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Formador: Israel Abias

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FISCALIDADE ANGOLANA

IMPOSTO SOBRE OS RENDIMENTOS DO TRABALHO - IRT


Lei 18/14 de 22 de Outubro – Aprovação
Lei 28/20 de 22 de Julho - Alteração

3
OBJECTIVOS DA FORMAÇÃO

Geral

❑ Compreender o Imposto Sobre os Rendimentos do Trabalho (IRT) no contexto fiscal


angolano.

Específicos

❑ Explicar o IRT tendo em conta as fases do imposto no contexto fiscal angolano.

❑ Calcular o IRT considerando os grupos de enquadramento e as respectivas taxas a luz


da tabela.

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INTRODUÇÃO
As Linhas Gerais do Executivo para a Reforma Tributária apontam para a reformulação do
modelo de tributação sobre o rendimento das pessoas singulares, cujo objectivo encontra
respaldo no PND 2018-2022, no Plano de Estabilização Macroeconómica (PEM) e nas
Medidas do Executivo para a Consolidação Fiscal (MECF).

Com esse objectivo o executivo pretende concretizar, por via desse imposto, a protecção
efectiva das famílias mais pobres, permitindo que as mesmas tenham maior
disponibilidade de rendimentos para aquisição de bens de consumo essenciais à sua
subsistência, que por meio da reforma tributária levada a cabo permitirá o alargamento da
base de isenção.

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DEFINIÇÃO DO IMPOSTO SOBRE OS RENDIMENTOS DE TRABALHO

É uma prestação periódica, pecuniária, unilateral, definitiva e coactiva exigida aos


trabalhadores por conta de outrem (devendo neste caso ser entregue pela entidade
empregadora, procedendo esta a retenção na fonte), aos trabalhadores por conta própria
eàquelas pessoas que desenvolvem actividadesindustriais e comerciais constantes da Tabela
de Lucros Mínimos (TLM), que obtêm rendimentos com a sua actividade ( dese que não caiam
na não sujeição ou desde que não estejam isentos por lei), não constituindo uma sanção, a
favor da Administração Geral Tributária (AGT), com vista a realização de fins públicos.
O IRT pode ainda ser definido como a porção do dinheiro ganho por uma pessoa singular
(nacional ou estrangeiro, residente ou não em território angolano), a ser depositada nos
cofres do Estado a título de coleta, pelo facto esta ser proveniente de um rendimento do
trabalho desta prestado, directa ou indirectamente, a pessoas singulares ou colectivas com
domicílio, sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável no país, quer seja um
rendimento por conta própria ou por conta de outrem, de natureza contratual ou não,
periódico ou ocasional, fixo ou variável, e isto independentemente da moeda ou da forma
estipulada para o seu cálculo e pagamento. (SEBASTIÃO, MANUEL R., P.29, 2017). 6
CARACTERIZAÇÃO IRT
Imposto directo – pois atinge manifestações imediatas da capacidade contributiva do
sujeito, tem como pressuposto á própria existência duma pessoa, dum património ou de
um rendimento, isso numa anlogia financeira, pois que em analogia económica este seria
directo uma vez que não constitui constituem custos de produção das empresa;
Imposto real – pois não atende a situações pessoais do contribuinte, mas sim a matéria
colectável objectivamente determinada, fazendo-se abstração da concreta situação
económica e social do contribuinte.
Imposto de obrigação periódica – pois incide sobre manifestações de capacidade
contributiva com carácter estável e duradouro.
Imposto progressivo – pois a sua taxa aplicável vai aumentando a medida em que se eleva
o valor da matéria colectável.
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CARACTERIZAÇÃO IRT
Imposto estadual – pois o sujeito activo ou o titular do direito de crédito é a AGT, que no caso
é um órgão da Administração Indirecta do Estado (n.º2 do art.º 3.º do CGT).
É fiscal – pois, do ponto de vista teleológico ou finalístico, visa dar cobertura aos encargos
públicos, contrariamente ao que acontece com os impostos extrafiscais.
É geral – pois está previsto na lei de modo a ser aplicado á toda uma categoria de situações
homogéneas.
É sobre os rendimentos – pois incide sobre os acréscimos patrimoniais líquidos obtidos pelo
contribuinte num determinao período de tempo, os quais podem ou não resultar do exercício
de determinada actividade económica produtiva.
Quanto a sua taxa ela varia, podendo ser em alguns casos progressiva e noutros constantes. É
progressiva para os contribuintes do tipo 1 (trabalhadores por conta de outrem) e constantes
para os contribuintes do tipo 2 (trabalhadores por conta própria). 8
CAPÍTULO I – BASE DE IMPOSTO, INCIDÊNCIA
O IRT incide objectivamente sobre (artigo 1.º):
Rendimentos por conta própria, Rendimentos por conta de outrem, Rendimentos expressos
em dinheiro, Rendimentos expressos em espécie, Rendimentos de natureza contratual,
Rendimentos de natureza não contratual, Rendimentos periódicos ou ocasionais,
Rendimentos fixos ou variáveis independemente da sua proveniência, local e moeda.

