Derivadas - Parte
Derivadas - Parte
Derivadas - Parte
′
[𝑓(𝑔(𝑥 ))] = 𝑥 ′
′
ou [𝑓(𝑔(𝑥 ))] = 1.
Se supusermos 𝑓 e 𝑔 diferenciáveis, podemos aplicar a regra da cadeia ao primeiro membro da equação
acima:
𝑓 ′(𝑔(𝑥 ))𝑔′(𝑥 ) = 1
ou
1
𝑔 ′ (𝑥 ) = para todo 𝑥 ∈ 𝐷𝑔
𝑓 ′(𝑔(𝑥 ))
1
Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral I
Professora: Flávia Peixoto Faria
′
𝑓 ′(𝑔(𝑥 )) e [𝑓(𝑔(𝑥 ))] :
′
𝑓 ′(𝑔(𝑥 )) é o valor que a derivada de 𝑓 assume em 𝑔(𝑥 ), enquanto [𝑓(𝑔(𝑥 ))] = 𝑓 ′(𝑔(𝑥 ))𝑔′(𝑥 ).
O próximo teorema conta-nos que, se 𝑓 for inversível e derivável e se sua inversa 𝑔 for contínua, então
𝑔 será derivável em todo ponto 𝑎 de seu domínio em que 𝑓 ′(𝑔(𝑎)) ≠ 0.
TEOREMA 1:
Seja 𝑓 uma função inversível, com função inversa 𝑔. Se 𝑓 for derivável em 𝑝 = 𝑔(𝑎), com 𝑓 ′ (𝑝) ≠ 0,
e se 𝑔 for contínua em 𝑎, então 𝑔 será derivável em 𝑎.
Demonstração:
𝑔 (𝑥 ) − 𝑔 (𝑎 ) 𝑔 (𝑥 ) − 𝑔 (𝑎 ) 1
= = , 𝑥 ≠ 𝑎.
𝑥−𝑎 𝑓(𝑔(𝑥 )) − 𝑓(𝑔(𝑎)) 𝑓(𝑔(𝑥 )) − 𝑓(𝑔(𝑎))
𝑔 ( 𝑥 ) − 𝑔 (𝑎 )
𝑔 (𝑥 ) − 𝑔 (𝑎 ) 1
lim = lim .
𝑥→𝑎 𝑥−𝑎 𝑢→𝑝 𝑓 (𝑢 ) − 𝑓 (𝑝)
𝑥−𝑝
𝑓(𝑢)−𝑓(𝑝)
Como lim𝑢→𝑝 = 𝑓 ′(𝑝) = 𝑓 ′ (𝑔(𝑎)), temos que
𝑥−𝑝
𝑔 (𝑥 ) − 𝑔 (𝑎 ) 1
𝑔′(𝑎) = lim = ′ .
𝑥→𝑎 𝑥−𝑎 𝑓 (𝑔(𝑎))
1
Portanto, 𝑔 é derivável em 𝑎 e 𝑔′(𝑎) = 𝑓′ (𝑔(𝑎)). ∎
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Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral I
Professora: Flávia Peixoto Faria
EXEMPLO 1:
Vamos calcular, usando a fórmula obtida anteriormente, a derivada da função 𝑔(𝑥 ) = arcsen 𝑥. Sabemos que
𝜋 𝜋
𝑔 é contínua e é a inversa de 𝑓(𝑥 ) = sen 𝑥, 𝑥 ∈ [− 2 , 2 ]. Temos, então, que
1 1
arcsen′ 𝑥 = = (1)
𝑓 ′ (arcsen 𝑥 ) cos(arcsen 𝑥 )
𝜋 𝜋
pois 𝑓 ′(𝑥 ) = cos 𝑥 em [− , ]. De
2 2
𝑥
segue
[cos(arcsen 𝑥 )]2 = 1 − 𝑥 2
𝜋 𝜋
e, portanto, cos(arcsen 𝑥 ) = √1 − 𝑥 2 , uma vez que arcsen 𝑥 ∈ [− , ]. Substituindo em (1), resulta
2 2
1
arcsen′ 𝑥 = , − 1 < 𝑥 < 1.
