Fernão Lopes - A Crónica de D.João I

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Fernão Lopes - A Crónica de D.

João I
14/12/2022 9:08 AM

A crise dinástica de 1383-1385

D.Leonor irmãos D.João, Mestre


D.Fernando
Teles de Avis, filho
amantes bastardo de
D.Pedro
Conde
D.João I de
Andeiro, corte D.Beatriz
Castela
castelhana

Capítulo 11
1. Pajem e Álvaro Pais espalham o boato de que o Conde Andeiro estava a matar o
Mestre.
2. A população, armada, tenta salvar o Mestre indo até às portas do Paço da rainha.
3. Vendo a população agitada, o Mestre revela-se de uma janela e dá a notícia da
morte do Conde.
4. O Mestre acalma o povo e nas suas caras revela-se alegria.

Capítulo 115
1. Prestes a ser atacados pelos castelhanos a mando de D.João I de Castela, o Mestre e
seus aliados começa a recolher alimentos.
Divisão da cidade em 3 grupos:
○ Os que fogem para Setúbal;
○ Os que ficam na cidade;
○ Os que se rendem aos castelhanos.
2. Começam a preparar-se as defesas e terrenos da cidade a nível:
• Dos muros;
• Das torres;
• De armamento;
• De homens;
• Das entradas da cidade;
• Das zonas ribeiras.
3. Destaca-se a defesa da cidade e existe a comparação da população com os filhos
de Israel. Realça-se a coragem dos portugueses perante os muitos soldados castelhanos.

Capítulo 148
1. Começam a faltar mantimentos devido à elevada população dentro do cerco. A
população procura alimento fora do cerco, em embarcações, correndo perigo. O Mestre
vê-se obrigado a expulsar alguns do cerco (miseráveis, prostitutas, judeus…).
2. A população procurava migalhas no chão para se alimentarem, pois os preços dos
produtos básicos estavam elevados. Crianças pediam esmola pelas ruas. Mães não
conseguiam amamentar os filhos devido à desnutrição e viam-nos morrer.
3. Surge um rumos de que o Mestre estava a expulsar os que não tinham como se
alimentas (foi desmentido). O capítulo acaba com um apelo aos que leem a crónica por
não terem passado por tanto sofrimento.

Crónica medieval
Narrativa historiográfica
Orientação cronológica de diversos factos históricos, destacando-se um herói.

Cronicas de Fernão Lopes (D.Pedro, D.Fernando, D.João I)


Recolha de factos de diversas fontes:
• Documentais;
• Monumentais;
• Testemunhais.
Interpretação dos factos acompanhada de uma ora discreta ora evidente
ficcionalização.

Atores individuais e coletivos


Individuais
D.João I, Mestre de Avis
• Protagonista
• Pretendente ao trono
• Mata o Conde Andeiro
• Apoiado pelo povo
• Representa Portugal na manutenção da independência
• Comandante político - comanda as operações de defesa de Lisboa.
• Mostra-se solidário
• Personagem complexa: determinado e ambicioso.

D.Leonor Teles
• Retratada como traidora e indigna de ser regente
• Apoiado pela corte
• Apoia o partido do povo castelhano
• Amante do Conde Andeiro

Álvaro Pais
• Apoiante do Mestre
• Provoca o levantamento popular
• Homem astuto
• Tem visão política e inteligência para atingir os seus fins

Coletivos
Povo português
• Personagem coletiva
• Apoia o Mestre
• Mobiliza-se para preparar a defesa da cidade
• Sofre e resiste ao cerco de Lisboa
• Herói
• Tem uma consciência coletiva e sentimento patriótico
• Está dividido em grupos sociais
• Apresenta vozes individuais.

Afirmação da consciência coletiva


Noção de identidade nacional: criada inconscientemente à medida que se
consolidaram as fronteiras portuguêsas. Em 1385, o povo português já possuia uma
consciência da sua própria identidade face aos outros povos da península.

Sentimento comum e popular da parte do povo: lutam, em conjunto, a favos da sua


independência.

Força de uma coletividade.

Sentido nacional: noção de comunidade. «Portugal» deixa de ser apenas um território,


mas sim um corpo de gente animado de um pensamento: a sua nacionalidade.

Acontecimentos nacionais: esforços, sacrifícios e feitos do povo na luta pela


independência.

Personagem coletiva
• Vontade comum de auxiliar o Mestre
• Organiza-se em conjunto para defender a capital do cerco
• Sofre em conjunto o certo.

Estilo de Fernão Lopes


Recreação artística de factos: ficção.

Planificação e estruturação rigorosa dos capítulos.

Organização dramática dos eventos: em progressão ascendente até a um clímax.

Multiplicação de pormenores significativos: dramatização.

Recreação de personagens e movimentos populares de caráter épico.

Comentário de apreciação crítica de eventos.

Coloquialismo: apelo direto à atenção e ao sentir do narrário leitor/ouvinte, procurando


chama-lo ao seu ponto de vista.

Sensorialismo e visualismo das situações descritas: descrição de sensações e locais


pormenorizada.

Dinamismo: ilusão de que nos encontramos no desenrolar do enredo.

Estilo colorido de imagens, comparações, metáforas sugestivas e, por vezes, de ironia


subtil.

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