Dissertacao - Leonardo PPGEMA - 2010 - Part 1
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REAPROVEITAMENTO DE FINOS DE
PEDREIRAS EM PAVIMENTAÇÃO: UMA
ABORDAGEM TÉCNICA E ECONÔMICA
Goiânia
2010
LEONARDO RAMOS DA SILVEIRA
Goiânia
2010
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação na (CIP)
GPT/BC/UFG
CDU: 625.85
25
26
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
A Deus, essa inteligência suprema do universo, que nos dá força a todo o momento, que nos
levanta nos instantes de derrota e que me deu discernimento e inteligência para terminar mais
essa caminhada, acreditar na sua existência e poder ver a beleza que amanhece em cada dia e
em cada instante onde se observa vida.
Aos meus pais (Washington e Márcia), pelo apoio, compreensão, educação necessária e
primordial para a formação do meu caráter, da minha honestidade e da minha compreensão
enquanto ser vivente, do real papel do homem na terra. Os meus pais que são a minha
fortaleza, o meu refúgio e o meu muro de apoio, pois sempre posso contar com eles em todos
os momentos.
À minha co-orientadora Marta Luz, pelo apoio e orientações manifestadas. Você foi
responsável pelo início de tudo, afinal o interesse pelo estudo em finos de pedreiras surgiu
após privilegiar a sua defesa de doutorado. Sem você parte dessa dissertação não poderia ser
realizada, uma vez que intercedeu fielmente para a realização dos ensaios de difração de raio
X e microscopia eletrônica de varredura junto a Furnas.
Às Pedreiras Araguaia, Izaira, Britenge e AMOB, pelo fornecimento dos resíduos e dos dados
necessários para a realização de parte deste trabalho.
Aos colegas Daniela Camplesi, Daniela Silva e Thiago Quintiliano, por sempre me atender
quando precisava de locomoção, grande parte de trabalho só foi possível pelas gentilezas
prestadas pelos mesmos. A Ayne Lessa pela ajuda na confecção dos mapas de raio
econômico. A Bruna pela ajuda primordial com o excel com os trabalhos de campo e de
laboratório. A vocês o meu muito obrigado
Aos técnicos João Júnior e Elias pelo acompanhamento e ajuda na realização dos ensaios de
campo no trecho experimental.
Enfim, a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para realização deste trabalho.
29
RESUMO
ABSTRACT
The wastes generated by the quarry companies from civil construction represent an activity
that has been outstanding because of the countless problems that appear with their stockpiling
and maintenance. The great concern with those wastes is linked to the capacity to generate
social and environmental effects that can harm the ambient through the appearance of
environmental impacts. In this context, researches have been done to study the application of
those wastes in paving works, with the propose to reduce the generated problems and to
contribute for the appearance of materials that can substitute those that are considered
traditional and that are more and more scarce. The objective of this research was to verify the
technical and economical viability of the use of quarry wastes in paving, besides
complementing the researches previously done with those wastes. For this research the same
mixtures used in the experimental pavement were analyzed at laboratory: Mixture 1 (30%
filler + 70% soil), Mixture 2 (20% filler + 80% soil), Mixture 3 (20% micaxist powder + 80%
soil) and Mixture 4 (30% micaxist powder + 70% soil). In the complementally evaluation,
tests of chemical characterization (soil and mixtures), X-ray diffraction and electronic
microscopy of sweeping were done. For technical investigation, the experimental pavement
evaluation was done in two different periods using load bearing plate test, dynamic cone
penetration and Benkelman beam. The economical viability analysis was done by the costs
estimated for the execution of each experimental sub-section, simulating different sceneries.
The results of the chemical characterization demonstrated that there is an increment of
parameters as pH and cation exchange capacity with the incorporation of fine quarries to the
soil. The results of X-ray diffraction showed that new minerals are not formed in the mixtures.
