Mod - IV Braille
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Portal Educação
CURSO DE
BRAILLE
Aluno:
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CURSO DE
BRAILLE
MÓDULO IV
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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MÓDULO IV
“Deficiente é quem não consegue modificar a sua vida, aceitando as imposições dos
outros e da sociedade, ignorando que é dono do seu destino; louco é quem não
procura ser feliz com o que possui; cego é aquele que não vê seu próximo morrer de
frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas”.
Mario Quintana
Este módulo se inicia com a célebre frase do saudoso poeta brasileiro Mário
Quintana que na sua genialidade conceitua o deficiente e cegueira numa perspectiva
única.
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estudo. A escrita é viabilizada por meio de teclados com comando em Braille. Todos
esses recursos estão disponíveis no mercado de lojas de informática.
Outro recurso do computador é a transcrição de textos para o Braille. Este
recurso permite a realização da leitura no próprio computador ou por meio de
impressão em Braille em impressora especial. A leitura é realizada por recursos de
softwares leitores de tela com sintetizadores de voz.
Alguns sites trazem acervo bibliográfico disponível em áudio para ser lido,
são os chamados audio books. Para isso é necessário ter no microcomputador um
gravador para repetir a voz. Livros como Constituição Federal, Estatuto da Criança e
do Adolescente, Evangelho segundo o Espiritismo Allan Kardec, O caso dos Dez
Negrinhos e Treze a Mesa, de Agatha Christie, e outros clássicos como A Ilha
Perdida de Maria José Dupré, Traição entre Amigas, de Thalita Rebouças, O
Analista de Bagé, de Luiz Fernando Veríssimo e Edgar Vasquez, Chapeuzinho
amarelo, de Chico Buarque de Holanda, etc.
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O audio book ou audiolivro é recente num mercado em crescimento. O
audio book pode ser baixado da internet, gravado em CD e guardado em arquivo
para ser usado quantas vezes quiser.
O audio book é gravado em voz com timbre alto, contando a história do livro
na íntegra. Os relatos realizados por profissionais têm sonorização e cada
personagem é narrado por um profissional diferente, dando seriedade à história
contada.
O audiolivro é importante para o deficiente visual, porém sua utilidade não se
limita aos cegos. Qualquer vidente que queira aproveitar melhor seu tempo, no
trânsito ou numa caminhada pode ouvir textos educativos e aprender durante o
trajeto; até mesmo treinar um novo idioma. Você aproveita seu tempo ouvindo em
vez de ler.
A Fundação Dorina Nowill tem um grande acervo de audio book em CD e K7
que são disponibilizados em regime de empréstimo, enviados pelo correio para todo
o Brasil.
A tecnologia proporciona uma mudança cultural na vida do deficiente visual.
Há planos de lançamento do leitor de e-book especialmente para cegos e o bbook,
que quer dizer Braille Book. Essas promessas do mercado terão tecnologia chinesa
com teclados por meio de comandos magnéticos com pontos Braille. O bbook
certamente terá Bluetooth com capacidade de armazenar muitos livros.
A possibilidade de um microcomputador ser utilizado pelo deficiente visual
acontece com a instalação de recursos e programas específicos para isso. Não
podemos deixar de citar que o custo desse equipamento é alto, por isso não é tão
acessível. Um microcomputador comum já é realidade em muitos lares do nosso
país, mas a possibilidade de ser adaptado para deficiente visual com programas de
software e hardware específicos o encarece muito.
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11.1 DOSVOX
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Grande contribuição do Dosvox está no mercado de trabalho. Profissões
como a de telemarketing podem ser exercidas por deficientes visuais com o sistema
Dosvox, acoplado ao microcomputador. Informações sobre o sistema Dosvox podem
ser adquiridas no endereço eletrônico:
11.2 JAWS
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11.3 VIRTUAL VISION
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O programa permite a transcrição por meio de digitação ou cópia de texto
encontrado na rede. A partir do texto digitado ele passa a ser visualizado também
em Braille e fica disponível para impressão.
Com um micro comum o trabalho é realizado por meio de comandos:
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Há atalhos como: novo, pasta, salvar e imprimir Braille. Após a digitação,
comanda-se a impressão pela tecla de atalho.
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Baixe o programa lendo as instruções e execute; a cada página baixada
clique em avançar para continuar. A impressora deverá ser configurada para receber
o programa.
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Na limpeza do banheiro, no preparo da água e sabão, ensaboar pias,
privadas e azulejos fazem parte do processo. Enxágue e secagens são ensinadas
com cuidado para evitar acidentes.
Na cozinha, equipada com fogão, geladeira, freezer, micro-ondas e pia,
louças e sua acomodação em armários, limpeza e higiene de louças e alimentos são
transmitidos adequadamente.
