PPZ 20-54
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da economia global
Textos Avulsos – no 10 – Abril, 2012
Introdução
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Professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e
pesquisador do Programa de Pesquisa para o Desenvolvimento Nacional (PNPD) do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Uma versão bastante preliminar do artigo foi publicada
pelo IPEA em livro organizado por CARNEIRO e MATIJASCIC (2011), com uma primeira versão
digital publicada em 23/11/2010 [http://www.iececon.net/foco.htm]
Sobre a chamada Onda Rosa, ver especialmente NATANSON, José (2008).
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plano da retórica das boas intenções do que da prática efetiva, novas esferas de
cooperação em uma região na qual, desde a Associação Latino-Americana de Livre-
Comércio (ALALC) na década de 1960, até o regionalismo aberto na década de 1990,
as iniciativas de integração sempre privilegiaram temas econômicos e, sobretudo,
comerciais. Nesse sentido, um novo regionalismo vem se afirmando, caracterizado
pela “redução da importância da dimensão comercial da integração e a ampliação da
agenda para mais além da temática econômica”.3
No campo da economia, a rejeição dos princípios de livre-concorrência da
ALCA, em nome de uma integração regional mais coordenada pelos Estados,
aproximou alguns dos governos da região e resultou em iniciativas cooperativas
efetivas e relevantes, particularmente no plano da integração física e energética. Se,
antes do fracasso da ALCA, o lançamento da Iniciativa para a Integração da
Infraestrutura Regional da América do Sul (IIRSA), em setembro de 2000, parecia
privilegiar a criação de corredores regionais de exportação para fora da região,
passou-se, gradualmente, a projetos de integração física, energética e de
comunicações entre os mercados das próprias economias da América do Sul, e
mesmo entre diferentes regiões de um mesmo país. O Brasil teve papel importante
nessa mudança de enfoque. Em iniciativa autônoma em relação ao Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) acelerou, a partir de 2003, o financiamento da
exportação de bens e serviços brasileiros articulados a grandes obras de
infraestrutura em países da região – fato que foi encarado pela embaixadora dos
Estados Unidos da América no Brasil como parte essencial da estratégia brasileira de,
presumidamente, “reforçar os laços regionais e a fidelidade ao Brasil”, com vistas a
assegurar “os objetivos políticos do Brasil, que incluem um papel de liderança na
América do Sul por meio de um enfoque vigoroso no desenvolvimento e na agenda
social, que às vezes colidem com interesses econômicos nacionais particulares (no
VEIGA, Pedro M. & RIOS, Sandra P. (2007), p. 93. Para relatos históricos sobre as experiências
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de integração na América Latina, ver MINDLIN, José (1973), ARAGÃO, José M. (1983),
MENEZES, Alfredo M. (1990), MACADAR, Beky M.B. (1992), BARBOSA, Rubens (1996) e
PRAZERES, Tatiana (2006).
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Segundo Medeiros (2008), três pares de conceitos podem ser usados para
entender a especificidade e comparar diferentes processos de integração regional:
1) regionalismo ou regionalização; 2) livre-comércio ou comércio estratégico;
3) convergência macroeconômica formal ou existência de “locomotivas” do
crescimento regional. Quanto ao primeiro par, o regionalismo seria um processo de
integração liderado pelos governos e dirigido por instituições (normalmente
associada à União Europeia e ao Mercosul), enquanto a regionalização, tipicamente
associada ao Sul/Leste da Ásia, seria um processo liderado pelos mercados. O
segundo par, por sua vez, distingue processos de integração que enfatizam a
liberalização comercial e o nivelamento das regras do jogo, e processos que contam
mais com a intervenção dos Estados para administrar fluxos comerciais e, mesmo,
influenciar a alocação de investimentos na região, desnivelando o campo de jogo
para mitigar assimetrias. O terceiro par diferencia regimes formais de convergência
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impedir que o bloco regional simplesmente acabasse. De todo modo, a fuite en avant
não deu certo: ao longo da década de 1970, as negociações praticamente não
avançaram, de modo que cerca de dois terços do comércio regional não era abarcado
por concessões tarifárias mútuas; ademais, entre 1970 e 1974, “o intercâmbio dos
produtos negociados (na ALALC) cresceu 109%, ao passo que o dos produtos não
negociados teria aumentado 360%” (idem, p. 23). Em 1980, ao invés de ser concluída
com a constituição da zona de livre-comércio, a ALALC foi substituída pela ALADI,
com a justificativa de conferir maior flexibilidade ao esforço de integração ao
permitir diferentes ritmos de liberalização entre agrupamentos diversos de países.
Embora os termos “comercialistas” e “desenvolvimentistas” possam ser
usados para descrever a posição dos países nas negociações da ALALC, creio ser
importante notar que eles não se confundem com a própria estratégia de crescimento
almejada pelos diferentes países que participavam do bloco, estratégia essa que se
identificava inicialmente à busca do desenvolvimento industrial. Foi preciso esperar
pela década de 1970 para que um conjunto de países da América do Sul, em geral
governados por ditaduras militares (Chile, Argentina e Peru), passasse a questionar o
ideal industrializante e realizasse, sob influência ideológica de Chicago Boys,
programas de abertura comercial unilateral (VILLARREAL, 1984). A diferença entre
“comercialistas” e “desenvolvimentistas” na postura negociadora na ALALC estava
em que, para os países cuja indústria já se desenvolvera com base em mercados
internos maiores, era interessante, a curto prazo, um objetivo mercantilista: aumentar
exportações manufatureiras por meio de um processo rápido de liberalização
comercial intra-regional. A atitude não cooperativa, porém, reduziria o espaço para
industrialização de economias menores e mais atrasadas. Para os países de
desenvolvimento intermediário (Chile, Colômbia, Peru, Venezuela e Uruguai) e de
menor desenvolvimento relativo (Bolívia, Equador e Paraguai), não interessava
realizar abertura sem salvaguardas e sem um programa regional de promoção de
investimentos, isto é, sem um alto grau de comércio administrado e
complementaridade produtiva. Ou seja, para ambos os grupos, o objetivo
industrializante era o fim, com meios diversos: para ampliar o desenvolvimento dos
grandes, um regionalismo liberal bastaria (desde que mantido um alto grau de
proteção contra importações extra-bloco); para iniciar um processo sustentado de
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mercados nacionais. Mesmo para países grandes (para não falar dos menores), um
processo de substituição de importações que contasse unicamente com o mercado
nacional apresentava dificuldades para superar a etapa de substituição fácil de bens
de consumo e bens de capital leves em direção à industrialização pesada, com
eficiência, de bens de capital, automóveis, e insumos intermediários como aço. Vários
ramos de produção intensivos em capital e escala só poderiam ser internalizados se o
mercado-alvo abarcasse a região como um todo, de modo que liberalização e
industrialização não seriam opostos, mas se condicionariam mutuamente, se o
comércio fosse devidamente administrado dentro do bloco. Desde que níveis de
proteção satisfatórios também fossem assegurados frente às importações oriundas
dos países centrais industrializados, a liberalização gradual de preferências para os
parceiros regionais seria uma condição mesmo para o avanço da industrialização.
Por isso, o regionalismo desenvolvimentista envolveria um aprofundamento do
comércio intra-setorial, ao contrário do comércio inter-setorial que caracterizava a
relação com os centros industrializados.
Para Prebisch, o bloco deveria ter mecanismos específicos para apoiar a
industrialização das economias pequenas da América Latina que, como todas as
economias com mercados internos de escala inadequada, só poderiam se
industrializar por meio de exportações (como, aliás, ocorreria mais tarde na
experiência histórica asiática). Os mecanismos de redução de assimetrias contariam
com ausência de reciprocidade na redução tarifária, e mudanças posteriores de
tarifas para corrigir desequilíbrios comerciais que se verificassem: países
persistentemente superavitários deveriam acelerar o ritmo de liberalização, enquanto
países que experimentassem déficits explicados por motivos estruturais (e não por
apreciação cambial a ser corrigida) deveriam retardar a liberalização. Em geral, a
liberalização regional deveria ser feita com gradualismo prudente, e controle
permanente dos governos para reverter as assimetrias que a liberalização poderia
trazer, de modo a assegurar, nos termos de Prebisch, “a franca coincidência de
interesses, a clara reciprocidade de vantagens concretas... pois temos encontrado com
frequência defensores entusiastas (da integração) que pensam somente em suas
exportações... e não nas exportações dos demais” (idem, p. 31, em tradução livre). A
cooperação regional deveria, assim, evitar “reproduzir, no seio da América Latina, o
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vulnerabilidade externa dos países periféricos seria pequena ou, alguns momentos,
até negativa, pois o perfil das exportações industriais, ao contrário das importações,
continuaria muito concentrado em produtos de menor dinamismo e valor
adicionado, enquanto a pressão sobre o balanço de pagamentos, advinda das
remessas de lucros, dividendos e juros, aumentaria.
