Ampliação Pilha D Estéril
Ampliação Pilha D Estéril
Ampliação Pilha D Estéril
Belo Horizonte
Setembro de 2013
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
Nome do
ANGLOGOLD ASHANTI CÓRREGO DO SÍTIO MINERAÇÃO S/A
Empreendedor
CNPJ 18.565.382/0001-66
E-mail [email protected]
CNPJ 02.052.511/0001-82
E-mail [email protected]
EQUIPE TÉCNICA
RESPONSABILIDADE NO
TÉCNICO FORMAÇÃO
PROJETO
Jaqueline Gurgel Wanderley Engenheira Ambiental Coordenação Geral e
Mascarenhas CREA/MG – 90.449/D Caracterização de resíduos
Engenheira de Minas Caracterização do
Leilane de Freitas Mol
CREA/MG - 125.198/D Empreendimento
Meio Físico
Engenheiro Ambiental Coordenação e Qualidade das
Pedro Alvarenga Bicalho
CREA/MG -106.660/D Águas, Ar e Ruído
Engenheiro Agrônomo
Daniel Duarte de Oliveira Pedologia
CREA/MG 102.008/D
Giovanna Maria Gardini Geóloga Clima, Geologia,
Linhares CREA/MG 103.415/D Geomorfologia e Hidrografia
Leilane Cristina Gonçalves
Geógrafa
Sobrinho Espeleologia -
CREA/MG 103.435/D
Carste Consultores Associados
Meio Biótico
Biólogo
Leandro Nunes Souza Coordenação e Avifauna
CRBio 76554/04-D
Biólogo
Douglas Henrique da Silva Herpetofauna
CRBio 076964/04-P
Bióloga
Felipe Silva Rodrigues Pena Flora
CRBio 057246/04-D
Filipe Augusto Maximiano Biólogo
Mastofauna
Madeira CRBio 080800/04-D
Biólogo
Gabriel Alkimin pereira Ictiofauna
CRBio 037256/04-D
Meio Socioeconômico
Vanessa Lucena Cançado Economista Coordenação
Diego de Simoni Castro Economista Meio Socioeconômico
Patrimônio Cultural
Maria Teresa Teixeira de Moura Arqueóloga/Geógrafa Coordenação
Carolina Chaves Nogueira Arquiteta Patrimônio Material
Isabela Gomes Welter Cientista social Patrimônio Imaterial
Patrimônio Material e
Kalil Félix Pena Historiador
Patrimônio Imaterial
Patrimônio Arqueológico e
Márcio Alonso de Lima Arqueólogo/Historiador
Cultural
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Continuação
EQUIPE TÉCNICA
RESPONSABILIDADE NO
TÉCNICO FORMAÇÃO
PROJETO
Geoprocessamento
Geógrafo
Leonardo Fernandes Geoprocessamento
CREA/MG 146.886/D
EQUIPE DE APOIO
TÉCNICO RESPONSABILIDADE
Leonardo SanchesFerreira Produção
Elaine Amélia Martins Revisora
Cássia Marina Pereira Nunes Formatação
Leonardo Paixão Gonçalves de Souza Estagiário de Economia
Deborah dos Santos Barbosa Leal Estagiária de Engenharia Ambiental
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Sumário
1. APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................................................................................................... 1
2. HISTÓRICO DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO ............................................................................................................................... 3
2.1. Licenciamento Ambiental...................................................................................................................................................................... 3
2.2. Licenciamento Minerário........................................................................................................................................................................ 5
3. ESTUDO DE ALTERNATIVAS LOCACIONAIS DO EMPREENDIMENTO ..................................................................................... 8
4. LOCALIZAÇÃO E ACESSOS ............................................................................................................................................................................. 8
5. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ....................................................................................................................................... 11
5.1. Descrição do projeto da ampliação da pilha de estéril de Crista ............................................................................... 11
5.2. Caracterização do material a ser depositado .......................................................................................................................... 35
5.3. Atividades preliminares e estruturas de apoio ....................................................................................................................... 40
5.4. Mobilização de mão de obra, máquinas e equipamentos ............................................................................................. 41
5.5. Materiais e insumos ................................................................................................................................................................................ 41
5.6. Cronograma do empreendimento ............................................................................................................................................... 42
5.7. Aspectos ambientais e sistemas de controle ambiental ................................................................................................. 43
6. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL APLICÁVEL .................................................................................................................................................... 47
6.1. Legislação Federal.................................................................................................................................................................................... 47
6.2. Legislação Estadual ................................................................................................................................................................................. 51
6.3. Legislação Municipal .............................................................................................................................................................................. 55
7. ÁREAS DE INFLUÊNCIA .................................................................................................................................................................................... 55
7.1. Área Diretamente Afetada - ADA ................................................................................................................................................... 56
7.2. Área de Influência Direta – AID ........................................................................................................................................................ 56
7.3. Área de Influência Indireta – AII....................................................................................................................................................... 57
8. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA........................................................................................................... 58
8.1. Uso do solo e cobertura vegetal ..................................................................................................................................................... 58
8.2. Áreas Protegidas ....................................................................................................................................................................................... 64
8.3. Meio Físico .................................................................................................................................................................................................... 67
8.4. Meio Biótico .............................................................................................................................................................................................. 148
8.5. Meio Socioeconômico e Cultural ................................................................................................................................................ 243
9. ANÁLISE INTEGRADA ..................................................................................................................................................................................... 281
10. PROGNÓSTICO AMBIENTAL ................................................................................................................................................................... 282
11.CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS...................................................................................... 284
11.1. Metodologia .......................................................................................................................................................................................... 284
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11.2. Caracterização e análise dos impactos ambientais - Fase de Implantação .................................................... 287
11.3. Caracterização e análise dos impactos ambientais - Fase de Operação .......................................................... 304
12. PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS E PROGRAMAS DE ACOMPANHAMENTO E
MONITORAMENTO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ............................................................................................................................ 312
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................................................ 315
13.1. Meio Físico .............................................................................................................................................................................................. 315
13.2. Meio Biótico ........................................................................................................................................................................................... 319
13.3. Meio Socioeconômico e Cultural ............................................................................................................................................. 332
ANEXOS ...................................................................................................................................................................................................................... 334
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Lista de Quadros
QUADRO 8.4.18 - Espécies de anfíbios anuros registrados na AID e ADA do projeto de expansão da pilha de
estéril de Crista ................................................................................................................................................................................. 224
QUADRO 8.4.19 - Coordenadas geográficas e descrição dos pontos de amostragem da ictiofauna nas áreas
de influência do projeto de expansão da pilha de Crista ...................................................................................... 227
QUADRO 8.4.20 - Espécies de peixes com potencial ocorrência na AII do projeto de ampliação da pilha de
estéril de Crista ................................................................................................................................................................................. 232
QUADRO 8.4.21 - Listagem das espécies inventariadas na área de influência do projeto de ampliação da
pilha de estéril de Crista ............................................................................................................................................................. 234
QUADRO 8.4.22 -Número de indivíduos capturados (N) com as respectivas amplitudes de comprimento
padrão (CP) e peso corporal (PC), na área de influência do projeto de ampliação da pilha de
estéril de Crista ................................................................................................................................................................................. 241
QUADRO 8.4.23 -Ocorrência e abundância absoluta das espécies de peixes registradas na área de
influência do projeto de ampliação da pilha de estéril de Crista ..................................................................... 242
QUADRO 8.5.1 - População total municipal, absoluta e relativa, por situação do domicílio município de
Santa Bárbara/MG (1970, 1980, 1991, 2000 e 2010) .................................................................................................. 246
QUADRO 8.5.2 - População ocupada em empregos formais, por setor de atividade – Santa Bárbara/MG
(2011) ..................................................................................................................................................................................................... 250
QUADRO 8.5.3- Estabelecimentos disponíveis no Município de Santa Bárbara/MG, por Tipo de
estabelecimento e tipo de prestador (2012) ................................................................................................................. 251
QUADRO 8.5.4 - Quantidade de leitos Hospitalares para internação disponíveis, geral e pelo SUS, por
especialidade – Santa Bárbara/MG (2012) ...................................................................................................................... 252
QUADRO 8.5.5 - Recursos humanos disponíveis, por tipo de profissional (2012) ........................................................ 253
QUADRO 8.5.6 - Número de famílias e de pessoas cadastradas em programas de atenção básica à saúde –
Santa Bárbara/MG (mar/2012) ................................................................................................................................................ 254
QUADRO 8.5.7 – Localização da unidade de ensino, por dependência de ensino – Santa bárbara/MG (2012)
................................................................................................................................................................................................................... 254
QUADRO 8.5.8- Índice de desenvolvimento da educação básica - IDEB observado em 2005, 2007 e 2009 e
metas para rede municipal....................................................................................................................................................... 255
QUADRO 8.5.9 – Número de alunos matriculados, por dependência de ensino – Santa Bárbara/MG (2012)
(*) ensino de jovens adultos. ................................................................................................................................................... 256
QUADRO 8.5.10 - Crimes por natureza – principais ocorrências atendidas pela polícia militar – município de
Santa Bárbara/MG (2008) ........................................................................................................................................................... 257
QUADRO 8.5.11 - Domicílios por situação segundo instalação sanitária município de Santa Bárbara/MG
(2010) ..................................................................................................................................................................................................... 262
QUADRO 8.5.12– Receitas não financeiras do município de Santa Bárbara/mg (2010) (em r$ correntes) .. 266
QUADRO 8.5.13 - Número de processos de mineração por fase do processo – 2011 .............................................. 267
QUADRO 8.5.14- Arrecadação de CFEM, por substância, do município de Santa Bárbara – 2012 .................... 267
QUADRO 8.5.15- Síntese de indicadores qualitativos do município de Santa Bárbara/mg – 2009 .................. 270
QUADRO 8.5.16 - Número de moradores por faixa etária e sexo – distrito de brumal, 2010................................ 272
QUADRO 8.5.17 - Número de moradores por faixa etária e sexo – 2010 – subdistrito de sumidouro (setor
censitário 315720315000002)................................................................................................................................................. 276
QUADRO 11.1.1 - Definição da magnitude dos impactos .......................................................................................................... 285
QUADRO 11.2.1 - Matriz de avaliação dos impactos ambientais - Fase de amplantação ....................................... 297
QUADRO 11.3.1 - Matriz de avaliação dos impactos ambientais - Fase de operação................................................ 309
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Lista de Figuras
FIGURA 8.3.11 - Análise de multicritério para elaboração de mapa de suscetibilidade erosiva - WEIGHTED
OVERLAY ..................................................................................................................................................................................................... 93
FIGURA 8.3.12 - Distribuição dos solos nas áreas de estudo .................................................................................................... 100
FIGURA 8.3.13 - Pedologia da pilha de estéril de de Crista ......................................................................................................... 101
FIGURA 8.3.14: Distribuição da aptidão agrícola das terras das áreas de estudo .......................................................... 103
FIGURA 8.3.15 - Aptidão agrícola ................................................................................................................................................................ 104
FIGURA 8.3.16 - Formas de relevo .............................................................................................................................................................. 105
FIGURA 8.3.17 - Suscetibilidade erosiva .................................................................................................................................................. 106
FIGURA 8.3.18 – Potencial espeleólogico .............................................................................................................................................. 110
FIGURA 8.3.19 – Caminhamento espeleológico ............................................................................................................................... 111
FIGURA 8.3.20 – Localização dos fotos – espeleologia ................................................................................................................. 114
FIGURA 8.3.21 – Hidrografia da AID/AII da ampliação da pilha de ésteril de Crista ................................................... 117
FIGURA 8.3.22 – Pontos de amostragem de água superficial ................................................................................................... 120
FIGURA 8.3.23 – Pontos de amostragem da qualidade do ar ................................................................................................... 143
FIGURA 8.3.24 – Pontos de amostragem de ruído ambiental .................................................................................................. 146
FIGURA 8.4.1 – Distribuição dos indivíduos arbóreos em classes de altura ..................................................................... 171
FIGURA 8.4.2- Distribuição dos indivíduos arbóreos em classes de CAP ........................................................................... 172
FIGURA 8.4.3- Curva de suficiência amostral para a floresta estacional semidecidual em estágio médio de
regeneração .......................................................................................................................................................................................... 173
FIGURA 8.4.4 – Distribuição por família das espécies registradas através de dados secundário ........................ 212
FIGURA 8.4.5 – Representatividade das espécies consideradas para ADA/AID do projeto em pauta por
família ........................................................................................................................................................................................................ 215
FIGURA 8.4.6 - Percentual de espécies da ictiofauna separadas por ordem, na área de influência do projeto
de ampliação da pilha de estéril de Crista .......................................................................................................................... 236
FIGURA 8.5.1– População relativa urbana e rural - Santa Bárbara/MG (1970 e 2010) ............................................... 247
FIGURA 8.5.2 - Evolução da população absoluta urbana, rural e total – Santa Bárbara/MG (1970, 1980, 1991,
2000 e 2010) .......................................................................................................................................................................................... 247
FIGURA 8.5.3 - Pirâmide etária – Santa Bárbara/MG (2010) ........................................................................................................ 248
FIGURA 8.5.4- População relativa, segundo o distrito - Santa Bárbara/MG (2000 e 2010) ...................................... 249
FIGURA 8.5.5 - População ocupada, segundo posição e categoria do emprego no trabalho principal –
Santa Bárbara/MG (2010) .............................................................................................................................................................. 249
FIGURA 8.5.6 - Variação do número de crimes registrados, Santa Bárbara – 2008 ...................................................... 258
FIGURA 8.5.7- Domicílios particulares permanentes por situação (1970, 1980, 1991, 2000 E 2010) ................. 259
FIGURA 8.5.8- Domicílios particulares permanentes por tipo de domicílio (2010)...................................................... 260
FIGURA 8.5.9- Domicílios com coleta de lixo, com água encanada e com esgotamento sanitário (2000 e
2010) .......................................................................................................................................................................................................... 260
FIGURA 8.5.10 – Índice de desenvolvimento humano municipal – IDHM – Santa Bárbara e média do estado
– 1991-2010 ........................................................................................................................................................................................... 264
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FIGURA 8.5.11 – Valor adicionado por setor de atividade econômica - Santa Bárbara/MG (2006-2009) (em
milhares de R$ correntes) ............................................................................................................................................................. 265
FIGURA 8.5.12 - Arrecadação municipal da CFEM - Santa Bárbara/MG (2008-2012) – R$ mil............................... 266
FIGURA 8.5.13 - PIB por habitante - Santa Bárbara e Minas Gerais (2004-2010) – R$mil .......................................... 266
FIGURA 12.1 – Ações de controle, mitigação, monitoramento e compensação ambientais ............................... 312
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1. APRESENTAÇÃO
O presente Estudo de Impacto Ambiental (EIA), elaborado conforme a exigência do Formulário de
Orientação Básica Integrado (FOBI) fornecido pela Secretaria do Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável – SEMAD, FOBI nº.0756212/2013, visa à formalização do processo de
licenciamento ambiental da “Ampliação da Pilha de Estéril de Crista”, em área da Mina Córrego do
Sítio I (CDSI), situada no município de Santa Bárbara, MG, sob responsabilidade da empresa Anglogold
Ashanti Córrego do Sítio Mineração S/A.
O presente EIA busca, pois, diagnosticar a área a ser afetada pelo projeto e avaliá-la ambientalmente,
considerando os meios físico, biótico e socioeconômico e cultural. Uma equipe multidisciplinar
realizou levantamentos de dados secundários e de campo e, a partir do cruzamento e interpretação
das informações obtidas, foi produzido o diagnóstico ambiental ora apresentado neste relatório.
As principais estruturas que compõem atualmente a Mina Córrego do Sítio I (CDS I) estão descritas no
quadro a seguir:
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Também pertence à AngloGold Ashanti Córrego do Sítio Mineração S/A, a Mina Córrego do Sítio II,
antiga São Bento Mineração S/A, localizada a 9,0km da Mina Córrego do Sítio I.
A Ampliação da Pilha de Estéril de Crista, objeto deste EIA, se faz necessária para manter a
continuidade as operações a ceu aberto, da Mina Corrego do Sitio, considerando que:
As pilhas atualmente em operação não irão comportar todo o estéril previsto para os próximos anos.
A relação estéril / minério para atividade de lavra é estimada para o cálculo do modelo econômico
da jazida, podendo variar de acordo com as dimensões variáveis dos corpos de minério, sua
distribuição dentro da área o que implica em considerável alteração no volume esperado de geração
de estéril.
Alem disso outros fatores podem alterar a cubagem do volume para a implantação de pilhas de
estéril, diminuindo ou aumentado sua capacidade de armazenamento. Dentre elas, pode destacar a
precisão da topografia; o empolamento do material; alteração de critérios geotécnicos, entre outros.
Ainda assim uma unidade minerária de uma pilha de estéril pode receber o estéril de várias frentes de
lavra, reduzindo sua vida útil.
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Inicialmente, este estudo apresenta o histórico e a caracterização geral das estruturas que compõem a
Mina Córrego do Sítio I. Em seguida, expõe-se a caracterização dos projetos elaborados para a
Ampliação da Pilha de Crista e a legislação ambiental aplicável para este empreendimento.
Posteriormente são apresentadas as áreas de influência bem como o diagnóstico ambiental
estudados para as mesmas. O cruzamento da caracterização do empreendimento com o diagnóstico
ambiental resulta na avaliação dos impactos ambientais identificados e valorados neste estudo.
Por fim, a partir das avaliações efetuadas, são identificados os programas e medidas de controle
ambiental visando à mitigação, monitoramento e compensação dos impactos identificados. No Plano
de Controle Ambiental - PCA, a ser protocolado junto deste EIA, tais programas e medidas serão
detalhados.
Em 1998, devido a fatores diversos, como a previsão de exaustão das reservas do minério oxidado e a
queda acentuada do preço do ouro, que ditaram a necessidade de uma reavaliação das reservas e
recursos minerais da empresa e da viabilidade técnica e econômica do empreendimento, as
atividades de lavra e metalurgia na Mina de Córrego do Sítio I foram temporariamente suspensas.
Com o aumento do preço do ouro a partir de 2001, novos estudos visando à reavaliação das reservas
de minério oxidado foram realizados pela empresa, permitindo um maior conhecimento da jazida
aurífera da Mina Córrego do Sítio I. Assim, após o processo de revalidação da Licença de Operação da
mina e de suas instalações (Processo COPAM 111/1988/009/2001), as atividades minerárias foram
retomadas a partir da obtenção do Certificado LO nº 500/2002, em 2 de dezembro de 2002.
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QUADRO 2.1.1 – LICENÇAS DE OPERAÇÃO DA MINA CÓRREGO DO SÍTIO REVALIDADAS A PARTIR DO RADA/2006
Em 2011, a AngloGold Ashanti em comum acordo com o Ministério Público e a SUPRAM, optou por
formalizar o processo de licenciamento ambiental visando à unificação das AAFs (atividades de lavra
nas cavas Bocaina, Rosalino e Laranjeiras). Assim, através de uma Licença Operacional Corretiva (LOC),
as AAFs correspondentes a essas cavas foram englobadas, passando a integrar uma única licença de
operação, a LOC nº 023/2012, processo COPAM 111/1988/021/2011, com validade até 27 de fevereiro
de 2016.
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Expansão da Cava Rosalino, Pilhas de Estéril e Expansão da Planta de Lixiviação em Pilhas – LP\LI
obtida em 05/02/2013 - Processo COPAM/PA Nº00111/1988/024/2012 – Valido ate 05/02/2016.
Abertura da Cava João Burro e Expansão da Pilha de Estéril de Bocaina – LP/LI obtida em 05/03/2013
– Processo COPAM/PA Nº00111/1988/025/2012 – Valido até 05/04/2016.
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Vale ressaltar que os DMs fazem parte do Grupamento Mineiro nº 246/2012, publicado no DOU de
09/03/2012, nos termos do Processo DNPM nº 930.181/2008, que contemplou os seguintes processos
de concessões de lavra:
ProcessoDNPM nº 830.353/1979
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Caso novas áreas de disposição de estéril fossem selecionadas, ocorreriam impactos ambientais, tais
como: intervenção em um novo curso d’água; intervenção em maiores áreas de vegetação nativa e
APPs; maior distância a ser percorrida para o transporte do estéril além de aumento na geração de
poeira e ruído.
Cabe destacar que as características físicas da área do empreendimento e seu entorno apresentam em
linhas gerais o relevo montanhoso com declividade acentuada e, junto da considerável altitude,
corrobora a existência de drenagens com matas ciliares em fundo de vale que se interligam formando
corredores de mata nativa em grande parte da região. Ou seja, independentemente do local a ser
escolhido para a disposição de estéril, implicaria em intervenções em cursos d’água, APPs e vegetação
nativa, o que leva a considerar a alternativa de ampliação da Pilha de Estéril de Crista, já existente,
como a melhor alternativa locacional.
4. LOCALIZAÇÃO E ACESSOS
A Mina Córrego do Sítio I está localizada no município de Santa Bárbara/MG, distante cerca de 110km
de Belo Horizonte. Encontra-se inserida na sub-bacia do rio Conceição, pertencente à bacia
hidrográfica estadual do rio Piracicaba que, por sua vez, faz parte da bacia hidrográfica federal do rio
Doce.
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O acesso a área se dá pela BR-262 a partir de Belo Horizonte, seguindo-se cerca de 70km até o trevo
para Barão de Cocais/Santa Bárbara. Desse trevo, seguem-se 30km da MG-436 até o trevo de Brumal
(distrito de Santa Bárbara), tomando-se a rodovia pavimentada da direita (sentido Brumal) e
percorrendo-se mais 4km até a ponte de concreto sobre o ribeirão Caraça. A partir daí, percorrem-se
9,5km, por estrada distrital não pavimentada, até a entrada da Mina Córrego do Sítio I.
A Pilha de Estéril de Crista está localizada dentro da propriedade da Mina Córrego do Sítio I, próxima a
cava Carvoaria Sul.
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5. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
Conforme já ressaltado, a Mina Córrego do Sítio I (CDS I) corresponde à explotação de minério de ouro
oxidado a céu aberto e de minério de ouro sulfetado em mina subterrânea. Encontram-se em
operação, as cavas a céu aberto Carvoaria Sul/Laranjeiras, e Rosalino, além da mina subterrânea. Nota-
se ainda que a cava João Burro está sendo implantada.
O minério proveniente das cavas a céu aberto é enviado para a planta de beneficiamento, onde é
disposto em pilhas de lixiviação para a extração do ouro. O processo de beneficiamento do minério de
ouro oxidado envolve as seguintes operações:
Atualmente, o estéril gerado nas operações de lavra é encaminhado para as pilhas de Estéril de
Carvoaria Sul/Laranjeiras, Cachorro Bravo, Bocaina/IQ76 e Cristina/Sulfetado. As pilhas de estéril são
construídas de forma ascendente, permitindo sua formação por camadas.
A Mina Córrego do Sítio I conta com todas as estruturas de apoio a operação, como escritórios,
refeitório, vestiário, oficina de manutenção, posto de combustível, pátio de resíduos e estação de
tratamento de efluentes.
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Para atender a demanda de disposição do estéril proveniente da Mina CDS I, a pilha de Crista deverá
ser ampliada para armazenamento de 20 Mm³ de estéril, em 04 anos de operação.
A ampliação deverá ocupar o vale a jusante da pilha existente e a área da cava Carvoaria
Sul/Laranjeiras (que estará exaurida na ocasião), localizada a nordeste da pilha. O dique existente será
aterrado, fazendo-se necessária a construção de um novo dique de contenção de finos, a jusante do
dique existente. Será necessário desviar o córrego Crista durante a construção do dique e para tal será
utilizado bombeamento. A vazão de desvio é de 20 l/s, correspondente à média de período seco (abril
a setembro).
Conforme projeto de ampliação, elaborado pela DAM Projetos de Engenharia (2013), a pilha deverá
atingir a El. 1020,00 m, apresentando uma altura de 260 metros. Foram adotados taludes 1V:1,8H,
sendo que a inclinação geral será de 1V:2,3H. As bermas terão 5m de largura, a cada 10m de desnível e
os acessos foram projetados com 10 m de largura e declividade variando entre 10 e 12%. A
compactação do material lançado na pilha será realizada pelo tráfego dos equipamentos.
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A inclinação das bermas foi projetada para que as mesmas trabalhem como elementos condutores de
águas pluviais. A inclinação transversal de 5% direciona a água para o pé dos taludes da bancada
superior, evitando que a mesma escorra pelo talude.
No contato da pilha com as ombreiras deverão ser executados canais de drenagem acompanhando a
declividade da encosta. Esse sistema de drenagem superficial irá conduzir e direcionar a água de
chuva para o dique de contenção de finos implantado a jusante da pilha no talvegue do córrego
Crista.
O sistema de drenagem interna na bacia de contribuição da Pilha, é constituído por seis drenos de
fundo de brita 3, envolvidos por camadas de brita 1 e areia. Entre a brita 1 e a fundação será utilizado
um lastro de enrocamento. O dreno de número quatro será ligado ao dreno de fundo existente. Os
drenos de fundo irão direcionar a água até o dreno de pé da pilha (enrocamento) e a partir deste
ponto a água seguirá para o dique de contenção de finos.
Para detectar uma eventual subida do nível d’água no interior do maciço em períodos de chuva
intensa, serão instalados cinco indicadores de nível d’água localizados ao longo da seção de maior
altura da pilha, acompanhando a linha de drenagem natural. Serão instalados também 22 marcos
superficiais de deformação, para a verificação de possíveis recalques. Nos desenhos BRD-E-PJ-DE-308
e BRD-E-PJ-DE-309 do Anexo 03 está apresentada a instrumentação proposta.
A pilha deverá ser construída pelo método ascendente e a face dos taludes deverá ser revegetada
após a conclusão de cada banco, de maneira a minimizar o aporte de sedimentos para jusante.
As investigações para a pilha de estéril foram executadas pela Progeo Engenharia Ltda e as
investigações na área do novo dique foram realizadas pela SOLOTÉCNICA Engenharia de Fundações
Ltda.
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Foi analisada a seção de maior altura da pilha, por ser considerada crítica;
Foram verificadas superfícies de ruptura de forma circular, procurando cercar todas aquelas
prováveis de ruptura;
PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA
MATERIAL h (KN/m3)
c' (KN/m2) Φ' (°)
Estéril 20,3 30 27
Fundação 20 30 35
Enrocamento 24 0 42
Fonte: DAM, 2013.
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2Resultados e discussão
Como apresentado anteriormente, o fator de segurança mínimo considerado foi de 1,50 para
condições normais de operação e de 1,30 para condições extremas. No Quadro 5.1.2 estão
apresentados os casos analisados e os coeficientes de segurança encontrados. De acordo com os
resultados obtidos nas análises, a condição de segurança atual da pilha é adequada, com coeficientes
de segurança dentro dos limites aceitáveis, mesmo para a condição extrema de elevação do nível
d’água em períodos de chuva intensa.
COEFICIENTE DE SEGURANÇA
CASO SEÇÃO CONDIÇÃO DE CARREGAMENTO
ENCONTRADO
1 El. 970m Operação Normal 1,571
2 El. 970m Extrema 1,530
Fonte: DAM, 2013.
As seções analisadas estão apresentadas nas Figuras 5.1.2 e 5.1.3 a seguir, com indicação da superfície
de escorregamento crítica, bem como dos coeficientes de segurança mínimos encontrados em cada
caso.
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Foi analisada a seção de maior altura da pilha, por ser esta a condicionante da inclinação dos taludes;
Foram verificadas superfícies de ruptura de forma circular, procurando cercar todas aquelas
prováveis de ruptura;
Foi considerado o coeficiente de segurança mínimo de 1,50 para a condição de Percolação Estável;
Os parâmetros de resistência para os materiais do aterro e da fundação foram estimados com base
na experiência com materiais semelhantes. Os parâmetros adotados estão apresentados no Quadro
5.1.3.
QUADRO 5.1.3– PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS
PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA
MATERIAL ϒH (KN/m3)
C' (KN/m2) Φ' (°)
Enrocamento 24 0 42
Solo Coluvionar 19 10 26
Solo Residual 21 20 28
Fonte: DAM, 2013.
1Resultados e discussão
Como apresentado anteriormente, o fator de segurança mínimo considerado foi de 1,50 para
condição de percolação estável. No Quadro 5.1.4 está apresentado o caso analisado e o coeficiente de
segurança encontrado. De acordo com o resultado obtido a geometria adotada no projeto, para o
dique em enrocamento, é adequada, com fator de segurança dentro dos limites recomendados.
COEFICIENTE DE
CASO SEÇÃO CONDIÇÃO DE CARREGAMENTO TALUDE SEGURANÇA
ENCONTRADO
1 Maior altura do dique Percolação Estável Jusante 1,534
Fonte: DAM, 2013.
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Os dados obtidos para 24 horas na estação de Ouro Preto estão apresentados no Quadro 5.1.5, a
seguir.
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Procedeu-se, então, à análise de frequência dos postos de Fazenda Paraíso e Santa Bárbara. Os totais
diários máximos observados foram ordenados e transformados em totais máximos de 24 horas
(majorados em 15%) e submetidos à distribuição de Gumbel.
FIGURA 5.1.5 – FREQUÊNCIA DE TOTAIS PRECIPITADOS EM 24H – POSTOS FAZENDA PARAÍSO E SANTA BÁRBARA
Verificou-se que o posto da Fazenda Paraíso, além de estar localizado na mesma encosta da Mina de
Alegria, próximo à área do empreendimento, tem melhor ajuste gráfico entre os valores observados
com a distribuição de Gumbel. A partir daí, os valores máximos foram desagregados, adotando-se as
relações do posto pluviográfico de Ouro Preto para durações inferiores a 24 horas, a saber:
onde:
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T A B
5 min 0,108 0,12
15 min 0,122 0,12
0,5 h 0,138 0,12
1h 0,156 0,04
2h 0,166 0,04
4h 0,174 0,04
8h 0,176 0,04
14 h 0,174 0,04
24 h 0,176 0,04
Fonte: DAM, 2013.
QP = 0,278 x C x I x A
Sendo:
I = intensidade de chuva;
C2 1
C 1
2 1 F
L
F 0,886
A 0,5
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L
tc
3.600
td = F x ta
tb = ta + td
No caso (a), adota-se usualmente um risco da ordem de 5%, o que para uma vida útil de 50 anos
equivale a:
1
Tr 1
1 - (1 - n) h
Onde:
n = risco;
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A hipótese assumida é:
QP = 0,278 x C x I x A0,9x k
Nota – Para bacias de pequeno porte, menores que 25 km², elimina-se o expoente redutor de área e o
fator k de não uniformidade de distribuição da chuva.
Sendo:
I = intensidade de chuva;
C2 1
C 1
2 1 F
L
F 0,886
A 0,5
L = Comprimento do talvegue em m.
3.600
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Onde:
TC A B
5 min 0,108 0,12
15 min 0,122 0,12
30 min 0,138 0,12
1 hora 0,156 0,04
2 horas 0,166 0,04
4 horas 0,174 0,04
8 horas 0,176 0,04
14 horas 0,174 0,04
Fonte: DAM, 2013.
1Cheias de Projeto
As cheias de projeto são definidas de acordo com o método do Hidrograma Unitário. Os picos
correspondentes estão apresentados no Quadro 5.1.10 a seguir.
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ÁREA DE COMPRIMENTO
TR
OBRAS DE DRENAGEM DRENAGEM DO TALVEGUE K(-) P (MM) C2 C Q (m3/S)
(ANOS)
(Km2) (Km)
100 1,91 5,8 0,72 0,49 0,04
Canaleta Periférica 0,001 0,06
500 2,21 6,7 0,81 0,55 0,06
100 1,94 14,5 0,71 0,49 0,35
Canaleta Periférica 0,01 0,20
500 2,26 16,9 0,81 0,55 0,46
100 2,03 30,8 0,69 0,47 2,28
Canaleta Periférica 0,1 0,63
500 2,40 36,4 0,79 0,54 3,09
100 2,11 40,0 0,67 0,45 4,53
Canaleta Periférica 0,25 1,00
500 2,54 48,0 0,77 0,52 6,30
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Desta forma, o Quadro 5.1.12 a seguir apresenta os resultados para cada tipo de canaleta.
As descidas da Pilha de Estéril de Crista foram divididas e tiveram suas áreas de drenagem calculadas.
Através das áreas, foram obtidas as vazões para Tr=500 anos (canaletas periféricas) e Tr=100 anos
(canaletas coletoras de berma), sendo assim possível definir, para cada área, o tipo de canaleta a ser
executada. Para as canaletas de berma, a maior área foi calculada e, partir desta área, foram
determinadas as dimensões das canaletas. O Quadro 5.1.13 apresenta o dimensionamento das
canaletas bem como o tipo escolhido.
CANALETAS PERIFÉRICAS
DESCIDA ÁREA (m²) ÁREA (Km²) Q500 (m³/S) DIMENSÃO TIPO
A1 33.650 0,034 1,21 0,60 B
A2 111.820 0,112 3,33 0,90 D
A3 191.120 0,191 5,23 1,10 E
A4 204.850 0,205 5,55 1,10 E
B 125.600 0,126 3,67 0,90 D
B+C 191.860 0,192 5,25 1,10 E
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Nesse caso, pode-se utilizar a lei de Darcy para a definição da vazão máxima que chega ao dreno. A lei
de Darcy para escoamento laminar em meios porosos é dada pela seguinte fórmula:
Na qual:
Como na pilha de Crista o fluxo será vertical, o gradiente hidráulico é igual a 1. Para o estéril, a
permeabilidade (k) adotada é de 1,0 x 10-7 m/s. O Quadro 5.1.14 apresenta o resultado do cálculo das
vazões de escoamento para dimensionamento dos drenos.
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DECLIVIDADE DO DRENO
DRENO ÁREA (m²) Q (m³/S)
(M/M)
1 85.100 8,51 x 10-3 0,20
2 73.600 7,36 x 10-3 0,10
3 176.700 1,77 x 10-2 0,14
4 215.200 2,15 x 10-2 0,17
5 391.900 3,92 x 10-2 0,10
6 38.700 3,87 x 10-3 0,03
Considerando-se os drenos de fundo executados com brita 3, temos:
A = Q x CS/(k x i)
Onde:
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Adotando-se uma borda total de 2,0 m (lâmina de cheia + borda livre), a largura efetiva do vertedouro
deverá ser de 7,5 m. O canal lateral terá largura de crista de 7,5 m, convergindo para uma seção 1,80 m
x 1,80 m. A altura crítica do canal em degraus é de Yc = 1,72 m.
A dissipação deverá ser feita por piscina dissipadora (um degrau adicional com retenção de água em
15 m de extensão).
Onde:
Área natural = área de contribuição natural em hectares, submetida a uma taxa de 10 ton/ha x ano;
Área Degradada = área de contribuição degradada, submetida a uma taxa de 500 ton/ha x ano.
Para calcular a eficiência de retenção foi usado o peso específico obtido através dos ensaios de
laboratório realizados com o material estéril depositado na pilha existente (2,03 ton/m³). Portanto,
Qst = 10 ton/ha x ano x 10,5 + 500 ton/ha x ano x 25,20 = 12.705 ton/ano = 40.350 /1,126 = 6.258,62
m³/ano
Para o cálculo da vida útil dos reservatórios na bacia foi utilizado o método simplificado,
recomendado pelas diretrizes constantes no manual “Guia de Avaliação de Assoreamento de
Reservatórios”. (ANEEL, 2000).
A curva de Churchill fornece a porcentagem de sedimento afluente que passa para jusante das
barragens, em função do Índice de Sedimentação (IS), obtido pela seguinte expressão:
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g V res2
IS
Q 2 .L
Onde,
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755
754
753
Elevação (m)
752
751
750
749
748
747
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34
Milhares
Volume (m³)
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Segundo a ABNT NBR 10.004/2004, deverão ser utilizados para a classificação de resíduos sólidos os
seguintes critérios:
Resíduo Perigoso – Classe I (item 4.2.1 da NBR 10. 004): É aquele que apresenta periculosidade, ou
seja, característica relacionada a suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, que
podem representar risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou
aumento de seus índices, ou riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma
inadequada ou conste como resíduos perigoso de fontes não específicas ou resíduo perigoso de
fontes específicas da referida norma. Também recebem esta classificação os resíduos que
apresentarem as características de corrosividade, reatividade e toxicidade.
Resíduo Não Perigoso/Não Inerte – Classe II A (item 4.2.2.1 da NBR 10.004): Aquele resíduo que não
se enquadra na classificação de resíduo Classe I – Perigoso – ou de resíduo Classe IIB – Inerte –, nos
termos desta Norma. Os resíduos Classe IIA – Não Inertes – podem ter propriedades tais como:
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
Resíduo Não Perigoso/Inerte – Classe IIB (item 4.2.2.2 da NBR 10.004):Qualquer resíduo que,
submetido a um contato dinâmico e estático (solubilização) com água destilada ou deionizada, à
temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10.006/2004, não tiver nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, com exceção do
aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme a tabela de Padrões para o Ensaio de Solubilização
(Anexo G da norma NBR 10.004).
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A coleta dos materiais foi realizada pela equipe da AngloGold Ashanti e as análises químicas são de
responsabilidade do laboratório SGS GEOSOL Laboratórios Ltda. Os laudos encontram-se no Anexo 04
deste documento.
2Lixiviação
A lixiviação é o método analítico pelo qual as substâncias contidas nos resíduos são separadas por
meio de lavagem ou percolação, com o objetivo de proceder à classificação dos mesmos. Para a
realização do ensaio de lixiviação, são necessários agitador rotatório, frascos inertes, medidor
eletrométrico de pH com subdivisões de 0,01 unidade da escala de leitura, aparelho de filtração a
vácuo com filtro de 0,6μm a 0,8 μm, centrífuga para líquido de difícil filtração, peneira com abertura de
9,5mm e balança de precisão de 0,01g. Todos os procedimentos utilizados para a concretização dessas
amostragens foram realizados com base nas orientações da NBR 10.005/2004.
2Solubilização
Neste ensaio, a amostra entra em contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à
temperatura ambiente, durante um período de sete dias. São utilizados um agitador e um aparelho de
filtração que permita a separação de todas as partículas de diâmetro igual ou superior a 0,45μm. A
orientação para a realização dos testes de solubilização estão na NBR 10.006/2004. As amostras são
classificadas em Classe IIA ou IIB.
5.2.1.2. Resultados
Na avaliação de toxicidade realizada no extrato lixiviado e no estrato solubilizado das amostras do
estéril das cavas Rosalino e Carvoaria Sul/Laranjeiras, verifica-se que os resultados dos testes
permaneceram inferiores aos padrões estabelecidos pela NBR 10.004. Destaca-se ainda que os estéries
não foram classificados como corrosivo e reativo, de acordo com as características também
estabelecidas pela NBR 10.004/2004. Conclui-se, portanto, que as amostras do estéril das cavas
Rosalino e Carvoaria Sul/Laranjeiras são classificadas de acordo com a ABNT NBR 10.004/2004, como
Classe IIB – Não Perigoso/Inerte.
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Os produtos da oxidação dos sulfetos, além de serem altamente solúveis, apresentam reação
fortemente ácida, de modo que são facilmente dissolvidos na fase líquida, acidificando as águas de
drenagem (Mello & Abrahão, 1998). Em razão dos baixos valores de pH (que podem chegar a 2,0 ou
menos), elementos tóxicos, incluindo Al, Mn, Cu, As, Zn, Pb, Hg e Cd, se presentes no meio, são
solubilizados e mobilizados nas águas de drenagem, podendo ser absorvidos em níveis tóxicos pelas
plantas e incorporados na cadeia trófica (Mello & Abrahão, 1998).
Assim como realizado na caracterização de resíduos, para a avaliação do potencial de drenagem ácida
foram realizados os testes com os materiais estéreis que irão compor a Pilha de Crista, sendo estes
decorrentes da cava Rosalino (onde a amostra foi retirada durante o processo de explotação do
minério), e da futura cava João Burro (através de sondagens geológicas).
A coleta das amostras foi realizada pela equipe da AngloGold e as análises são de responsabilidade do
laboratório SGS Geosol Laboratórios Ltda. O laudos se encontram no Anexo 04.
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Potencial Ácido - PA: definido pelo teor de minerais sulfetados multiplicado pelo fator 31,25.
PA = % S–sulfeto x 31,25
PN = 50 x N de HCl x [Total HCl adic. – (N de NaOH / N de HCl) x NaOH adic.] / peso da amostra
Potencial Líquido de Neutralização (PN NET): é a diferença entre o Poder de Neutralização (PN) e o
Potencial Ácido (PA), o qual permite a classificação da amostra como potencialmente consumidora
ou geradora de ácido. Assim sendo, numa primeira análise, as amostras cujo resultado do PN NET
apresenta valores negativos são classificadas como potencialmente de geradora de drenagem ácida.
PN NET = PN – PA
A partir do ensaio MABA, é possível realizar, ainda, o cálculo da relação entre o Poder de Neutralização
e o Potencial Ácido, denominado Razão do Potencial de Neutralização (NRP). De acordo com esse
parâmetro, um valor de NRP inferior a 1 implica uma amostra potencialmente geradora de drenagem
ácida. Considera-se que a amostra se insere em uma zona de incerteza quando o valor de NRP estiver
compreendido entre 3 e 1. Quando o NRP é superior a 3, a amostra é potencialmente neutralizadora,
uma vez que consumiria o ácido. Portanto:
NRP = PN/PA
Utilizando-se o critério definido por Soregadoli e Lawrence (1998), esses dados podem ser
apresentados na forma de um gráfico com os resultados do NRP x % S–sulfeto. Nesse gráfico, o teor de
S-sulfeto igual a 0,3% e o NRP igual a 3 delimitam quatro quadrantes do gráfico. O quadrante S-sulfeto
> 0,3% e NRP < 3 indica que a amostra é potencialmente geradora de ácido. O quadrante oposto (% S-
sulfeto <0,3% e NRP > 3) indica que a amostra é potencialmente neutralizadora/consumidora de
ácido. As demais regiões são consideradas zonas de incerteza.
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5.2.2.2. Resultados
Os resultados do potencial de geração de drenagem foram compilados em tabela e através do gráfico
sugerido pelos critérios NPR x teor de sulfetos, como proposto por Soregadoli e Lawrence.
RESULTADOS (MG/L)
MÉTODO PARÂMETROS UNIDADE ESTÈRIL CAVA ESTÉRIL CAVA
ROSALINO CARVOARIA SUL/LARANJEIRAS
PN 12 11,25
PA (ton CACO3eq./ <0,31 <0,31
PN NET 1000t) 12 11,25
NRP (PN/PA) 38,70(1) 36,29(1)
MABA
Enxofre total (%S) <0,01 0,01
Sulfeto (%S) <0,01 <0,01
Sulfato (%S) <0,01 0,01
Carbonato (%C) 0,27 0,05
Conforme pode ser verificado, os estéries da cava Rosalino e da cava Carviaria Sul/Laranjeiras
possuem o potencial de neutralização de 12 e 11,25 CaCO3eq./1.000t respectivamente, enquanto que
o resultado do potencial de acidez permaneceu inferior ao limite de detecção do método analítico
utilizado (<0,31 CaCO3eq./1.000t ) para ambos matérias avaliados. Isto reflete em um Potencial
Líquido de Neutralização com valor positivo e alto. De acordo com estes resultados, pode ser
considerar que as amostras analisadas que representam o estéril das principais frentes de lavra da
Mina Corrego do Sítioi não possuem características de potencial de drenagem ácida.
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Para estas atividades serão instalados na área de ampliação da pilha banheiros químicos para atender
a demanda dos funcionários. Desta forma, não será necessário o fornecimento de água e energia nem
a construção de estruturas de apoio. As demais demandas dos funcionários serão supridas pelas
estruturas de apoio existentes na Mina CDS I.
Os materiais gerados pelas atividades de supressão, destoca e limpeza da área (topsoil, madeira
comercial e não comercial) serão estocados temporariamente.
A supressão da vegetação para a ampliação da Pilha de Estéril de Crista ocorrerá de forma parcial.
Inicialmente serão suprimidas as áreas necessárias para implantação do dique, dreno de fundo e para
o primeiro ano de deposição do estéril, ocorrendo gradualmente. A deposição do estéril ocorrerá
seguindo as premissas do projeto, após a finalização do dreno de fundo, com deposição ascendente
com camadas de 0,5 m a 0,5 m, começando pela cota mais inferior e sendo feita por camadas
espalhadas com trator de esteira e compactadas com as sucessivas passagens dos caminhões e
equipamentos diversos.
O decapeamento do solo orgânico será realizado utilizando trator de esteira e escavadeira hidráulica.
Este material também vai ser retirado de acordo com as necessidades de deposição da pilha. Em
algumas áreas, por questões de segurança, o solo orgânico só poderá ser removido a medida que o
depósito for sendo preenchido, promovendo assim áreas de manobra para o corte do solo e
transporte com segurança.
Alem disso a realização do desmate de forma gradual evita que o solo permaneça exposto diminuindo
o carreamento de sedimentos e instalação de processos erosivos, corroborando com a metodologia
de realização de desmate e decapeamento somente quando for necessário para o desenvolvimento
da pilha de estéril.
