Tintas e Vernizes

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

TINTAS E VERNIZES

ANAILDE CARVALHO COSTA


CARLOS EDUARDO SILVA MARQUES
KARLA GRAZIELLA SILVA DA SILVA
RODRIGO MENDES ANDRADE
VÍVIAN CRISTINA ROCHA FONSECA

São Luís – MA
2023
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ANAILDE CARVALHO COSTA


CARLOS EDUARDO SILVA MARQUES
KARLA GRAZIELLA SILVA DA SILVA
RODRIGO MENDES ANDRADE
VÍVIAN CRISTINA ROCHA FONSECA

TINTAS E VERNIZES

Trabalho apresentado ao professor Jorge


Creso Cutrim Demétrio da disciplina Materiais de
Construção Civil Aplicados do Curso de
Engenharia Civil da Universidade Estadual do
Maranhão (UEMA) para obtenção de nota
referente à primeira avaliação.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 5

2. FABRICAÇÃO E COMPOSIÇÃO .......................................................................... 6

2.1 Composição ........................................................................................................ 6

2.1.1 Resina .............................................................................................................. 7

2.1.2 Aditivo ............................................................................................................. 7

2.1.3 Solvente ........................................................................................................... 7

2.2 Fabricação .......................................................................................................... 7

2.2.1 Tintas para Revestimentos com Base Solvente ........................................... 9

2.2.2 Tintas para revestimentos com Base Água ................................................ 10

2.2.3 Revestimentos em Pó ................................................................................ 11

2.2.4 Vernizes ..................................................................................................... 12

3. TIPOS E APLICAÇÕES ........................................................................................ 12

3.1 Tipos e aplicações de tintas .............................................................................. 12

3.2 Tipos e aplicações de vernizes.......................................................................... 14

4. PATOLOGIAS ........................................................................................................ 15

4.1 Principais causas de patologias em pintura das edificações ............................. 16

4.1.1 Substrato Insuficientemente Curado ......................................................... 16

4.1.2 Ataque de Fungos ...................................................................................... 16

4.1.3 Incompatibilidade Entre Camadas............................................................. 16

4.1.4 Secagem Rápida ........................................................................................ 17

4.1.5 Espessura de Tinta Excessiva .................................................................... 17

4.1.6 Má Preparação do Produto (Diluição) ....................................................... 17

4.1.7 Má Preparação do Substrato ...................................................................... 17

4.1.8 Falta de Lixamento e Limpeza .................................................................. 17


4.2 Exemplos de patologias nas pinturas................................................................ 17

4.2.1 Eflorescência........................................................................................... 17

4.2.2 Saponificação ............................................................................................ 18

4.2.3 Bolhas ........................................................................................................ 18

4.2.4 Crateras ...................................................................................................... 19

4.2.5 Desagregamento ........................................................................................ 19

4.2.6 Enrugamento ............................................................................................. 20

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 20

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 21
1. INTRODUÇÃO
A pintura corresponde a uma importante etapa na construção civil, pois garante efeito
estético, acabamento ao substrato e proteção das edificações. Essa etapa consiste no
recobrimento da superfície com tintas e vernizes, por exemplo, por meio de técnicas específicas.
De acordo com a ABNT NBR 15156 (2015), a tinta é um produto líquido, pastoso ou
em pó, que, quando aplicado a um substrato, passa pelo processo de secagem e cura, formando
uma película sólida, aderente, impermeável e flexível, apresentando, principalmente,
propriedades protetivas, decorativas e de identificação, enquanto o verniz é uma composição
de resinas, aditivos e solventes, que forma uma película sólida transparente ou translúcida e que
confere propriedades de proteção térmica, estética e/ou temporária ao substrato.
As tintas são definidas como substâncias químicas capazes de ter aderência em
diferentes superfícies, comumente aplicadas em peças de concreto, revestimentos
argamassados, alvenarias, componentes metálicos e de madeira, pisos, telhas etc. Essas
substâncias são produzidas a partir de uma mistura de componentes que formam uma película
sólida, possuindo em sua composição básica 4 produtos: Resinas, pigmentos, solventes e
aditivos. Conforme explica a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (ABRAFATI), a
aplicação da tinta tem como um de seus objetivos principais a proteção de edifícios, instalações
industriais e produtos contra a ação do tempo, das mudanças climáticas e de outros agentes
externos, contribuindo também para a sua higiene e limpeza.
Segundo Fazenda (2005), as tintas foram criadas pelos povos pré-históricos que
fabricavam o produto a partir de uma mistura de cal, carvão, argila vermelha ou amarela e terra
verde. Essa técnica era simples, devido ao fato de que as cores eram preparadas com os próprios
dedos e prensadas entre as pedras, garantindo durabilidade para as pinturas apenas em
ambientes favoráveis, como cavernas. Muitos anos depois, os egípcios se tornaram exemplo
nas artes decorativas, produzindo pigmentos sintéticos e orgânicos que poderiam ser facilmente
aplicados nas condições climáticas da época, além de utilizarem piches e bálsamos naturais
como revestimento para a proteção dos navios. No oriente médio, tanto os chineses quanto os
japoneses utilizavam a primeira tinta para escrever, denominada como nanquim, além de
utilizar uma série de pigmentos para a criação de suas cores tais como azurita, malaquita,
caulim, negro de fumo, etc.
Os vernizes são produtos muito utilizados para proteger superfícies de deterioração
causada por líquidos, sol, umidade e outros agentes que danificam os objetos com o tempo,
bastante empregados em superfícies de madeira com o intuito de garantir brilho, durabilidade,
proteção contra umidade e diminuição da capacidade de absorção do material. Esse produto
tem sua formulação datada em 1000 a. C., quando eram utilizadas resinas naturais ou mel de
abelha para a criação da película protetora. A primeira informação registrada do uso de óleos
como verniz ocorreu durante a Era Medieval na Europa, feita por um médico escritor do século
VI chamado Aetius. O interesse por óleos para a fabricação de vernizes cresceu após a
Renascença, utilizado por diversos artistas, pintores e arquitetos da época (Fazenda, 2005).