As análises de caso feitas por Fernando Fajnzylber (1970a, 1970b, 1976) sobre o
perfil do IDE orientado para o Brasil e o México confirmaram as hipóteses de
Furtado, e mostraram que o impacto da operação das filiais industriais sobre os
fluxos comerciais era ainda mais assimétrico sobre os países menores da América
Latina. Uma vez duplicadas as plantas industriais nos países maiores (mesmo com
grande relação capital-produto e/ou capacidade ociosa em cada mercado nacional
protegido comercialmente), sua rentabilidade era defendida pela proteção contra
importações de bens similares, que por sua vez eram exportados para os mercados
dos menores países da região, de modo a minimizar a capacidade ociosa,
aproveitando acordos comerciais preferenciais. A divisão geográfica das tarefas no
interior das corporações internacionais tinha impacto significativo sobre a natureza e
a direção dos fluxos comerciais entre matrizes e filiais, e entre países maiores de
região (sede de filiais) e países menores (mercado regional para as filiais). As filiais
eram importadoras de tecnologias oriundas dos países centrais, usadas na produção
para o mercado interno, e exportavam volume pouco significativo da produção para
os mercados dos países desenvolvidos. Quando exportavam para os países sede das
matrizes, as filiais industriais se especializavam em linhas mais simples da gama de
produção e nos mercados de reposição. Assim, as exportações para os países centrais
continuavam concentradas em produtos básicos ou manufaturados intensivos em
recursos naturais, produzidos sobretudo por empresas de controle nacional, com
menor grau de importação de tecnologias. As filiais industriais, por sua vez,
concentravam suas exportações nos mercados da América Latina, funcionando como
base regional de operações da corporação internacional, mas praticamente não
realizavam importações oriundas dos menores países da região.13
Em suas palavras, no que tange ao caso brasileiro: “...as exportações provenientes de empresas
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Assim, no que tange às decisões controladas pelas filiais, não eram criadas as
condições para um planejamento da complementação produtiva regional que
aumentasse a especialização e a eficiência dos sistemas industriais dos países
maiores, e abrisse espaço para o desenvolvimento das economias menores. Pelo
contrário, os países maiores defendiam ganhos mercantilistas nas relações intra-
regionais e não interferiam para reverter o padrão de alocação de investimentos e
fluxos de comércio que aumentava a polarização regional. Furtado alegou, por
exemplo, que a negociação e a operação dos únicos quatro acordos de
complementação econômica concluídos nos primeiros seis anos da ALALC foram
deixados sob iniciativa de grupos privados, sobretudo filiais, e abarcaram uma
parcela ínfima do comércio, concluindo que “os esquemas que se limitam à
liberalização do comércio... (acabam) criando situações privilegiadas para os
consórcios internacionais, que estão em condições de planificar o próprio
desenvolvimento em escala regional; tais sistemas podem conduzir a formas de
‘integração’ que prescindem de centros nacionais de decisão, ou tendem a esvaziar
estes, sem contudo dotar a região de um autêntico planejamento multinacional”.14
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entre os países da área — tanto econômico como político —, a heterogeneidade nos níveis de
desenvolvimento relativo, o nacionalismo exacerbado e a escassa vontade política de fortalecer os
vínculos integracionistas por parte dos maiores países da região — Argentina, Brasil e México —
praticamente inviabilizaram a ALALC. Uma vez que o mercado interno desses três países,
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A criação da ALADI abriu espaço para que, seis anos depois, Brasil e
Argentina realizassem, entre si, aquilo que os países do Pacto Andino pediam da
ALALC: um projeto de integração comercial gradual, associado a um programa de
desenvolvimento regional com mecanismos de redução dos déficits comerciais e
planejamento da complementação produtiva por setores. Segundo Bandeira (2003,
caps. XIX-XX), a crise da dívida externa, o movimento de redemocratização e a
guerra das Malvinas haviam aproximado Brasil e Argentina em um conjunto de
agendas, afastando-os dos Estados Unidos e da Europa. Aliados, os dois países
poderiam ampliar sua autonomia perante o sistema internacional, reagir à formação
de blocos em outras regiões, funcionar como um polo de gravitação para outros
países da América do Sul e reduzir a vulnerabilidade de suas economias. O equilíbrio
geopolítico na região mudou radicalmente à medida que os rivais tradicionais
falaram em institucionalizar o sistema de consulta bilateral, para conciliar posições
diferentes e coordenar políticas externas, e passaram a cooperar em um conjunto de
questões, inclusive atinentes à defesa. A gravitação da aliança sobre os demais países
da região aumentou não apenas por causa do peso econômico e militar dos dois
países, mas porque sua aliança retirava, dos demais, a possibilidade de obter
vantagens com um movimento pendular (Uruguai, Paraguai e Bolívia) ou com uma
aliança bilateral duradoura (Chile e Peru). Na Organização das Nações Unidas -
ONU, contra os Estados Unidos, a Argentina passou a apoiar a proposta brasileira de
desmilitarização do Atlântico Sul, ao mesmo tempo em que os dois países passaram
a cogitar, publicamente, a hipótese de construção conjunta de submarino nuclear e de
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Nas palavras de SARTI, Fernando (2001, p. 23) a respeito da doutrina do regionalismo aberto:
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mas sim o de procurar romper com certas teses de que o México era paladino, inclusive em
relação ao tratamento diferenciado e à propriedade intelectual; ter acesso eventual ao petróleo
mexicano e criar um ‘modelo’ de success story para convencer outros países, como o Brasil e a
Índia, a mudarem suas posições tradicionais...”. Quanto ao Brasil, “o único possível rival à
influência hegemônica dos Estados Unidos no Hemisfério Ocidental sul”, o objetivo central era
impedir que “se desenvolva, econômica e militarmente, a níveis que possam torná-lo competitivo
com os Estados Unidos, em termos de influência econômica e política, na região do Hemisfério
Ocidental... A estratégia política americana em relação ao Brasil tem como seu principal objetivo
apoiar governos brasileiros que sejam receptivos às iniciativas políticas americanas no
Hemisfério... Como corolário desse objetivo maior, a estratégia americana procura evitar a
articulação brasileira com outros Estados que possa pôr em risco a hegemonia e a capacidade de
negociação americana” (idem, pp. 101-2).
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Para a sucessão de documentos, ver BANDEIRA (2003, cap. XXII). Não cabe alegar, porém,
que os esforços de integração brasileiros na região foram uma reação ao avanço dos acordos
bilaterais dos Estados Unidos em direção ao Sul. Para vários participantes das iniciativas
brasileiros, o contrário é mais provável, uma vez que estas antecederam as estadunidenses. Em
uma série de artigos entre fevereiro e outubro de 1997, o ex-presidente José Sarney rejeitou a
insistente alegação estadunidense de que o Mercosul fora imaginado para evitar ou competir com
a integração do Hemisfério como um todo, lembrando que os acordos entre Brasil e Argentina se
iniciaram bem antes das iniciativas hemisféricas dos EUA, alegando terem como modelo, sim, a
integração europeia: “A criação de um mercado comum no Cone Sul partiu de uma decisão
política de acabar com as divergências entre Brasil e Argentina, nos moldes do que aconteceu na
Europa, há mais de 40 anos, com o Tratado Franco-Germânico que pôs fim a uma confrontação
secular entre França e Alemanha. O modelo que Alfonsin e eu tínhamos em mente era o Mercado
Comum Europeu. Para nós, não bastava a existência de uma zona de livre comércio. Era
necessária uma ação muito mais profunda: a integração latino-americana” (SARNEY, 1997b).
Relembrou também que a aproximação entre Brasil e Argentina foi desde o início vista pelos
EUA, erroneamente, como uma resposta ameaçadora aos interesses estadunidenses: “Quando
criamos, eu e Alfonsín, o mercado comum Brasil-Argentina, os Estados Unidos julgaram ser uma
iniciativa contra eles. Ficou tudo claro. Sermos a nosso favor é interpretado como ser contra eles.”
(SARNEY, 1997a). E afirmou que o governo Clinton é quem reagia para isolar o Brasil,
desestruturar o Mercosul e seu potencial autônomo de integração na América do Sul (SARNEY,
1997c). É claro que a interação passou a envolver reações mútuas. Em seminário ocorrido logo
após o lançamento da Iniciativa das Américas, Celso Amorim (1990, pp. 36-38), então chefe do
Departamento Econômico do MRE, afirmou que a reação brasileira deveria ser modulada pelos
objetivos dos processos de negociação que já estavam em curso bem antes da Iniciativa: a Rodada
Uruguai e “o processo de força de um mercado comum com a Argentina, posteriormente
ampliado para Paraguai e Uruguai... em que o Brasil estava – e está – profundamente engajado”.
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Para isso, era necessário manter uma posição conjunta do bloco regional em formação, diante “de
uma iniciativa de âmbito continental cujos contornos estão ainda um tanto fluidos... Era essencial
evitar uma reação desordenada dos países envolvidos no processo de formação de mercado
comum em nível sub-regional. Isso foi garantido em sucessivas reuniões... Esse esforço de
coordenação era tanto mais importante quanto se tem presente que o processo de integração em
que estão envolvidos os países do Cone Sul não se reduz a uma área de livre comércio, mas visa a
um mercado comum que supõe a existência de tarifa externa comum, harmonização de políticas
comerciais etc. A opção de um ou outro país por negociações individuais com os Estados Unidos,
sobretudo se tendessem à formação de áreas de livre comércio – ainda que em horizonte distante
– teria um efeito diluidor nos esforços de integração de grandes consequências. Assegurar que
isso não ocorresse era um objetivo não desprezível ao se formular a estratégia negociadora
brasileira...Além disso, a existência de uma comissão em que os quatro nações do sul do
continente atuassem com uma única voz serviria também para aumentar o poder de barganha
nas negociações com os Estados Unidos”.
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fumo, laticínios, derivados de cacau etc.) tornava a ALCA ainda menos atraente, para
os países que não competiram para fechar acordos bilaterais com os Estados Unidos.