√1 − 𝑥 2
Na discussão que se segue, apresentaremos a derivada de outras funções trigonométricas inversas por
um outro processo, envolvendo a derivação implícita.
𝑑𝑦 𝑑𝑦 1
cos 𝑦 =1 ou =
𝑑𝑥 𝑑𝑥 cos 𝑦
𝜋
Agora, cos 𝑦 ≥ 0, uma vez que − 2 ≤ 𝑦 ≤ 𝜋/2. Utilizando a relação fundamental da trigonometria, vem
cos 𝑦 = √1 − sen2 𝑦 = √1 − 𝑥 2
Logo,
𝑑 1
(arcsen 𝑥 ) =
𝑑𝑥 √1 − 𝑥 2
𝑑𝑦
sec2 𝑦 =1
𝑑𝑥
𝑑𝑦 1 1 1
= = =
𝑑𝑥 sec2 𝑦 1 + tg 2 𝑦 1 + 𝑥 2
Logo,
𝑑 1
(arctg 𝑥 ) =
𝑑𝑥 1 + 𝑥2
Deixamos como exercício para o leitor deduzir a fórmula acima utilizando a regra geral da derivada de funções
inversas.
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Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral I
Professora: Flávia Peixoto Faria
As funções trigonométricas inversas que ocorrem com mais frequência são aquelas que acabamos de
discutir. As derivadas das quatro funções remanescentes estão dadas na tabela a seguir. As demonstrações
foram omitidas deste texto.
𝑑 1 𝑑 1
(arcsen 𝑥 ) = (arccossec 𝑥 ) = −
𝑑𝑥 √1 − 𝑥 2 𝑑𝑥 𝑥√𝑥 2 − 1
𝑑 1 𝑑 1
(arccos 𝑥 ) = − (arcsec 𝑥 ) =
𝑑𝑥 √1 − 𝑥 2 𝑑𝑥 𝑥√𝑥 2 − 1
𝑑 1 𝑑 1
(arctan 𝑥 ) = (arccotg 𝑥 ) = −
𝑑𝑥 1 + 𝑥2 𝑑𝑥 1 + 𝑥2
𝑑 1
(log 𝑏 𝑥 ) = (2)
𝑑𝑥 𝑥 ℓn 𝑏
Demonstração:
Seja 𝑦 = log 𝑏 𝑥. Então
𝑏𝑦 = 𝑥
Derivando essa equação implicitamente em relação a 𝑥, usando a fórmula de derivação para a função 𝑏 𝑦 ,
temos que
𝑑𝑦
𝑏 𝑦 (ℓn 𝑏) =1
𝑑𝑥
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Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral I
Professora: Flávia Peixoto Faria
𝑑𝑦 1 1
e assim = 𝑏𝑦 ℓn 𝑏 = 𝑥 ℓn 𝑏. ∎
𝑑𝑥
𝑑 1
(ℓn 𝑥 ) = (3)
𝑑𝑥 𝑥
Comparando as fórmulas (2) e (3), vemos uma das principais razões para os logaritmos naturais serem
usados em cálculo. A fórmula de derivação é a mais simples quando 𝑏 = 𝑒 porque ℓn 𝑒 = 1.
EXEMPLO 2:
Derive:
a) 𝑦 = ℓn(𝑥 3 + 1) c) 𝑓 (𝑥 ) = √ℓn 𝑥
𝑑𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑢 1 𝑑𝑢
= =
𝑑𝑥 𝑑𝑢 𝑑𝑥 𝑢 𝑑𝑥
1 2
3𝑥 2
= 3 (3𝑥 ) = 3
𝑥 +1 𝑥 +1
𝑑𝑦 𝑑𝑢 1 𝑑
𝑦′ = = (sen 𝑥 )
𝑑𝑢 𝑑𝑥 𝑢 𝑑𝑥
1
= cos 𝑥 = cotg 𝑥
sen 𝑥
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Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral I
Professora: Flávia Peixoto Faria
DERIVAÇÃO LOGARÍTMICA:
Os cálculos de derivadas de funções complicadas envolvendo produtos, quocientes ou potências
podem muitas vezes ser simplificados tomando-se logaritmos. O método usado no exemplo a seguir é chamado
derivação logarítmica.
