comprimento total da
viga.

66
Reforço de Estruturas de Betão Armado

400
350
300
S11 (MPa) 250
200
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
Armadura de tração Chapa (L = 3,3 metros)

Figura 64 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C25/30_ ϕ16 com 3,3 m de
comprimento de chapa

Por fim, o gráfico na figura 65 apresenta os resultados para as tensões S11 na chapa metálica de reforço
e na armadura de tração para quando a chapa tem um comprimento compreendido entre o valor prévio
e o comprimento total.

400
350
300
S11 (MPa)

250
200
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
Armadura de tração Chapa (L = 4 metros)

Figura 65 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C25/30_ ϕ16 com 4,0 m de
comprimento de chapa

Quando existe variação do comprimento da chapa, mas essa relação é maior do que a anterior,
observa-se um comportamento semelhante. No entanto, existem algumas diferenças significativas.
Uma diferença notável é que, quando a chapa é colocada mais cedo em relação ao comprimento total
da viga, a armadura de tração experimenta uma redução nas tensões existentes em um comprimento
menor em comparação ao caso anterior.
6.4.2. DEFORMAÇÃO
Para o cálculo da flecha, primeiro era necessário a verificação do controlo da deformação. Utilizou-se a
fórmula 11 para executar tal verificação.

67
Reforço de Estruturas de Betão Armado

𝑙 (76)
= 8,55
𝑑
𝜌0 = 0,005 < 𝜌 = 0,0062 (77)
0,005 1 0,0025 (78)
1[11 + 1,5√25 + √25√ 0,005 ] = 21,36
0,0662−0,0025 12

Como se verifica que l/d é inferior a 21,36, o controlo da deformação está garantido.
Após garantir o controlo, realizou-se a análise da flecha, δ. Os resultados obtidos encontram-se na tabela
19.
Tabela 19 - Flecha da secção C25/30_ϕ16

Carga (kN/m) 38,4 38,4 43,8


(s/ reforço) (c/ reforço) (c/ reforço)
δ (m) 0,0070 0,0050 -40% 0,0057 -29%

Após a análise dos valores anteriores, podemos concluir que a flecha da viga é maior quando submetida
à carga quase-permanente máxima, especialmente quando a viga não está reforçada. No entanto, ao
comparar o caso em que a carga quase-permanente máxima é aplicada à viga reforçada, observamos
uma redução significativa na flecha. Isso indica que a colocação de uma chapa metálica pode ajudar a
controlar a deformação da viga. A introdução da chapa metálica reduz a flecha em 40% em comparação
com o caso sem reforço.
A tabela 20 apresenta os valores para quando o comprimento da chapa é metade e dois terços do
comprimento total da viga.
Tabela 20 - Flecha da secção C25/30_ϕ16 para diferentes comprimentos de chapa

l (m) 2/3*l=3,33 1/2*l=2,5


Carga (kN/m) 38,4 43,8 38,4 43,8
δ (m) 0,0051 -37% 0,0058 -21% 0,0053 -32% 0,0061 -15%

Analisando os valores obtidos, pode-se concluir que a variação do comprimento da chapa metálica não
tem grande influência na flecha máxima obtida.
6.4.3. FENDILHAÇÃO
Conforme discutido no capítulo anterior, ao realizar o cálculo da fendilhação, é essencial considerar a
diferença de extensões entre o aço e o betão, bem como a largura máxima permitida para as fendas.
Uma das premissas adotadas nesse cálculo é que o betão não possui resistência à tração, o que significa
que ele não é capaz de suportar tensões de tração. Portanto, a extensão a ser considerada no cálculo é a
extensão do aço das armaduras.
Os valores apresentados na tabela 21 foram retirados do SAP2000 e representam as extensões médias
da armadura de tração.