O projeto liberal não estava interessado apenas em fluxos comerciais, porém,
mas também em fluxos de investimentos, que teriam uma nova relação com a
abertura comercial na globalização. Segundo Bastos (2003), uma novidade do
neoliberalismo em relação aos argumentos liberais tradicionais foi o argumento de
que a abertura comercial era uma necessidade colocada pela nova forma de
internacionalização das corporações industriais, que estariam formando cadeias
produtivas transnacionais, ou seja, com níveis de integração vertical, em cada país,
muito menores do que na “época dos mercados nacionais protegidos”. Alegava-se
que altos níveis de proteção do mercado nacional podiam, nestas novas
circunstâncias, afastar investimentos destas “empresas-rede”, enquanto a abertura
comercial, ao revés, atrairia investimentos que cobririam déficits correntes
temporariamente trazidos pelo aumento de importações, e aumentariam a
produtividade geral do sistema, em conjunto com a pressão competitiva das
importações. Com o tempo, os ganhos de eficiência dos empresários locais, e os
investimentos das filiais, que aproveitariam tecnologias e canais de comercialização
das corporações globais, levariam a uma redução dos déficits correntes (FRITSCH &
FRANCO, 1989; FRANCO, 1996; BARROS & GOLDENSTEIN, 1997).
A esperança se frustrou no caso brasileiro, como veremos, uma vez que o
aumento do IDE e a desnacionalização de parte da estrutura industrial não
trouxeram uma reversão do déficit comercial verificado a partir de 1995, muito
embora as empresas tenham sido forçadas pelo aumento da pressão competitiva a
“emagrecer” organogramas burocráticos, importar tecnologias e automatizar linhas
de produção, onde possível. A liberalização comercial propiciou, em escala global,
um aumento do IDE orientado para exportações manufatureiras em países em
desenvolvimento, mas a concentração do IDE para esses fins, e o aumento resultante
das exportações, limitou-se a um número muito pequeno de países, nitidamente
concentrados na Ásia.24
Nas palavras de PALMA, Gabriel (2004, p. 410), “um resultado até certa medida inesperado
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90% de todas as exportações dos PMD... Os nove são: China (23%), Coréia (14%), Taiwan (13%),
México (12%), Cingapura (11%), Malásia (7%), Tailândia (4%), Filipinas (3%) e Indonésia (3%)”.
A primeira formulação moderna do modelo dos “gansos voadores” para explicar os efeitos de
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criação de comércio regional do IDE japonês foi, provavelmente, de KOJIMA, Kiyoshi (1973). O
estudo original das “novas formas de investimento” é talvez o de OMAN, Charles (1984).
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Tabela 1
Relação IDE (inward)/exportações em %
1990-92 1993-95 1996-98 1999-01 2002-05
Economias em
47 81 112 123 80
desenvolvimento
América Latina 84 124 240 274 150
Ásia em desenvolvimento 41 74 84 88 64
Fonte: UNCTAD, FDI on line, apud Carneiro (2008).
O mesmo achado está, em linhas gerais, presente no estudo da internacionalização recente das
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Tabela 2
China: Matriz do comércio exterior e saldo de acordo com país e região
Média do período 2003-2005 (milhões de US$ a preços correntes)
Exportações Importações Saldo
ASEAN+ 3 143.037 251.755 (108.718)
ASEAN 43.064 61.763 (18.699)
China (a) — 39.637 (39.637)
Japão 72.301 89.628 (17.326)
Republica da Coréia 27.671 60.728 (33.056)
Estados Unidos 126.985 42.478 84.507
Canadá 8.482 6.413 2.069
União Européia (27) 111.103 66.475 44.628
América Latina e Caribe
17.596 21.061 (3.465)
(33)
Índia 6.071 7.232 (1.161)
Austrália + Nova
9.799 12.936 (3.137)
Zelândia
Outros 174.762 136.298 38.464
Mundo 597.836 544.647 53.188
Fonte: CEPAL, com base em COMTRADE, apud Carneiro (2008).
a: Referente a transações entre Guangdong e Hong Kong SAR.
globais ou regionais. A propósito, ver também CHESNAIS, François (1994), UNCTAD (1995), e
BOUBA-OLGA, Olivier (2006). Sobre a concorrência entre diferentes blocos regionais e a atração
de IDE, ver OMAN, Charles (1994), e FISCHER, Bernhard (1998). Sobre o perfil regionalizado de
operação produtiva das corporações “globais”, ver RUGMAN, Alan (2005).
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internacionalização) com os resultados do comércio exterior, por produto e por região (dimensão
macro do processo). As filiais do grupo Resource Seeking são as responsáveis por boa parte das
exportações de produtos intensivos em recursos naturais para a União Européia e para a Ásia. As
filiais do grupo Market Seeking com moderada orientação exportadora são as responsáveis pelas
exportações de produtos intensivos em escala, de fornecedores especializados e intensivos em
P&D para os países do Mercosul, da Aladi e do Nafta. Todas as filiais que seguem estratégias
Market Seeking com diferentes graus de orientação exportadora são as responsáveis pelas
importações de produtos intensivos em escala, de fornecedores especializados e de produtos
intensivos em P&D da União Européia, do Nafta e da Ásia”.
(30)
Para os autores, “...uma das causas do maior volume de importações de sua região de origem
pode ser a dependência tecnológica das filiais brasileiras em relação às suas matrizes, tendo em
vista a relação, já explicitada, entre comércio com a região de origem e comércio intrafirma. As
explicações para este resultado podem estar relacionadas com a tendência das corporações
transnacionais em internalizar a produção mais intensiva em tecnologia, ao invés de transacioná-
las livremente no mercado... a assimetria entre exportações e importações pode estar relacionada
com o papel representado pelas filiais brasileiras no conjunto das operações da corporação. Como
Laplane & Sarti já haviam demonstrado, o principal atrativo do país para o investimento
estrangeiro consiste na exploração do mercado interno e regional. Desse ponto de vista, a maioria
das filiais brasileiras não detém mandatos mundiais para atuarem como fornecedoras globais da
corporação, mas se integram à rede mundial, absorvendo produtos, sejam intermediários ou
finais, com maior conteúdo tecnológico, das matrizes ou de filiais instaladas em países
desenvolvidos” (p. 355). Sobre o comércio regional das grandes empresas nacionais, ver SILVA,
Maria Lussieu (2003).
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Tabela 5
Proporção do Comércio Total de Empresas Nacionais e Estrangeiras Selecionadas, por Região de
Origem ou Destino (1989, 1997 e 2000)
Exportações Importações
Nacionalidade Ano
Merc. Nafta Aladi U. E. Ásia RM Merc. Nafta Aladi U. E. Ásia RM
1989 3% 21% 1% 29% 33% 13% 8% 38% 13% 21% 9% 11%
Brasileira 1997 9% 19% 3% 25% 26% 16% 7% 33% 12% 21% 15% 12%
2000 6% 30% 2% 30% 17% 14% 9% 40% 11% 23% 9% 8%
1989 4% 39% 8% 25% 14% 10% 4% 66% 2% 16% 11% 1%
Nafta 1997 32% 23% 12% 15% 8% 9% 6% 47% 1% 26% 11% 9%
2000 25% 21% 13% 23% 8% 11% 21% 49% 1% 19% 6% 4%
1989 5% 28% 8% 47% 4% 8% 11% 17% 3% 66% 2% 2%
U. E. 1997 32% 14% 14% 22% 8% 10% 20% 11% 2% 49% 7% 11%
2000 19% 31% 10% 28% 4% 9% 15% 19% 0% 54% 10% 2%
1989 1% 11% 3% 15% 66% 4% 3% 17% 0% 8% 72% 0%
Ásia 1997 10% 11% 9% 15% 54% 1% 2% 22% 0% 3% 72% 2%
2000 5% 21% 3% 20% 50% 1% 3% 19% 0% 6% 70% 1%
1989 8% 4% 1% 66% 10% 11% 0% 59% 2% 7% 1% 32%
Resto do
1997 18% 7% 1% 30% 14% 30% 0% 66% 6% 14% 0% 13%
Mundo (RM)
2000 11% 4% 4% 28% 27% 26% 2% 74% 1% 17% 1% 5%
Fonte: Secex: Elaboração Neit-IE-Unicamp apud Hiratuka & Negri (2003).
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Observatório da Economia Global – no 10 – Abril, 2012
econômica sul-americana
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Observatório da Economia Global – no 10 – Abril, 2012
do governo reafirmaram aspectos centrais dessa visão de política externa; dentre outros, ver
Amorim (2004), Guimarães (2005; 2010a; 2010b), e Garcia (2010). Para as origens da estratégia e
seus primeiros resultados, ver Cruz & Stuart (2004). Para visões críticas manifestas por ex-
integrantes do governo FHC, ver Barbosa (2010) e Ricupero (2010).
