Método
Método
Método
Ribeirão Preto
2020
PAMELA CUPAIUOLO TOGNON OLIVEIRA
Ribeirão Preto
2020
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer
meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que
citada a fonte.
Banca Examinadora
Instituição: _____________________________________________________
Julgamento: _____________________________________________________
Instituição: _____________________________________________________
Julgamento: _____________________________________________________
Instituição: _____________________________________________________
Julgamento: _____________________________________________________
Este trabalho foi financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES)
DEDICATÓRIA
Gratidão
As pessoas fazem muitos planos, mas quem decide é Deus
(Provérbios 19:21)
RESUMO
As barreiras de comunicação têm impactos diretos nos resultados de saúde das pessoas
surdas, que muitas vezes ficam expostas a riscos de tratamentos inadequados sem
consentimento. Neste contexto, a comunicação tem papel fundamental na avaliação e
implementação dos cuidados específicos para essa clientela. Trata-se de uma revisão
integrativa da literatura cujo objetivo foi identificar, avaliar e sintetizar evidências acerca
de como é feito o atendimento a pessoa surda nos diversos serviços presentes na área da
saúde. As bases de dados Pubmed/Medline, CINHAL e LILACS foram utilizadas para a
busca dos estudos primários indexados nos últimos 10 anos. Os descritores controlados
foram delimitados de acordo com o vocabulário padronizado para cada uma das bases de
dados. Dos 3.273 estudos localizados e considerando os critérios de seleção adotados, 86
estudos foram lidos na íntegra e 11 estudos primários foram incluídos na revisão
integrativa. Foi utilizado um instrumento validado para a extração dos dados. A análise
dos dados foi descritiva. Os estudos primários incluídos foram divididos em três
categorias temáticas: Uso das línguas de sinais ou escritas, Atendimento por intermédio
de terceiros (intérpretes e familiares) ou leitura labial e; Uso de tecnologias de informação
e comunicação e outros dispositivos de mídia. Por meio dos estudos primários avaliados
pode-se observar que ainda há uma ausência de adequação dos serviços de saúde com
relação ao atendimento da pessoa surda. Entre elas foram identificadas a ausência de
treinamento dos profissionais de saúde em linguagem de sinais, dificuldades na
compreensão da linguagem escrita, dificuldade de acesso a intérpretes de línguas de
sinais, dependência de familiares e amigos para acessar os serviços de saúde e,
dificuldades com a leitura labial. Os dados desta pesquisa possibilitam aos profissionais
de saúde e de enfermagem conhecer melhor quais lacunas na comunicação com os surdos
devem ser preenchidas nos serviços de saúde e dessa forma orientar a prática assistencial
e políticas para a inclusão destes.
Communication barriers have a direct impact on the health outcomes of deaf people, who
are often exposed to the risks of inappropriate treatment without consent. In this context,
communication has a fundamental role in the evaluation and implementation of specific
care for this clientele. It is an integrative review of the literature whose objective was to
identify, evaluate and synthesize evidence about how care is provided for the deaf in the
various services present in the health area. The Pubmed / Medline, CINHAL and LILACS
databases were used to search for indexed primary studies in the last 10 years. The
controlled descriptors were delimited according to the standardized vocabulary for each
of the databases. Of the 3,273 studies located and considering the selection criteria
adopted, 86 studies were selected for reading in full and 11 primary studies were included
in the integrative review. A validated instrument was used for data extraction. Data
analysis was descriptive. The included primary studies were divided into three thematic
categories: Use of sign or written languages, Assistance through third parties (interpreters
and family members) or lip reading and; Use of information and communication
technologies and other media devices. Through the primary studies evaluated, it can be
observed that there is still a lack of adequacy of health services in relation to the care of
the deaf person. Among them were identified the lack of training of health professionals
in sign language, difficulties in understanding written language, difficulty in accessing
sign language interpreters, dependence on family and friends to access health services,
and difficulties with lip reading. The data of this research enable health and nursing
professionals to better understand which gaps in communication with the deaf should be
filled in the health services and in this way guide the care practice and policies for their
inclusion.
Las barreras de comunicación tienen un impacto directo en los resultados de salud de las
personas sordas, que a menudo están expuestas a los riesgos de un tratamiento
inapropiado sin consentimiento. En este contexto, la comunicación tiene un papel
fundamental en la evaluación e implementación de atención específica para esta clientela.