2. FABRICAÇÃO E COMPOSIÇÃO

2.1 Composição
A composição fundamental da tinta inclui as seguintes substâncias designadas como
resina, pigmento, veículo ou aglutinador, solvente ou redutor, e aditivo. Portanto, os veículos
ou aglutinadores se apresentam como resinas em tintas à base de solventes e emulsões em tintas
à base de água. Sua função é unir as partículas de pigmento. Posto isso, existem pigmentos
ativos, que garantem cor e cobertura, e pigmentos inertes, que oferecem preenchimento,
facilitam o lixamento, entre outras propriedades.
Os aditivos têm o propósito de melhorar ou aprimorar diversas características tanto em
tintas à base de água quanto de solvente. Entre esses aditivos, os espessantes atuam no controle
da consistência da tinta e na determinação da espessura do filme após a secagem, como
exemplificado na Figura 1.
Figura 1 - composição das tintas

Fonte: Guia técnico de tintas e vernizes, 2006.


O pigmento refere-se a um material sólido, finamente fragmentado e insolúvel no
meio. É funcionário para fornecer cor, opacidade, certas propriedades de resistência e outros
efeitos. Os pigmentos podem ser categorizados em pigmentos coloridos (que conferem cor),
não-coloridos e anticorrosivos (que protegem a proteção aos metais).

2.1.1 Resina
Refere-se à fração não volátil da tinta, desempenhando o papel de aglutinar as
partículas de pigmento e sendo responsável pela transição do produto do estado líquido para o
sólido, resultando na formação do filme. As resinas apresentam a função crucial nas
propriedades físico-químicas da tinta, influenciando, inclusive, o propósito de uso do produto
e seu processo de secagem. Hodiernamente, exceto para aplicações artísticas, a indústria de
tintas emprega predominantemente resinas sintéticas, que são compostas de alto peso
molecular. Entre as resinas mais comuns estão as alquídicas, epóxi, poliuretânicas, acrílicas,
poliéster, vinílicas e nitrocelulósicas.

2.1.2 Aditivo
Aditivo é um componente adicionado às tintas para conferir características especiais
ou aprimorar suas propriedades. Sua utilização auxilia nas diversas fases da fabricação e
contribui para as características de aplicação. Na indústria de tintas e vernizes, uma ampla
variedade de aditivos é empregada, incluindo secantes, anti-sedimentantes, niveladores,
antipele, antiespumante, entre outros.

2.1.3 Solvente
Solventes são líquidos voláteis, frequentemente com baixo ponto de ebulição, usados
em tintas e produtos afins para dissolver a resina. Esses solventes são categorizados como
solventes aditivos ou verdadeiros, latentes e inativos. No mercado de tintas imobiliárias,
encontramos diversas tipologias, sendo o látex um exemplo notável.