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Observatório da Economia Global – no 10 – Abril, 2012
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Observatório da Economia Global – no 10 – Abril, 2012
negociação - pode ser descrita da seguinte forma: 1) a substância dos temas de acesso a mercados
em bens e, de forma limitada, em serviços e investimentos seria tratada em uma negociação 4 + 1
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Observatório da Economia Global – no 10 – Abril, 2012
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Observatório da Economia Global – no 10 – Abril, 2012
Tabela 6
Participação no Comércio Sul-Sul, por Sócios em Desenvolvimento da Região,
1990-1991 e 2005-2006 (Porcentagens)
África Oriente Ásia em Sul-Sul
1990 - 1991 América Latina Europa
Médio Desenvolv.
e Caribe central e
América Latina e Caribe 14,6 4,0 1,2 1,4 3,5 24,7
Europa central e oriental 3,2 36,0 2,0 1,8 6,0 49,1
África 5,1 2,9 6,7 2,2 4,0 20,8
Oriente Médio 4,5 2,6 2,3 6,9 17,9 34,1
Ásia em desenvolvimento 2,9 2,1 2,3 2,9 27,5 39,3
Comercio Sul-Sul 5,2 7,7 2,5 2,8 23,9 36,0
2005 - 2006 América Latina Europa África Oriente Ásia em Sul-Sul
e Caribe central e Médio Desenvolv.
da Aladi, há, pois, espaço para a celebração de acordos sub-regionais de integração, plurilaterais
e bilaterais. Segundo estudo da Aladi, graças a esses acordos, cerca de 87,1% do comércio intra-
regional estará plenamente liberado este ano. O Mercosul é um bom exemplo dos resultados de
tais negociações. O programa de liberalização comercial de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai,
que originou esse bloco, foi registrado na Secretaria-Geral da Aladi como Acordo de Alcance
Parcial de Complementação Econômica n.º 18 - ACE-18.). Além desse, podem ainda ser citados os
acordos do Mercosul com os demais membros da Aladi... A criação de um espaço de integração
sul-americana é um imperativo de ordem política e econômica, e o desenvolvimento de um eixo
de integração com os países andinos é de grande interesse para o Brasil e para o Mercosul. As
negociações entre a Comunidade Andina de Nações (CAN) e Mercosul tiveram início em 1995.
Inicialmente, em 17 de dezembro de 1996, o Mercosul e a Bolívia assinaram o Acordo de
Complementação Econômica n. 36 (ACE- 36), que prevendo o estabelecimento de uma área de
livre-comércio. Posteriormente, no quadro de avanço dos entendimentos, com vistas a aproximar
os dois blocos, o Brasil assinou, em 12 de agosto de 1999, um acordo de preferências tarifárias
fixas com a Colômbia, o Equador, o Peru e a Venezuela (ACE-39). Por sua vez, a Argentina
firmou um instrumento semelhante, em 29 de junho de 2000. Posteriormente, o Mercosul
concluiu um Acordo de Complementação Econômica com o Peru (ACE-58), em agosto de 2003.
Além disso, o Mercosul , a Colômbia, o Equador e a Venezuela firmaram, em 18 de outubro de
2004, o Acordo de Complementação Econômica n.59 (ACE-59). Esses acordos, que visam à
formação de uma zona de livre-comércio, substituíram o ACE-39. A entrada em vigor do ACE-59,
em fevereiro de 2005, constituiu um passo histórico e significativo para a conformação da
Comunidade Sul-Americana de Nações.” O mesmo documento traz informações interessantes a
propósito do aprofundamento, no âmbito da ALADI, do Acordo de Complementação Econômica
n.35 (ACE-35), entre Mercosul e Chile, e do Acordo de Complementação Econômica n.º 36 (ACE-
36), entre Mercosul e Bolívia.
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Observatório da Economia Global – no 10 – Abril, 2012
Os seguintes países elegeram governos à esquerda do Centro político: Venezuela (1998), Brasil
(36)
(2002), Argentina (2003), Uruguai (2004), Bolívia (2005), Honduras (2005), Chile (2006), Costa Rica
(2006), Equador (2006), Nicarágua (2006), Paraguai (2008) e Peru (2011). A Colômbia é uma
exceção conhecida, e o Chile voltou a ser governado por grupos à direita do Centro político em
2010.
O caso mais conhecido de controle direto de proventos fiscais das exportações de minérios,
(37)
petróleo ou insumos energéticos (uma forma dos efeitos em cadeia de natureza fiscal das exportações,
nos termos de Albert Hirschman, 1977) é o da CODELCO no Chile, mas, como amplamente
noticiado na imprensa internacional, o governo da Venezuela aumentou o controle sobre as
receitas da PDVSA; o Equador aprovou em 2008 a Ley de Fondos Petroleros, que consolidou a
migração dos recursos do petróleo para o governo central, depois de revisões parciais infra-
constitucionais; a Bolívia nacionalizou e aumentou o preço das exportações de gás; e o Paraguai
assegurou a revisão do Tratado que define as compensações pela energia de Itaipu Binacional
transferida para o Brasil (sob a alegação de ajustar o preço administrado à elevação generalizada
dos custos energéticos nos mercados internacionais).
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Observatório da Economia Global – no 10 – Abril, 2012
Tabela 7
Evolução do comércio de América Latina e Caribe por sócios
Taxa
2006 2007 2008 2009 2010 anualizada
(2006-2010)
Mundo 6.711 7.582 8.790 6.792 8.632 65
Estados Unidos 3.354 3.502 3.807 2.818 3.541 14
União Europeia 952 1.134 1.332 947 1.127 43
Ásia e Pacífico 654 870 1.069 1.030 1.434 217
China 226 355 434 482 718 335
Exportações
Outras
economias de 428 515 635 548 716 137
Ásia
América Latina e
1.154 1.381 1.722 1.282 1.629 90
Caribe
Resto do mundo 597 695 860 715 902 109
Mundo 5.836 6.982 8.530 6.387 8.321 93
Estados Unidos 2.039 2.283 2.659 2.013 2.565 59
União Europeia 835 1.022 1.256 962 1.188 92
Ásia e Pacífico 1.286 1.612 1.990 1.576 2.239 149
China 491 674 892 755 1.111 227
Importações
Outras
economias de 795 938 1.098 822 1.128 91
Ásia
América Latina e
1.199 1.433 1.809 1.325 1.641 82
Caribe
Resto do mundo 478 633 816 511 688 96
Fonte: Cepal, 2011.
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Observatório da Economia Global – no 10 – Abril, 2012
38
Sobre o conceito de financeirização, ver Braga (1997) e Carneiro (2010a). Sobre os desequilíbrios
dos Estados Unidos e seu impacto global, ver Silva (2006).
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Observatório da Economia Global – no 10 – Abril, 2012
Tabela 9
China e Índia: Participação no consumo mundial de petróleo e metais (2000-2007)
2000 2007 Variação Participação Participação no Consumo Mundial
na variação total (%) 2000 2 007
Petróleo
China 4,8 7,9 64,6 34,7 6,3 9,2
Índia 2,3 2,7 21,9 5,6 3,0 3,2
Mundo 76,3 85,2 11,6 100,0
Produtos acabados de aço
China 124,28 408,30 228,5 63,4 16,3 33,8
Índia 26,30 50,80 93,2 5,5 3,5 4,2
Mundo 760,72 1208,50 58,9 100,0
Alumínio refinado
China 3,50 12,35 252,9 73,5 14,0 33,3
Índia 0,60 1,02 69,3 3,5 2,4 2,7
Mundo 25,06 37,10 48,0 100,0
Cobre refinado
China 1,93 4,86 152,1 102,9 12,7 26,9
Índia 0,24 0,44 83,8 7,1 1,6 2,4
Mundo 15,19 18,04 18,8 100,0
Zinco refinado
China 1,96 3,59 83,2 74,8 21,6 31,9
Índia 0,18 0,48 172,1 13,9 1,9 4,3
Mundo 9,06 11,24 24,0 100,0
Fonte: Cepal, 2008.
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Tabela 10
China: Participação chinesa no consumo mundial de produtos básicos,
entre 2002 e 2007 (%)
Participação chinesa
Produto básico Aumento de preço
no consumo mundial
2002 2007 2002-2007
Combustíveis
6,9 9,3 185,1
Petróleo
Minerais e metais
22,3 43,9 184,7
Minério de ferro
Cobre 18,2 27,1 356,5
Alumínio 21,1 33,2 95,4
Zinco 22,4 32,4 316,4
Oleaginosas
18,4 20,9 80,6
Soja
Óleo de soja 21,2 25,9 85,1
Farinha de pescado 23,0 27,5 83,6
Comidas e bebidas tropicais
0,3 0,4 125,6
Café
Açúcar 7,9 9,3 46,4
8,8 9,4 28,6
Carnes
10,6 12,3 22,6
Carne vacuna
Aves 16,8 17,2 23,9
Produtos florestais
Madeira serrada 4,0 8,6 63,6
Pasta química 5,7 7,8 55,5
Fonte: Jenkins, R. (2011)
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Tabela 12
Peso das importações extra-regionais na pauta brasileira: 1992-2010
(US$)
Importações extra-
Ano Importações totais Índice
regionais
1989 15.094.718.661 18.263.432.738 82,65%
1990 17.277.062.328 20.661.362.039 83,62%
1991 17.575.230.372 21.040.470.792 83,53%
1992 17.181.632.724 20.554.091.051 83,59%
1993 20.769.699.263 25.256.000.927 82,24%
1994 27.055.350.162 33.078.690.132 81,79%
1995 40.790.136.694 49.971.896.207 81,63%
1996 42.649.369.918 53.345.767.156 79,95%
1997 47.897.602.533 59.747.227.088 80,17%
1998 46.395.781.796 57.763.475.974 80,32%
1999 40.464.493.187 49.301.557.692 82,08%
2000 44.973.055.254 55.850.663.138 80,52%
2001 46.307.845.399 55.601.758.416 83,28%
2002 39.612.091.021 47.242.654.199 83,85%
2003 40.670.125.147 48.325.566.630 84,16%
2004 53.557.147.572 62.835.615.629 85,23%
2005 62.866.692.286 73.600.375.672 85,42%
2006 76.387.561.199 91.350.840.805 83,62%
2007 102.101.144.884 120.617.446.250 84,65%
2008 148.845.074.895 172.984.767.614 86,05%
2009 108.606.903.226 127.722.342.988 85,03%
2010 155.765.208.516 181.648.675.604 85,75%
Fonte: MDIC.