Es una revisión integradora de la literatura cuyo objetivo era identificar, evaluar y
sintetizar evidencia sobre cómo se brinda atención a los sordos en los diversos servicios
presentes en el área de la salud. Las bases de datos Pubmed / Medline, CINHAL y
LILACS se utilizaron para buscar estudios primarios indexados en los últimos 10 años.
Los descriptores controlados se delimitaron de acuerdo con el vocabulario estandarizado
para cada una de las bases de datos. De los 3.273 estudios localizados y considerando los
criterios de selección adoptados, se seleccionaron 86 estudios para su lectura completa y
se incluyeron 11 estudios primarios en la revisión integradora. Se utilizó un instrumento
validado para la extracción de datos. El análisis de los datos fue descriptivo. Los estudios
primarios incluidos se dividieron en tres categorías temáticas: uso de lenguaje de señas o
escrito, asistencia a través de terceros (intérpretes y familiares) o lectura de labios y; Uso
de tecnologías de información y comunicación y otros dispositivos de medios. A través
de los estudios primarios evaluados, se puede observar que todavía hay una falta de
adecuación de los servicios de salud en relación con el cuidado de la persona sorda. Entre
ellos se identificaron la falta de capacitación de profesionales de la salud en lenguaje de
señas, dificultades para comprender el lenguaje escrito, dificultad para acceder a
intérpretes de lenguaje de señas, dependencia de familiares y amigos para acceder a los
servicios de salud, y dificultades con lectura de labios. Los datos de esta investigación
permiten a los profesionales de la salud y la enfermería comprender mejor qué vacíos en
la comunicación con los sordos deben llenarse en los servicios de salud y de esta manera
guiar las prácticas y políticas de atención para su inclusión.
Pag.
APRESENTAÇÃO -
1 INTRODUÇÃO 18
2 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO 29
3 OBJETIVO 36
4 MÉTODO 38
5 RESULTADOS 47
6 DISCUSSÃO 54
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 65
REFERÊNCIAS 67
ANEXO 76
APRESENTAÇÃO
______________________________________
APRESENTAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
______________________________________
19
1 INTRODUÇÃO
Vários estudos, Bentes, Vidal e Maia (2011); Oliveira et al. (2015); Emond et al.
(2015); Lesch et al. (2019), têm auxiliado na compreensão e identificação destas
barreiras, dentre elas a de comunicação é a que se destaca. As barreiras de comunicação
têm impactos diretos nos resultados de saúde da pessoa surda, muitos dependem da
companhia de parentes para serem atendidos nestes serviços, enfrentam dificuldades em
expressar suas queixas, relatam o despreparo dos profissionais de saúde no atendimento
e muitas vezes ficam expostos a riscos de tratamentos inadequados sem consentimento.
sobre o atendimento a pessoa surda e que muitos destes se esforçam para realizar um bom
atendimento, porém acreditam não ser o ideal.
As barreiras de comunicação aliadas a falta de preparo profissional para atender a
pessoa surda afastam estas dos serviços de saúde, influenciando a forma como
compreendem a própria saúde e a qualidade atribuída aos serviços. Estudo conduzido por
Santos e Portes (2019) revela a não utilização de língua de sinais pelos profissionais
entrevistados e ausência de interpretes de línguas de sinais como uma das principais
barreiras de comunicação.
Não existe uma língua de sinais universal, por isso, cada país possui a sua língua,
com regras e características próprias, destacamos entre elas: “American Sign Language”
(língua de sinais norte-americana), “British Sign Language” (Inglaterra), “Lengua
Española de Signos” (Espanha), “Langue des Signes Française-LSF” (França) e “Língua
Brasileira de Sinais-Libras” (Brasil) (CHAVEIRO; BARBOSA, 2004).
autônoma, reconhecida pela linguística (PACHECO, 2014). Por possuir suas próprias
regras e sua gramática a Libras não é uma derivação do português ou qualquer outro
idioma.
Em todas as línguas de sinais cada palavra é representada por um sinal, por isso é
incorreto caracterizar os sinais da Libras como simples gestos ou mímicas, uma vez que
se diferem por regras gramaticais específicas. As línguas de sinais são chamadas de
gestual-visual porque o responsável para emitir a comunicação são as mãos por meio dos
sinais, e o receptor são os olhos. Essas línguas diferem das oral-auditivas (como os
ouvintes utilizam) em que o emissor é a voz e o receptor, os ouvidos (SPIGAROLI et al.,
2005). A Figura 1 exemplifica algumas palavras utilizadas em libras.