O topsoil será utilizado para recuperação dos taludes da própria pilha de Crista, à medida que os
mesmos atingirem sua cota final. A madeira comercial deverá ser vendida ou utilizada na propriedade
e a não comercial será utilizada quando possível para recuperação de áreas e ou utilizada na
propriedade.
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Os banheiros químicos serão instalados para atender a demanda dos funcionários durante as
atividades de supressão da vegetação, remoção do solo mole e material orgânico e implantação do
sistema de drenagem interna e do novo dique de contenção de finos. A limpeza dos banheiros será
efetuada por empresa especializada e licenciada contratada pela AngloGold para este fim.
No canteiro de obras, os efluentes sanitários gerados são enviados para o sistema de tratamento de
esgotos já implantado em CDS I e que atende a 300 trabalhadores. O tratamento é composto por uma
caixa de gordura com capacidade de 4.000L, um sistema em paralelo de quatro fossas sépticas
(capacidade de 8.000L cada) e quatro filtros anaeróbios (capacidade de 8.000L cada), e um tanque de
desinfecção e cloração. O efluente tratado é lançado na confluência do córrego Sapé com o rio
Conceição.
A geração de efluentes oleosos no canteiro de obras está relacionada aos serviços de manutenção
periódica das máquinas e equipamentos na oficina mecânica. Os efluentes oleosos são encaminhados
para um tanque de sedimentação ligado a uma caixa separadora de água e óleo (sistema de chicanes
com coletor central em alvenaria). O óleo é recolhido periodicamente, sendo dada a sua devida
destinação final, e o efluente final tratado é descartado no rio Conceição.
O controle das emissões de material particulado será realizado através de aspersão nas áreas
trabalhadas e vias de acesso, com a utilização de caminhões-pipa com capacidade de 8.000L. Em
relação à emissão de gases de combustão, apesar de ser bastante inferior à de poeira fugitiva, prevê-
se a manutenção periódica dos veículos e equipamentos, que proporcionará a redução da geração
dos mesmos.
5.7.3. Ruídos
Durante a implantação do projeto, o ruído será proveniente das atividades de supressão da
vegetação, construção do sistema de drenagem da pilha e do dique de contenção de finos devido à
movimentação de máquinas, veículos e equipamentos na área de ampliação da pilha.
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Serão realizadas manutenções preventivas nos veículos e equipamentos tanto na fase de implantação
quanto na fase de operação.
Os resíduos gerados nas frentes de obras (entulhos de obras, embalagens, plásticos etc.) também
serão destinados ao pátio de resíduos da Mina CDS I.
A limpeza dos banheiros químicos será efetuada por empresa especializada contratada pela
AngloGold para este fim.
As leiras de proteção deverão implantadas no entorno das superfícies trabalhadas, de forma a impedir
o escoamento direto das águas pluviais, conduzindo-as de forma controlada para as partes baixas do
terreno ou para os sumps (valas escavadas para retenção dos sedimentos).
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Durante a operação o mesmo acontece devido à disposição do estéril na pilha. Para minimização do
carreamento será implantado um sistema de drenagem superficial permanete da pilha e um dique de
contenção de finos a jusante da mesma, conforme descrito no item 5.1.
CONTROLE NA
ASPECTO AMBIENTAL TAREFA LOCAL/ESTRUTURA
FONTE
Movimentação de
Canteiro de Obras ETE existente
pessoas
Efluentes sanitários
Movimentação de Área de ampliação da banheiros
pessoas pilha químicos
Tanque de
sedimentação
Manutenção de
ligado a uma caixa
Efluentes oleosos máquinas, veículos e Canteiro de Obras
separadora de
equipamentos
água e óleo
existentes
Movimentação de
máquinas,
Canteiro de Obras Aspersão de água
equipamentos e
veículos
Emissões atmosféricas Remoção e estocagem
Aspersão de água
(particulado) de solos
Área de ampliação da
Implantação do
pilha e do dique de
sistema de drenagem
contenção de finos Aspersão de água
e do dique de
contenção de finos
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CONTROLE NA
ASPECTO AMBIENTAL TAREFA LOCAL/ESTRUTURA
FONTE
Emissões atmosféricas
(particulado) Aspersão de água
Ruídos Transporte do estéril
até a pilha, disposição Sistema de
Pilha de estéril
e compactação do drenagem
Carreamento de sedimentos material Superficial e dique
de contenção de
finos
Movimentação de
máquinas,
Emissões atmosféricas (gases) equipamentos e
veículos Manutenção dos
Pilha de estéril
Utilização e equipamentos
funcionamento de
Ruídos máquinas, veículos e
equipamentos
Lei n.º 3.924, de 26 de julho de 1961: dispõe sobre os Monumentos Arqueológicos e Pré-Históricos.
Lei n.º 12.651, de 25 de maio de 2012: institui o Código Florestal. Regulamenta as áreas de Preservação
Permanente (APP) e Reserva Legal, regras de exploração florestal e prevenção dos incêndios
florestais.
Lei n.º 9.433, de 08 de janeiro de 1997: institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Lei n.º 9.795, de 27 de abril de 1999: dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de
Educação Ambiental e dá outras providências.
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Lei n.º 9.985, de 18 de julho de 2000: institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza (SNUC) e estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das
unidades de conservação (Regulamentada parcialmente pelo Decreto 4.340/2002 e alterada
pela Medida Provisória 239/05, convertida na Lei 11.132/05,alterada pela Lei nº 516/07).
Lei n.º 10.165, de 27 de dezembro de 2000: altera a Lei n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe
sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e
aplicação, e dá outras providências.
Lei n.° 11.428, de 22 de dezembro de 2006: dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa
do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências.
Lei n.° 12.305, de 02 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
6.1.2. Decretos-lei
Decreto-lei n.° 3.365, de 21 de junho de 1941: dispõe sobre desapropriações por utilidade pública. No
artigo 5º, são considerados como de utilidade pública: ‘‘f)’’ o aproveitamento industrial das
minas e das jazidas minerais, das águas e da energia hidráulica.
Decreto-lei n.° 227 de 28 de fevereiro de 1967: institui o código de Mineração. Exige anuência da
União para o exercício das atividades minerarias e proíbe a poluição do ar e da água.
Decreto-lei n.º 97.632, de 10 de abril de 1989: dispõe sobre a regulamentação do Artigo 2º, inciso VIII,
da Lei n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981, e dá outras providências. O seu art. 1º determina:
‘‘Os empreendimentos que se destinem à exploração de recursos minerais deverão, quando
da apresentação do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e do Relatório de Impacto Ambiental -
RIMA, submeter à aprovação do órgão ambiental competente plano de recuperação de área
degradada’’.
Decreto-lei n.º 4.281, de 25 de junho de 2002: regulamenta a Lei n.º 9.795, de 27 de abril de 1999, que
institui a Política Nacional de Educação Ambiental, e dá outras providências.
Decreto-lei n.º 6.848, de 14 de maio de 2009: que altera o Decreto-lei 4.340, de 22 de agosto de 2002,
que regulamenta parcialmente a Lei 9.985/00, que dispõe sobre a criação das Unidades de
Conservação, planos de manejo, formas de fixação das medidas compensatórias e
autorização para a exploração de produtos, subprodutos ou serviços delas inerentes.
Decreto-lei 7404, de 23 de dezembro de 2010, que regulamenta a Lei Federal 12.305, de 02 de agosto
de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O decreto apenas repete grande
parte do conteúdo já publicado na lei e não cria novas obrigações para o sistema de gestão
da organização.
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6.1.3. Portarias
Portaria Ministério de Estado do Interior (MINTER) n.º 53, de 01 de março de 1979: dispõe sobre o
destino e tratamento de resíduos.
Portaria Ministério de Estado do Interior (MINTER) n.º 100, de 14 de julho de 1980: dispõe sobre a
emissão de fumaça por veículos movidos a óleo diesel.
Portaria IBAMA n.º 887, de 15 de julho de 1990: dispõe sobre a realização de diagnóstico da situação
do Patrimônio Espeleológico Nacional.
Portaria IPHAN n.º 230, de 17 de dezembro de 2002: dispõe sobre a obtenção de licenças ambientais
referentes à apreciação e acompanhamento das pesquisas arqueológicas no país, e dá outras
providências.
6.1.4. Resoluções
Resolução CONAMA n.º 01, de 23 de janeiro de 1986: dispõe sobre a elaboração do Estudo de Impacto
Ambiental - EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental --- RIMA.
Resolução CONAMA n.º 001, de 08 de março de 1990: dispõe sobre a poluição sonora.
Resolução CONAMA n.º 237, de 19 de dezembro de 1997: dispõe sobre o Licenciamento Ambiental.
Resolução CONAMA n.º 275, de 25 de abril 2001: estabelece o código de cores para os diferentes tipos
de resíduos e recomenda sua adoção na identificação de coletores e transportadores.
Resolução CONAMA n.º 303, de 20 de março de 2002: dispõe sobre parâmetros, definições e limites de
Áreas de Preservação Permanente - APP.
Resolução CNRH n.º 29, de 11 de dezembro de 2002: dispõe sobre o uso de recursos hídricos
relacionados à atividade minerária e sujeitos a outorga.
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Resolução CONAMA n.° 357, de 17 de março de 2005: dispõe sobre a classificação dos corpos de água
e diretrizes ambientais para o seu enquadramento (alterada pela Resolução CONAMA nº
430/2011).
Resolução CONAMA n.° 369, de 28 de março de 2006: dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade
pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou
supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente - APP.
Resolução CONAMA n.° 392, de 25 de junho de 2007: define as vegetações primária e secundária de
regeneração de Mata Atlântica no estado de Minas Gerais.
Resolução CONAMA n.º 417, de 23 de novembro de 2009: define os parâmetros básicos para análise e
identificação da vegetação primária e dos estágios sucessionais secundários nas distintas
fitofisionomias de restinga na Mata Atlântica.
Resolução CONAMA n.º 422, de 23 de março de 2010: estabelece diretrizes para realização de
campanhas, ações e projetos de educação ambiental.
Resolução CONAMA n.º 429, de 28 de fevereiro de 2011, publicada em 02 de março de 2011, que
determina métodos de recuperação das Áreas de Preservação Permanente --- APP.
Resolução CONAMA n.º 430, de 13 de maio de 2011, que disciplina condições, parâmetros, padrões e
diretrizes para gestão do lançamento de efluentes em corpos d’água receptores, em redes
coletoras e em emissários submarinos.
Resolução CONAMA n.º 448, de 18 de janeiro de 2012, que altera a Resolução CONAMA n.º 307, de 05
de julho de 2002, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos
resíduos da construção civil.
Resolução CONAMA n.º 450, de 06 de março de 2012, que altera a Resolução CONAMA n.º 362, de 23
de junho de 2005, que dispõe sobre recolhimento, coleta e destinação final de óleo
lubrificante usado ou contaminado.
Resolução CNRH n.° 55, de 28 de novembro de 2005: estabelece diretrizes para a elaboração do Plano
de Utilização da Água na Mineração --- PUA. Prevê a exigência do Plano para os
empreendimentos minerários sujeitos à outorga de direito de uso de recursos hídricos.
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Instrução Normativa IBAMA n.° 96, de 30 de março de 2006: dispõe sobre o registro no Cadastro
Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos
Ambientais e no Cadastro Técnico Federal de Instrumentos de Defesa Ambiental. Prevê a
forma de apresentação do Relatório Anual de Atividades (Revoga a Instrução Normativa
IBAMA n.º 10/01).
Instrução Normativa IBAMA n.º 146, de 10 de janeiro de 2007: estabelece critérios e procedimentos
para a realização de manejo de fauna silvestre em áreas de influência de empreendimentos e
atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de impactos à fauna.
Instrução Normativa Ministério de Meio Ambiente (MMA) n.º 04, de 13 de abril de 2011: estabelece
procedimentos para restauração e recuperação de áreas degradadas.
Instrução Normativa Ministério de Meio Ambiente (MMA) n.º 05, de 20 de abril de 2011: estabelece
critérios e procedimentos para as análises dos pedidos e concessões de anuências prévias
para a supressão de vegetação de Mata Atlântica primária ou secundária nos estágios médio
ou avançado de regeneração.
Lei n.º 7.772, de 08 de setembro de 1980: dispõe sobre a proteção, conservação e melhoria do meio
ambiente.
Lei n.º 9.743, de 15 de dezembro de 1988: declara de interesse comum de preservação permanente e
imune de corte o ‘‘ipê-amarelo’’ e dá outras providências.
Lei n.º 10.173, de 31 de maio de 1990: disciplina a comercialização, o porte e a utilização florestal de
motosserras no estado de Minas Gerais.
Lei n.º 10.312, de 12 de novembro de 1990: dispõe sobre a prevenção e o combate a incêndio florestal
e dá outras providências.
Lei n.º 13.199, de 29 de janeiro de 1999: dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e dá
outras providências (Alterada pela Lei n.º 17.724/08).
Lei n.º 14.309, de 19 de junho de 2002: dispõe sobre as políticas florestais e de proteção à
biodiversidade no Estado (Alterada pela Lei n.º 18.024/09).
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Lei n.º 14.940, de 29 de dezembro de 2003: institui o Cadastro Técnico Estadual de Atividades
Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais e a Taxa de Controle e
Fiscalização Ambiental do Estado de Minas Gerais --- TFAMG, e dá outras providências
(Alterada pela Lei n.° 15.972/06).
Lei Estadual 19.976, de 27 de dezembro de 2011, que institui a Taxa de Controle, Monitoramento e
Fiscalização das Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos
Minerários (TFRM) e o Cadastro Estadual de Controle, Monitoramento e Fiscalização das
Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Minerários (CERM),
no Estado de Minas Gerais.
6.2.2. Decretos-lei
Decreto-lei n.º 36.110, de 04 de outubro de 1994: aprova o regulamento da Taxa Florestal (Alterado
pelo Decreto n.° 44.251/06).
Decreto-lei n.º 39.792, de 05 de agosto de 1998: dispõe sobre a prevenção e o combate a incêndio
florestal. Estabelece a obrigação de comunicar incêndios florestais à Polícia Florestal (Redação
dada pelo Decreto n.º 43.813/04).
Decreto-lei n.° 41.578, de 08 de março de 2001: regulamenta a Lei n.º 13.199, de 29 de janeiro de 1999,
que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos (Alterado pelo Decreto n.º
44.309/06).
Decreto-lei n.º 45.486, de 21 de outubro de 2010: altera o Decreto Estadual 44.045, de 13 de junho de
2005, que regulamenta a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental do Estado de Minas
Gerais - TFAMG, instituída pela Lei 14.940/03.
Decreto Estadual 45.581, de 1º de abril de 2011, que altera o Decreto Estadual 44.844, de 25 de junho
de 2008, que regulamenta a Lei Estadual 7.772/80, que institui a Política Estadual de Meio
Ambiente.
Decreto Estadual 45.936, de 23 de março de 2012, que regulamenta a Lei Estadual 19.976, de 27 de
dezembro de 2011, que institui a Taxa de Controle, Monitoramento e Fiscalização das
Atividades de Pesquisa, Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Minerários (TFRM) e
o Cadastro Estadual de Controle, Monitoramento e Fiscalização das Atividades de Pesquisa,
Lavra, Exploração e Aproveitamento de Recursos Minerários (CERM), no Estado de Minas
Gerais.
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Deliberação Normativa COPAM n.º07, de 29 de setembro de 1981: fixas normas para disposição de
resíduos sólidos e proíbe a utilização do solo como destino final de resíduos.
Deliberação Normativa COPAM n.º 012, de 13 de dezembro de 1994: dispõe sobre a convocação e
realização de audiências públicas.
Deliberação Normativa COPAM n.° 13, de 24 de outubro de 1995: dispõe sobre a publicação do
pedido, da concessão e da renovação de licenças ambientais.
Deliberação Normativa COPAM n.º 17, 17 de dezembro de 1996: dispõe sobre prazo de validade de
licenças ambientais e sua revalidação e dá outras providências. (Alterada pela Deliberação
Normativa COPAM n.º 23/97).
Deliberação Normativa COPAM n.º 37, de 18 de outubro de 1999: equipara as intervenções que
menciona aos empreendimentos de grande porte e potencial poluidor para fins de outorga
de direito de uso de recursos hídricos, e dá outras providências.
Deliberação Normativa COPAM n.º 55, de 13 de junho de 2002: estabelece normas, diretrizes e
critérios para nortear a conservação da biodiversidade em Minas Gerais, com base no
documento: "Biodiversidade em Minas Gerais: Um Atlas para sua Conservação".
Deliberação Normativa COPAM n.º 74, de 09 de setembro de 2004: estabelece critérios para
classificação, segundo o porte e potencial poluidor, de empreendimentos e atividades
modificadoras do meio ambiente passíveis de autorização ambiental ou de licenciamento
ambiental em nível estadual. Determina normas para indenização dos custos de análise de
pedidos de autorização ambiental e de licenciamento ambiental, e dá outras providências (na
sua última alteração).
Deliberação Normativa COPAM n.º 76, de 25 de outubro de 2004: dispõe sobre a interferência em
áreas consideradas de Preservação Permanente e dá outras providências.
Deliberação Normativa COPAM n.º 89, de 15 de setembro de 2005: estabelece normas para
laboratórios que executam medições para procedimentos exigidos pelos órgãos ambientais
do estado de Minas Gerais e dá outras providências.
Deliberação Normativa COPAM n.º 90, de 15 de setembro de 2005: dispõe sobre a declaração de
informações relativas às diversas fases de gerenciamento dos resíduos sólidos industriais no
estado de Minas Gerais. (Alterada pela Deliberação Normativa COPAM n.º 117/08).
Deliberação Normativa COPAM n.º 9, de 15 de abril de 1994: dispõe sobre o enquadramento da Bacia
do rio Piracicaba.
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Deliberação Normativa CERH n.º 26, de 18 de dezembro de 2008: dispõe sobre os procedimentos
gerais de natureza técnica e administrativa a serem observadas no exame de pedidos de
outorga para lançamento de efluentes em corpos de água superficial no estado de Minas
Gerais.
Deliberação Normativa COPAM n.º 147, de 04 de maio de 2010: aprova a lista de espécies da fauna
ameaçadas de extinção no Estado de Minas Gerais.
Deliberação Normativa COPAM n° 171, de 22 de dezembro de 2011, que estabelece diretrizes para
sistemas de tratamento e disposição final adequada dos resíduos de serviços de saúde no
Estado de Minas Gerais.
Portaria IEF nº02 de 12 de janeiro de 2009: cria o Documento Autorizativo para Intervenção Ambiental
- DAIA em substituição da Autorização para Exploração Florestal - APEF.
Portaria IEF n.º 65, de 11 de maio de 2009: institui a Guia de Controle Ambiental Eletrônica - GCA,
licença obrigatória para o controle do transporte, armazenamento e consumo dos produtos e
subprodutos florestais de origem nativa ou plantada no Estado de Minas Gerais, contendo as
informações sobre sua procedência.
Portaria IEF n.º 08, de 08 de janeiro de 2010: dispõe sobre o cadastro e o registro obrigatório de
pessoas físicas e jurídicas no Instituto Estadual de Florestas --- IEF, no Estado de Minas Gerais.
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Resolução SEF n.º 3.706, de 18 de outubro de 2005: dispõe sobre a forma e o prazo de pagamento da
Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental do Estado de Minas Gerais - TFAMG.
Resolução SEMAD n.º 1.140, de 01 de junho de 2010: altera a Resolução SEMAD 390, de 11 de agosto
de 2005, que estabelece normas para a integração dos processos de autorização ambiental
de funcionamento, licenciamento ambiental, de outorga de direito de uso de recursos
hídricos e de autorização para exploração florestal --- APEF no Estado de Minas Gerais.
Resolução Conjunta SEMAD/IEF n.º 1.804, de101 de janeiro de 2013: Dispõe sobre os procedimentos
para autorização da intervençãoambiental no Estado de Minas Gerais e dá outras
providências
Portaria IGAM n.º 50, de 19 de julho de 2010: aprova a Nota Técnica GCFIS 03/10, que estabelece
instruções para a caracterização das intervenções em recursos hídricos do Estado de Minas
Gerais para fins de fiscalização.
Portaria IGAM n.º 49, de 01 de julho de 2010: estabelece os procedimentos para a regularização do uso
de recursos hídricos do domínio do Estado de Minas Gerais.
Lei Complementar n.º 1.436 de 27 de julho de 2007: Institui o Plano Diretor do Município de Santa
Bárbara, em conformidade com a Constituição Federal, com o Estatuto da Cidade e com a Lei
Orgânica Municipal, e dá outras providências.
Lei Complementar nº 1437/2007: Institui a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo Urbano do
Município de Santa Bárbara, em conformidade com o Plano Diretor, o Estatuto da Cidade e a
Lei Orgânica Municipal e dá outras providências.
Lei nº 1525/2009: ‘‘Regulamenta o artigo 45 da Lei 669/1984 e dispõe sobre normas de preservação
ambiental quanto à poluição sonora e dá outras providências.’’
7. ÁREAS DE INFLUÊNCIA
As Áreas de Influência de um projeto podem ser definidas como os espaços geográficos
potencialmente afetados, considerando-se as características locais e regionais de onde o mesmo
estará inserido e as interações que estabelecerá com o meio.
Conforme já apresentado, o projeto da Ampliação da Pilha de Estéril de Crista, objeto deste EIA,
compreende a área ocupada pela ampliação da pilha e a implantação de um dique de contenção de
finos a jusante da mesma. As estruturas fazem parte da Mina Córrego do Sítio I (CDS I), de propriedade
da AngloGold Ashanti Córrego do Sítio Mineração S/A, localizada no município de Santa Bárbara, MG.
A delimitação das áreas de influência do projeto foi definida de acordo com os aspectos ambientais
associados às tarefas e atividades do empreendimento e com os atributos ambientais relevantes para
os meios físico, biótico e socioeconômico e cultural da área do empreendimento e seu entorno
imediato.
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Nesse sentido, com o objetivo de estudar a abrangência dos estudos ambientais e melhor direcioná-
los, foram consideradas três unidades espaciais de análise: a área diretamente afetada (ADA), a área de
influência direta (AID) e a área de influência indireta (AII). Para tal, foram considerados os seguintes
conceitos:
AID: corresponde à área geográfica de entorno da ADA e na qual poderão incidir impactos
ambientais negativos ou positivos, significativos, diretos ou indiretos associados às atividades de
implantação e de operação exercidas na ADA, bem como os impactos de menor magnitude. Nessa
área o estudo, dever-se-ão priorizar as ações de controle e acompanhamento dos aspectos, e as
ações de mitigação e compensação apropriadas, de forma a prevenir, eliminar ou minimizar os
impactos.
AII: corresponde à área geográfica situada no entorno da AID, passível de receber potenciais
impactos decorrentes da implantação e da operação do empreendimento, em níveis bastante
minorados em relação àqueles originados na ADA e refletidos na AID, dado o crescente afastamento
da área de origem dos impactos.
Ela corresponde às áreas efetivamente ocupadas pelas atividades de disposição de estéril na Pilha de
Crista e por seu dique de contenção de finos, totalizando uma área de 48,87ha, dos quais 47,73ha
configuram a área da pilha e 1,14ha correspondem à área do dique.
Conforme já informado, a ADA do projeto está situada na propriedade da AngloGold Ashanti Córrego
do Sítio Mineração S/A, localizada na Mina Córrego do Sítio I, e não há registros de estabelecimentos
agropecuários, residências e edificações pertencentes a terceiros.
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Iniciando-se à margem do rio Conceição, no interflúvio dos córregos Crista e Cristina, com o limite
acompanhando esse alto topográfico até a Barragem de Contenção de Sedimentos da Mina Córrego
do Sítio I. Contorna esta barragem, incluindo-a na AID, e segue pelo interflúvio dos córregos
Laranjeiras ( inserido na AID), e Cafezal, ( não incluído na AID) até alcançar a Cava e Pilha de Estéril de
Carvoaria Sul/Laranjeiras, tomando o acesso a essa cava até atingir o interflúvio dos córregos Crista e
do afluente sem denominação. A partir daí alcança o rio Conceição, seguindo a margem direita desse
rio até o ponto inicial e coincidindo com o limite da AII.
A delimitação da AID do meio físico se aplica também para o meio biótico, pois a pequena dimensão
da área afetada e a ocorrência de barreiras físicas, relacionadas principalmente às estradas de acesso
interno existentes, dificultam o deslocamento da fauna. Tais fatores são determinantes para se prever
que os impactos diretos sobre as variáveis bióticas estejam circunscritos a essa unidade espacial.
Conforme verificado Desenho 01 – Áreas de Influência do Meio Físico e Biótico (Anexo 10), a AID
considerada para os meios físico e biótico compreende o total de 153,61ha.
O Desenho 02 – Áreas de Influência do Meio Socioeconômico (Anexo 10) apresenta a AID e a AII para
este tema.
No que se refere ao patrimônio arqueológico, a AID foi considerada uma faixa de 250m no entorno da
ADA, na qual poderão incidir impactos ambientais diretos ou indiretos associados às atividades de
implantação e de operação do empreendimento.
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O Desenho 01 – Áreas de Influência do Meio Físico e Biótico (Anexo 10) apresenta a AII considerada
para os meios físico e biótico.
O Desenho 02 – Áreas de Influência do Meio Socioeconômico (Anexo 10) apresenta a AID e a AII para
este tema.
Nos itens subsequentes são apresentados os resultados dos estudos de cada tema. A partir da análise
desses temas, o item 9 (Análise Integrada) permitirá, então, a compreensão da configuração da
paisagem aqui descrita: a relação das fitofisionomias com as características abióticas – dos fatores
físicos que propiciaram a ocupação humana na região e as atividades econômicas ao longo da história
com as modificações que causaram nas características físicas e nos ecossistemas.
8.1.1. Metodologia
Para o mapeamento do uso do solo e da cobertura vegetal das áreas diretamente afetada e de
influência direta do empreendimento (AID e ADA), foram aplicadas técnicas de interpretação de
produtos de sensoriamento remoto (imagem de satélite) realizadas visitas a campo e análise e
cruzamento de todas as informações obtidas.
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O mapeamento da AID e ADA foi elaborado sobre o mosaico de imagens de satélite Worldview de
2012 , a partir de vetorização manual e visitas de campo, utilizando-se o software ArcGis para o
armazenamento e padronização de todas as informações. A AID e a ADA foram representadas na
escala 1:7.500 para, posteriormente, conversão em mapa temático na escala 1:10.000.
Nessa etapa, procurou-se verificar a existência de correlações entre os diferentes padrões de resposta
espectral da vegetação e demais uso do solo, expressos no produto de sensoriamento, e as
características observadas em campo. No caso específico da vegetação, as respostas espectrais estão,
em geral, diretamente relacionadas com a sua estrutura, permitindo, dessa forma, a delimitação
espacial das fitofisionomias. A interpretação preliminar foi conduzida a partir de um overlay de
elevada transparência sobre o mosaico GeoEye-Ikonos, sendo possível a sua superposição com os
dados altimétricos e a classificação das formações florestais.
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Para a delimitação das APPs, foram avaliadas as seguintes classes: (i) topo de morro, (ii) nascentes, (iii)
curso d’água, (iv) corpo d’água, e (v) declividade. Procedeu-se a uma avaliação preliminar sobre as
classes representativas da ADA, a partir de bases topográficas e bases hidrográficas (curso d’água,
corpo d’água e nascente) fornecidas pelo empreendedor. A única classe que revelou
representatividade na ADA foi a de curso d’água (iii), para qual foram considerados 30m para cada
lado, conforme adotou-se como parâmetro a Lei Nº 12.651, de 25 de maio de 2012, artigo 4º:
Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros,
desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de
largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de
largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos)
metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos)
metros;
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de
superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação
topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
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V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cento)
na linha de maior declive;
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a
100 (cem) metros em projeções horizontais;
IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e
inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível
correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base,
sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água
adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação;
A Mina CDS I está inserida na área pertencente à bacia estadual do rio Piracicaba, em um divisor de
águas das bacias do rio Conceição e córrego do Sítio. As áreas destinadas à Ampliação da Pilha de
Estéril de Crista, bem como do seu dique de contenção de finos, estão inseridas na bacia do rio
Conceição. O córrego Crista, corpo hídrico localizado na ADA do empreendimento, é afluente da
margem esquerda do rio Conceição que deságua no rio Santa Bárbara, afluente direto da margem
esquerda do rio Piracicaba.
No entorno imediato das áreas de influência, encontram-se, basicamente, áreas já antropizadas por
atividades minerárias: cavas a céu aberto, pilhas de estéril e instalações industriais da Mina CDS I.
Contudo, apesar desse uso antrópico, ainda são encontrados remanescentes florestais na região.
Embora parte da vegetação da ADA já esteja descaracterizada em relação à paisagem original devido
à presença da própria mineração, existem trechos de Floresta Estacional Semidecidual em estágio
médio de regeneração na ADA da Ampliação da Pilha de Estéril de Crista.
A AID do projeto localiza-se em sub-bacia do córrego Crista, drenagem afluente do rio Conceição e
também pode ser caracterizada neste trecho como área já bastante antropizada pelas atividades
minerárias. Próximo a AII, a sudeste, encontra-se a RPPN Santuário da Serra do Caraça.
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O mapa de uso do solo e cobertura vegetal da Ampliação da Pilha de Estéril de Crista é apresentado
classes de uso do solo na AID e ADA no Desenho 03, Anexo 10, em que pode ser observada a
distribuição espacial das fitofisionomias e as (escala 1:10:000). O mapeamento de APP é apresentado
no Desenho 04 – Áreas de Preservação Permanente (Anexo 10).
O Quadro 8.1.1., a seguir, mostra o quantitativo das categorias de uso do solo e cobertura vegetal da
AID e da ADA, ilustradas na figura 8.1.1. A descrição detalhada das características das fitofisionomias e
categorias de uso do solo mapeadas serão apresentadas no item 8.4.3.3. Vegetação da AID e ADA.
QUADRO 8.1.1 - CATEGORIAS DE USO DO SOLO E COBERTURA VEGETAL NA ADA E AID DA AMPLIAÇÃO DA
PILHA DE ESTÉRIL DE CRISTA
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FIGURA 8.1.1 - CATEGORIAS DE USO DO SOLO E COBERTURA VEGETAL NA ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) E
NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) DA AMPLIAÇÃO DA PILHA DE ESTÉRIL DE CRISTA
25%
40%
12%
17%
75%
Corpo d'água
Dique existente no Córrego Carvoaria Velha
Floresta estacional semidecidual em estágio inicial de regeneração
Floresta estacional semidecidual em estágio médio de regeneração
Solo Exposto
Talude com Eucalipto
Talude Revegetado
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De acordo com o artigo 41, do Decreto Federal 4.340/2002 (Brasil, 2002), uma reserva dessa natureza
tem, dentre outros, o objetivo de preservação da biodiversidade, desenvolvimento de pesquisa
científica, o monitoramento e a educação ambiental, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da
qualidade de vida das populações. Nesse contexto, a área da Mina Córrego do Sítio, é abrangida pela
Reserva da Biosfera do Espinhaço, unidade de conservação de caráter internacional, cujo objetivo é
estimular a conservação na região.
A área do projeto, assim como alguns setores das áreas protegidas acima citadas, insere-se no limite
leste da Área de Proteção Ambiental Sul (APA Sul da RMBH), uma unidade de conservação estadual
cujo principal objetivo é proteger a biodiversidade, a água e mananciais que abastecem a região
metropolitana de Belo Horizonte. A APA Sul foi criada pelos Decretos nº 35.624/1994 e nº 37.818/1996,
com 163.000ha que abrangem os municípios de Brumadinho, Belo Horizonte, Caeté, Ibirité, Nova
Lima, Itabirito, Rio Acima, Santa Bárbara, Catas Altas, Raposos, Mário Campos e Sarzedo.
De acordo com a Lei do SNUC as APAs estão enquadradas em uma categoria de Unidade de
Conservação (UC) de uso sustentável, sendo áreas dotadas de atributos abióticos, bióticos, estéticos
ou culturais importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas. Trata-se de
uma categoria de UC de uso direto que busca compatibilizar proteção dos recursos naturais com seu
uso econômico.
O projeto se localiza ainda nas proximidades da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)
Santuário da Serra do Caraça, uma UC de uso sustentável criada em 1994 pela Portaria IBAMA 32/94-N.
Trata-se da segunda maior RPPN de Minas Gerais, com 10.187,89ha.
A Figura 8.2.1 apresenta a relação das unidades de conservação da região de inserção do projeto.
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Nesse sentido, para a delimitação da APP de curso d’água aferiu-se a largura dos leitos que possuem
intercessão com a ADA. Tais cursos d’água possuem largura da calha do leito regular inferior a 10 m, e
dessa forma, a faixa marginal de APP considerada a partir da calha regular foi de 30 m. O Desenho 04 –
Mapeamento de Áreas de Preservação Permanente – APPs (Anexo 10) apresenta este resultado.
Em relação à APP de declividade foi gerada uma matriz de declividade a partir da interpolação dos
dados hipsométricos por meio da ferramenta slope. A partir do produto gerado verificou a existência e
quantificação de declividades superiores a 45°.
IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e
inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3
(dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano
horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela
cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
As APPs localizadas na ADA em áreas já intervindas pelas ações minerárias, forma definidas como
APPs antropizadas.
O quadro 8.2.1 apresenta a quantificação das APPs de acordo com a o uso do solo e cobertura vegetal.
QUADRO 8.2.1 – ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - APPS DA ADA
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Os dados das estações climatológicas mais próximas do empreendimento foram obtidos dos sites do
Instituto Nacional de Meteorologia/INMET e do Sistema de Informações Hidrológicas (HIDROWEB)
vinculado à Agência Nacional de Águas/ANA. Essas informações estão contidas no diagnóstico
ambiental referentes às variáveis climáticas e resultaram nos gráficos apresentados ao longo do texto.
A Massa Tropical Atlântica (MTA) forma-se na região quente do Atlântico Sul, caracterizada por uma
massa quente e úmida que penetra no continente pelo lado leste, agindo durante todo ano. O
movimento do ar é determinado pelo anticiclone subtropical, que é bastante persistente. As
temperaturas elevadas e medianas são resultantes das intensas radiações solares das latitudes
tropicais, e a elevada umidade relativa desta massa de ar provém da intensa evaporação marítima. A
umidade absorvida do oceano é uniforme somente na camada superficial dessa massa de ar.
A Massa Polar Atlântica (MPA) tem origem nas altas latitudes da região polar de superfícies geladas,
correspondendo, então, a uma massa fria, úmida e ativa durante todo o ano, sendo que, no inverno,
ela é responsável por baixas temperaturas e, no verão, o seu confronto com a MTA, ou com as
Correntes de Oeste, produz instabilidades que resultam em elevados índices pluviométricos diários.
A massa de ar denominada Correntes de Oeste (CO) ocorre entre o outono e a primavera, quando o
aquecimento do continente gera um centro de baixa pressão. Em confronto com as demais massas de
ar (MTA e MPA) provoca linhas de instabilidade que se deslocam de oeste para leste com extrema
rapidez, causando ventos moderados e fortes e ocasionando fortes precipitações e chuvas de verão
ou, às vezes, chuvas de granizo.
Na região próxima da área de estudo, o clima é caracterizado como de transição, típico de regiões
interioranas mais elevadas.
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Para a área de estudo, o tipo climático predominante, de acordo com Köppen, é o Cwa, caracterizado
pelo clima tropical de altitude com chuvas no verão e seca no inverno. Nesse sentido, a letra “C” está
relacionada à ocorrência de estações bem definidas de verão e inverno, a letra “w” à ocorrência de
chuva média anual entre 1.000 e 1.500mm, com total mensal médio do mês mais seco inferior a
40mm, e a letra “a” à ocorrência de temperatura média do mês mais quente superior a 22°C.
Excetuando-se nas regiões de altitudes mais elevadas, entre os meses de setembro a março,
predominam temperaturas mais ou menos elevadas (superiores a 22°C).
As temperaturas mais elevadas ocorrem entre dezembro e janeiro, sendo que no período de maio a
agosto predominam temperaturas sensivelmente mais baixas, atingindo o mínimo entre junho e
julho. Nesse período, em decorrência de vários fatores (redução da incidência de raios solares; redução
do tempo de radiação solar e maior frequência de massas de ar frio), são mais frequentes
temperaturas amenas e até mesmo frias, nas superfícies mais elevadas.
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1Temperatura do ar
A temperatura média anual da região oscila entre 15,5°C e 21,2°C, ocorrendo temperaturas mais
baixas entre os meses de junho e agosto (média mínima da ordem de 11,5ºC) e temperaturas mais
altas entre os meses de janeiro e março (média máxima da ordem de 25,0ºC). Em função das altitudes
elevadas, as temperaturas médias mensais mantêm-se em níveis moderados até mesmo no verão. De
março a setembro, a ação das massas de ar frio de origem polar, principalmente nas áreas meridionais,
reduz a eficiência térmica e concorre para tornar o clima mesotérmico.
1Pluviometria
O regime pluviométrico regional varia entre 1.100 mm e 1.700 mm, sendo que a precipitação diminui
de leste para oeste. A precipitação média anual verificada na estação Ouro Preto é da ordem de 1.670
mm para o período avaliado (1961-1990). O período chuvoso ocorre entre os meses de outubro e
março, com média mensal variando entre 115,60 mm (outubro) e 357,90 mm (dezembro). O trimestre
de dezembro-janeiro-fevereiro é o mais chuvoso e apresenta as temperaturas mais elevadas (em torno
de 24o e 25oC). O período seco ocorre entre abril e setembro, sendo o mês de junho o mais seco
(média mensal de 12,90 mm) e o trimestre junho-julho-agosto correspondente ao de temperaturas
mais baixas (entre 11 o e 12 o C).
As precipitações médias anuais registradas na área do empreendimento são superiores a 1.300 mm,
de acordo com os dados das estações pluviométricas da Agência Nacional de Águas (ANA), localizadas
no Colégio Caraça, operadas pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), conforme apresentado no
Quadro 8.3.2, localizada a aproximadamente 13 km da área do empreendimento. As chuvas são
influenciadas pela orografia da Serra do Espinhaço e da Serra do Caraça, cujas altitudes ultrapassam
1.200m.
A região possui regime pluviométrico tipicamente tropical, uma vez que ocorre uma grande
concentração de chuvas no verão e uma diminuição acentuada no inverno. O trimestre mais chuvoso
corresponde a novembro-dezembro-janeiro, que concentra, em média, 57% do total anual
precipitado. O trimestre mais seco, de junho a agosto, apresenta, em média, cerca de 3% do total
anual da precipitação.
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Os Quadros 8.3.3. e 8.3.4 e as Figuras 8.3.1, 8.3.2, 8.3.3 e 8.3.4, a seguir, mostram as variações mensais
para a precipitação e para o número médio de dias de chuva, dos dados das estações pluviométricas
avaliadas (Colégio Caraça Cód.1943007, períodos 1941-1999 e 1999-2008; Colégio Caraça Cód.
02043059, períodos 1983-1999 e 1999-2008).
QUADRO 8.3.3 – TOTAIS PLUVIOMÉTRICOS E NÚMERO DE DIAS CHUVOSOS MÉDIOS MENSAIS – ESTAÇÃO
COLÉGIO CARAÇA CÓD 1943007 – PERÍODOS 1941-1999 E 1999-2008
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FIGURA 8.3.1 - TOTAIS PLUVIOMÉTRICOS E NÚMERO DE DIAS CHUVOSOS - MÉDIAS MENSAIS - ESTAÇÃO
COLÉGIO CARAÇA CÓD. 01943007 – PERÍODO 1941-1999
300 20
19 18
250
16
14
200
12
10 12
150 10
10
8
100
7 6
5
4 4
50
3 2 2
2
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
meses
FIGURA 8.3.2 - TOTAIS PLUVIOMÉTRICOS E NÚMERO DE DIAS CHUVOSOS - MÉDIAS MENSAIS - ESTAÇÃO
COLÉGIO CARAÇA CÓD. 01943007 – PERÍODO 1999-2008
450 25
400
22
20
17
300
14 15
250
13
11
200
9 10
9
150
100
4 4 5
5 3
50
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
meses
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QUADRO 8.3.4 – TOTAIS PLUVIOMÉTRICOS E NÚMERO DE DIAS CHUVOSOS - MÉDIAS MENSAIS – ESTAÇÃO
COLÉGIO CARAÇA CÓD. 02043059
FIGURA 8.3.3 - TOTAIS PLUVIOMÉTRICOS E NÚMERO DE DIAS CHUVOSOS- MÉDIAS MENSAIS - ESTAÇÃO COLÉGIO
CARAÇA CÓD. 2043059 – PERÍODO 1983-1999
600,0 30
500,0 24 25
Média dos dias chuvosos (dias)
Média precipitação (mm)
400,0 20
18
17 19
14
300,0 15
13
10
200,0 10
9
7
5 6 5
100,0 5
0,0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
meses
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FIGURA 8.3.4 - TOTAIS PLUVIOMÉTRICOS E NÚMERO DE DIAS CHUVOSOS - MÉDIAS MENSAIS – ESTAÇÃO
COLÉGIO CARAÇA COD. 2043059 – PERÍODO 1999-2008
400 25
350
21
17
15
250
15
200
12 10
10
150
8
7
6
100
5
5 3
50
0 0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
meses
1Umidade relativa do ar
A evaporação total anual registrada na estação climatológica de Ouro Preto é da ordem de 972 mm, e
a umidade relativa anual de 82,6%, considerando o período avaliado (1961-1990), conforme a Figura
8.3.5, abaixo.
FIGURA 8.3.5 – DADOS DE EVAPORAÇÃO TOTAL E UMIDADE RELATIVA DO AR REGISTRADA NA ESTAÇÃO
CLIMATOLÓGICA DE OURO PRETO – PERÍDO 1961-1990.
95 95
90 90
Evaporação Total (mm)
Umidade Relativa do Ar (%)
85 85
80 80
75 75
70 70
65 65
60 60
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
meses
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8.3.2. Geologia
8.3.2.1. Metodologia
Para a avaliação dos aspectos geológicos relativos às áreas de influência do projeto de Ampliação da
Pilha de Estéril de Crista foi feita uma análise prévia dos dados secundários e de estudos ambientais
anteriormente elaborados na região de inserção do empreendimento, devidamente referenciados ao
final deste relatório.
A base cartográfica utilizadas foi o mapa geológico confeccionado pela empresa de consultoria BVP
Engenharia, no âmbito dos “Estudos Hidrogeológicos para a Mina Córrego do Sítio I – Regime
Transitório”, elaborado em março de 2009 à época do licenciamento ambiental do Projeto Sulfetados
da Mina Córrego do Sítio I.
Nos dias 07 e 08 de maio foi realizada uma atividade de campo na área para o reconhecimento das
unidades geológicas que ocorrem no âmbito das AII/AID e ADA. Através dessa atividade in loco foi
possível caracterizar os principais litotipos, as estruturas, além dos principais focos de instabilidade
geotécnica.
O Quadrilátero Ferrífero está posicionado no extremo sudeste do Cráton do São Francisco e sua
estratigrafia engloba três unidades principais: os terrenos gnáissicos-migmatíticos arqueanos, uma
sequência metavulcanossedimentar do tipo greenstone belt, também arqueana, denominada
Supergrupo Rio das Velhas e sequências metassedimentares supracrustais de idade
paleoproterozoica, definida como Supergrupo Minas. O arranjo grosseiramente quadrangular é
definido por megassinclinais e anticlinais invertidos, preenchidos pelas rochas do Supergrupo Minas e
do greenstone belt Rio das Velhas, separadas por domos graníticos metamorfisados, conforme
indicado na Figura 8.3.6, a seguir.
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EMPREENDIMENTO
HSC ANC
SGR
SMD SSR
ANC – Anticlinal Conceição
O Supergrupo Rio das Velhas (Dorr, 1969) constitui uma sequência metavulcanossedimentar do tipo
greenstone belt (Almeida, 1976; Schorscher, 1978; in Noce et al., 1998) formada por rochas vulcânicas
máficas e ultramáficas komatiíticas e toleíticas, formações ferríferas bandadas do tipo Algoma, xistos e
filitos metavulcanoclásticos e metassedimentos clásticos terrígenos metamorfisados no fácies xisto-
verde a anfibolito.
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Essas grandes unidades podem estar recobertas por camadas detrito-aluviais, depósitos lateríticos,
depósitos coluviais e cangas, de idades quaternárias.
A área de estudo está contextualizada no anticlinal Conceição (Dorr, 1969), localizado na porção
nordeste do Quadrilátero Ferrífero. O Anticlinal Conceição é uma estrutura antiformal invertida, de
eixo NE-SW e caimento para SE, situada entre o Sinclinal Gandarela e o Maciço do Caraça. Abrange
rochas do Supergrupo Rio das Velhas (Arqueano) e Formações Superficiais Continentais (Terciário-
Quaternário), conforme mostra a Figura 8.3.7.
FIGURA 8.3.7- MAPA GEOLÓGICO DA REGIÃO NORDESTE DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO, COM INDICAÇÃO DA
ÁREA DE INSERÇÃO DA MINA CÓRREGO DO SÍTIO I.