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Observatório da Economia Global – no 10 – Abril, 2012
Por sua vez, os demais países da região são muito mais dependentes de
importações intra-regionais do que o Brasil. O Brasil foi muito beneficiado por esse
padrão assimétrico, à medida que o crescimento das exportações de produtos básicos
e do mercado interno nos vizinhos aumentou a demanda de manufaturados
importados do Brasil. Por um lado, o conjunto da América do Sul reverteu na última
década os grandes déficits comerciais com o resto do mundo característicos da
década de 1990. Por outro lado, o Brasil passou a acumular grandes superávits
comerciais com a América do Sul. O saldo comercial da América do Sul (excluindo o
Brasil) com o resto do mundo contribuiu, assim, para financiar o saldo comercial do
Brasil na região.
Tabela 14
Saldo comercial da América do Sul (sem Brasil) com resto do mundo e com Brasil
(US$)
Saldo Sul-Americano
Saldo do Brasil com
Ano com resto do mundo b/a (se positivo)
América do Sul (b)
(a)
1990 20.676.915.727,27 -673.853.964 -
1991 9.080.958.090,91 739.095.348 8,14%
1992 (5.243.613.272,73) 3.126.718.862 -
1993 (9.776.792.090,91) 3.676.344.455 -
1994 (7.688.734.181,82) 2.697.187.206 -
1995 (2.943.310.631,27) 331.771.370 -
1996 1.949.110.795,64 -419.115.676 -
1997 (9.078.300.138,18) 949.978.390 -
1998 (20.770.761.204,55) 977.170.312 -
1999 2.698.797.403,00 603.923.665 22,38%
2000 17.561.287.370,55 245.356.882 1,40%
2001 10.250.249.830,82 990.145.614 9,66%
2002 27.830.726.918,45 -136.893.491 -
2003 33.528.885.591,30 2.516.210.873 7,50%
2004 43.353.307.054,20 6.444.312.388 14,86%
2005 54.675.201.380,40 10.503.945.507 19,21%
2006 69.423.090.452,50 11.787.766.982 16,98%
2007 55.591.908.834,70 13.388.320.006 24,08%
2008 58.791.040.454,90 14.224.766.601 24,20%
2009 46.088.089.210,50 7.893.105.448 17,13%
2010 45.120.790.198,00 11.285.683.005 25,01%
Fonte: UNCTADstat.
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O fato de que a China tenha passado a depender mais de seu mercado interno
não significa, obviamente, que tenha passado a desconsiderar as exportações das
regiões costeiras. De fato, a capacidade instalada para exportações não poderá ser
ocupada, pelo menos a médio prazo, pelo crescimento da demanda interna, de modo
que a pressão para a busca de mercados externos que compensem a desaceleração
dos países desenvolvidos tende a aumentar, direcionando-se crescentemente para
mercados de outros países em desenvolvimento (CARNEIRO, 2010b). O mesmo
comportamento pode ser esperado de outras economias tradicionalmente
exportadoras (como Alemanha, Japão, México, e várias economias asiáticas), mas
também, com uma difícil mudança de rumos, dos Estados Unidos (NOLAN &
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Tabela 17
Perdas e ganhos totais da Argentina, do Brasil, do México e do Uruguai no mercado da ALADI,
2002-2009. Em US$ mil
Market-share na AL * 2002-2005 2005-2009
2002 2005 2009 Perdas Ganhos Perdas Ganhos
Argentina 0,9% 0,8% 0,8% (4.986.740) 3.002.875 (5.658.266) 4.884.196
Brasil 3,3% 6,1% 5,3% (1.281.846) 11.049.414 (10.779.189) 5.469.076
México 0,9% 1,2% 1,9% (1.129.933) 1.998.613 (1.565.862) 5.005.458
Uruguai 0,3% 0,4% 0,4% (322.347) 733.372 (1.307.812) 940.750
Nota: * Peso de cada país nas importações totais da ALADI.
Fonte: Comtrade, Apud Hiratuka et ali (2011).
Tabela 18
Ganhos e perdas da Argentina, do Brasil, do México e do Uruguai no mercado
da ALADI para os principais parceiros comerciais da região, 2002-2009
(em % do total de perdas e ganhos de cada país exportador)
Ganhos Perdas
Brasil
China UE EUA Outros China UE EUA Outros
ALADI ALADI
2002-2005 0,5 17,9 48,2 14,1 13,2 15,8 23,2 24,7
2005-2009 1,8 14,4 43,3 15,4 24,6 8,7 13,2 27,9
Argentina
China UE EUA Outros China UE EUA Outros
ALADI ALADI
2002-2005 0,8 17,6 51,4 17,8 3,0 6,7 16,5 29,4
2005-2009 0,4 13,6 36,8 31,2 12,9 12,9 18,6 29,3
México
China UE EUA Outros China UE EUA Outros
ALADI ALADI
2002-2005 0,9 9,9 66,7 3,2 31,6 14,6 17,3 15,3
2005-2009 0,9 18,3 40,4 31,8 56,0 9,1 14,9 6,6
Uruguai
China UE EUA Outros China UE EUA Outros
ALADI ALADI
2002-2005 0,8 17,2 50,2 11,5 8,0 9,7 17,7 49,8
2005-2009 1,6 16,3 41,9 23,5 20,3 30,7 14,7 17,1
Fonte: Comtrade, Apud Hiratuka et ali (2011).
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Tabela 19
Saldo Comercial do Brasil: Participação da América do Sul (US$)
Saldo com América
Ano Saldo comercial Participação
do Sul
1992 15.238.894.793 3.126.718.862 20,5%
1993 13.298.768.120 3.676.344.455 27,6%
1994 10.466.458.730 2.697.187.206 25,8%
1995 -3.465.613.793 331.771.370 -9,6%
1996 -5.599.038.998 -419.115.676 7,5%
1997 -6.764.501.259 949.978.390 -14,0%
1998 -6.623.614.429 977.170.312 -14,8%
1999 -1.288.767.745 603.923.665 -46,9%
2000 -731.743.273 245.356.882 -33,5%
2001 2.684.834.605 990.145.614 36,9%
2002 13.195.998.836 -136.893.491 -1,0%
2003 24.877.655.445 2.516.210.873 10,1%
2004 33.841.883.137 6.444.312.388 19,0%
2005 44.928.809.227 10.503.945.507 23,4%
2006 46.456.628.726 11.787.766.982 25,4%
2007 40.031.626.580 13.388.320.006 33,4%
2008 24.957.675.295 14.224.766.601 57,0%
2009 25.272.399.817 7.893.105.448 31,2%
2010 20.154.548.049 11.263.577.015 55,9%
2011 (até nov.) 25.974.093.832 12.918.356.765 49,7%
Fonte: MDIC.
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busca do mercado regional. Nos dois casos, a importância das filiais nos fluxos
comerciais foi bem documentada.
Tabela 20
Taxa de crescimento das importações latino-americanas por origem, 1990-2009
(em % a.a.)
Origem das 1990-2009 1990-2000 2000-2008 2008-2009
importações %a.a. %a.a. %a.a. %a.a.
AM. Latina 15,0 20,4 14,5 (25,1)
ALADI 14,8 20,2 14,7 (26,9)
Argentina 12,3 16,8 10,9 (16,1)
Brasil 17,3 24,4 16,4 (30,8)
Chile 14,7 19,9 15,5 (30,9)
Uruguai 7,7 7,6 9,2 (2,3)
China 30,6 32,2 35,4 (14,4)
México 19,8 27,9 16,9 (23,6)
Estados Unidos 10,8 19,9 5,2 (23,6)
UE25 10,3 13,5 11,2 (22,0)
Demais Parceiros 12,1 14,1 16,1 (29,3)
Mundo 12,5 17,9 11,6 (24,3)
Fonte: Comtrade, Apud Hiratuka et ali (2011).
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Tabela 21
Brasil: comércio com regiões e países selecionados (US$ milhões)
1990 1995 2000 2007 2008 2009
Export. Import. Saldo Export. Import. Saldo Export. Import. Saldo Export. Import. Saldo Export. Import. Saldo Export. Import. Saldo
ALCa 3647 3969 -322 10566 11137 -571 13671 11881 1790 40818 21038 19780 49977 28409 21568 34354 22635 11719
EUA 7733 4505 3228 8799 12752 -3953 13390 1337 12053 25336 18890 6446 27735 25850 1885 15745 20214 -4469
UEb 10164 4883 5281 12912 14981 -2069 14848 1478 13370 38922 25808 13114 44707 34486 10221 32712 28179 4533
Asia
12c 5244 2391 2853 7887 7443 444 6254 8491 -2237 24069 29032 -4963 36534 44298 -7764 35153 34373 780
China 382 203 179 1204 418 786 1085 1222 -137 10749 12618 -1869 16403 20040 -3637 20191 15911 4280
Japão 2348 1612 736 3102 2726 376 2474 2961 -487 4321 4610 -289 6115 6807 -692 4270 5368 -1098
Resto 4623 6711 -2088 6341 7421 -1080 6957 8362 -1405 31504 25854 5650 38990 40154 -1164 35031 22246 12785
Total 31411 22459 8952 46505 53734 -7229 55119 55851 -732 160649 120621 40028 197942 173197 24745 152995 127647 25348
Fonte: CEPAL (www.cepal.org/comercio), sobre a base da UN Comtrade.