O preparo dos alimentos, cuidados com higienização de frutas, verduras e
legumes, cozimento dos alimentos são atenciosamente passados.
Para o deficiente visual, o cuidado com si e com a casa depois de
assimilado, como em qualquer pessoa, passa a ser automático. A rotina chega e
todas as atividades são realizadas com atenção e cuidado.
Por meio dos sentidos, como o tato, a percepção de duração do preparo de
um alimento é calculada. A audição o faz perceber os sons de cada instrumento
utilizado e pelo paladar sente o resultado de seu preparo.
Doces, salgadores, quentes e gelados são ensinados, assim como o
manuseio de micro-ondas, freezer e acomodação do alimento na geladeira.
Informações sobre realização de compras em mercados são passadas e
durante a compra há estabelecimentos comerciais que colocam à disposição do
deficiente um funcionário que o auxilia na realização da compra se preferir.
A duração é flexível e determinada pela própria pessoa. A cada etapa
vencida, o aluno é avaliado pela atividade que realizou.
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A confiança que um deficiente visual possui é algo importante para seu
sucesso na vida. A Prática Educativa para uma Vida Independente prepara a pessoa
para isso.
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sendo aplicado; curiosidade em relação a tudo que faz parte desse ambiente;
criatividade que faz parte da natureza humana; desejos que precisam ser sanados.
O convívio como algo inerente de todo ser humano de estar em contato com o
colega nas brincadeiras; o afeto que lhe é peculiar; as brincadeiras que despertam
satisfação e lazer.
Estes alunos precisam ser tratados com os mesmos direitos e deveres pela
instituição. Normas e regulamentos precisam ser passados, cumpridos e cobrados
como acontece com todos. Enfim, a vida escolar do deficiente visual deve ter as
mesmas características da vida escolar de um aluno vidente.
Num ambiente escolar, ao receber a informação, o deficiente visual processa
em seu cérebro e aquilo que lhe é passado forma uma imagem mental. Por isso,
toda informação transmitida deve ser a mais clara possível, rica em detalhes para
que ele consiga compreender e assimilar e, dessa forma, concretizar a
aprendizagem.
É conveniente que ambientes educacionais se organizem com recursos
ópticos como apoio de aprendizagem. Materiais ópticos como o telescópio, telelupas
e lunetas que são excelentes para realização de leituras em pequenas distâncias
como no quadro negro. Lupas manuais e lupas de mesa são ideais para ampliar
letras facilitando a leitura. Os óculos especiais melhoram a visão de perto como as
lentes bifocais, esferoprismática e monofocais esféricas.
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Recomendações ao atendimento educacional especializado:
Na sala de aula, deve-se evitar assentar o aluno cego nas laterais da sala,
ou próximo da porta. O ideal é que ele fique aproximadamente a um metro da lousa
e no centro da sala e observar se há reflexos ou claridade direta nos olhos. Se
utilizar óculos, não permita que tire do rosto.
Trabalhe de acordo com a velocidade do seu aluno cego para que ele
conclua a atividade solicitada, principalmente se utilizar algum recurso óptico. Este
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ambiente deve ser passado ao aluno e por vezes repetido para que se familiarize
mentalmente, isto é, formando a imagem mental da sala; converse sobre a
disposição das carteiras, posição da porta, janelas, entradas de sol; percurso até o
pátio, banheiro e bebedouros, entrada, biblioteca, secretaria, sala dos professores
deve ser realizado inicialmente com algum colega vidente para que seja gravado. As
carteiras e mesas devem permanecer em seus lugares como prevenção de
acidentes.
O docente é uma pessoa especial, portanto para ter um aluno cego é preciso
dominar o Braille e, dessa forma, garantir que a aprendizagem será realizada. Ao
docente é recomendado aproximar-se de seu aluno deficiente, sentando próximo a
ele e certificando-se de que está compreendendo a atividade proposta. Sempre
explicar a atividade antes de pedir que a realize. Planejar atividades observando a
fonte, tipo de papel que será impresso; de preferência ao papel fosco para não
refletir luminosidade.
O processo para aquisição da aprendizagem requer estímulos externos,
portanto atividades envolvendo os sentidos remanescentes são necessárias. Os
sentidos são canais condutores de informação para a formação da aprendizagem no
cérebro. O professor criativo certamente conseguirá associar o conteúdo ao estímulo
aos outros sentidos.
Além de permitir integração com os colegas a linguagem é outro fator
importante na aprendizagem, pois oportuniza a percepção daquilo que foi aprendido.