O IRT incide subjectivamente sobre (artigo 4.º):


Pessoas singulares com vinculo de efectividade ou não, quer residam ou não, em território
nacional, cujos rendimentos sejam obtidos por serviços prestados, directa ou
indirectamente, a pessoas singulares ou colectivas com domicílio, sede, direcção efectiva ou
estabelecimento estável no País.
Consideram-se rendimentos obtidos no País as actividades dos tripulantes de navios ou
aeronaves pertencentes a empresas, bem como as actividades dos cargos de gerência,
administração, e órgãos sociais de sociedades, que tenham a sua sede, direcção efectiva9ou
estabelecimento estável no território nacional.
CAPÍTULO I – BASE DE IMPOSTO, INCIDÊNCIA

Para o efeito do IRT, constituem ainda rendimento as seguintes figuras:


❑ Ordenados, Vencimentos, Salários, Honorários, Avenças, Gratificações, Subsídios, Prémios,
Comissões, Senhas de presença, Margens, Rendimentos comerciais e industriais (lucros),
Remunerações acessórias, Remunerações acessórias.
❑ Abonos para falhas, subsidios diários de representação, de viagens ou deslocações.
❑ As remunerações dos detentores de participações sociais pelo desempenho de trabalho
nas respectivas sociedades.
❑ As remunerações dos membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas e entidades
equiparadas.
❑ Os aumentos patrimoniais e despesas efectivamente realizadas sem a devida comprovação
da origem do rendimento.
10 ou
❑ As remunerações pagas por partidos políticos e outras organizações de carácter político
social.
CAPÍTULO I – BASE DE IMPOSTO, INCIDÊNCIA
São também consideradas remunerações acessórias todos os direitos, as regalias ou os
benefícios patrimoniais ou financeiros não incluídos na remuneração principal, que sejam
auferidos pelos trabalhadores ou prestadores de serviços, em função da sua prestação de
trabalho ou em conexão e que representem uma vantagem económica para o respectivo
beneficiário.

Artigo 2.º - Não Sujeição

Não sujeição quer dizer que não está na norma de de incidência (está fora da incidência),
ou seja sobre este não há tributação. Exemplo, o salário da empregada doméstica que foi
contratada pela dona de casa, não faz parte dos rendimentos tributáveis pela lei, ou seja,
independentemente do dinheiro que ela ganhar, a esta não deve se descontar o IRT.
Neste caso a empregada doméstica não está sujeita ao IRT.
11
CAPÍTULO I – BASE DE IMPOSTO, INCIDÊNCIA
Isenção quer dizer que há de facto incidência, mais esta reúne certos requisitos que a
própria lei descarta, ou isenta-o. Podemos apontar a guisa de exemplo, o antigo
combantente, etc. Poderia estar a pagar o IRT pelo facto de estar auferir uma remuneração,
mas a lei, por situações devidamente tipificadas, os isenta do pagamento do respectivo
imposto.
Artigo 2.º - Não Sujeição