Notas: a: América Latina e Caribe; b: União Europeia inclui Áustria, Bélgica-Luxemburgo, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia,
Irlanda, Itália, Países Baixos, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido; c: Ásia inclui Austrália, China, Hong Kong-China, Indonésia, Japão,
Rep. de Coréia, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Singapura, Tailândia e outros de Ásia n.e.s. (Non English Speaking).
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para a América do Sul, mas não é improvável que esteja ocorrendo uma ampliação
tanto do comércio entre filiais (no sentido da China para a América do Sul) quanto
das exportações de firmas chinesas, muitas das quais de propriedade estatal (total ou
parcial), associadas ao não ao capital estrangeiro. Neste caso, a ameaça de
deslocamento da produção e comércio regionais pode envolver um conjunto muito
diversificado de ramos da indústria de transformação.
Tabela 23
Participação da China nas importações sul-americanas
Ano Argentina Venezuela Bolívia Equador Chile Uruguai Paraguai Peru Colômbia
1989 0,36% 0,00% 0,43% 0,02% 0,74% 0,23% 0,00% 0,97% 0,02%
1990 0,78% 0,00% 0,58% 0,04% 0,81% 0,42% 0,00% 0,72% 0,03%
1991 0,67% 0,01% 0,42% 0,07% 1,28% 0,45% 0,00% 0,63% 0,18%
1992 1,15% 0,05% 0,67% 0,11% 1,55% 0,49% 0,00% 0,55% 0,40%
1993 1,28% 0,03% 0,34% 0,35% 2,02% 0,67% 0,00% 2,14% 0,55%
1994 1,01% 0,08% 0,84% 0,07% 2,52% 1,04% 0,00% 1,95% 0,76%
1995 3,02% 0,00% 1,04% 0,63% 2,62% 1,21% 0,00% 3,19% 0,86%
1996 2,94% 0,00% 0,76% 0,02% 3,06% 1,46% 0,00% 2,39% 0,94%
1997 3,30% 0,00% 0,49% 1,06% 3,64% 1,72% 0,00% 2,53% 1,20%
1998 3,72% 0,19% 0,61% 1,18% 4,41% 2,07% 0,00% 2,59% 1,54%
1999 3,89% 0,54% 1,45% 1,65% 4,74% 2,65% 0,00% 3,34% 2,13%
2000 4,58% 1,27% 3,13% 3,07% 5,71% 3,24% 11,44% 3,90% 3,03%
2001 5,25% 2,04% 5,06% 4,16% 6,28% 3,97% 11,62% 4,84% 3,71%
2002 3,67% 1,93% 5,24% 5,25% 7,16% 3,83% 12,64% 6,19% 4,20%
2003 5,20% 2,11% 5,14% 7,37% 7,42% 3,93% 12,38% 7,61% 4,94%
2004 6,25% 2,89% 5,77% 9,19% 8,25% 5,54% 15,61% 7,58% 6,29%
2005 7,81% 4,77% 5,81% 9,59% 8,51% 6,25% 19,14% 8,46% 7,62%
2006 9,14% 7,22% 6,80% 9,57% 10,03% 7,35% 25,62% 10,35% 8,47%
2007 11,39% 9,59% 7,73% 11,66% 11,42% 9,60% n.d. 12,11% 10,02%
2008 12,37% 9,46% 8,31% 12,48% 12,01% 10,17% n.d. 13,60% 11,43%
Fonte: CEPAL - Banco de Datos Estadísticos de Comercio Exterior (Badecel).
No caso das exportações controladas por filiais na economia chinesa, por sua
vez, pode haver uma ameaça direta aos fluxos comerciais comandados por filiais
estrangeiras localizadas na América do Sul, envolvendo pelo menos alguns elos da
cadeia produtiva, com base em decisões internas à corporação, quer dizer, com base
em preços de transferência subfaturados. Isto reforçaria a assimetria de preços de
exportações industriais entre a economia chinesa e a América do Sul, já considerável
por motivos diversos. Dada a importância das exportações de filiais estrangeiras no
comércio de bens manufaturados e, em particular, no comércio intra-setorial, a
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Não constitui bom sinal para uma eventual cooperação regional, em momento
futuro de agravamento da crise, o fato de que a Argentina venha, deliberada e
publicamente, induzindo o investimento direto externo de firmas brasileiras em seu
território ao colocar obstáculos regulatórios arbitrários às suas exportações desde o
Brasil. Por outro lado, a dependência crescente das exportações industriais brasileiras
em relação ao mercado sul-americano pode vir a aumentar as resistências, no Brasil,
perante propostas de administração do comércio regional e complementação
produtiva. Sob pressão, é mais fácil retaliar do que contemporizar o protecionismo
argentino, quando a Argentina busca criar um substituto unilateral para a
inexistência de mecanismos regionais de cooperação para a complementação
produtiva. O fato de que o Brasil, corretamente, venha ensaiando algo parecido com
empresas eletrônicas asiáticas, ou com as corporações globais da automobilística
(elevando barreiras comerciais para estimular o investimento direto), é indicativo de
que os dois países sabem defender seus interesses, embora não necessariamente de
modo cooperativo e politicamente consentido, ou orientado para a complementação
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Anexo I
América do Sul:
Dados macroeconômicos selecionados
Argentina 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Crescimento real do PIB per capita (%a.a.) 6,87 2,69 -4,43 -1,83 -5,37 -11,75 7,94 7,90 8,14 7,41 7,60 5,70 -0,10 8,10 7,40
Receita Pública (% PIB) 18,64 18,90 20,25 19,57 18,78 17,62 20,54 23,48 23,78 24,22 20,20 21,22 22,72 24,30 24,90
Gasto Público (% PIB) 20,11 20,27 21,93 21,96 22,02 19,08 20,06 20,88 22,01 22,45 19,05 19,80 23,34 24,08 26,30
Crescimento do crédito interno (%) 15,66 8,68 3,20 -2,68 2,55 97,06 -2,26 6,74 0,03 -1,59 14,30 8,60 27,68 31,44 27,40
Taxa de juros de mercado (%) 9,24 10,64 11,04 11,09 26,47 52,97 19,15 6,78 6,16 8,63 11,05 19,47 15,66 10,56 11,80
Desemprego (%) 22,45 17,25 13,63 11,58 10,18 8,48 7,88 8,68 7,75 7,20
Bolívia 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Crescimento real do PIB per capita (%a.a.) 2,67 2,92 -1,67 0,41 -0,35 0,47 0,62 2,21 2,49 2,89 2,70 4,29 1,58 2,36 2,60
Receita Pública (% PIB) 30,46 31,30 32,61 33,69 30,50 27,71 28,93 27,46 31,64 39,09 43,62 48,38 45,04 44,66 45,80
Gasto Público (% PIB) 33,92 35,95 36,08 37,43 37,32 36,17 36,45 33,00 33,87 34,58 41,88 45,14 44,95 42,98 43,20
Crescimento do crédito interno (%) 24,16 29,04 4,24 0,95 1,11 6,38 3,81 2,51 2,23 -6,58 2,98 5,19 5,57 6,20 22,60
Taxa de juros de mercado (%) 50,05 39,41 35,37 34,60 20,06 20,63 17,66 14,47 16,62 11,89 12,86 13,87 12,36 9,91 10,90
Desemprego (%) 3,70 4,20 7,20 7,40 6,40 6,70 7,20 7,00 8,00 7,80 7,50 7,50 7,90 7,80 7,60
Brasil 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Crescimento real do PIB per capita (%a.a.) 2,00 -1,20 -1,00 3,01 0,10 1,40 0,00 4,50 2,00 2,70 4,90 4,00 -1,70 6,30 1,90
Receita Pública (% PIB) 31,39 31,59 32,52 33,84 34,63 34,53 35,28 36,62 36,92 37,26 38,22 38,52 39,40 39,70
Gasto Público (% PIB) 31,12 29,18 29,87 31,32 32,35 31,17 31,47 32,70 33,83 34,09 34,84 36,51 36,50 36,50
Crescimento do crédito interno (%) 15,78 17,15 15,43 12,27 13,12 16,75 13,98 11,90 15,82 22,06 20,73 19,96 5,38 18,60 22,10
Taxa de juros de mercado (%) 78,19 86,36 80,44 56,83 57,62 62,88 67,08 54,93 55,38 50,81 43,72 47,25 44,65 39,99 44,70
Desemprego (%) 10,60 14,20 14,10 13,30 11,27 11,68 12,32 11,48 9,83 9,98 9,29 7,89 8,08 6,74 5,30
Continua...