Área do empreendimento
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Como citado anteriormente, o Supergrupo Rio das Velhas (Dorr, 1969) constitui uma sequência
metavulcanossedimentar do tipo greenstone belt (Almeida, 1976; Schorscher, 1978; in Noce et al., 1998)
formada por rochas vulcânicas máficas e ultramáficas komatiíticas e toleíticas, formações ferríferas
bandadas do tipo Algoma, xistos e filitos metavulcanoclásticos e metassedimentos clásticos terrígenos
metamorfisados no fácies xisto-verde a anfibolito submetidas a uma evolução tectônica policíclica,
separada em três eventos de deformação (Rio das Velhas, Transamazônico e Brasiliano), sendo o mais
antigo de 2,7Ga (MME, 2005). É subdividido em grupos Quebra Osso, Nova Lima e Maquiné, sendo o
Grupo Nova Lima o único com ocorrência na área de estudo. Os litotipos do Grupo Nova Lima estão
cobertos, em parte, por camadas superficiais de natureza detrítica-aluvionar relacionadas à planície
aluvionar recente do Rio Conceição. Há ainda, ocorrências de depósitos aluviais mais antigos,
dispostos em vários níveis topográficos, coberturas de canga relacionadas a colúvios e solos lateríticos
residuais recobrindo topos das serras.
FIGURA 8.3.8 – COLUNA ESTRATIGRÁFICA DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO, COM INDICAÇÃO DAS UNIDADES
AFLORANTES NA REGIÃO DA PILHA DE ÉSTERIL DE CRISTA
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O Evento Rio das Velhas, de idade arqueana, é bem observado no setor meridional do Quadrilátero
Ferrífero, ao norte da cidade de Itabirito. É representado por duas deformações (D1 e D2). A mais antiga
afeta o embasamento granito-gnáissico, o Grupo Nova Lima e parte do Grupo Maquiné, unidades
pertencentes ao Supergrupo Rio das Velhas. A segunda deformação está associada aos eventos
mineralizantes desse supergrupo. Ambas as deformação são pretéritas à deposição dos sedimentos
do Supergrupo Minas.
O Evento Brasiliano é mais notável no interior do Quadrilátero Ferrífero, dominando seu setor oriental.
É marcado pela deformação D5, representada por uma foliação de direções NW, NS e NE, com
mergulhos medianos para E.
A definição do contexto estratigráfico e estrutural teve como base cartográfica o mapa geológico, em
escala original 1:30.000, elaborado pela empresa BVP Engenharia, no âmbito dos “Estudos
Hidrogeológicos para a Mina Córrego do Sítio I – Regime Transitório”, elaborado em março de 2009 à
época do licenciamento ambiental do Projeto Sulfetados da Mina Córrego do Sítio I .
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O “Texto Explicativo do Projeto Rio das Velhas”, elaborado pelo Departamento Nacional de Produção
Mineral/DNPM em parceria com o Serviço Geológico do Brasil/CPRM, no âmbito do Programa de
Estudos de Distritos Mineiros do Ministério de Minas e Energia (MME, 1996) e os “Estudos de Meio
Físico – Texto Explicativo: Geologia”, elaborados no âmbito do Projeto APA Sul RMBH, desenvolvido
pelo Serviço Geológico do Brasil/CPRM em conjunto com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais - SEMAD (MME, 2005) foram utilizados como fonte de
dados secundários, subsidiando este relatório.
As Áreas de Influência Indireta (AII) e Direta (AID) da Ampliação da Pilha de Estéril de Crista estão
inseridas no flanco sudeste do anticlinal Conceição, em uma área de domínio do Supergrupo Rio das
Velhas, mais especificamente no Grupo Nova Lima, contemplando a Unidade Córrego do Sítio, que
abrange grande parte das AI/AIDI, onde se destacam filitos, formações ferríferas bandadas, veios de
quartzo e diques metabásicos de composição intermediária de idade incerta cortando a foliação
principal, além de depósitos aluviais recentes relacioanados ao rio Conceição e paleoterraços aluviais,
dipostos em níveis mais elevados (na porção noroeste da AII e AID.
Faixas de alteração hidrotermal estão localizadas nas interfaces entre um ciclo deposicional e outro,
sendo caracterizadas por zonas de silicificação, carbonatação e sulfetação.A Unidade Córrego do Sítio
apresenta estreita associação com as unidades Mindá e Santa Quitéria, exibindo contato com ambas
do tipo transicional.
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O depósito aluvial recente mais representativo é a planície aluvionar do rio Conceição, que limita as
AII/AID a noroeste. Os sedimentos que compõem a aluvião apresentam variações granulométricas,
tais como argila, silte, areia e cascalho e sua composição reflete a geologia regional e competência dos
materiais transportados – quartzo, itabiritos, hematitas são os principiais componentes.
O arcabouço litológico da Pilha de Crista pertence à Unidade Córrego do Sítio. Os litotipos observados
na área foram carbonato-sericita xisto e clorita-carbonato-quartzo xisto, ambos alterados, contendo
porções amareladas a acinzentadas.
Ao sopé dos taludes forma-se leques aluviais, dada a alta inclinação dos ângulos de mergulho das
camadas e ao desconfinadmento da foliação.
8.3.3. Hidrogeologia
8.3.3.1. Metodologia
Neste item são apresentadas as principais características hidrogeológicas da área do projeto de
Ampliação da Pilha de Estéril de Crista e seu dique de contenção de finos.
Os dados aqui apresentados foram obtidos nos Estudos Hidrogeológicos para a Mina Córrego do Sítio
– Regime Transitório (BVP Engenharia, 2009), elaborado à época da realização do Estudo de Impacto
Ambiental para o licenciamento ambiental do Projeto Sulfetado (Sete, 2009). Esses estudos
contemplaram modelagens hidrogeológicas conceituais e numéricas na região da Mina CDS I e em
seu entorno, em regime transitório, e a calibração deste modelo em regime permanente, visando à
avaliação de interferências relacionadas ao rebaixamento do nível d’água subterrâneo, pretendido
naquele licenciamento (Sete, 2009). Foram também utilizados os Estudos de Meio Físico – Volume 8:
Hidrogeologia, do Projeto APA Sul RMBH, elaborado pela Companhia de Pesquisas de Recursos
Minerais (CPRM), vinculada ao Ministério das Minas e Energias (MME; CPRM, 2005).
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A designação “Sistema Aquífero”, adotada pelo Projeto APA Sul RMBH (MME/CPRM, 2005), define um
conjunto formado por uma ou mais unidades litoestratigráficas que apresentam condutividade
hidráulica, características hidrodinâmicas, condições de recarga, circulação e descarga e de qualidade
das águas relativamente semelhantes.
O projeto em questão está inserido no chamado Sistema Aquífero Xistoso, constituído por aquíferos
descontínuos do tipo fissural em fraturas, diáclases, juntas e falhas, livres a confinados pelos níveis de
mais baixa permeabilidade. São aquíferos fortemente anisotrópicos e heterogêneos, com porosidade
e permeabilidade secundárias, resultante de esforços tectônicos (zonas de cisalhamento).
Os níveis piezométricos neste sistema aquífero são rasos, com medianas de 12,7m, em geral, como
consequência da estruturação morfológica dos litotipos, que costumam ocupar as áreas deprimidas
do relevo, cercadas por elevações e que sustentam os níveis de base do escoamento subterrâneo,
como o rio Conceição (MME; CPRM, 2005).
A recarga principal no mesmo ocorre pela infiltração direta das águas pluviais nos horizontes silto-
arenosos resultantes do intemperismo e conectados às fraturas dos níveis mais quartzosos. Pode
ocorrer, também, a infiltração de águas fluviais em trechos de cursos d’água onde os níveis quartzosos
são interceptados pela drenagem. E também pode ocorrer aporte de água proveniente de sistemas
aquíferos com os quais estão conectados através de contato gradacional, tais como o sistema aquífero
Quartzítico e a Formação Ferrífera.
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A circulação de água subterrânea no Sistema Aquífero Xistoso ocorre segundo as direções principais
de fraturas e direções dos acamamentos dos níveis quartzosos confinados por estratos de menor
permeabilidade. Os exutórios naturais (zonas de descarga) são as nascentes pontuais ou difusas que
ocorrem ao longo dos vales.
A capacidade de armazenamento é bastante variável, em geral baixa, mas suficiente para permitir a
explotação por captação subterrânea como galerias e poços tubulares com profundidades médias de
80 m, atendendo às pequenas demandas, como o abastecimento doméstico. A produtividade está
diretamente relacionada com a presença dos níveis mais quartzosos fraturados com condições de
recarga.
O rio Conceição (porção noroeste da AII/AID) e o córrego do Sítio, situado no limite sudeste da AII do
projeto de Ampliação da Pilha de Estéril de Crista, funcionam como ponto de descarga de todos os
deflúvios superficiais e subterrâneos presentes na região, absorvendo as águas subterrâneas por
percolação e transformando os volumes coletados em escoamento de base.
1Hidroestratigrafia
2Zona Oxidada
O material da zona oxidada é composto por um solo maduro, extremamente intemperizado pelo
clima quente e úmido e presente em toda a AID e AII do projeto. Essa composição é da rocha mãe
(filitos, xistos e diques), apresentando-se, no entanto, tão intemperizada a ponto de não ser possível a
diferenciação entre materiais provenientes dos diques ou dos metassedimentos. O material da zona
oxidada apresenta consistência silto-argilosa e vários graus de consistência. Quando o nível d’água do
lençol freático é suficientemente alto, o fluxo de água subterrâneo é controlado pela porosidade
primária. Com base na textura desse material, pode-se inferir que sua condutividade hidráulica está
entre 10-5 e 10-3 cm/s.
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2Aluvião
O material aluvionar encontra-se depositado no leito do rio Conceição (AID/AII), sendo composto por
materiais transportados das zonas oxidadas e depositados pela ação dessa drenagem. Em 2001, foi
realizado um teste de bombeamento nesse material (Golder Associates, 2001, in BVP, 2009), não tendo
sido levantada a condutividade hidráulica deste material. Sendo assim, a BVP estimou a sua
condutividade hidráulica entre 10-3 e 10-2 cm/s.
2Zona de Transição
A zona de transição compreende um material (composto por filitos, xistos e diques metabásicos)
parcialmente intemperizado, localizado logo abaixo dos solos maduros ou laterizados da zona
oxidada. Apresenta resistência superior à dos materiais da zona oxidada e é caracterizado por rochas
semi-intemperizadas. A maior resistência desse material resulta em perda natural de condutividade
hidráulica, que pode variar entre 10-6 e 10-4 cm/s.
2Diques metabásicos
Os diques são compostos por rochas metabásicas que se apresentam subparalelos à foliação principal.
A porção mais externa dessas rochas apresenta-se, em geral, bastante intemperizada e úmida devido
à sua porosidade secundária mais elevada. A condutividade hidráulica dessa unidade
hidroestratigráfica está entre 10-6 e 10-5 cm/s, superior àquela apresentada pelos metassedimentos
(filitos) de entorno. O contato entre os diques e os filitos apresenta-se, no geral, muito alterado, sendo
que a condutividade hidráulica dessa estrutura é estimada entre 10-5 e 10-4 cm/s.
1Aspectos hidroestruturais
As zonas de contato alteradas e falhadas, entre diques e filitos, constituem a hidroestrutura mais
importante, caracterizando-se geometricamente como uma pequena faixa de materiais alterados com
poucos metros de largura, com condutividade hidráulica entre 10-5 e 10-4 cm/s, superior
àquelaverificada isoladamente nos diques e nos filitos. O fluxo d’água através de materiais alterados
presentes ao longo dos contatos entre diques e filitos é controlado por condutividades hidráulicas de
zonas alteradas, mesmo que esses materiais estejam conectados a zonas de recarga e/ou
armazenamento.
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Cava Cachorro
PZ-1A 7.785.736 656.895 806,78 - 9,99 10,36 11,13 12,32 15,75 14,48 17,87 20,91
Bravo
PZ-2A Cava Cristina 7.786.398 655.569 742,57 - 3,30 3,39 3,49 3,46 3,45 3,73 3,60 3,68 3,39
PZ-3A Cava Cristina 7.786.126 656.042 836,68 - 38,76 38,86 38,75 39,37 39,91 40,10 39,06 39,18 39,19
PZ-4A Cava Cristina 7.785.969 656.028 813,25 - 14,39 14,54 14,54 14,56 15,11 15,13 14,11 13,87 14,21
PZ-7A Cava Crista 7.786.345 657.029 862,65 - - - - - 26,96 40,15 51,64 60,48 65,50
Cava Cachorro
PZ-8A 7.785.521 656.316 942,44 - - - - 57,74 59,98 62,69 62,26 61,38 60,95
Bravo
Cava Carvoaria
PZ-9A 7.786.293 657.626 833,45 - - - - - 51,15 51,93 49,78 50,50 51,82
Velha
Cava Cachorro
PZ-10A 7.785.826 656.781 859,06 - - - - - 103,44 115,89 118,75 124,99 127,92
Bravo
PZ-11A Cava Laranjeira 7.786.908 657.151 936,66 - - - - - 45,74 50,35 53,04 52,99 53,00
PZ-12A Cava Bocaina 7.787.916 658.871 790,67 - - - - - 33,08 30,73 29,49 29,28 30,17
Cavas Carvoaria e
PZ-13A1 7.787.548 658.152 845,84 - - - - - - - - - 53,04
Bocaina
PZ-14A Cava Bocaina 7.786.940 657.154 923,83 - - - - - - - seco seco seco
PZF-15A Acesso Barragem 7.786.834 657.884 908,85 - - - - - - - 76,33 77.48 80,05
PZG-16 Cava Bocaina 7.787.718 658.461 776,94 - - - - - - - - - 14,66
Fonte: AngloGold, 2011; BVP, 2009.
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Ressalta-se que este instrumento está distante da área de projeção da referida pilha e que a medição
apresentada data de 2011, podendo acarretar incertezas acerca da avaliação piezométrica projetada
para a área em questão.
8.3.4. Geomorfologia
8.3.4.1. Metodologia
A avaliação dos aspectos geomorfológicos regionais da área de estudo baseou-se no Projeto
RADAMBRASIL, Vol. 32 (MME, 1983) e em observações de campo, realizado nos dias 07 e 08 de maio
de 2013.
O controle estrutural nesse domínio é verificado tanto pela presença de alinhamentos de cristas
cortados por vales profundos e orientados segundo a foliação e/ou xistosidade preferencial das
rochas, quanto por compartimentos planálticos sujeitos a sucessivos ciclos erosivos, com
remanescentes de dobras regionais impressos no relevo.
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A altitude média do Quadrilátero Ferrífero é da ordem de 1.000m em sua porção central, podendo
ocorrer elevações superiores a 1.900m nas serras que o delimitam. Na região onde está localizado a
Pilha de Crista e a Mina Córrego do Sítio I (CdSI), o relevo caracteriza-se por grandes desníveis, com
altitudes variando entre 720m a 2.070m. A feição regional de maior destaque corresponde ao Maciço
do Caraça (altitude máxima de 2.070m no Pico do Sol), e as menores altitudes são verificadas ao longo
da planície do rio Santa Bárbara, na porção nordeste, que são da ordem de 700m.
Os caracteres morfológicos são expressos, sobretudo, pela grande resistência à erosão dos itabiritos e
quartzitos, os quais constituem as maiores serras da região, contrastantes com os peneplanos
ondulados das áreas de xistos e filitos, onde a forma dos vales é bastante aberta.
A Figura 8.3.10 abaixo, apresenta de modo esquemático Anticlinal Conceição e das estruturas do
Quadrilátero Ferrífero.
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FIGURA 8.3.10 – BLOCO DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DAS ESTRUTURAS DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO E INSERÇÃO DO SINCLINAL CONCEIÇÃO
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O vale do córrego do Sítio tem seu fundo encaixado no eixo de um sinclinal, a leste do alinhamento de
crista NE-SW, onde se situa o empreendimento em estudo. As bordas do sinclinal correspondem às
linhas de crista situadas a leste e oeste do vale desse curso d’água, caracterizando um relevo
topograficamente invertido e sustentado pelas camadas de formação ferrífera. A foliação das
unidades litológicas presentes (xistos, filitos e formação ferrífera) apresenta direção preferencial NE-
SW e caimento para SE, tendo sido determinada pelo mergulho do sinclinal.
Descontinuidades geológicas que caracterizam lineamentos estruturais, tais como falhas e fraturas,
são verificadas na região de estudo (Mina Córrego do Sítio I) e também são, em grande parte,
responsáveis pela morfogênese local. Ressaltam-se como importantes processos morfogenéticos
atuantes nessa região a dissecação fluvial ao longo dos vales dos cursos d’água principais (rio
Conceição, córrego do Sítio e de seus tributários) e os movimentos de massa ao longo das suas
vertentes.
Em relação a morfodinâmica atual na AII e AID, verifica-se que o processo de dissecação fluvial
predomina em áreas onde a foliação/xistosidade das unidades litológicas encontra-se confinada. Os
cursos d’água instalaram-se por dissecação fluvial ao longo de descontinuidades geológicas,
caracterizando uma rede de drenagem com um padrão paralelo àquele desenvolvido pelo sistema de
falhas e fraturas regionais de direções preferenciais NE-SW e NW-SE. Os cursos d’água principais (rio
Conceição e córrego do Sítio) drenam a região segundo a direção NE-SW. O curso do córrego do Sítio
coincide com a direção de caimento do eixo da sinclinal (NE) e o curso do rio Conceição é paralelo a
este eixo. Os tributários diretos do córrego do Sítio que drenam a vertente voltada para sudeste da
linha de crista, onde se encontra a Mina Córrego do Sítio, são classificados como primários e
consequentes, pois escoam segundo a direção de mergulho das camadas (de caimento SE). Os
afluentes da margem direita do rio Conceição, que drenam a vertente voltada para noroeste da
referida linha de crista, escoam segundo a direção NW, paralelos a lineamentos estruturais (fraturas e
falhas).
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Quanto aos movimentos de massa e aos processos erosivos, eles predominam nas áreas onde a
foliação/xistosidade está voltada para o talude natural das encostas (não confinada), favorecendo a
ocorrência de rupturas e deslizamentos. Observa-se, ainda, uma relação direta entre os processos
erosivos e/ou movimentos de massa com as intervenções antrópicas existentes na área, sendo que
são observados esses processos em alguns taludes de corte em estradas internas e estradas de acesso
à mina ainda não revegetados.
A região que abrange as áreas de influência direta e indireta (AID e AII) do Projeto Pilha de Crista pode
ser dividida em duas porções principais, diferenciadas com relação às suas características
morfogenéticas, sendo uma correspondente à vertente da crista NE-SW voltada para noroeste e a
outra voltada para sudeste, como está descrito a seguir. A linha de crista referenciada e divisora das
referidas vertentes situa-se na porção central da AID e AII, sendo assim considerada como forma de
entendimento e visualização espacial.
1Vertente noroeste
Na vertente principal NW da linha de crista NE-SW, drenada pelos afluentes diretos do rio Conceição
(córregos Cristina e Crista) e é onde está localizada a Pilha de Estéril de Crista e o dique de contenção
de finos. O mergulho da foliação/xistosidade das rochas para SE confere à vertente noroeste um
caráter de foliação confinada, favorecendo a estabilidade de taludes de corte (em acessos, taludes das
cavas desativadas etc) e em taludes naturais da encosta. Nessa vertente, as direções de fraturamento
NE-SW e NW-SE destacam-se, pois constituem as direções preferenciais de percolação de água, de
dissecação fluvial e, portanto, da instalação de drenagens.
Nos vales do córrego Cristina e de Crista, as fraturas de direções NE-SW e NW-SE se interceptam
perpendicularmente, favorecendo a formação dos respectivos vales, que são representados por
anfiteatros circulares e com concavidade voltada para noroeste. Nessa vertente são pouco frequentes
movimentos de massa (rupturas e deslizamentos), podendo ocorrer, pontualmente, em taludes de
corte de acessos internos, rupturas planares de pequenas dimensões ao longo de intercessões de
fraturas NE-SW e NW-SE.
Conforme apresentado anteriormente, a rede de drenagem da vertente noroeste (dentro dos limites
das AII e AID) é constituída basicamente pelos córregos Cristina e Crista. O relevo da vertente
caracteriza-se como de morros dissecados, apresentando amplitude de relevo da ordem de 280m,
comprimento dos talvegues de drenagens em torno de 1.000m (em projeção horizontal), gradiente
médio da encosta da ordem de 28% e altitude máxima do interflúvio de 1.023m. A altitude média dos
pontos de confluência das drenagens da vertente noroeste com o rio Conceição é de
aproximadamente 743m.
1Vertente sudeste
Na vertente SE da linha de crista NE-SW se desenvolveram as cavas Grota Funda, Rosalino, Lajeado,
Mutuca (desativadas e reabilitadas ou em reabilitação), Cachorro Bravo (não reabilitada) e as cavas
Carvoaria Velha e Bocaina (em operação) que, embora localizada nessa vertente, tem a sua drenagem
desaguada no córrego Bocaina, que também é afluente direto do rio Conceição e localizado na
vertente oposta (NW).
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Nessa vertente sudeste se desenvolveram também as pilhas de estéril Grota Funda, Lajeado, Cachorro
Bravo, Carvoaria Velha (em operação) e Bocaina (em operação para disposição de estéril da cava
Bocaina).
A rede de drenagem da vertente SE (dentro dos limites das AII e AID) é formada principalmente pelo
córrego do Sítio, que escoa na direção NE-SW, segundo o caimento do eixo do sinclinal conformado
neste local. Os demais cursos d’água inseridos nessas áreas são afluentes diretos do córrego do Sítio
(córregos Mutuca, Cachorro Bravo, Laranjeiras). Os cursos d’água formam ravinas nos trechos mais
íngremes (desenvolvidas por erosão pluvial) e nos trechos mais baixos da vertente, onde confluem
com o córrego do Sítio. Nos trechos finais, os vales desses cursos d’água são incipientes,
predominando encostas retilíneas a côncavas.
Esta vertente também apresenta um relevo de morros dissecados com amplitude média da ordem de
268m, altitude máxima do interflúvio de 1.023m e altitude dos pontos de confluências das drenagens
com o curso d’água principal da vertente (córrego do Sítio) em torno de 755m, gradiente médio dos
vales de drenagem de 36%, comprimento do talvegue das drenagens em média de 750m (em
projeção horizontal). Esses dados quando comparados com os da vertente noroeste condizem com
um desenvolvimento menor da rede de drenagem instalada, predominando os movimentos de massa
nas encostas sobre a dissecação fluvial dos vales.
A avaliação da Aptidão Agrícola foi realizada por meio de uma análise integrada de dados já
levantados na AII, AID e a ADA, como os atributos pedológicos, geomorfológicos, climáticos, e outras
características que possuem indicadores que possam interferir na produção agrícola. Essa análise
considerou a metodologia proposta no Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras,
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conforme preconizado por Ramalho Filho et al. (1983) e o Mapeamento de solos e aptidão agrícola
das terras do Estado de Minas Gerais (Amaral et al, 2004).
A metodologia utilizada para caracterizar a suscetibilidade erosiva da área em estudo, que inclui a
AID/AII e a ADA, foi adaptada de Borges (2009) e abrangeu basicamente quatro etapas:
Realização de trabalho de campo, visando obter dados da área por meio de observações in loco
Geração da base dados, incluindo o modelo digital de elevação do terreno, elaborado a partir das
curvas de nível presentes nas cartas topográficas do IBGE (escala 1:250.000), ou outra fonte.
Para este estudo, foram feitos os cruzamentos dos layers em ambiente ArcGis, através do método de
análise de multicritério denominado weighted overlay, como mostrado na Figura 8.3.11 a seguir.
Essa análise de multicritério trata-se de uma técnica de sobreposição de imagens que possuem uma
escala comum de valores para temas diversos e distintos, com a finalidade de criar uma análise
integrada.
Nesse sentido, a análise de multicritério permite levar todos estes temas em consideração, por
intermédio da reclassificação dos valores dos arquivos utilizados para uma escala comum de
disponibilidade ou preferência, risco ou similaridade.
Para elaboração do mapa de suscetibilidade erosiva foram utilizados cinco critérios (registro de
campo, formas de relevo, solos, declividade e uso dos solos). As informações destes temas foram
hierarquizadas em diferentes fatores de peso, conforme apresentado no Quadro 8.3.6 a seguir.
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Cada critério definido anteriormente foi reclassificado de acordo com a atribuição de valores,
distribuídos pelos cinco níveis, que variam conforme a variação do grau de suscetibilidade à erosão,
como mostrado no Quadro 8.3.7.
GRAU DE
DEFINIÇÃO
IMPORTÂNCIA
Muito Baixa suscetibilidade - os fatores contribuintes são muito pouco favoráveis para a
1
suscetibilidade erosiva.
Baixa suscetibilidade - os fatores contribuintes são pouco favoráveis para a suscetibilidade
2
erosiva.
Média suscetibilidade - os fatores contribuintes são moderadamente favoráveis para a
3
suscetibilidade erosiva.
4 Alta suscetibilidade - os fatores contribuintes são muito favoráveis à erosão.
5 Muita Alta suscetibilidade - os fatores contribuintes são altamente favoráveis à erosão.
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8.3.5.2. Pedologia
1Pedologia regional e da AII
Os solos descritos para a região do empreendimento e observados na AII são apresentados a seguir.
2 Cambissolos
Esta ordem de solos compreende solos minerais não hidromórficos que apresentam horizonte B
incipiente, subjacente a horizonte A de qualquer tipo ou a horizonte hístico com menos de 40 cm de
espessura. Distinguem-se pelo baixo grau de desenvolvimento pedogenético, o que, em geral,
condiciona uma forte influência dos materiais de origem sobre as características dos solos. São
diferenciados, em terceiro nível categórico, em função do teor de ferro, saturação de bases e atividade
da argila e profundidade efetiva do solo.
É a ordem de solos de maior ocorrência na região da Mina do Sítio e ao nordeste da APA Sul, sendo
encontrada praticamente em todos os domínios. Está associada a todas outras classes de solos que
foram mapeadas nessa região.
Ainda dentro da subordem descrita está o grupo dos Cambissolos Háplicos distróficos, que tem como
principal característica a baixa saturação por bases. Este grupo de diferencia em dois subgrupos,
sendo o primeiro o Cambissolo Háplico Tb Distrófico típico, com grande representatividade regional e
presentes em relevos ondulados e forte ondulados e o Cambissolo Háplico Tb Distrófico flúvico,
presente em relevos planos nas proximidades da confluência entre o Ribeirão Caraça e o Rio da
Conceição, nas proximidades do distrito de Brumal.
CXbd9 - CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, textura média ou média cascalhenta, fase não
pedregosa e pedregosa + LATOSSOLO VERMELHOAMARELO Distrófico típico ou câmbico, textura
argilosa ou argilosa pouco cascalhenta, ambos com A moderado, fase floresta tropical
subperenifólia, relevo forte ondulado e montanhoso (70-30%).
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CXbd11 - CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, textura argilosa ou média, fase não pedregosa
e pedregosa, relevo forte ondulado e montanhoso + LATOSSOLO VERMELHO Distrófico típico ou
câmbico, textura argilosa, relevo forte ondulado e ondulado, ambos com A moderado, fase floresta
tropical subperenifólia (70-30%)
CXbd14 - CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico flúvico, fase floresta tropical subperenifólia de várzea,
relevo plano e suave ondulado + ARGISSOLO VERMELHOAMARELO Distrófico câmbico, fase floresta
tropical subperenifólia, relevo suave ondulado e plano, ambos com textura argilosa, A moderado
(70-30%).
Na AII da Ampliação da Pilha de Estéril Crista, dentre as unidades de mapeamento dos Cambissolos
citadas, apenas duas são observadas. A primeira, e predominante, é o CXbd6, composta por
Cambissolos Háplicos Tb distróficos típicos, basicamente sem associações com outras tipologias de
solo. A segunda trata-se do CXbd11, que ocupa uma pequena porção nas proximidade das Vila
Campo Grande, pertencente ao município de Barão de Cocais.
FOTO 8.3.1 – Vista geral com ocorrência de FOTO 8.3.2 - Vista de corte em perfil em Cambissolo
Cambissolos CXbd6 presente na AII. Coordenadas: CXbd6 presente na AII. Coordenadas: 23K 657147/
23K 655840/7786163. 7787129.
2 Latossolos
Esta classe compreende solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B latossólico
imediatamente abaixo de qualquer um dos tipos de horizonte A. São solos em avançado estádio de
intemperização, muito evoluídos, resultante de enérgicas transformações no material constitutivo.
São normalmente muito profundos, com espessura do solum em geral superior a dois metros, de
elevada permeabilidade e comumente bem a acentuadamente drenados. Apresentam seqüência de
horizontes do tipo A, Bw, C, com reduzido incremento de argila em profundidade.
São solos com elevada porosidade e dada a relação direta da capacidade do solo de armazenar e
transmitir líquido com a geometria do sistema poroso, os Latossolos apresentam excelente
permeabilidade interna, excessiva ou muito rápida, garantindo a maior resistência aos processos
erosivos entre as classes de solos. Nos relevos mais suavizados podem ser classificados como de baixa
susceptibilidade a erosão.
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LVd1 - LATOSSOLO VERMELHO Distrófico típico, textura argilosa, A moderado, fase floresta tropical
subperenifólia, relevo suave ondulado. Localizado próximo da porção baixa do rio da Conceição.
LVd4 - LATOSSOLO VERMELHO Distrófico típico + CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, ambos
com textura argilosa, A moderado, fase floresta tropical subperenifólia, relevo forte ondulado e
ondulado (80-20%). Localizado nos vales do Córrego Moinho de Olício e Ribeirão Caraça.
Na AII da Ampliação Pilha de Estéril Crista, ocorrem as duas unidades de mapeamento citadas. A
unidade LVd4 predomina, e é facilmente visualizada em associação aos Cambissolos. A unidade LVd1,
por sua vez, é menos presente, e encontra-se sob topografias mais suaves nas proximidades do
córrego Moinho de Olício.
Foto: Daniel Duarte
2 Neossolos
Nesta classe estão compreendidos solos minerais pouco desenvolvidos, caracterizados pela ausência
de horizonte B diagnóstico. Na região em estudo são representados pelos Neossolos Flúvicos, em
alguns trechos do Rio da Conceição e na confluência deste com o Ribeirão Caraça.
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Uma das características mais marcantes dos Neossolos Flúvicos é a sua variação textural e de carbono
em profundidade. São solos profundos, de fertilidade natural média, sendo encontrados em relevo
plano. Essa variação textural em profundidade tem implicação direta sobre o fluxo vertical da água e,
conseqüentemente, sobre o estabelecimento de sistemas de drenagem. No entanto, como a
topografia destes solos é normalmente plana ou suavemente ondulada, apresentam limitação nula ou
apenas ligeira quanto à erodibilidade.
A proximidade dos rios e a pequena profundidade do lençol freático, que mesmo em solos bem
drenados, raramente está abaixo de 2 m, conferem a esses solos alta suscetibilidade a inundações.
RUbd - NEOSSOLO FLÚVICO Tb Distrófico típico, textura média ou média/argilosa, A moderado, fase
floresta tropical subperenifólia de várzea, relevo plano.
Na AII da Ampliação da Pilha de Estéril Crista, há apenas uma pequena ocorrência do Neossolo Flúvico,
nas proximidades da Barragem de finos do Córrego do Sítio, conforme mostrado na foto a seguir.
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CXbd11 - CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico típico, textura argilosa ou média, fase não pedregosa
e pedregosa, relevo forte ondulado e montanhoso + LATOSSOLO VERMELHO Distrófico típico ou
câmbico, textura argilosa, relevo forte ondulado e ondulado, ambos com A moderado, fase floresta
tropical subperenifólia (70-30%).
RUbd - NEOSSOLO FLÚVICO Tb Distrófico típico, textura média ou média/argilosa, A moderado, fase
floresta tropical subperenifólia de várzea, relevo plano.
A seguir são mostrados alguns perfis de solo com presença dos Cambissolos citados. Frisa-se que na
ADA e na AID grande parte dos solos passou por alterações como escavações e depósitos, que
alteraram sua estrutura.
Como mostrado anteriormente, a AII possui 3 ordens de solos divididos em 5 grupos, dentre os quais
se destaca o grupos dos Cambissolos Háplicos (87%), que ocupam as porções mais elevadas do relevo.
Estes cambissolos são ainda mais representativos na AID e na ADA, ocupando 97% e 100% das áreas,
respectivamente.
O grupo dos Latossolos Vermelhos ocorre apenas na AII e ocupa a segunda colocação em termos de
representatividade (12,5%).
Por fim, o Neossolo Flúvico ocupa 0,3% da AII. Entretanto, essa proporção em relação à AID é dez
vezes maior, uma vez que trata-se da mesma área de Neossolo em função de uma área menor. Em
ambos os casos esta tipologia de solo ocorre próxima a algum corpo hídrico.
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A figura apresentada a seguir, mostra os limites de cada tipologia de solos presentes nas áreas
estudadas.
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1 Classe 4(p)
Esta classe compreende terras com aptidão restrita para pastagem plantada. Sua principal limitação
diz respeito à acentuada susceptibilidade erosiva verificada para os solos presentes em relevo forte
ondulado, característica a qual se acresce a baixa fertilidade natural.
Apesar de não indicada na simbologia do subgrupo, essas terras têm ainda como opção o uso com
silvicultura. Nessa categoria são enquadradas ainda áreas pouco expressivas de várzeas.
A ocorrência da Classe 4(p) restringe-se à 27% da AII, conforme mostrado na Figura 8.3.3, e ocorre em
áreas de Latossolos Vermelhos, com relevo que varia de suave ondulado a forte ondulado.
1 Classe 5(s)
Compreende terras com aptidão restrita para Silvicultura devido às fortes limitações que apresentam.
A susceptibilidade erosiva é o principal fator que condiciona a indicação para esse tipo de uso.
Referem-se principalmente a áreas de solos profundos, situados em relevo muito movimentado,
predominantemente montanhoso (declives superiores a 45%). Segundo a classificação da Embrapa
(2004), nas áreas de ocorrência desta classe, ainda há aptidão, ainda que restrita, para o uso de
pastagens nativas, porém, não se verificou áreas com pastagens nativas na região.
A classe 5(s) compreende áreas com presença de Cambissolos profundos com presença moderada de
cascalhos. Estão presente em mais da metade da AII, como mostrado na Figura 8.3.3, salvo ao sudeste,
onde predomina a classe 4(p). Na AID ocupa também mais da metade da área total, se concentrando
na porção leste e noroeste. Por fim, a classe 5(s) ocupa apenas 3% da ADA, e localiza-se em um
pequeno trecho da porção leste.
1 Classe 6
A classe 6 corresponde a terras que apresentam fortes limitações que inviabilizam o uso agrícola.
Neste caso, a limitação se refere, sobretudo, à elevada susceptibilidade à erosão, inferida pela pouca
espessura do horizonte B, condicionada principalmente pelo relevo montanhoso. Predominam solos
rasos, situados em áreas muito acidentadas, não raro associados a afloramentos rochosos. Em virtude
dessas condições, são mais indicadas para preservação do meio ambiente.
As áreas antropizadas pelo processo minerário (Pilhas, Barragens, Cavas) também são limitantes de
aptidão agrícola, por isso, áreas ocupadas por estas estruturas também foram classificadas como
terras sem aptidão.
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Na AII e na AID, a classe 6 ocorre na porção central onde há presença de atividades minerárias ou em
áreas com relevo escarpado e cambissolos com abundância de cascalhos e matacões.
Respectivamente essa classe ocupa 21% e 47% destas duas áreas.
Na ADA essa classe é predominante (97%), uma vez que, a área afetada pela ampliação da Pilha de
Estéril de Crista encontra-se em um local já alterado pelo processo minerário.
FIGURA 8.3.14: DISTRIBUIÇÃO DA APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS DAS ÁREAS DE ESTUDO
A figura apresentada a seguir, mostra as divisões de Aptidão Agrícola dos solos nas áreas estudadas.
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O primeiro destes indicadores foi o levantamento de dados em campo. Durante as incursões foram
realizadas observações sobre o status atual das áreas de estudo, pontos frágeis e feições erosivas
existentes. Este indicador possui caráter pontual, e, por este motivo não são atribuídos fatores
numéricos. Em outras palavras, em locais com incidência de feições erosivas ou pontos com alta
fragilidade, a classificação proposta na susceptibilidade já é considerada máxima.
Outro indicador utilizado neste estudo foi a forma do relevo, obtida por meio da análise da curvatura
vertical e da curvatura horizontal do terreno. As formas indicam, na maioria das vezes, o sentido do
fluxo hídrico, e por isso é um importante indicador no processo de análise da suscetibilidade erosiva.
FIGURA 8.3.16 - FORMAS DE RELEVO
Cada tipologia de solo, por sua vez, possui características físicas próprias que confere mais ou menos
estabilidade, como textura, estrutura, consistência, etc. No caso da área onde será executada a
ampliação da Pilha de Estéril de Crista, foi observado apenas um grupo, o Cambissolo Háplico, que
possui grande variação do ponto de vista geotécnico e é considerado muito susceptível em relevos
ondulados.
Por último, e também de grande importância no estudo de susceptibilidade erosiva, é o uso do solo.
Essa caracterização reflete a realidade de uso do solo e vegetação da área. Nessa variável, os locais
com cobertura vegetal nativa são menos susceptíveis ao surgimento de feições erosivas, ao contrário
dos solos expostos, mais susceptíveis.
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Na ADA, assim como na AID, a classe de suscetibilidade dominante é a Alta, como dito anteriormente.
Nessas duas áreas também podem ser visualizados alguns locais com suscetibilidade Muito Alta em
função da variável Uso dos Solos, que descreve estes locais como tendo solos expostos. Entretanto,
nem sempre estes solos expostos tratam-se de áreas de risco, podendo ser áreas de mineração e/ou
áreas em processo de recuperação.
Áreas classificadas como sendo de Média suscetibilidade erosiva estão associadas à vegetação nativa.
Possuem maior ocorrência na ADA, mais precisamente na área da futura barragem. Por fim, ocorrem
alguns locais com baixa e muito baixa susceptibilidade apenas em uma pequena região da AID. Essas
áreas estão associadas às variáveis topografia (plana e suave) e ao uso dos solos (vegetação nativa).
Embora a área da Pilha de Estéril de Crista se enquadre como sendo uma área com alta
suscetibilidade, durante as campanhas de campo realizadas não foram verificadas erosões na área.
Este fato reforça ainda mais a importância do fator “uso dos solos” na classificação. Entretanto, faz com
que a área não necessite de um monitoramento constante, mas sim de ações que evitem a formação
de processos erosivos, como a Recuperação das áreas degradadas.
8.3.6. Espeleologia
O levantamento e prospecção espeleológica foi elaborado pela Carste Consultores Associados. No
Anexo 05 se encontra o relatório de prospescção arqueológica na íntegra.
8.3.6.1. Metodologia
Inicialmente foi realizada uma pesquisa acerca dos aspectos fisiográficos da área de estudo, como a
geologia e geomorfologia. Também foi realizada a revisão bibliográfica sobre a Unidade
Espeleológica Quadrilátero Ferrífero, bem como a consulta ao banco de dados espeleológicos do
Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas - CECAV.
A prospecção em campo foi realizada entre os dias 27 e 30 de maio de 2013. A equipe de campo
realizou caminhamento sistemático balizado pela análise documental e cartográfica e registrado por
meio de GPS Map Garmin 62S, no sistema de coordenadas UTM, fuso 23K,
datum SAD 1969. Foram utilizadas duas equipes, composta por dois integrantes, sendo um
coordenador e um auxiliar de campo. Ao coordenador coube a orientação acerca dos procedimentos
e direção a ser seguida, além do manejo do GPS e descrição geral das atividades. Ao auxiliar coube a
tarefa de organizar os equipamentos e colaborar com o coordenador em todas as atividades que
forem necessárias.
Esta etapa envolveu o tratamento e análise dos dados obtidos durante as campanhas de campo. Serão
apresentadas a seguir as principais características geológico-geomorfológicas da área, bem como o
mapa final com o caminhamento espeleológico realizado.
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Oliveira et al (2011) relatam a ocorrência de três tipos de cavernas nesta unidade espeleológica,
vinculadas a três grupos de rochas, sendo elas: cavernas lateríticas, siliciclásticas e carbonáticas. As
rochas lateríticas compreendem mais de 500 cavernas identificadas em cangas, minério de ferro,
itabiritos, hematita compacta e laterita. As cavernas siliciclásticas abrangem rochas do tipo quartzito e
conglomerado. As cavernas carbonáticas abrangem dolomitos e calcários, restritas ao Quadrilátero
Ferrífero.
Segundo levantamento de Piló & Auler (2005), a primeira menção a cavidades em minério de ferro no
Brasil se deve ao francês Noël Aimé Pissis que, em 1842, descreveu cavidades e estalactites no itabirito
do Quadrilátero Ferrífero, em trabalho intitulado: “Dans les cavités qui accompagnene souvent les
couches de quartz, on trouve de petites stalactites de sous-sulfate de fer et des cristaux de néoctèse” (Pissis,
1842, p. 380). Em 1871, o mineralogista inglês William Jory Henwood descreveu a existência de
estreitas fendas em itabirito na região de Água Quente, Quadrilátero Ferrífero. No mesmo estudo,
Henwood (1871) menciona estalactites e crostas de minério de ferro. Após as descrições de Pissis e
Henwood, Tassini (1947) descreveu uma cavidade em minério de ferro na Serra do Curral, nas
proximidades de Belo Horizonte.
A partir do final da década de 1950, geólogos da USGS desenvolveram estudos mais detalhados sobre
as cavidades em formação ferrífera no Quadrilátero Ferrífero. Guild (1957) descreveu uma cavidade
denominada Casa de Pedra, na atual mineração de mesmo nome da CSN. George Simmons, geólogo
norte-americano, desenvolveu estudos mais detalhados sobre as cavernas em minério de ferro do
Quadrilátero Ferrífero (Auler, 2005). Em seu trabalho de 1963, Simmons contempla diversas cavidades
na Serra do Batateiro, na Serra do Tamanduá, no Morro da Queimada e na Serra do Curral. Além disso,
elaborou um modelo genético e detalhou a mineralogia das grutas. Em trabalho complementar,
Simmons (1964) detalha a mineralogia de fosfatos encontrados em caverna na Serra do Tamanduá.
Dorr (1969) fez uma breve menção sobre cavernas em formação ferrífera em trabalhos de síntese
sobre a geologia regional do Quadrilátero Ferrífero.
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O mapa de potencial espeleológico da área da Ampliação da Pilha de Estéril de Crista foi elaborado
com base nos atributos geológicos, a partir da identificação de litologias favoráveis à formação de
cavidades naturais subterrâneas, apoiando-se no mapeamento geológico realizado pela CODEMIG
(2005).
GRAU DE
LITOTIPO
POTENCIALIDADE
Rocha carbonática (calcário, calcarenito, calcirrudito, dolomito e carbonato),
Muito Alto
evaporito e formação ferrífera (itabirito e jaspilito);
Arenito, calcrete, calcilutito, marga, ortoquartzito, quartzito; Alto
Calcixisto, carbonatito, conglomerado, filito, folhelho, fosforito, grauvaca,
Médio
mármore, micaxisto, milonito, pelito, ritmito, rocha calcilicática, siltito e xisto;
Adamelito, andesito, anfibolito, anatexito, anortosito, aplito, ardósia, argilito,
arcoseo, basalto (piroxênio augítico, labradorita, anortita e olivina), brecha,
calcedonito, charnockito, cloritito, cromitito, dacito, diamictito, diorito, diabasio,
diamictito, dunito, enderbito, fenito, fonolito, foyaito, gabro, glimmerito,
gnaisse, gondito, granito, granulito, granitóide, granodiorito, greisen,
harzburgito, hornblendito, hornfels, ignimbrito, jotunito, kinzigito, komatito, Baixo
lamprofiro, latito, laterita, lítico, máficas, mangerito, magnesito, migmatito,
monzonito, nefelina, norito, nordmarquito, peridotito, pegmatito,
piroxenito, riodacito, riolito, rocha alcalina, rocha piroclástica, rocha vulcânica,
serpentinito, sienito, silexito, tilito, tonalito, traquito, troctolito, trondhjemito,
tufito, ultramafito e websterito;
Aluvião, areia, argila, cascalho, lamito, linhito, sedimentos, turfa e tufo. Ocorrência Improvável
Fonte: Jansen, 2011.
O resultado pode ser verificado na Figura 8.3.18.Grande da área apresentou potencial médio. No
entanto, uma pequena área registrou potencial espeleológico muito alto.
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1 Prospecção Espeleológica
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Não foram identificadas cavidades naturais subterrâneas. Isso porque, 99% da área prospectada
apresenta em seu substrato rochoso rochas sedimentares clásticas e químicas de granulometria fina,
metassedimentares tais como: mica-quartzo xisto, clorita-quartzo xisto, sericita-clorita xisto,
carbonato-sericita xisto, filito carbonoso e, de forma muito reduzida, formação ferrífera. Na área de
ocorrência das rochas do Grupo Nova Lima, Supergrupo Rio das Velhas, a intensidade dos processos
erosivos apresenta taxas medianas quando comparadas com rochas carbonáticas do grupo Itabira, do
Supergrupo Minas (Salgado et al, 2004).