EXEMPLO 3:
𝑥 3/4 √𝑥 2 +1
Derive 𝑦 = (3𝑥+2)5
.
SOLUÇÃO:
Tome logaritmos em ambos os lados da equação e use as propriedades do logaritmo para simplificar:
3 1
ℓn 𝑦 = ℓn 𝑥 + ℓn(𝑥 2 + 1) − 5 ℓn(3𝑥 + 2)
4 2
1 𝑑𝑦 3 1 1 2𝑥 3
= ∙ + ∙ 2 −5∙
𝑦 𝑑𝑥 4 𝑥 2 𝑥 + 1 3𝑥 + 2
𝑑𝑦 3 𝑥 15
= 𝑦( + 2 − )
𝑑𝑥 4𝑥 𝑥 + 1 3𝑥 + 2
Como temos uma expressão explícita para 𝑦, podemos substituí-lo por ela e escrever:
𝑑𝑦 𝑥 3/4 √𝑥 2 + 1 3 𝑥 15
= 5
( + 2 − )
𝑑𝑥 (3𝑥 + 2) 4𝑥 𝑥 + 1 3𝑥 + 2
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Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral I
Professora: Flávia Peixoto Faria
Se 𝑓 (𝑥 ) < 0, para algum valor de 𝑥, então ℓn 𝑓 (𝑥 ) não está definida, mas podemos escrever |𝑦| =
|𝑓 (𝑥 )| e usar o fato de que
𝑑 1
(ℓn|𝑥 |) =
𝑑𝑥 𝑥
Ilustramos esse procedimento demonstrando a versão geral da regra da potência, como foi mencionado na
seção 3.2.
A REGRA DA POTÊNCIA:
Se 𝑛 for qualquer número real e 𝑓 (𝑥 ) = 𝑥 𝑛 , então
𝑑 𝑛
(𝑥 ) = 𝑛𝑥 𝑛−1
𝑑𝑥
Demonstração:
Seja 𝑦 = 𝑥 𝑛 . Use derivação logarítmica em:
𝑦′ 𝑛
Logo, = 𝑥.
𝑦
Daí,
′
𝑦 𝑥𝑛
𝑦 =𝑛 =𝑛 = 𝑥𝑛𝑛−1 ∎
𝑥 𝑥
EXEMPLO 4:
Derive 𝑦 = 𝑥 √𝑥 .
SOLUÇÃO:
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Disciplina: Cálculo Diferencial e Integral I
Professora: Flávia Peixoto Faria
Uma vez que a base e o expoente são variáveis, usamos a derivação logarítmica:
ℓn 𝑦 = ℓn 𝑥 √𝑥 = √𝑥 ℓn 𝑥
𝑦′ 1 1
= √𝑥 + ℓn 𝑥
𝑦 𝑥 2√𝑥
1 ℓn 𝑥 2 + ℓn 𝑥
𝑦′ = 𝑦 ( + ) = 𝑥 √𝑥 ( )
√𝑥 2√𝑥 2√𝑥
𝑓 (1 + ℎ) − 𝑓 (1) 𝑓 (1 + 𝑥 ) − 𝑓 (1)
𝑓 ′(1) = lim = lim
ℎ→0 ℎ 𝑥→0 𝑥
ℓn(1 + 𝑥 ) − ℓn 1 1
= lim = lim ℓn(1 + 𝑥 )
𝑥→0 𝑥 𝑥→0 𝑥
Assim, pelo Teorema 3 da seção 2.3 e pela continuidade da função exponencial, temos
1 1 1
𝑒 = 𝑒 1 = 𝑒 lim𝑥→0 ℓn(1+𝑥)𝑥 = lim 𝑒 ℓn(1+𝑥)𝑥 = lim ℓn(1 + 𝑥 )𝑥
𝑥→0 𝑥→0
A fórmula acima está ilustrada na figura a seguir que apresenta parte do gráfico da função 𝑦 =
(1 + 𝑥 )1/𝑥 e na tabela para valores pequenos de 𝑥. Isso ilustra o fato de que, com precisão até a sétima casa
decimal,
𝑒 ≈ 2,7182818
1 𝑛
𝑒 = lim (1 + )
𝑛→∞ 𝑛
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