Material Extra. Lei de Crimes Ambientais 1
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MINISTÉRIO PÚBLICO
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MATERIAL EXTRA. CRIMES AMBIENTAIS
Em um primeiro momento, o aluno deve compreender que o art. 225, § 3º, da CF/88 prevê a TRÍPLICE
RESPONSABILIZAÇÃO AMBIENTAL, estando, portanto, o causador de danos ambientais sujeito à
responsabilização administrativa, cível e penal, de modo independente e simultâneo:
Art. 225, § 3º, da CF. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.
RESPONSABILIDADE CIVIL
A responsabilidade por danos ambientais na esfera CÍVEL É OBJETIVA. Isso significa que não é preciso
provar a culpa ou dolo do réu.
Entendimento do STJ consagrado na 30 edição do Jurisprudência em Teses:
A RESPONSABILIDADE POR DANO AMBIENTAL É OBJETIVA, informada pela teoria do risco integral,
sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato,
sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes de
responsabilidade civil para afastar sua obrigação de indenizar. (REsp 1374284/MG)
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RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
Por outro lado, para a aplicação de penalidades administrativas, não se obedece a essa mesma lógica. A
responsabilidade ADMINISTRATIVA ambiental apresenta CARÁTER SUBJETIVO, exigindo dolo ou culpa
para sua configuração.
Assim, ADOTA-SE A SISTEMÁTICA DA TEORIA DA CULPABILIDADE, ou seja, deverá ser comprovado o
elemento subjetivo, além da demonstração do nexo causal entre a conduta e o dano.
A diferença entre os dois âmbitos de punição e suas consequências fica bem estampada da leitura do
art. 14, caput e § 1º, da Lei nº 6.938/81.
O caput do art. 14, que trata sobre a responsabilidade administrativa, não dispensa a existência de
culpa. Logo, interpreta-se que ele exige dolo ou culpa:
Art. 14. Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados
pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
RESPONSABILIDADE CRIMINAL
A TUTELA PENAL do meio ambiente tem o seu núcleo na Lei 9.605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais).
Essa lei regulamentou o quanto disposto no artigo 225, § 3.º, da Constituição Federal de 1988. Eis o
dispositivo regulamentador da Lei 9.605/1998:
“Artigo 3º. As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o
disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou
contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras,
coautoras ou partícipes do mesmo fato”.
A responsabilidade criminal ambiental é subjetiva. É vedada a responsabilidade penal objetiva.
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RESPONSABILIDADE POR DANOS AMBIENTAIS
Responsabilidade Responsabilidade Responsabilidade
CIVIL ADMINISTRATIVA PENAL
Objetiva Subjetiva Subjetiva
§ 1º do art. 14 da Lei 6.938/81. Caput do art. 14 da Lei É vedada a responsabilidade penal
6.938/81. objetiva.
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PROIBIÇÃO DE CONTRATAR COM O PODER PÚBLICO
Não confunda!
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO SANÇÕES PARA INFRAÇÕES
PESSOA FÍSICA (cobrado no PESSOA JURÍDICA ADMINISTRATIVAS
MP/AP 2021 CESPE)
Art. 10 da Lei 9605/1998. As Art. 22 da Lei 9605/1998. As Art. 72. As infrações
penas de interdição temporária penas restritivas de direitos da administrativas são punidas
de direito são a proibição de o PESSOA JURÍDICA são: com as seguintes sanções,
condenado contratar com o III - proibição de contratar com observado o disposto no art. 6º:
Poder Público, de receber o Poder Público, bem como dele § 8º As sanções restritivas de
incentivos fiscais ou quaisquer obter subsídios, subvenções ou direito são:
outros benefícios, bem como de doações. V - proibição de contratar com a
participar de licitações, pelo § 3º A proibição de contratar Administração Pública, pelo
prazo de CINCO ANOS, no caso com o Poder Público e dele período de ATÉ TRÊS ANOS.
de crimes DOLOSOS, e de TRÊS obter subsídios, subvenções ou
ANOS, no de crimes CULPOSOS. doações NÃO PODERÁ EXCEDER
O PRAZO DE DEZ ANOS.
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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE
Não confunda:
Prestação De Serviços à Comunidade Prestação De Serviços à Comunidade
PESSOA FÍSICA PESSOA JURÍDICA
Art. 9º. A prestação de serviços à comunidade Art. 23. A prestação de serviços à comunidade
consiste na atribuição ao condenado de pela pessoa jurídica consistirá em:
I - custeio de programas e de projetos ambientais;
tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos II - execução de obras de recuperação de áreas
e unidades de conservação, degradadas;
III - manutenção de espaços públicos;
e, no caso de dano da coisa particular, pública ou IV - contribuições a entidades ambientais ou
tombada, na restauração desta, se possível. culturais públicas.
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