Do ponto de vista litológico, essas rochas apresentam médio potencial para a ocorrência de cavidades
naturais subterrâneas, segundo a proposta de Jansen (2011), porém, não foram identificadas
cavidades naturais subterrâneas na área do projeto. De acordo com relatório elaborado pela
Carste Consultores Associados (2009), no Quadrilátero Ferrífero as áreas de maior potencial para
ocorrência de cavernas são aquelas em que afloram formação ferrífera e cangas. Quanto aos aspectos
geomorfológicos que favorecem a ocorrência dessas feições destacam-se a hipsometria e a
declividade do relevo. As cavernas geralmente se concentram em altitudes entre 1.119 e 1.616 metros
para cavernas em formação ferrífera e 1.213 e 1.620 para cavernas em canga. Quanto à declividade do
relevo, no Quadrilátero Ferrífero as cavernas tendem a se concentrar nas zonas de ruptura de relevo e
em dolinamentos. Geralmente em declividades suaves, estando entre 18º e 20º. A seguir são
apresentadas algumas fotografias que ilustram as áreas percorridas durante o caminhamento.
Foto: Carste Consultores Associados
FOTO 8.3.7 – Estrada na porção leste da área do projeto. FOTO 8.3.8 - Borda da pilha de estéril na porção
Direcionamento da foto: NW nordeste da área. Direcionamento da foto: SW
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8.3.7. Hidrografia
8.3.7.1. Metodologia
O diagnóstico ambiental referente ao contexto hidrográfico foi efetuado utilizand-se a base
hidrográfica do Sistema Integrado de Informação Ambiental (SIAM/MG).
Foram utilizados os mapas topográfico do IBGE folhas Acurí (SF.23X-A-III-2) e Catas Altas (SF.23-X-B-I-
1), ambas em escala 1:50.000, e Folha Itabira (SE.23-Z-D-IV, em escala 1:100.000.
Com uma área de drenagem igual a 83.069km2, a bacia hidrográfica do rio Doce atravessa o território
de dois estados (Minas Gerais e Espírito Santo) e está, portanto, sob domínio federal. O Estado de
Minas Gerais possui cerca de 86% da área de drenagem dessa bacia e no seu território estão as
cabeceiras do rio Piranga, principal formador do rio Doce, juntamente com o rio do Carmo. Em função
de suas características físicas, a bacia do rio Doce é dividida em três áreas distintas:
Alto rio Doce: das nascentes até a confluência com o rio Piracicaba, afluente do rio Doce pela
margem esquerda, nas proximidades da cidade de Ipatinga, em Minas Gerais;
Médio rio Doce: da confluência com o rio Piracicaba até a divisa entre Minas Gerais e Espírito Santo,
nas proximidades da confluência com o rio Guandu no Espírito Santo;
Baixo rio Doce: da divisa entre Minas Gerais e Espírito Santo até a foz no Oceano Atlântico.
A bacia do rio Piracicaba, pertencente ao Médio Rio Doce, possui uma área de aproximadamente
6.000km2 e seus principais afluentes são: rio do Turvo, rio Una, rio do Machado, rio Santa Bárbara, rio
da Prata, rio do Peixe, e outros tantos córregos e ribeirões que formam uma rede de drenagem
distribuída por toda a bacia.
O rio Piracicaba nasce no município de Ouro Preto, nas proximidades da Serra do Caraça, a uma
altitude de 1.680m, deslocando-se na direção leste, tendo sua confluência com o rio Doce na cidade
de Ipatinga/MG, a uma altitude 210 m. A extensão do rio Piracicaba é de 241km, a largura do rio é
variável, chegando a sua foz com 120 m.
Em quase toda a extensão da bacia predomina a morfologia de canal com aspecto meandrante, à
exceção de alguns cursos de água que assumem o formato retilíneo na região do Quadrilátero
Ferrífero. O padrão de drenagem da bacia do rio Piracicaba assemelha-se ao tipo dentrítico, onde a
forma da drenagem é semelhante à distribuição dos galhos de uma árvore. Na região do Quadrilátero
Ferrífero onde os cursos de água assumem a morfologia retilínea, o padrão de drenagem se
caracteriza pela forma paralela, predominantemente.
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No âmbito da Área de Influência Indireta, a Pilha de Crista está inserida no contexto hidrográfico da
sub-bacia hidrográfica do rio Conceição. A Pilha de Crista está inserida em um divisor de águas das
bacias do rio Conceição e córrego Moinho do Olício, localmente conhecido por córrego do Sítio,
ambos pertencentes à bacia estadual do rio Piracicaba, tributário de segunda ordem da margem
esquerda do rio Doce (bacia federal). O córrego Moinho do Olício é afluente da margem esquerda do
córrego Caraça que, por sua vez, é afluente da margem direita do rio Conceição. Este, deságua no rio
Santa Bárbara, afluente direto da margem esquerda do rio Piracicaba.
As nascentes do rio Conceição estão localizadas na encosta oeste da Serra da Casa Nova, pertencente
ao conjunto da Serra do Caraça, em altitudes próximas a 1.700 m. Essas nascentes são representadas
pelos córregos da Cachoeira Alegre e da Paciência. Os principais afluentes do rio Conceição pela
margem esquerda são os córregos José Alves, João Gomes, Moinho, Horto do inglês, Baú, Sucupeba e
Onça; e pela margem direita, os córregos da Fazenda, do Rato, Roça de Dentro, Saracura, dos Lopes,
do Sapé, Cristina, Crista, Morcego e Caraça.
O córrego do Sítio ou córrego Moinho do Olício, tem suas nascentes a cota de 960 m, localizadas na
encosta noroeste da Serra do Caraça. Deságua no ribeirão Caraça nas proximidades do distrito de
Sumidouro – a aproximadamente 2 km a montante do lugarejo –, drenando segundo a direção SW-
NE, paralelamente ao rio Conceição.
O rio Conceição e o córrego Moinho do Olício possuem tributários com bacias de contribuição muito
íngremes e cujas nascentes se situam em pontos bastante elevados, em locais próximos à cumeeira da
região serrana, ao centro da AII. Apresentam, na AII do empreendimento, a direção SW-NE,
demonstrando controle estrutural. Os afluentes do rio Conceição contidos nos limites nas áreas de
estudo são os córregos Cristina e Crista, ao passo que, os tributários do córrego do Sítio inseridos nos
mesmos limites são os córregos Água Boa, Mutuca, Cachorro Bravo e Laranjeiras.
O córrego atualmente é formado por um canal principal, que drena segundo a direção SE-NW por
aproximadamente 460 metros até o dique existente, e um afluente da margem direita, cuja extensão é
de 330 m até a confluência com o canal principal.
Para a Ampliação da Pilha de Estéril de Crista serão colocados drenos de fundo no vale do córrego,
tanto no canal principal, como em seu afluente, e o dique existente será aterrado, tornando-se
necessária a construção de um novo dique a aproximadamente 65 m a jusante do dique atual.
Ressalta-se que a bacia de contribuição do cóerego Laranjeiras também integra a AID, uma vez que
uma pequena parcela da drenagem pucial da pilha irá verter para este corpo hídrico.
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Procurou-se avaliar a qualidade das águas no entorno das áreas afetadas pelas operações já exercidas
no local e que poderão ser influenciadas pelas atividades advindas da ampliação da pilha de estéril de
Crista. Para tanto, foram selecionados pontos de amostragem que constam do Programa de
Monitoramento de Águas Superficiais, executado pela AngloGold, comparando-os com os limites
estabelecidos pela legislação vigente. Visando ainda aprofundar o conhecimento da influência da
pilha de estéril na qualidade das águas superficiais do seu entorno, foi realizada uma caracterização
do efluente da drenagem da pilha de estéril de Crista, comparando os resultados com os limites
estabelecidos pela legislação ambiental.
Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 22a edição. (APHA, 1998), tópicos
1060A, B e C.
Ressalta-se que as análises foram relizadas pelo laboratório da Anglogold, que é certificado pelo
ISO/IEC 17.025, o qual estabelece requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e
calibração.
Para a caracterização da qualidade das águas superficiais da área de estudo foram selecionados
quatro pontos de monitoramento integrantes da malha de monitoramento executado pelo empresa:
dois deles localizados no rio Conceição, a montante e a jusante do empreendimento; um ponto
localizado no córrego Carvoaria Velha e um ponto localizado no córrego Laranjeiras. Todos os pontos
de monitoramento estão localizados na bacia do rio Conceição. Já para a caracterização do efluente
da pilha, utilizou-se um ponto de monitoramento no córrego Crista, na saída da sua drenagem de
fundo. A coleta e análise das amostras foram de responsabilidade do laboratório da AngloGold.
O mapa com a localização dos pontos de monitoramento é apresentado na Figura 8.3.22 – Pontos de
Amostragem de Água Superficial. Nos Quadros 8.3.9 a 8.3.10, a seguir, são apresentados as
coordenadas geográficas dos pontos selecionados e os parâmetros avaliados.
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
COORDENADAS
DESCRIÇÃO DO
LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICAS PARÂMETROS
PONTO
UTM
MCS01001 Acidez, Alumínio Dissolvido, Alcalinidade
rio Conceição - a 654314.00 m E Total, Arsênio Dissolvido, Arsênio Total, Cálcio,
montante do AID 7785908.00 m S Cloreto Total, Condutividade Elétrica, Cor
empreendimento Verdadeira, Cobre Dissolvido, Cobre Total,
DBO, DQO, Dureza Total, Ferro Dissolvido,
Manganês Dissolvido, Nitrogênio Amoniacal
MCS01014
Total, Níquel Total, Nitritos, Nitratos, Oxigênio
rio Conceição - a
659.362 E Dissolvido, Óleos e Graxas, Chumbo Total, pH,
jusante do AID
7.789.108N Sulfato Total, Sólidos Totais, Sólidos Totais
empreendimento
Dissolvidos, Sólidos Totais Suspensos,
Temperatura da Água, Turbidez, Zinco Total
Acidez, Alumínio Dissolvido, Alcalinidade
Total, Arsênio Dissolvido, Arsênio Total, Cálcio,
Cloreto Total, Condutividade Elétrica, Cor
Verdadeira, Cobre Dissolvido, Cobre Total,
MCS01008 - DBO, DQO, Dureza Total, Ferro Dissolvido,
657.462 E
córrego AID Manganês Dissolvido, Nitrogênio Amoniacal
7.786.209 N
Carvoaria Velha Total, Níquel Total, Nitritos, Nitratos, Oxigênio
Dissolvido, Óleos e Graxas, Chumbo Total, pH,
Sulfato Total, Sólidos Totais, Sólidos Totais
Dissolvidos, Sólidos Totais Suspensos,
Temperatura da Água, Turbidez, Zinco Total
Acidez, Alumínio Dissolvido, Alcalinidade
Totall, Arsênio Total, Cálcio, Cloreto Total,
Condutividade Elétrica, Cor Verdadeira, Cobre
Dissolvido, Cobre Total, DBO, DQO, Dureza
MCS01010 Total, Ferro Dissolvido, Manganês Dissolvido,
657.300 E
córrego AID Nitrogênio Amoniacal Total, Níquel Total,
7.786.160 N
Laranjeiras Nitritos, Nitratos, Oxigênio Dissolvido, Óleos e
Graxas, Chumbo Total, pH, Sulfato Total,
Sólidos Totais, Sólidos Totais Dissolvidos,
Sólidos Totais Suspensos, Temperatura da
Água, Turbidez, Zinco Total
COORDENADAS
DESCRIÇÃO DO
LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICAS PARÂMETROS
PONTO
UTM
Alumínio Dissolvido, Arsênio Dissolvido,
Arsênio Total, Condutividade Elétrica, Cor
Verdadeira, Cobre Total, Ferro Dissolvido, Ferro
MCS01015
Total, Manganês Dissolvido, Manganês Total,
Efluente do dique 656.391 E
ADA Níquel Total, Oxigênio Dissolvido, Óleos e
de finos existente 7.786.869 N
Graxas, Chumbo Total, pH, Sulfatos, Sólidos
no córrego Crista
Sedimentáveis, Sóldios Suspensos Totais,
Sóldios Dissolvidos Totais, Turbidez, Zinco
Total
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
Para avaliação da qualidade das águas superficiais os resultados dos monitoramentos foram
interpretados e comparados com padrões estabelecidos para corpos d’água Classe 1, conforme
estabelecido na Deliberação Normativa Conjunta COPAM/ CERH-MG nº 1/2008, que dispõe sobre a
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento. A utilização
desses padrões é baseada na Deliberação Normativa COPAM nº 09/1994, que dispõe sobre o
enquadramento da bacia do rio Piracicaba e classifica os trechos onde estão os pontos monitorados
como Classe 1. A caracterização dos efluentes do dreno de fundo da pilha também foi elaborada
utilizando-se os limites da Deliberação Normativa Conjunta COPAM/ CERH-MG nº 1/2008.
Nos Quadros 8.3.11 e 8.3.12, a seguir, são apresentados os limites definidos pela legislação de
referência adotada.
QUADRO 8.3.11 – LIMITES DEFINIDOS PELA DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM/CERH Nº 01/2008 PARA
CURSOS D’ÁGUA CLASSE 1
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
QUADRO 8.3.12– LIMITES DEFINIDOS PELA DELIBERAÇÃO NORMATIVA COPAM/CERH Nº 01/2008 PARA
LANÇAMENTO DE EFLUENTES
8.3.8.2. Resultados
Os resultados apresentados basearam-se nos dados gerados pelo Programa de Monitoramento de
Qualidade das Águas já realizado pela AngloGold em corpos hídricos da área da Mina de Córrego do
Sítio I. Para as amostragens de água superficial, as campanhas avaliadas neste diagnóstico ocorreram
em um período de 24 meses, compreendido entre abril de 2011 a março de 2013. Finalmente, para a
análise de efluentes líquidos, utilizou-se uma campanha de monitoramento realizada em março/2013.
A seguir serão apresentados os resultados das campanhas de amostragem a partir do corpo hídrico
avaliado.. Os principais parâmetros monitorados são apresentados de forma gráfica e seus resultados
são discutidos. Todos os resultados das amostragens foram compilados na forma de tabelas e são
apresentados em seguida
Dstaca-se que todos os resultados onde se apresentam o sinal “<” significa que os resultados
permaneceram abaixo dos limites de detecção dos métodos analíticos utilizados.
1Rio Conceição
Conforme demosntrado no Quadro 8.3.9, o rio Conceição foi avaliado em dois pontos distintos:
MCS01001 e MCS01014 localizados respectivamente a montante e a jusante de qualquer efluente
decorrente das atividades da Mina Córrego do Sìtio I.
Em se tratando do equilíbrio ácido-básico, pH, observa-se que as águas do rio Conceição, tendem a
neutralidade, considerando que os resultados das amostragens deste parâmetro permaneceram
dentro da faixa estabelecida pela Resolução COPAM Nº 01/08, sem variação signiticativa entre os
pontos a mostante e jusante da Mina Corrego do Sítio I.
281
0,0
5,0
10,0
mg/L UNT
abr/11
0,0
200,0
400,0
600,0
0,0
100,0
150,0
50,0
mai/11
abr/11 abr/11
jun/11
mai/11 mai/11
jul/11
MCS1001
jun/11 jun/11
ago/11
MCS1001
MCS1001
jul/11 jul/11
set/11
ago/11 ago/11
set/11 set/11 out/11
MCS1014
MCS1014
dez/11 dez/11 jan/12
jan/12 jan/12 fev/12
Limite Inferior COPAM/CERH 01/08 (6)
fev/12 fev/12
pH
mar/12
mar/12 mar/12 abr/12
abr/12 abr/12 mai/12
Turbidez (UNT)
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
jun/12 jun/12
jul/12
jul/12 jul/12
ago/12
ago/12 ago/12
set/12
set/12 set/12
out/12
out/12 out/12
nov/12
nov/12 nov/12
dez/12 dez/12 dez/12
Limite COPAM/CERH 01/08 (40 mg/L)
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
60,0
40,0
20,0 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8
0,0
nov/11
jul/11
nov/12
jul/12
set/11
fev/12
mar/12
set/12
fev/13
mar/13
jun/11
jun/12
dez/11
dez/12
abr/11
mai/11
ago/11
out/11
abr/12
mai/12
jan/12
ago/12
out/12
jan/13
MCS1001 MCS1014 Limite COPAM/CERH 01/08 (50 mg/L)
Os parâmetros cor verdadeira e turbidez são influenciados diretamente pela concentração dos sólidos
dissolvidos e suspensos. Na estado de Minas Gerais, é comum o aumento na concetração de sólidos
suspensos nas águas superficiais durante os meses de outubro a fevereiro. Isso ocorre devido ao
período de chuvas intensas que ocorrem nestas regiões, conforme pode ser observação pelos
resultados de janeiro/2011 em ambos os pontos de amostragem no rio Conceição. Estes resultados
influênciaram diretamente os valores de turbidez e cor verdadeira. Ressalta-se no entanto, que as
demias amostragem permaneceram de acordo com os limites estabelecidos pela legislação. Percebe-
se ainda que as atividades da Mina de Córrego do Sítio I, não interviram na qualidade das águas do rio
Conceição nestes parâmetros, uma vez que é nítida a alteração da mesma no ponto a montante do
empreendimento.
DBO (mg/L)
6,0
4,0
mg/L
2,0 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1
0,0
nov/11
jul/11
nov/12
jul/12
fev/12
mar/12
fev/13
mar/13
jun/11
set/11
jun/12
set/12
dez/11
dez/12
abr/11
mai/11
ago/11
out/11
abr/12
mai/12
jan/12
ago/12
out/12
jan/13
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
6,0
4,0
2,0
0,0
nov/11
jul/11
nov/12
jul/12
set/11
fev/12
mar/12
set/12
fev/13
mar/13
jun/11
jun/12
dez/11
dez/12
abr/11
mai/11
ago/11
out/11
abr/12
mai/12
jan/12
ago/12
out/12
jan/13
MCS1001 MCS1014 Limite COPAM/CERH 01/08 (6 mg/L)
A avaliação da Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO, retrata de maneira indireta, o teor de matéria
orgânica, sendo portanto, uma indicação do potencial de consumo de oxigênio dissolvido na água.
Durante a estabilização da matéria orgânica, as bactérias fazem uso do oxigênio, podendo vir a causar
uma redução de sua concentração no meio. A partir da análise dos gráficos representativos das
concentrações dos respectivos parâmetros, observa-se que os resultados n os pontos avaliados no rio
Conceição possuem a mesma curva o que reforça que a Mina Córrego do Sítio não modifica a
qualidade do corpo hídrico com relação à matéria orgânica e respeitam os limites estabelecidos para
a DBO e para o oxigênio dissolvido. Houve um pico no de julho/2011 no ponto a mostante da Mina de
Córego do Sítio I, o que refletiu em um leve aumento no ponto a jusante, nete último, sem ultrapassar
o limite.
0,3
0,2 <0,03 <0,03 <0,03 <0,03
<0,03 <0,03 <0,03 <0,03 <0,03 <0,03
0,1 <0,03 <0,03 <0,03
<0,03
0
nov/11
jul/11
nov/12
jul/12
fev/12
mar/12
fev/13
mar/13
jun/11
set/11
jun/12
set/12
dez/11
dez/12
abr/11
mai/11
ago/11
out/11
abr/12
mai/12
jan/12
ago/12
out/12
jan/13
281
mg/L mg/L mg/L
0
0,007
0,014
0
0,005
0,015
0,025
< 0,01
0,02
0,009
< 0,010
0,011
0,012
0,013
abr/11 abr/11 abr/11
mai/11 mai/11 mai/11
jun/11 jun/11 jun/11
MCS1001
jul/11 jul/11 jul/11
MCS1001
MCS1001
ago/11 ago/11 ago/11
set/11 set/11 set/11
out/11 out/11 out/11
nov/11 nov/11 nov/11
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
MCS1014
dez/11 dez/11 MCS1014 dez/11
MCS1014
jan/12 jan/12 jan/12
fev/12 fev/12 fev/12
mar/12 mar/12 mar/12
abr/12 abr/12 abr/12
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
Ferro
Zinco
dissolvido
total (mg/L)
(mg/L)
0,80
0,20
23,7
0,16
0,60
mg/L
0,12
0,40
0,08
0,20
0,04 < 0,01
0,00
0,00
nov/11
nov/11
jul/11
jul/11
nov/12
jul/12
set/11
set/11
fev/12
fev/12
mar/12
mar/12
set/12
fev/13
mar/13
jun/11
jun/11
jun/12
jun/12
dez/11
dez/11
dez/12
abr/11
abr/11
mai/11
mai/11
ago/11
ago/11
out/11
out/11
abr/12
abr/12
mai/12
mai/12
jan/12
jan/12
ago/12
out/12
jan/13
MCS1001
MCS1001 MCS1014
MCS1014 Limite
LimiteCOPAM/CERH
COPAM/CERH01/08
01/08(0,18
(0,3 mg/L)
mg/L)
0,40
0,20
0,00
mar/12
fev/13
mar/13
jun/11
set/11
nov/11
fev/12
jul/11
jun/12
set/12
nov/12
dez/11
jul/12
dez/12
mai/11
ago/11
mai/12
out/11
ago/12
jan/12
out/12
jan/13
abr/11
abr/12
Entre os metais e semimetais: alumínio dissolvido, arsênio total, cobre dissolvido, chumbo total,
zinco total e ferro dissolvido, os resultados permaneceram abaixo dos respectivos limites de detecção
dos métodos de amostragens empregados na maioria do casos. Algumas amostragens anômalas
ultrapassaram os limites, mas não podem ser consideradas significativas a partir da tendência história
apresentada para cada parâmetro.
Nitratos (mg/L)
12,50
10,00
mg/L
7,50
5,00
< 2,50
0,00
fev/12
mar/12
fev/13
mar/13
jun/11
set/11
nov/11
jul/11
jun/12
set/12
nov/12
jul/12
dez/11
dez/12
abr/11
mai/11
ago/11
out/11
abr/12
mai/12
ago/12
jan/12
out/12
jan/13
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
Nitritos (mg/L)
0,05
mg/L
0,04
0,03
0,02
< 0,01
0,00
nov/11
jul/11
nov/12
jul/12
set/11
fev/12
mar/12
set/12
fev/13
mar/13
jun/11
jun/12
dez/11
dez/12
abr/11
mai/11
ago/11
out/11
abr/12
mai/12
jan/12
ago/12
out/12
jan/13
MCS1001 MCS1014 Limite COPAM/CERH 01/08 (1 mg/L)
1,50
1,00
0,50 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1
0,00
fev/13
mar/13
jun/11
set/11
nov/11
fev/12
mar/12
jul/11
jun/12
set/12
nov/12
dez/11
jul/12
dez/12
mai/11
ago/11
mai/12
out/11
ago/12
jan/12
out/12
jan/13
abr/11
abr/12
A avaliação do nitrogênio foi realizada contemplando a concentração deste elemento como nitratos
(NO3-), nitritos (NO2-), e nitrogênio amoniacal. Observa-se a presença de amônia nos compostos
utilizados nas detonações de operações minerárias. O nitrogênio, nos processos bioquímicos de
conversão da amônia a nitrito e deste a nitrato, implica no consumo de oxigênio dissolvido do meio, o
que pode afetar a vida aquática (VON SPERLING, 2005). Observa-se, entretanto que em sua grande
maioria os resultados permaneceram inferiores aos limites dos métodos analiticos utilizados e
conseguentemente abaixo dos limies estabelecidos pela legislação.
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
Sulfatos (mg/L)
300,00
200,00
mg/L
100,00
<5
0,00
nov/11
jul/11
nov/12
jul/12
set/11
fev/12
mar/12
set/12
fev/13
mar/13
jun/11
jun/12
dez/11
dez/12
abr/11
mai/11
ago/11
out/11
abr/12
mai/12
jan/12
ago/12
out/12
jan/13
MCS1001 MCS1014 Limite COPAM/CERH 01/08 (250 mg/L)
Os compostos sulfatos são avaliados geralmente com vistas a identificar potenciais contribuições de
fontes com enxofre em sua composição. Conforme pode ser visto no gráfico apresentado, a maioria
dos resultados permaneceu abaixo do limite de detecção (5mg/L), com uma pequena variação no
ponto MCS01014, a jusante da Mina Córrego do Sítio I dentre os meses de outubro/2012 a março/13,
mas que não aferiu em descumprimento dos padrões.
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
pH
10,0
5,0
0,0
set/11
nov/11
set/12
jul/11
nov/12
jul/12
fev/12
mar/12
fev/13
mar/13
jun/11
jun/12
dez/11
dez/12
abr/11
mai/11
ago/11
out/11
abr/12
mai/12
jan/12
ago/12
out/12
jan/13
1008 1010
Limite Inferior COPAM/CERH 01/08 (6) Limite Superior COPAM/CERH 01/08 (9)
Com relação ao pH, através dos resultados apresentados, observa-se que as águas do córrego
Laranjeiras no ponto MCS01010 possuem uma leve tendência a características ácidas, enquanto o
córrego Carvoaria Velha permanece em uma faixa de neutralidade.
Turbidez (mg/L)
300,0
200,0
mg/L
100,0
<0,5
0,0
fev/13
mar/13
jun/11
set/11
fev/12
mar/12
nov/11
jul/11
jun/12
set/12
nov/12
dez/11
jul/12
dez/12
mai/11
ago/11
mai/12
out/11
ago/12
jan/12
out/12
jan/13
abr/11
abr/12
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
50
40
30
20
< 10
0
fev/12
mar/12
fev/13
mar/13
jun/11
set/11
nov/11
jul/11
jun/12
set/12
nov/12
dez/11
jul/12
dez/12
mai/11
ago/11
mai/12
out/11
ago/12
jan/12
out/12
jan/13
abr/11
abr/12
1008 1010 Limite COPAM 01/08 (75 mg pt/L)
200,0
0,0
mar/12
fev/13
mar/13
jun/11
set/11
fev/12
nov/11
jul/11
jun/12
set/12
nov/12
jul/12
mai/11
ago/11
mai/12
ago/12
dez/11
dez/12
abr/11
out/11
abr/12
jan/12
out/12
jan/13
1008 1010 Limite COPAM/CERH 01/08 (500 mg/L)
20,0 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8 <8
<8
0,0
nov/11
jul/11
nov/12
jul/12
fev/12
mar/12
fev/13
mar/13
jun/11
set/11
jun/12
set/12
dez/11
dez/12
abr/11
mai/11
ago/11
out/11
abr/12
mai/12
jan/12
ago/12
out/12
jan/13
Comforme discutido anteriormente existe uma relação direta entre os parâmetros turbidez, cor
verdadeira e as variações de sólidos. Neste caso, verifica-se que em todas os resultados acima do
padrão para turbidez, são corroborados pelos valores encontrados para sólidos suspensos. As
concentrações de cor verdadeira, permaneceram abaixo do limite de detecção do método analítico
utilizado em grande parte das amostragens, excedendo ao padrão de 75mg Pt/L somente no mês
novembro/2011 no córrego Laranjeiras (Ponto MCS01010).
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
DBO (mg/L)
8,0
6,0
mg/L
4,0
2,0
<1,0
0,0
jun/11
set/11
fev/12
mar/12
fev/13
mar/13
nov/11
jul/11
jun/12
set/12
nov/12
jul/12
dez/11
dez/12
abr/11
mai/11
ago/11
out/11
abr/12
mai/12
ago/12
jan/12
out/12
jan/13
1008 1010 Limite COPAM/CERH 01/08 (3,0 mg/L)
6,0
4,0
2,0
0,0
nov/11
nov/12
jul/11
jul/12
set/11
fev/12
mar/12
set/12
fev/13
mar/13
jun/11
jun/12
dez/11
dez/12
abr/11
mai/11
ago/11
mai/12
out/11
abr/12
ago/12
jan/12
out/12
jan/13
1008 1010 Limite COPAM/CERH 01/08 (6 mg/L)
Para a DBO e oxigênio dissolvido, os resultados obtidos foram satisfatórios ou seja permaneceram de
acordo com os respectivos limites estabelecidos pela legilação estadual. Observa-se no entanto, um
pico em ambos os córregos com referência à DBO no mês de julho/2011.
0,3
0,2
0,1 <0,03<0,03 <0,03 <0,03<0,03 <0,03 <0,03 <0,03<0,03
0
jun/11
set/11
fev/12
mar/12
nov/11
set/12
fev/13
mar/13
jul/11
jun/12
nov/12
dez/11
jul/12
dez/12
abr/11
mai/11
ago/11
out/11
abr/12
mai/12
jan/12
ago/12
out/12
jan/13
281
mg/L
mg/L mg/L
0
< 0,007
0,014
0,021
0,000
0,005
< 0,010
0,015
0
0,005
0,015
0,025
< 0,01
abr/11 abr/11 abr/11 0,02
mai/11 mai/11 mai/11
jun/11 jun/11 jun/11
1008
jul/11 jul/11 jul/11
1008
1008
ago/11 ago/11 ago/11
set/11 set/11 set/11
out/11 out/11 out/11
1010
nov/11 nov/11 nov/11
1010
1010
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
0,12
0,08
0,04 < 0,01
0,00
set/11
nov/11
set/12
jul/11
nov/12
jul/12
fev/12
mar/12
fev/13
mar/13
jun/11
jun/12
dez/11
dez/12
abr/11
mai/11
ago/11
out/11
abr/12
mai/12
jan/12
ago/12
out/12
jan/13
1008 1010 Limite COPAM/CERH 01/08 (0,18 mg/L)
0,30
0,20
0,10
0,00
nov/11
nov/12
jul/11
jul/12
set/11
fev/12
mar/12
set/12
fev/13
mar/13
jun/11
jun/12
dez/11
dez/12
abr/11
mai/11
ago/11
mai/12
out/11
abr/12
ago/12
jan/12
out/12
jan/13
1008 1010 Limite COPAM/CERH 01/08 (0,3 mg/L)
É importante reforçar que a grande maioria dos resultados obtidos para todos os metais e semimetais
avaliados, a exceção do ferro dissolvido, permaneceram inferiores aos limites de detecção dos
metodos de amotragens utilizados e conseguentemente de acordo com os padrões ambientais.
Observa-se alguns picos acima dos respectivos limites, no entanto a curva evolutiva apresentada não
representa nenhuma tendência a redução da qualidade. Com relação ao ferro, este metal é
comumente encontrado na região, assim sendo, a sua ocorrência na forma dissolvida é considerada
natural.
281
mg/L mg/L mg/L
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
0,00
< 0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,00
< 2,50
5,00
7,50
10,00
12,50
abr/11 abr/11
abr/11
mai/11 mai/11
<0,1<0,1
mai/11
jun/11 jun/11
jun/11
jul/11 jul/11
1008
1008
jul/11
1008
ago/11 ago/11 ago/11
set/11 set/11 set/11
out/11 out/11 out/11
1010
1010
nov/11 nov/11
1010
nov/11
<0,1<0,1<0,1<0,1<0,1
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
<0,1<0,1<0,1<0,1
Limite COPAM/CERH 01/08 (1 mg/L)
nov/12 nov/12
Limite COPAM/CERH 01/08 (10 mg/L)
nov/12
<0,1
jan/13 jan/13 jan/13
fev/13 fev/13 fev/13
mar/13 mar/13 mar/13
<0,1<0,1
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
Conforme já mencionado, a presenção de nitrogênio nas águas é uma forma de avaliar possiveis
contribuições das atividades de detonações das atividades minerárias. Observa-se no entanto que os
resultadoa apresentados demosntram que estes compostos não são comumente encontrados nas dos
córregos Carvoaria Velha e Laranjeiras, localizados no interior da Mina Córrego do Sítio I.
Sulfatos (mg/L)
300,00
200,00
mg/L
100,00
<5
0,00
fev/12
mar/12
fev/13
mar/13
jun/11
set/11
jul/11
nov/11
jun/12
set/12
jul/12
nov/12
mai/11
ago/11
mai/12
ago/12
dez/11
dez/12
abr/11
out/11
abr/12
jan/12
out/12
jan/13
1008 1010 Limite COPAM/CERH 01/08 (250 mg/L)
Conforme pode ser visto no gráfico apresentado, a maioria dos resultados permaneceu abaixo do
limite de detecção (5mg/L) nos dois córregos.
281
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Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
281
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1Conclusões
Após análise dos resultados das campanhas de monitoramento da qualidade das águas superficiais e
da drenagem da pilha, na área do projeto de Ampliação da Pilha de Estéril de Crista, foi constatado
que, de uma maneira geral, os parâmetros analisados encontraram-se em conformidade com os
limites legais estabelecidos pela legislação ambiental. Verificou-se que na maioria da vezes em que
foram detectados parâmetros com concentrações em desconformidade com os limites estabelecidos
pela legislação, o número de resultados quanto as concentrações demonstraram valores baixos,
sendo esses justificados basicamente pela variação pluviométrica.
281
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8.3.9. Qualidade do ar
8.3.9.1. Metodologia
A qualidade do ar no entorno da área do projeto de Ampliação da Pilha de Estéril de Crista foi avaliada
através do levantamento das concentrações de partículas totais em suspensão (PTS).
As coletas foram realizadas pelo laboratório Ecoar Monitoramento Ambiental Ltda., no período
compreendido entre 29 de abril de 2012 e 27 de fevereiro de 2013, com duração de 24 horas
ininterruptas para cada coleta, considerando a periodicidade trimestral em cada ponto. Foi utilizado
um amostrador de grande volume (HI-VOL), com registro contínuo de vazão e previamente calibrado,
para a medição das concentrações de PTS.
US EPA Reference Method for the Determination of Particulate Matter in the Atmosphere, contido no
Federal Register 40 CFR 50, Appendix B.
US EPA Guideline for Reporting of Daily Air Quality - Pollutant Standards Index (PSI).
COORDENADAS GEOGRÁFICAS
PONTO LOCALIZAÇÃO
UTM
655.482E
PT-01 Casa Dona Maria da Conceição
7.786.892 N
658.365 E
PT-02 Casa do Sr. Zeca
7.785.465 N
659.904 E
PT-03 Rodovia Caraça Km 809
7.787.623 N
Fonte: AngloGold, 2013.
281
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281
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Tendo em vista que o estado de Minas Gerais não possui uma legislação específica para definição das
áreas onde deverão ser aplicados os padrões secundários, serão considerados neste estudo os
padrões primários de qualidade do ar estabelecidos de acordo com a legislação federal. Os padrões
definidos pela Resolução CONAMA nº03/1990 são apresentados no Quadro 8.3.19, a seguir.
8.3.9.2. Resultados
Os resultados das amostragens de qualidade do ar foram compilados na forma de quadro e são
apresentados a seguir.
QUADRO 8.3.20. – RESULTADOS DO MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR – PTS
281
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Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
Considerando as emissões sonoras geradas nas atividades atualmente existentes na área do projeto,
utilizou-se como parâmetro o Nível Equivalente Contínuo (Leq), um índice de referência de ruído que,
emitido de forma constante, apresenta a mesma energia da fonte medida na prática. Os seguintes
parâmetros foram também contemplados:
L90: nível de ruído ultrapassado em 90% do tempo, considerado como “ruído de fundo”;
L10: nível de ruído ultrapassado em 10% do tempo considerado nível sonoro máximo,
desconsiderando os picos isolados.
A Figura 8.3.24 – Pontos de Amostragem de Ruído Ambiental apresenta a localização dos pontos de
monitoramento de ruído ambiental. No Quadro 8.3.21 são listados os pontos de monitoramento e as
suas coordenadas geográficas.
QUADRO 8.3.21 - DESCRIÇÃO DOS PONTOS UTILIZADOS PARA MEDIÇÃO DOS NÍVEIS DE RUÍDO
PONTO DE COORDENADAS
LOCALIZAÇÃO DATA DA AMOSTRAGEM
MONITORAMENTO GEOGRÁFICAS UTM
658.410 E
Ponto 1 Fazenda Paraíso
7.785.513 N
654.697 E
Ponto 2 Portaria 23 de janeiro de 2013
7.786.221 N
655.266 E Residência da Sra. Maria
Ponto 3
7.786.819 N das Dores Cunha
Fonte: AngloGold Ashanti, 2013.
281
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281
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A legislação vigente sobre os níveis de ruído no âmbito federal é a Resolução CONAMA n°01/1990,
que determina os valores máximos estipulados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT,
de acordo com critérios estabelecidos na norma técnica NBR 10.151/2000 – “Avaliação do Ruído em
Áreas Habitadas, visando ao Conforto da Comunidade”, para ruídos emitidos em decorrência de
quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas.
A referida norma técnica (ABNT NBR 10.151/2000) considera recomendáveis, para conforto acústico,
os níveis máximos de ruído externo apresentados no Quadro 8.3.22, a seguir.
Para o presente estudo, adotaram-se para avaliação dos níveis de ruído com os limites federais a
categoria “Áreas de sítios e fazendas”, para os Pontos 1 e 3, e “Área estritamente industrial” para o
Ponto 2.
No caso do Estado de Minas Gerais, a Lei nº 10.100/1990 estabelece os níveis máximos de ruído
admitidos e apresenta valores menos restritivos que os determinados pela Resolução CONAMA
n°01/1990. Segundo essa Resolução, consideram-se prejudiciais à saúde, à segurança ou ao sossego
públicos quaisquer ruídos que:
atinjam, no ambiente exterior do recinto em que têm origem, nível de som superior a 10dB(A), acima
do ruído de fundo existente no local, sem tráfego;
explicitado o horário noturno como aquele compreendido entre 22h e 6h, se outro não estiver
estabelecido na legislação municipal pertinente.
8.3.10.2. Resultados
O relatório contendo os resultados das campanhas de monitoramento de ruído nos pontos avaliados
é apresentado no Anexo 06 deste documento. Os Quadros 8.3.23 e 8.3.24, a seguir, resumem os
resultados em cada ponto, dentro dos períodos de análise considerados.
281
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Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
PONTO DE RESULTADO DO
DATA / HORÁRIO DAS MEDIÇÕES
MONITORAMENTO MONITORAMENTO DB(A)
Início: 23/01/13 – 14:44h
Ponto 1 43
Término: 23/01/13 – 14:54h
Início: 23/01/13 – 15:24h
Ponto 2 62
Término: 23/01/13 – 15:34h
Início: 23/01/13 – 15:10h
Ponto 3 58
Término: 23/01/13 – 15:20h
PONTO DE RESULTADO DO
DATA / HORÁRIO DAS MEDIÇÕES
MONITORAMENTO MONITORAMENTO DB(A)
Início: 23/01/13 – 22:19h
Ponto 1 42
Término: 23/01/13 – 14:54h
Início: 23/01/13 – 23:13h
Ponto 2 43
Término: 23/01/13 – 23:23h
Início: 23/01/13 – 22:50h
Ponto 3 42
Término: 23/01/13 – 23:00h
281
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Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
Após os trabalhos de campo, ocorreram reuniões de coordenação com as diferentes equipes para a
definição dos limites das áreas de influência do empreendimento e, por fim, foram elaborados os
diagnósticos específicos de cada tema, as análises dos impactos e as proposições das medidas de
controle, mitigação e monitoramento ambiental consideradas adequadas diante da implantação e
operação da Ampliação da Pilha de Ésteril de Crista.
Para a definição das áreas de influência e elaboração dos diagnósticos ambientais do meio biótico,
foram utilizadas as mesmas fontes listadas nos itens 7 e 8.1, que incluem imagens de satélite e bases
cartográficas do IBGE.
Apesar da perda expressiva de habitat, a Mata Atlântica ainda abriga uma parcela significativa da
diversidade biológica do Brasil com altos níveis de endemismo. As estimativas indicam que o bioma
possui, aproximadamente, 2.300 espécies de vertebrados e 15.782 espécies de plantas. Estima-se que
aproximadamente 740 espécies de vertebrados e 7.155 espécies de plantas sejam endêmicas, o que
representa, respectivamente, 32% e 45% do total de espécies desses grupos no bioma (Mittermeier et
al., 2004; Fonseca et al., 2004; Stehmann et al., 2009).
281
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Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
Minas Gerais ainda apresenta remanescentes do que foi uma extensa faixa de florestas pertencentes
ao domínio da Mata Atlântica, atualmente reduzida à cerca de 4% de sua cobertura original (Costa et
al., 1998). Como resultado de fortes pressões econômicas e sociais, essas áreas florestais estão cada
vez mais fragmentadas e perturbadas, formando conjuntos isolados, que podem comprometer a
sobrevivência das populações das espécies vegetais e animais (Myers, 1997).
Assim, foi criada em 1994 a Área de Proteção Ambiental ao Sul da Região Metropolitana de Belo
Horizonte (APA-Sul RMBH), entre municípios de Barão de Cocais, Belo Horizonte, Brumadinho, Caeté,
Catas Altas, Ibirité, Itabirito, Mário Campos, Nova Lima, Raposos, Rio Acima, Santa Bárbara e Sarzedo
(Decreto n° 35.624/1994, regulamentado pela Lei Estadual no13.960/2001), abrangendo, desta forma,
os limites do empreendimento.
A região da APA-Sul RMBH é compreendida por parte das bacias dos rios Paraopeba, das Velhas e
Doce e está localizada em área coberta por Floresta Estacional Semidecidual e encraves de Cerrado e
Campo. Pouco se conhece sobre a diversidade biológica da APA-Sul RMBH, que foi incluída nas
prioridades para conservação da biodiversidade do estado de Minas Gerais, devido ao alto grau de
endemismo de plantas e animais e às constantes pressões de desmatamento, expansão urbana,
mineração e turismo na região (Costa et al.,1998; Drummond et al., 2005).
A serra do Caraça situa-se na porção meriodional da Cadeia do Espinhaço, numa área considerada de
alta importância para a conservação da avifauna da Mata Atlântica (Bencke et al., 2006; Alves et al.,
2007; Vasconcelos, 2009). Durante mais de um século, naturalistas europeus e brasileiros desbravaram
essa porção do território de Minas Gerais em busca de informações sobre a diversidade biológica
(Vasconcelos; Melo-Júnior, 2001). A RPPN Caraça constitui uma área de preservação ambiental com
fitofisionomias típicas dessa região, compreendendo uma área de 10.188ha (Camargos, 2001) de uma
riqueza valiosa em termos de representantes da flora e fauna de campos rupestres e Mata Atlântica
(Stattersfield et al., 1998; Vasconcelos; Melo-Júnior, 2001). Essa região possui um mosaico de
formações vegetacionais encontrados em habitat típico de campos de altitude e campos rupestres
(Vasconcelos, 2009).
A Cadeia do Espinhaço compreende um conjunto de serras localizadas nos estados de Minas Gerais e
Bahia (Derby, 1966; Harley; 1995). Na região existem várias espécies endêmicas de plantas e de
animais, de modo que a Cadeia do Espinhaço foi considerada um centro de diversidade vegetal pela
WWF/IUCN (Davis et al., 1997), incluída na lista da World Wildlife Funds’ Global 200 (WWF, 1997) e nas
áreas de endemismo de aves da BirdLife International (Stattersfield et al., 1998). Ela também foi
indicada como área de importância especial para conservação da biodiversidade em Minas Gerais
(Drummond et al., 2005), consistindo em uma área de extrema importância biológica para
conservação da biodiversidade do Cerrado (MMA et al., 1999) e da Mata Atlântica (Conservation
International et al., 2000).
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
A porção meridional desse complexo montanhoso é conhecida por Quadrilátero Ferrífero, onde
ocorre uma grande variedade de habitat, devido, principalmente, ao fato de estar em uma zona de
contato entre os biomas da Mata Atlântica e do Cerrado, com a ocorrência de espécies de aves
endêmicas a ambas formações (Vasconcelos et al,. 1999). Destaca-se, ainda, que o Cerrado e a Mata
Atlântica estão incluídos entre os 25 hotspots mundiais, definidos como áreas que abrigam extrema
diversidade biológica e que, ao mesmo tempo, encontram-se entre as mais ameaçadas do planeta
(Mittermeier et al., 1999). Além disso, o Quadrilátero Ferrífero também é considerado como uma área
especial para a conservação da biodiversidade em Minas Gerais (Drummond et al., 2005).
Nesse contexto, encontra-se a região minerária da bacia do rio Santa Bárbara, afluente do rio
Piracicaba, principal afluente do rio Doce. Em 1949, o município de Santa Bárbara foi o principal
produtor de carvão vegetal para abastecimento das usinas siderúrgicas da região. As estradas de ferro
foram também grandes consumidoras das florestas originais e capoeiras da bacia do rio Doce
(Strauch, 1955). Hoje, predominam na região formações secundárias originadas após exploração da
Floresta Estacional Semidecidual, uma das principais fitofisionomias do Bioma Mata Atlântica.
Ao longo dos anos a Sete Soluções e Tecnologia Ambiental LTDA. vem desenvolvendo diversos
estudos ambientais (EIAs-RIMAs, PCAs, PUPs e outros) nas unidades de Córrego do Sítio I e II e, dentre
os principais estudos que contribuíram para o conhecimento da fauna terrestre e aquática presentes
nas respectivas unidades, cita-se:
Durante os estudos citados, foram realizadas várias campanhas para inventário faunístico
compreendendo os períodos seco e úmido do ano, conforme demonstrado no Quadro 8.4.1 a seguir.