Compete ao professor observar se seu aluno relaciona-se com os colegas videntes,
se há integração e aceitação no grupo e propor condições para que a integração
seja a melhor possível. A falta de estímulos pode ser causa de inibição e
desinteresse pelo ambiente escolar.
Ao professor cabe conhecer os familiares de seu aluno, conversar com eles,
explicar seu método de trabalho e solicitar ajuda nas tarefas de casa. Criar uma
proximidade é muito importante para a segurança de todos.
O currículo escolar deve seguir a mesma distribuição de conteúdos, pois seu
aluno é deficiente visual, sua capacidade mental, se estimulada, responde igual a
um vidente. Use resumo do conteúdo como material de apoio ao aluno, impresso em
Braille, se tiver condição. O programa pode ser adquirido por meio de download pelo
endereço eletrônico:
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Disponível em: <http://www.braillevirtual.fe.usp.br>.
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O professor com criatividade pode confeccionar material de sucata que
servirá de apoio para comunicação escrita. Sugerimos confeccionar a Cela Braile
com embalagens vazias de ovos e bolinhas de pingue-pongue. Recorte a caixa de
ovos, que já são coloridas, em formato da cela Braille e utilize seis bolinhas para
ensinar o alfabeto e sistema de numeração e ainda criar palavras e frases, numa
gostosa e simples brincadeira. E ainda use papelão vazado, isopor, madeiras,
cartolinas, EVA, como molde da cela e com o lápis substituindo o punção pode-se
escrever palavras. Com tampinhas de garrafas pet, embalagens plásticas, papelão,
panos e criatividade constroem-se muitos materiais para serem usados na
aprendizagem.
Para facilitar a aprendizagem e estimular o tato, aumente o tamanho das
imagens pequenas para que detalhes sejam percebidos e diminua o tamanho das
grandes, como nuvem, sol, estrela, lua para que sejam percebidos. Use cordões e
linhas para contorno de mapas ou use texturas.
Nas capitais brasileiras e em cidades de grande porte há o Centro de Apoio
Pedagógico ao deficiente visual (CAPs) com a finalidade de auxiliar programas
educacionais e oferecer suporte pedagógico. O CAPs pode oferecer informações
sobre como conseguir livros didáticos e outros materiais em Braille.
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A maior barreira é a qualificação necessária para exercer qualquer função. A
deficiência visual torna-se uma barreira quando se precisa disputar uma vaga no
mercado de trabalho.
Na capital paulista, os deficientes visuais contam com apoio de entidades
que qualificam, apoiam e empregam no mercado de trabalho. A Associação de
Deficiente Visual e Amigo (ADEVA) é uma entidade sem fins lucrativos que
proporciona educação, qualificação e inclusão, preparando o deficiente para o
mercado de trabalho. A instituição é mantida por seus associados, doadores e
colaboradores e acredita que as oportunidades valem mais que a piedade. Um
deficiente pode ser útil e ajudar a realizar uma atividade porque possui habilidades
como qualquer um.
A ADEVA oferece cursos gratuitos de telemarketing, informática, vendas,
todos ministrados por profissionais capacitados. Promove eventos cujo tema é
inclusão. Presta consultoria e assessoria a empresas públicas e privadas que se
interessam por incluir em seu quadro de funcionários um portador de deficiência.
A ADEVA, desde 1997, disponibiliza edições em Braille produzidas em sua
gráfica, gratuitamente, a seus afiliados (Jornal Conviva). Além de jornais, elaboram
em Braille cardápios, livros, folhetos, manuais e demais impressos para a população
em geral.
Qualquer profissão pode ser exercida pelo deficiente visual (auxiliar cozinha,
jardineiro, serviços gerais, operador de telemarketing, ascensorista, telefonista).
Outras profissões como professor, advogado, analista, intérprete, assistente social,
massagista, psicólogo, sociólogo, músico, instrumentista são outras que podem ser
desempenhadas também por eles.
Veja a lição de vida que mostra o programa Profissão Repórter, que conta a
história de Dr. Misael de Oliveira. Cego desde criança, hoje é advogado em São
Paulo, com o sonho de ser jogador de futebol, participou da paraolimpíada em
Pequim, na China, e recebeu medalha de ouro com sua equipe de futebol.
Disponível em:
<http://g1.globo.com/platb/programaprofissaoreporter/2008/1
0/20/a-ausencia-da-visao/>.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Dicionário online de português. Anagliptografia. Disponível em:
<http://www.dicio.com.br/anagliptografia/>. Acesso em: 28 jun. 2012.
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LEI DA ACESSIBILIDADE. Disponível em:
<http://www.acessobrasil.org.br/index.php?itemid=43>. Acesso em: 16 jul. 2012.
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