68
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Tabela 21 - Extensões da secção C25/30_ϕ16

Carga (kN/m) 38,4 38,4 43,8


(s/reforço) (c/reforço) (c/reforço)
𝜺𝒔𝒎 (‰) 1,08 0,697 -55% 0,800 -35%
Conforme evidenciado na tabela anterior, o maior valor da extensão é obtido quando a viga sem reforço
é carregada ao seu máximo. No entanto, quando uma chapa metálica é adicionada nessas mesmas
condições, verifica-se uma redução na extensão. Isso indica que a colocação da chapa contribui para o
controlo das extensões. A presença da chapa metálica na estrutura tem um efeito positivo na redução
das extensões e, por consequência, diminui as possibilidades de surgimento de fendas no betão.
A tabela 22 apresenta o mesmo parâmetro que na tabela anterior, mas para uma variação de
comprimento.
Tabela 22 - Extensão da secção C25/30_ϕ16 para diferentes comprimentos de chapa

l (m) 2/3*l=3,33 1/2*l=2,5


Carga (kN/m) 38,4 43,8 38,4 43,8
𝜺𝒔𝒎 (‰) 0,697 -55% 0,795 -36% 0,697 -55% 0,795 -36%

Analisando a tabela, verifica-se que a variação do comprimento da chapa metálica não tem uma grande
influencia na abertura de fendas.
Para o cálculo da fendilhação, utilizou-se o maior valor de extensão obtida, neste caso 1,08‰.
10,05 ∗ 10−4 (79)
𝜌𝑝,𝑒𝑓𝑓 = = 0,024
0,1625 ∗ 0,25
0,016 (80)
𝑆𝑟,𝑚𝑎𝑥 = 3,4 ∗ 0,03 + 0,8 ∗ 0,5 ∗ 0,425 ∗ = 0,215 𝑚
0,024
1,08
𝑤𝑘 = 0,215 ∗ = 0,00023 𝑚 (81)
1000

Ao utilizar um betão com classe de exposição XC1, verificamos na figura… que o valor máximo
permitido para abertura de fendas é de 0,4 mm. Neste caso, obtivemos um valor de 0,23 mm, o que está
abaixo do limite estabelecido. Isso indica que a estrutura está dentro dos parâmetros de segurança em
relação à fendilhação.

6.5. SECÇÃO C30/37_Φ20


Para o terceiro e último caso de estudo, realizou-se uma variação na classe de resistência do betão,
aumentando para a classe C30/37. A armadura utilizada é a mesma da primeira secção analisada. O
objetivo nesta secção é avaliar a influência da resistência do betão nos parâmetros analisados, ou seja,
as tensões, deformações e fendilhação.
6.5.1. TENSÕES
Ao analisar as tensões nos mesmos pontos das secções anteriores para uma possível comparação,
observou-se através dos seguintes gráficos que o aumento da classe de resistência do betão não apresenta
uma grande influência, apresentado gráficos semelhantes aos anteriores e com as mesmas conclusões
em relação ao comportamento das tensões em relação ao comprimento.

69
Reforço de Estruturas de Betão Armado

6.5.1.1. Armadura de Tração


O gráfico da figura 66 apresenta os resultados para as tensões S11 na armadura de tração para as mesmas
situações apresentadas nas secções prévias.

400
350
300
S11 (MPa)

250
200
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
Armadura de tração sem reforço ELU Armadura de tração sem reforço
Armadura de tração com reforço ELU

Figura 66 - Gráfico das tensões S11 na armadura de tração para a secção C30/37_ ϕ20

O gráfico da figura 67 apresenta os resultados para as tensões S11 na armadura de tração, mas para uma
variação de comprimento da chapa de reforço.

400
350
300
S11 (MPa)

250
200
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
L = 5 metros L = 2,5 metros L = 3,3 metros L = 4 metros

Figura 67 - Gráfico das tensões S11 na armadura de tração em função do comprimento da chapa de reforço
para a secção C30/37_ ϕ20

6.5.1.2. Chapa metálica


Tal como nas outras secções, as tensões S11 também foram analisadas na chapa metálica. Essas tensões
encontram-se representadas no gráfico da figura 68.

70
Reforço de Estruturas de Betão Armado

250

200

S11 (MPa) 150

100

50

0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
L = 5 metros L = 2,5 metros L = 3,3 metros L = 4 metros

Figura 68 - Gráfico das tensões S11 na chapa metálica para a secção C30/37_ ϕ20

6.5.1.3. Resina
As tensões na resina foram estudas na direção horizontal, vertical e de corte. As tensões S11 encontram-
se no gráfico da figura 69.
100
90
80
70
S11 (MPa)

60
50
40
30
20
10
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
L = 5 metros L = 2,5 metros L = 3,3 metros L = 4 metros

Figura 69 - Gráfico das tensões S11 na resina para a secção C30/37_ ϕ20

Por sua vez as tensões S22 encontram-se no gráfico da figura 70.