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
QUADRO 8.4.1 – SÍNTESE DOS ESTUDOS JÁ REALIZADOS NAS UNIDADES DE CÓRREGO DO SÍTIO I E II E PERÍODOS DE AMOSTRAGEM PARA CADA GRUPO
281
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Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
Outro aspecto regional a se destacar é homogeneidade em relação à cobertura vegetal presente nas
unidades de Córrego do Sítio I e II, sendo em grande parte, representada por áreas florestadas
(Floresta Estacional Semidecidual em diversos estágios de regeneração). Além da Floresta Estacional
Semidecidual, podem ser observados trechos com predominância de Candeia além de áreas
antropizadas, decorrentes da própria atividade de mineração. Esta região caracteriza-se com um dos
mais importantes blocos florestais de Mata Atlântica do estado de Minas Gerais, compreendendo
remanescentes situados na RPPN Caraça, Serra da Gandarela e nos municípios de Santa Bárbara, Barão
de Cocais, Caeté, Nova Lima e Raposos.
Em termos numéricos, foram registradas para as unidades de Córrego do Sítio I e II, nos estudos
desenvolvidos, 244 espécies de aves, 31 espécies de mamíferos (pequenos mamíferos não voadores /
mamíferos de médio e grande porte), 28 espécies de anfíbios, 03 espécies de répteis e 19 espécies de
peixes. Desta forma, pode-se dizer que, a região de inserção das Unidades de Córrego do Sítio I e II
compreende uma das mais bem conhecidas em termos faunísticos do estado de Minas Gerais.
Em relação a espacialização dos pontos de amostragem realizados nos estudos desenvolvidos nas
unidades da AngloGold Ashanti mencionadas anteriormente no Quadro 8.4.1, os mesmos encontram-
se espacializados em praticamente todo o limite das propriedades, propiciando assim o correto
entendimento da dinâmica e distribuição das espécies diagnosticadas nestas unidades (Desenhos 06
a 09 do Anexo 10).
Grande parte dos estudos já desenvolvidos apresentam áreas de influência coincidentes entre objetos
distintos de licenciamento, englobando e contendo pontos de amostragem inclusive, na ADA e AID
do presente estudo – Ampliação da Pilha de Ésteril de Crista (Desenhos 06 a 09 do Anexo 10).
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
Ressalta-se que, a avaliação dos impactos ambientais do presente estudo leva em consideração todos
os dados faunísticos já obtidos em estudos anteriores, tais como, espécies raras, endêmicas e
ameaçadas de extinção, inclusive na definição da magnitude dos impactos diagnosticados para o
presente empreendimento. Esta diretriz justifica-se em função da heterogeneidade da cobertura
vegetal observada, fazendo com que todas as espécies já conhecidas para estas unidades, sejam elas
comuns, raras, endêmicas e/ou ameaçadas de extinção, por mais que não tenham sido registradas nas
campanhas específicas do presente estudo, apresentem elevado potencial de utilização dos
remanescentes localizados nas Áreas Diretamente Afetada (ADA) e de Influência Direta (AID) do
empreendimento em pauta.
8.4.3. Vegetação
8.4.3.1. Metodologia
Os estudos da vegetação influenciada pela Ampliação da Pilha de Ésteril de Crista iniciaram-se com
análise de imagem de satélite na escala 1:10.000, com a sobreposição do layout do projeto e, pesquisa
bibliográfica sobre a região de inserção do empreendimento, em especial sobre a cobertura vegetal,
relevo e uso do solo.
A avaliação da cobertura vegetal teve como objetivo permitir uma abordagem quali-quantitativa da
cobertura vegetal presente e, para tal, foram feitas análises do ponto de vista florístico, fitofisionômico
e fitossociológico.
Ao longo dos remanescentes de vegetação presente buscou-se avaliar aspectos como estágio de
regeneração, conectividade e potencial como habitat e suporte alimentar para a fauna silvestre. A
avaliação da estrutura e do grau de conservação se baseou em parâmetros como estrutura vertical e
horizontal, adensamento do dossel, tipo de manejo e evidências de usos antropogênicos como
queimadas, corte seletivo e cultivo.
1Levantamento Florístico
O levantamento florístico é um dos estudos iniciais e necessários para o conhecimento da flora de
determinada área que implica na produção de uma lista das espécies ali encontradas e contribui para
o estudo dos demais atributos da comunidade (Martins, 1990). Sua elaboração é importante para a
indicação do grau de conservação dos táxons, bem como da área inventariada (Guedes-Bruni et al.
2002). O conhecimento sobre as Florestas Tropicais desempenha papel fundamental na elaboração de
estratégias mundiais para a conservação da biodiversidade.
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
Os nomes das espécies vegetais foram organizados em uma planilha do programa Excel, aos quais
foram acrescidos dados referentes ao porte, família botânica e, quando conhecido, nome popular. Os
táxons no nível de família seguem aqueles propostos na classificação do Angiosperm Phylogeny Group
(APG III, 2009) e os nomes dos autores das espécies são citados de acordo com Brummitt e Powell
(1992). Para a conferência de nomenclatura foi utilizada a Lista de Espécies da Flora do Brasil
disponível em (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2013/). A terminologia morfológica adotada foi baseada
na proposta pelo IBGE (1992), na qual foram consideradas como árvores as espécies lenhosas,
geralmente maiores que dois metros, com tronco definido e sem ramos na parte inferior e, como
arbustos as plantas lenhosas, sem tronco definido e com ramificação desde a base e ervas as espécies
não lenhosas.
Foi investigada ainda a presença de espécies raras, endêmicas e/ou ameaçadas de extinção por meio
de consulta à Lista das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção (Instrução Normativa
IBAMA 6/2008) e à Lista das Espécies da Flora Ameaçada de Extinção do Estado de Minas Gerais
(Fundação Biodiversitas, 2007). A última lista configura um banco de dados que contempla inúmeras
espécies raras, endêmicas, vulneráveis ou ameaçadas de extinção e, embora não se trate de uma lista
oficialmente reconhecida, é amplamente utilizada por pesquisadores.
1Levantamento Fitossociológico
A fitossociologia é uma das ferramentas utilizadas para a caracterização da diversidade biológica e da
estrutura das espécies num determinado ecossistema. O estudo fitossociológico fornece informações
sobre a estrutura da comunidade de uma determinada área, além de possíveis afinidades entre
espécies ou grupos de espécies, acrescentando dados quantitativos a respeito da estrutura da
vegetação (Silva et al., 2002).
Através da análise da estrutura da floresta, pode-se verificar como as espécies estão distribuídas em
todo o fragmento e também em seus diferentes estratos. Para a descrição da estrutura horizontal da
floresta, foram calculados os parâmetros fitossociológicos de densidade relativa (DR), frequência
relativa (FR), dominância relativa (DoR), valor de cobertura relativo (VC%) e índice de valor de
importância relativo (VI%) - Quadro 8.4.2. Calculou-se ainda o índice de diversidade de Shannon (H’) e
a equabilidade (J).
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Para a coleta de dados fitossociológicos no fragmento florestal existente na ADA, utilizou-se o método
de parcelas (Mueller-Dombois & Ellenberg, 1974), onde foram alocadas sete parcelas de 300m²
(10x30m) e mensurados todos os indivíduos arbóreos com circunferência à altura do peito (CAP),
medida a 1,30m acima do solo, igual ou superior a 15,7cm, tomando-se ainda as suas medidas de
altura comercial e altura total (Fotos 8.4.1 e 8.4.2).
As árvores mortas em pé também foram aferidas, todavia, devido à ausência de material botânico, não
foi possível realizar sua identificação, sendo apresentadas como pertencentes a um mesmo grupo
denominado “mortas”.
Legenda: ni - número de indivíduos arbóreos amostrados da i-ésima espécie florestal; A – área total amostrada em hectare; AB – área basal em m²;
ui- número de unidades de amostra nas quais se encontra a i-ésima espécie; ut- número total de unidades de amostra.
PARÂMETROS DA ESTRUTURA HORIZONTAL EQUAÇÕES
∗
Área Seccional (AS)
40.000
n
Área Basal (AB) AB gi
i 1
DAi
DR i S
100
Densidade Relativa (DR%)
DA
i 1
i
AB i
DoR i S
100
Dominância Relativa (DoR%)
AB
i 1
i
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DR i DoR i
Valor de Cobertura (VC%) VC i
2
DR DoR FR
Índice de Valor de Importância (VI%) VI i (%)
3
Foram alocadas na Área Diretamente Afetada (ADA) 12 parcelas, compondo uma área amostral total
de 0,36ha. Para a localização das parcelas em campo, elas tiveram seu eixo central marcado com fita
zebrada e as suas coordenadas geográficas anotadas.
O Quadro 8.4.3 a seguir apresenta o número de parcelas lançadas em cada fragmento da ADA e as
suas coordenadas geográficas e o Desenho 10 - Parcelas do Inventário florestal e fitossociologia,
Anexo 10 mostra a localização de cada parcela ao longo da área.
Legenda: Sistema de Projeção = UTM (Universal Transverse Mercator); Datum = SAD 69, Fuso 23K
COORDENADAS GEOGRÁFICAS
PARCELA INÍCIO DA PARCELA FIM DA PARCELA
UTM X UTM Y UTM X UTM Y
1 656959,9 7786866 656968,6 7786852
2 656509,6 7786863 656507,7 7786832
3 656897,1 7786701 656869,5 7786712
4 656888,6 7786757 656874,6 7786772
5 656719,5 7786780 656710,7 7786810
6 656763,6 7786743 656783,5 7786728
7 656730,2 7786691 656733,6 7786718
8 656835,1 7786696 656848,1 7786671
9 656922,6 7786888 656911,8 7786865
10 656773 7786923 656750,5 7786929
11 656535,4 7786924 656522,2 7786943
12 656965 7786906 656988,6 7786898
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A supressão de alguns trechos no entorno da área para implantação de estradas de acesso, linha de
transmissão e para exploração mineral, causou alterações na estrutura florestal local deixando-a em
contato com áreas abertas e, portanto, expostos aos ventos e à penetração de luz e calor. Tais efeitos
de borda são responsáveis por mudanças no microclima, na estrutura e nos processos dinâmicos da
vegetação decorrentes da fragmentação, favorecendo o estabelecimento de espécies características
de áreas abertas, capazes de competir com as espécies nativas e alterar as características naturais do
ambiente.
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Próximo a essas áreas, a cobertura vegetal encontra-se alterada e influenciada pelos efeitos de borda,
predominando espécies pioneiras. Os impactos da supressão nesses locais foram significativos, e a
vegetação encontra-se em processo de recuperação. Espécies de trepadeiras e cipós, como Serjania
lethalis, são encontradas em abundância nestas áreas, assim como as herbáceas Bidens brasiliensis e
Emilia sp.
Em direção ás porções mais interioranas do fragmento, ainda com sinais de interferências, a vegetação
se apresenta mais estruturada, com melhor desenvolvimento de plântulas no sub-bosque
principalmente de espécies secundárias e clímax como jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra) e o
jequitibá (Cariniana estrellensis). No estrato arbóreo, destacaram-se a sangra-d’água (Croton
urucurana), o pombeiro (Tapirira obtusa), Endlicheria paniculata, a pata-de-vaca (Bauhinia cf. forficata) e
o ingá (Inga cylindrica).
FOTO 8.4.3: Aspecto geral do Fragmento de Floresta FOTO 8.4.4: Aspecto do interior do fragmento de Floresta
Estacional Semidecidual em estágio médio de Estacional Semidecidual em estágio médio de regeneração na
regeneração na ADA da Ampliação da Pilha de Ésteril ADA da Ampliação da Pilha de Ésteril de Crista.
de Crista.
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1Solo exposto
Totalizando cerca de 17% da ADA, são considerados nesta categoria os locais submetidos à
interferência antrópica que tiveram a sua cobertura vegetal original totalmente suprimida e
encontram-se atualmente com solo desnudo. Compreendem as estradas de acesso não pavimentadas
e áreas de exploração mineral, constituindo ambientes atualmente inexpressivos do ponto de vista da
conservação, por serem desprovidos de espécies vegetais silvestres (Foto 8.4.6).
Foto: Felipe Pena
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As famílias com o maior número de representantes foram Fabaceae com 24 espécies, seguida por
Myrtaceae com 13. Lauraceae apresentou oito espécies, Asteraceae, Rubiaceae e Salicaceae cinco cada
uma; com quatro espécies foram registradas as famílias Euphorbiaceae, Melastomataceae e
Sapindaceae. Dado o caráter predominantemente florestal da vegetação da ADA e AID, a maioria das
espécies identificadas é de porte arbóreo.
Dentre as espécies encontradas apenas duas estão incluídas em pelo menos uma das listas de
espécies ameaçadas de extinção consultadas (Brasil, 2008; Fundação Biodiversitas, 2007). As demais
espécies não estão incluídas em nenhuma lista e são consideradas de ampla distribuição ao longo do
domínio da Mata Atlântica no Estado de Minas Gerais, de forma que a supressão de alguns indivíduos
não representa risco de extinção local.
Outra espécie encontrada foi Euplassa semicostata, incluída na “Lista das Espécies da Flora Ameaçada
de Extinção do Estado de Minas Gerais” como espécie vulnerável à extinção.
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2Levantamento Fitossociológico
O estudo fitossociológico na área amostrou na ADA da Ampliação da Pilha de Ésteril de Crista 769
árvores pertencentes a 99 espécies incluídas em 41 famílias botânicas.
O índice de diversidade de Shannon (H’) e o valor de equabilidade de Pielou (J’) da comunidade foram,
respectivamente, 4,0 e 0,87. Os valores de H’ e J’ obtidos foram considerados altos se comparados a
outros fragmentos de Mata Atlântica próximos com predomínio de Floresta Estacional Semidecidual
(Spósito & Stehmann, 2006; Werneck et al. 2000; Pedralli et al, 2000).
Segundo a teoria do distúrbio intermediário (Connell, 1978), os impactos antrópicos como corte de
árvores, trilhas internas e proximidade com a área urbana podem influenciar a elevada diversidade
florística da comunidade vegetal, já que, durante estágio intermediário, a heterogeneidade ambiental
é maior e permite a co-ocorrência de espécies com diferentes características, dificultando a
dominância de poucas espécies, como ocorre nos estágios iniciais e finais da sucessão florestal.
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O alto número de espécies amostradas na área contribuiu para o alto valor de equabilidade, já que o
aumento da diversidade tende a aumentar a uniformidade nas proporções das densidades entre as
espécies da comunidade (Uhl & Murphy, 1981).
Dentre as famílias com maior riqueza Fabaceae foi a que mais se destacou e apresentou 149
indivíduos incluídos em 18 espécies. Seguida por Myrtaceae com 49 indivíduos pertencentes a 12
espécies. Lauraceae também apresentou números significativos no estudo fitossociológico com oito
espécies e 111 indivíduos encontrados. As árvores encontradas mortas em pé foram listadas e
incluídas em uma categoria com 19 indivíduos.
Alguns dos táxons registrados não foram identificados com precisão, devido à ausência de estruturas
reprodutivas (flor ou fruto) dificultando assim sua identificação a nível específico, sem, no entanto,
comprometer as avaliações realizadas.
3Estrutura Horizontal
A densidade, dominância e frequência são dados estruturais que revelam aspectos essenciais na
composição florística das florestas, conforme Longhi (1980), mas são somente enfoques parciais, que
isoladas não dão a informação requerida sobre a estrutura florística da vegetação em conjunto. Um
método para integrar os três aspectos parciais acima mencionados, consiste em combiná-los numa
expressão única e simples de forma a abranger o aspecto estrutural em sua totalidade, calculando o
IVI (Índice de Valor de Importância). Este valor é obtido somando-se para cada espécie os valores
relativos de densidade, dominância e frequência.
Os valores dos parâmetros fitossociológicos das espécies encontradas na área são apresentados no
Quadro 8.4.5, a seguir.
Legenda: N: Número de indivíduos; AB: Área Basal; DR: Densidade Relativa; FR: Frequência Relativa; DOR: Dominância Relativa: IVI: Índice de Valor de
Importância.
NOME CIENTÍFICO N AB DR FR DOR VI VI (%)
Croton urucurana Baill. 72 0,5066 9,36 1,47 8,74 19,563 6,52
Tapirira obtusa (Benth.) J.D.Mitch. 35 0,4868 4,55 2,56 8,39 15,509 5,17
Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr. 38 0,2375 4,94 3,66 4,1 12,7 4,23
Bauhinia cf. forficata Link 40 0,1565 5,2 2,93 2,7 10,83 3,61
Inga cylindrica (Vell.) Mart. 27 0,2159 3,51 2,56 3,72 9,798 3,27
Maprounea guianensis Aubl. 33 0,2305 4,29 1,47 3,98 9,732 3,24
Morta 19 0,2072 2,47 3,3 3,57 9,341 3,11
Casearia sylvestris Sw. 25 0,1693 3,25 2,93 2,92 9,101 3,03
Diplotropis ferruginea Benth. 21 0,2234 2,73 2,2 3,85 8,781 2,93
Laplacea fructicosa (Schrad.) Kobuski 17 0,2146 2,21 1,47 3,7 7,376 2,46
Persea major (Meisn.) L.E.Kopp 21 0,1816 2,73 1,47 3,13 7,328 2,44
Casearia arborea (Rich.) Urb. 21 0,118 2,73 2,2 2,03 6,963 2,32
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As dez espécies de maior IVI foram Croton urucurana, Tapirira obtusa, Endlicheria paniculata, Bauhinia
cf. forficata, Inga cylindrica, Maprounea guianensis, Casearia sylvestris, Diplotropis ferruginea e Laplacea
fructicosa. Os indivíduos mortos ocuparam o sétimo lugar em função dos maiores valores de
frequência e dominância relativas, gerados pelo grande porte dos seus indivíduos e sua ampla
distribuição ao longo da área, assim como Croton urucurana, que ocupou o primeiro lugar. Bauhinia cf.
forficata, mesmo com valor de dominância menor que outras espécies, ocupou a quarta posição
devido ao grande valor de densidade relativa gerado pelo grande número de indivíduos encontrados
na área. Tapirira obtusa e Endlicheria paniculata também apresentaram destaque principalmente pelo
elevado número de indivíduos e ocuparam o segundo e o terceiro lugar, respectivamente.
3Estrutura Vertical
A análise da estrutura vertical do remanescente em questão foi feita, verificando-se a distribuição do
número de árvores em diferentes estratos. Foram definidas oito classes dentre as alturas encontradas
nos indivíduos amostrados com um intervalo de dois metros entre elas (Quadro 8.4.6).
QUADRO 8.4.6- CLASSES DE ALTURA DAS ESPÉCIES INVENTARIADAS PARA A FLORESTA ESTACIONAL
SEMIDECIDUAL EM ESTÁGIO MÉDIO DE REGENERAÇÃO
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Como pode ser observado na Figura 8.4.1, o fragmento de Floresta Estacional Semidecidual estudado,
possui um maior quantitativo de indivíduos com altura variando nas classes III e IV (5,1 a 9 metros). O
pequeno porte desta vegetação deve-se provavelmente ao fato de que grande parte da área de
estudo esta localizada em porções mais elevadas do relevo, onde os indivíduos arbóreos se
desenvolvem sobre solos mais rasos e bem drenados. Além disso, os distúrbios antrópicos ocorridos
no passado fazem com que a vegetação se encontre em regeneração.
Algumas espécies como Senna macranthera, Mollinedia sp., Casearia obliqua e Faramea cyanea foram
registradas compondo apenas o estrato inferior, por serem espécies típicas de sub-bosque. Presentes
predominantemente no estrato médio foram encontradas com destaque as espécies Tapirira obtusa,
Endlicheria paniculata, Bauhinia cf. forficata e Inga cylindrica. . Espécies como Croton Urucurana,
Maprounea guianensis e Vernonanthura diffusa destacaram-se no estrato superior.
300
250
Número de indivíduos
200
150
100
50
0
I II III IV V VI VII VIII
Classe de altura
3Estrutura Diamétrica
Para a análise da estrutura diamétrica dos indivíduos amostrados, foram definidas onze classes dentre
as circunferências obtidas com um intervalo de cinco centímetros entre elas (Quadro 8.4.7).
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QUADRO 8.4.7 - CLASSES DE CIRCUNFERÊNCIA DAS ESPÉCIES INVENTARIADAS PARA A FLORESTA ESTACIONAL
SEMIDECIDUAL EM ESTÁGIO MÉDIO DE REGENERAÇÃO
Os indivíduos que apresentaram medidas de CAP mais significativas foram das espécies Cariniana
estrellensis, Sclerolobium paniculatum, Tapirira obtusa e Byrsonima laxiflora.
250
200
Número de indivíduos
150
100
50
0
I II III IV V VI VII VIII XIX X XI
Classe de CAP
O esforço de coleta pode ser visualizado na Figura 8.4.3, que demonstra uma acentuação da curva
mesmo após a amostragem em 12 parcelas, uma situação comum em ambientes florestais da região.
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Em florestas tropicais as comunidades não são delimitadas por características edáficas e climáticas
bem definidas espacialmente, e a grande quantidade de espécies raras faz com que a curva de
acumulação de espécies tenda a crescer indefinidamente (CONDIT et al., 1996).
FIGURA 8.4.3- CURVA DE SUFICIÊNCIA AMOSTRAL PARA A FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL EM ESTÁGIO
MÉDIO DE REGENERAÇÃO
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8.4.4. Avifauna
As aves constituem um conjunto de espécies extremamente diversificado e relativamente de fácil
detecção, permitindo com que informações que caracterizam o estado de conservação de uma
determinada área sejam obtidas de forma rápida.
Contribui para a detecção e identificação do grupo, o fato de a maioria das espécies possuírem
hábitos diurnos; além disso, mesmo as espécies de aves noturnas emitem com frequência
manifestações sonoras que chamam a atenção do observador e são diagnósticos de cada espécie.
Nesse aspecto, a identificação das aves é possível na maioria dos casos até mesmo sem utilização da
coleta, embora essa atividade ainda tenha sua importância para o conhecimento mais detalhado da
taxonomia, biogeografia e conservação de alguns grupos (Remsen, 1995). A recente valorização das
atividades de reconhecimento das aves através dos métodos visuais e auditivos acabou por produzir
uma série de guias de campo e arquivos sonoros com essa finalidade, de modo que o inventário a
partir de observações ou reconhecimento das manifestações sonoras torna-se extremamente rápido.
8.4.4.1. Metodologia
1Levantamento de dados secundários
Para o levantamento de dados secundários sobre a avifauna regional e local, foram usados registros
de diversos estudos a partir de uma ampla revisão bibliográfica (Gounelle, 1909; Pinto, 1952; Ruschi,
1962; 1963; 1982; Grantsau, 1967; 1968; 1988; Carnevalli, 1980; 1982; Mattos; Sick, 1985; COA, 1989;
Mattos et al., 1991; Vielliard, 1994; Wege; Long, 1995; Whitney et al., 1995a;1995 b; Melo-Júnior 1996;
1998a;1998b; Melo-Júnior et al., 1997; 1998; Parrini; Pacheco, 1997; Sick, 1997; Brandt, 1998a;1998b;
Machado, 1998; Machado et al., 1998; Simon; Ribon, 1998; Stattersfield et al.,1998; Vasconcelos, 1998;
1999a;1999b; 2000a;2000b; 2001a;2001b; Rochido, 2000; 2001a;2001b; Rochido; Andrade, 2000;
Gonzaga; Castiglioni, 2001; 2006; 2007; Vasconcelos; Ferreira, 2001; Vasconcelos; Lombardi, 2001;
Vasconcelos; Melo-Júnior, 2001; Carvalho et al., 2003; Vasconcelos; Silva, 2003; Vasconcelos et
al.,2003a; 3003b; 2003c; 2005; 2006; 2007; 2008a; 2003b; Bencke et al., 2006; Zorzin et al., 2006). No
caso específico da avifauna, tais estudos contemplam a RPPN Caraça, além de áreas adjacentes do
distrito de Brumal e de seu subdistrito Sumidouro.
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Além disso, procurou-se os exemplares coletados na região nos seguintes museus e coleções
ornitológicas: American Museum of Natural History, New York (AMNH), Museu de Zoologia da
Universidade de São Paulo, São Paulo (MZUSP), Museu Nacional do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
(MNRJ), Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém (MPEG), Coleção Ornitológica do Departamento de
Zoologia da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte (DZUFMG), Museu de História
Natural de Taubaté, (MHNT), Museu de Ciências e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre (MCP), Museu de Ciências Naturais da Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais, Belo Horizonte (MCN), Coleção Rolf Grantsau, São Bernardo do Campo (SG), Museu de
Biologia Prof. Mello Leitão, Santa Teresa (MBML) e Coleção Ornitológica do Departamento de Zoologia
da Universidade Federal de Pernambuco, Recife (UFPE).
Os registros de espécies de aves considerados duvidosos, mas com potencial para ocorrer na região,
foram incluídos em uma lista secundária. Os registros de espécies que certamente não ocorrem na
região, baseados em erros de identificação, foram apresentados na lista terciária.
As espécies de aves foram classificadas de acordo com seu grau de ameaça com base nas listas de
espécies de aves ameaçadas globalmente (IUCN, 2013), no Brasil (Instruções Normativas MMA nº
3/2003 e nº 5/2004) e em Minas Gerais (Deliberação Normativa COPAM nº 147/2010). As espécies de
aves também foram classificadas de acordo com seu endemismo conforme Ridgely e Tudor (1989;
1994), Silva (1995a;1995b; 1997), Sick (1997), Brooks et al. (1999), Vasconcelos (2001c; 2008), Silva e
Bates (2002), Vasconcelos et al. (2003b) e Silva e Santos (2005).
A ordem taxonômica e os nomes científicos das espécies segueo Comitê Brasileiro de Registros
Ornitológicos (CBRO, 2011).
O levantamento da avifauna foi realizado por meio de caminhadas (transectos) em trilhas, picadas e
estradas (Bibby et al., 1992) em diferentes localidades da ADA e da AID (Desenho 11 - Pontos de
Amostragem da Fauna, Anexo 10), procurando abranger todas as tipologias presentes na área de
estudo. Observações aleatórias visando ao registro de um maior número de espécies também foram
efetuadas. As espécies de aves foram identificadas por meio de observações com binóculo Bushnell 10
X 42 e pela identificação de suas vocalizações. Sempre que possível, as aves tiveram suas vocalizações
gravadas com auxílio de um gravador Sony TCM-5000EV acoplado a microfone direcional Sennheiser
ME 66.
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Os naturalistas viajantes do século XIX foram os primeiros a tomar contato com as aves do Caraça,
destacando-se, dentre eles, G. H. von Langsdorff, A. de Saint-Hilaire, J. B. von Spix, C. F. P. von Martius e
P. E. Gounelle (Gounelle, 1909; Pinto, 1952; Saint-Hilaire, 1975; Spix; Martius, 1981; Sick, 1997; Silva,
1997). Tais naturalistas coletaram exemplares de algumas espécies da avifauna e quase nada mais foi
estudado na região até as décadas de 1950 e 1960, quando A. Ruschi e R. Grantsau visitaram a região
em busca de beija-flores raros, coletando também espécimes de outras aves (Ruschi, 1962, 1963, 1982;
Grantsau,1967, 1968, 1988; Vielliard, 1994). Na década de 1970, destaca-se o esforço pioneiro do
ornitólogo N. E. D. Carnevalli em organizar a primeira listagem da avifauna da região, baseando-se em
seus estudos de campo (Carnevalli, 1980).
Até o presente, 356 espécies de aves foram registradas na região da Mina Córrego do Sítio I,
representada pela região da Serra do Caraça e adjacências (Quadros 8.4.8, 8.4.9, 8.4.10 e 8.4.11)
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QUADRO 8.4.9 - ESPÉCIES DE AVES REGISTRADAS NA REGIÃO COM REGISTROS AINDA NÃO CONFIRMADOS OU
DUVIDOSOS, MAS COM POTENCIAL PARA SEREM ENCONTRADAS NA REGIÃO
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Desses registros, 16 são considerados duvidosos, mas são representados por espécies com potencial
para existirem na região, já que as mesmas são conhecidas em regiões próximas (Quadro 8.4.10). Tais
registros merecem confirmação com base em espécimes-testemunhos, gravações ou fotografias.
Outros 14 registros foram considerados errôneos, pois correspondem a espécies que seguramente
não ocorrem na região (Quadro 8.4.11). Assim, a avifauna regional é composta por 326 espécies, o que
representa cerca de 44% da avifauna de Minas Gerais (Mattos et al., 1993).
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Dentre as espécies registradas como ameaçadas globalmente (IUCN, 2013), duas são vulneráveis, o
capacetinho-do-oco-do-pau (Poospiza cinerea) e a cigarra-verdadeira (Sporophila falcirostris), e outras
duas estão em perigo, a águia cinzenta (Urubitinga coronata) e o macuquinho-da-várzea (Scytalopus
iraiensis). Além dessas, 12 espécies são consideradas quase-ameaçadas globalmente. Foram
registradas três espécies ameaçadas em nível nacional (Instruções Normativas MMA no 3/2003 e
nº05/2004): águia-cinzenta (Urubitinga coronata) como “vulnerável”, o macuquinho-da-várzea
(Eleoscytalopus indigoticus) como “em perigo” e a cigarra-verdadeira (Sporophila falcirostris) como
vulnerável, além de seis outras espécies como “quase-ameaçadas”. Na lista de aves ameaçadas de
extinção no estado de Minas Gerais, constam as seguintes espécies: tesourinha-da-mata (Phibalura
flavirostris) e chibante (Laniisoma elegans) na categoria de “vulnerável”; uru (Odontophorus capueira),
águia-cinzenta, (Urubitinga coronata), gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus), gavião-de-penacho
(Spizaetus ornatus) e cigarra-verdadeira (Sporophila falcirostris) como “em perigo”; gavião-pombo-
grande (Pseudastur polionotus) e falcão-de-peito-laranja (Falco deiroleucus) como “criticamente em
perigo” (Deliberação Normativa COPAM nº 147/2010).
Dentre as espécies registradas na região, destacam-se 71 endêmicas da Mata Atlântica, além de três
endêmicas do Cerrado e quatro endêmicas dos topos de montanha do leste do Brasil (Ridgely; Tudor,
1989; 1994; Silva, 1995a;1995b; 1997; Sick, 1997; Brooks et al.,1999; Vasconcelos, 2001c; 2008; Silva;
Bates, 2002; Vasconcelos et al.,2003b; Silva; Santos, 2005).
Assim, a região caracteriza-se como uma das mais ricas do estado de Minas Gerais, com um elevado
número de espécies da avifauna ameaçadas de extinção e endêmicas, sendo de grande relevância a
sua conservação em nível regional e global (Vasconcelos; Melo-Júnior, 2001; Bencke et al.,2006). Vale
ressaltar que a região também está inserida em uma área prioritária para a conservação da
biodiversidade em Minas Gerais (Quadrilátero Ferrífero) na mais elevada categoria de importância
biológica (especial), devido à alta riqueza de vertebrados, incluindo as aves, dentre outros fatores
(Drummond et al., 2005).
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QUADRO 8.4.12 – ESPÉCIES DE AVES DIAGNOSTICADAS NAS ÁREAS DIRETAMENTE AFETADA E DE INFLUÊNCIA
DIRETA (ADA/AID) DA AMPLIAÇÃO DA PILHA DE ÉSTERIL DE CRISTA
STATUS DE AMEAÇA
NOME DO TÁXON NOME EM PORTUGUÊS STATUS ENDEMISMO MINAS
BRASIL GLOBAL
GERAIS
Tinamidae
Crypturellus
obsoletus inhambuguaçu R
Cracidae
Penelope obscura jacuaçu R
Cathartidae
Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha R
Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta R
Accipitridae
Rupornis
magnirostris gavião-carijó R
Falconidae
Caracara plancus caracará R
Milvago chimachima carrapateiro R
Columbidae
Columbina talpacoti rolinha-roxa R
Patagioenas picazuro pombão R
Leptotila verreauxi juriti-pupu R
Psittacidae
Aratinga
leucophthalma periquitão-maracanã R
Cuculidae
Piaya cayana alma-de-gato R
Trochilidae
Phaethornis pretrei rabo-branco-acanelado R
Eupetomena
macroura beija-flor-tesoura R
Thalurania glaucopis beija-flor-de-fronte-violeta R MA
Amazilia lactea beija-flor-de-peito-azul R
Trogonidae
Trogon surrucura surucuá-variado R MA
Galbulidae
Galbula ruficauda ariramba-de-cauda-ruiva R
Picidae
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Das espécies diagnosticadas destacam-se 17 endemismos ao bioma Mata Atlântica, além de duas
espécies consideradas ameaçadas a nível global (IUCN 2013).
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A região na qual se localiza a Ampliação da Pilha de Ésteril de Crista insere-se em um grande bloco
florestal, formado por remanescentes florestais localizados no sopé da Serra do Caraça, Serra da
Gandarela e nos municípios de Santa Bárbara, Barão de Cocais, Nova Lima, Raposos e outros, o que
proporciona a ocorrência de espécies típicas da Mata Atlântica e que necessitam de um ambiente em
melhor estado de conservação.
Em relação à implantação do presente projeto, o mesmo não acarretará a extinção local de espécies
endêmicas, raras e ameaçadas de extinção, uma vez que as mesmas esncontram-se bem distribuídas
em outros remanescentes florestais da região e, também em uma Unidade de Conservação de
Proteção Integral como a RPPN Caraça. Importante destacar que, ênfase deve ser dada no
planejamento da implantação de projetos e/ou expansão de estruturas já existentes, buscando-se
sempre, pela manutenção da conectividade entre os remanescentes localizados na propriedade da
AngloGold Ashanti (Córrego do Sítio I) com outros remanescentes sejam localizados na RPPN Caraça,
Serra da Gandarela e outros, propiciando o deslocamento de indivíduos em um caráter regional e
contribuindo para a manutenção de populações viáveis de espécies que necessitam de grandes áreas
florestadas.
8.4.5. Mastofauna
A fauna de mamíferos do Brasil está entre as mais ricas do mundo (Lewinsohn, 2006). A compilação
das espécies brasileiras realizada em 1996 indicou para o país aproximadamente 524 espécies
(Fonseca et al., 1996); porém, estudos recentes, revisões taxonômicas e a descrição de novas espécies
elevaram esse número para mais de 680 espécies (Reis et al, 2011). Ao mesmo tempo em que
apresenta esta notável diversidade, o país abriga também dois dos biomas mais ameaçados do
planeta: a Mata Atlântica e o Cerrado (hotspots) (Myers et al., 2000; Mittermeier et al., 2005).
Minas Gerais abriga aproximadamente 260 espécies de mamíferos (cerca de 40% das espécies do
país), distribuídas entre os principais biomas do estado: Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado. A recente
revisão da lista de espécies ameaçadas de Minas Gerais aponta um total de 45 espécies sob o risco de
extinção, cerca de 17% do total de espécies do estado (Fundação Biodiversitas, 2007).
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A presença ou não de certas espécies de pequenos mamíferos pode indicar o nível de impacto
causado pela ação humana no ambiente. Marsupiais e pequenos roedores exercem uma importante
influência na dinâmica das florestas e são bons indicadores tanto de alterações locais do habitat como
alterações da paisagem. As relações estreitas com alterações locais do habitat podem estar associadas
à especificidade do uso de micro-habitats. Aparentemente, a partição de recursos e a coexistência das
espécies são facilitadas pela ocupação diferencial dos estratos da floresta. Dessa forma, a perda de
habitats afeta a comunidade de pequenos mamíferos que dependem da manutenção das áreas de
mata e da distribuição de diferentes micro-habitats.
8.4.5.1. Metodologia
1Levantamento de dados secundários
Para o levantamento das espécies de mamíferos de ocorrência regional, foi realizada uma revisão na
literatura especializada, buscando-se trabalhos e informações sobre a área de interesse. Foram
utilizados trabalhos científicos e estudos ambientais sobre a região e proximidades da Mina Córrego
do Sítio I, tais como:
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Baseando-se nos dados consultados, foram registradas para a região da Mina Córrego do Sítio I e II, 77
espécies de mamíferos com potencial de ocorrência para a AII do empreendimento em questão
distribuídos em 23 famílias (Quadro 8.4.13).
STATUS DE AMEAÇA
FONTES
ESPÉCIE NOME POPULAR MINAS
BRASIL IUCN
B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 GERAIS
DIDELPHIMORPHIA
DIDELPHIDAE
Caluromys philander Cuíca x x
Didelphis albiventris Gambá-da-orelha-branca x x x
Didelphis aurita Gambá-da-orelha-preta x x
Didelphis sp. Gambá x x x
Gracilinanus
Cuíca, Catita x
microtarsus
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Quanto a representatividade das famílias presentes na listagem de dados secundários, a maioria das
espécies pertencem a família Cricetidae (19), seguida por Didelphidae (12), Felidae (6), quatro famílias
(Echimyidae, Caviidae, Canidae e Dasypodidae) com quatro espécies e, as demais 16 famílias com um
número de espécies inferior a quatro, representado na Figura 8.4.4.
FIGURA 8.4.4 – DISTRIBUIÇÃO POR FAMÍLIA DAS ESPÉCIES REGISTRADAS ATRAVÉS DE DADOS SECUNDÁRIO
20 19
18
16
Número de espécies
14 12
12
10
8 6
6 4 4 4 4
4 3 3
2 2 2 2
2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
0
Dasyproctidae
Mustelidae
Atelidae
Mephitidae
Sciuridae
Myrmecophagidae
Cervidae
Dasypodidae
Didelphidae
Tapiridae
Pitheciidae
Leporidae
Procyonidae
Caviidae
Cricetidae
Erethizontidae
Echimyidae
Tayassuidae
Cebidae
Cuniculidae
Canidae
Callithrichidae
Felidae
Famílias
De acordo com os dados secundários compilados, pode-se dizer que a mastofauna registrada na
região das Minas de Córrego do Sítio I e II é composta em sua maioria por espécies relativamente
comuns na região, como é o caso dos marsupiais (gambás, catitas etc.), tatus, roedores (rato-do-mato,
capivara, paca etc.), o cachorro-do-mato, tapiti, dentre outros. Tais espécies apresentam ampla
distribuição regional e ocorrem em ambientes em diferentes graus de conservação e/ou perturbação
ambiental.
Além das espécies consideradas mais comuns e relativamente resilientes às atividades humanas e/ou
outros tipos de perturbação ambiental, destacam-se àquelas incluídas em categorias de ameaça, além
de possuírem populações naturalmente reduzidas, como é o caso do tamanduá-bandeira
(Myrmecophaga tridactila), da anta (Tapirus terrestres), do veado-mateiro (Mazama americana), do
cateto (Pecary tajacu), do bugio (Alouatta guariba), do guigó (Callicebus nigrifrons), do lobo-guará
(Chrysocyon brachyurus), do cachorro-do-mato-vinagre (Speothos venaticus), do gato-maracajá
(Leopardus wiedii), da jaguatirica (Leopardus pardalis), da suçuarana (Puma concolor), da onça-pintada
(Pantera onca) e do rato-de-espinho (Trinomys moojeni) (Deliberação Normativa COPAM Nº 147/2010;
Instrução Normativa do MMA Nº03/03 e Instrução Normativa do MMA Nº05/04; IUCN, 2012), conforme
apresentado no Quadro 8.4.13.
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Dentre as espécies incluídas em categorias de ameaça, sabe-se que Chrysocyon brachyurus, Leopardus
wiedii, Leopardus pardalis, Puma concolor e Panthera onca apresentam um alto poder de dispersão e
uma ampla área de vida. Portanto, tais espécies dependem de ambientes mais extensos e preservados
e que apresentem um grau considerável de conectividade. Ressalta-se, no entanto, que a ocorrência
de Chrysocyon brachyurus está associada especialmente a áreas campestres e ambientes com
vegetação pouco densa, enquanto as demais espécies estão fortemente relacionadas à ambientes
florestais (Eisenberg; Redford, 1999). Conforme demostrado no Quadro 8.4.13, basicamente todas as
espécies inseridas em alguma categoria de ameaça apresentam registro na RPPN Caraça, o que de
certa forma, garante a manutenção destas espécies em nível regional.
STATUS DE AMEAÇA
ESPÉCIE NOME POPULAR TIPO DE REGISTRO MINAS
BRASIL IUCN
GERAIS
DIDELPHIMORPHIA
DIDELPHIDAE
Didelphis sp. Gambá Entrevista
PILOSA
MYRMECOPHAGIDAE
Tamandua tetradactyla Tamanduá-mirim Entrevista
CINGULATA
DASYPODIDAE
Cabassous unicinctus Tatu-do-rabo-mole Entrevista
Entrevista /
Dasypus novemcinctus Tatu-galinha
Visualização
Dasypus septemcinctus Tatu-mirim Entrevista
Euphractus sexcinctus Tatu-peba Entrevista
PERISSODACTYLA
TAPIRIDAE
Tapirus terrestris Anta Entrevista VU
ARTYODACTYLA
CERVIDAE
Entrevista /
Mazama sp. Veado
Visualização
TAYASSUIDAE
Pecary tajacu Cateto Entrevista VU
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Avaliando o tipo de registro, grande parte das espécies consideradas para a AID e ADA, foram pelo
método de entrevistas. Além destas, foram realizados registros visuais do tatu-galinha (Dasypus
novemcinctus), veado (Mazama sp.) (Foto 8.4.13), mico-estrela (Callithrix penicillata) e do cachorro-do-
mato (Cerdocyon thous).
Com relação à representatividade de cada família, na Figura 8.4.5 é apresentada a riqueza de espécies
registradas em cada uma delas.
Figura 8.4.5 – representatividade das espécies consideradas para ADA/AID do projeto em pauta por família
4 4
4
Número de espécies
3,5 3
3
2,5 2 2 2 2
2
1,5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1
0,5
0
DASYPODIDAE
DASYPODIDAE
CALLITHRICHIDAE
MUSTELIDAE
ERETHIZONTIDAE
CAVIIDAE
TAPIRIDAE
DIDELPHIDAE
CANIDAE
PROCYONIDAE
FELIDAE
ATELIDAE
PITHECIIDAE
PITHECIIDAE
LEPORIDAE
SCIURIDAE
CUNICULIDAE
CERVIDAE
TAYASSUIDAE
Famílias
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Como demostrado na Figura 8.4.5, as famílias mais representativas foram Felidae e Dasypodidae (4
espécies), seguidas por Mustelidae (3 espécies), Caviidae, Procyonidae, Canidae e Callithrichidae (2
espécies) além de 12 famílias com apenas um representante.
Grande parte das espécies da mastofauna listada para a ADA/AID é relativamente dependente e/ou
dependente das formações florestais ali existentes, composta por espécies com ampla distribuição
geográfica, como o tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), os tatus (Cabassous unicinctus, Dasypus
novemcinctus, Euphractus sexcinctus), o mico-estrela (Callithrix penicillata) e a paca (Cuniculus paca).
Alguns grupos, no entanto, apresentam maior dependência em relação a formações florestais, como é
o caso dos primatas bugio (Alouatta guariba) e do guigó (Callicebus nigrifrons), este ultimo, apesar de
comuns nos fragmentos florestais em toda a região do entorno, pode ser considerado como uma das
espécies mais susceptíveis às alterações ambientais (p. ex. supressão da vegetação), devido à estreita
relação com esse tipo de ambiente e ao menor poder de dispersão em relação às espécies de maior
porte. No caso do bugio (Alouatta guariba) o mesmo foi apontado por um morador local como
ocorrente para a região, especificamente em fragmentos florestais da RPPN Caraça, porém o mesmo
disse não ver a espécie na região ha muitos anos.
Apesar das formações florestais presentes nas áreas de influência do estudo apresentarem
considerável grau de perturbação, são importantes e expressivas para a comunidade mastofaunística
local e regional. Mesmo inseridas num contexto de intensa atividade antrópica, em especial as
atividades de mineração, encontram-se em um grau intermediário de regeneração e apresentando
uma diversidade de ambientes que servem como hábitat e fonte de recursos para populações ali
residentes. Além disso, podem funcionar como áreas de dispersão ou travessia entre ambientes mais
representativos regionalmente. Entre estes, se destacam as florestas situadas na RPPN Caraça, na Serra
da Gandarela, além de consideráveis remanescentes localizados nos municípios de Santa Bárbara,
Barão de Cocais, Caeté, Nova Lima e Raposos.
8.4.6. Herpetofauna
8.4.6.1. Metodologia
A metodologia utilizada para o inventário das espécies de anfíbios e répteis localizados na área de
inserção do Projeto de Ampliação da Pilha de Ésteril de Crista baseou-se na busca ativa diurna e
noturna nas áreas de influência do projeto (veja Quadro 8.4.15).
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O método de busca ativa se caracteriza pela procura por espécimes que estejam presentes nos
ambientes. No caso dos anfíbios a busca ativa se dá pela procura por jovens, adultos, girinos e
zoofonia (identificação das espécies de anfíbios através das vocalizações emitidas pelos machos, os
quais devido à vocalização e sua concentração nos locais de reprodução são observados com maior
frequência que as fêmeas). A procura por répteis é realizada revirando-se troncos, removendo a
serrapilheira e possíveis tocas, destaca-se que também foi realizada a procura por répteis
simultaneamente a procura dos anfíbios durante o período noturno.