2.2 Fabricação
Tomando por definições gerais apresentadas pelo “Manual de Aplicação, Uso e
Limpeza de Tintas Imobiliárias”, oferecida pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas
(ABRAFATI), pode-se orientar em relação às boas práticas na escolha, aplicação, uso e
manutenção das superfícies pintadas ou revestidas de acordo com a norma ABNT NBR 13245
– Tintas para construção civil – Execução de pinturas em edificações não industriais –
Preparação de superfície. A produção de tintas é marcada pelo processo em lotes, possibilitando
a fácil adequação da cor e o ajuste final das propriedades da tinta. As fases principais da
fabricação são dominadas por operações físicas, como mistura, dispersão, completação,
filtração e envase. As transformações químicas ocorrem durante a produção dos componentes
(matérias-primas) de tinta e durante a secagem do filme após a aplicação.
Nesse contexto, o processo de fabricação de tintas segue uma sequência de etapas
rigorosamente determinantes, onde a formulação deve ser observada e seguida.

Figura 2 - Esquematização gráfica do processo de fabricação de tintas

Fonte: Guia técnico de tintas e vernizes, 2006.

1. Avaliação e Controle de Qualidade da matéria-prima;


2. Pesagem das matérias-primas de acordo com a formulação;
3. Pré-mistura: Combinam-se pigmentos, aditivos e resinas em equipamentos de alta
precisão;
4. Moagem: A massa resultante da mistura previa é finamente dividida em pequenas
partículas por meio de um moinho;
5. Completação: O produto proveniente da moagem é transferido para tanques instalados
com agitadores, onde a formulação é completada mediante a adição de solventes, resinas
e outras matérias-primas da formulação;
6. Tingimento: Nesta fase, ajuste-se a cor da tinta conforme o padrão previsto;
7. Controle de Qualidade: Os produtos passam por análises rigorosas para verificar
consistência, brilho, cobertura, cor e secagem. Após aprovação, são liberados para o
envase nas embalagens;
8. Embalagem: Os produtos são filtrados e enlatados para posterior envio à expedição.

2.2.1 Tintas para Revestimentos com Base Solvente

Figura 3 - Fluxograma da produção de tintas para revestimento com base Solvente

Fonte: Dossiê técnico BRT

O processo de produção desse tipo de tinta geralmente envolve as seguintes operações


unitárias: mistura prévia, dispersão (moagem), completação, filtração e envase. A determinação
das quantidades dos insumos é realizada por meio de pesagem e medição volumétrica com
precisão adequada para garantir as propriedades desejadas da tinta. No primeiro ponto os
ingredientes são acrescentados a um tanque (aberto ou fechado) equipado com aprimoramento,
seguindo a ordem indicada na fórmula (documento fundamental para a produção da tinta). O
conteúdo é agitado por um período de tempo previamente determinado para alcançar uma
relativa homogeneização.
Sequencialmente, o material disperso em princípio passa por um processo de dispersão
em moinhos apropriados, geralmente moinhos horizontais ou verticais, fornecidos com diversos
meios de moagem, como areia, zirconita, entre outros. Essa operação é contínua, diminuindo
que o produto é transferido do tanque de pré-mistura para o tanque de completação. Durante
esta operação, ocorre a desagregação dos pigmentos e a obtenção de uma distribuição mais
uniforme no material.
Em terceira instância, com auxílio de um tanque equipado, o produto de dispersão é
misturado com os demais componentes da tinta conforme a fórmula. Nesta, são realizadas
configurações finais para garantir que a tinta atenda às fases e propriedades desejadas. São
ajustes realizados na cor e na peculiaridade, além da correção do teor de sólidos, entre outros.
Após a completagem e aprovação, a tinta é filtrada e imediatamente após é envasada. Por fim,
a tinta é envasada em embalagens pré-determinadas. O processo deve garantir a quantidade de
tinta em cada embalagem.