Para romper as barreiras de comunicação que afastam a pessoa surda dos serviços
de saúde, garantir a inclusão e autonomia sobre o seu estado de saúde é importante olhar
para o campo da formação dos profissionais. Sabe-se que embora seja mais fácil ensinar
conhecimento técnico a mudanças de comportamento, as habilidades de comunicação
podem ser apreendidas, dessa forma, a teoria o treinamento e a supervisão de como o
usuário é abordado deve ser parte integrante da formação de recursos humanos em saúde,
isso inclui o ensino de Libras (TRAIBER; LAGO, 2012).
Frente a este cenário, uma das estratégias para resolução desta problemática é a
abordagem e o ensino sobre surdez e Libras na graduação, para sensibilizar e preparar
profissionais de saúde para uma assistência integral e humanizada e que garanta o
cumprimento dos princípios de equidade que visa atender aos desiguais de forma
desiguais. Para Castro et al. (2011), a equidade pode ser considerada “discriminação
positiva”, uma vez que é voltada para grupos desfavorecidos socialmente, pode ser
considerada ainda como um princípio da justiça social diferindo da igualdade que busca
a igualdade de oportunidades. A equidade é imprescindível para romper barreiras de
acesso e neste caso, romper as barreiras de comunicação enfrentadas pela pessoa surda
garantindo o seu direito a saúde (ÁFIO et al., 2013).
28
2. REFERENCIAL TEÓRICO-
METODOLÓGICO
______________________________________
30
Dessa forma, utilizar a PBE é considerado um ponto crucial para que enfermeiros
melhorem os resultados de saúde do paciente. Seu uso agrega valor ao atendimento do
enfermeiro e a equipe de saúde na medida em que está fundamentada nas melhores e mais
recentes evidencias disponíveis, sem a PBE a enfermagem não pode medir resultados
(KARNICK, 2016).
Além disso, a partir da PBE, vários estudos têm demonstrado os impactos desta
abordagem para a melhoria dos resultados dos pacientes, destacando-se entre eles a
diminuição das despesas em saúde e a padronização de práticas e, a melhora na satisfação
e o empoderamento dos profissionais. A não utilização da PBE pode resultar na variação
de padrões de prestação de cuidados e consequentemente resultados incertos para o
paciente (CLEARY-HOLDFORTH, 2017).
A revisão integrativa pode ser dividida em seis etapas conforme descrito por
Mendes, Silveira e Galvão (2008).
32
Uma base de dados é uma fonte de informação com o objetivo de responder a uma
demanda de seus usuários, incluindo produtos e serviços de informação, pessoas ou rede
de pessoas e computadores em uma área específica (PELLIZZON; POBLACION;
GOLDENBERG, 2003).
33
Esta etapa equivale à análise de dados de uma pesquisa primária, pois exige
avaliação criteriosa dos dados extraídos dos artigos incluídos na revisão
(WHITTEMORE, 2007). Portanto, o pesquisador deve ser imparcial e realizar a análise
da forma mais coerente possível, observando se os artigos respondem à questão de
pesquisa proposta para o estudo (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
Assim, para que aconteça evolução da pesquisa e a busca pelos diferentes tipos de
métodos, deve-se utilizar todos os níveis de evidência, sem julgamento em ser melhor ou
pior, considerando que cada nível poderá contribuir para a conclusão da revisão
integrativa (CAMANHO, 2009).
através de metodologia questionável, essas não poderão ser levadas à prática clínica
(GANONG, 1987; MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
36
3. OBJETIVO
______________________________________
37
3 OBJETIVO
4. MÉTODO
______________________________________
39
4 MÉTODO
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Cada base de dados possui descritores próprios que são utilizados para agrupar
categorias de estudos. A base de dados LILACS utiliza o DeCS como descritor
controlado. A PubMed utiliza o MeSH. A CINAHL utiliza descritores indexados no
“Título CINAHL”, enquanto que a Web of Science, possui como estratégia de busca o uso
de palavras-chave.
PUBMED: deafness, persons with hearing impaired, hearing loss, hearing loss
extreme, Deaf mutism, Deaf Person.
CINAHL: deafness, persons with hearing impaired, hearing loss, hearing loss
extreme.
PUBMED: Health care, Nursing Care, Home Care, Ambulatory care facilities.
CINAHL: Health care, Nursing Care, Home Care, Ambulatory care facilities,
Deaf Health Care, Nurse, Nursing.
CINAHL: Health care, Nursing Care, Home Care, Ambulatory care facilities,
Deaf Health Care, Nurse, Nursing.