The results of microscopy of sweeping pointed that the factors that more influences in the
mixtures structures are their grain size materials and the compaction energy applied. In the
experimental pavement evaluation it was possible to verify the influence of the rain in the
pavement structural performance, what provoked high displacements values for the right
board. Even so, the sub-sections executed with filler and micaxist powder have been
presenting behavior varying among regular and good. In the costs estimated results, it was
observed that the sub-sections executed with fine quarry wastes can be considered the most
economical, mainly when the minimum distance of competition is considered. Being like this,
one can be noted that the reusing of fine quarry wastes in pavements has viability and it
contributes significantly for the reduction of environmental effects generated by the mineral
sector.
LISTA DE FIGURAS
Placa.............................................................................................................................
Figura 5.8 - Trecho experimental com as demarcações das estacas ensaiadas na 84
prova de carga sobre placa e no DCP...........................................................................
Figura 5.9 – Execução do ensaio: (a) Equipamento (DCP); (b) execução do 85
ensaio............................................................................................................................
Figura 5.10 – Trecho experimental com as demarcações dos ensaios de Viga 87
Benkelman...................................................................................................................
Figura 5.11 – Execução do ensaio de Viga Benkelman: (a) posicionamento do 86
caminhão; (b) anotação das leituras.............................................................................
Figura 6.1 – Jazida da rocha explorada: (a) Frente e lavra e bancada; (b) blocos 92
fragmentados após detonação......................................................................................
Figura 6.2 – Dispositivo drop all fragmentando os blocos maiores........................... 93
Figura 6.3 - Vista do Britador em funcionamento....................................................... 93
Figura 6.4 – Materiais depositados nos pátios das empresas....................................... 94
Figura 6.5 – Difratograma da mistura composta por 30%filer+70%solo (mistura 1) 98
- Análise Integral..........................................................................................................
Figura 6.6 - Difratograma da mistura composta por 30%filer+70%solo (mistura 1) - 99
Análise Acumulada......................................................................................................
Figura 6.7 - Difratograma da mistura composta por 20%filer+80%solo (mistura 2) 99
– Análise Integral.........................................................................................................
Figura 6.8 - Difratograma da mistura composta por 20%filer+80%solo (mistura 2) 100
– Análise Acumulada...................................................................................................
Figura 6.9 - Difratograma da mistura composta por 20% pó de micaxisto+80%solo 100
(mistura 3) – Análise Integral......................................................................................
Figura 6.10 - Difratograma da mistura composta por 20% pó de micaxisto 101
filer+80%solo (mistura 3) – Análise Acumulada........................................................
Figura 6.11 - Difratograma da mistura composta por 30% pó de 101
micaxisto+70%solo (mistura 4) – Análise Integral......................................................
Figura 6.12 - Difratograma da mistura composta por 30% pó de 102
micaxisto+70%solo (mistura 4) – Análise Acumulada................................................
Figura 6.13 – Microscopia mistura 1- aumento de 50X.............................................. 103
Figura 6.14 – Microscopia mistura 1 – aumento 100X................................................ 104
Figura 6.15 – Microscopia mistura 2 – aumento 50X.................................................. 104
33
Figura 6.55 – Bacias de deflexão bordo esquerdo em novembro de 2009 sub-trecho 147
solo+pó de micaxisto...................................................................................................
Figura 6.56 – Detalhes das trincas no sub-trecho solo+pó de micaxisto..................... 145
Figura 6.57 – Bacias de deflexão bordo direito em junho de 2009 valores médios.... 150
Figura 6.58 – Bacias de deflexão bordo esquerdo em junho de 2009 valores 151
médios..........................................................................................................................
Figura 6.59 – Bacias de deflexão bordo direito em novembro de 2009 valores 151
médios..........................................................................................................................
Figura 6.60 – Bacias de deflexão bordo esquerdo em novembro de 2009 valores 152
médios..........................................................................................................................
