Calculos Trabalhistas
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forma de extração de informações deste sem prévia autorização dos autores conforme
legislação vigente.
Janeiro/2010
CÁLCULOS TRABALHISTAS
1- SALÁRIO - CONCEITO
1.1 - Salário
Ð Previdência privada.
Artigo 458, parágrafo 2º da CLT.
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1.2 - Salário Mínimo (art. 76 da CLT e art. 7º, IV da CF)
São as quantias preestabelecidas que o trabalhador recebe por unidade de serviço prestado
ou calculados em forma de percentual sobre o valor unitário ou global dos negócios
realizados. Percentagem é a modalidade de comissão.
É o valor atribuído ao empregado, pago de uma única vez, para cobrir eventual despesa por
ele realizada ou em virtude de serviço externo, a que se obrigou a realizar, tem natureza
indenizatória e não salarial.
São valores pagos de maneira habitual, para cobrir despesas necessárias à execução de
serviço externo realizado pelo empregado, como despesas de transporte, alimentação,
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alojamento, etc.
As diárias de viagem integram o salário, quando excedentes de 50% do salário do
empregado, considerando-se o valor total, e não só a parte excedente.
Na hipótese de apresentação de notas para prestação de contas, as diárias não integrarão o
salário, mesmo que 50% do salário.
1.3.5 - Gratificações
Integram a remuneração, mesmo anual, paga a qualquer título, por ajuste tácito ou
expresso. Mesmo que seja paga por liberalidade do empregador, mas havendo conexão com
o trabalho exercido pelo empregado na empresa, integrará a remuneração para todos os
efeitos legais.
1.3.6- Prêmios
Exemplos:
1.3- Abonos
Caso a empresa já esteja concedendo, por força do documento coletivo ou por liberalidade,
não poderá suprimi-lo, sob pena de caracterizar alteração contratual prejudicial ao
empregado.
1.6 - Adicionais
É a forma legal que majora salário em decorrência da maior dificuldade ou condições mais
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penosas em que se executa o trabalho.
• trabalho insalubre – 40%, 20%, 10% - conforme o grau de risco máximo, médio e
mínimo.
Exemplo:
Ð Salário-hora: R$ 4,30
Remuneração: R$ 4,30 x 220 = R$ 946,00
Adicional de periculosidade: R$ 946,00 x 30% = R$ 283,80
O adicional de periculosidade dos empregados contratados por dia e por hora, deve incidir
também sobre o valor do repouso semanal remunerado, pois este também integra o salário
do empregado.
O adicional de periculosidade não incide sobre adicionais que são pagos juntamente com o
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salário ao empregado. Porém, em relação aos eletricitários o adicional deve incidir sobre a
remuneração, ou seja, sobre o valor total das parcelas de natureza salarial.
Parágrafo 1º do art. 193 da CLT
“O adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este
acrescido de outros adicionais. Em relação aos eletricitários, o cálculo do adicional de
periculosidade deverá ser efetuado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial.”
Exemplo:
Admissão: 15/09/09
Salário Mensal: R$ 836,00
Adicional de periculosidade: R$ 250,80
Salário acrescido de periculosidade: R$ 1.086,80
Salário proporcional acrescido de periculosidade: R$ 579,52
Dias Trabalhados em setembro: 16
Exemplo:
Salário mensal: R$ 1.784,00
Faltas injustificadas: 02
Adicional de periculosidade: R$ 535,20
Desconto do adicional de periculosidade: R$ 34,53
Desconto do salário mensal: R$ 115,09
Salário com desconto das faltas: R$ 2.164,59
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R$ 2.319,20 – R$ 154,61 = R$ 2164,59
Exemplo:
Salário mensal: R$ 760,00
Adicional de insalubridade grau máximo: 40%
Adicional de insalubridade: R$ 204,00
Salário mensal acrescido de insalubridade: R$ 926,00
R$ 410,00 x 40% = R$ 204,00
R$ 760,00 + R$ 204,00 = R$ 964,00
Exemplo:
1.6.3 - Horas extras: Hora extra é a prorrogação da jornada normal de trabalho, até o
limite de 2 horas por dia, isto é, a jornada normal de trabalho somente poderá ser acrescida
de no máximo 2 horas diárias mediante acordo escrito entre empregado e empregador ou
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contrato coletivo de trabalho.
Para que seja realizada legalmente a jornada de trabalho, incluindo sua prorrogação, não
poderá ultrapassar o total de 10 horas por dia.
Art. 59 da CLT
As horas extras deverão ser remuneradas com adicional mínimo de 50% do valor da hora
normal.
Constituição Federal art. 7º, inciso XVI.
Poderão realizar horas extras os empregados cujos salários foram estipulados por comissão.
Neste caso o adicional será calculado com base no valor-hora do total de comissões
auferidas no mês, conforme orienta a Súmula 340 do TST.
Poderão ser realizadas horas extras juntamente com a compensação de horas, desde que a
jornada de trabalho total, incluída a hora extra e a compensação, não seja superior a 10
horas por dia.
Os empregados que trabalham sob o regime de tempo parcial não poderão realizar horas
extras.
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Artigo 59, parágrafo 4º da CLT.
Exemplo salário mensal:
Salário: R$ 1.110,00
Quantidade de dias com horas extras: 26
Quantidade de horas extras realizadas no mês: 52
Adicional de horas extras: 60% (documento coletivo de trabalho)
Exemplo salário-comissão:
Horas extras com adicional de periculosidade: Para o pagamento das horas extras ao
empregado exposto a periculosidade, os adicionais de hora extra e de periculosidade serão
acrescentados, cumulativamente, ao salário-hora.
Exemplo:
Salário: R$ 800,00
Periculosidade 30%: R$ 240,00
Quantidade de horas extras: 48
Salário-hora: R$ 4,72
Salário-hora extra com periculosidade: R$ 203,76
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Horas extras com adicional de insalubridade: Da mesma forma no cálculo das horas
extras será acrescido o adicional de insalubridade à base de cálculo.
Artigo 60 da CLT e Súmula 264 do TST
Exemplo:
Salário mensal: R$ 530,00
Adicional de insalubridade grau médio: 20%
Valor do adicional de insalubridade: R$ 102,00
Adicional de hora extra: 50%
Quantidade de horas extras: 48
Salário-hora acrescido do adicional de insalubridade: R$ 2,87
Salário-hora extra acrescido do adicional de insalubridade: R$ 1,43
Valor da Hora Extra acrescida do adicional de periculosidade: R$ 206,40
Horas extras com adicional noturno: As horas extras realizadas no período noturno serão
calculadas com base no valor do salário-hora acrescido do adicional noturno.
Súmula 264 do TST
Exemplo:
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SUPRESSÃO DE HORAS EXTRAS: As horas extras prestadas durante pelo menos 1
ano, se suprimidas pelo empregador, será assegurado ao empregado o direito a uma
indenização correspondente ao valor de um mês das horas suprimidas para cada ano ou ano
e fração igual ou superior a 6 meses de prestação de serviço acima da jornada normal.
“Para o cálculo, será efetuada a média das horas efetivamente trabalhadas nos últimos 12
meses, multiplicadas pelo valor da hora extra do dia da supressão, e o resultado será
multiplicado pela quantidade de anos, sendo considerado mais um ano a fração igual ou
superior a 6 meses.”
Exemplo:
Empregado faz horas extras durante 02 anos e 07 meses.
No mês da supressão o salário contratual do empregado era R$ 745,00.
Nos últimos 12 meses realizou 528 horas extras:
R$ 528 ÷ 12 = 44
R$ 745,00 ÷ 220 = R$ 3,38
R$ 3,38 x 50% = R$ 1,69
R$ 1,69 + R$ 3,38 = R$ 5,07
R$ 5,07 x 44 = médias doas últimos 12 meses = R$ 223,08
R$ 223,08 x 3 (quantidade de tempo de horas extras realizadas) = R$ 669,24
O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser
estipulado por período superior a um mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens
e gratificações, as quais só é exigível depois de ultimada a transação a que se referem.
Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar,
até o 5º dia útil do mês subseqüente ao vencido. Na contagem dos dias será incluído o
sábado, excluindo-se o domingo e os feriados, inclusive os municipais.
Quando estipulado por semana ou quinzena, deverá ser efetuado até o 5º dia após o
vencimento.
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2. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO
2.1.Direito:
Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de 24 horas consecutivas aos
domingos e conforme as exigências técnicas do serviço, nos feriados civis ou religiosos, de
acordo com a tradição local. Portanto, é vedado o trabalho nos dias de repouso.
Artigos 67 da CLT e artigo 1º da Lei 605/49
2.2.Integração ao salário:
Súmula 91 do TST:
Tendo sido realizadas horas extras, deverá ser destacada em folha e recibo de pagamento,
sua repercussão no repouso, inclusive para o empregado mensalista.
Para que seja atendida a obrigação legal de conceder um descanso semanal ao empregado,
será organizada uma escala de revezamento mensal, que deverá constar em quadro sujeito à
fiscalização.
Artigo 67 parágrafo único da CLT
2.4.1.Trabalho do homem:
O modelo da escala de revezamento é de livre escolha do empregador e deve ser organizada
de forma que num período máximo de 3 semanas de trabalho, cada empregado usufrua pelo
menos um domingo de folga.