Não constituem matéria colectável em sede de IRT:


❑ As Prestações Sociais pagas pelo INSS, no âmbito da Protecção Social Obrigatória (PSO):
abono de família, pré-maternidade, maternidade, aleitamento, etc.
❑ Os abono de família, pago pela entidade empregadora em montante que não ultrapassem
o limite máximo de 5% (cinco por cento) do ordenado base mensal do trabalhador,
ecluídos os trabalhadores sujeitos ao regime remuneratório da função pública.
❑ As contribuições para a Segurança Social. 12
CAPÍTULO I – BASE DE IMPOSTO, INCIDÊNCIA
❑ Os salários e outras remunerações devidas, até ao limite de Akz 100.000,00 aos
trabalhadores eventuais agrícolas nacionais e os trabalhadores domésticos angolanos,
contratados directamente por pessoas singulares ou agregados familiares e inscritos na
Segurança Social.
❑ Os subsídios atribuídos por lei aos cidadãos nacionais portadores de deficiência motoras,
sensoriais e mentais.
❑ Os subsídios diários (33.125kz), os subsídios de representação, os subsídios de viagem e
deslocação atribuídos aos funcionários do Estado, que não ultrapassem os limites
estabelecidos na legislação específica.
❑ Os subsídio de alimentação, atribuídos a trabalhadores dependentes que não sejam
funcionários públicos, até ao limite de Kz: 30.000,00.
❑ Os subsídios de transporte, atribuídos a trabalhadores dependentes que não sejam
funcionários públicos, até ao limite de Kz: 30.000,00. 13
CAPÍTULO I – BASE DE IMPOSTO, INCIDÊNCIA
▪ O reembolso de despesas incorridas pelos trabalhadores dependentes de entidades
sujeitas a imposto industrial ou a outros regimes especiais de tributação, quando
deslocados ao serviço da entidade patronal, desde que estas despesas se encontrem
devidamente documentadas nos termos do Código do Imposto Industrial e Legislação
Complementar.

CAPÍTULO II – ISENÇÕES
▪ Estão isentos do IRT, os seguintes rendimentos:
▪ Os rendimentos auferidos pelos agentes das missões diplomaticas e consulares
estrangeiras sempre que haja reciprocidade de tratamento.
▪ Os rendimentos auferidos pelo pessoal estrangeiro ao serviço de organizações
internacionais, nos termos estabelecidos em acordos ratificados pelo órgão
competente do Estado. 14
CAPÍTULO II – ISENÇÕES

❑ Os rendimentos auferidos pelo pessoal estrangeiro ao serviço das organizações não-


governamentais, nos termos estabelecidos nos acordos com entidades nacionais, com
o reconhecimento prévio por escrito da AGT.
❑ Os rendimentos auferidos pelos deficientes físicos e mutilados de guerra, cujo grau de
invalidez ou incapacidade seja igual ou superior a 50%, comprovada com apresentação
pelo contribuinte de documentação emitida por autoridade competente para o efeito.
❑ Os rendimentos decorrentes do exercício das actividades previstas nos Grupos de A, B
e C auferidos pelos antigos combatentes, veteranos da pátria e deficientes de guerra,
desde que devidamente registados no Departamento Ministerial de Tutela

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CAPÍTULO I – GRUPOS DE TRIBUTAÇÃO (art. 3.º)
Os rendimentos em sede de IRT são divididos em 3 Grupos de Tributação: A, B e C.

❑ Grupo A, estão incluídos os:


Trabalhadores dependentes (empresas privadas).
Trabalhadores dependentes (função pública).
Títulares de órgãos sociais das pessoas colectivas.

❑ Grupo B, estão incluídos os:


Trabalhadores independentes ou por conta própria – Profissionais Liberais - (Lista de
Profissões art. 16.º).

❑ Grupo C, estão incluídos os:


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Trabalhadores Independentes que desempenham actividades industriais e comerciais, que
se presumem, todas constantes da Tabela dos Lucros Mínimos (TLM).
CAPÍTULO III – LANÇAMENTO (MATÉRIA COLECTÁVEL)

Grupo A (art. 7.º)


❑ Dedução à retribuição global (salário ilíquido) das contribuições obrigatórias para a
Segurança Social;
❑ Dedução das componentes remuneratórias não sujeitas ou isentas.