Figura 6.61 – Distância de competição para os resíduos de pedreiras e cascalho 164
laterítico........................................................................................................................
Figura 6.62 – Distância de competição obtida para: fíler x brita 1, fíler x pó de 164
micaxisto e pó de micaxisto x brita 1...........................................................................
Figura 6.63 – Distância de competição obtida para brita 1 x cascalho laterítico na 165
empresa C.....................................................................................................................
36
LISTA DE TABELAS
(novembro 2009)..........................................................................................................
Tabela 6.11 – Valores de CBR obtidos por correlação de três autores para o sub- 119
trecho solo+fíler (novembro 2009)..............................................................................
Tabela 6.12 – Resultados obtidos no ensaio de DCP para o sub-trecho solo+brita 1 122
(novembro 2009)..........................................................................................................
Tabela 6.13 – Valores de CBR obtidos por correlação de cinco autores para o sub- 122
trecho solo+brita 1 (novembro 2009)..........................................................................
Tabela 6.14 – Resultados obtidos no ensaio de DCP para o sub-trecho cascalho 125
laterítico (novembro 2009)...........................................................................................
Tabela 6.15 – Valores de CBR obtidos por correlação de cinco autores para o sub- 125
trecho cascalho laterítico (novembro 2009).................................................................
Tabela 6.16 – Resultados obtidos no ensaio de DCP para o sub-trecho solo+pó de 129
micaxisto (junho 2009)................................................................................................
Tabela 6.17 – Resultados obtidos no ensaio de DCP para o sub-trecho solo+pó de 129
micaxisto (novembro 2009).........................................................................................
Tabela 6.18 – Valores de CBR obtidos por correlação de três autores para o sub- 130
trecho solo+pó de micaxisto (junho 2009)...................................................................
Tabela 6.19 – Valores de CBR obtidos por correlação de três autores para o sub- 130
trecho solo+pó de micaxisto (novembro 2009)...........................................................
Tabela 6.20 – Resumo dos Resultados dos Ensaios de Viga Benkelman no sub- 131
trecho solo+fíler (junho de 2009)................................................................................
Tabela 6.21 – Resumo dos Resultados dos Ensaios de Viga Benkelman no sub- 131
trecho solo+fíler (novembro de 2009).........................................................................
Tabela 6.22 – Resumo dos Resultados dos Ensaios de Viga Benkelman no sub- 135
trecho solo+brita 1 (junho de 2009).............................................................................
Tabela 6.23 – Resumo dos Resultados dos Ensaios de Viga Benkelman no sub- 136
trecho solo+brita 1 (novembro de 2009)......................................................................
Tabela 6.24 – Resumo dos Resultados dos Ensaios de Viga Benkelman no sub- 139
trecho cascalho laterítico (junho de 2009)...................................................................
Tabela 6.25 – Resumo dos Resultados dos Ensaios de Viga Benkelman no sub- 140
trecho cascalho laterítico (novembro de 2009)............................................................
Tabela 6.26 – Resumo dos Resultados dos Ensaios de Viga Benkelman no sub- 143
trecho solo+pó de micaxisto (junho de 2009)..............................................................
38
Tabela 6.27 – Resumo dos Resultados dos Ensaios de Viga Benkelman no sub- 144
trecho solo+pó de micaxisto (novembro de 2009).......................................................
Tabela 6.28 – Valores médios de deslocamento total para os sub-trechos avaliados.. 147
Tabela 6.29 – Valores médios de DN para os diferentes sub-trechos.......................... 148
Tabela 6.30 Valores médios de D0 e Raio de curvatura para os sub-trechos 149
avaliados.......................................................................................................................
Tabela 6.31 – Valores médios de deslocamentos obtidos nos diferentes sub-trechos. 153
Tabela 6.32 – Valores médios de índice de penetração............................................... 154
Tabela 6.33 – Valores de D0 e R obtidos por Luz (2008) e nesta pesquisa................. 155
Tabela 6.34 - Serviços de pavimentação no município de Goiânia em 2009 e 157
estimativa da quantidade de fíler e pó a ser utilizado..................................................