71
Reforço de Estruturas de Betão Armado

12,00
10,00
8,00
6,00
S22 (MPa) 4,00
2,00
0,00
-2,00 0 50 100 150 200 250 300
-4,00
-6,00
-8,00
L (cm)

L = 5 metros L = 2,5 metros L = 3,3 metros L = 4 metros

Figura 70 - Gráfico das tensões S22 na resina para a secção C30/37_ ϕ20

As tensões de corte, S12 encontram-se no gráfico da figura 71.

5,00

0,00
0 50 100 150 200 250 300
-5,00
S12 (MPa)

-10,00

-15,00

-20,00

-25,00
L (cm)
L = 5 metros L = 2,5 metros L = 3,3 metros L = 4 metros

Figura 71 - Gráfico das tensões S12 (corte) na resina para a secção C30/37_ ϕ20

6.5.1.4. Resina e Chapa


O gráfico da figura 72 apresenta os resultados para as tensões S11 na chapa metálica de reforço e na
resina. Este gráfico permite analisar o comportamento dos dois elementos em simultâneo.

72
Reforço de Estruturas de Betão Armado

250

200
S11(MPa)

150

100

50

0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)

Chapa (L = 2,5 metros) Resina (L = 2,5 metros) Chapa (L = 3,3 metros)


Resina (L = 3,3 metros) Chapa (L = 5 metros) Resina (L = 5 metros)
Chapa (L = 4 metros) Resina (L = 4 metros)

Figura 72 - Gráfico das tensões S11 na chapa e na resina para a secção C30/37_ ϕ20 e diferentes
comprimentos da chapa

6.5.1.5. Armadura de tração e Chapa


A relação das tensões S11 na chapa metálica e na armadura de compressão para quando tem o mesmo
comprimento encontra-se no gráfico da figura 73.

400
350
300
S11 (MPa)

250
200
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
Armadura de tração Chapa (L = 5 metros)

Figura 73 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C30/37_ ϕ20 com 5,0 metros de
chapa

A figura 74 apresenta o gráfico com os resultados para as tensões S11 na chapa metálica de reforço e na
armadura de tração para quando a chapa tem metade do comprimento total da viga.

73
Reforço de Estruturas de Betão Armado

400
350
300
S11 (MPa) 250
200
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)

Armadura de tração Chapa (L = 2,5 metros)

Figura 74 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C30/37_ ϕ20 com 2,5 metros de
chapa

O gráfico que apresenta os resultados para as tensões S11 na chapa metálica de reforço e na armadura
de tração para quando a chapa tem dois terços do comprimento total da viga, encontra-se na figura 75.

400
350
300
S11 (MPa)

250
200
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
Armadura de tração Chapa (L = 3,3 metros)

Figura 75 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C30/37_ ϕ20 com 3,3 m de
comprimento de chapa

Por último, o gráfico que se situa na figura 76 representa a armadura de tração e a chapa metálica quando
ela apresenta um comprimento de 4,0 m.

74
Reforço de Estruturas de Betão Armado

400
350
300
S11 (MPa) 250
200
150
100
50
0
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
Armadura de tração Chapa (L = 4 metros)

Figura 76 - Gráfico das tensões S11 na armadura e na chapa para a secção C30/37_ ϕ20 com 4,0 m de
comprimento de chapa

Todas as conclusões retiradas da análise desta secção são semelhantes aos casos anteriores, o que
comprova um comportamento igual do material indiferentemente da relação da armadura.
6.5.2. DEFORMAÇÃO

𝑙 (82)
= 8,55
𝑑
𝜌0 = 0,005 < 𝜌 = 0,0077 (83)
0,005 1 0,0039 (84)
1[11 + 1,5√30 + √30√ 0,005 ] = 22,11
0,0077−0.0039 12

Depois de se garantir o controlo da deformação, analisou-se os valores das flechas obtidos no


SAP2000. Esses valores encontram se na tabela 23 para quando a chapa de reforço tem o mesmo
comprimento que a viga e na tabela 24 para quando o comprimento da chapa varia

Tabela 23 - Flecha da secção C30/37_ϕ20

Carga (kN/m) 48 48 52,1


(s/reforço) (c/reforço) (c/reforço)
δ (m) 0,007 0,005 -40% 0,0054 -30%

Após analisar a tabela anterior, podemos concluir que a deformação da viga é maior quando a peça é
submetida à carga quase-permanente máxima quando a viga não se encontra reforçada. No entanto, ao
comparar o caso em que a carga quase-permanente máxima é aplicada à viga reforçada, observamos
uma redução significativa na flecha. Isso indica que a adição de uma chapa metálica, para além de
aumentar a capacidade resistente, pode ajudar a controlar a deformação da viga. Neste caso a flecha
diminui em cerca de 40 %.