Quadro 2 – Estratégias de busca utilizadas nas bases de dados. Ribeirão Preto - SP, 2019.
atendimento de saúde a pessoa surda. Foram excluídos aqueles que abordavam a surdez
somente com aspecto clínico. Durante as buscas, não foram utilizados filtros, exceto para
os três idiomas.
Nessa etapa foi utilizado um formulário adaptado do desenvolvido por Ursi (2005)
para a extração dos dados referentes a: objetivo do estudo; tipo de pesquisa; definição da
amostra; mensuração das variáveis; análise estatística; principais resultados; conclusões
e recomendações dos autores (ANEXO A).
Vale ressaltar que a etapa de leitura de títulos e resumos, leitura completa dos
artigos e extração dos dados e análises foram realizadas por três pesquisadores de forma
independente e quando houve divergências um quarto pesquisador emitiu parecer.
A pontuação dos itens avaliados pode variar de zero (0) para itens não relatados
no estudo, um (1) para itens relatados porém inadequados e dois (2) para os itens relatados
adequadamente. A pontuação ideal varia entre 16 para estudos sem comparação e 24 para
estudos com comparação (SLIM et al., 2003).
46
5. RESULTADOS
______________________________________
48
5 RESULTADOS
As buscas nas bases de dados retornaram um total de 4.016 registros (Quadro 5).
Tabela 1 – Distribuição das publicações incluídas na revisão integrativa (n=11) de acordo com ano de publicação, país do estudo, autor(es),
periódico e título do estudo. Ribeirão Preto-SP, 2019.
Tabela 2 – Publicações (n=11) analisadas quanto ao nível de evidência, tipo de estudo, objetivo e atendimento realizado à pessoa surda. Ribeirão
Preto-SP, 2019.
Tabela 3 - Critérios e pontuações do MINORS aplicado aos estudos não randomizados incluídos na revisão. Ribeirão Preto-SP, 2019.
Nº Clearly Inclusion Prospective Endpoints Unbiased Follow-up <5% Prospective Adequate Contemporary Baseline Adequate TOTAL
stated of data appropriate assessment period lost to calculation control groups equivalence statistical
aim consecutive collection to study aim of study appropriate follow- of study group of groups analyses
patients endpoint to study up size
aim
1 2 2 2 2 2 NA NA 1 2 2 2 2 19
2 2 2 2 2 1 1 0 1 NA NA NA NA 11
3 2 2 2 1 2 1 1 2 2 2 2 1 20
4 2 2 2 2 1 NA NA NA NA NA NA NA 9
5 2 NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA 2
6 2 2 2 1 1 NA NA 2 NA NA NA NA 10
7 2 2 2 2 1 NA NA 1 2 2 1 2 17
8 2 1 2 2 2 NA NA NA NA 2 1 NA 12
9 2 2 1 2 2 NA NA NA NA 1 2 1 13
10 2 1 2 1 2 NA NA 1 2 2 2 2 17
11 2 2 2 2 2 NA NA 0 2 0 NA NA 2
Fonte: Dados do estudo, 2019.
54
6. DISCUSSÃO
______________________________________
55
6 DISCUSSÃO
processo de falar e fazer caretas ou outras formas para expressar dor ou desconforto,
sendo evidenciado por seus relatos enquanto pacientes, que até tentavam explicar que não
foram entendidos porém sem sucesso, muitos imploravam ou até insistiam para que os
profissionais escrevessem, mas no final eram confrontados por caligrafia ilegível e termos
desconhecidos (PEREIRA; FORTES, 2010).
O artigo que mostrou a estruturação dos serviços franceses e o artigo que abordou
o programa de saúde mental são exemplos de como a oferta de profissionais da saúde e
intérpretes treinados em línguas de sinais podem contribuir para experiências mais
positivas nos serviços de saúde.
Outras dificuldades para acesso aos serviços de saúde por pacientes surdos, além
da comunicação, foram investigadas com 16 participantes na África do Sul. Os resultados
evidenciaram que os serviços de saúde precisam compreender que o fornecimento de
interpretes de línguas de sinais não tornará necessariamente os serviços mais adequados
aos surdos, pois é preciso levar em conta que eles possuem barreiras adicionais de
comunicação como a falta de pensamento independente, superproteção familiar, atitude
não questionadora e falta de comunicação familiar.