MC = Salário Ilíquido – (não sujeição + isenção)


Grupo B (art. 8.º)
❑ MC corresponde ao valor do serviço quando estes forem pagos por pessoas
singulares ou colectivas (contribuintes de direito) com contabilidade ou modelo de
contabilidade simplificada – retenção -.
❑ MC apurada pelo sujeito passivo (contribuinte de facto), com base na sua
contabilidade, modelo de contabilidade simplificada, registos disponíveis sobre
compras e vendas ou serviços prestados. 17
CAPÍTULO III – LANÇAMENTO (MATÉRIA COLECTÁVEL)
❑ MC corresponde ao volume total de vendas e serviços prestados ou volume total de
compras e serviços adquiridos quando não haja contabilidade ou modelo de
contabilidade simplificado ou ainda determinada pela AGT se houver inobservância
daqueles pressupostos.
❑ Os contribuintes deste Grupo que possuam contabilidade, apuram a MC nos mesmos
procedimentos dos contribuintes do Regime Geral do Imposto Industrial, isto é, são
tributados em sede de Imposto Industrial. (Aplicável também ao Grupo C).
❑ Os contribuintes deste Grupo que possuam modelo de contabilidade simplificada ou
livro de registo de compra e venda e serviços prestados têm direito a deduzir até 30%
dos custos incorridos. (Aplicável também ao Grupo C).
❑ Os contribuintes deste Grupo que não reunam os requisitos anteriores não podem
deduzir os custo e a taxa do imposto aplica-se sobre todo rendimento. (Aplicável
também ao Grupo C).
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CAPÍTULO III – LANÇAMENTO (MATÉRIA COLECTÁVEL)
Grupo C (art.º 9.º)
❑ O rendimento colectável dos contribuintes do Grupo C é o que corresponde à sua
actividade na TLM .
❑ Sempre que o contribuinte verificar que o seu volume de facturação (suas vendas e/ou
prestação de serviços) for 4 (quatro) vezes maior ao valor máximo ao que corresponde a
sua actividade na TLM, neste caso a Matéria Colectável será o volume de vendas de
bens e serviços que não são sujeitos à retenção na fonte.
❑ O incumprimento do disposto no número anterior leva a AGT ao apuramento do
imposto devido, ao qual acresce a multa de 25% do imposto apurado com base na TLM.
❑ A MC corresponde ao valor do serviço quando contratado ou prestado quando este for
sujeito a retenção na fonte em sede de IRT ou II, não podendo estar incluídos as vendas
e serviços sujeitas a retenção.
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CAPÍTULO IV – LIQUIDAÇÃO – TAXAS (art. 16.º)
❑ Ao Grupo A (Trabalhadores e Funcionários Dependentes), aplicam-se as taxas
constantes na Tabela anexa ao presente Código.
❑ 6,5% para os rendimentos do Grupo B e C sujeitos a retenção na fonte.
❑ 25% para á MC dos Grupos B e C não sujeitos a retenção na fonte.
❑ 15% para os serviços acidentais em sede de II
❑ 6,5% para serviços sujeitos a retenção na fonte em sede de IRT no âmbito do Regime
Jurídico da Auto Facturação. (n.º 4, art. 10.º)
❑ A liquidação do imposto para os rendimentos do Grupo A é efectuada mensalmente,
pela entidade empregadora, pela aplicação da Tabela e preenchimento do MRM.
❑ A liquidação do imposto para os rendimentos do Grupo B é efectuada mensalmente
pela entidade pagadora desses rendimentos, mediante retenção na fonte.
❑ A liquidação do imposto para os rendimentos do Grupo B é efectuada pelo sujeito
passivo quando a entidade pagadora não dispor de contabilidade e modelo de
contabilidade simplificado e o sujeito passivo dispor.
20
CAPÍTULO IV – LIQUIDAÇÃO – TAXAS (art. 16.º)
❑ A liquidação do imposto para os rendimentos do Grupo C é efectuada mensalmente pela
entidade pagadora desses rendimentos, mediante retenção na fonte.
❑ A liquidação do imposto para os rendimentos do Grupo C é efectuada pelo sujeito
passivo quando a entidade pagadora não dispor de contabilidade e modelo de
contabilidade simplificado e o sujeito passivo dispor, relativamente aos rendimentos
auferidos no ano anterior.