75
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Tabela 24 - Flecha da secção C30/37_ϕ20 para diferentes comprimentos de chapa

l (m) 2/3*l=3,33 1/2*l=2,5


Carga (kN/m) 48 52,1 48 52,1
δ (m) 0,0051 -37% 0,0056 -25% 0,0053 -32% 0,0058 -21%

Como é possível observar, a deformação encontra-se controlada pois a relação entre o comprimento
total da viga e a altura efetiva, encontra-se abaixo do valor de referência

6.5.3. FENDILHAÇÃO
Para o cálculo da fendilhação, é necessário a obtenção dos valores das extensões médias do aço. Esses
valores encontram se na tabela 25 para quando a chapa de reforço tem o mesmo comprimento que a
viga e na tabela 26 para quando o comprimento da chapa varia
Tabela 25 - Extensões da secção C30/37_ϕ20

Carga (kN/m) 48 48 52,1


(s/reforço) (c/reforço) (c/reforço)
𝜺𝒔𝒎 (‰) 1,08 0,70 -54% 0,76 -42%

Tabela 26 - Extensão da secção C30/37_ϕ20 para diferentes comprimentos de chapa

l (m) 2/3*l=3,33 1/2*l=2,5


Carga (kN/m) 48 52,1 48 52,1
𝜺𝒔𝒎 (‰) 0,70 -54% 0,76 -42% 0,70 -54% 0,76 -42%

1,26 ∗ 10−3 (85)


𝜌𝑝,𝑒𝑓𝑓 = = 0,030
0,1625 ∗ 0,25
0,020 (86)
𝑆𝑟,𝑚𝑎𝑥 = 3,4 ∗ 0,03 + 0,8 ∗ 0,5 ∗ 0,425 ∗ = 0,215 𝑚
0,030
1,08
𝑤𝑘 = 0,215 ∗ = 0,00023 𝑚 (87)
1000

Como é possível verificar neste caso, a fendilhação também se encontra controlada e com uma redução
significativa quando aplicado o reforço.

76
Reforço de Estruturas de Betão Armado

6.6. VARIAÇÃO DA RESINA


Os resultados obtidos previamente forneceram dados sobre a variação das tensões na resina ao longo do
comprimento da chapa. Para analisar a influência da resina no comportamento da viga, foram realizados
estudos adicionais nos quais o módulo de elasticidade da resina foi reduzido em 25% e 50%. Essas
reduções foram aplicadas apenas na primeira secção de estudo, C25/30_ϕ20, para a chapa a ocupar a
extensão total da viga e para a carga limite última.
Na redução de 25% do módulo de elasticidade da resina, obteve-se um valor de 8,4 GPa. Já na redução
de 50%, o módulo de elasticidade foi ajustado para 5,6 GPa. Conforme mencionado no capítulo anterior,
o programa de análise calcula automaticamente o módulo de distorção, sendo, para um coeficiente de
Poisson de 0,3, de 3,23 GPa e de 2,15 GPa, respetivamente.
Tal como nos resultados prévios, as tensões na resina foram analisadas em três diferentes direções
distintas: horizontal, vertical e de corte.
A figura 77 apresenta as tensões S11 na resina.
100,00
90,00
80,00
70,00
S11 (MPa)

60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)

Resina (E = 11,2 GPa) Resina (E = 8,4 GPa) Resina (E = 5,6 GPa)

Figura 77 - Gráfico das tensões S11 na resina em função da variação da sua rigidez material

Como se observa, quanto mais rígida for a resina maior são as tensões horizontais atuantes na resina ao
longo do comprimento.
Isso ocorre porque, quanto mais rígida for a resina menor será a sua capacidade de deformação sob
cargas aplicadas, resultando numa transmissão maior de tensões para a resina. Em contrapartida, uma
resina mais flexível terá uma maior capacidade de deformação, distribuindo as tensões ao longo da sua
extensão e reduzindo as tensões horizontais em pontos específicos.
A figura 78 apresenta o gráfico com as tensões S22 na resina.