2.4.2.Trabalho da mulher:
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Para o trabalho da mulher, a escala de revezamento deve ser organizada de forma que seja
concedido um repouso semanal no domingo a cada 15 dias.
Artigo 386 da CLT
2.5.Valor:
Lembra-se que o valor do repouso semanal remunerado dos empregados contratados por
mês, já está inserido no salário contratual, não havendo necessidade de calcular
separadamente seu valor, ficando assim vedado sua discriminação em folha e recibo de
pagamento.
2.5.2.Horista:
Salário-hora:R$ 5,00
Jornada normal de trabalho: 06:00 horas por dia
Repouso semanal remunerado: R$5,00 x 06:00 = R$ 30,00
2.5.3.Tarefeiro:
Corresponde a 1/6 do valor total das tarefas ou peças produzidas durante o horário normal
de trabalho.
Para apuração do valor total das tarefas ou peças produzidas, deve-se multiplicar a
quantidade total pelo valor estipulado em contrato para cada unidade.
2.5.4.Comissionista:
Corresponde ao valor das comissões auferidas na semana, dividido pelo número dias úteis
da mesma semana.
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Valor total das comissões auferidas na semana: R$ 820,00
Número de dias úteis da semana: 06
Repouso semanal remunerado:R$ 820,00 ÷ 6 = R$ 136,67
2.5.5.Trabalho em Domicílio:
O valor do repouso semanal remunerado dos empregados que trabalham em domicílio,
desde que seus salários tenham sido estipulados por unidade de produção, corresponderá a
1/6 do valor total da produção realizada durante a semana.
Exemplo:
Valor total da produção da semana:R$ 560,00
Repouso semanal remunerado: R$ 560,00 ÷ 6 = R$ 93,33
Exemplo:
Dias trabalhados na semana 03
Remuneração da semana: R$ 400,00
Repouso semanal remunerado: R$ 400,00 ÷ 3 = R$ 133,33
Tratando-se de jornada de trabalho não uniforme, ou seja, cada jornada possui um número
de horas diferente, o repouso semanal remunerado será calculado mediante a divisão do
ganho semanal pelo número de dias efetivamente trabalhados na semana.
Exemplo:
Empregado trabalha segunda, quarta e sexta, sendo que na segunda sua jornada de trabalho
é de 6 horas, na quarta, de 5 horas e na sexta, de 8 horas.
Neste caso o repouso semanal remunerado deverá ser calculado mediante divisão do
número total de horas da semana por 3.
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Dias trabalhados na semana: 03
Jornada de trabalho da semana:19
Salário-hora: R$ 5,50
Remuneração da semana: 19 x R$ 5,50 = R$ 104,50
Repouso semanal remunerado: R$ 104,50 ÷ 3 = R$ 34,83
2.5.7.Horas extras:
As horas extras habitualmente prestadas devem repercutir no repouso semanal remunerado.
Assim, para o cálculo do reflexo das horas extras no repouso semanal remunerado, deve-se
dividir o valor total das horas extras prestadas durante o mês pelo número de dias úteis e o
resultado desta operação multiplicar pelo número de domingos e feriados existentes no
mês.
Artigo 7º da Lei 605/49
Exemplo:
Salário-hora:6,00
Número de horas extras realizadas no mês:42
Salário-hora acrescido do adicional de horas extras:6,00 x 50% = R$ 9,00
Valor total das horas extras do mês: R$ 9,00 x 42 =R$ 378,00
Reflexo das horas extras no RSR: R$ 378,00 ÷ 24= R$ 15,75 x 6 = R$ 94,50
2.5.8.Horas noturnas:
O adicional noturno pago com habitualidade integra o salário do empregado para todos os
efeitos legais. Portanto, repercute também na remuneração do repouso semanal
remunerado.
2.5.9.Insalubridade:
Tendo em vista que adicional de insalubridade é calculado com base no valor do salário
mínimo, e que este se refere ao mês integral, não se calcula o reflexo do adicional no
repouso semanal remunerado, pois este está naquele inserido.
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2.5.10.Periculosidade:
O mesmo critério deve ser adotado para o adicional de insalubridade.
2.5.11.Gorjetas:
A Justiça do Trabalho, por meio da Súmula 354 do Tribunal Superior do Trabalho, entende
que as gorjetas não repercutem no repouso semanal remunerado.
2.6.1.Pagamento em dobro:
O trabalho realizado em dia feriado, desde que não determinado outro dia de folga, deverá
ser pago em dobro.
Sendo assim, serão pagas em dobro as horas trabalhadas no dia de repouso sem prejuízo do
valor relativo ao repouso semanal remunerado a ser pago juntamente com o salário do
empregado.
“O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro,
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sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.”
2.7.1.Mensalistas:
Há polêmica quanto ao desconto ou não do descanso semanal remunerado do empregado
mensalista, quando faltam ao serviço sem justificativa legal, em virtude do disposto nos
artigos 6º e 7º, parágrafo 2º, ambos da Lei 605/49:
“Art.6º Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado
não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu
horário de trabalho”.
Art.7º.........................
Há corrente jurisprudencial entendendo que o mensalista não está sujeito à assiduidade para
fazer jus ao repouso semanal remunerado, ou seja, ainda que falte ao trabalho sem
justificativa legal terá direito ao mencionado repouso, visto que este é considerado já
remunerado, descontando-se apenas o valor do dia da falta.
Esse entendimento, contudo, não é pacífico, pois outra corrente jurisprudencial entende que
deve ser efetuado o desconto, não só do dia da ausência, como também do repouso semanal
remunerado. Assim, o empregador pode adotar qualquer dos procedimentos expostos.
Exemplo:
Salário mensal:R$ 1.581,00
Faltas injustificadas: 03
Faltas nos dias:04, 11 e 22 de dezembro/09.
Desconto dos domingos: 07, 14 e 28 de dezembro/09
R$ 1.581,00 ÷ 30 = R$ 52,70
R$ 52,70 x 3 = R$ 52,70 (dias 07 14 e 28 de dezembro/09)
R$ 1581,00 – R$ 52,70 = R$ 1.528,00
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2.7.2.Horista – Diarista – Semanalista:
O direito ao repouso semanal remunerado do horista, diarista e do semanalista, também está
vinculado ao cumprimento integral da jornada de trabalho da semana anterior, ou seja, do
cumprimento integral da jornada de trabalho daquele período.
Cabe lembrar que, caso o empregador venha adotando o critério de não desconto do
repouso semanal remunerado para tais empregados não poderá passar a descontar, sob pena
de argüição de nulidade dessa alteração por ofensa ao princípio da inalterabilidade das
condições contratuais que implique, direta ou indiretamente, em prejuízos ao empregado.
2.8.1.Admissão:
O empregado admitido no decorrer da semana também terá direito ao repouso semanal
remunerado.
2.8.2.Demissão:
Perde o direito ao repouso semanal remunerado se o contrato for rescindido até sexta-feira,
por não ter cumprido integralmente a jornada de trabalho semanal (jornada de trabalho
semanal de segunda a sábado).
Quando o empregador adota escala de revezamento deve observado esse intervalo mínimo
de 35 horas na troca de turno de uma semana para outra, sob pena de ficarem obrigadas a
remunerar as horas não concedidas como extras, conforme entendimento da Justiça do
Trabalho, por meio da Súmula 110 do TST.
Turnos de trabalho:
A – das 8 às 16 horas
B – das 16 às 24 horas
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C – das 24 às 8 horas
Turno B:
Saída: sábado às 24 horas.
Entrada: segunda-feira às 8 horas.
Intervalo: 32 horas (24 horas e 8 horas de intervalo entre jornadas).
Remuneração extra: 3 horas (35 horas – 32 horas)
Artigo 66 da CLT
2.10.Feriado em domingo:
Quando o feriado recair no domingo ou no dia do repouso durante a semana para os que
trabalham em regime de escala de revezamento, o pagamento do repouso corresponderá a
um só dia não sendo cumulativas as remunerações.
JORNADA DE TRABALHO
3 - Duração normal
A jornada máxima diária de trabalho é de 8 horas diárias, não podendo exceder a 44 horas
semanais, facultada a compensação de horários e a redução de jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva.
art. 58 da CLT e art. 7º, XIII da CF
Em qualquer atividade privada a duração da jornada de trabalho não poderá exceder 8 horas
diárias ou 44 horas semanais, totalizando 220 horas mensais.
Lembre-se de que 7.33 não significa 7 horas e trinta e três minutos, pois este valor esta em
centésimas e teremos que transformá-lo em horas, se não vejamos:
0.33 x 60 = 20 minutos
- Para legislação trabalhista sábado é considerado dia útil.
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3.1.1 - Intervalo – não concessão:
Quando o intervalo para repouso ou alimentação não for concedido conforme a legislação,
o empregador ficará obrigado a remunerar o período correspondente com acréscimo de, no
mínimo, 50% sobre o valor da hora normal.
Reiteramos, porém, que o fato da empresa remunerar o respectivo período com acréscimo
de 50%, não inibirá o auditor Fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego de autuá-la, em
eventual fiscalização, por não ter concedido o intervalo.