Elaboração de Mapas Remunerações Mensais (MRM) – art.17.º

❑ Para efeitos da entrega do imposto do Grupo A, devem os salários ser processados


por todas as entidades em MRM, sempre que se trate de mais de 3 trabalhadores,
neles se incluindo os trabalhadores isentos.
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CAPÍTULO VI – OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS
Apresentação das declarações (artigo 12.º)
As entidades responsáveis pela liquidação do Grupo A devem entregar no mês de Fevereiro
uma declaração anual (Modelo 2), constando as informações detalhada de cada trabalhador
beneficiário do rendimento, relativamente ao exercício fiscal anterior. Devem constar os
seguintes elementos:
❑ Nome completo e morada do beneficiário do rendimento.
❑ NIF do beneficiário.
❑ Número de Segurança Social do beneficiário.
❑ Valor global dos rendimentos pagos.
❑ Montante total de imposto pago no exercício anterior.
As entidades que liquidam e entregam o imposto devido dos rendimentos dos Grupos B e C
devem entregar no mês de Fevereiro uma declaração anual (Modelo 2), constando as
informações detalhada de cada beneficiário do rendimento, relativamente ao exercício fiscal
anterior. Devem constar os mesmos elementos referentes ao Grupo A.
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CAPÍTULO VI – OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

❑ Os títulares dos rendimentos do Grupo B residentes em Angola procedem a entrega


até ao final do mês de Março, a declaração Modelo 1 á RF com competência, em que
deve ser discriminada todas as remunerações auferidas no decurso do ano anterior.
❑ Os contribuintes do Grupo C abrangidos pelo n.º 2 do artigo 9.º, devem entregar até
ao final do mês de Março, na RF com competência a declaração modelo oficial
aprovada por Decreto Executivo do Ministro das Finanças, discriminando as vendas e
os serviços prestados e as compras efectuadas e os serviços contratados não sujeitos
a retenção, realizados no decurso do ano fiscal anterior.
❑ Na ausência de escritório ou estabelecimento, nos termos do exposto anterior é
competente a repartição fiscal da área do domicilio do títular dos rendimentos.

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CAPÍTULO V – PAGAMENTO/COBRANÇA
❑ O IRT devido pelos contribuintes do Grupo A, deve ser entregue, pela entidade
empregadora, até ao final do mês seguinte ao do respectivo pagamento.
❑ O IRT devido pelos contribuintes do Grupo B deve ser entregue até ao final do mês
seguinte pela entidade pagadora quando houver lugar á retenção.
❑ O IRT devido pelos contribuintes do Grupo B, deve ser entregue até ao final do mês de
Março em que deve ser entregue a declaração Modelo 1 quando se tratar de
rendimentos não sujeitos a retenção.
❑ O IRT devido pelos contribuintes do Grupo C, deve ser entregue, pelos títulares desses
rendimentos até ao último dia do mês de Março, relativamente aos rendimentos não
sujeitos a retenção na fonte.
❑ O IRT devido pelos contribuintes do Grupo C, deve ser entregue ser até ao final do mês
seguinte pela entidade pagadora quando houver lugar á retenção.

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FOLHA DE SALÁRIO OU REMUNERAÇÕES
A folha de Salário ou Remuneração é das ferramentas mais fáceis a nível da contabilidade,
ela é elaborada no Departamento de Gestão/Recursos de Pessoas/Humanos na
organização e quando encaminhado a contabilidade, deve-se ter em conta no acto de
lançamento os seguintes aspectos:
❑ O mês do processamento.
❑ Os dias úteis.
❑ As taxas de descontos relativamente à Segurança Social.
❑ As taxas de descontos relativamente ao IRT.