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Continuação
Chile 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Crescimento real do PIB per capita (%a.a.) 5,16 1,88 -2,04 3,10 2,19 1,04 2,82 4,90 4,43 3,54 3,56 2,64 -2,60 4,20 5,30
Receita Pública (% PIB) 21,64 21,10 20,36 21,13 21,70 21,04 20,67 22,04 23,78 25,74 27,36 26,23 20,28 22,44 23,20
Gasto Público (% PIB) 19,60 20,69 22,48 21,79 22,23 22,28 21,12 19,91 19,21 18,05 18,57 20,99 24,76 22,74 22,30
Crescimento do crédito interno (%) 19,54 11,19 7,23 15,11 12,37 7,19 3,51 11,45 9,69 12,26 23,08 16,20 0,04 2,75 10,60
Taxa de juros de mercado (%) 15,67 20,17 12,63 14,84 11,89 7,76 6,18 5,13 6,68 8,00 8,67 13,26 7,25 4,75 6,30
Desemprego (%) 6,11 6,22 10,01 9,71 9,87 9,80 9,53 10,02 9,30 7,95 7,01 7,75 9,63 7,12 7,40
Colômbia 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Crescimento real do PIB per capita (%a.a.) 1,64 -1,14 -5,80 1,70 0,06 0,90 2,32 3,73 3,14 5,12 5,35 2,08 0,05 2,89 3,80
Receita Pública (% PIB) 26,04 25,39 28,17 28,08 29,05 28,99 30,02 30,53 29,06 30,16 30,68 27,17 27,33 25,40 26,60
Gasto Público (% PIB) 28,38 28,44 31,56 31,60 32,66 31,95 32,21 31,06 29,50 30,57 31,10 26,71 29,48 28,50 29,20
Crescimento do crédito interno (%) 27,23 20,10 5,31 0,88 42,72 1,92 6,25 12,75 8,38 22,59 15,65 16,22 5,79 10,20 21,50
Taxa de juros de mercado (%) 34,23 42,23 29,63 18,81 20,73 16,33 15,21 15,08 14,58 12,90 15,37 17,18 13,01 9,38 11,00
Desemprego (%) 7,55 9,46 13,16 13,95 14,93 15,52 14,06 13,65 11,81 12,03 11,19 11,30 12,03 11,78 11,30
Equador 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Crescimento real do PIB per capita (%a.a.) 1,97 0,20 -7,88 1,51 5,50 1,95 1,81 7,28 4,24 3,24 0,56 5,69 -1,07 1,40 5,10
Receita Pública (% PIB) 19,94 17,32 21,08 25,90 23,32 25,73 24,32 25,05 24,76 27,01 29,56 39,90 35,14 37,20 35,80
Gasto Público (% PIB) 22,08 22,12 24,98 24,41 23,28 24,93 23,19 22,95 24,04 23,80 27,43 40,76 40,65 40,80 38,80
Crescimento do crédito interno (%) -15,19 0,06 22,27 13,09 14,09 12,79 13,44 21,61 34,93 27,40
Taxa de juros de mercado (%) 13,16 13,34 15,75 15,25 15,32 14,19 12,38 10,39 8,84 8,85 10,06 9,77 9,20 9,00 8,60
Desemprego (%) 10,09 15,14 14,11 10,42 8,64 9,83 10,98 10,72 10,13 8,77 7,29 8,50 7,60 7,50
Paraguai 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Crescimento real do PIB per capita (%a.a.) 0,74 -1,58 -3,55 -5,33 0,01 -2,02 1,83 2,16 0,94 2,26 4,85 3,96 -5,51 13,10 2,30
Receita Pública (% PIB) 17,07 17,59 17,98 17,51 19,00 17,66 16,93 18,53 18,25 18,38 17,67 17,36 19,67 19,10 20,20
Gasto Público (% PIB) 17,96 17,66 20,58 21,09 19,65 20,90 17,49 16,94 17,48 17,87 16,70 14,87 19,61 18,20 20,60
Crescimento do crédito interno (%) 37,45 -8,13 4,68 11,40 16,44 13,03 -26,24 10,48 10,80 3,45 26,17 27,84 17,65 32,16 28,00
Taxa de juros de mercado (%) 27,79 30,49 30,21 26,78 28,25 38,66 49,99 33,54 29,91 30,14 25,03 25,81 28,26 26,04 28,00
Desemprego (%) 4,96 5,68 6,83 7,30 7,55 10,77 8,06 7,31 5,83 6,65 5,60 5,40 7,90 7,00 6,60
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Continuação
Peru 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Crescimento real do PIB per capita (%a.a.) 5,03 -2,33 -0,75 1,31 -1,34 3,44 2,50 3,46 5,30 6,21 7,38 8,29 -0,50 7,30 5,60
Receita Pública (% PIB) 28,85 27,52 26,57 27,81 26,26 25,86 26,38 26,70 27,95 29,30 30,16 30,77 28,08 28,95 28,60
Gasto Público (% PIB) 28,79 28,50 29,80 31,13 28,74 28,11 28,10 27,73 28,26 27,22 27,00 28,55 29,96 29,55 27,80
Crescimento do crédito interno (%) 73,35 33,86 19,68 -0,29 1,23 -3,06 -7,72 -7,31 13,48 -1,54 20,23 28,64 1,98 12,69 13,60
Taxa de juros de mercado (%) 30,92 32,62 35,06 30,00 24,98 20,76 21,03 24,68 25,53 23,93 22,87 23,68 21,03 18,98 18,70
Desemprego (%) 7,70 7,80 8,00 7,40 9,23 8,90 9,70 8,80 7,60 7,50 7,00 8,10 8,90 6,60 7,10
Uruguai 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Crescimento real do PIB per capita (%a.a.) 4,38 3,96 -2,39 -2,29 -4,06 -7,74 0,96 5,06 7,33 4,05 7,03 8,27 2,20 8,10 5,30
Receita Pública (% PIB) 29,36 30,16 30,22 29,20 30,22 28,72 29,43 28,69 28,08 28,12 28,16 26,46 28,10 28,61 28,30
Gasto Público (% PIB) 33,86 32,99 34,07 32,78 32,27 30,56 28,62 28,65 28,15 27,95 29,81 29,79 29,80
Crescimento do crédito interno (%) 28,00 84,25 12,41 1,40 29,19 61,27 -13,03 -20,66 -18,21 -8,35 -8,00 61,06 -9,00 23,00 18,00
Taxa de juros de mercado (%) 67,19 54,39 50,03 46,06 48,56 118,38 58,94 23,68 13,61 9,25 8,94 12,45 15,28 10,33 10,10
Desemprego (%) 11,40 10,10 11,30 13,60 15,30 17,00 16,88 13,13 12,18 10,90 9,15 7,58 7,33 6,68 6,00
Venezuela 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Crescimento real do PIB per capita (%a.a.) 4,10 -1,80 -7,85 1,67 1,37 -10,54 -9,64 16,18 8,26 8,42 6,38 3,08 -4,83 -2,90 1,80
Receita Pública (% PIB) 24,30 26,85 32,74 27,31 29,44 32,35 34,39 37,63 37,60 33,27 31,80 25,01 26,00 28,70
Gasto Público (% PIB) 28,79 26,10 28,29 31,90 30,46 32,18 31,92 33,53 39,16 36,13 34,30 33,03 32,80 33,70
Crescimento do crédito interno (%) 23,31 26,21 12,11 15,36 27,43 19,65 -14,58 57,52 70,99 93,54 50,28 24,28 19,57 14,13 34,30
Taxa de juros de mercado (%) 23,69 46,35 32,13 25,20 22,45 36,58 25,19 18,50 16,81 15,48 17,11 22,37 19,89 18,35 17,50
Desemprego (%) 11,35 11,15 14,53 14,01 13,36 15,98 18,00 15,10 12,24 9,96 8,50 7,36 7,88 8,51 8,30
Fonte: Economist Intelligence Unit. Gasto público não inclui juros. Estimativas em azul (06/12/2011).
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Anexo II
América do Sul: Variáveis externas selecionadas (em percentagem ou US$ milhões)
Argentina 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Saldo de transações correntes/PIB -4,14 -4,84 -4,20 -3,15 -1,41 8,59 6,28 2,10 2,88 3,63 2,80 2,06 3,59 0,82 -0,30
Reservas internacionais 22.440 24.876 26.373 25.154 14.556 10.492 14.157 19.653 28.087 32.027 46.116 46.369 48.025 52.231 46.248
Dívida com o FMI 5.868 5.442 4.478 5.056 13.976 14.340 15.523 14.091 9.513 0 0 0 0 0 0
Reservas internacionais/dívida total 17,74 17,80 18,79 17,85 9,80 7,24 8,83 12,10 22,48 27,64 39,31 39,00 39,96 40,80 33,80
Dívida externa líquida 104.092 114.912 113.971 115.760 134.047 134.408 146.121 142.726 96.852 83.836 71.201 72.532 72.158 75.858 90.478
Dívida externa líquida/exportações de B&S 284,55 306,51 333,58 298,49 365,08 414,94 386,40 325,14 187,10 137,90 96,77 81,96 101,76 89,50 89,80
Dívida externa líquida/PIB 35,53 38,42 40,18 40,71 49,86 131,72 112,75 93,21 52,87 39,13 27,13 22,08 23,37 20,50 20,50
Bolívia 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Saldo de transações correntes/PIB -6,98 -7,84 -5,89 -5,31 -3,36 -4,45 0,94 3,85 6,52 11,50 12,13 11,99 4,73 3,91 4,40
Reservas internacionais 1.126 1.183 1.211 1.171 1.146 897 1.096 1.272 1.798 3.192 5.318 7.722 8.581 9.730 10.984
Dívida com o FMI 248 264 247 220 207 195 279 307 244 15 0 0 0 0 0
Reservas internacionais/dívida total 21,51 21,08 21,82 20,25 24,42 17,92 18,90 20,44 26,03 55,06 106,53 139,65 147,64 157,30 159,40
Dívida externa líquida 4.109 4.431 4.338 4.614 3.546 4.109 4.705 4.950 5.110 2.605 -326 -2.193 -2.769 -3.544 -4.092
Dívida externa líquida/exportações de B&S 257,30 282,02 277,35 265,67 199,55 231,95 214,75 173,73 136,38 50,12 -5,10 -25,74 -41,12 -45,00 -41,40
Dívida externa líquida/PIB 51,84 52,14 52,35 54,94 43,56 51,97 58,22 56,42 53,51 22,75 -2,48 -13,19 -16,08 -18,20 -18,10
Brasil 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Saldo de transações correntes/PIB -3,50 -3,96 -4,32 -3,76 -4,19 -1,51 0,76 1,76 1,59 1,25 0,11 -1,71 -1,52 -2,27 -2,30
Reservas internacionais 51.730 43.938 36.342 33.012 35.866 37.837 49.297 52.935 53.799 85.839 180.334 193.784 238.539 288.575 365.355
Dívida com o FMI 31 4.825 8.827 1.768 8.337 20.827 28.317 25.029 0 0 0 0 0 0 0
Reservas internacionais/dívida total 26,07 18,20 14,89 13,67 15,66 16,38 20,98 24,09 28,69 44,37 75,90 73,92 86,14 83,30 88,70
Dívida externa líquida 146.727 197.534 207.766 208.538 193.171 193.178 185.708 166.851 133.727 107.620 57.271 68.356 38.393 57.956 46.656
Dívida externa líquida/exportações de B&S 218,96 302,61 340,58 298,54 266,08 255,33 207,05 144,05 94,78 64,06 28,57 27,79 19,81 23,60 14,90
Dívida externa líquida/PIB 16,84 23,41 35,40 32,36 34,87 38,19 33,63 25,15 15,17 9,88 4,19 4,14 2,41 2,80 1,90
Continua...