2.2.2 Tintas para revestimentos com Base Água

Figura 4 - Fluxograma da produção de tintas para revestimento com base Água

Fonte: Dossiê técnico BRT

As tintas à base de água e seus complementos, trabalharam na construção civil,


especificamente um exemplo notável, representando 80% de todas as tintas consumidas nesse
setor de mercado. Esses produtos, geralmente referidos como produtos látex, são
fundamentados em dispersões aquosas poliméricas (emulsões) como as vinílicas, vinil acrílicas,
acrílicas, estireno-acrílicas, entre outros. O processo de produção desse tipo de tintas é mais
simples do que o usado na produção de tintas base solvente.
Inicialmente realiza-se a pré-mistura, combinando água, aditivos, cargas e pigmento
(dióxido de titânio), em um equipamento equipado com engenharia aprimorada adequada. A
dispersão é realizada sequencialmente no mesmo equipamento. Segundamente é realizado a
completagem, essa etapa ocorre em um tanque equipado com modernização completa, onde são
adicionados água, emulsão, aditivos, coalescentes e o produto da dispersão. Nessa fase, são
realizados ajustes na cor e decisões possíveis para alcançar as características especificadas da
tinta. Por fim, realiza-se a filtração e envase, cujo as etapas ocorreram simultaneamente.
A produção de tintas à base de água surge como uma alternativa para reduzir compostos
orgânicos voláteis (COV). Sua aplicação principal é no setor imobiliário, com destaque para as
tintas látex. As etapas de fabricação são essencialmente as mesmas em comparação com as
tintas à base de solventes, com as diferenças resumindo-se à ordem de adição dos componentes
da tinta.

2.2.3 Revestimentos em Pó

Figura 5 - Fluxograma da produção de tintas para revestimento em pó

Fonte: Dossiê técnico BRT

As tintas em pó são formuladas sem componentes líquidos e apresentam-se como


produtos sólidos em forma de pó à temperatura ambiente. A aplicação geralmente é realizada
por meio de processos eletrostáticos, onde o pó é carregado com carga elétrica por um
nebulizador de revólver especial. Entre o revólver e a peça a ser pintada, forma-se um campo
elétrico com uma diferença de potencial significativo. O pó adere eletricamente à superfície da
peça por um período suficiente (alguns minutos) para que seja aquecido em uma estufa a uma
temperatura adequada, resultando na fusão do pó e na subsequente formação do revestimento.
As tintas em pó podem ser divididas em dois grupos, levando em consideração o
mecanismo de formação do revestimento:
Tintas em pó termoplástico: Após a aplicação, o pó é aquecido a uma temperatura
superior à temperatura de fusão, fazendo com que o líquido resultante cubra a superfície. O
resfriamento da peça para as condições normais de temperatura transforma esse revestimento
líquido em um revestimento duro e protetor. Não há transformação química nesse mecanismo.
Exemplos incluem tintas em pó à base de nylon e tintas em pó à base de PVC.
Tintas em pó termoconversíveis: Após a fusão do pó, ocorre uma ocorrência entre a
resina e o agente de cura. Isso leva à formação de uma outra espécie química com um peso
molecular significativamente maior, resultando na maximização das propriedades físicas e
químicas do revestimento. Importantes na pintura de produtos industriais tais como,
eletrodomésticos, tubos de aço para oleodutos, etc. São exemplos: tintas em pó epóxi, tintas em
pó epóxi – poliéster, tintas em pó acrílicas, poliéster puro, entre outros.

2.2.4 Vernizes
O verniz constitui uma dispersão coloidal não pigmentada ou solução de resinas
sintéticas/naturais em óleos dissolvidos em solventes, sendo utilizado como filme protetor ou
revestimento decorativo em diversos substratos.
Na etapa de mistura, a produção do verniz é simples e dispensa fases de dispersão e
moagem. O produto é feito em uma única etapa, a mistura, onde resinas, solventes e aditivos
são homogeneizados em tanques ou tachos. Em alguns tipos de vernizes, uma etapa de dispersão
é necessária. Quando certas matérias-primas são solicitadas de incorporação, é crucial aplicar
maior força de cisalhamento para evitar a formação de grumos. Após a mistura, o lote é
submetido à etapa de filtração para remoção de partículas cujo tamanho ultrapasse os limites
permitidos.
Finalmente, após aprovação pelo Laboratório de Controle de Qualidade, o verniz é
envasado em latas, tambores ou contêineres, devidamente rotulados, embalados e enviados para
o estoque.