Neste caso sua remuneração será calculada por uma das 03 formas abaixo mencionadas:
1ª Corrente:
Exemplo:
Empregado em 8h de sobreaviso:
- salário-hora normal R$ 4,80
- salário-hora de sobreaviso = R$ 4,80 : 3 = R$ 1,60
2ª Corrente:
O empregado não faz jus à remuneração das horas de sobreaviso, por não caracterizar
tempo à disposição do empregador.
Serão, entretanto, remuneradas com o respectivo adicional apenas as horas em que tenha
efetivamente executado serviço extra.
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Exemplo:
Empregado em 8h de sobreaviso:
- salário-hora normal R$ 4,80
- salário-hora de sobreaviso = R$ 4,80 x 50% = R$ 7,20 (R$ 2,40 + R$
4,80)
Devido = R$ 7,20 x 8 = R$ 57,60
3ª Corrente:
Nota:
Em decorrência dos valores pagos a título de sobreaviso possuir natureza salarial, este
integrará a remuneração do empregado para todos os efeitos, inclusive para o DSR.
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o número total de horas efetivamente trabalhadas no período vigência do acordo não
ultrapasse o número total de horas estabelecido em contrato de trabalho ou o limite legal
para o mesmo período.
Neste caso, por se tratar de compensação de horas, é dispensado o acréscimo de 50% sobre
o valor da hora extraordinária.
Por outro lado jornada de trabalho acrescida da prorrogação de horas não poderá exceder o
limite diário de 10 horas por dia. Caso a jornada de trabalho diária seja inferior a 8 horas, o
limite a ser observado é de 2 horas de prorrogação.
Exemplo:
4 x 60 = 240
240 : 5 = 48 minutos
O trabalho noturno exige maior esforço do indivíduo, tendo em vista que este horário
normalmente é destinado ao descanso. Em função desta particularidade, a legislação
determina que hora noturna seja reduzida e melhor remunerada, mediante o pagamento de
um adicional, denominado adicional noturno.
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Atividade Horário Atividade Duração Adicional
Urbana 22:00 horas às 05:00 horas - 00:52:30 hora 20%
Rural 21:00 horas às 05:00 horas Lavoura 01:00:00 hora 25%
Rural 20:00 horas às 04:00 horas Pecuária 01:00:00 hora 25%
O tempo de efetivo trabalho diurno ou normal pode ser convertido para o noturno mediante
a seguinte fórmula:
52,50 1
60 X
52,50X = 60 x 1
52,50X = 60
X = 60 = 1,1428571
52,50
Assim, para se saber o tempo de efetivo trabalho noturno em função do diurno ou normal,
basta dividir a sua duração por 1,1428571 ou reduzi-la em 12,5%
Exemplo:
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equivalência de horas entre o trabalho diurno e noturno.
Tabela “A”
Equivalência em Minutos:
1,1428571 = 0,01904762
60
Conversão de Segundos:
0,01904762 = 0,00031746
60
Contagem – Tabela:
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4.1 – Menores:
A legislação assegura aos empregados urbanos uma remuneração adicional para o trabalho
noturno de 20% e para os empregados rurais de 25% sobre a hora normal.
Por meio dos documentos coletivos de trabalho cada categoria pode estipular percentual
superior ao definido na legislação.
Assim, a cada período de 52min 30seg (1 hora noturna) será remunerado com o respectivo
adicional noturno.
Exemplo:
Jornada: 7:20 horas por dia de segunda a sábado (44 semanais e 220 mensais)
Remuneração: R$ 3.300,00 mensais ou R$ 15,00 por hora (R$ 3.300,00 : 220 horas)
Entrada: 22:00 horas
Intervalo: das 2:00 às 3:00 horas (60 minutos = 1 hora)
Saída: 5h29m.
Valor do adicional noturno: R$ 20,57
22:00 às 23:00
23:00 às 24:00
24:00 às 1:00
1:00 às 2:00
2:00 às 3:00 – intervalo para alimentação
3:00 às 4:00
4:00 às 5:00
60 : 52:5 = 1,1428571
Total = 6:51:25
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Às 5:00 horas da manhã o empregado trabalhou 6:51:25, para completar 07:20 de trabalho
o empregado terá de trabalhar mais 29 minutos, portanto, o horário de saída do mesmo será:
5h:29m
Assim, temos:
Das 22:00 às 5:00 ( horário noturno) = 7 horas no relógio, menos 1:00 de intervalo,
totalizam 6 horas no relógio, equivalendo a 6h51m25s noturnas, portanto para completar a
jornada de 7:20 horas deverá encerrar o expediente às 5h28m35s.
6h x 1,1428571 = 6,8571426
O trabalho executado no período das 22:00 horas de um dia até as 5:00 horas do dia
seguinte, será pago com adicional mínimo de 20% sobre o valor da hora normal.
Havendo prestação de horas extras, estas serão calculadas mediante a aplicação dos
adicionais cumulativamente, ou seja, salário-hora acrescido do adicional noturno, e
resultado acrescido do adicional de trabalho extraordinário.
Exemplo:
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Determinação do valor da jornada diária de 7 horas e 20 minutos e do horário de
saída do serviço, de um empregado com salário de R$ 480,00 mensais (base 220
horas),contratado em regime de prorrogação de horas (2 horas extras), cujo horário
normal de entrada em serviço é às 19 horas, de 2ª feira a sábado, com 1 hora para
repouso ou alimentação, das 23 às 24 horas.
- Salário mensal: R$ 480,00
Súmula do TST nº. 60. Adicional noturno - Integração no salário e prorrogação em horário
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diurno.
Os intervalos que forem concedidos entre as 22:00 horas de um dia e as 5:00 horas do dia
seguinte terão sua duração computada de acordo com o horário diurno, sem a redução da
hora noturna.
Portanto, o intervalo durante o período noturno, para uma jornada de 8 horas, deverá ser de
60 minutos e não de 52 minutos e 30 segundos.
Jornada 12 x 36
O turno de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso não possui previsão legal.
Entretanto, alguns acordos ou convenções coletivas estabelecem em suas cláusulas a
possibilidade de referida jornada, tendo em vista a natureza e peculiaridades dos serviços
(ex.: médicos, enfermeiras), contudo a jurisprudência trabalhista não é pacífica a respeito
do assunto. Nesta hipótese, ficará a cargo da autoridade competente o julgamento da
questão, na ocorrência de eventual reclamação trabalhista ou autuação pela fiscalização.
Em alguns casos as normas de duração do trabalho não são aplicadas, são eles:
5 - TRANSFERÊNCIA DE EMPREGADO:
O empregado que tenha sido transferido, provisoriamente, para outra localidade, desde que
tenha ocorrido mudança de domicilio, terá direito, enquanto durar esta situação, ao
adicional de transferência de 25% sobre o salário contratual.
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Exemplo:
Empregado cujo salário é de R$ 1.530,00 foi transferido por 2 anos para outra localidade,
com a finalidade implantar um novo sistema de trabalho na filial.
Muito embora tenha sido calculado o valor total do salário do empregado, obrigatoriamente
deverá o empregador discriminar, em folha de pagamento, cada parcela que esteja sendo
paga, tanto a relativa ao salário contratual quanto aquela relativa ao adicional de
transferência.
Artigos 469 e 470 da CLT
6 - FÉRIAS
6.1. Direito:
A Constituição Federal assegura o direito a um período anual de férias, remuneradas com
pelo menos um terço a mais do que o salário normal.
Artigo 7º, inciso XVII da Constituição Federal.
A regulamentação deste direito, cuja finalidade básica é a recuperação das forças gastas
pelo empregado no decurso de 12 meses de trabalho, está nos artigos 129 a 153 da
Consolidação das Leis do Trabalho.
Todo empregado tem direito a um período anual de férias, sem prejuízo da remuneração, o
qual é concedido por iniciativa do empregador, na época que lhe seja mais adequada, não
podendo ultrapassar o prazo de 12 meses seguintes à aquisição do direito pelo empregado,
sob pena de pagamento em dobro da respectiva remuneração e sujeição à multa
administrativa.
Artigo 129 da CLT
6.2.Escala:
Após cada período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá
direito a férias na seguinte proporção:
30 até 05
24 de 06 a 14
18 de 15 a 23
12 de 24 a 32
28
Conclui-se que não terá direito à férias o empregado que tiver faltado por mais de 32 dias
durante todo o período aquisitivo.
São elas:
c) 5 dias corridos
Licença-paternidade, enquanto não fixado outro prazo em lei.
(Artigo 7º, inciso XIX, da Constituição Federal c/c artigo 10 parágrafo 1º do
ADCT).
f) Período de tempo para cumprimento das exigências do serviço militar (Artigo 473
inciso VI da CLT).
29
correspondente salário.
m) Nos dias em que não tenha serviço, exceto se o empregado deixar de trabalhar
por mais de 30 dias, com percepção de salário, caso em que não faz jus a férias
(Artigo 133 inciso II da CLT).
s) Greve - desde que tenha havido acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da
Justiça do Trabalho dispondo sobre a manutenção dos direitos trabalhistas aos
grevistas durante a paralisação das atividades (Lei 7.783/89).