A busca ativa diurna ocorreu entre o período 9hs às 17hs, já a busca ativa noturna ocorreu entre o
período de 18hs as 22hs. Destaca-se que os registros de anfíbios foram realizados através da
visualização e vocalização dos espécimes
A ocorrência de espécies oficialmente ameaçadas de extinção seguiu a Lista Vermelha das Espécies da
Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (IBAMA, 2003) e a Lista das Espécies da Fauna Ameaçada de
Extinção no Estado de Minas Gerais (Deliberação Normativa COPAM nº 147/2010).
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QUADRO 8.4.15 - COORDENADAS GEOGRÁFICAS E DESCRIÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DA HERPETOFAUNA NAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO PROJETO DE
EXPANSÃO DA PILHA DE DE CRISTA
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Apesar da grande biodiversidade, de modo geral a herpetofauna brasileira ainda é pouco conhecida.
Grande parte dos estudos concentra-se na região sudeste e pouco se sabe sobre a real biodiversidade
desse grupo na Floresta Amazônica, como também em ambientes de difícil acesso, como topos de
montanhas, ambientes que se destacam pela ocorrência de espécies endêmicas. Assim, a carência de
conhecimento científico no Brasil é gerada devido ao pequeno número de pesquisadores
especialistas, expressiva riqueza de espécies e dificuldades relacionadas à coleta de espécimes do
grupo. No entanto, um considerável número de espécies é descrito anualmente.
A maioria das espécies de anfíbios está associada a ambientes aquáticos, por necessitarem da
umidade para realizar as trocas gasosas, portanto, são diretamente dependentes da existência desses
ambientes. Algumas espécies de anfíbios, devido a características peculiares de sua biologia e ciclo de
vida, podem ser consideradas ótimas indicadoras de qualidade ambiental. Muitas espécies
apresentam requerimentos ambientais específicos e por isso são sensíveis a quaisquer modificações
ambientais, principalmente as relacionadas à qualidade da água e estrutura do habitat. Além disso,
também possuem um importante papel na cadeia alimentar, uma vez que são predadores de insetos
causadores de doenças e servem de alimento para diversos animais como lagartos, cobras, aves e
mamíferos.
Os répteis, por sua vez, desempenham um importante papel ecológico no ecossistema e são peças-
chaves da cadeia alimentar, ocupando diversos níveis tróficos, incluindo predadores de topo, como é
o caso dos jacarés. Devido à suas especificidades ambientais alguns répteis podem ser indicadores da
qualidade ambiental e, portanto, merecem atenção no que diz respeito ao uso responsável dos
recursos naturais. A relativa facilidade para a amostragem da herpetofauna (principalmente dos
anfíbios) faz com que este grupo seja indicado para a obtenção de informações rápidas para a
caracterização do estado de conservação de uma biota local e das alterações antrópicas sobre a
mesma.
Minas Gerais se destaca entre os demais estados brasileiros por apresentar grande biodiversidade de
espécies da herpetofauna, são mais de 200 espécies de anfíbios (Drummond et al., 2005),
representando cerca de 22,8% de todas as espécies registradas para o Brasil. Tal biodiversidade está
associada a presença de vários ambientes no estado, destacando-se os biomas Mata Atlântica,
Cerrado e Caatinga. A diversidade de ambientes favorece a ocorrência de uma alta diversidade de
anfíbios e répteis, resultando em grande número de espécies endêmicas (Drummond et al., 2005).
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1Anfíbios
Baseando-se em informações sobre a anurofauna da região (Leite et al., 2008; SETE, 2009, 2010, 2012a,
2012b, 2012c), foi compilado o total de 66 espécies de anfíbios (Quadro 8.4.16), distribuídos em 11
famílias, Hylidae (33 espécies), Leptodactylidae (oito espécies), Leiuperidae (cinco espécies),
Bufonidae, Cycloramphidae e Hylodidae (quatro espécies), Brachycephalidae (três espécies),
Centrolenidae (duas espécies), Craugastoridae, Dendrobatidae e Microhylidae (uma espécie cada).
A nomenclatura científica utilizada para a lista de anfíbios segue a lista de anfíbios do Brasil Segalla et
al., (2012), disponível no site da Sociedade Brasileira de Herpetologia www.sbherpetologia.org.br.
QUADRO 8.4.16- LISTA DAS ESPÉCIES DE ANFÍBIOS ANUROS COM POTENCIAL OCORRÊNCIA NA REGIÃO
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Nenhuma das espécies de anfíbios listados com potencial ocorrência na área de estudo encontra-se
oficialmente ameaçada de extinção.
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Das 66 espécies de anfíbios anuros apresentados como potencial para a região do empreendimento,
destacam-se as espécies endêmicas de Minas Gerais (Ischnocnema izecksohni, Thoropa
megatympanum, Bokermannohyla martinsi, Bokermannohyla nanuzae, Phasmahyla jandaia,
Phyllomedusa itacolomi, Scinax curicica, S. longilineus, S. luizotavioi, S. maracaya, Crossodactylus
bokermanni, C. trachystomus, Hylodes otavioi, H. uai, Physalaemus erythros, P. evangelistai, P. maximus e
Leptodactylus cunicularius).
Espécies associadas aos ambientes florestais, portanto, são mais sensíveis diante a falta do mesmo:
Ischnocnema izecksohni I. parva, Vitreorana eurygnatha, V. uranoscopa, Haddadus binotatus,
Proceratophrys boiei, Aplastodiscus arildae, A. cavicola, Dendropsophus seniculus, Hypsiboas pardalis,
Phasmahyla jandaia, Scinax flavoguttatus, S. longilineus, S. machadoi, Hylodes otavioi, H. uai.
As demais espécies estão bem distribuídas no território brasileiro, são caracterizadas como espécies
comuns, espécies com baixa exigência ecológica e associadas a ambientes antropizados.
1Répteis
Assim como para os anfíbios, foram compilados informações a respeito dos répteis da região do
emprendimento (Pinna et al., 2011). São listadas 66 espécies de répteis para a região, distribuídas em
12 famílias, conforme apresentado no Quadro 8.4.17, a seguir. A família Dipsadidae é a mais
abundante com 39 espécies, seguida por Colubridae (oito espécies) e Viperidae (seis espécies),
Amphisbaenidae, Elapidae, Leiosauridae e Teiidae (duas espécies cada), Diploglossidae, Gekkonidae,
Gymnophthalmidae, Mabuyidae e Tropiduridae (uma espécie cada).
A nomenclatura cientifica utilizada para a lista de répteis segue a lista de Bérnils, et al.(2011),
disponível no site da Sociedade Brasileira de Herpetologia (www.sbherpetologia.org.br).
QUADRO 8.4.17 - LISTA DAS ESPÉCIES DE RÉPTEIS COM POTENCIAL DE OCORRÊNCIA NA REGIÃO
FAMÍLIA ESPÉCIES
Amphisbaena alba (Linnaeus, 1758)
Amphisbaenidae
Leposternon microcephalum(Wagler, 1824)
Enyaliusbi lineatus (Duméril & Bibron, 1837)
Leiosauridae
Urostrophus vautieri (Duméril&Bibron, 1837)
Tropiduridae Tropidurus torquatus (Wied, 1820)
Gekkonidae Hemidactylus mabouia (MoreaudeJonnès, 1818)
Diploglossidae Ophiodes striatus (Spix, 1825)
Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758)
Teiidae
Salvator merianae (Duméril&Bibron, 1839)
Gymnophthalmidae Heterodactylus imbricatus (Spix, 1825)
Mabuyidae Brasiliscincus heathi(Schmidt & Inger, 1951)
Chironius bicarinatus (Wied, 1820)
Colubridae Chironius exoletus (Linnaeus, 1758)
Chironius flavolineatus (Boettger, 1885)
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Nenhuma das espécies de répteis listados com potencial de ocorrência na área de estudo encontra-se
oficialmente ameaçada de extinção.
A maioria das espécies apresentadas possui grande distribuição geográfica, destaca-se a espécie
Tantila boipiranga, por ser endêmica (distribuição geográfica restrita) do estado de Minas Gerais.
Outras espécies que merecem destaque, são aquelas que podem representar algum perigo para a
humanidade, são as espécies das famílias Elapidae e Viperidae, pois são espécies venenosas e
peçonhentas responsáveis pelos casos de acidentes ofídicos no Brasil.
QUADRO 8.4.18 - ESPÉCIES DE ANFÍBIOS ANUROS REGISTRADOS NA AID E ADA DO PROJETO DE EXPANSÃO DA
PILHA DE ESTÉRIL DE CRISTA
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Dentre as espécies registradas, Hypsiboas faber, foi à espécie com maior número de registros,
ocorrendo em quatro dos 11 pontos amostrais na área. As demais espécies ocorreram em apenas um
ponto amostral. Destaca-se o registro de Vitreorana uranoscopa (Foto 8.4.16) e Scinax luizotavioi
espécies típicas de ambientes florestados. As demais espécies são comuns e de ampla distribuição
geográfica.
Não foi registrada nenhuma espécie de réptil, porém considerando a inserção regional do
empreendimento, como também as espécies listadas como potenciais para área pode-se considerar
que algumas serpentes possuem maior probabilidade de ocorrência na ADA/AID, tais como as
jararacas (espécies do gênero Bothrops), a boipeva (Xenodon merremii), cascavel (Crotalus durissus),
cobra cipó e cobra verde (possivelmente espécies dos gêneros Chironius e Phylodrias), caninana
(provavelmente Spilotes pullatus) e coral (possivelmente espécies pertencentes aos gêneros Micrurus,
Erythrolampus e Oxyrhopus).
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Dentre as espécies citadas para a AII e com potencial de ocorrência na ADA/AID, é importante
destacar as espécies pertencentes à família Viperidae e Elapidae, pois correspondem aos grupos de
espécies peçonhentas e venenosas responsáveis pela maioria dos acidentes ofídicos no Brasil.
Todas as espécies registradas no presente trabalho já foram registradas nas áreas adjacentes em
projetos anteriores, portanto, pode-se considerar a área como bem inventariada do ponto de vista da
herpetofauna.
As áreas de entorno são ambientes já antropizados, com baixa disponibilidade de recursos e baixa
relevância ecológica, são representados por: taludes revegetados e/ou com Eucalipto, solo exposto e
vegetação intensamente manejada.
Os corpos d’água presentes na área encontram-se com certo níveis de alterações ambientais. Dentre
eles destaca-se o córrego Crista, em sua porção mais a jusante, próximo à confluência com o Rio
Conceição, apresenta melhores condições ambientais como qualidade de água e estrutura da
vegetação. Neste trecho foram registrados os espécimes de Vitreorana uranoscopa.
Os demais ambientes aquáticos são representados por açude artificial, formado pelo dique de
contenção e drenagens afluentes do córrego Crista. Os mesmos encontram-se alterados o que reflete
na composição de suas espécies, espécies comuns, com ampla distribuição geográfica, tolerante a
certos níveis de perturbação ambiental (Odontophrynus cultripes, Hypsiboas faber e Dendropsophus
minutus).
8.4.7. Ictiofauna
8.4.7.1 Metodologia
Com referência ao tema ictiofauna, tem-se como alvo deste estudo o córrego Crista e o seu receptor, o
rio Conceição.
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A localização dos pontos amostrados, com suas coordenadas, é apresentada no Quadro 8.4.19 a
seguir. A espacialização dos mesmos se encontram no (Desenho 11 - Pontos de Amostragem da
Fauna, Anexo 10.
QUADRO 8.4.19 - COORDENADAS GEOGRÁFICAS E DESCRIÇÃO DOS PONTOS DE AMOSTRAGEM DA ICTIOFAUNA
NAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO PROJETO DE EXPANSÃO DA PILHA DE CRISTA
PONTOS DE
COORDENADAS (UTM-23 K) LOCALIZAÇÃO
AMOSTRAGEM
654.245
ICT 01 Rio Conceição a montante da confluência com o córrego Crista
7.785.798
656.259
ICT 02 Córrego Crista
7.787.133
656.100
ICT 03 Rio Conceição na foz do córrego Crista
7.787.236
657.500
ICT 04 Rio Conceição a jusante da confluência com o córrego Crista
7.789.053
O Córrego Crista é uma drenagem típica de cabeceira, bastante acidentada, com pouca quantidade de
água, que apresentava, durante a campanha de campo, águas claras e bem oxigenadas. Por se tratar
de um pequeno curso d´água, observou-se homogeneidades de micro-ambientes, condição seletiva
às diversas espécies de peixes que habitam os cursos d´água de primeira e/ou segunda ordem. Além
disso, foram detectadas várias alterações já sedimentadas ao longo deste curso d´água, como
descaracterização do substrato original com presença abundante de ferrobactéria, supressão da mata
ciliar nativa e, a presença de um pequeno dique de contenção no trecho médio desta drenagem.
Ressalta-se que, com o objetivo de empregar o maior esforço de amostragem possível, percorreu-se
toda a extensão do córrego Crista.
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Por sua vez, o rio Conceição, no trecho estudado, apresenta uma largura média de 10 metros e sua
profundidade pode variar de poucos centímetros a até 2 metros nos locais remansosos mais
profundos. Seu substrato é constituído, principalmente, de cascalho e grandes blocos de rocha.
Próximo a Mina do Córrego do Sítio I, a mata ciliar é bastante considerável em sua margem direita,
ficando a margem esquerda desprovida de vegetação abundante, devido principalmente, à via de
acesso e às ocupações que se instalaram próximo a este curso d´água (a maior facilidade de trânsito
de pessoas e animais/gado, fez com que parte da vegetação ciliar nativa fosse suprimida). Em relação
aos micro-ambientes disponibilizados à comunidade ictiíca, observou-se presença de longas
corredeiras e remansos.
Durante a campanha de campo, a água do rio Conceição apresentava-se límpida e encontrava-se em
seu leito normal.
Foto: Gabriel Alkmin
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1Técnicas de Amostragem
As artes de pesca utilizadas para a coleta de peixes são bastante variadas, sendo que para cada
ambiente aquático existe uma técnica mais adequada. Baseando-se nas características fisiográficas
das drenagens estudadas, optou-se pela técnica ativa de captura com a utilização de peneiras e redes
de arrasto com rede de tela mosqueteira. Apesar de pouco citada na literatura, esta técnica de captura
é muito praticada para fins científicos e oferece bons resultados para a coleta de peixes de pequenos
cursos d’água.
Já a rede de arrasto (2m de comprimento por 1,3 de altura e 2mm de malha) foi utilizada por duas
pessoas, cada qual em uma extremidade, posicionando-a paralelamente à margem e percorrendo-se
todo o espaço a sua frente de tal forma que todos os peixes que se abrigavam na vegetação marginal
ao alcance da rede eram capturados.
Foto: Gabriel Alkmin
As coletas foram realizadas durante o período diurno, dando-se maior importância aos locais que
ofereciam um conjunto de características ambientais que proporcionavam condições mínimas e
necessárias para sustentar uma comunidade de peixes, como locais com vegetação ciliar,
disponibilidade de abrigos e de recursos alimentares.
Para a amostragem do rio Conceição, pontos ICT 01, 03 e 04, além da utilização de peneiras e redes-
de-arrasto, utilizou-se também, redes-de-emalhar de diferentes malhas (1,5; 2,0; 2,5; 3,0; 3,5, 4,0 e
5,0cm entre nós adjacentes) cada qual com 10 metros de comprimento. As redes foram armadas na
coluna d’água à tarde e retiradas na manhã seguinte, permanecendo por 14 horas expostas.
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Após a captura, os exemplares coligidos foram acondicionados em saco plástico, contendo uma
etiqueta com indicações de sua procedência, data, e coletor e imediatamente fixados em formol
diluído em água a 10%, permanecendo nesta solução por um período de 48 horas e depois passados
para solução de etanol a 70%.
1Documentação Fotográfica
Os pontos amostrados foram documentados em vários ângulos para possibilitar uma ideia do seu
entorno. Para ilustração fotográfica das espécies de peixes coletadas em cada ponto, escolheram-se
exemplares que foram então fotografados em vistas lateral esquerda e, eventualmente, em vistas
dorsal e ventral, sob iluminação natural. Para tais fotos utilizou-se uma máquina fotográfica digital
Sony H9.
1Análises de Laboratório
No laboratório, os peixes foram identificados, contados, medidos (comprimento padrão em
centímetros) e pesados (peso corporal em gramas). Para a identificação da maior parte do material,
foram consultados os trabalhos de Britski (1972 - famílias e gêneros de peixes de água doce), Burgess
(1989 - ordem Siluriformes), Géry (1977 - ordem Characiformes). Além destas chaves, alguns trabalhos
foram consultados, dentre eles, destacam os estudos de Gosse (1975 – família Cichlidae), Silfvergrip
(1996 – gênero Geophagus), Oyakawa (1993 – gênero Harttia), Langeani (1990 – gênero
Neoplecostomus), Alves & Pompeu (2001 – gênero Trichomycterus) e Garutti (1995 - gênero Astyanax).
As listagens de táxons aqui apresentadas refletem, sempre que possível, as relações filogenéticas
aceitas no momento, baseadas em Buckup et al. (2007). As informações a respeito do status de ameaça
das espécies registradas foram baseadas nos dados de Machado et. al. (2008) e COPAM (2010).
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Os principais afluentes do rio Doce pela margem esquerda são os rios do Carmo, Piracicaba, Santo
Antônio, Corrente Grande, Suaçuí Pequeno, Suaçuí Grande, São José e Pancas. Já pela margem direita
são os rios Casca, Matipó, Caratinga/Cuieté, Manhuaçu, Guandu e Santa Joana (CETEC, 1983).
O rio Piracicaba nasce na Serra do Caraça em Ouro Preto, a uma altitude de 1.680 m. Tem uma área de
drenagem de 6.300 km2 e extensão de 165 km, desaguando no rio Doce no município de Ipatinga. O
principal afluente do rio Piracicaba é o rio Santa Bárbara, que por sua vez, tem como principais
formadores os rios Barão de Cocais e Conceição, sendo este último alvo do presente estudo.
Além do rio Conceição foi amostrado também, como já destacado anteriormente, o córrego Crista, um
pequeno afluente da margem direita deste rio.
Na bacia do rio Doce, a maioria dos estudos ictíicos disponíveis na literatura se concentra no seu curso
médio, principalmente no sistema de lagos existente dentro do Parque Estadual do Rio Doce e
entorno (Sunaga & Verani, 1991; Vieira, 1994; Godinho, 1996; Vono & Barbosa, 2001; Latini & Petrere,
Jr., 2004; Espíndola et al., 2005), se estendendo ao seu maior afluente nessa região, o rio Piracicaba
(Barbosa et al., 1997, Vieira et al., 2000). Entretanto, devido a uma série de estudos ambientais
conduzidos para construção de usinas hidrelétricas na drenagem do rio Doce, pode-se admitir que
existe um conhecimento relativamente amplo sobre a composição das espécies da bacia. Entretanto,
o conhecimento da composição ictiíca de cursos d´água de cabeceiras, como aquela esperada para o
córrego Crista é ainda incipiente, o que demonstra a importância deste diagnóstico.
As informações geradas nesses estudos, aliadas àquelas da literatura, foram primordiais para uma
estimativa inicial do número de espécies de peixes nativos (64 espécies), que existe na porção mineira
da bacia do rio Doce.
Entretanto, para a ictiofauna de pequenas drenagens e/ou riachos, como o rio Conceição e suas
respectivas drenagens de cabeceira aqui estudadas, não existem dados disponíveis na literatura
especializada sobre a composição da comunidade. Segundo Bohlke et al. (1978), a ictiofauna de
cabeceira é uma das menos conhecidas do mundo, com um total estimado de 30 a 40% das espécies
ainda não descritas.
Além desse conjunto de espécies pouco conhecidas, a comunidade de peixes de regiões de cabeceira
é fortemente ameaçada pela ação antrópica, especialmente no sudeste do Brasil (Menezes et al.,
1990).
Por estas razões, o diagnóstico da ictiofauna nessas áreas é um elemento essencial, pois somente com
base nestes registros, pode-se acompanhar as modificações que forem ocorrendo na composição
desta comunidade ao longo do tempo e, assim, se propor medidas em prol da conservação do grupo
ictiíco.
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O Quadro 8.4.20 apresenta algumas espécies de peixes com potencial de ocorrência para as
drenagens afluentes da bacia do rio Doce como um todo, e, consequentemente, para a sub-bacia
estudada, de acordo com os trabalhos de Vieira (2006) e Sete (2008).
QUADRO 8.4.20 - ESPÉCIES DE PEIXES COM POTENCIAL OCORRÊNCIA NA AII DO PROJETO DE AMPLIAÇÃO DA
PILHA DE ESTÉRIL DE CRISTA
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Continuação 8.4.20
ESPÉCIE FAMÍLIA STATUS DE AMEAÇA
ORDEM SYNBRANCHIFORMES
Synbranchus marmoratus Synbranchidae NA
ORDEM CIPRINODONTIFORMES
Phalloceros elachistos Poeciliidae NA
ORDEM PERCIFORMES
Cichlasoma facetum Cichlidae NA
Geophagus brasiliensis Cichlidae NA
LEGENDA: CR = Criticamente em perigo; NA = Não Ameaçada; DD = Deficiente de Dados, segundo Machado et. al. (2008) e COPAM (2010).
A partir dos dados secundários compilados, 43 espécies de peixes têm potencial de ocorrência na AII
do Projeto de Ampliação da Pilha de Estéril de Crista. Este montante está representado em 6 ordens e
15 famílias. As ordens mais abundantes são Siluriformes e Characiformes, com representatividade de
mais de 80% das espécies com potencial de ocorrência na AII. As demais espécies listadas pertencem
às ordens Perciformes, Gymnotiformes, Ciprinodontiformes e Synbranchiformes.
De um modo geral, as drenagens de cabeceira da bacia do rio Doce, como as drenagens aqui
estudadas, são habitadas por espécies ictiícas de pequeno porte, não ultrapassando 20 cm de
comprimento padrão e 50 g de peso corporal. Entretanto, espécies maiores, tais como Hoplias spp.,
Leporinus spp., Brycon spp. e Rhamdia quelen, podem ser encontradas em cursos d’água de terceira
ordem, como os rios Conceição e Caraça.
Segundo Castro (1999) para estudos em córregos e riachos sul-americanos o único padrão geral
avaliado para a ictiofauna restringe-se ao pequeno porte dos espécimes. O número e a composição
das espécies variam muito de acordo com o porte e porção do riacho, região ou bacia (Abes &
Agostinho, 2001).
Dentre as espécies registradas na literatura e que possuem potencial de ocorrência para a AII, duas
foram classificadas como criticamente em perigo (segundo Machado et. al. 2008 e COPAM, 2010).
Tratam-se das espécies Brycon opalinus e Brycon devillei. Segundo os estudos conduzidos por Vieira &
Gomes, em 2011 registrou-se no rio Conceição uma população, provavelmente, relictual da
pirapitinga Brycon opalinus.
É importante ressaltar também que, Pereira & Brito (2012) descreveram uma espécie nova de cascudo
(Pareiorhaphis) com ocorrência para o rio Caraça, drenagem afluente do rio Conceição.
As demais espécies com potencial ocorrência foram classificadas como não ameaçadas e/ou
deficiente de dados, sendo esta última classificação consequência da falta do status taxonômico de
algumas espécies.
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Muitas das espécies listadas na tabela acima (por ex: Astyanax bimaculatus, Astyanax fasciatus,
Astyanax scabripinnis, Oligosarcus argenteus, Serrapinus heterodon, Cyphocharax gilbert, Hoplias
malabaricus, Hoplias lacerdae, Hypostomus affinis, Rhamdia quelen, Trichomycterus brasiliensis,
Gymnotus carapo, Eigenmannia virescens, Synbranchus marmoratus, Cichlasoma facetum e
Geophagus brasiliensis), possuem ampla distribuição geográfica, ocorrendo em várias bacias e podem
ainda se recrutar em uma gama de ambientes. Outras espécies, entretanto, são endêmicas à bacia do
rio Doce, porém podem estar abundantemente distribuídas em várias sub-bacias ao longo desta
bacia.
Segundo Karr & Schlosser (1978) quanto menor o curso d’água, menor o número e a variedade de
ambientes disponíveis. Assim, espera-se que o número de espécies de peixes (riqueza) em um córrego
seja menor do que no seu rio principal (Vannote et al., 1980), e que estas espécies sejam de menor
porte (Agostinho & Júlio Jr., 1999). Buckup (1999) sugere que a composição ictiofaunística de riachos é
fortemente influenciada pelo gradiente altitudinal, o qual determina a velocidade de correnteza e
várias outras características ecológicas. De modo geral, estes ambientes caracterizam-se por uma
baixa riqueza de espécies e elevado endemismo.
Na campanha realizada nos dias 05, 06, 07 e 08 de agosto de 2013, na área de influência do Projeto de
Ampliação da Pilha de Estéril de Crista, foi coletado um total de 113 indivíduos, pertencentes a 10
espécies, distribuídas em 9 gêneros e 6 famílias.
QUADRO 8.4.21 - LISTAGEM DAS ESPÉCIES INVENTARIADAS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO DE
AMPLIAÇÃO DA PILHA DE ESTÉRIL DE CRISTA
ORDEM CHARACIFORMES
FAMÍLIA CHARACIDAE
SUBFAMÍLIA TETRAGONOPTERINAE
Gênero Hasemania Ellis, 1911
Hasemania sp. – “piabinha”
Gênero Piabina Reinhardt, 1867
Piabina argentea Reinhardt, 1867 – “piabinha”
ORDEM SILURIFORMES
FAMÍLIA HEPTAPTERIDAE
Gênero Rhamdia Bleeker, 1858
Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard) - “jundiá”
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FAMÍLIA LORICARIIDAE
Subfamília Loricariinae
Gênero Harttia (Steindachner, 1877)
Harttia sp. - “cascudinho”
SUBFAMÍLIA HYPOSTOMINAE
Gênero Pareiorhaphis (Miranda Ribeiro, 1918)
Pareiorhaphis nasuta (Pereira, Vieira & Reis, 2007) - “cascudinho”
SUBFAMÍLIA NEOPLECOSTOMINAE
Gênero Neoplecostomus Eigenmann & Eigenmann, 1888
Neoplecostomus sp. - “cascudinho”
FAMÍLIA TRICHOMYCTERIDAE
Gênero Trichomycterus (Valenciennes & Humboldt, 1832)
Trichomycterus alternatus (Eigenmann, 1917) – “cambeva”
Trichomycterus immaculatus (Eigenmann & Eigenmann, 1889) – “cambeva”
ORDEM PERCIFORMES
FAMÍLIA CICHLIDAE
Gênero Geophagus Heckel, 1840
Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824) – “cará”
ORDEM CIPRINODONTIFORMES
FAMÍLIA POECILIIDAE
SUBFAMÍLIA POECILLINAE
Gênero Phalloceros Eigenmann, 1907
Phalloceros elachistos (Lucinda, 2008) – “barrigudinho”
As espécies da Ordem Characiformes (representadas aqui pelas piabas) representaram 20% das
espécies coletadas (2 espécies), a Ordem Siluriformes (representada pelo jundiá e pelos cascudinho)
representou 60% do total (6 espécies) e as demais ordens (Perciformes e Ciprinodontiformes) tiveram
uma representatividade de apenas 10% cada, com apenas uma espécie coletada para cada ordem.
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FIGURA 8.4.6 - PERCENTUAL DE ESPÉCIES DA ICTIOFAUNA SEPARADAS POR ORDEM, NA ÁREA DE INFLUÊNCIA
DO PROJETO DE AMPLIAÇÃO DA PILHA DE ESTÉRIL DE CRISTA
Série1;
Série1; Ciprinodontifor
Perciformes; mes; 9%; 9%
Série1;
9%; 9%
Characiformes;
27%; 27%
Série1;
Siluriformes;
55%; 55%
Characiformes
Siluriformes
Perciformes
Ciprinodontiformes
O fato de as espécies das ordens Siluriformes e Characiformes, quando somadas, representarem mais
de 80% da diversidade das espécies de peixes das drenagens estudadas corrobora os estudos
desenvolvidos por Lowe-McConnell (1987, 1999) e Castro (1999) em rios não estuarinos da região
Neotropical. Este fato, também, está de acordo com valores similares encontrados em riachos da
Amazônia (Soares, 1979; Sabino & Zuanon, 1998), no leste do Brasil (Costa, 1984; Bizerril, 1994;
Mazzoni & Lobón-Cervia, 2000), em riachos da Mata Atlântica (Sabino e Castro, 1990; Aranha et al.,
1998), na bacia do rio São Francisco (Casatti & Castro,1998) e no alto Paraná (Garutti, 1988; Uieda,
1984; Penczak et al., 1994).
A família Characidae não é exclusiva de riachos, porém seus membros formam o principal conjunto de
espécies de meia água (contrastando com os Siluriformes bentônicos) ocorrente em riachos de médio
ou baixo gradiente vertical. Nos riachos brasileiros há predomínio de espécies de Tetragonopterinae
que representa um aglomerado polifilético, o que corrobora com os dados aqui encontrados. Neste
estudo foram coletadas duas espécies de caracídeos, são elas: Hasemania sp. e Piabina argentea.
Foto: Gabriel Alkmin
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As espécies da família Heptapteridae até há pouco tempo, eram reunidas dentro da família
Pimelodidae. Entretanto, com base em novas descobertas, principalmente, pelas características
morfológicas internas, espécie como Rhamdia quelen, foi agrupada separadamente e hoje pertence à
família Heptapteridae. Apesar dos representantes dos heptapterídeos serem facilmente diferenciados
dos membros das outras famílias pelas suas características internas, eles não possuem muitas
características externas que facilitem o seu reconhecimento. Porém, o tamanho geralmente pequeno
(com exceção do jundiá), raramente ultrapassando 20,0 cm de comprimento, e os espinhos das
nadadeiras peitoral e dorsal flexíveis, facilmente os distingue do mandi da família Pimelodidade
(Oyakawa, 2006).
Espécies de família Heptapteridae ocorrem tipicamente no fundo dos rios, porém frequentemente são
encontradas em remansos de riachos, onde algumas vezes causam certa surpresa pela aparente
desproporção entre seu tamanho corporal e as dimensões relativamente reduzidas do ambiente que
ocupam. Na área de influência do Projeto de Ampliação da Pilha de Estéril de Crista a espécie de bagre
capturada foi a Rhamdia quelen.
A família Loricariidae trata-se da maior família de Siluriformes, com cerca de 550 espécies,
pertencentes à 80 gêneros (Nelson, 1994), com ampla distribuição na região Neotropical, ocorrendo
numa grande variedade de ambientes de água doce. Os loricariídeos são popularmente conhecidos
como cascudos, devido à sua couraça de placas dérmicas e representam um importante componente
da ictiofauna dos riachos. Os cascudos se alimentam, em geral, raspando as algas e invertebrados que
crescem sobre o leito dos rios e superfície de objetos submersos (Power, 1984), o que confere aos
mesmos um importante papel no ecossistema.
O gênero Harttia ocorre apenas em drenagens fluviais do território brasileiro, distribuindo-se nas
bacias do rio São Francisco, do rio Paraná (região do Alto Paraná), e em alguns sistemas hidrográficos
que drenam no Oceano Atlântico (rio Doce e rios costeiros do estado do Espírito Santo, rio Paraíba do
Sul, rio Farias, do sistema da Baia de Guanabara, e rio Ribeira do Iguape) (Oyakawa, 1993). Os
espécimes de Harttia coletados no presente estudo foram capturados em micro-ambientes onde a
velocidade da corrente d’água era mais forte e o fundo composto basicamente por pedras e rochas,
confirmando observação de Caramaschi (1991).
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Outro loricariídeo capturada neste estudo é o cascudinho Pareiorhaphis nasuta. Esta espécie foi
recentemente descrita por Pereira et.al. (2007) e, portanto, dados sobre sua biologia e status de
conservação são ainda incipientes. Entretanto, segundo os poucos comentários apresentados em
trabalhos sobre taxonomia deste gênero (Oyakawa, 1993 e Pereira et al., 2007), pode-se inferir que as
espécies deste gênero habitam preferencialmente regiões de corredeiras, fato também observado no
presente estudo, e são sensíveis a fortes alterações ambientais.
Ainda para a família Loricariidae, foi capturado o cascudinho Neoplecostomus sp. que segundo
Langeani (1990) está de uma maneira geral, restritas a riachos de encosta com profundidade inferior a
1m, águas claras, correntosas e fundo de pedra e areia grossa, sendo comum, também, a presença de
vegetação macrófita, ou marginal, debruçada sobre o leito. Os exemplares de Neoplecostomus sp.
capturados durante o presente trabalho foram coletados em locais com características semelhantes
àquelas observadas por Langeani (1990), ou seja, em locais onde o substrato é formado basicamente
por rochas de pequeno e médio porte, com vegetação ciliar abundante e com velocidade (correnteza)
significativa. A coleta foi realizada no período diurno e os exemplares coletados encontravam-se
escondidos sob as rochas.
Foto: Gabriel Alkmin
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Para a família Trichomycteridae, o gênero Trichomycterus é o que possui o maior número de espécies
(Burgess, 1989), ocorrendo principalmente em pequenos cursos d'água (córregos, ribeirões etc.) e em
áreas de correnteza moderada a forte. Na bacia do rio Doce, este gênero também inclui espécies que
utilizam a calha principal dos rios de maior porte, vivendo em ambientes de fundo pedregoso e forte
corrente (Obs. pess).
Caramaschi (1991) encontrou estas duas espécies em riachos de serra com águas frias, correntosas e
com fundo de pedra. Os exemplares destas espécies, coligidos no presente estudo, foram
encontrados nos mesmos ambientes que os cascudinhos Harttia sp., Neoplecostomus sp. e
Pareiorhaphis nasuta e assim como eles, tratam-se de espécies sensíveis à alterações ambientais,
necessitando de micro-ambientes específicos para completarem seu ciclo de vida.
A família Cichlidae com aproximadamente 1.300 espécies descritas (Oyakawa, 2006; Kullander, 1996),
está amplamente distribuída na região Neotropical, parte sul da América do Norte, além da África,
Madagascar e sul da Índia (Nelson, 1994). Tratando-se de um grupo ocorrente em grande diversidade
de ambientes, os ciclídeos são muito bem representados em riachos de todas as regiões do Brasil. A
espécies Geophagus brasiliensis está amplamente distribuída por várias bacias hidrográficas do Brasil e
caracteriza-se por ser uma espécie piscívora e bastante territorialista.
Foto: Gabriel Alkmin
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Já a família Poeciliidae inclui cerca de 293 espécies em trinta gêneros, ocorrentes no leste dos Estados
Unidos, México, América Central, América do Sul, África e Madagascar (Nelson, 1994). Trata-se dos
pequenos peixes conhecidos como barrigudinhos, devido à ocorrência de fecundação interna. São
peixes bastante comuns nos riachos das planícies costeiros, embora ocupem preferencialmente águas
de baixa movimentação, tais como banhados e pequenas lagoas. Infelizmente, também são comuns
espécies alóctones que competem com as espécies locais, destacando-se o gupi (Poecilia reticulata).
Na sub-bacia do rio Piracicaba, bacia do rio Doce, é encontrado apenas uma espécie: Phalloceros
elachistos.
De modo geral, as espécies coletadas neste estudo são comuns e abundantemente distribuídas pelos
córregos e riachos da sub-bacia estudada, entretanto, apesar de comuns, estas espécies dependem da
manutenção das matas ciliares, da qualidade da água e da distribuição de diferentes microambientes
para completarem seu ciclo de vida.
Entretanto, de modo geral, as demais espécies capturadas neste estudo não ultrapassaram os 10,0cm
de comprimento padrão e nem 30,0g de peso corporal (Quadro 3). Estes resultados demonstram que
os exemplares coletados na região estudada são de pequeno porte, corroborando com Castro et al.
(2003) quando afirmaram que os córregos e riachos de cabeceira são habitados principalmente por
espécies de pequeno porte (geralmente menos de 15cm de comprimento padrão), com distribuição
geográfica restritas, pouco ou nenhum valor comercial e muito dependente da vegetação ripária para
alimentação, abrigo e reprodução.
Vale ressaltar também que aproximadamente 50% do total de espécies de peixes de água doce,
descritas para a América do Sul, pertencem a espécies de pequeno porte. Portanto, os dados de
amplitude de comprimento e peso das espécies coletadas neste estudo estão condizentes com o
porte das drenagens estudadas.
As amplitudes de comprimento padrão (CP) e peso corporal (PC), bem como o número de indivíduos
capturados na área de estudo, podem ser observados no Quadro 8.4.22 a seguir.
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Assim, todos os espécimes de peixes inventariados neste estudo foram capturados no rio Conceição,
entretanto, de forma estocástica. Porém, sabe-se que estas espécies estão distribuídas ao longo de
todo o curso deste rio, mesmo que as abundâncias das espécies variem de local para local (cabeceira /
foz). As espécies presentes em todos os pontos (ICT 01, 03 e 04) foram: Harttia sp. e Neoplecostomus
sp..
O local que apresentou a maior riqueza de espécies foi ponto ICT 04, correspondente a parte mais a
jusante do rio Conceição. Este trecho do rio, por apresentar um maior volume de água, proporcionou
uma maior heterogeneidade de habitats à ictiofauna, fato que levou à captura de um maior número
de espécies.
Somando-se todos os espécimes coletados neste estudo, nos deparamos com um montante
relativamente pequeno. Este pequeno número de indivíduos coletados, assim como a baixa riqueza
encontrada está relacionado, segundo Lowe-MacConnell (1999), a fatores físico-químicos, às elevadas
velocidades do fluxo d’água nestas drenagens de cabeceiras, ao tamanho e às condições dos refúgios
na estação seca, podendo estes fatores serem mais limitantes que os recursos alimentares.
Deve ser também salientada a ocorrência de habitats extremamente específicos, o que dificulta a
colonização por outras espécies que não possuem, por exemplo, especializações morfológicas para
natação em águas rápidas e do aparelho alimentar, para serem utilizadas nos nichos ecológicos
presentes.
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Os dados referentes à ocorrência, abundância absoluta e riqueza podem ser visualizados no Quadro
8.4.23 a seguir.
QUADRO 8.4.23 -OCORRÊNCIA E ABUNDÂNCIA ABSOLUTA DAS ESPÉCIES DE PEIXES REGISTRADAS NA ÁREA DE
INFLUÊNCIA DO PROJETO DE AMPLIAÇÃO DA PILHA DE ESTÉRIL DE CRISTA
Alterações dos ambientes aquáticos, provocadas, dentre outros fatores, por supressão da vegetação,
atividades minerárias, construção de barragens e despejo de efluentes industriais e domésticos, tem
ocorrido com razoável frequência, o que leva à diminuição ou mesmo ao desaparecimento local de
algumas espécies ictiícas.
Este acentuado processo de descaracterização dos ambientes naturais coloca em risco várias
populações de peixes desse sistema. Segundo Menezes (1992), não seria difícil imaginar que há um
endemismo exacerbado nas cabeceiras e que as futuras revisões podem separar espécies que
atualmente pensamos se tratar de uma só.
A busca de espécies-chave (endêmicas ou raras), para definir áreas prioritárias de conservação, esbarra
no pouco conhecimento sobre a composição taxonômica e nos padrões de distribuição da sua
ictiofauna (Menezes, 1992). Além disso, a falta de boas coleções na região como um todo dificulta o
reconhecimento de áreas endêmicas.
Das espécies de peixes conhecidas para a bacia do rio Doce, sete encontram-se na Lista Vermelha das
Espécies Ameaçadas de Extinção em Minas Gerais (Machado et. al, 2008 e COPAM, 2010), devido,
principalmente, à destruição de hábitats, construção de barramentos, e introdução de espécies
exóticas.
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Entretanto, não foram detectadas, neste estudo, espécies raras e/ou ameaçadas de extinção para as
Áreas de Influência Direta e Diretamente Afetada do Projeto de Ampliação da Pilha de Estéril de Crista.
Entretanto, é importante destacar a presença de espécies sensíveis como os cascudinhos Harttia sp.,
Neoplecostomus sp. e Pareiorhaphis nasuta e os cambevas Trichomycterus alternatus e Trichomycterus
immaculatus. Estas espécies são susceptíveis às alterações ambientais e necessitam de uma maior
complexidade entre os sistemas em que vivem.
Ressalta-se, que para o cascudinho P. nasuta, descrito em 2007, as informações a respeito de sua
distribuição geográfica, status de conservação e aspectos ecológicos ainda são incipientes, o que
demanda cuidados especiais voltados a esta espécie.
Ainda é importante mencionar que, na área de abrangência deste estudo, há provável ocorrência de
uma espécie de pirapitinga, Brycon opalinus, que se encontra Criticamente Ameaçada de Extinção
segundo COPAM (2010) e, recentemente, outra espécie do gênero Pareiorhaphis foi aqui descoberta.
Os fatos citados acima demonstram a importância da região deste estudo para a conservação destas
ictiocenoses. Entretanto, especificamente, o Projeto de Ampliação da Pilha de Estéril de Crista não
prevê alterações significativas para os cursos d´água inseridos nesta micro-bacia, não sendo, portanto,
esperados impactos expressivos sobre a comunidade ictiíca, o que justifica a não proposição de
quaisquer medidas de mitigação e/ou compensação. Destaca-se que no córrego Crista, já se encontra
instalada uma pequena barragem de contenção de sólidos que minimiza possíveis impactos sobre a
drenagem do rio Conceição.
Cabe ressaltar, não obstante, que foram feitas as adaptações necessárias na medida em que se
tomaram, basicamente, dados e informações referentes à menor unidade administrativa considerada
usualmente nas estatísticas: o município. Na referida publicação do IBGE (2012), percebe-se uma gama
variada de indicadores utilizados. Procurou-se fazer, então, uma adaptação desses indicadores ao
enfoque inerente ao relatório solicitado para licenciamento ambiental. Dessa forma, foi incluída a
dimensões histórica, sendo que o item saneamento foi transferido da dimensão ambiental para a
social.
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Cabe ainda ressaltar que as informações referentes ao distrito de Brumal, subdistrito de Sumidouro e
povoado de São Gonçalo do Rio Acima foram, quando necessário, complementadas com informações
do recenciamento demográfico de 2010 (IBGE, 2010), considerando o setor censitário em que se
inserem. Ressalta-se que nem sempre a área do setor censitário corresponde estritamente à da
localidade em estudo, o que é, entretanto, enfatizado no decorrer da análise.
As análises dos dados foram feitas, sempre que possível e desejável, em uma perspectiva comparativa
tanto com anos anteriores quanto com unidades geográficas mais abrangentes, a fim de que não só
se procedesse a um diagnóstico da realidade atual, mas que também se buscasse compreender, ainda
que de maneira geral, as tendências referentes a cada dimensão analisada.
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Antônio da Silva Bueno teria descoberto ouro de aluvião em grande quantidade em um ribeirão ao
qual deu o nome de Santa Bárbara, padroeira do dia. No local foi se formando um pequeno arraial e
logo se construíram as igrejas em honra a Santo Antônio, Nossa Senhora das Mercês, Nossa Senhora
do Rosário e Nosso Senhor do Bonfim. Segundo Barbosa, “sua freguesia se tornou colativa pelo alvará
de 16 de fevereiro de 1724” (Barbosa, 2005, p. 295), sendo uma das mais antigas freguesias de Minas
Gerais.
Apesar do declínio do ouro de aluvião, o arraial foi elevado à vila por meio da Lei Municipal n.º
134/1839 e, posteriormente, a Lei Municipal n.º 881/1858, elevou a vila à categoria de cidade. A
comarca, por sua vez, foi criada pela Lei Municipal n.º 2500/1878.
1Contexto Regional
O municípios de Santa Bárbara faz parte da Região I de Planejamento, denominada Central, segundo
critério estabelecido pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão – SEPLAG/MG. Além disso,
pertencem à Mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte e à Microrregião de Itabira, segundo a
Divisão do Brasil por Regiões Geográficas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.
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A Região de Planejamento Central é considerada como a mais importante do estado de Minas Gerais
sob diversos aspectos de avaliação, sendo que, economicamente, seus setores industrial e de serviços
são os mais expressivos, enquanto o agropecuário ocupa apenas a quarta posição no contexto
estadual. O desempenho da região de planejamento Central é significativo no conjunto das regiões
de planejamento do estado, pois, em 2010, respondeu a 47,46% do Produto Interno Bruto (PIB) total
do estado, essencialmente com base nos setores industrial e de serviços.
O desempenho da região deve-se, em parte, à sua distribuição espacial, constituída, em 2010, por 164
municípios, com características próprias, a maioria direcionada para os setores industrial e de serviços.
As treze microrregiões que compõem a Região Central apresentam variada estrutura econômica. Tem-
se a participação da Região Metropolitana de Belo Horizonte - RMBH, a mais destacada do estado do
ponto de vista econômico. Incluem-se ainda áreas relevantes para a indústria extrativa mineral e
metalúrgica, como as microrregiões de Ouro Preto, Conselheiro Lafaiete, Itabira e São João del-Rei,
além da já mencionada RMBH.