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Continuação
Chile 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Saldo de transações correntes/PIB -4,42 -4,93 0,14 -1,19 -1,60 -0,86 -1,05 2,17 1,23 4,87 4,54 -1,94 1,60 1,87 -0,80
Reservas internacionais 18.106 16.191 14.934 15.353 14.398 15.343 15.842 15.997 16.933 19.396 16.842 23.078 25.292 27.828 41.472
Reservas internacionais/dívida total 66,95 48,05 42,92 41,20 37,30 37,25 37,02 36,54 37,26 40,37 29,84 35,89 35,30 33,10 42,00
Dívida externa líquida 8.938 17.504 19.861 21.908 24.205 25.846 26.948 27.777 28.514 28.656 39.600 41.219 46.354 56.200 57.185
Dívida externa líquida/exportações de B&S 37,59 77,65 87,23 87,97 101,36 109,09 95,23 68,50 56,06 41,00 47,56 49,65 68,20 64,00 53,60
Dívida externa líquida/PIB 10,78 22,02 27,14 29,06 35,20 38,31 36,42 29,04 24,11 19,52 24,10 24,14 28,82 27,60 24,10
Colômbia 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Saldo de transações correntes/PIB -4,48 -4,10 0,65 0,80 -1,10 -1,32 -1,03 -0,78 -1,29 -1,84 -2,90 -2,83 -2,18 -3,10 -2,70
Reservas internacionais 9.907 8.754 8.103 9.005 10.245 10.844 10.920 13.537 14.955 15.437 20.952 23.670 24.991 28.077 32.139
Reservas internacionais/dívida total 31,02 26,46 23,54 26,54 28,27 32,66 29,52 35,71 39,65 40,60 47,97 50,85 47,86 45,20 46,60
Dívida externa líquida 22.030 24.331 26.323 24.932 26.000 22.361 26.078 24.374 22.765 22.587 22.723 22.881 27.232 34.049 36.764
Dívida externa líquida/exportações de B&S 138,43 160,17 162,38 135,06 144,26 128,21 134,71 104,43 79,01 66,42 55,98 46,41 62,31 67,10 56,10
Dívida externa líquida/PIB 17,18 20,54 25,37 24,96 26,48 22,83 27,55 20,82 15,53 13,88 10,95 9,35 11,55 11,80 11,20
Equador 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Saldo de transações correntes/PIB -1,81 -8,61 5,64 5,81 -3,28 -4,93 -1,36 -1,47 1,28 4,17 3,71 2,50 -0,35 -3,31 -2,30
Reservas internacionais 2.260 1.786 1.888 1.180 1.074 1.008 1.161 1.438 2.148 2.023 3.521 4.473 3.792 2.622 3.847
Dívida com o FMI 133 70 0 148 190 308 390 290 78 23 0 0 0 0 0
Reservas internacionais/dívida total 14,83 11,58 11,80 8,90 7,66 6,26 7,01 8,24 12,40 11,70 19,79 25,78 29,33 17,80 19,60
Dívida externa líquida 12.977 13.640 14.107 12.075 12.935 15.106 15.404 16.012 15.168 15.273 14.267 12.876 9.138 12.112 15.755
Dívida externa líquida/exportações de B&S 189,89 230,59 220,04 165,45 181,90 198,51 170,72 146,63 107,17 87,61 73,07 53,83 50,10 55,50 58,00
Dívida externa líquida/PIB 54,91 58,66 84,60 75,78 60,87 61,11 54,22 49,05 41,06 36,62 31,35 23,75 17,57 20,90 24,40
Paraguai 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Saldo de transações correntes/PIB -7,33 -2,02 -2,27 -2,29 -4,13 1,82 2,33 2,06 0,21 1,38 1,41 -2,52 0,30 -3,36 -3,80
Reservas internacionais 846 875 988 772 723 641 983 1.168 1.297 1.702 2.461 2.863 3.862 4.167 5.096
Reservas internacionais/dívida total 34,37 31,32 29,21 25,00 25,81 21,39 30,49 32,38 40,18 49,74 68,96 68,81 89,33 91,70 102,00
Dívida externa líquida 1.615 1.918 2.395 2.317 2.079 2.357 2.242 2.439 1.931 1.720 1.108 1.298 461 378 -99
Dívida externa líquida/exportações de B&S 37,91 43,20 77,25 72,75 76,98 89,87 77,05 66,76 45,84 31,29 15,94 13,90 6,10 3,70 -0,80
Dívida externa líquida/PIB 18,20 24,24 32,81 32,66 32,25 46,28 40,39 35,10 25,84 18,55 9,07 7,69 3,24 2,10 -0,40
Continua...
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Observatório da Economia Global – no 10 – Abril, 2012
Continuação
Peru 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Saldo de transações correntes/PIB -5,69 -5,85 -2,70 -2,92 -2,30 -2,03 -1,56 0,03 1,41 3,09 1,14 -4,19 0,17 -1,51 -1,20
Reservas internacionais 11.254 9.834 9.001 8.628 8.934 9.726 10.240 12.665 14.175 17.439 27.784 31.254 33.230 44.213 50.866
Dívida com o FMI 1.011 905 735 558 387 237 139 104 57 20 0 0 0 0 0
Reservas internacionais/dívida total 37,98 32,27 30,89 30,14 32,46 34,46 34,16 40,14 48,99 61,19 97,76 112,10 112,29 129,10 136,00
Dívida externa líquida 18.379 20.644 20.138 19.995 18.589 18.496 19.737 18.885 14.762 11.060 637 -3.374 -3.637 -9.959 -13.469
Dívida externa líquida/exportações de B&S 188,83 230,29 222,85 200,65 188,46 181,13 164,52 116,10 68,06 37,66 1,84 -8,66 -10,52 -23,00 -24,90
Dívida externa líquida/PIB 31,08 36,38 39,06 37,49 34,45 32,58 32,17 27,09 18,60 11,98 0,59 -2,66 -2,87 -6,50 -7,80
Uruguai 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Saldo de transações correntes/PIB -1,23 -2,06 -2,40 -2,82 -2,68 3,11 -0,78 0,03 0,24 -1,98 -0,92 -5,54 -0,33 -1,10 -1,80
Reservas internacionais 2.207 2.590 2.599 2.773 3.099 772 2.087 2.512 3.079 3.091 4.121 6.360 8.038 7.656 10.655
Dívida com o FMI 0 161 157 149 144 1.793 2.416 2.684 2.304 0 0 0 0 0 0
Reservas internacionais/dívida total 33,07 34,22 32,95 32,98 33,61 7,61 19,04 21,42 27,74 30,48 35,77 57,90 66,11 62,50 89,20
Dívida externa líquida 4.467 4.978 5.291 5.635 6.123 9.367 8.872 9.216 8.021 7.051 7.402 4.625 4.121 4.593 1.284
Dívida externa líquida/exportações de B&S 78,98 85,12 104,45 91,37 149,53 b 264,32 196,11 140,09 106,54 93,51 45,17 44,40 40,90 9,50
Dívida externa líquida/PIB 20,58 22,25 25,30 28,06 32,99 76,30 79,28 69,73 46,20 35,61 30,90 14,83 13,08 11,10 2,60
Venezuela 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Saldo de transações correntes/PIB 4,35 -4,85 2,16 10,12 1,61 8,18 14,12 13,80 17,26 14,42 7,97 12,02 2,63 3,72 7,70
Reservas internacionais 17.818 14.849 15.164 15.883 12.295 12.002 20.667 23.497 29.637 36.672 33.477 42.299 35.000 29.621 29.660
Dívida com o FMI 1.618 1.226 741 203 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Reservas internacionais/dívida total 49,89 39,32 36,94 37,52 31,41 32,71 54,16 60,57 66,03 83,83 73,01 84,30 64,22 45,20 33,90
Dívida externa líquida 17.895 22.913 25.885 26.455 26.855 24.693 17.491 15.295 15.251 7.075 12.373 7.880 19.503 35.852 57.775
Dívida externa líquida/exportações de B&S 64,78 105,95 105,20 70,03 87,57 84,31 58,22 35,59 24,89 9,37 15,25 7,47 31,43 51,50 59,60
Dívida externa líquida/PIB 20,85 25,08 26,41 22,58 21,85 26,58 20,94 13,60 10,48 3,86 5,46 2,53 5,98 9,30 16,60
Fonte: Economist Intelligence Unit. Estimativas em azul (06/12/2011).
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