30
Esta regra tornou-se inaplicável, pois atualmente o empregado que pede demissão antes de
completar 12 meses de vigência do contrato de trabalho, tem direito ao pagamento das
férias proporcionais, conforme determina a Convenção 132 da Organização Internacional
do Trabalho e a Súmula 261 do Tribunal Superior do Trabalho.
Tanto é assim, que se o empregado for readmitido antes de 60 dias, não será computado o
período aquisitivo do contrato de trabalho anterior, uma vez que por ocasião da rescisão
contratual este foi devidamente indenizado do período proporcional de férias.
¬ Licença remunerada
Permanecer em licença, com percepção de salários, por mais de 30 dias.
A licença remunerada não é disciplinada por lei trabalhista, ficando a sua concessão a
critério do próprio empregador. Uma vez concedida ocorrerá a suspensão do contrato de
trabalho.
Observação:
Indaga-se se ocorrer essa situação o empregado perderá o direito ao terço constitucional ou
não. Diante de tal indagação surgiram duas correntes de entendimento, sendo que a
primeira entende que o acessório (1/3 da CF) acompanha o principal (férias). Logo, a perda
do direito a férias acarreta, também, a perda do respectivo acréscimo constitucional. A
segunda corrente entende que a licença remunerada deve ser entendida como substituição
do direito a férias. Assim, se a remuneração do período de licença resultar em importância
inferior ao que equivaler às férias já acrescidas de 1/3 da CF, o empregado faz jus ao
recebimento da diferença.
Exemplo:
Houve perda do direito por ter permanecido afastado por mais de mais de 6 meses, no
mesmo período aquisitivo.
Observe-se que um novo período aquisitivo terá início quando, após o implemento de
qualquer das condições acima previstas, o empregado retornar ao serviço, devendo a
interrupção da prestação de serviço ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência
Social.
31
Artigo 133 da CLT
Exemplo:
Início do período aquisitivo:01/08/2007
Início do serviço militar: 01/01/2008
Término do serviço militar:31/12/2008
Retorno ao serviço: 9/01/2009
Término do período aquisitivo: 18/08/2009
Artigo 132 da CLT
Este período denomina-se período concessivo, ou seja, aquele em que o empregador deve
conceder as férias ao empregado, contando-se o referido período a partir do 1º dia após o
empregado ter adquirido o direito, até completar 12 meses.
Deve-se observar que o período de férias (descanso e abono pecuniário, se for o caso)
deverá iniciar e terminar dentro desses 12 meses, pois se ultrapassar este período, o
empregador pagará a remuneração em dobro.
Como regra, as férias devem ser concedidas em um só período, tendo em vista sua própria
finalidade, ou seja, que o empregado tenha o tempo necessário para recuperar as energias
despendidas durante o período de trabalho.
Para tanto, poderá o empregador efetuar o controle das concessões, através da escala anual
de férias.
6.7.Abono Pecuniário:
É facultado ao empregado converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em abono
32
pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes.
Assim, conforme o número de dias corridos de férias a que faz jus, o empregado pode
pleitear a conversão e o pagamento do abono pecuniário na seguinte proporção:
6.7.1.Requerimento - Prazo:
O abono pecuniário deve ser requerido pelo empregado, até 15 dias antes do término do
período aquisitivo. Se for requerido após o citado prazo, a concessão ou não do abono fica a
critério do empregador.
Artigo 143 parágrafo 1º da CLT
33
6.7.5.Terço constitucional:
O cálculo de 1/3 constitucional também será calculado com base no valor do abono
pecuniário.
6.9.Remuneração:
O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data da sua
concessão.
Exemplos:
6.10.Mensalistas:
Remuneração mensal vigente no mês da concessão das férias acrescidas de 1/3
constitucional.
Férias em fevereiro:
Empregado com salário mensal de R$ 2.100,00, entrará em férias a partir do dia 01 de
fevereiro até 02 de março. Empregado tem 2 dependentes para imposto de renda
R$ 2.100,00
R$ 2.100,00 ÷ 3 = R$ 700,00
R$ 2.100,00 + R$ 700,00= R$ 2.800,00
R$ 2.800,00
R$ - 301,38 (dependentes) - R$ 150,69 x 2 = R$ 301,38
34
R$ 2.498,62
R$ - 308,00 (INSS)
R$ 2.190,62
6.11.Horista:
Remuneração horária vigente no mês da concessão das férias, multiplicada pelo número de
horas correspondentes aos dias em que o empregado estará em férias, acrescidas de 1/3
constitucional.
Exemplo:
Um empregado horista, com jornada de trabalho de 7:20 horas e salário-hora de R$ 8,25,
entrará em férias no período de 01 a 30 de agosto, o cálculo deverá ser da seguinte forma:
7,33333333 x 30 = 220
220 x R$ 8,25 = R$ 1.815,00
R$ 1.815,00 ÷ 3= R$ 605,00
R$ 1.815,00 + R$ 605,00 = R$ 2.420,00
R$ 2.420,00
R$ 150,69 (dependente) (-)
R$ 2.269,31
R$ 266,20 (INSS) (-)
R$ 2.003,11
R$ 2.420,00
R$ 266,20 (INSS) (-)
R$ 37,80(IRRF) (-)
35
R$ 2.116,00 (valor líquido)
6.12.Diarista:
Remuneração diária vigente no mês da concessão das férias, multiplicada pelo número de
dias de férias a que o empregado fizer jus, acrescidas de 1/3 constitucional.
Exemplo:
Admitindo que um empregado diarista perceba R$ 48,00 por dia, e tenha iniciado o período
de férias a partir de 01 de agosto/2006, por 30 dias, o cálculo da respectiva remuneração
será o seguinte:
Empregado tem 3 dependentes:
R$ 48,00 x 30 = R$ 1.440,00
R$ 1.440,00 ÷ 3 = R$ 480,00
R$ 1.440,00 + R$ 480,00 = R$ 1.920,00
R$ 1.920,00
R$ 452,07 (dependentes) (-) R$ 150,69 x 3 = R$ 452,07
R$ 1.467,93
R$ 211,20 (INSS) (-)
R$ 1.256,73
Este valor não está sujeito à incidência do imposto de renda na fonte por ser inferior ao
valor mínimo tributável.
6.13.Comissão:
Apura-se a média percebida pelo empregado nos 12 meses que precederam a concessão das
férias, acrescentando-se o respectivo 1/3 constitucional.
Exemplo:
Supondo-se que um empregado comissionista tenha usufruído férias de 01 a 30 de junho de
2009 tendo percebido as comissões adiante demonstradas, (já incluídas da integração do
repouso semanal remunerado) nos 12 meses que precederem a concessão das mesmas, e
que também perceba, como salário fixo, o valor de R$ 700,00:
36
MESES COMISSÕES E RSR
Junho/08 R$ 490,00
Julho/08 R$ 580,00
Agosto/08 R$ 443,00
Setembro/08 R$ 446,00
Outubro/08 R$ 448,00
Novembro/08 R$ 451,00
Dezembro/08 R$ 853,00
Janeiro/09 R$ 857,00
Fevereiro/09 R$ 961,00
Março/09 R$ 965,00
Abril/09 R$ 1.590,00
Maio/09 R$ 2.750,00
TOTAL R$ 10.834,00
R$ 2.137,10
R$ 235,03 (INSS) (-)
R$ 1.902,07
6.14.Adicionais:
Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre, perigoso e por transferência
37
são computados no salário que serve de base de cálculo das férias.
Exemplo:
Número de horas extras no período aquisitivo: 396 horas
Média mensal de horas extras: 33 horas
Salário mensal: R$ 1.520,00
Jornada de trabalho mensal: 180 horas
Salário-hora normal: R$ 8,44
Adicional da hora extra no período: 50%
Valor da hora extra: R$ 8,44 x 50% = R$ 12,66
396 ÷12 = 33
R$ 1.520,00 ÷180= R$ 8,44
R$ 8,44 x 50%= R$12,66
33 x R$ 12,66 = R$ 417,78
R$1.520,00 + R$ 417,78 = R$ 1.937,78
R$1.937,78 ÷ 3= R$ 645,92
R$1.937,78 + R$ 645,92= R$ 2.583,70
R$ 2.583,70
R$ 301,38 (dependentes) (-) R$ 150,69 x 2 = R$ 301,38
R$ 2.282.32
R$ 284,20 (INSS) (-)
R$ 1.998,12
R$ 2.583,70
R$ 284,20 (INSS) (-)
R$ 37,42 (IRRF) (-)
R$ 2.262,08 (valor líquido)
38
Exemplo:
Um empregado diarista contratado para trabalhar segundas, quartas e sextas, permanecerá
em férias durante 30 dias, que serão usufruídas entre os dias 03/01/2007 e 01/02/2007. Sua
remuneração relativa a este período corresponde a 13 dias, além da remuneração do
repouso semanal remunerado.
Período de férias
Salário-dia: R$ 42,00
Período de descanso: 03 de janeiro a 01 de fevereiro
Quantidade de dias de descanso: 13
Repouso semanal remunerado: R$ 42,00
Quantidade de repousos: 04
39
R$ 952,00
R$ 76,16 (INSS) (-)
R$ 875,84 (valor líquido)
6.16.Salário-utilidade:
Computa-se na base de cálculo das férias a parte do salário paga em utilidades
(alimentação, habitação e outras prestações in natura). Contudo, as utilidades usufruídas
durante as férias (habitação, por exemplo) não são computadas, salvo para o cálculo do
terço constitucional de férias, o qual deverá ser apurado e pago separadamente.