77
Reforço de Estruturas de Betão Armado

6,00
5,00
4,00
3,00
S22 (MPa) 2,00
1,00
0,00
-1,00 0 50 100 150 200 250 300
-2,00
-3,00
-4,00
L (cm)

Resina (E = 11,2 GPa) Resina (E = 8,4 GPa) Resina (E = 5,6 GPa)

Figura 78 - Gráfico das tensões S22 na resina em função da variação da rigidez material

Ao examinar os valores fornecidos pelo gráfico, observa-se que a resina com uma rigidez de 8,4 GPa
exibe tensões S22 ligeiramente maiores na região junto ao apoio. No entanto, é de destacar que não
existe uma variação de tensões significativa para as resinas estudadas, concluindo-se que não existe uma
relação direta entre a rigidez da resina e as tensões S22 sentidas pelo material.
O gráfico da figura 79 apresenta as tensões S12 na resina.
2,00

0,00
0 50 100 150 200 250 300
-2,00
S12 (MPa)

-4,00

-6,00

-8,00

-10,00

-12,00
L (cm)

Resina (E = 11,2 GPa) Resina (E = 8,4 GPa) Resina (E = 5,6 GPa)

Figura 79 - Gráfico das tensões S12 na resina em função da variação da rigidez material

Com base nos resultados obtidos, é possível concluir que a variação de rigidez da resina não apresenta
uma grande influência sobre os resultados das tensões de corte, S12, na própria resina. Ao analisar a
região critica, que é a zona do apoio onde as tensões de corte são mais influentes, observa-se que as
tensões S12 são ligeiramente maiores para a resina com o menor valor de rigidez; porém a diferença é
mínima.
Para além das tensões na resina, também foram analisadas as extensões horizontais, E11, da face inferior
do betão (betão de recobrimento) e da chapa de reforço, de forma a perceber o efeito da variação da
rigidez da resina na transferência das extensões do betão para a chapa.
A figura 80 apresenta o gráfico da variação das extensões E11 na face inferior do betão.

78
Reforço de Estruturas de Betão Armado

16,00
14,00
12,00
10,00
E11 (‰)

8,00
6,00
4,00
2,00
0,00
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
Resina (E = 11,2 GPa) Resina (E = 8,4 GPa) Resina (E = 5,6 GPa)

Figura 80 - Gráfico das extensões E11 na face inferior do betão em função da variação da rigidez da resina

Os resultados mostram que a rigidez da resina exerce uma influência significativa nas extensões do
betão: quanto menor a rigidez da resina, maior é a extensão do betão. Ou seja, quando a rigidez da resina
aumenta, diminui a sua deformabilidade, restringindo a deformação do betão que apresenta extensões
menores. Por outro lado, uma resina mais flexível apresenta uma maior deformabilidade, permitindo
que o betão se deforme mais livremente, resultando em maiores extensões no betão.
Também foi analisado o comportamento das extensões ao longo da chapa metálica (figura 81).
16,00
14,00
12,00
10,00
E11 (‰)

8,00
6,00
4,00
2,00
0,00
0 50 100 150 200 250 300
L (cm)
Resina (E = 11,2 GPa) Resina (E = 8,4 GPa) Resina (E = 5,6 GPa)

Figura 81 - Gráfico das extensões E11 na chapa metálica em função da variação da rigidez da resina

Estes gráficos mostram que a chapa metálica apresenta o mesmo comportamento que a face do betão
onde cola: quanto mais rígida é a resina, menor são as extensões na chapa metálica de reforço. Este
comportamento resulta do facto de uma menor rigidez na resina implicar uma maior deformação do
betão e, por inerência, uma maior deformação da chapa, que não é compensada pelo maior
escorregamento que a chapa sofre em relação à superfície do betão. A título de curiosidade, a
deformação a meio vão da viga para as rigidezes da resina de 11,2 GPa e 5,6 GPa, é igual a 0,0247 m e
0,0371 m, respetivamente.

79
Reforço de Estruturas de Betão Armado

Os resultados mostram ainda que, mesmo para resinas menos rígidas, a extensão na chapa é maior do
que a extensão registada na face de betão onde cola. Este efeito resulta do facto do aumento da
deformação da chapa resultante da rotação da secção extrema da viga ser superior à redução da
deformação da chapa resultante da rotação em sentido contrário da espessura da resina.