A Microrregião de Itabira é formada por um total de 18 municípios (Alvinópolis, Barão de Cocais, Bela
Vista de Minas, Bom Jesus do Amparo, Catas Altas, Dionísio, Ferros, Itabira, João Monlevade, Nova Era,
Nova União, Rio Piracicaba, Santa Bárbara, Santa Maria de Itabira, São Domingos do Prata, São Gonçalo
do Rio Abaixo, São José do Goiabal e Taquaraçu de Minas) e sua população total, segundo os dados do
Censo Demográfico de 2010 do IBGE, correspondia a 379.237 habitantes, dos quais 7,35% estão em
Santa Bárbara. A área total dessa microrregião corresponde a 7.998,70km2, dos quais 684,20km2
(8,55%) pertencem ao município de Santa Bárbara. Este município conta, além do distrito sede, com
outros quatro distritos: Barra Feliz, Brumal, Conceição do Rio Acima e Florália.
1Dimensão Social
2Demografia
Entre 1970 e 2010, a população total de Santa Bárbara cresceu 71,59%, o que equivale a uma taxa
média anual de 1,36%, menor, portanto, do que a taxa média anual nacional (1,81%) e levemente
superior à taxa média estadual (1,34%).
POPULAÇÃO
ANO URBANA RURAL TOTAL
ABSOLUTA % ABSOLUTA % ABSOLUTA %
1970 9.332 57,44 6.914 42,56 16.246 100
1980 12.431 68,84 5.626 31,16 18.057 100
1991 20.969 80,86 4.962 19,14 25.931 100
2000 21.294 88,06 2.886 11,94 24.180 100
2010 24.794 88,94 3.082 11,06 27.876 100
Fonte: Censos Demográficos de 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010 (IBGE, 2010).
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A Figura 8.5.1, a seguir, indica a participação relativa da população urbana e rural na população total
do município de Santa Bárbara em 1970 e 2010. Nesse período, a população rural decresceu não
apenas do ponto de vista relativo, mas também do absoluto (3.832 pessoas), ao passo que a urbana
registrou um significativo crescimento (165,69%), passando de 9.332 para 24.794 habitantes.
FIGURA 8.5.1– POPULAÇÃO RELATIVA URBANA E RURAL - SANTA BÁRBARA/MG (1970 E 2010)
6.332
(42,56%)
9.332
(57,44%)
24.794
(11,06%)
Rural
Urbana
FIGURA 8.5.2 - EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO ABSOLUTA URBANA, RURAL E TOTAL – SANTA BÁRBARA/MG (1970,
1980, 1991, 2000 E 2010)
30.000
25.000
20.000
Total
15.000
Urbana
10.000 Rural
5.000
0
1970 1980 1991 2000 2010
Fonte: Censos Demográficos 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010 (IBGE, 2011).
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O crescimento da população do município teve reflexos diretos sobre a sua densidade demográfica
entre 2000 e 2010, tendo em vista que a sua dimensão territorial se manteve em 684,1km2. Dessa
forma, a densidade demográfica do município passou de 35,33 para 40,75 habitantes por quilômetro
quadrado.
A pirâmide etária do município, em 2010, ano do último censo demográfico, apresentada na Figura
8.5.3, indica que a população local ainda se mostrava predominantemente jovem. Nota-se, porém,
indícios de que sua base começava a diminuir, indicando o envelhecimento da população local,
também demonstrado pelo aparecimento de faixas etárias mais elevadas, acima de 80 anos, que não
se apresentavam dessa forma anteriormente. Esse aspecto aponta para um aumento de expectativa
de vida da população do município, por um lado, e para a redução da taxa de natalidade, por outro,
conforme apontado no diagnóstico do setor de saúde.
O município de Santa Bárbara conta com o distrito sede e mais quatro distritos: Barra Feliz, Brumal,
Conceição do Rio Acima e Florália. A Figura 8.5.4, a seguir, mostra a participação relativa de cada
distrito na composição total da população do município em 2000 e 2010, sendo possível perceber que
os distritos de Barra Feliz e Brumal tiveram a sua participação relativa aumentada discretamente,
enquanto o distrito sede de Santa Bárbara teve a sua participação relativa aumentada mais
significativamente.
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FIGURA 8.5.4- POPULAÇÃO RELATIVA, SEGUNDO O DISTRITO - SANTA BÁRBARA/MG (2000 E 2010)
A População Economicamente Ativa - PEA de Santa Bárbara, segundo informações do IBGE relativas a
2010, é de 13.891 pessoas (IBGE, 2010). Desta população, um percentual expressivo encontra-se
desocupada (1.641 ou 16,21% da PEA) e 2.252 empregados sem carteira assinada (14,66% da PEA). Em
Minas Gerais estes percentuais são, respectivamente, 6,79% e de 19,29% da PEA. Na Figura 8.5.5 são
apresentadas informações relativas à população ocupada de Santa Barbara.
7.000
6.324
6.000
5.000
Número de pessoas
4.000
3.000
2.252 2.036
2.000
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Os dados da Relação Anual de Informações Sociais - RAIS do Ministério do Trabalho e Emprego, para o
ano de 2011, mostram que havia 6.086 pessoas empregadas formalmente, indicando, como
apresentado nos dados do IBGE, que parcela da PEA está desocupada ou trabalha em atividades onde
as relações de trabalho tendem a ser informais ou com baixo nível de formalidade. Deve se destacar
que não é possível uma comparação direta entre os dados da RAIS e do IBGE, o que decorre tanto pela
diferença do ano de comparação, quanto pelas diferenças metodológicas que existem entre as duas
pesquisas.
O Quadro 8.5.2 apresenta a distribuição da população formal ocupada por setores de atividade. A
maior parte dos postos de trabalho, 2.923 (48,03%), está relacionada ao setor terciário (exclusive
administração pública), como se conclui ao se somarem os empregos dos setores de comércio e
serviços. Ressalta-se ainda o fato de o número de empregos formais do setor agropecuário ser
superior ao da indústria, algo pouco usual em municípios com estrutura produtiva semelhante ao de
Santa Bárbara. Esse resultado pode indicar uma maior formalização do setor no município. O setor
extrativista mineral também se destaca, registrando 17,78% do total de trabalhadores com carteira
assinada.
QUADRO 8.5.2 - POPULAÇÃO OCUPADA EM EMPREGOS FORMAIS, POR SETOR DE ATIVIDADE – SANTA
BÁRBARA/MG (2011)
2Saúde
De acordo com informações do Ministério da Saúde, o município de Santa Bárbara faz parte da
Regional de Saúde de Itabira/MG, composta por outros 24 municípios.
Essa regional conta com 860 estabelecimentos de saúde, que disponibilizam 842 leitos de internação,
dos quais, 827 estão distribuídos entre as 14 unidades de hospitais gerais. Do total de hospitais gerais,
dois são públicos e doze são privados. Das 880 unidades de atendimento à saúde disponíveis no
conjunto de municípios que compõem a Regional de Saúde de Itabira, 152 são públicas, 715 são
privadas, 12 são filantrópicas e uma é de sindicato .
O município de Santa Bárbara dispõe de 22 estabelecimentos de atendimento à saúde, dos quais dez
são públicos (45,45%), 11 privados (50,00%) e um filantrópico (4,55%). Como mostrado no Quadro
8.5.3, oito das unidades públicas são centros ou unidades básicas de saúde, destacando-se ainda um
posto de saúde e uma secretaria de saúde. Dentre os estabelecimentos privados, predominam os
consultórios isolados.
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O hospital existente no município disponibiliza 53 leitos para internação, dos quais 41 (77,36%) são do
SUS (Foto 8.5.3). Indicando uma média de aproximadamente 1,5 leitos conveniados ou contratados
pelo SUS para cada 1000 habitantes, valor inferior ao parâmetro de referencia do Ministério da Saúde
(2,5 a 3 leitos/mil habitantes, segundo a Portaria No 1.101/2002). Conforme mostrado no Quadro 8.5.4,
tratam-se de leitos cirúrgicos, clínicos, obstétricos e pediátricos.
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QUADRO 8.5.4 - QUANTIDADE DE LEITOS HOSPITALARES PARA INTERNAÇÃO DISPONÍVEIS, GERAL E PELO SUS,
POR ESPECIALIDADE – SANTA BÁRBARA/MG (2012)
LEITOS DISPONÍVEIS
ESPECIALIDADE
QUANTIDADE EXISTENTE QUANTIDADE SUS
Cirúrgicos 8 6
Clínicos 24 17
Obstétrico 11 8
Pediátrico 10 10
TOTAL 53 41
Fonte: Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil – CNES (Ministério da Saúde, 2012).
O município de Santa Bárbara conta com um total de 165 equipamentos para o atendimento à saúde,
dos quais 79 (47,88%) estão em estabelecimentos públicos, 48 (29,09%) em filantrópicos e 38 (23,03%)
em estabelecimentos privados. Estes equipamentos incluem equipamentos de diagnóstico por
imagem, de infraestrutura, equipamentos por métodos ópticos, equipamentos por métodos gráficos,
equipamentos de manutenção da vida e equipamentos de odontologia. Os equipamentos de
odontologia representam 64,24% do total de equipamentos. Dos 165 equipamentos existentes nas
unidades de saúde de Santa Bárbara, 69 (41,81%) possuem atendimento público por meio do SUS.
O hospital geral filantrópico existente em Santa Bárbara possui 55 profissionais, o que representa
22,00% do total de 250 profissionais atuando na área municipal de saúde. Também se destaca a
disponibilidade de 178 profissionais atuando nos Centros de Saúde/Unidades Básica de Saúde do
município. Os 250 profissionais cadastrados pelo Ministério da Saúde no município podem ser
visualizados no Quadro 8.5.5, que os apresenta segundo o tipo de profissional.
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Comparando-se o número de médicos em 2010 com a população naquele ano, chega-se a média de
0,75 médicos para cada 1000 habitantes, valor inferior ao parâmetro de referência no Ministério da
Saúde de um médico para cada 1.000 habitantes (Portaria No 1101/2002). Em 2012, considerando que
ocorreu o incremento de apenas um médico atuando no município desde 2010 (Ministério da Saúde,
2013), este índice deve apresentar valor semelhante.
Os dados do Quadro 8.5.6 indicam que, em dezembro de 2012, segundo o Ministério da Saúde, foram
cadastradas no Programa de Saúde da Família (PSF) do município 7.909 famílias, totalizando 28.394
pessoas, cobrindo, portanto, praticamente toda a população (lembrando que, em 2010, a população
era de 27.876 habitantes, segundo dados do IBGE. Pode-se estimar que, entre 2010 e 2012 esta sofreu
um pequeno acréscimo, estando possivelmente próxima ao número cadastrado pelo PSF).
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FAMÍLIAS PESSOAS
7.909 28.394
Fonte: Sistema de Informação de Atenção Básica – SIAB (Ministério da Saúde, 2013).
Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, até dezembro de 2012, eram cobertos por
plano de assistência médica 10.794 habitantes de Santa Bárbara. Contavam com planos apenas
odontológicos, 4.046 pessoas.
Informações providas pelo Ministério da Saúde (Datasus) indicam que, em 2010, a mortalidade infantil
em Santa Bárbara chegou a 7,85 por mil nascidos vivos, ocorrendo melhora significativa no índice em
relação a 2000 (16,35 por mil nascidos vivos).
2Educação
Segundo informações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira -INEP,
a rede escolar de Santa Bárbara, em 2012, se compôs de 28 unidades de ensino em atividade,
conforme apresentado no Quadro 8.5.7. Dessas unidades, 16 pertencem à rede municipal, estando
sete localizadas na zona rural do município e as demais nove unidades na sede urbana. Com relação à
rede estadual, são disponibilizadas cinco unidades de ensino, todas elas localizadas na sede urbana. Já
a rede privada oferece sete unidades de ensino instaladas na sede urbana do município.
QUADRO 8.5.7 – LOCALIZAÇÃO DA UNIDADE DE ENSINO, POR DEPENDÊNCIA DE ENSINO – SANTA BÁRBARA/MG
(2012)
LOCALIZAÇÃO
DEPENDÊNCIA
RURAL URBANO TOTAL
Municipal 7 9 16
Estadual - 5 5
Privado - 7 7
TOTAL 7 21 28
Fonte: Data Escola Brasil, 2013 (INEP, 2013).
Com relação ao número de alunos matriculados na rede de ensino de Santa Bárbara, observou-se, no
ano de 2012, um total 7.889 matrículas, conforme mostrado no Quadro 8.5.7. Desse total, a maioria
estava vinculada à rede estadual (3.545 matrículas ou 44,94%). A rede municipal contava com 2.648
matrículas (33,57% do total). A rede particular possui um total de 1.696 matrículas cadastrada
(21,50%).
Algumas informações apresentadas no Quadro 8.5.7 merecem destaque. Primeiramente, o fato de não
existir creche municipal ou estadual, mas apenas privada. A educação profissional também só ocorre
na dependência privada. O ensino fundamental registra o maior número de alunos matriculados
(52,11% do total).
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A taxa de analfabetismo entre a população jovem, na faixa etária de 15 anos ou mais de idade,
decresceu de 9,42% a 5,80%, entre os anos de 2000 a 2010. Por sua vez, entre a população adulta, de
25 anos ou mais, representante de grande parte da força de trabalho, a taxa de analfabetismo
também apresentou queda significativa de 12,35% para 7,28%, entre os anos de 2000 e 2010
respectivamente.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB relacionado aos Anos Iniciais registrado para
o município de Santa Bárbara subiu de 5,6 para 6,0 entre 2009 e 2011, superando, em 1,3, a meta para
2009 e 2011. Quanto ao IDEB do ensino fundamental relacionado aos anos finais, este ficou estagnado
em 4,6 entre 2009 e 2011, ultrapassando a meta para 2015 já em 2009, conforme demonstra o Quadro
8.5.8.
QUADRO 8.5.8- ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA - IDEB OBSERVADO EM 2005, 2007 E 2009
E METAS PARA REDE MUNICIPAL
A consulta ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, vinculado
ao Ministério da Educação, não indicou a existência de instituições de ensino superior em atuação no
município. De acordo com informações obtidas junto a Secretaria Municipal de Educação, a
administração municipal está em processo de negociação com a Universidade Federal de Ouro Preto
(UFOP), acerca da possível implantação dos cursos superiores de engenharia florestal, engenharia de
segurança e de agronomia.
O município também desenvolveu um sistema próprio de avaliação dos alunos, o que direciona a
formação continuada dos docentes e a gestão escolar. Além desse sistema, foi implantado o “turno
reverso”, estratégia que permite aos alunos não apenas o acesso ao estudo formal, como também a
prática de atividades complementares lúdicas, esportivas e artísticas, como aulas de dança, teatro e
música.
Ressalta-se que a música constitui matéria curricular no município, fazendo parte da grade até o 7º
ano. Além disso, em Santa Bárbara existe uma Escola de Música que atende a alunos da rede
municipal que se destacam dentre os demais no que diz respeito à vocação musical.
Em contrapartida, não existe um planejamento específico, por parte do município, voltado para a área
de educação ambiental. A Prefeitura, por meio das Secretarias de Educação e Meio Ambiente e em
parceria com empresas que atuam no município, como a AngloGold Ashanti e a Vale, além da Polícia
Militar do Meio Ambiente, atua apenas em atividades específicas e pontuais em algumas escolas,
sobretudo em datas comemorativas ou previamente definidas ano a ano, ou discutindo temas gerais a
respeito da questão ambiental.
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QUADRO 8.5.9 – NÚMERO DE ALUNOS MATRICULADOS, POR DEPENDÊNCIA DE ENSINO – SANTA BÁRBARA/MG (2012) (*) ENSINO DE JOVENS ADULTOS.
MATRÍCULA
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2Segurança Pública
Em 2010, o efetivo disponível em Santa Bárbara correspondia a um oficial, dois sargentos e 24 cabos e
soldados. O 2º Pelotão PM de Santa Bárbara faz parte da 57ª Cia. PM, o qual é formada pelo 1º Pelotão
PM de Barão de Cocais e pelo 3º Pelotão PM de São Gonçalo do Rio Abaixo.
O Quadro 8.5.10, a seguir, apresenta as ocorrências registradas pela Polícia Militar no município de
Santa Bárbara em 2008, discriminadas mês a mês. Observa-se que são predominantes ameaças, furtos,
lesões corporais, danos e arrombamentos residenciais urbanos. Todos os demais delitos foram
agregados na categoria outros.
QUADRO 8.5.10 - CRIMES POR NATUREZA – PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS ATENDIDAS PELA POLÍCIA MILITAR –
MUNICÍPIO DE SANTA BÁRBARA/MG (2008)
Nota-se, por meio das informações da Figura 8.5.6., que o número de ocorrências policiais registradas
a cada mês é bastante variável, sendo que, em 2008, as mesmas oscilaram mensalmente entre 79 e
163.
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Santa Bárbara não possui unidade do Corpo de Bombeiro Militar de Minas Gerais, sendo atendido pela
3ª Cia. do 2º Pelotão, localizada no município de Itabira que, por sua vez, é subordinada ao 3º Batalhão
de Bombeiro Militar, com sede na capital Belo Horizonte.
O município conta também com a atuação da Delegacia de Polícia Civil da Circunscrição de Santa
Bárbara e Catas Altas, vinculada à 3ª Delegacia Regional de Itabira e ao 12º Departamento de Polícia
Civil de Ipatinga. Seu quadro de funcionários, em 2010, era composto por 12 servidores, entre efetivos
e cedidos por outros entes federativos, dentre os quais se destacava a presença de um Delegado de
Polícia. Além de um prédio principal, a Delegacia possui Cadeia Pública da Comarca, situada na sede
municipal, para a qual são encaminhados os autores de crimes.
Além dos aparatos de segurança já mencionados, o município de Santa Bárbara possui uma Guarda
Municipal própria, formada em 2006, atuando, principalmente, em atividades da guarda patrimonial,
apoio à população e patrulhamento durante eventos.
2Habitação
Em 2010, segundo o Censo Demográfico do IBGE, foram identificados um total de 7.990 domicílios
particulares permanentes em Santa Bárbara, dos quais 7.089 (88,72%) estavam em área urbana e
apenas 901 (11,28%), em área rural.
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A partir dos dados da Figura 8.5.7, identifica-se que, entre 1970 e 2010, o número de domicílios
particulares permanentes em situação rural se manteve sempre cadente. Por outro lado, a quantidade
de domicílios particulares permanentes em situação urbana apresentou crescimento ininterrupto,
chegando a aumentar 330,68%, entre 1970 e 2010, o que revela que o município vem passando por
um intenso processo de expansão urbana.
FIGURA 8.5.7- DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES POR SITUAÇÃO (1970, 1980, 1991, 2000 E 2010)
Fonte: Censos Demográficos IBGE, 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010 (IBGE, 2010).
Predominam no município os domicílios do tipo casa, como demonstra a Figura 8.5.8, os quais
representam 98,77% do total de domicílios particulares permanentes identificados pelo IBGE durante
o Censo Demográfico de 2010. Os domicílios do tipo apartamento são limitados - apenas 0,93% - e em
menor percentual. Têm-se ainda aqueles classificados como "cômodo" e os identificados como “casa
de vila ou condomínio” que totalizam 0,15% cada.
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74 12 (0,15%)
(0,93%)
12 (0,15%)
7.892
(98,77%)
O acesso a serviços básicos, como coleta de lixo, água encanada e esgotamento sanitário, apresentou
melhoria entre 2000 e 2010, como demonstra a Figura 8.5.9. Cabe menção especial ao acesso ao
serviço de esgotamento sanitário por rede geral de esgoto ou fossa séptica, que passou de 79,01%,
em 2000, para o atendimento de 84,34% dos domicílios de Santa Bárbara em 2010. Em relação ao
abastecimento de água, 89,44% dos domicílios eram servidos por rede geral (água encanada) em
2010. Ressalta-se ainda que 7.826 domicílios do município, ou 98,76% do total, são atendidos por
companhia distribuidora de energia elétrica (IBGE, 2010).
FIGURA 8.5.9- DOMICÍLIOS COM COLETA DE LIXO, COM ÁGUA ENCANADA E COM ESGOTAMENTO SANITÁRIO
(2000 E 2010)
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Segundo o Perfil dos Municípios Brasileiros 2011, divulgado pelo IBGE, o município de Santa Bárbara
não possui um órgão voltado especificamente para a atuação na área de habitação. Conta com um
Conselho Municipal de Habitação que é paritário e tem caráter consultivo e fiscalizador. Há também
um Plano Municipal de Habitação. Em contrapartida, não possui um Fundo Municipal de Habitação. O
município dispõe de cadastro informatizado de famílias interessadas em programas habitacionais.
É realizada no município com recursos municipais e do governo federal, tanto na área urbana quanto
na rural, a construção e a melhoria de unidades habitacionais ou mesmo a oferta de materiais
construtivos e lotes.
2Saneamento Básico
A concessão do serviço de abastecimento de água na sede do município de Santa Bárbara é de
responsabilidade da COPASA. Para o atendimento da demanda desse serviço, é realizada captação
d’água no rio Caraça, próximo à sede do distrito de Brumal. São bombeados 60 litros/segundo através
de uma adutora de 7km de extensão até o sistema de tratamento e distribuição, localizado na sede.
Após passar pelo sistema de tratamento convencional (mistura rápida, floculação, decantação,
filtração, desinfecção e fluoretação), que é monitorado de duas em duas horas, cerca de 50% da água
é distribuída por gravidade. O restante depende de quatro pontos equipados com bomba. Em três
regiões da sede municipal o abastecimento é feito a partir de poços artesianos (um com
bombeamento de 5 litros/segundo e os outros dois com 3 litros/segundo). Nesse caso, a distribuição é
direta, passando apenas por processo de desinfecção (informações obtidas na Secretaria Municipal de
Meio Ambiente e Serviços Urbanos).
A Secretaria Municipal Meio Ambiente e Serviços Urbanos informa que nos distritos e subdistritos os
serviços de saneamento básico são de responsabilidade da administração municipal e a proporção de
domicílios atendidos pelo serviço é bem próxima de 100%. Nos distritos de Brumal e Florália existem
estações de tratamento de água. Em Barra Feliz, há um sistema com poço artesiano. No distrito de
Conceição do Rio Acima, o sistema funciona a partir de uma nascente. Nos subdistritos, com exceção
de Santana do Morro, onde há uma estação de tratamento, a água também é proveniente de
nascentes (Anglo Gold Ashanti & Sete, 2012).
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QUADRO 8.5.11 - DOMICÍLIOS POR SITUAÇÃO SEGUNDO INSTALAÇÃO SANITÁRIA MUNICÍPIO DE SANTA
BÁRBARA/MG (2010)
SITUAÇÃO
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS URBANA RURAL TOTAL
ABSOLUTA (%) ABSOLUTA (%) ABSOLUTA (%)
Rede geral de esgoto ou pluvial 6.347 89,53 245 27,19 6.592 82,50
Fossa séptica 46 0,64 101 11,2 147 1,83
Fossa rudimentar 207 2,92 418 46,39 625 7,82
Vala 35 0,49 - - 44 0,55
Rio, lago ou mar 246 3,37 93 10,32 339 4,24
Outro escoadouro 116 1,63 - - 120 1,50
sanitário 79 0,99 25 0,31 104 1,30
Não tem instalação sanitária 13 0,18 - - 19 0,23
TOTAL 7.089 100,00 882 100,00 7.990 100,00
Fonte: Censo Demográfico IBGE, 2010 (IBGE, 2010).
O esgoto sanitário coletado no município é lançado, sem tratamento, nos cursos d’água que cortam o
município. No entanto, informações obtidas na Prefeitura Municipal dão conta de que o município
dispõe de um projeto básico para implantação de um sistema de esgotamento sanitário com duas
estações de tratamento de esgoto (ETEs), sendo uma na área central e outra no bairro São Bernardo.
Os projetos estão sendo adequados para obterem financiamento da Fundação nacional da Saúde -
Funasa e do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais - BDMG.
O serviço de coleta de lixo é realizado em três dias por semana na sede urbana e dois dias por semana
nos distritos e no subdistrito do Sumidouro. Atualmente, todo o resíduo coletado é encaminhado para
o aterro sanitário, o qual foi implantado recentemente, em área fora do núcleo urbano, no distrito de
Florália, localizado a cerca de 4km da sede. O aterro substitui o antigo lixão, que se localizava dentro
da área urbana. Nos demais subdistritos do município, o lixo é queimado ou encaminhado à sede
municipal pelos próprios moradores.
A coleta seletiva de lixo chegou a ser implantada pela Prefeitura Municipal. Em dezembro de 2011, o
lixo reciclável era coletado semanalmente nos bairros Centro, Tenente Carlos, Santa Terezinha, São
José, São Bernardo, São Vicente e Santa Mônica. Entretanto, problemas operacionais fizeram com que
o serviço fosse suspenso, e a Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Urbanos da administração 2013-
2015 pretende retomá-lo após a implantação de um adequado plano de comunicação entre a
prefeitura e a comunidade.
2Renda e Equidade
De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, com base nos dados do Censo
Demográfico de 2010,
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a renda per capita média de Santa Bárbara cresceu 89,01% nas últimas duas décadas, passando de
R$283,50 em 1991 para R$384,91 em 2000 e R$535,84 em 2010. A taxa média anual de
crescimento foi de 35,77% no primeiro período e 39,21% no segundo. A extrema pobreza
(medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 70,00, em reais
de agosto de 2010) passou de 15,79% em 1991 para 9,40% em 2000 e para 4,76% em 2010.
A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini passou de 0,53 em 1991 para 0,56 em 2000 e para 0,47
em 2010 (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada & Fundação João Pinheiro, 2013).
2Qualidade de Vida
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDH-M é uma adaptação do IDH, que foi
originalmente desenvolvido para a avaliação do desempenho dos países. Trata-se de um indicador de
metodologia amplamente aceita e uso generalizado na mensuração da qualidade de vida de
determinado município ou região.
O IDH-M de Santa Bárbara, de 0,707 em 2010, considerado como de alto desenvolvimento humano,
registrou crescimento de 63,66% entre 1991 e 2010. Esse índice encontra-se, ainda, um pouco distante
do patamar de muito alto desenvolvimento humano, o qual se insere no intervalo de 0,80 a 1,00.
O hiato de desenvolvimento humano, que corresponde à distância entre o IDH do município e o limite
máximo do IDH, ou seja, 1-IDH, reduziu-se em 48,42% neste período.
Em relação aos outros municípios do Estado, Santa Bárbara encontra-se no primeiro quartil em termos
de desenvolvimento humano, tendo em vista que ocupa a 188ª posição dentre os 853 municípios
mineiros e se encontra entre os 22,00% com maior IDH-M.
A Figura 8.5.10 apresenta a evolução do IDH total de Santa Bárbara e de seus componentes entre 1990
e 2010. Mostra ainda a evolução média dos municípios do estado de Minas Gerais.
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FIGURA 8.5.10 – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL – IDHM – SANTA BÁRBARA E MÉDIA DO
ESTADO – 1991-2010
0,9
0,816
0,8
0,731
0,7 0,707
0,679 0,676
0,642
0,6
0,573
0,5 0,478
IDHM
0,4 0,432
0,3
0,2 0,207
0,1
0
1991 2000 2010
Ano
Observa-se, pela Figura 8.5.10 , comportamento semelhante entre o IDHM de Santa Bárbara e a média
dos municípios no estado, sendo que, em 2010, Santa Bárbara apresenta valor ligeiramente inferior.
Verifica-se ainda que o melhor indicador do IDH no município refere-se à longevidade (em 2010, a
esperança de vida ao nascer em Santa Bárbara era de 73,97 anos). O IDHM relacionado à educação
encontra-se ainda na categoria de médio desenvolvimento, embora tenha apresentado crescimento
relevante entre 2000 e 2010.
Os dados mais recentes disponíveis referem-se a 2010, quando o IFDM médio para o Brasil atingiu
0,79, variando de 0,36 (município de Tremedal, BA) até 0,94 (município de Indaiatuba, SP).
Os índices apurados para os municípios brasileiros concentraram-se na faixa de 0,6 a 0,8, chamada de
desenvolvimento “moderado”, que incluiu 59,0% dos municípios. No mesmo conjunto dos municípios
brasileiros, 37,0% tiveram IFDM entre 0,4 e 0,6 – desenvolvimento “regular” – enquanto 4,0%
alcançaram a classe de 0,8 a 1, que é definida como “alto” desenvolvimento. Por outro lado, apenas
0,4% dos municípios tiveram IFDM entre 0,3 e 0,4, sendo de “baixo” desenvolvimento.
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O índice apurado para o município de Santa Bárbara foi de 0,7039, que configura desenvolvimento
“moderado”, segundo as definições do IFDM - FIRJAN (índice na faixa de 0,6 a 0,8). Cabe dizer que o
município ocupa a 198ª posição no ranking dos 853 municípios mineiros e a 1.619ª posição no ranking
dos 5.507 municípios brasileiros.
1Dimensão Econômica
O município de Santa Bárbara registra como principais atividades econômicas a indústria extrativa
mineral, a silvicultura, a apicultura, o comércio e os serviços. Sua indústria mineradora historicamente
se destaca no contexto estadual, fato que se confirma pela posição do município entre os maiores
recebedores da Contribuição Financeira sobre Exploração Mineral (CFEM) no Estado Minas Gerais. Esse
estado ocupa, por sua vez, o primeiro lugar no ranking brasileiro de arrecadadores de CFEM. Em 2012,
Santa Bárbara apresentou a 13ª maior arrecadação de CFEM do estado de Minas Gerais. Já no
acumulado até maio de 2013, Santa Bárbara alcançou o 11ª entre os maiores arrecadadores do estado.
Pode-se afirmar, ainda, que as atividades do setor primário (agropecuária e silvicultura) geram pouco
valor adicionado, apesar da existência da tradição municipal na produção e comercialização do mel. Já
o setor de serviços possui uma participação superior à metade do valor adicionado total do município
de Santa Bárbara. No caso da indústria, sua participação depende do desempenho da extração
mineral, por sua vez correlacionada à conjuntura econômica internacional, o que pode provocar
grandes oscilações em sua fatia no Produto Interno Bruto -PIB, conforme se observa na Figura 8.5.11.
FIGURA 8.5.11 – VALOR ADICIONADO POR SETOR DE ATIVIDADE ECONÔMICA - SANTA BÁRBARA/MG (2006-
2009) (EM MILHARES DE R$ CORRENTES)
300000
Valor Adicionado (em milhares de reais correntes)
250000
200000 150.775
150000
123.042
104796
109.092 124.998
100000
111.360
50000
64198 50.954 61.197
41.872
5871 6.599 6.712 5.751 7.853
0
2006 2007 2008 2009 2010
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A Figura 8.5.12 exibe o recolhimento de CFEM no município de Santa Bárbara, sendo o volume
monetário da compensação um importante termômetro do nível de atividade econômica da indústria
extrativa mineral. Por ela, percebe-se a grande queda verificada durante a crise econômica
internacional de 2008/2009, a rápida recuperação em 2010 e 2011 e estagnação no último ano da
série. Já a Figura 8.5.13 apresenta a oscilação de PIB por habitante em Santa Bárbara, que não
apresenta a mesma tendência de crescimento observada no âmbito estadual. Percebe-se a ampliação
do hiato entre o PIB per capita estadual e o do município nos anos recentes.
FIGURA 8.5.12 - ARRECADAÇÃO MUNICIPAL DA CFEM FIGURA 8.5.13 - PIB POR HABITANTE - SANTA BÁRBARA
- SANTA BÁRBARA/MG (2008-2012) – R$ MIL E MINAS GERAIS (2004-2010) – R$MIL
15000 22
Milhares de R$
Milhares de R$
17
10000
12
5000
7
Santa
0 2 Bárbara
2008 2009 2010 2011 2012 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Com uma Receita Orçamentária de cerca de R$52,2 milhões em 2011 (Quadro 8.5.12) vê-se que a
CFEM tem uma grande importância para as finanças públicas municipais de Santa Bárbara, tendo
representado 16,79% dos recursos disponíveis para a Prefeitura Municipal naquele ano. Cabe ressaltar
também a importância das transferências governamentais para o município. Somadas todas as
transferências elas chegaram a 64,29% da arrecadação do município em 2011.
QUADRO 8.5.12– RECEITAS NÃO FINANCEIRAS DO MUNICÍPIO DE SANTA BÁRBARA/MG (2010) (EM R$
CORRENTES)
2011
RECEITA ORÇAMENTÁRIA
R$ %
IPTU 577.054 1,10%
ISS 5.144.105 9,84%
Receita de Arrecadação Própria IRRF 457.541 0,88%
ITBI 273.771 0,52%
Taxas 237.826 0,46%
Transferências FPM 13.572.777 25,97%
federais SUS 2.318.638 4,44%
Transferências Governamentais Transferências ICMS 8.562.221 16,38%
estaduais IPVA 1.349.395 2,58%
Transf.
FUNDEB 7.795.660 14,92%
Multigov.
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O Quadro 8.5.13 ilustra a intensidade da atividade mineradora no município, onde existem centenas
de processos minerários registrados pelo DNPM. Já o Quadro 8.5.14 exibe os valores arrecadados com
a CFEM em 2012, segundo a substância extraída dentro dos limites territoriais de Santa Bárbara.
Observa-se que, apesar do crescimento da extração de ouro, o minério de ferro continua se
apresentando como a substância que mais gera divisas. Em 2012, de acordo com o DNPM, o minério
de ferro representou 74,13% do valor da arrecadação do CFEM em Santa Bárbara, enquanto o minério
de ouro atingiu 23,62%.
NÚMERO DE PROCESSOS
FASE DO PROCESSO
ABSOLUTO %
Arrendamento parcial 1 0,09
Autorização de pesquisa 1.081 96,35
Cessão parcial 4 0,36
Disponibilidade de pesquisa 13 1,16
Grupamento mineiro 6 0,53
Mudança de regime para aut. De pesquisa 1 0,09
Registro de licença 16 1,43
Total 1.122 100
QUADRO 8.5.14- ARRECADAÇÃO DE CFEM, POR SUBSTÂNCIA, DO MUNICÍPIO DE SANTA BÁRBARA – 2012
SUBSTÂNCIA R$ %
Minério de Ferro 10.156.460,84 74,13
Minério de Ouro 3.236.354,42 23,62
Gnaisse 300.515,44 2,19
Areia 7.009,22 0,05
Total 13.700.927,96 100
Fonte: Departamento de Produção Mineral - DNPM, 2013.
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As principais empresas que atuam no município são a Vale, AngloGold Ashanti, MSOL, Cenibra, além
da Pedreira Um Valemix (que atua em João Monlevade e Catas Altas). Já o SEBRAE, em conjunto com a
Associação Comercial de Santa Bárbara e Prefeitura Municipal, é parceiro mantenedor da Associação
de Desenvolvimento Econômico e Social de Santa Bárbara (ADESB).
Os projetos mais recentes conduzidos pela ADESB, além dos mencionados, dizem respeito à criação
de uma identidade para o artesanato de Santa Bárbara, com foco em peças de cerâmica, e a
implantação no município de um roteiro gastronômico com produtos de mel e outras tradições.
Pretende-se ainda sistematizar de um banco de dados que fique à disposição dos empreendedores e
cidadãos locais.
1Dimensão Ambiental
A região onde se insere o município de Santa Bárbara apresenta um longo histórico de ocupação, o
que, sem dúvida, implica em uma paisagem natural bastante antropizada. Observa-se, na atualidade, a
presença de empresas mineradoras de grande porte o que implica em impactos intrínsecos ao setor.
Contudo, nota-se nos últimos anos no Brasil uma significativa melhoria institucional no que tange à
questão ambiental, resultando em avanços no processo de inserção de novas atividades no meio
ambiente.
Santa Bárbara conta com uma Secretaria Municipal que trata do meio ambiente juntamente com os
Serviços Urbanos, o que denota a importância que essas questões combinadas possuem para a
realidade local. Para subsidiar as atividades da Secretaria e as demais questões relacionadas ao meio
ambiente no município, destaca-se a existência do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente -
CODEMA.
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De acordo com a avaliação da atual titular da pasta de Meio Ambiente e Serviços Urbanos, em
entrevista realizada em julho de 2013, os principais problemas ambientais aos quais está submetido o
território municipal de Santa Bárbara se relacionam à atividade extrativa mineral, em especial aqueles
ligados ao uso da água na mineração e à atração de expressivos contingentes populacionais durante a
implantação dos projetos minerais de maior porte na região onde o município se insere.
Outro projeto implementado com o apoio da AngloGold Ashanti foi o Parque Recanto Verde, que é,
atualmente, uma referência em termos de lazer e meio ambiente para a sede urbana (Foto 8.5.4). No
que diz respeito à existência de Unidades de Conservação e elementos do patrimônio natural cabe
destacar: Reserva Ecológica de Peti, Serra do Espinhaço, Serra do Caraça, rio Caraça, rio Conceição, rio
Santa Bárbara, rio Maquiné, Cachoeira do Capivari e Cachoeira do Gambá (ambas no distrito de
Conceição do Rio Acima) e as Corredeiras do rio Conceição.
No Quadro 8.5.15, a seguir, são apresentadas as principais características das ações institucionais em
termos ambientais.
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MEIO AMBIENTE
Secretaria Municipal de Meio
Sim Agenda 21 local Não
Ambiente
Trata exclusivamente de Meio Possui legislação específica para a
Não Sim
Ambiente questão ambiental?
Possui CODEMA Sim Unidades de Conservação municipal Sim
Ações Ambientais de âmbito municipal desenvolvidas
Fiscalização/Controle atividades extrativas Ampliação e/ou melhoria da rede de esgoto sanitário
Fiscalização e controle contaminação oriunda criação
Fiscalização de postos de gasolina
de animais
Fiscalização e ou controle de garimpo Criação e/ou gestão de Unidade de Conservação
Fiscalização em áreas protegidas e combate às
Criação e/ou gestão de jardim Botânico
atividades ilegais
Recomposição de vegetação nativa Programa de Educação ambiental
Fonte: Perfil dos municípios brasileiros (IBGE, 2011).
1Dimensão Cultural
O município, cuja origem remonta os primórdios da colonização mineira, Santa Bárbara conta com
inúmeros bens tombados tanto nas esferas federal, estadual e municipal.
2Esfera federal
Casa no Largo do Rosário, onde funciona atualmente a Casa de Cultura de Santa Bárbara;
2Esfera estadual
Igreja Capela do Senhor do Bonfim;
2Esfera municipal
Capela do Cemitério;
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Cine Vitória;
Prefeitura Municipal;
Ruínas do Capivari;
No município há a realização de diversas festividades tradicionais. Não obstante, pode-se dizer que o
principal destaque fica por conta da Cavalhada, festa de cunho religioso que ocorre anualmente, todo
primeiro domingo do mês de julho, na sede do distrito de Brumal.
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Em 24 de dezembro de 1874, através da Lei n.º 556, Brumado foi elevado à categoria de freguesia.
Distrito antigo, em 1911, perdeu esta condição para retomá-la em 1918. Teve a sua denominação
alterada para Barra Feliz em 1923, nome atual de um distrito próximo, e retomou o nome de Brumado
quatro anos depois. Somente em 31 de dezembro de 1948, através do Decreto-Lei n.º 1058, recebeu a
atual denominação de Brumal.
1Demografia
Os resultados do Censo Demográfico 2010 indicam a existência de 1.114 moradores no núcleo urbano
do distrito de Brumal, pertencente ao município de Santa Bárbara. Foram contabilizados 308
domicílios particulares permanentes ocupados.
QUADRO 8.5.16 - NÚMERO DE MORADORES POR FAIXA ETÁRIA E SEXO – DISTRITO DE BRUMAL, 2010
SEXO
FAIXA ETÁRIA
HOMEM MULHER
0 a 4 anos 37 28
5 a 9 anos 30 49
10 a 14 anos 41 53
15 a 19 anos 65 50
20 a 24 anos 55 59
25 a 29 anos 55 47
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Pelo quadro acima, percebe-se que a superioridade do número de mulheres em relação ao de homens
se dá nas faixas etárias acima de 50 anos.
2Atendimento de Educação
Na sede de Brumal existem dois estabelecimentos escolares, sendo um municipal e outro estadual.
Ambos funcionam no mesmo espaço físico, localizado na Praça Santo Amaro, na área central da sede
distrital. O imóvel é de propriedade da Prefeitura Municipal que o cede no período matutino e
noturno para o funcionamento da escola estadual.
Segundo informações de 2011, a Escola Municipal Cecília Álvares Duarte atende alunos de educação
básica e ensino fundamental do 1º ao 5º ano, tendo contado, respectivamente, com 33 e 86 alunos
matriculados em 2011, segundo o INEP.
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Para a Escola Estadual José Álvares Duarte, o INEP informa que a mesma encontra-se paralisada,
embora isso não tenha sido constatado quando da realização da pesquisa de campo em 2012.
Segundo dados coletados com representantes da Associação Comunitária de Brumal, são ofertados os
anos finais do ensino fundamental e o ensino médio no referido estabelecimento de ensino,
atendendo plenamente a demanda tanto de Brumal como do subdistrito de Sumidouro.
Para alunos matriculados em cursos técnicos é disponibilizado transporte gratuito pela prefeitura
municipal.
Representantes da associação comunitária local afirmaram que os filtros de barro estão disseminados
por praticamente todos os domicílios, mas se queixam do tratamento pelo qual é submetida a água
que recebem, de qualidade inferior àquele aplicado à água distribuída pela COPASA na sede urbana
de Santa Bárbara.
4Esgoto
Embora não exista sistema de tratamento do esgoto sanitário, esse era coletado por rede de esgoto
em 260 dos domicílios (84,42%) e lançado no rio Caraça, a jusante da captação de água. Havia, ainda,
14 domicílios utilizando-se de fossa rudimentar (4,55%), quatro dotados de fossa séptica (1,30%) e 30
que despejavam esgoto diretamente no rio (9,74%) (IBGE, 2010).
4Coleta de Lixo
O serviço de coleta de lixo atendia a 285 domicílios (92,53%), ao passo que em 22 deles (7,14%) o lixo
era queimado ou enterrado (IBGE, 2010). Caminhões compactadores visitam Brumal às terças e sextas-
feiras para realizarem a coleta de lixo.
3Energia Elétrica
Segundo informações do IBGE (2010), em 306 dos 308 domicílios particulares permanentes,
encontrava-se disponível a rede de energia elétrica (99,35%). A leitura dos medidores de consumo é
feita mensalmente por técnicos da CEMIG.
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Os maiores empregadores de mão de obra local são a Prefeitura Municipal, a AngloGold Ashanti, a
Vale e a Jaguar Mining (antiga MSOL), além das prestadoras de serviço para as mineradoras.
1Manifestações Culturais
O distrito de Brumal é conhecido pelas suas festividades, sobretudo pela Cavalhada, que é realizada
anualmente. Trata-se de uma encenação sobre a guerra entre mouros e cristãos que ocorrera na idade
média. Homens fantasiados de cavalheiros sobre cavalos ornamentados simulam duelos, enfeitados
com cores específicas de cada lado do combate, que ocorre na praça ao lado da Igreja de Santo
Amaro.
Em função do patrimônio histórico relativamente preservado, o Núcleo Histórico da vila de Brumal foi
tombado pelo Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Cultural, através do Decreto municipal
nº 1780 de 14/2009, sendo que 56 bens fazem parte deste núcleo e foram incluídos no tombamento.
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Segundo dados censitários, o setor censitário 315720315000002 possuía 290 moradores em 2010. O
presidente da associação comunitária local afirmou, entretanto, existirem, ao todo, 146 casas e
aproximadamente 415 moradores em Sumidouro.
QUADRO 8.5.17 - NÚMERO DE MORADORES POR FAIXA ETÁRIA E SEXO – 2010 – SUBDISTRITO DE SUMIDOURO
(SETOR CENSITÁRIO 315720315000002)
SEXO
FAIXA ETÁRIA
MASCULINO FEMININO
0 a 4 anos 10 9
5 a 9 anos 4 12
10 a 14 anos 8 10
15 a 19 anos 12 10
20 a 24 anos 16 13
25 a 29 anos 8 13
30 a 39 anos 30 28
40 a 49 anos 31 25
50 a 59 anos 15 15
60 anos ou mais 8 13
TOTAL 142 148
Fonte: Censo Demográfico 2010 (IBGE, 2012).
Dentre as “doenças referidas” (aquelas que são objeto de estatísticas pelo PSF), predomina a
hipertensão arterial.
2Atendimento de Educação
Em Sumidouro funciona a Escola Municipal João Lopes de Faria, que oferece pré-escola e ensino
fundamental “anos iniciais”. Em 2011, foram registradas 15 matrículas na primeira modalidade e 39 na
segunda (INEP, 2012). Há também aulas de inclusão digital e reforço escolar de português e
matemática. Alunos do ensino fundamental “anos finais” e do ensino médio se dirigem a Brumal,
tendo à disposição transporte escolar fornecido pela Prefeitura de Santa Bárbara. Também há
transporte gratuito para alunos matriculados em cursos técnicos ofertados na sede urbana de Santa
Bárbara.
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4Esgoto
Embora não exista sistema de tratamento do esgoto sanitário, este é coletado por rede de esgoto e
lançado no rio Caraça, a coleta atende a 80 domicílios do setor censitário (100%) (IBGE, 2010).