Exemplo:
Empregado que tem alimentação e habitação fornecidas pelo empregador, em forma de
salário utilidade, cujo salário contratual é de R$ 800,00.
Alimentação:
Valor total concedido pelo empregador no mês de 26 dias úteis: R$ 208,00
Valor custeado pelo empregado: R$ 60,00
Valor do salário in natura: R$ 148,00
Habitação:
Valor do aluguel do imóvel: R$ 325,00
Valor custeado pelo empregado: R$ 200,00
Valor do salário in natura: R$ 125,00
Remuneração de férias:
Salário contratual: R$ 800,00
Salário in natura-alimentação: R$ 148,00
40
Total: R$ 1073,00
6.17.Pagamento em dobro:
O empregado adquire direito à remuneração em dobro das férias quando as mesmas não são
concedidas pelo empregador nos 12 meses subseqüentes à aquisição do respectivo direito.
41
após o período legal são remunerados em dobro.
Suponha-se que o descanso das férias relativas a esse período aquisitivo venha a ser
concedido a partir de 10.09.2008 e que o empregado tenha direito a 30 dias corridos. Neste
caso tem-se o seguinte:
Exemplo:
Salário mensal do empregado: R$ 1.560,00
Período aquisitivo: 22/08/2006 até 21/08/2007
Período concessivo: 22/08/2007 até 21/09/2008
Concessão a partir: 01/08/2008 até 30/08/2008
Período em dobro (09 dias): 22/08/2008 até 30/08/2008
R$ 2.012,89
R$ 603,86 (dobra)
R$ 2.616,75
R$ 221,41 (INSS) (-)
R$ 2.395,34
42
6.17.2.Abono pecuniário:
Na hipótese de férias devidas em dobro e tendo o empregado solicitado o abono pecuniário,
este também é devido em dobro. Vale dizer: a remuneração relativa a 10, 8, 6 ou 4 dias,
conforme o caso é paga em dobro (20, 16, 12 ou 8 dias, respectivamente), sem prejuízo do
acréscimo constitucional de 1/3.
Não serão devidas as férias proporcionais nos casos de demissão por justa causa.
As férias proporcionais são calculadas na base de 1/12 por mês de serviço ou fração
superior a 14 dias.
Exemplo:
Empregado admitido em 08/06/06 e cumpre o último dia do aviso prévio trabalhado em
20/12/02.
Considerando-se que a dispensa foi motivada pelo empregador, sem justa causa, que o
período correspondente às férias proporcionais é de 08/06/08 a 20/12/08 (6 meses e 13 dias)
e que o empregado teve 7 faltas injustificadas, tem-se:
43
Direito de férias proporcionais: 12 dias
1/3 constitucional:
R$ 600,00 ÷ 3 = R$ 200,00
Neste exemplo, caso o último dia do aviso prévio trabalhado recaísse em 22/12/07, o
empregado faria jus a 7/12 (6 meses e mais a fração de 15 dias).
Artigos 146 e 147 da CLT
6.20.1.Conceito:
Nos termos do art. 130-A da CLT, após cada período de 12 meses de vigência do contrato
de trabalho em regime de tempo parcial, o empregado terá direito a férias, na seguinte
proporção:
O empregado contratado sob o regime de tempo parcial e que tiver mais de 07 faltas
44
injustificadas ao longo do período aquisitivo terá seu respectivo período reduzido à metade.
7- DÉCIMO TERCEIRO
O 13° salário é devido a todos os empregados e deve pago em 2 parcelas.
A primeira parcela deve ser paga entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano e a
segunda, até o dia 20 de dezembro.
Seu valor corresponde a 1/12 da remuneração devida em dezembro, por mês de serviço do
ano correspondente, considerando-se mês integral a fração igual ou superior a 15 dias de
trabalho no mês civil.
Portanto, o empregado terá seu direito ao 13º salário diminuído em 1/12 por mês, referente
àqueles em que não tenha adquirido pelo menos 15 dias de remuneração, em decorrência de
faltas injustificadas.
Assim, para cada mês, restando um saldo de, no mínimo, 15 dias após o desconto das faltas
injustificadas nos respectivos meses, assegura-se ao empregado o recebimento de 1/12 de
13º salário por mês.
Artigo 1º, 2º, 3º do Decreto 57.155/65
7.1.Primeira parcela
O valor da 1ª parcela equivale à metade do salário contratual do mês anterior, devendo ser
paga até o dia 30 de novembro.
Artigo 3º do Decreto 57.155/65
7.1.1.1.Mensalistas:
R$ 700,00 ÷ 2 = R$ 350,00
7.1.1.2.Horista:
Empregado com salário-hora de R$ 4,80 e jornada de trabalho de 44 horas semanais (220
45
horas mensais):
10.1.1.3.Diarista:
Empregado com salário diário de R$ 44,00
R$ 44,00 x 30 = R$ 1.320,00
R$ 1.320,00 ÷ 2 = R$ 660,00
7.1.1.4.Salário variável:
Metade da média mensal até o mês de outubro, aos que percebem salário variável
(comissionistas, tarefeiros, etc.).
A média será calculada pela soma das parcelas percebidas mensalmente, até o mês anterior
ao do pagamento, dividindo-se o total pelo número de meses considerados na soma,
encontrando-se assim média mensal.
Média mensal:
R$ 7.929,00 ÷ 10 = R$ 792,90
R$ 792,90 ÷ 2 = R$ 396,45
7.1.1.4.1.Tarefeiro:
Empregado produz 5.000 peças de janeiro a outubro.
Média mensal de produção de 500 peças.
46
Salário por peça R$ 4,00 em outubro/2009.
7.1.1.4.2.Salário misto:
Empregado com salário misto (fixo + variável): apura-se a média mensal da parte variável e
a adiciona ao salário fixo contratual vigente no mês anterior ao do pagamento.
7.1.2.1.Mensalista:
Empregado admitido em 15 de março com salário de R$ 768,00.
Pagamento da 1ª parcela em novembro.
7.1.2.2.Comissionista:
Empregado admitido em 28 de julho:
Comissões pagas:
Agosto R$ 815,00
Setembro R$ 921,00
Outubro R$ 829,00
Total R$ 2.565,00
7.1.2.3.Tarefeiro:
Empregado admitido em 20 de julho
Produziu 1.200 peças em agosto, setembro e outubro
O salário por peça em outubro é R$ 4,50
Média da remuneração variável: 1200 x R$ 4,50 = R$ 5.400,00 ÷ 3 = R$ 1.800,00
Cálculo proporcionalidade: 4/12 (agosto a outubro): R$ 1.800,00 ÷ 12 x 4 = R$ 600,00
47
Cálculo da 1ª parcela: R$ 600,00 ÷ 2 = R$ 300,00
Os empregados que tem salário misto, sendo uma parte fixa e outra variável, receberão a
média da parte variável percebida de janeiro a novembro, adicionada ao fixo vigente no
mês de dezembro.
O pagamento da 2ª parcela, nos casos dos que tem parte variável, dependerá de um acerto
posterior dado a impossibilidade de se conhecer o resultado do trabalho relativo ao mês de
dezembro até o dia 20 do próprio mês.
7.2.1.1.Mensalista:
Empregado com salário mensal de R$ 1.500,00
Valor da 1ª parcela: R$ 750,00
Valor da 2ª parcela: R$ 615,00
Empregado tem 2 dependentes para dedução do imposto de renda
R$ 1.500,00
R$ 301,38 (dependente) (-) R$ 150,69 x 2 = R$ 301,38
R$ 1.198,62
R$ 135,00 (INSS) (-)
48
R$ 1.063,62
Cálculo da 2ª parcela:
R$ 1.500,00
R$ 135,00 (INSS) (-)
R$ 1.365,00
R$ 750,00 (1ª parcela) (-)
R$ 615,00
7.2.1.2.Horista:
Empregado com salário-hora de R$ 15,00
Jornada mensal: 180 horas
Valor da 1ª parcela: R$ 1.350,00
Valor da 2ª parcela: R$ 996,10
Empregado tem 1 dependente para dedução do imposto de renda
R$ 2.700,00
R$ 150,69 (dependente) (-)
R$ 2.549,31
R$ 297,00 (INSS) (-)
R$ 2.228,31
Cálculo da 2ª parcela:
R$ 2.700,00
R$ 297,00 (INSS) (-)
R$ 2.403,00
R$ 56,90 (IRRF) (-)
R$ 2.346,10
R$ 1.350,00 (1ª parcela) (-)
R$ 996,10
7.2.1.3.Diarista:
Empregado com salário-dia de R$ 52,00
Valor da 1ª parcela: R$ 780,00
Valor da 2ª parcela: R$ 608,40
Empregado tem 3 dependentes para dedução do imposto de renda
R$ 1.560,00
49
R$ 171,60 (INSS) (-)
R$ 1.388,40
R$ 452,07 (dependentes) (-) R$ 150,69 x 3 = R$ 452,07
R$ 936,33
Cálculo da 2ª parcela:
R$ 1.560,00
R$ 171,60 (INSS) (-)
R$ 1.388,40
R$ 780,00 (1ª parcela) (-)
R$ 608,40
7.2.1.4.Diarista
Empregado com salário-dia em setembro de R$ 25,00
Salário-dia em dezembro: 30,00
Valor da 1ª parcela: R$ 375,00
Valor da 2ª parcela: R$ 453,00
Empregado tem 3 dependentes para dedução do imposto de renda
Cálculo da 1ª parcela:
30 x R$ 25,00 = R$ 750,00
R$ 750,00 : 2 = R$ 375,00
Cálculo da 2ª parcela:
R$ 900,00
R$ 72,00 (INSS) (-)
R$ 828,00
R$ 375,00 (1ª parcela) (-)
R$ 453,00
7.2.1.5.Comissionista;
2ª Parcela:
Sabendo-se que de julho a novembro o empregado recebe mais R$ 991,00 de comissões,
50
permanecendo o fixo em R$ 600,00, tem-se:
7.2.2.1.Mensalista:
Empregado admitido em 11 de julho recebe a 1ª parcela do 13º salário em novembro. À
razão de R$ 990,00 mensais ( salário de outubro). Em dezembro seu salário passa a R$ 1.