Tabela 6.35 – Composição de custos do trecho solo-fíler e solo-pó............................ 157
Tabela 6.35 a – Composição de custos, trecho (solo filer e solo pó)........................... 177
Tabela 6.36 – Composição do trecho solo-brita 1 e cascalho laterítico....................... 157
Tabela 6.36 b – Composição de custos, trecho (solo/brita e cascalho lateritíco)........ 177
Tabela 6.37 – Composição dos custos para o sub-trecho solo +fíler nas três 159
diferentes empresas......................................................................................................
Tabela 6.37 a – Composição de custos Trecho (solo filer) material empresa A, B e 178
C...................................................................................................................................
Tabela 6.38 – Composição de custos para o sub-trecho solo+pó de micaxisto nas 159
três diferentes empresas...............................................................................................
Tabela 6.38 b - Composição de custos Trecho (solo/pó) material empresas, A, B e 178
C...................................................................................................................................
Tabela 6.39 – Composição de custos para o sub-trecho cascalho 160
laterítico.......................................................................................................................
Tabela 6.39 c – Composição de custos Trecho (cascalho laterítico)........................... 179
Tabela 6.40 – Composição de custos sub-trecho solo+brita 1..................................... 160
Tabela 6.40 d – Composição de custos Trecho (solo/brita)......................................... 179
Tabela 6.41 – Composição de custos para os sub-trechos quando executada 161
drenagem......................................................................................................................
Tabela 6.42 - Determinação da distância de competição Filer x Brita 1..................... 162
Tabela 6.43 - Determinação da distância de competição Fíler x Pó............................ 162
Tabela 6.44 - Determinação da distância de competição Pó x Brita 1 ........................ 163
Tabela 6.45 - Determinação da distância de competição Brita 1 x Cascalho.............. 163
Tabela 6.46 - Determinação da distância de competição Pó x Cascalho..................... 163
Tabela 6.47 – Determinação da distância de competição Fíler x Cascalho................. 163
39
LISTA DE QUADROS
LISTA DE SÍMBOLOS
Al Alumínio
Al (%) Saturação de Alumínio
°C Graus Celsius
Ca2+ Cálcio
cm Centímetros
CaCl2 Cloreto de Cálcio
CaSO4 Sulfato de cálcio
CTC Capacidade de Troca Catiônica
D0 Deflexão real ou verdadeira no ponto de prova
D25 Deflexão a vinte e cinco centímetros do ponto de prova
dcm3 Decímetro cúbico
dt Deslocamento total
de Deslocamento elástico
DN Índice de Penetração
g Gramas
H Hidrogênio
H2O Fórmula química da água
H3PO4 Ácido Fosfórico
K Potássio
KCl Cloreto de Potássio
kg kilograma
km Kilômetro
kN Kilo Newton
kPa Kilo Pascal
Kplaca Módulo de reação
L0 Leitura inicial
Lf Leitura Final
l Litro
3
m Metro cúbico
m2 Metro quadrado
Mg Magnésio
mg Miligrama
42
mm Milímetro
mEq Miliequivalente
Pb Preço da brita em reais
Pf Preço fíler em reais
Pt Preço Transporte
pH Logaritmo negativo da concentração hidrogeniônica
R Raio de curvatura
R$ Unidade monetária do real
R$/m3 km Reais por metro cúbicos em quilômetros
t Tonelada
V(%) Saturação de Bases
∆pH Variação do valores de pH
43
SUMÁRIO
1 NTRODUÇÃO............................................................................................................. 25
1.1 ASPECTOS GERAIS................................................................................................. 25
1.2 JUSTIFICATIVA....................................................................................................... 27
1.3. OBJETIVOS ............................................................................................................. 29
1.3.1 Objetivos Principais................................................................................................. 29
1.3.2 Objetivo Específicos................................................................................................ 30
1.4 ESCOPO DA DISSERTAÇÃO.................................................................................. 30
2 MINERAÇÃO E MEIO AMBIENTE....................................................................... 31
2.1. IMPORTÂNCIA DOS AGREGADOS..................................................................... 31
2.2 CARACTERISTICAS GERAIS DA MINERAÇÃO NO BRASIL E OS 33
IMPACTOS NO MEIO AMBIENTE..............................................................................