59
Pessoas surdas tendem a planejar suas visitas médicas e utilizar outras estratégias
para lidarem com um mundo oral-falado, dentro deste planejamento incluem-se a visita
guiada por um acompanhante que pode ser familiar ou amigos, ou reservas com serviços
que ofereçam intérpretes. As situações de atendimento ficam ainda piores em situações
de emergência, pois a pessoa surda vive a soma entre os fatores estressantes que envolvem
uma possível situação de risco de vida auxiliada a uma visita não planejada ao serviço de
saúde (RODRIGUEZ-MARTIN et al., 2018).
A leitura labial em alguns casos pode ser dificultada pois é exigido um esforço
enorme da pessoa surda e muitas vezes aquilo que é transmitido nem sempre é entendido,
além disso, fatores como barba e uso de máscaras quando em consultas com odontólogos,
dificultam a leitura labial. Uma outra problemática relatada é a pressão que profissionais
da saúde impõem a pessoa surda para que seja realizada a leitura labial (RODRIGUEZ-
MARTIN et al., 2018).
hospital sozinho. Eu sempre tento ir com os meus familiares que são surdos...” (SIRCH;
SALVADOR; PALESE, 2017).
Os artigos incluídos nesta categoria levantaram mais uma vez os problemas que
os surdos enfrentam nos atendimentos dentro dos serviços de saúde, com relação a
ausência de interpretes de línguas, dificuldades de conhecimento dos profissionais de
saúde sobre a pessoa surda, dificuldades relacionadas ao uso de leitura labial, a qual gera
dificuldade na interpretação e diminuição da autonomia destas pessoas nos serviços de
saúde e, faz com que optem pela participação de um familiar, para que se sintam mais
seguros durante os atendimentos prestados. Cabe salientar a contribuição de artigo que
sugere investigar fatores além das barreiras de comunicação, como a dependência de
outros, que interfere no atendimento aos surdos nos serviços de saúde (KRITZINGER;
SCHNEIDER; SWARTZ; BRAATHEN, 2014).
palavras podem ser entendidas, além disso, fatores como, bigode, sotaque e máscaras
dificultam ainda mais, tornando a leitura labial impossível nestes casos.
Nesta categoria os artigos que abordaram o uso das TICs para atendimento a
pessoa surda e/outros dispositivos para comunicação com os surdos foram incluídos, uma
vez que focaram na comunicação com o surdo durante a prestação de assistência à saúde
dos pacientes, seja presencialmente através de smartphones ou remotamente através de
vídeos e uso da telemedicina (LYALL; CLAMP; HAJIOFF, 2015; HOMMES;
BORASH; HARTWIG; DEGRACIA, 2018; PERTZ; PLEGUE; DIEHL; ZAZOVE;
MCKEE, 2018).
Outro artigo incluído nesta categoria abordou o uso da telemedicina para realizar
um programa de saúde mental e, os resultados apontaram que as chamadas por vídeo
forneceram uma solução eficaz para populações surdas marginalizadas mesmo em locais
mais remotos. No entanto, os autores reforçaram que essa ferramenta não foi ideal para
todos, uma vez que, alguns pacientes surdos preferiram o encontro presencial ou
“tradicional” com o médico. Os autores concluíram que o uso da telemedicina é
considerado uma ferramenta viável para solucionar algumas lacunas de saúde mental na
comunidade de surdos (PERTZ; PLEGUE; DIEHL; ZAZOVE; MCKEE, 2018).
63
Outras pesquisas que fizeram o uso da tecnologia para surdos focaram nas
capacidades que os dispositivos móveis possuem para realizarem avaliações de saúde
com relação ao grau de surdez ou dificuldade auditiva através de aplicativos. De acordo
com o estudo de revisão realizado por Bright e Pallawela (2016), 30 aplicativos
investigados nas lojas de aplicativos comerciais e pesquisas em bases de dados foram
incluídos para análise por proporem avaliações auditivas e audiométricas. Outra pesquisa
conduzida por Paglialonga, Tognola e Pinciroli (2015) revelou que aplicações gerais para
profissionais que trabalham com pessoas surdas, para pessoas surdas, familiares e
cuidadores informais estão disponíveis em lojas de aplicativos de plataformas como
Android, iOS e Windows Mobile.
tem sido realizado nos serviços de saúde permite que gestores e profissionais de saúde
busquem as adequações necessárias em suas instituições e façam uso de soluções já
experimentadas em outros serviços para inclusão dos surdos, respeitando sua história,
cultura e valores.
65
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
______________________________________
66
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
68
REFERÊNCIAS
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75
ANEXO
______________________________________
77
ANEXO A