120,00
1ª parcela :
Salário mensal em outubro = R$ 990,00
Valor da 1ª parcela: ( 4/12 de R$ 990,00) R$ 990,00 x 4 = R$ 330,00
12
- R$ 330,00 : 2 = R$ 165,00 – 1ª parcela
2ª parcela:
Salário mensal em dezembro = R$ 1.120,00
R$ 560,00
R$ 44,80 (INSS) (-)
R$ 515,20
R$ 165,00 (1ª parcela) (-)
R$ 350,20 – valor da segunda parcela a receber
51
7.2.2.2.Horista:
Empregado admitido 20 de setembro com salário-hora de R$ 20,00
Pagamento da 1ª parcela em novembro:
Cálculo da 2ª parcela:
R$ 20,00 x 220 = R$ 4.400,00
R$ 1.099,99
R$ 98,99 (INSS) (-)
R$ 1.001,00
R$ 366,66 (1ª parcela) (-)
R$ 634,34
7.2.2.3.Horas extras:
As horas extras prestadas habitualmente integram o cálculo do 13º salário, devem ser
pagas, aplicando-se o mesmo critério de cálculo adotado para as comissões.
Súmula 45 do TST
7.2.2.4.Adicional noturno:
Segue o mesmo critério das horas extras.
Súmula 60 do TST
7.3.Faltas - Afastamentos – Desconto:
Não se consideram faltas ao serviço para fins de apuração do 13º salário as mesmas
ausências justificadas relacionadas no item de férias.
7.4.Afastamento – Doença:
Trata-se de afastamento por motivo de doença ou outra incapacidade não decorrente de
acidente do trabalho, cujo tratamento se estende por mais de 15 dias, com suspensão
contratual automática a partir do 16º dia.
52
Durante os primeiros 15 dias de afastamento do trabalho, cabe ao empregador pagar ao
segurado o respectivo salário.
O empregado que está ou esteve usufruindo esse benefício recebe do empregador o 13º
salário proporcional, relativo ao período de efetivo trabalho, assim considerado até os 15
primeiros dias de ausência, e o tempo anterior e posterior ao afastamento. E a Previdência
Social assume o período relativo ao afastamento, a partir do 16º dia até o retorno ao
trabalho, computando-o para fins de pagamento do abono anual.
Exemplo:
Empregado admitido em 08/02/09 ficou afastado do trabalho por motivo de auxílio-doença
não decorrente de acidente do trabalho, no ano de 2009, de 03/04 (16º dia de afastamento
da atividade) até 27/05. Nesse caso, o empregador deverá calcular e quitar o 13º salário
desse empregado proporcionalmente aos períodos tidos como efetivamente trabalhados
antes e depois do lapso de tempo em que esteve afastado percebendo benefício
previdenciário.
O empregador, entretanto, paga apenas a diferença entre o valor do 13º salário a que tem
direito o empregado e o abono anual pago pela previdência social, de forma que a soma
deste com aquela corresponda ao valor integral do 13º salário.
Assim, o valor do abono anual pago pela Previdência Social somado ao complemento pago
pelo empregador, deve corresponder ao valor integral do 13º salário do empregado
supracitado.
Súmula 46 do TST
Exemplo:
Empregado admitido em 09/05/09 ficou afastado do trabalho por motivo de auxílio-doença
de corrente de acidente do trabalho, no período de 26.06.09 (16º dia seguinte ao do
afastamento do trabalho) até 21/10/09. Nessa hipótese, o empregador deverá calcular e
pagar o 13º salário de 2009 desse empregado proporcionalmente aos períodos tidos como
53
efetivamente trabalhados antes e depois do lapso de tempo em que esteve afastado por
acidente do trabalho, bem como pagar a diferença entre o efetivo valor do 13º salário no
período de afastamento e o valor do abono anual pago pela Previdência Social.
De acordo com o exemplo citado anteriormente, o empregador deverá pagar o 13º salário
de 2008 de acordo com os seguintes critérios:
7.6.Serviço militar:
No caso de convocação para prestação do serviço militar obrigatório, o empregado não faz
jus ao 13º salário correspondente ao período de afastamento.
Exemplo:
Empregado admitido em 11/03/08 ficou afastado do trabalho em 2008 para cumprimento
das exigências do serviço militar obrigatório no período de 10/03 até 10/12 e retornou ao
trabalho em 11/12/08.
Nessa hipótese, o empregador pagará 13º salário proporcional correspondente aos períodos
trabalhados antes e depois do afastamento para serviço militar.
Para tanto, deverá observar o seguinte critério de cálculo para apuração do valor do
reembolso:
54
maternidade durante o respectivo ano.
Exemplo:
Empregada ficou em licença maternidade de 01 de março a 28 de junho de 2009. O
empregador, por sua vez, pagou-lhe o 13º salário cujo valor bruto foi de R$ 1.500,00 e
efetuou o reembolso do valor relativo ao período de licença, por ocasião do pagamento da
contribuição previdenciária sobre esta verba, no dia 20 de dezembro daquele ano. Abaixo
segue o demonstrativo de cálculo do valor reembolsado:
R$ 1.500,00 ÷ 30 = R$ 50,00
R$ 50,00 ÷ 12 = 4,16666666666
R$ 4,16 x 120 = R$ 500,00
7.8.Justa Causa:
Na hipótese de rescisão contratual por justa causa ou culpa recíproca, há o desconto relativo
à primeira e segunda parcela, das verbas trabalhistas (saldo de salário e férias vencidas)
pagas na rescisão, que o empregado tenha recebido.
Súmula 14 do TST
7.9.Empregado – Morte:
A morte do empregado extingue automaticamente a relação empregatícia.
8. SALÁRIO MATERNIDADE:
Sobre o valor do salário-maternidade incidirão os seguintes encargos:
¬ Contribuição previdenciária:
Durante o período de afastamento da empregada em decorrência de licença maternidade o
empregador deve continuar recolhendo as contribuições previdenciárias, incidentes sobre a
folha de pagamento, correspondentes a:
- 20%
- 1%, 2% e 3% (Riscos Ambientais do Trabalho)
- Terceiros (Entidades e Fundos)
¬ FGTS:
O empregador deve continuar depositando os seguintes percentuais, no FGTS durante o
período de afastamento por licença-maternidade:
8% empregadores em geral;
55
9. VALE-TRANSPORTE:
O vale-transporte constitui benefício que o empregador deve antecipar ao empregado para
utilização efetiva em despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa.
Por ocasião da admissão do empregado, este deve informar, por escrito, ao empregador:
- Endereço residencial.
- Serviços e meios de transporte adequados ao deslocamento.
O vale-transporte é custeado:
Exemplo:
Deslocamento diário:
2 conduções R$ 2,70 cada = R$ 5,40 /dia x 20 dias = R$ 108,00
Custeio:
Beneficiário 6% de R$ 4.000,00 = R$ 240,00
Valor a ser descontado = R$ 108,00
Empregador – Zero
Deslocamento diário:
4 conduções R$ 2,70 cada = R$ 10,80 /dia x 20 dias = R$ 216,00
Custeio
Beneficiário 6% de R$ 2.200,00 = R$ 132,00
Empregador = R$ 216,00 – R$ 132,00 = R$ 84,00
56
10. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA - EMPREGADO
A contribuição previdenciária do segurado empregado é calculada pela aplicação da
correspondente alíquota, de forma não cumulativa, sobre o seu salário-de-contribuição
mensal, conforme a tabela do salário-de-contribuição, anteriormente mencionada:
10.1.Salário-de-contribuição proporcional:
Quando se tratar de empregado que tem dois ou mais vínculos empregatícios, caberá ao
empregador somar as remunerações de cada emprego para determinar a alíquota a ser
aplicada.
Exemplo:
Empresas Remuneração
A R$ 800,00
B R$ 900,00
57
Observação
A alíquota de 9% foi determinada de acordo com a faixa salarial correspondente à soma das
remunerações dos dois vínculos.