80
Reforço de Estruturas de Betão Armado

7.
Conclusão

7.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS


A reabilitação de estruturas é um tema cada vez mais relevante no campo da engenharia civil em
Portugal. A maioria das estruturas de betão armado ultrapassou o seu limite de vida útil, tornando-se
necessário reavaliar o seu comportamento.
Ao longo desta dissertação procurou-se determinar o impacto do reforço estrutural de uma viga de betão
armado através da colagem de chapas metálicas na face tracionada. Para isso, foram consideradas quatro
diferentes secções de betão armado com a mesma secção aparente, 0,25x0,65 𝑚2 . As duas primeiras
secções apresentam a mesma classe de betão e diferentes percentagens de aço, enquanto a última
mantém a armadura de uma das secções anteriores, mas altera a classe de resistência do betão.
O dimensionamento da viga sem reforço, assim como da chapa de reforço foi feito com o auxílio de
uma folha de cálculo automático em Excel. Com o reforço pretendeu-se aumentar a capacidade
resistente da viga em 25%. A viga, com e sem reforço, foi depois modelada no programa SAP2000.
A análise dos resultados obtidos com as simulações numéricas permitiu extrair conclusões importantes
relativamente ao impacto do reforço no comportamento da viga, nas condições estabelecidas: viga com
5,0 m de comprimento, simplesmente apoiada e solicitada por uma carga uniformemente distribuída.
Analisando a variação das tensões ao longo do comprimento da viga, constata-se que a adição da chapa
metálica, para a mesma carga, reduz em aproximadamente 34% as tensões atuantes na armadura de
tração. As tensões na armadura aumentam de forma progressiva a partir da extremidade, atingindo a sua
tensão máxima a meio-vão. Por outro lado, quando a chapa metálica não apresenta o mesmo
comprimento que a viga, a armadura de tração é submetida a tensões iniciais mais elevadas que reduzem
subitamente quando a chapa entra em funcionamento. Essas conclusões indicam que o reforço com
chapa metálica proporciona uma significativa redução das tensões na armadura de tração, contribuindo
para uma melhor distribuição das cargas ao longo da viga.
Em relação à chapa metálica, as tensões também aumentam de forma progressiva até atingir a sua tensão
máxima. No caso específico deste estudo, que considera que a chapa metálica é colocada desde o início
do carregamento, a chapa atinge a tensão máxima antes da armadura de tração. Quanto à variação de
comprimento da chapa metálica, conclui-se que, nas condições de análise, a sua colocação ao longo do
comprimento total da viga traz benefícios significativos em termos do desenvolvimento de tensões nesse
elemento estrutural. Ao cobrir toda a extensão da viga, evita-se o aumento brusco das tensões na chapa
metálica, com a redução localizada da tensão nas armaduras, proporcionando uma distribuição mais