Estes processo deverá passar por 3 fases, a saber:


❑ 1ª Fase – Processamento de salário e outras remunerações
❑ 2ª Fase – Processamento dos encargos sobre as remunerações (parte patronal).
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❑ 3ª Fase – Pagamento das remunerações (pelos pagamentos ao pessoal e às entidades).
PROCESSAMENTO DE SALÁRIO E OUTRAS REMUNERAÇÕES – 1ª FASE
Descrição Débito Crédito
72.2.x.x –Remuneração - Pessoal Salário Ilíquido
34.3.x.x – Estado - IRT IRT
37.9.2.x – Outros Valores à Pagar – S.S. S.S. (3%)
36.1.x.x – Pessoal - Remunerações Salário Líquido

PROCESSAMENTO DOS ENCARGOS SOBRE AS REMUNERAÇÕES (PARTE


PATRONAL) 2ª FASE
Descrição Débito Crédito

72.5.1.1 – Encargos s/ remunerações – Órgãos sociais S.S. 8%

37.9.2.x – Outros Valores à Pagar – S.S. S.S. (8%)

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PROCESSAMENTO DOS ENCARGOS SOBRE AS REMUNERAÇÕES
Nesta fase é importante compreender que a segurança social tem um carácter sinalagmático, ou seja, são
contratos bilaterais em que existe uma reciprocidade (sinalagma) entre as obrigações das partes.
Quando uma pessoa se inscreve na segurança social, é no sentido de pagar hoje algum valor, na certeza de que
na velhice, invalidez ou por outros motivos estabelecidos pela lei, a instituição em que o depósito da
segurança social estiver a ser feita terá o compromisso de remunerá-lo durante o período de tempo
estabelecido pela lei.
Assim, fica mais fácil compreender que a empresa não paga segurança social, e a prova disso é que em
situação de velhice, falência ou problemas económicos e financeiros que se estiverem a verificar na empresa,
a segurança social não paga absolutamente nada a empresa.
Assim, nesta segunda fase, processa-se o encargo que a empresa tem, pelo facto de esta ser o lado mais forte
na relação jurídico-laboral ou seja: o trabalhador deve pagar 11% do valor do seu salário ilíquido para a
segurança social, mas a este deve-se-lhe ser retido no salário apenas 3% e a diferença de 8% considera-se
como um encargo pelo facto de a empresa estar a ter este trabalhador, e também pelo facto de este ser o lado
mais forte da relação jurídico-laboral.
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PAGAMENTO DAS REMUNERAÇÕES
Descrição Débito Crédito
34.3.x.x – Estado - IRT IRT
37.9.2.x – Outros Valores à Pagar – S.S. S.S. (11%)
36.1.x.x – Pessoal - Remunerações Salário Líquido
43.1.x.x – Banco – Moeda Nacional (IRT, S.S., SL.)

CAPÍTULOS XII - PENALIDADES


❑ Atrasos na entrega das declarações superiores a 30 dias, contados a partir de 1 de
Abril, sujeita os contribuintes do Grupo B e C a multa de Akz 50.000,00 a Akz
100.000,00.
❑ O não cumprimento dos prazos apresentados anteriormente sujeita o infractor á
uma pena de multa entre Akz 300.000,00 a Akz 500.000,00
❑ A não liquidação pela entidade empregadora – Grupo A – está sujeita a multa de
Akz 4.000,00 para cada nome.
❑ A não conservação de documentos no prazo de 10 anos, sujeita o contribuinte28 à
multa de Akz 200.000,00.
CAPÍTULOS XII - PENALIDADES
❑ As entidades obrigadas a efectuarem a retenção na fonte do imposto, sujeitam-se
a multa num valor não inferior a Akz 50.000,00.
❑ A falta de entrega do imposto é punida com a entrega do dobro do imposto, ou
quando houver entrega de valor inferior correspondente ao imposto.
❑ A entidade empregadora tem a obrigação de emitir recibos mensais que
comprovem o pagamento das remunerações devidas ao trabalhador bem como as
deduções efectuadas por conta do imposto. Estes recibos podem ser enviados via
electrónica.