2.3 MINERAÇÃO E EXPLORAÇÃO DE BRITA NO ESTADO DE 37
GOIÁS..............................................................................................................................
3 PAVIMENTAÇÃO: CONCEITOS, MATERIAIS E AVALIAÇÃO “IN 44
SITU”...............................................................................................................................
3.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE PAVIMENTAÇÃO.................................................... 44
3.2 MATERIAIS TRADICIONAIS................................................................................. 46
3.3 MATERIAIS NÃO CONVENCIONAIS................................................................... 48
3.3.1 Fosfogesso............................................................................................................... 48
3.3.2 Resíduos de construção e demolição....................................................................... 52
3.3.3 Resíduos cerâmicos................................................................................................. 54
3.3.4 Cinzas de carvão mineral......................................................................................... 54
3.3.5 Escórias de usinas de siderúrgicas........................................................................... 55
3.3.6 Resíduos de pedreira................................................................................................ 55
3.4 MONITORAMENTO PÓS-CONSTRUÇÃO DE PAVIMENTOS........................... 57
3.4.1 Viga Benkelman...................................................................................................... 58
3.4.2 Prova de Carga Sobre Placa..................................................................................... 59
3.4.3 Dynamic Cone Penetrometer (DCP)....................................................................... 59
3.5 CARACTERÍSTICAS DO TRECHO EXPERIMENTAL ESTUDADO.................. 61
3.6 CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS ESTUDADOS NO TRECHO 64
EXPERIMENTAL............................................................................................................
4 ECONOMIA E ESTIMATIVA DE CUSTOS.......................................................... 68
44
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
mineradoras, ocupando áreas extensas e que poderiam ser aproveitadas para outras atividades
com fins lucrativos (ARAÚJO, 2008).
No que se refere à problemática causada pelo acúmulo de resíduos surge a
pavimentação a asfáltica como grande potencializadora de absorção dos resíduos gerados
pelas ações humanas, sendo que a reutilização dos diferentes resíduos gerados em bases e sub-
base de pavimento pode diminuir as externalidades negativas, bem como mitigar os impactos
ao meio.
Pesquisas realizadas por Ribeiro (2006), Resplandes (2007), Mesquita (2007),
Oliveira (2007), Quintanilha (2008), Araújo (2008), Luz (2008) e Rufo (2009), demonstram a
potencialidade, do ponto de vista econômico, técnico e ambiental, da substituição dos
materiais tradicionalmente usados no Estado de Goiás, como o cascalho laterítico, por
diversos tipos de resíduos que possam apresentar valor agregado.
1.2 JUSTIFICATIVA
1.3 OBJETIVOS
CAPÍTULO 2
construção civil absorveu 46% da rocha britada bruta, seguido pelo setor de
construção/manutenção de estradas com 22% e pavimentação asfáltica 7% (LA SEMA,
2008).
Em termos de reservas com potencial de exploração, o Estado de São Paulo
responde por cerca de 20,73%. Outros importantes estados em termos de reservas nacionais
são Minas Gerais (23,51%), Rio de Janeiro (9,66%), Bahia (6,68%) e Goiás com 3,90% de
reservas. Quando esses valores correspondem a quantidade produzida, ocorre uma pequena
diversificação em relação às maiores reservas. No entanto, o estado de São Paulo ainda
continua com a maior produtividade (35,53%), Minas Gerais (10,0%), Rio de Janeiro
(8,16%), Paraná (5,61%), Rio Grande do Sul (4,74%), Santa Catarina (4,60%) e Goiás com
4,36% (DNPM, 2006).