81
Reforço de Estruturas de Betão Armado

equilibrada das tensões nas várias camadas de aço até atingirem a tensão máxima. Ou seja, contribui
para uma distribuição mais uniforme das cargas ao longo da estrutura e minimiza o surgimento de
concentrações de tensões em pontos específicos.
Foi também analisado o estado de tensão axial e de corte na resina. Na direção longitudinal da viga,
observou-se um aumento progressivo das tensões axiais, sendo o valor máximo encontrado na zona
central da peça, que se encontra mais solicitada. Na direção transversal, verificou-se um valor muito
elevado das tensões axiais na zona de apoio. Isso ocorre porque a chapa metálica tem tendência a se
destacar-se da peça, e a resina desempenha o papel de cola, evitando essa separação. No que diz respeito
às tensões de corte, observam-se tensões mais elevadas na zona de apoio. Isso indicia um maior
“escorregamento” da chapa metálica nessa região. As tensões verticais e de corte elevadas na zona
extrema das chapas justifica a boa prática de colocação de conectores mecânicos nessa área, garantindo
um melhor desempenho do reforço. Tal como acontece na chapa metálica, também na resina a
consideração de chapas mais curtas causam variações das tensões mais abruptas. Esses resultados
evidenciam a importância de considerar esses fatores ao utilizar a resina numa técnica de reforço. A
compreensão desses efeitos é fundamental para garantir o desempenho adequado da estrutura reforçada
e adotar medidas complementares, como a utilização de ligadores mecânicos, se necessário. Em relação
ao impacto na viga da variação da rigidez da resina, constatou-se que quanto mais rígida for a resina,
maiores serão essas tensões axiais S11 na própria resina. Isso ocorre porque uma resina mais rígida
possui uma capacidade de deformação mais reduzida quando submetida a cargas aplicadas, resultando
numa transmissão maior de tensões para a resina. Proveniente disso, também se verificou que quanto
maior será a rigidez menor serão as extensões sofridas pela face inferior do betão e pela chapa metálica
de reforço.
Ao analisar as condições de serviço, como a fendilhação e a deformação, observou-se que a colocação
da chapa metálica resulta numa redução significativa da flecha e das extensões máximas no aço. Em
comparação com o caso sem reforço, a utilização da chapa metálica reduz em cerca de 38% a flecha e
53% a extensão média do aço de tração, para a mesma carga aplicada. Esses valores indicam uma
melhoria na rigidez e no comportamento estrutural da viga quando é utilizado o reforço com chapa
metálica. Por outro lado, a variação do comprimento da chapa metálica não demonstrou uma influência
significativa nestes parâmetros; independentemente do comprimento da chapa metálica, a redução a
flecha e nas extensões médias do aço foi semelhante. Portanto, pode-se concluir que o reforço com chapa
metálica é eficaz na redução da deformação e na prevenção da fendilhação da viga, mesma quando
consideradas chapas de menor extensão. Estes resultados indicam que a adição da chapa metálica como
reforço estrutural pode melhorar significativamente o desempenho da viga em termos de deformação e
fendilhação, proporcionando uma melhor funcionalidade e uma maior durabilidade à estrutura.
Em relação às secções analisadas, observou-se que, independentemente da quantidade de armadura
presente na secção original, os efeitos do reforço com chapa metálica, dimensionada para o mesmo
aumento relativo da capacidade resistente da viga, nos parâmetros avaliados foram semelhantes. Da
mesma forma, a alteração da resistência do betão não causou variações significativas nestes resultados,
que indicam que o uso de chapa metálica como reforço estrutural foi eficaz, independentemente da
quantidade de armadura e da resistência do betão considerada na secção original analisada. No entanto,
é fundamental que o dimensionamento da chapa metálica seja adequado, face às cargas atuantes e os
requisitos de segurança e normativos aplicáveis.

82
Reforço de Estruturas de Betão Armado

7.2. TRABALHOS FUTUROS


Considerando os resultados obtidos nesta dissertação, é possível identificar alguns temas a tratar em
trabalhos futuros relativamente ao estudo do reforço de estruturas de betão armado.
Em primeiro lugar seria importante estudar a mesma técnica de reforço, mas considerando o faseamento
de cargas, ou seja, que a chapa metálica não seria carregada desde o início, mas após a aplicação de,
pelo menos, a carga permanente. Isso permitirá avaliar o desempenho do reforço numa situação mais
próxima da real em termos construtivos.
Outro aspeto a ser explorado é a variação da secção transversal de betão. Neste estudo foi considerada
uma secção transversal fixa, com dimensões especificas, variando apenas a armadura, ou a resistência
do betão. No entanto, é importante investigar os efeitos do reforço com chapa metálica em secções de
diferentes geometrias e proporções. Isso poderia incluir variações na largura e altura da secção. Essas
análises permitirão verificar como o reforço se comporta em diferentes configurações de secção e
entender melhor a sua influência nas tensões, deformações e fendilhação da estrutura.
Será também interessante explorar outras técnicas de reforço. Nesta dissertação, a chapa metálica foi
utilizada como método de reforço de flexão. No entanto, as chapas podem ser utilizadas como reforço
ao esforço transverso e na melhoria do confinamento do betão. Para além disso, existem outras técnicas
de reforço disponíveis, por exemplo, utilizando fibras de carbono (FRP), ou betão armado no
alargamento da secção ou no encamisamento do elemento estrutural, ou mesmo utilizando sistemas de
pré-esforço externo. Comparar o desempenho dessas diferentes técnicas de reforço em termos de
tensões, deformações e fendilhação contribuirá para um melhor conhecimento nesta área e para uma
melhor aplicação destas técnicas em projetos de reabilitação estrutural.

83
Reforço de Estruturas de Betão Armado

84
Reforço de Estruturas de Betão Armado

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86

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