29
FÓRMULA DO IRT – GRUPO A
IRT = ((MC – E) * Taxa) + Pf
IRT = ((((SI – (SS + RI + RNS) – E) * Taxa) + Pf
Determinação do IRT
❑ Localizar ou enquadrar a MC na tabela das taxas anexas ao CIRT.
❑ Deduzir o excesso à MC.
❑ Multiplicar à taxa a diferença.
❑ Somar a parcela fixa ao produto.
❑ O valor encontrado é o IRT.

SI – Salário Ilíquido
SS - Segurança Social Na Tabela anexa ao Código do Imposto Sobre o
RI – Rendimento Isento Rendimento do Trabalho (CIRT), encontramos
RNS – Rendimento Não Sujeito três elementos fundamenatais: o excesso, a taxa
E – Excesso e a parcela fixa
Pf – Parcela Fixa 30
TABELA DE TAXAS A QUE SE REFERE N.º 1, ART.16.º
TABELA DO IRT (GRUPO A -TRABALHADORES DEPENDESNTES) nº 1 DO ARTIGO 16.º DO CIRT
Nº GRUPOS DE RENDIMENTO Taxa
1º Escalão Até a 70.000 Parcela Fixa excesso de
2º Escalão De 70.001 a 100.000 Parcela Fixa 3.000 10,0% excesso de 70.000
3º Escalão De 100.001 a 150.000 Parcela Fixa 6.000 13,0% excesso de 100.000
4º Escalão De 150.001 a 200.000 Parcela Fixa 12.500 16,0% excesso de 150.000
5º Escalão De 200.001 a 300.000 Parcela Fixa 31.250 18,0% excesso de 200.000
6º Escalão De 300.001 a 500.000 Parcela Fixa 49.250 19,0% excesso de 300.000
7º Escalão De 500.001 a 1.000.000 Parcela Fixa 87.250 20,0% excesso de 500.000
8º Escalão De 1.000.001 a 1.500.000 Parcela Fixa 187.250 21,0% excesso de 1.000.000
9º Escalão De 1.500.001 a 2.000.000 Parcela Fixa 292.250 22,0% excesso de 1.500.000
10º Escalão De 2.000.001 a 2.500.000 Parcela Fixa 402.250 23,0% excesso de 2.000.000
11º Escalão De 2.500.001 a 5.000.000 Parcela Fixa 517.250 24,0% excesso de 2.500.000
12º Escalão De 5.000.001 a 10.000.000 Parcela Fixa 1.117.250 24,5% excesso de 5.000.000
13º Escalão Acima de 10.000.001 Parcela Fixa 2.342.250 25,0% excesso de 10.000.000
31
FÓRMULA DO IRT – GRUPO B e C
❑ Grupo B1/C1 – com Contabilidade (são tributados em sede de Imposto Industrial).

(MC)RAI = Total de Proveitos – Total de Custos


CI = MC * Taxa (25%)
II = CI – Rf – Lpv

❑ Grupo B2/C2 – com Contabilidade Simplificada ou Livro de Registo de venda, serviços e