Em nível mundial, o Brasil ocupa o primeiro lugar na produção de minério de ferro
e de nióbio, segundo lugar na produção de cassiterita e terceiro lugar na produção de bauxita e
manganês. Estes números trazem ao país uma posição considerável no cenário mundial
(CAMPOS; FERNANDES, 2007).
O termo agregados para a construção civil, conforme o Departamento Nacional de
Produção Mineral (DNPM, 2001), é empregado no Brasil para identificar um segmento do
setor mineral que produz matéria-prima mineral bruta ou beneficiada de emprego imediato na
indústria da construção civil, que são basicamente a areia e a rocha britada. O termo “emprego
imediato na construção civil”, que consta da legislação mineral para definir uma classe de
substâncias minerais, não é muito exato já que nem sempre são usadas dessa forma e muitas
vezes entram na composição de misturas, tais como o concreto.
1
SINTONI, A. A mineração no cenário do município de São Paulo: mercado e novas tecnologias. In: I
Encontro de Mineração no Município de São Paulo. Anais... São Paulo: Secretaria das Administrações
Regionais da Prefeitura do Municipal de São Paulo, 1994. p. 31-42.
37
(SINDIBRITA, 2007), demonstra que a demanda por brita não se alterou em 2004 e 2005. Em
2006, como conseqüência da recuperação do setor de construção civil, a demanda por brita
aumentou, o que também provocou uma variação nos preços.
Em Goiânia, a maioria das pedreiras localizadas em sua região metropolitana
exploram a rocha conhecida como micaxisto. Os micaxistos são rochas metamórficas de
estrutura com xistosidade acentuada, formadas por uma composição química pelítica,
essencialmente, por quartzo e mica (muscovita ou biotita), podendo conter feldspato,
granadas, estaurolite, silimanite e horneblenda (TERRA2, 2007 apud ARAÚJO, 2008). No
processo de beneficiamento da rocha e britagem do agregado ocorre a lavagem da brita,
gerando o resíduo denominado de fíler. Este resíduo geralmente é disposto em depósitos.
Observa-se que o acúmulo desses resíduos nos pátios das empresas pode gerar inúmeros
impactos ambientais, sendo que a depreciação da qualidade dos corpos d’água adjacentes às
áreas de servidão é um dos principais problemas levantados.
Silveira e Mendonça (2009), ao verificar os aspectos e impactos ambientais em
pedreiras de granito, descreveram que na maioria das empresas que realizam a extração de
rocha britada, a lavra é feita a céu aberto, em meia encosta, e as operações se iniciam com a
execução do plano de fogo para desmonte primário (perfuração+detonação por explosivos),
que fragmenta cada trecho das bancadas da frente de lavra. Caso o material não esteja com
dimensões adequadas para a entrada na planta de beneficiamento (fragmentos maiores que 1
metro), efetua-se o desmonte secundário, por fogacho, rompedores hidráulicos ou drop ball.
Em seguida, efetua-se o carregamento dos fragmentos rochosos com pás-carregadeiras em
caminhões para alimentação dos britadores. Após a britagem e a separação, os produtos são
conduzidos para a área de estocagem nos pátios das empresas.
2
TERRA PLANETA “VIVO”. Rochas - metamorfismo. 2007. Disponível em:
<http://domingos.home.sapo.pt/rochas_3.html >. Acesso em: 15 mai. 2007.
38
.
Figura 2.1 – Distribuição percentual das principais substâncias minerais
extraídas no Estado de Goiás (DNPM, 2007)
CAPÍTULO 3
asfálticos (Figura 3.2) para indicar o tipo de revestimento do pavimento (BERNUCCI et al.,
2006).