Empresas Remuneração
A R$ 3.700,00
B R$ 1.400,00
Observação
O salário auferido na empresa "A" (R$ 3.700,00) é superior ao limite máximo do salário-
de-contribuição (R$ 3.416,54). Assim, o desconto da contribuição previdenciária foi
efetuado totalmente na mencionada empresa (R$ 375,81 , ou seja, R$ 3.416,54 x 11%),
ficando, então, a empresa "B" isenta de efetuar qualquer desconto a esse título.
Os depósitos no FGTS devem ser efetuados por meio de GFIP, obrigatoriamente em meio
magnético, gerada pelo SEFIP.
58
11.1.Dispensa sem justa causa – Depósito da multa:
O empregador depositará, no caso de despedida sem justa causa, ainda que indireta na conta
vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a 40% do montante de todos os
depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho,
atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros, não sendo permitida, para
este fim, a dedução dos saques ocorridos.
Exemplos:
59
Ð Empregador dispensa seu empregado e indeniza o aviso prévio no dia 01 de setembro,
sendo que a data-base é novembro.
Neste caso o empregado não tem direito á indenização adicional, pois o início do cômputo
da projeção do aviso prévio indenizado se dá em 02 de setembro e o termino em 01 de
outubro, portanto, antes do trintídio que antecede a data-base.
Neste caso o empregado não tem direito á indenização adicional, pois o início do cômputo
da projeção do aviso prévio indenizado se dá em 11 de outubro e o termino em 09 de
novembro, portanto, no próprio mês da data-base e não no trintídio que antecede esta.
13. SEGURO-DESEMPREGO:
O seguro-desemprego tem por finalidade promover a assistência financeira temporária do
trabalhador desempregado auxiliando-o na busca de novo emprego, realizando ações
integradas de orientação, recolocação e qualificação.
O benefício é devido ao trabalhador dispensado sem justa causa, inclusive por rescisão
indireta, que comprove:
a) ter recebido salários de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada relativos a cada
um dos 6 meses imediatamente anteriores à data da dispensa.
b) ter sido empregado de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada ou ter exercido
atividade legalmente reconhecida como autônoma durante pelo menos 06 meses nos
últimos 36 meses.
d) não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua
família.
13.1.Observação:
Considera-se mês de atividade a fração igual ou superior a 15 dias;
O aviso prévio indenizado será computado como tempo de serviço para essa contagem.
13.2.Número de parcelas:
O seguro-desemprego é concedido ao trabalhador desempregado por um período máximo
variável de 3 a 5 meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo de 16
meses, observando-se a seguinte relação:
60
13.3.Três parcelas:
Se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de no mínimo 6 meses e no máximo 11 meses, nos últimos 36 meses.
13.4.Quatro parcelas:
Se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de no mínimo 12 meses e no máximo 23 meses no período de referência.
13.5.Cinco parcelas:
Se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de no mínimo de 24 meses no período de referencia.
13.6.Período aquisitivo:
O período aquisitivo de 16 meses é contado da data da dispensa que deu origem à última
habilitação, não podendo ser interrompido quando a concessão do benefício estiver em
curso.
A primeira dispensa que habilitar o trabalhador determinará o número de parcelas a que terá
direito no período aquisitivo.
Notas:
1ª) A média salarial é obtida por meio da soma dos três últimos salários anteriores à
dispensa.
2ª) O resultado da média salarial poderá variar de acordo com o salário que o trabalhador
recebia e ser inferior a R$ 841,88. Nesse caso, será aplicado o fator de 0,8 até o limite
61
estabelecido na referida Resolução do CODEFAT. De forma que, o valor de cada parcela
poderá ser inferior a R$ 673,50.
Procedimento semelhante vai ocorrer na segunda faixa, haverá variação de valor conforme
o salário que o trabalhador dispensado recebia, hipótese em que a parcela do benefício será
inferior a R$ 954,20.
Somente na terceira faixa é que o valor da parcela é fixo, ou seja, R$ 954,21. Será pago ao
trabalhador desempregado quando o resultado da média salarial for superior a R$ 1.403,28.
O benefício deverá ser recebido pessoalmente pelo trabalhador, salvo no caso de morte,
caso em que o pagamento de parcelas vencidas será feita aos dependentes, mediante
apresentação de Alvará Judicial ou grave moléstia do segurado, comprovada por meio da
perícia realizada pelo órgão previdenciário, quando o benefício será pago ao seu curador,
ou ao seu representante legal, na forma admitida pela Previdência Social.
14.1.Assistência na rescisão:
A assistência ao empregado na rescisão de contrato de trabalho firmado há mais de 01 ano,
no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego, consiste na orientação e esclarecimento
do empregado e empregador sobre o cumprimento da lei, assim como no zelo pelo efetivo
pagamento das parcelas devidas.
62
Na falta das entidades sindicais ou da autoridade do Ministério do Trabalho, são
competentes:
Ocorrendo cobrança indevida pelo sindicato para a prestação da assistência, o fato deverá
ser comunicado à autoridade competente para as providências cabíveis.
O empregador poderá ser representado por preposto, assim designado em carta preposição
63
na qual haja referência à rescisão a ser homologada.
Havendo cumprimento parcial de aviso prévio, o prazo para pagamento das verbas
rescisórias ao empregado será de 10 dias contados a partir da dispensa do cumprimento,
desde que não ocorra primeiro o termo final do aviso prévio.
64
Excepcionalmente o assistente poderá solicitar, no decorrer da assistência, outros
documentos que julgar necessários para dirimir dúvidas referentes à rescisão ou ao contrato
de trabalho.
f) Suspensão contratual.
65
14.12.TRCT:
O assistente especificará no versa das 4 vias do TRCT:
• Matéria não solucionada nos termos da Instrução Normativa 03/02, assim como expressa
concordância do trabalhador em formalizar a homologação.
- As 3 primeiras vias para o empregado, sendo uma para sua documentação pessoal e as
outras 2 para a movimentação do FGTS.
66
ANEXOS:
RESCISÕES – CONTRATUAIS - DIREITOS:
67
Aposentadoria por idade requerida pela empresa (compulsória)
Direitos antes de completar 1 ano após 1 ano
saldo de salário Sim Sim
aviso prévio Não Não
férias vencidas Não Sim
férias proporcionais Não Sim
adicional de 1/3 (1) Sim Sim
13º salário Sim Sim
FGTS - 8% (mês da rescisão) (3) Sim Sim
FGTS – 8% (mês anterior) (3) Sim Sim
FGTS - 40% do montante (3) Não Não
código de saque 05 05
indenização Art. 479 CLT (2) Não Não
Pedido de demissão
Direitos antes de completar 1 ano após 1 ano
saldo de salário Sim Sim
aviso prévio Não (4) Não
férias vencidas Não Sim
férias proporcionais Não (*) Sim
adicional de 1/3 (1) Não Sim
13º salário Sim Sim
FGTS - 8% (mês da rescisão) (3) Sim Sim
FGTS – 8% (mês anterior) (3) Sim Sim
FGTS - 40% do montante (3) Não Não
código de saque Não (5) Não (5)
indenização Art. 479 CLT (2) Não Não
(*) Vide Súmula 261 do TST.