4Coleta de Lixo
O serviço de coleta de lixo atende a todos os 80 domicílios do setor censitário. Caminhões
compactadores visitam Sumidouro às terças e sextas-feiras para realizar a coleta (IBGE, 2010).
3Energia Elétrica
Em 2010, 100% dos domicílios do setor censitário recebiam energia elétrica (IBGE, 2010). Em pesquisa
local, o presidente da associação comunitária afirma que todos os domicílios de Sumidouro contam
com o serviço e que as medições de consumo são realizadas mensalmente pela CEMIG.
1Manifestações Culturais
Segundo dados coletados em Sumidouro, os moradores locais têm aptidão pelo teatro e há, com
frequência, apresentações teatrais.
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Foto 8.5.8 Vista do Povoado de Campo Grande, com cruzeiro da capela de Nossa
Senhora da Conceição em primeiro plano
1Demografia
O povoado de São Gonçalo, segundo representante da Associação Comunitária de São Gonçalo do Rio
Acima e Adjacências, possui 64 casas e pouco mais de 200 moradores. Já Campo Grande, de acordo
com a liderança comunitária local, possui aproximadamente 20 casas e 65 moradores. Ambos estão
inseridos no setor censitário 310540005000024, cujos limites territoriais são muito superiores à área
das duas comunidades. Esse setor, segundo o Censo Demográfico 2010, apresentou uma população
de 611 pessoas em 173 domicílios particulares permanentes ocupados (Anglo Gold Ashanti & Sete,
2012).
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2Atendimento de Educação
Em São Gonçalo do Rio Acima está localizada a Escola Municipal Capitão Soares. Segundo as
lideranças locais, ela oferece os ensinos pré-escolar e fundamental “anos iniciais”. Entretanto, o INEP
registrou apenas 33 matrículas no ensino fundamental em 2011 (INEP, 2012). Para alunos dos ensinos
fundamental “anos finais”, médio e técnico, a Prefeitura Municipal disponibiliza transporte gratuito
para a sede de Barão de Cocais. A prefeitura daquele município também oferecem transporte para
alunos de curso superiores, inclusive para municípios vizinhos, como Itabira e João Monlevade.
4Esgoto
No setor censitário 310540005000024, em 2010, 25,44% dos domicílios eram atendidos por rede geral
de esgoto, 46,24% utilizavam fossa rudimentar, 1,74% lançavam detritos em valas e 26,01% em cursos
d’água (IBGE, 2010). Em São Gonçalo do Rio Acima e Campo Grande, os líderes comunitários
afirmaram que todos os domicílios utilizam-se de fossas rudimentares.
4Coleta de Lixo
Os líderes comunitários de São Gonçalo do rio Acima e Campo Grande disseram que os rejeitos são
recolhidos às sextas-feiras por caminhão da Prefeitura Municipal de Barão de Cocais.
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3Energia Elétrica
O Censo 2010 (IBGE, 2010) constatou que 99,42% dos domicílios do setor censitário 310540005000024
estavam ligados à rede de energia elétrica. Os líderes comunitários de São Gonçalo do Rio Acima e
Campo Grande afirmaram que todas as casas recebem energia da CEMIG e as leituras são realizadas a
cada três meses por funcionários da empresa.
1Manifestações Culturais
A atividade cultural local restringe-se a eventos religiosos, principalmente da igreja católica.
Destaca-se que no Cadastro Nacional dos Bens Arqueológicos (CNBA) do IPHAN não identifica
nenhum registro em todo o município de Santa Bárbara.
Vale lembrar que foram realizados na propriedade Fazenda Cristina, local de inserção da Mina Córrego
do Sítio I, diversos estudos arqueológicos interventivos para o licenciamento ambiental de outros
porjetos(Mina Subterranea, Pilha de Rejeito Rosalino, projeto João Burro) e em nenhum destes foi
identificado resquícios arqueológicos.
De forma preventiva e a garantia que qualquer vestígio arqueológico não seja afetado será mantido o
Programa de Educação Patrimonial já em execução na Mina Córrego do Sítio I durante as obras de
implantação da pilha.
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Para o empreendimento Ampliação da Pilha de Ésteril de Crista aguarda-se as emissões das referidas
anuências do IPHAN para o desenvolvimentos dos diagnósticos conforme descrito nos projetos
inseridos no Anexo 08 e posterior protocolo dos mesmos junto à este órgão ambiental.
9. ANÁLISE INTEGRADA
A Mina Córrego do Sítio I está localizada no município de Santa Bárbara/MG, distante cerca de 110km
de Belo Horizonte, e corresponde a um conjunto de cavas a céu aberto e uma planta de
beneficiamento de minério de ouro oxidado, além de uma mina subterrânea de minério de ouro.
O objeto deste estudo ambiental corresponde à Ampliação da Pilha de Ésteril de Crista e de seu novo
dique de contenção de finos. Atualmente a Pilha de Crista se encontra com sua capacidade de
armazenamento esgotada.
A Mina Córrego do Sítio I está inserida em um divisor de águas das bacias do rio Conceição e córrego
do Sítio, ambos pertencentes à bacia estadual do rio Piracicaba, tributário de segunda ordem da
margem esquerda do rio Doce (bacia federal), em uma região com relevo montanhoso e vertentes
íngremes. A área de Ampliação da Pilha de Crista pertence à bacia do rio Conceição, na microbacia do
córrego Crista.
O município de Santa Bárbara, definido com área de influência do projeto, teve seus processos de
ocupação e estruturação econômica relacionados aos primórdios da exploração do ouro em Minas
Gerais no século XVIII. As atividades minerárias de exploração de ouro e de ferro seguiram como
fundamentais para a economia, estendendo-se até a atualidade. A atividade agropecuária, porém,
sempre se mostrou em posição secundária, pois a dinâmica de evolução da paisagem não favoreceu o
desenvolvimento de solos profundos. A mineração é, portanto, a atividade de maior peso e contribui
fortemente para a geração de emprego e renda na região.
A paisagem regional é marcada pela transição entre os domínios Mata Atlântica e Cerrado, o que
propicia uma alta diversidade biológica. A distribuição dos ecossistemas reflete as características do
clima e do relevo regionais. O clima é típico de regiões interioranas mais elevadas, com duas estações
bem definidas: no verão é chuvoso e o inverno é seco, o que favorece a ocorrência das florestas
estacionais. O relevo é montanhoso com declividade acentuada que, junto da considerável amplitude
altimétrica, corrobora a existência de drenagens com matas ciliares em fundo de vale que se
interligam formando corredores de mata nativa, permitindo a manutenção da riqueza de espécies da
flora e da fauna.
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As formações florestais da ADA estão inseridas em uma paisagem alterada por atividades antrópicas.
A atividade minerária, a criação de áreas de pastagem, a retirada seletiva de madeira e o
carvoejamento, além da própria implantação e operação da Mina Córrego do Sítio I, resultaram na
atual configuração da paisagem.
Os trechos florestais são os ambientes mais relevantes para a conservação da fauna local,
apresentando uma grande riqueza e abrigando a maior parte das espécies endêmicas da Mata
Atlântica.
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Contudo, apesar do uso antrópico ao longo do tempo na região, incluindo silvicultura e agropecuária,
além da mineração, a mesma ainda apresenta remanescentes florestais de dimensões consideráveis. A
dominância de remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual e a proximidade com áreas
serranas conservadas, como é o caso do Maciço do Caraça, constituem um fator importante para a
conservação da biodiversidade. A presença desses remanescentes florestais em bom estado de
preservação e interconectados favorece o fluxo de espécimes.
A vegetação na região, embora denote a ocorrência de distúrbios ao longo do tempo, ainda abriga
elevada diversidade de espécies e apresenta potencial de regeneração e reestruturação da
complexidade estrutural da floresta. A presença de espécies da avifauna com exigências ecológicas
restritas e de espécies da mastofauna com demanda de territórios amplos também apontam para a
importância desta área para a conservação da biota local e regional.
Se considerarmos a não ampliação da Pilha de Crista e que as condições ambientais atuais observadas
nas áreas em questão serão mantidas, há uma tendência de se manter suas funções ecológicas,
atuando como abrigo para os espécimes e contribuindo para a interação entre populações de
espécies silvestres.
Dessa forma, o prognóstico para a área sem a implantação do empreendimento, ou seja, o cenário
sem a implantação da Ampliação da Pilha de Ésteril de Crista é de que as condições ambientais
diagnosticadas conservem sua dinâmica atual. Ou seja, na hipótese da não implantação do
empreendimento proposto, considerando o estado atual de conservação, a área em questão tende a
manter seu quadro atual de riqueza e diversidade biológica, além da continuidade de atividades
antrópicas já existentes no entorno imediato das áreas de influência direta e indireta, incluindo a
permanência de áreas de uso agropecuário, silvicultura e mineração, especificamente as áreas já
alteradas e relacionadas às cavas a céu aberto, pilhas de estéril, acessos e outras instalações da Mina
Córrego do Sítio I.
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11.1. Metodologia
A avaliação dos impactos está pautada na análise conjunta do diagnóstico ambiental dos meios físico,
biótico e socioeconômico e cultural e dos aspectos ambientais das atividades e tarefas das etapas de
implantação e operação do empreendimento.
Efeito: positivo (+) (impacto benéfico ao meio) ou negativo (-) (impacto adverso ao meio).
Incidência: direta (D), quando decorre de uma ação do empreendimento, ou indireta (I), quando é
conseqüência de outro impacto.
Abrangência: pontual (P), quando se restringe a um ou mais pontos localizados, na ADA; local (L),
quando ocorre em áreas menos circunscritas, porém restritas à ADA e AID; regional (R), quando o
impacto tem interferência ou alcance na AII (sub-bacia ou municípios envolvidos), e supra-regional
(S), quando extrapola a AII do empreendimento.
Duração: curto prazo (C), quando ocorre em tempo igual ou inferior a um (01) ano; médio prazo (M),
quando ocorre no intervalo de 1 a 10 anos; e longo prazo (L), quando ocorre em um intervalo
superior a 10 anos.
Reversibilidade: reversível (R), se o meio tem potencial para se recompor quando cessada ou
controlada a origem do impacto; e irreversível (I), quando o impacto se mantém mesmo se
controlado ou cessada sua origem.
Periodicidade: temporário (T), quando ocorre uma única vez durante a fase avaliada; permanente
(P), quando depois de ocorrido não tem fim definido na fase avaliada; e cíclico (C), quando se repete
na fase avaliada.
Magnitude: desprezível (D), baixa (B), média (M), alta (A) ou crítica (C), conforme apresentado no
quadro a seguir.
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Média
os padrões ambientais podem ser eventualmente ultrapassados (eventos
isolados).
O impacto causado é percebido ou medido e implica uma grande alteração da
qualidade ambiental da área de abrangência considerada. Os estudos indicam que
Alta
os padrões ambientais podem ser ultrapassados com maior freqüência, não
demonstrando uma curva de tendência evolutiva.
O impacto causado é percebido ou medido e implica uma alteração crítica da
qualidade ambiental da área de abrangência considerada. Os estudos indicam que
Crítica
os padrões ambientais podem ser ultrapassados com maior freqüência,
demonstrando uma curva de tendência evolutiva.
O impacto não é percebido ou verificável, não alterando a qualidade ambiental da
área de abrangência. Ocorre, por exemplo, em empreendimentos já instalados,
Desprezível
onde não existem habitats naturais. Portanto, podem prescindir da indicação de
medidas mitigadoras, de acompanhamento ou de compensação.
O impacto é passível de ser percebido ou verificável, sem caracterizar perdas na
qualidade ambiental da área de abrangência. Ocorre, por exemplo, quando o
ecossistema afetado é muito pouco complexo; já se encontra descaracterizado em
Baixa
sua composição e estrutura e/ou apresenta resiliência. Os impactos não
prescindem da indicação de medidas mitigadoras, acompanhamento ou
compensação.
O impacto caracteriza perdas na qualidade ambiental da área de abrangência. As
alterações verificadas podem ser expressas na supressão ou alteração de habitats
pouco complexos e na perda de espécies da flora e da fauna silvestres pouco
MEIO BIÓTICO
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dinâmica socioeconômica.
O impacto provoca alterações na estrutura e na dinâmica socioeconômica, as
Média quais podem ser absorvidas com ações de ajuste na estrutura socioeconômica
municipal.
O impacto provoca alterações significativas na estrutura e na dinâmica
Alta socioeconômica, as quais só podem ser absorvidas com ações de transformação
da estrutura socioeconômica.
O impacto provoca alterações estruturais, gerando desajustes e conflitos no que
diz respeito à dinâmica socioeconômica, que só podem ser absorvidas com ações
Crítica
de transformação da estrutura socioeconômica e de forte compensação
socioambiental.
Com relação ao patrimônio arqueológico, não provoca alterações nas ocorrências
Desprezível
e/ou sítios arqueológicos.
Com relação ao patrimônio arqueológico, provoca pequenas alterações nas
PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO
Baixa ocorrências e/ou sítios arqueológicos, que podem ser absorvidas com ações de
proteção.
Com relação ao patrimônio arqueológico, provoca alterações nas ocorrências e/ou
Média sítios arqueológicos, que podem ser absorvidas com ações de proteção e/ou de
salvamento.
Com relação ao patrimônio arqueológico, provoca alterações significativas nas
Alta ocorrências e/ou sítios arqueológicos, que só podem ser absorvidas com o resgate
dos vestígios.
Com relação ao patrimônio arqueológico, provoca grandes alterações,
ocasionando danos importantes ou a destruição das ocorrências e/ou sítios
Crítica
arqueológicos e das informações sobre a ocupação pretérita da área; e/ou de sítio
ou vestígio considerado excepcional ou único.
Com relação aos Bens Culturais de Natureza Material não provoca alterações nos
Desprezível
atributos patrimoniais.
Com relação aos Bens Culturais de Natureza Material provoca pequenas alterações
nos atributos patrimoniais, que podem ser absorvidas com ações de proteção e
Baixa
ações de conservação/restauro em um elemento estrutural ou ornamental do
PATRIMÔNIO MATERIAL
bem.
Com relação aos Bens Culturais de Natureza Material provoca alterações nos
atributos patrimoniais, que podem ser absorvidas com ações de conservação e/ou
Média
restauro, correspondendo a intervenções em diferentes elementos estruturais e
ornamentais do bem.
Com relação aos Bens Culturais de Natureza Material provoca grandes alterações
ocasionando a perda irreversível parcial do bem patrimonial, demandando ações
Alta
de documentação, salvamento e intervenções de restauro de larga escala,
envolvendo reconstrução parcial do bem.
Com relação aos Bens Culturais de Natureza Material provoca a perda irreversível
Crítica de todo o conjunto patrimonial, bem tombado e/ou considerado excepcional ou
único.
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A identificação e a avaliação dos impactos para as fases de implantação e operação das Atividades do
projeto de Ampliação da Pilha de Estéril de Crista está apresentada nos itens a seguir e sintetizada nos
Quadros 7.3, 7.4 e 7.5, ao final do descritivo dos impactos.
Cabe ressaltar que a pilha de estéril objeto de ampliação encontra-se localizada dentro dos limites da
Mina Córrego do Sítio I, de propriedade da AngloGold, onde a maior parte das áreas já se encontra
alterada devido à implantação e operação de estruturas de mina.
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Assim, o impacto de alteração da estrutura e das características do solo na ADA pode ser considerado
negativo; direto, pois decorrerá da ação do empreendimento; abrangência pontual, pois o impacto
estará restrito a ADA; curto prazo, pois ocorrerá tão logo as intervenções de implantação aconteçam; e
irreversível e permanente, já que, quando ocorrer, não terá fim definido e nem poderá ser revertido.
Porém, esse impacto pode ser avaliado como de baixa magnitude, considerando o tamanho das
áreas afetadas e a tendência de uso destas áreas para fins de mineração.
A vulnerabilidade à erosão está associada às características dos solos e às intervenções que serão
realizadas. Os pontos mais vulneráveis à instalação e desenvolvimento de processos erosivos e ao
carreamento de sedimentos, associados às características pedológicas, correspondem às áreas de
solos câmbicos, predominantes em toda a área da pilha. Durante a fase de obras, a instalação de
processos erosivos poderá ocorrer também em outras áreas da ADA que apresentam declividades
mais acentuadas, como é o caso do vale a montante onde correrá a ampliação da pilha. Os taludes da
pilha existente também apresentam potencial de instalação de processos erosivos, apesar de eles já se
encontrarem revegetados e com estruturas de drenagem pluvial (canaletas periféricas e de pé de
taludes), o que minimiza o processo erosivo e o aporte de sedimentos a jusante.
Em função das características da ADA, onde já se encontra a pilha de estéril que será ampliada, o
impacto de erosões e carreamento de sedimentos durante a fase de obras pode ser classificado como
negativo; direto, uma vez que decorrerá de ações do empreendimento; local, pois a erosão, apesar de
ocorrer na ADA, caso não controlada pode se estender para a AID; de curto prazo, pois pode se iniciar
tão logo haja exposição dos solos durante a fase de implantação; reversível, considerando que a
erosão pode se estabilizar dependendo das condições do meio e dos tratamentos preventivos
empregados, e temporário, pois são inerentes ao período de obras. Considerando-se os critérios gerais
de classificação do impacto e, sobretudo, a pequena extensão das áreas afetadas, o mesmo pode ser
classificado como de baixa magnitude.
Como medida de controle, serão utilizados os sistemas de drenagem existentes juntamente com
estruturas de drenagem provisórias serão construídas ao longo as obras.
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Além disso, como forma de controle e acompanhamento da qualidade das águas no córrego Crista e
no rio Conceição, será realizado o acompanhamento através do Programa de Monitoramento da
Qualidade das Águas Superficiais, conforme PCA.
O impacto prognosticado de assoreamento dos cursos d’água pelo carreamento de sedimentos pode
ser classificado como negativo; indireto, uma vez que decorre de outro impacto (erosão e
carreamento de sedimentos); local, pois pode atingir a AID; permanente, pois não tem fim definido; de
curto prazo; reversível e de baixa magnitude, tendo em vista a reduzida extensão das áreas afetadas
e as medidas de controle previstas.
Dessa forma, o impacto de alteração da qualidade das águas superficiais pelo carreamento de
sedimentos pode ser classificado como negativo, indireto, tendo em vista que sua ocorrência está
ligada à geração do impacto de formação de processos erosivos e assoreamento de cursos d’água;
abrangência local, pois caso ocorra estará restrito a ADA e AID; duração de curto prazo; reversível;
temporário; e de baixa magnitude, considerando a reduzida extensão das áreas afetadas, o curto
período de obras (12 semanas), além das medidas de controle de escoamento pluvial previstas.
Cabe ressaltar que a intervenção na pilha de estéril de Crista, objeto da ampliação, já ocorreu através
execução de drenos de fundo sob a pilha atual com o objetivo de captar nascentes e surgências
d’água e a construção de um dique de contenção de sedimentos a jusante da pilha.
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Conforme Projeto de Ampliação da Pilha de Estéril de Crista (DAM, 2013), a pilha deverá atingir a El.
1020,00 m, apresentando uma altura de 260 metros. No contato da pilha com as ombreiras serão
executados canais de drenagem em concreto, acompanhando a declividade da encosta que irão
conduzir e direcionar a água de chuva para o dique de contenção de sedimentos implantado a jusante
da pilha no talvegue do córrego Crista. O sistema de drenagem interna é constituído por drenos de
fundo de brita 3, envolvidos por camadas de brita 1 e areia, sendo que entre a brita 1 e a fundação
será utilizado um lastro de enrocamento. Os drenos construídos para ampliação da pilha serão
interligados ao dreno de fundo existente e irão direcionar a água até o dreno de pé da pilha
(enrocamento) e a partir deste ponto a água seguirá para o dique de contenção de sedimentos.
O impacto direto de alteração do leito do córrego Crista na área de ampliação da pilha de estéril é
classificado como negativo, pontual, pois se restringe a trechos restritos da Área Diretamente Afetada
(ADA); irreversível; permanente e de média magnitude, considerando que a intervenção já ocorreu
em parte (na área da pilha existente).
1Alteração das propriedades dos solos e da qualidade das águas pela geração de resíduos
sólidos
Durante as obras de ampliação da Pilha de Estéril de Crista serão gerados, nas frentes de serviço e no
canteiro de obras, resíduos sólidos típicos de construção civil (sucatas metálicas, entulhos, sacos de
cimento, sobras de madeiras), e resíduos tipo domésticos (lixo não reciclável de banheiros e lodo
sanitário, papel, plásticos, dentre outros). Esses resíduos, caso dispostos inadequadamente, podem
apresentar riscos potenciais de contaminação dos solos e da qualidade das águas subterrâneas e
superficiais.
No canteiro de obras encontra-se uma área destinada ao armazenamento temporário dos resíduos
sólidos. Os resíduos sólidos gerados nas obras de implantação do projeto de Ampliação da Pilha de
Estéril de Crista poderão ser armazenados temporariamente nessa área ou no pátio de resíduos já
existente na área de Córrego do Sítio I.
Como forma de gestão adequada dos resíduos sólidos gerados na etapa de implantação do
empreendimento, os mesmo serão geridos conforme o Programa de Gestão de Resíduos Sólidos –
inserido no PCA, já implantados e bem sedimentados de uma forma coorporativa nas unidades da
AngloGold Ashanti. Além disso, visando o acompanhamento da qualidade das águas superficiais dos
corpos hídricos do entorno, está previsto o monitoramento destes pontos, conforme PCA.
Avalia-se o impacto de alteração das propriedades dos solos e da qualidade das águas pela geração de
resíduos sólidos como de efeito negativo; incidência direta, pois decorrerá da ação do
empreendimento; abrangência pontual, considerando que o impacto se restringirá ao entorno onde o
aspecto será gerado, não extrapolando o limite da ADA; duração de curto a médio prazo; reversível, já
que o meio tem potencial de se recuperar se cessado a origem do impacto ou a fonte, e temporário.
Considerando que a gestão de resíduos já vem sendo realizada na Anglogold, e será mantida durante
a fase de implantação do empreendimento, , classifica-se este impacto como de baixa magnitude.
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1 Alteração das propriedades dos solos e da qualidade das águas pela geração de efluentes
sanitários e oleosos
Este impacto está associado aos aspectos ambientais de geração de esgoto sanitário e efluente oleoso
no canteiro de obras, sendo considerado um impacto negativo de alteração das propriedades dos
solos e da qualidade das águas. Como já descrito, o canteiro de obras já se encontra instalado e em
operação próximo ao escritório central da Mina Córrego do Sítio I.
Ressalta-se, conforme já apresentado, que não haverá contratação de mão de obra para a fase de
obras da Ampliação da Pilha de Estéril de Crista, sendo utilizado o pessoal já alocado na Mina Córrego
do Sítio I.
A geração de efluentes oleosos no canteiro de obras está relacionada aos serviços de manutenção
periódica das máquinas e equipamentos na oficina mecânica. Os efluentes oleosos são encaminhados
para um tanque de sedimentação ligado a uma caixa separadora de água e óleo (sistema de chicanas
com coletor central em alvenaria). O óleo é recolhido periodicamente e enviado para o pátio de
resíduos da Mina Córrego do Sítio I, e o efluente final tratado é descartado no rio Conceição.
O impacto de alteração das propriedades dos solos e da qualidade das águas decorrentes da geração
de efluentes líquidos sanitários e oleosos na fase de implantação pode ser classificado como negativo;
direto, pois decorrerá de uma ação do empreendimento; local, considerando que o impacto tem
interferência ou alcance na ADA e AID; com duração de curto prazo; reversível; e temporário.
Considerando a gestão dos efluentes líquidos gerados classifica-se o impacto como de baixa
magnitude.
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O controle das emissões de material particulado durante a fase de implantação será realizado através
de aspersão nas áreas trabalhadas e vias de acesso, com a utilização de caminhões-pipa com
capacidade de 8.000L. Em relação à emissão de gases de combustão, apesar de ser bastante inferior à
de poeira fugitiva, prevê-se a manutenção periódica dos veículos e equipamentos, que proporcionará
a redução da geração dos mesmos.
A análise da alteração do nível de pressão pela geração de ruído durante a fase de implantação foi
classificada como de incidência direta, por ser decorrente de atividades relacionadas à implantação do
empreendimento; abrangência local, sendo que a área a ser atingida representa o entorno imediato
dos pontos onde os aspectos irão ocorrer, não extrapolando a AID; duração de curto prazo; reversível;
temporário e de baixa magnitude, considerando que a implantação do empreendimento não irá
acarretar em um incremento significativo nos níveis de ruído na área de entorno.
Destaca-se ainda que ações de controle e monitoramento foram propostas no item 2.2 do PCA, bem
como no Programa de Monitoramento de Ruído.
A execução da supressão vegetal dessa área implicará na perda de habitats para a fauna local e na
remoção de espécies da flora endêmicas além de espécies ameaçadas de extinção segundo a
legislação brasileira. Dentre as espécies comprometidas nesse processo, podemos citar Dalbergia nigra
(considerada vulnerável pela Lista de espécies ameaçadas de Minas Gerais e considerada ameaçada
pela lista do IBAMA) e Euplassa semicostata (considerada vulnerável pela Lista de espécies ameaçadas
de Minas Gerais).
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Entre as espécies da mastofauna passíveis de sofrer impactos pela perda de habitats, destacam-se
quatro consideradas ameaçadas de extinção: gato-do-mato (Leopardus sp.), jaguatirica (L. pardalis) e
cateto (P. tajacu). A supressão das áreas de Floresta Estacional Semidecidual da ADA irá impactar,
também de forma direta, os indivíduos da herpetofauna, principalmente algumas espécies de anfíbios
que, devido à sua limitada capacidade de dispersão, morrem por danos físicos ou ressecados após a
supressão de vegetação e exposição direta ao sol.
A supressão das formações florestais da ADA poderá representar também uma perda local de
indivíduos de espécies da fauna, seja por óbito acidental durante as ações de supressão da vegetação
ou por sucumbirem durante a busca de novos territórios após a supressão da vegetação. A perda de
habitat terá ainda, como efeito negativo, a busca por novos territórios, podendo ocorrer óbitos das
populações frente às relações agonísticas, habitat reduzido e perda de recursos essenciais.
Já no caso da anurofauna, a perda de habitat está relacionada com as intervenções físicas que irão
afetar as drenagens presentes na área. Consequentemente, ocorrerá alteração de ambientes
aquáticos tanto para as formas larvais (girinos), como também para os adultos de anfíbios, visto que a
presença de corpos d’água é o principal fator para a existência de populações de anfíbios em uma
determinada área.
O impacto de perda de habitats para a fauna será negativo; de incidência indireta, pois decorrerá de
outro impacto (perda de vegetação florestal); local, restrito à ADA e AID; curto prazo; irreversível e
permanente, dado o caráter definitivo da supressão vegetal; e de média magnitude, em função da
presença de espécies florestais e endêmicas da Mata Atlântica. No entanto salienta-se a presença de
consideráveis fragmentos florestais na propriedade da Mina Córrego do Sítio I, os quais abrigam
indivíduos das espécies diagnosticadas na ADA/AID.
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Considera-se o impacto na oferta de emprego como positivo, por auxiliar na sua manutenção. Ele é
classificado como de baixa magnitude, tendo em vista que, ante as características do
empreendimento, o impacto sobre a manutenção do emprego ocorre durante um período
relativamente curto e temporário, reversível e de abrangência local.
Deve ser feito menção que estão previstos Programa de Comunicação Social e Interação com a
Comunidade e o Programa de Educação Ambiental, onde este e outros impactos serão discutidos com
as comunidades localizadas na área de influência, inseridos no PCA.
Nesta fase serão gerados adicionalmente outros impostos, tais como ICMS, PIS, COFINS e Contribuição
Social, os quais são devidos ao Estado que repassará o valor a cada município conforme a legislação
tributária.
Considera-se a contribuição para a arrecadação municipal como de baixa magnitude, pois, pelo
porte do empreendimento e pelo tempo limitado de geração de receita adicional – 12 meses – esse
impacto não levará a mudanças expressivas na dinâmica orçamentária dos municípios. É considerado
um impacto positivo, de incidência direta, de abrangência local, temporário e reversível.
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Em relação aos níveis de ruído, prevê-se seu aumento com a implantação do empreendimento, sendo
avaliado pelo meio físico como um impacto de baixa magnitude e local, não alcançando igualmente
os moradores mais próximos.
Destaca-se ainda que serão executados pela AngloGold Ashanti o Programa de Comunicação Social e
Interação com a Comunidade e o Programa de Educação Ambiental, inseridos no PCA.
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CRITÉRIOS DE
AVALIAÇÃO DOS AÇÃO PROPOSTA
IMPACTOS
REVERSIBILIDADE
PERIODICIDADE
ABRANGÊNCIA
CONTROLE NA
MAGNITUDE
INCIDÊNCIA
CATEGORIA
IMPACTO AMBIENTAL ATIVIDADE MEIO AFETADO
DURAÇÃO
FONTE
EFEITO
TÍTULO
FASE DE AMPLIAÇÃO
Remoção e estocagem de solos
Alteração da Implantação do sistema de
estrutura e do uso do drenagem e do dique de NA Físico - D P C I P B 1 -
solo contenção de finos
Supressão da vegetação
Programa de
Remoção e estocagem de solos Monitoramento da
1
Erosões e Implantação do sistema de Sistema de Qualidade das Águas
carreamento de drenagem e do dique de drenagem atual e Físico - D L C R P B Superficiais
sedimentos contenção de finos provisória Plano de Recuperação
Supressão da vegetação 2 de Áreas Degradadas -
PRAD
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REVERSIBILIDADE
PERIODICIDADE
ABRANGÊNCIA
CONTROLE NA
MAGNITUDE
INCIDÊNCIA
CATEGORIA
IMPACTO AMBIENTAL ATIVIDADE MEIO AFETADO
DURAÇÃO
FONTE
EFEITO
TÍTULO
FASE DE AMPLIAÇÃO
281
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REVERSIBILIDADE
PERIODICIDADE
ABRANGÊNCIA
CONTROLE NA
MAGNITUDE
INCIDÊNCIA
CATEGORIA
IMPACTO AMBIENTAL ATIVIDADE MEIO AFETADO
DURAÇÃO
FONTE
EFEITO
TÍTULO
FASE DE AMPLIAÇÃO
ETE existente
Alteração das
Banheiros químicos
propriedades dos Programa de
Movimentação de pessoas Tanque de
solos e da qualidade Monitoramento da
Manutenção de máquinas, sedimentação Físico - D L C R T B 1
das águas pela Qualidade das Águas
veículos e equipamentos ligado a uma caixa
geração de efluentes Superficiais
separadora de água
sanitários e oleosos
e óleo existentes
Movimentação de máquinas,
equipamentos e veículos Programa de
Remoção e estocagem de solos 1 Monitoramento da
Alteração da Implantação do sistema de Aspersão de água Qualidade do Ar
qualidade do ar em drenagem e do dique de
função da geração de contenção de finos Manutenção dos Físico - D L C R T B
material particulado e Movimentação de máquinas, equipamentos
gases de combustão veículos e equipamentos Programa de Controle
Utilização e funcionamento de 2 das Emissões
máquinas, veículos e Atmosféricas e Ruído
equipamentos
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REVERSIBILIDADE
PERIODICIDADE
ABRANGÊNCIA
CONTROLE NA
MAGNITUDE
INCIDÊNCIA
CATEGORIA
IMPACTO AMBIENTAL ATIVIDADE MEIO AFETADO
DURAÇÃO
FONTE
EFEITO
TÍTULO
FASE DE AMPLIAÇÃO
Programa de Controle
2 das Emissões
Alteração dos níveis Movimentação de máquinas,
Manutenção dos Atmosféricas e Ruído
de pressão sonora veículos e equipamentos Físico - D L C R T B
equipamentos Programa de
pela geração de ruído Supressão da vegetação
1 Monitoramento de
Ruído
Programa de
conservação das
espécies da flora da
Mata Atlântica
2
Perda de vegetação ameaçadas de
florestal e da extinção, endêmicas e
Supressão da vegetação NA Biótico - D L C I P M
biodiversidade de interesse comercial
florística associada registradas na ADA.
Plano de Recuperação
2 de Áreas Degradadas -
PRAD
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REVERSIBILIDADE
PERIODICIDADE
ABRANGÊNCIA
CONTROLE NA
MAGNITUDE
INCIDÊNCIA
CATEGORIA
IMPACTO AMBIENTAL ATIVIDADE MEIO AFETADO
DURAÇÃO
FONTE
EFEITO
TÍTULO
FASE DE AMPLIAÇÃO
Programa de
Acompanhamento do
Perda de vegetação 2
Desmate e Eventual
florestal e da
Supressão da vegetação NA Biótico Resgate da Fauna
biodiversidade
Programa de
florística associada
3 Compensação
Ambiental
PLANO DE
PERDA DO BANCO DE RECUPERAÇÃO DE
SUPRESSÃO DA VEGETAÇÃO NA BIÓTICO - D P C I P M 3
SEMENTES DO SOLO ÁREAS DEGRADADAS -
PRAD
Programa de
Acompanhamento do
Desmate e Eventual
1,
Resgate de Fauna;
2
Perda de habitat e de Programa de
Supressão da vegetação NA Biótico
indivíduos da fauna Monitoramento da
Fauna
Programa de
3 Compensação
Ambiental
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REVERSIBILIDADE
PERIODICIDADE
ABRANGÊNCIA
CONTROLE NA
MAGNITUDE
INCIDÊNCIA
CATEGORIA
IMPACTO AMBIENTAL ATIVIDADE MEIO AFETADO
DURAÇÃO
FONTE
EFEITO
TÍTULO
Afugentamento da Programa de
Movimentação de máquinas,
fauna pela geração de Monitoramento da
veículos e equipamentos NA Biótico - I L C R T B 1
ruídos e trânsito de Fauna
Supressão da vegetação
máquinas
Programa de
Comunicação Social e
1
Manutenção da oferta Realização das obras civis e Interação com a
de emprego local e atividades de escavação NA Socioeconômico e cultural + D L C R T B Comunidade
regional Supressão vegetal
Programa de Educação
1
Ambiental
Contribuição para a
Contratação de serviços de
arrecadação NA Socioeconômico e cultural + D L C R T B 1 -
terceiros
municipal
Aumento da
atividade econômica Compra de insumos NA Socioeconômico e cultural + D L C R T B 1 -
local
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REVERSIBILIDADE
PERIODICIDADE
ABRANGÊNCIA
CONTROLE NA
MAGNITUDE
INCIDÊNCIA
CATEGORIA
IMPACTO AMBIENTAL ATIVIDADE MEIO AFETADO
DURAÇÃO
FONTE
EFEITO
TÍTULO
Incômodos à Programa de
Geração de poeira fugitiva e de Comunicação Social e
população vizinha 1
gases de combustão Interação com a
advindos da emissão
Geração de ruídos decorrentes Comunidade
de material NA Socioeconômico e cultural - I L C R T D
do trânsito e operação de
particulado e de
veículos, caminhões e Programa de Educação
aumento do nível de 1
equipamentos. Ambiental
pressão sonora
(L); Reversibilidade: Reversível (R) ou Irreversível (I); Periodicidade: Temporário (T) ou Permanente (P) ou Cíclico (C); Magnitude: Desprezível (D), Baixa (B), Média (M), Alta (A) ou Crítica (C). Ação Proposta (categorias): (1)
Monitoramento; (2) Mitigação; (3) Medida Compensatória (NA) Não se aplica
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Em função das características da ADA, onde já se encontra a pilha de estéril que será ampliada, e
considerando todos os sistemas de drenagem pluvial e o dique de contenção de finos que será
construído, o impacto de erosões e carreamento de sedimentos pode ser classificado como negativo;
direto, uma vez que decorrerá de ações do empreendimento; local, pois a erosão, apesar de ocorrer na
ADA, caso não controlada pode se estender para a AID; de longo prazo, pois pode se iniciar tão logo
haja exposição dos solos durante a fase de implantação; reversível, considerando que a erosão pode
se estabilizar dependendo das condições do meio e dos tratamentos preventivos empregados, e
permanente, pois depois de ocorrido não terá fim definido.
Destaca-se que o principal objetivo para a implantação do sistema de drenagem pluvial e do dique de
contenção de finos é direcionar o fluxo da águas pluviais e reter os eventuais sedimentos que
poderão ser carreados.
Além da implantação do dique e dos demais sistemas de drenagem, será executado o Programa de
Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD (conforme PCA). Como acompanhamento da qualidade
das águas nos cursos d’água do entorno do empreendimento, será dada a continuidade do Programa
de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais.
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Considerando o exposto acima e principalmente o fato do estéril ser classificado como inerte, o
impacto negativo de alteração da qualidade das águas superficiais pela disposição de estéril pode ser
classificado da seguinte forma: incidência direta, pois decorrerá de uma ação do empreendimento;
abrangência regional, tendo em vista que suas interferências podem alcançar a AII do
empreendimento; duração de curto prazo; reversível, já que o meio é capaz de recompor as possíveis
alterações causadas, e permanente, pois quando ocorrido não tem fim definido. Dessa forma, pode-se
avaliar este impacto como de baixa magnitude.
Da mesma forma que na fase de obras, durante a formação da pilha, o controle das emissões de
material particulado será realizado através de aspersão nas áreas trabalhadas e vias de acesso, com a
utilização de caminhões-pipa com capacidade de 8.000L. Em relação à emissão de gases de
combustão, apesar de ser bastante inferior à emissão de poeira fugitiva, prevê-se a manutenção
periódica dos veículos e equipamentos que proporcionará a redução da geração dos mesmos,
conforme já apresentado também para a fase de implantação.
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O impacto de alteração do nível de pressão pela geração de ruído durante a fase de operação pode
ser avaliado da mesma forma que para a fase de implantação: negativo, de incidência direta,
abrangência local, duração de curto prazo; reversível; permanente; e de baixa magnitude,
considerando que a operação do empreendimento também não irá acarretar em um incremento
significativo nos níveis de ruído na área de entorno.
Este impacto positivo é considerado de incidência direta, de abrangência local, de longo prazo,
permanente, reversível e de baixa magnitude, pois, pelo pequeno contingente de trabalhadores
necessários à operação da pilha, não leva a interferências na dinâmica socioeconômica do município
da AID.
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Ressalta-se que, em um contexto de análise mais amplo, a ampliação da Pilha de Estéril de Crista
implicará em melhorias nas atividades da mina como um todo, viabilizando sua operação, com reflexo
determinante na manutenção da oferta de emprego local.
Esses serviços e outros de apoio geram base para arrecadação municipal, além das receitas tributárias
geradas pela compra de equipamentos e materiais necessários à sua execução. São tarefas pouco
expressivas como base de arrecadação tributária.
Considera-se, portanto, esse impacto positivo como desprezível, já que, pelas características do
empreendimento, o volume de serviços e compras de mercadorias associados ao processo de
operação da pilha é de pequena monta, não gerando base de arrecadação tributária que altere a
capacidade de gastos públicos em Santa Bárbara.
Ressalta-se, como já reportado, que a ampliação da pilha insere-se em um contexto mais amplo, o da
operação da Mina Córrego do Sítio I, a qual é fonte relevante de geração de receita associada à
exploração de minério de ouro.
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Ressalta-se ainda que medidas de prevenção, controle e monitoramento serão adotadas, o que
assegura a minimização dos impactos.
Dessa forma, o impacto indireto de geração de incômodos à população vizinha advindos da emissão
de material particulado e de aumento do nível de pressão sonora constituiu-se num impacto
desprezível. Destaca-se ainda que serão executados pela AngloGold Ashanti o Programa de
Comunicação Social e Interação com a Comunidade e o Programa de Educação Ambiental.
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CRITÉRIOS DE
AVALIAÇÃO DOS AÇÃO PROPOSTA
IMPACTOS
REVERSIBILIDADE
PERIODICIDADE
ABRANGÊNCIA
CONTROLE NA
MAGNITUDE
INCIDÊNCIA
CATEGORIA
IMPACTO AMBIENTAL ATIVIDADE MEIO AFETADO
DURAÇÃO
FONTE
EFEITO
TÍTULO
FASE DE OPERAÇÃO
Programa de
Monitoramento da
1
Qualidade das Águas
Sistema de Superficiais
Erosões e carreamento Disposição e compactação do drenagem pluvial e
Físico - D L L R P B
de sedimentos material dique de contenção
Plano de Recuperação
de finos
2 de Áreas Degradadas -
PRAD
Programa de
Monitoramento da
Assoreamento dos Sistema de 1
Qualidade das Águas
cursos d’água pelo Disposição e compactação do drenagem pluvial e Superficiais
Físico - I L C R T B
carreamento de material dique de contenção
Plano de Recuperação
sedimentos de finos
2 de Áreas Degradadas -
PRAD
281
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Continuação do Quadro11.3.1
CRITÉRIOS DE
AVALIAÇÃO DOS AÇÃO PROPOSTA
IMPACTOS
REVERSIBILIDADE
PERIODICIDADE
ABRANGÊNCIA
CONTROLE NA
MAGNITUDE
INCIDÊNCIA
CATEGORIA
IMPACTO AMBIENTAL ATIVIDADE MEIO AFETADO
DURAÇÃO
FONTE
EFEITO
TÍTULO
FASE DE OPERAÇÃO
Alteração da qualidade
das águas superficiais e
Disposição e compactação do
subterrâneas pela - Físico - D R C R P B -
material
disposição de estéril na
pilha
Transporte do estéril até a pilha, Programa de
Alteração da qualidade
disposição e compactação do 1 Monitoramento da
do ar em função da
material Manutenção dos Qualidade do Ar
geração de material Físico - D L C R P B
Movimentação de máquinas, equipamentos Programa de Controle
particulado e gases de
veículos e equipamentos 2 das Emissões
combustão
Atmosféricas e Ruído
Programa de Controle
2 das Emissões
Atmosféricas e Ruído
Alteração dos níveis de Transporte do estéril até a pilha,
Manutenção dos
pressão sonora pela disposição e compactação do Físico - D L C R P B
equipamentos
geração de ruído material
Programa de
1 Monitoramento de
Ruído
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Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
Continuação do Quadro11.3.1
CRITÉRIOS DE
AVALIAÇÃO DOS AÇÃO PROPOSTA
IMPACTOS
REVERSIBILIDADE
PERIODICIDADE
ABRANGÊNCIA
CONTROLE NA
MAGNITUDE
INCIDÊNCIA
CATEGORIA
IMPACTO AMBIENTAL ATIVIDADE MEIO AFETADO
DURAÇÃO
FONTE
EFEITO
TÍTULO
FASE DE OPERAÇÃO
Afugentamento da
Movimentação de máquinas, Programa de
fauna pela geração de
veículos e equipamentos NA Biótico - I L C R T B 1 Monitoramento da
ruídos e trânsito de
Supressão da vegetação Fauna
máquinas
(L); Reversibilidade: Reversível (R) ou Irreversível (I); Periodicidade: Temporário (T) ou Permanente (P) ou Cíclico (C); Magnitude: Desprezível (D), Baixa (B), Média (M), Alta (A) ou Crítica (C). Ação Proposta (categorias): (1)
Monitoramento; (2) Mitigação; (3) Medida Compensatória (NA) Não se aplica
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Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
A seguir estão descritos os objetivos dos programas que estão detalhados no PCA.
281
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281
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Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
Em linhas gerais, por meio deste programa pretende amenizar o impacto relacionado à diminuição de
populações de espécies arbóreas típicas de ambientes florestais, com foco principalmente nas
espécies ameaçadas de extinção, contribuindo para a manutenção da sua variabilidade genética e
proporcionando a aquisição de conhecimento a respeito do resgate e propagação para diferentes
espécies da flora local.
281
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Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
ALKMIM, F. F.; MARSHAK, S. The Transamazonian orogeny in the Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais,
Brazil: Paleoproterozoic collision and collapse in the Sothern São Francisco Craton region.
Precambrian Research, n. 90, p. 29-58, 2008.
AMARAL, F.C.S. do; SANTOS, H.G. dos; ÁGLIO, M.L.D.; DUARTE, M.N.; PEREIRA, N.R.; OLIVEIRA, R.P.
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Departamento de Geografia. Maio de 2009.
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
Estudo de Impacto Ambiental – Ampliação da Pilha de Estéril de Crista
CARSTE Consultores Associados, Relatório de Prospecção Espeleológica: Projeto Pilha de Crista, Mina
Córrego do Sítio I, Junho de 2013.
281
AngloGoldAshanti Córrego do Sítio Mineração S/A
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ANEXOS
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ANEXO 01
ANEXO 02
ANEXO 03
ANEXO 04
ESTÉRIL ROSALINO
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ESTÉRIL LARANJEIRAS
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ANEXO 05
PROSPECÇÃO ESPELEOLÓGICA
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ANEXO 06
ANEXO 07
ROTEIRO DE ENTREVISTAS
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ANEXO 08
ARQUEOLOGIA
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PATRIMÔNIO IMATERIAL
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ANEXO 09
PATRIMÔNIO IMATERIAL
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PATRIMÔNIO MATERIAL
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ANEXO 10
DESENHOS
Desenho 01 – Áreas de Influência dos meios físico e biótico