compras.
3 Determinação da Matéria Colectável Valores
3.1 Rendimento Bruto (vendas e serviços não sujeitos a retenção)
3.3 Dedução dos 30% do Rendimento Bruto (n.º 4.º do art. 8.º e n.º7 do art. 9.º)
3.3 Matéria Colectável (RB – 30% = 70%)
4 Cálculo do Imposto
4.1 Total do Imposto devido (25% * MC, isto é, 25% * 70% = 17,5%)
4.2 Imposto Retido na Fonte (6,5%) 32
4.3 Imposto á Pagar (17,5% - 6,5% = 11%)
FÓRMULA DO IRT – GRUPO C
Os contribuintes do Grupo C que se inserem especificamente na TLM, normalmente, prestam
declarações fiscais, uma vez que a responsabilidade da entrega do imposto está nas mãos das
empresas pagadoras.
Na fase do apuramento do imposto a pagar (colecta), pode ser visto tendo em conta duas
situações:
❑a primeira, rendimento enquadrado nos limites da TLM.
❑a segunda, rendimento ultrapassar os limites da TLM.
No primeiro caso, se o rendimento se enquadrar nos limites estabelecidos pela TLM,
multiplicamos a taxa de 25% sobre este valor.
Então, Imposto = Rendimento constante da TLM * 25%
No segundo caso, Sempre que o contribuinte verificar que o seu volume de facturação (suas
vendas e/ou prestação de serviços) for 4 vezes maior ao valor máximo ao que corresponde a
sua actividade na TLM, neste caso a Matéria Colectável será o volume de vendas de bens e
serviços que não são sujeitos à retenção na fonte.
33
Então, Imposto = Vendas e serviços não retidos * 6,5%
Aspectos fundamentais a considerar na determinação do IRT a partir da TLM

❑ Identificação da Actividade;
❑ Localização da Actividade (Secção, Divisão, Grupo, Classe, Subclasse, Nº da Verba);
❑ Enquadramento do Imposto (Localidades e montantes);
❑ Apuramento do Imposto a Pagar.
Identificação da Actividade - cafés e pastelarias
▪ Localização da Actividade (Secção, Divisão, Grupo, Classe, Subclasse, Nº da Verba);
▪ Secção I – alojamento e restauração (restaurantes e similares)
▪ Divisão 56 - Restauração (restaurantes e similares)
▪ Grupo 563 – Estabelecimento de bebidas
▪ Classe 5630 – Estabelecimento de bebidas
▪ Subclasse 56301 - cafés e pastelaria
▪ Nº da verba - 220
▪ Enquadramento do Imposto (Localidades e montantes);
▪ Localidade : calemba 2, Município de Luanda 34
▪ Montante: 173.440,00
PLANEAMENTO FISCAL PARA O PESSOAL (INSS E IRT)
Planeamento Fiscal - Pessoal
Contabilidade
36.01.01.0x Nome do Trabalhador Categoria/carreira Salário Base Salário Ilíquido SS IRT S.Líquido
36.01.02.01
36.01.02.02
36.01.02.03
36.01.02.04
36.01.02.05
36.01.02.06
36.01.02.07
36.01.02.08
36.01.02.09
36.01.02.10
Total

Pessoal – Remunerações – empregados (36.1.2)


Conta de natureza credora, destina-se a registar e controlar o processamento e pagamento
das remunerações ao pessoal. Esta conta registará a crédito por contrapartida de custos
(72.2 Remunerações – Pessoal), os valores líquidos a pagar resultantes do processamento
35
de salários e será saldada aquando do pagamento sendo debitada, e creditada as contas
financeiras ou meios monetários (43/45).
IMPLICAÇÕES CONTABILÍSTICAS DO IRT (34.3)
34.3 Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (IRT)
Conta de natureza credora, destina-se a registar o imposto deduzido aos empregados
devido pelo seu rendimento do trabalho, apurado aquando do processamento de
salário. Esta conta será saldada por contrapartida dos meios monetários aquando do
respectivo pagamento ao Estado.
Esta conta poderá ser desdobrada atendendo a especificidade do objecto da empresa
determinando assim sua relação com terceiros, da seguinte forma:
❑ 34.3 - Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (IRT)
❑ 34.3.1 – Grupo A
❑ 34.3.2 – Grupo B – Retenção (6.5%, n.º 2, art. 16.º)
❑ 34.3.2.1 – Nome do Fornecedor e tipo de serviço.
❑ 34.3.2.2 – Nome do Fornecedor e tipo de serviço.
❑ 34.3.3 – Grupo C - – Retenção (6.5%, n.º 2, art. 16.º)
❑ 34.3.3.1 - Nome do Fornecedor e tipo de serviço.
❑ 34.3.3.2 - Nome do Fornecedor e tipo de serviço. 36

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