68
Direitos antes de completar 1 ano após 1 ano
saldo de salário Sim Sim
aviso prévio Não Não
férias vencidas Não Sim
férias proporcionais Não Não
adicional de 1/3 (1) Não Sim
13º salário Não Não
FGTS - 8% (mês da rescisão) (3) Sim Sim
FGTS - 8% (mês anterior) (3) Sim Sim
FGTS - 40% do montante (3) Sim (20%) Sim (20%)
código de saque 02 02
indenização Art. 479 CLT (2) Não Não
Extinção antecipada sem justa causa - iniciativa da empresa - sem previsão de aviso prévio
Direitos Contrato com duração inferior a contrato de 1 a 2 anos de
1 ano duração
saldo de salário Sim Sim
aviso prévio Não Não
férias vencidas Não Sim
férias proporcionais Sim Sim
adicional de 1/3 (1) Sim Sim
13º salário Sim Sim
FGTS - 8% (mês da rescisão) Sim Sim
(3)
FGTS - 8% (mês anterior) (3) Sim Sim
FGTS - 40% do montante (3) Sim Sim
código de saque 01 01
indenização Art. 479 CLT (2) Sim Sim
Extinção antecipada com justa causa - iniciativa da empresa - sem previsão de aviso prévio
Direitos contrato com duração inferior a contrato de 1 a 2 anos de
1 ano duração
saldo de salário Sim Sim
aviso prévio Não Não
férias vencidas Não Sim
férias proporcionais Não Não
adicional de 1/3 (1) Não Sim
13º salário Não Não
FGTS - 8% (mês da rescisão) Sim Sim
(3)
FGTS - 8% (mês anterior) (3) Sim Sim
FGTS - 40% do montante (3) Não Não
código de saque Não Não
indenização Art. 479 CLT (2) Não Não
69
Direitos contrato com duração inferior a contrato de 1 a 2 anos de
1 ano duração
saldo de salário Sim Sim
aviso prévio Não Não
férias vencidas Não Sim
férias proporcionais Sim Sim
adicional de 1/3 (1) Sim Sim
13º salário Sim Sim
FGTS – 8% (mês da rescisão) Sim Sim
(3)
FGTS - 8% (mês anterior) (3) Sim Sim
FGTS - 40% do montante (3) Sim Sim
código de saque 03 03
indenização Art. 479 CLT (2) Sim Sim
Pedido de demissão
Direitos contrato com duração inferior a contrato de 1 a 2 anos de
1 ano duração
saldo de salário Sim Sim
aviso prévio Não Não
férias vencidas Não Sim
férias proporcionais Não Sim
adicional de 1/3 (1) Não Sim
13º salário Sim Sim
FGTS - 8% (mês da rescisão) Sim Sim
(3)
FGTS - 8% (mês anterior) (3) Sim Sim
FGTS - 40% do montante (3) Não Não
código de saque Não Não
indenização Art. 479 CLT (2) Não Não
70
Direitos contrato com duração inferior a contrato de 1 a 2 anos de
1 ano duração
saldo de salário Sim Sim
aviso prévio Não Não
férias vencidas Não Sim
férias proporcionais Sim Sim
adicional de 1/3 (1) Sim Sim
13º salário Sim Sim
FGTS - 8% (mês da rescisão) Sim Sim
(3)
FGTS - 8% (mês anterior) (3) Sim Sim
FGTS - 40% do montante (3) Sim Sim
código de saque Sim – 01 Sim - 01
indenização Art. 479 CLT (2) Sim Sim
Extinção automática de contrato a prazo determinado - com ou sem previsão de aviso prévio
Direitos contrato com duração inferior a contrato de 1 a 2 anos de
1 ano duração
saldo de salário Sim Sim
aviso prévio Não Não
férias vencidas Não Sim
férias proporcionais Sim Sim
adicional de 1/3 (1) Sim Sim
13º salário Sim Sim
FGTS - 8% (mês da rescisão) Sim Sim
(3)
FGTS - 8% (mês anterior) (3) Sim Sim
FGTS - 40% do montante (3) Não Não
código de saque 04 04
indenização Art. 479 CLT (2) Não Não
71
Extinção do contrato por motivo de falecimento do empregado - contrato a prazo indeterminado
Direitos antes de completar 1 ano após 1 ano de serviço
saldo de salário Sim Sim
aviso prévio Não Não
férias vencidas Não Sim
férias proporcionais Não Sim
adicional de 1/3 (1) Não Sim
13º salário Sim sim
FGTS - 8% (mês da rescisão) (3) Sim Sim
FGTS - 8% (mês anterior) (3) Sim Sim
FGTS - 40% do montante (3) Não Não
código de saque 23 23
indenização Art. 479 CLT (2) Não Não
Extinção do contrato por motivo de falecimento do empregado - contrato a prazo determinado, com ou
sem previsão de aviso prévio
Direitos contrato com duração inferior a contrato de 1 a 2 anos de
1 ano duração
saldo de salário Sim Sim
aviso prévio Não Não
férias vencidas Não Sim
férias proporcionais Não Sim
adicional de 1/3 (1) Não Sim
13º salário Sim Sim
FGTS – 8% (mês da rescisão) (3) Sim Sim
FGTS - 8% (mês anterior) (3) Sim Sim
FGTS - 40% do montante (3) Não Não
código de saque 23 23
indenização Art. 479 CLT (2) Não Não
Extinção do contrato em virtude de cessação total da atividade da empresa por morte do empregador -
contrato a prazo indeterminado
Direitos antes de completar 1 ano após 1 ano de serviço
saldo de salário Sim Sim
aviso prévio Sim Sim
férias vencidas Não Sim
férias proporcionais Sim Sim
adicional de 1/3 (1) Sim Sim
13º salário Sim Sim
FGTS - 8% (mês da rescisão) (3) Sim Sim
FGTS - 8% (mês anterior) (3) Sim Sim
FGTS - 40% do montante (3) Sim Sim
código de saque 03 03
indenização Art. 479 CLT (2) Não Não
Extinção do contrato em virtude de cessação total da atividade da empresa por morte do empregador -
contrato a prazo determinado, com ou sem aviso prévio
72
Direitos contrato com duração inferior a contrato de 1 a 2 anos de
1 ano duração
saldo de salário Sim Sim
aviso prévio não Não
férias vencidas Não Sim
férias proporcionais Sim Sim
adicional de 1/3 (1) Sim Sim
13º salário Sim Sim
FGTS - 8% (mês da rescisão) (3) Sim Sim
FGTS - 8% (mês anterior) (3) Sim Sim
FGTS - 40% do montante (3) Sim Sim
código de saque 03 03
indenização Art. 479 CLT (2) Sim Sim
Extinção da empresa ou de um dos estabelecimentos em que trabalhe o empregado, por motivo de força
maior - rescisão do contrato de trabalho pelo empregador contrato a prazo indeterminado
direitos antes de completar 1 ano após 1 ano de serviço
saldo de salário Sim Sim
73
aviso prévio Não Não
férias vencidas Não Sim
férias proporcionais Sim Sim
adicional de 1/3 (1) Sim Sim
13º salário Sim Sim
FGTS - 8% (mês da rescisão) (3) Sim Sim
FGTS - 8% (mês anterior) (3) Sim Sim
FGTS - 40% do montante (3) Sim (20%) Sim (20%)
código de saque 02 02
Extinção da empresa ou de um dos estabelecimentos em que trabalhe o empregado, por motivo de força
maior - rescisão do contrato de trabalho pelo empregador contrato a prazo determinado, com ou sem
previsão de aviso prévio
direitos contrato com duração inferior contrato de 1 a 2 anos de
a 1 ano duração
saldo de salário Sim Sim
aviso prévio Não Não
férias vencidas Não Sim
férias proporcionais Sim Sim
adicional de 1/3 (1) Sim Sim
13º salário Sim Sim
FGTS - 8% (mês da rescisão) (3) Sim Sim
FGTS - 8% (mês anterior) (3) Sim Sim
FGTS - 40% do montante (3) Sim (20%) Sim (20%)
código de saque 02 02
indenização Art. 479 CLT (2) Sim (50%) Sim (50%)
Extinção do contrato por paralisação temporária ou definitiva do trabalho motivada por ato de pessoa
jurídica de direito público interno (factum principis) contrato a prazo indeterminado
Direitos Antes de completar 1 ano após 1 ano de serviço
saldo de salário Sim Sim
aviso prévio Não Não
férias vencidas Não Sim
férias proporcionais Sim Sim
adicional de 1/3 (1) Sim Sim
13º salário Sim Sim
FGTS - 8% (mês da rescisão) (3) Sim Sim
FGTS - 8% (mês anterior) (3) Sim Sim
FGTS - 40% do montante (3) Sim Sim
código de saque 01 01
indenização Art. 479 CLT (2) Não Não
Extinção do contrato por paralisação temporária ou definitiva do trabalho motivada por ato de pessoa
jurídica de direito público interno (factum principis) contrato a prazo determinado, com ou sem
previsão de aviso prévio
Direitos Contrato com duração contrato de 1 a 2 anos de
inferior a 1 ano duração
saldo de salário Sim Sim
aviso prévio Não Não
férias vencidas Não Sim
74
férias proporcionais Sim Sim
adicional de 1/3 (1) Sim Sim
13º salário Sim Sim
FGTS - 8% (mês da rescisão) (3) Sim Sim
FGTS - 8% (mês anterior) (3) Sim Sim
FGTS - 40% do montante (3) Sim Sim
código de saque 01 01
indenização Art. 479 CLT (2) Sim Sim
Extinção do contrato por iniciativa da empregada grávida e pelo responsável legal do empregado
menor de idade contrato a prazo indeterminado
Direitos Antes de completar 1 ano após 1 ano de serviço
saldo de salário Sim Sim
aviso prévio Não Não
férias vencidas Não Sim
férias proporcionais Não Sim
adicional de 1/3 (1) Não Sim
13º salário Sim Sim
FGTS - 8% (mês da rescisão) (3) Sim Sim
FGTS - 8% (mês anterior) (3) Não Não
FGTS - 40% do montante (3) Sim Sim
código de saque Não Não
indenização Art. 479 CLT (2) Não Não
Extinção do contrato por iniciativa da empregada grávida e pelo responsável legal do empregado
menor de idade - contrato a prazo determinado, com ou sem previsão de aviso prévio
Direitos Contrato com duração inferior contrato de 1 a 2 anos de
a 1 ano duração
saldo de salário Sim Sim
aviso prévio Não Não
férias vencidas Não Sim
férias proporcionais Não Sim
adicional de 1/3 (1) Não Sim
13º salário Sim Sim
FGTS - 8% (mês da rescisão) (3) Sim Sim
FGTS - 8% (mês anterior) (3) Sim Sim
FGTS - 40% do montante (3) Não Não
código de saque Não Não
indenização Art. 479 CLT (2) Não Não
75
depósitos realizados na conta vinculada, devidamente atualizados e acrescidos dos
respectivos juros, devem ser depositados na conta vinculada do trabalhador no FGTS.
76
Tabelas Práticas de Contribuição dos Segurados Empregados, empregados
Domésticos e Trabalhador Avulso, contados a partir de 01/01/2010 – Portaria n.°
350/2009.
77