3. TIPOS E APLICAÇÕES

3.1 Tipos e aplicações de tintas

Na construção civil, as tintas possuem significativa importância, uma vez que, além de
desempenhar função decorativa, também são utilizadas para combater a deterioração dos
materiais ao proteger suas superfícies. Ao longo dos anos, é notável o avanço na tecnologia das
tintas, que é possível por meio de alterações e diferentes combinações de suas matérias-primas.
Segundo Bauer (1994), atualmente, fabricam-se tintas que atendem às mais diversas
finalidades, entre elas, existem tintas luminescentes, tintas que inibem o ataque de organismos,
resistentes ao calor, à prova de fogo, entre outros gêneros. Desse modo, tal mercado,
proporciona a escolha do tipo de tinta ideal para atender à determinadas necessidades e
propósitos dos ambientes, de acordo com sua aplicação.
Nesse sentido, as tintas de paredes são classificadas conforme a indicação do local de
uso e considerando características como desempenho e durabilidade do produto, garantidas
através de sua composição. Logo, é fundamental conhecer o tipo específico de tinta que cada
ambiente exige, para que o resultado final de uma obra seja assegurado de modo positivo.
De acordo com a empresa fabricante Suvinil, as tintas podem ser classificadas como:
Acrílica, Látex PVA, Epóxi, Esmalte e Lavável.
A tinta acrílica é impermeável e solúvel em água, portanto, é resistente às intempéries,
ideal para paredes exteriores, como muros e fachadas, além de paredes internas em regiões
úmidas ou molhadas, à exemplo de cozinhas e banheiros. Tal característica é promovida pela
utilização da resina acrílica em sua fabricação, e sua composição proporciona secagem rápida
e maior facilidade na limpeza. Essa tipologia apresenta três tipos de acabamentos: fosco,
acetinado e semibrilho.
A tinta látex PVA é solúvel em água e oferece secagem rápida, é indicada
exclusivamente para paredes internas ou tetos, e tem apenas o tipo de acabamento fosco. Como
importante benefício, essa categoria não exala fortes odores.
Já a tinta epóxi, também conhecida como tinta universal, não é solúvel em água, logo
precisa ser diluída em solventes, possui como características principais a durabilidade e a
resistência a produtos químicos e à umidade, por essa razão, pode ser aplicada em
empreendimentos comerciais e industriais, pisos e azulejos. Á respeito do acabamento, varia
conforme a coloração, a tonalidade branca é fosca, enquanto as mais escuras possuem mais
brilho.
A tinta esmalte não é aplicável em paredes, sendo indicada para superfícies como ferro
e madeira. Esse produto é encontrado à base de água e de solventes. Apresenta cheiro acentuado
e secagem lenta, além de acabamento com brilho.
Por fim, a tinta lavável é semelhante à acrílica, porém, facilitam a limpeza, tem
acabamento acetinado, evita a aderência da sujeira e repele líquidos. Esses fatores tornam esse
tipo de tinta ideais para ambientes frequentado por crianças, áreas de serviço e cozinhas.
Na NBR 15079 (2019), norma que aborda questões relacionadas ao desempenho
mínimo de desempenho de tintas para construção civil, são estabelecidas quatro categorias de
tintas. Desse modo, os fabricantes devem produzir e comercializar apenas tintas que se
enquadrem em umas dessas categorias: tinta econômica, tinta standard, tinta premium e tinta
super premium.
A tinta econômica são aquelas com preço relativamente baixos e acessíveis no mercado,
oferecem rendimento e resistência menor, e tem durabilidade média de dois anos em ambientes
internos. Já a tinta standard, possui qualidade intermediária e rendimento moderadamente
elevado e boa cobertura, apresentando durabilidade de cerca de três anos em ambientes internos
e 2 em externos. A tinta premium é mais indicada para áreas externas, tendo em vista a elevada
durabilidade de aproximadamente cinco anos, alta qualidade e excelente acabamento. A tinta
super premium proporciona melhor qualidade em ambientes internos e externos, rende mais em
relação às demais categorias e contém o melhor em tecnologias no mercado de tintas.

3.2 Tipos e aplicações de vernizes

O verniz é um produto utilizado na construção civil, não apenas em madeira. Os tipos


de vernizes mais comuns no mercado são:
• Verniz para madeira
No Brasil a madeira tem alta empregabilidade na construção civil naturalmente com
aplicação de divisórias de ambiente imobiliário piso e estrutura de telhado e, também para os
elementos acústico e acabamento das edificações.
O verniz serve para proteger a superfície da madeira, não permitindo infiltrações ou propagação
de pragas. É uma película de acabamento que ressalta a textura ou a cor natural da madeira. Uma
característica importante a destacar é a segurança contra incêndio, no mercado existem vernizes
para madeira retardante de chama, são a base de água (LEMOS, 2021).
• Verniz tingidor
O verniz tingidor é utilizado para dar cor à madeira. Resistente às intempéries, realça
os veios naturais da madeira nova e também pode ser usado em áreas internas.

• Verniz para concreto;


Os vernizes são utilizados como revestimento de acabamento que mantém a superfície
do concreto protegido, impedindo as infiltrações e tendo como finalidade a proteção de barreira,
que assegura durabilidade devido a diminuição de sua permeabilidade superficial e melhora o
aspecto estético visual destas estruturas. Entre os procedimentos para proteger a superfície
concreto quanto às agressões do meio e abrasão são os vernizes de alto desempenho à base de
poliuretano isento de solvente e antipichação (TOFANETTO, 2021).
• Verniz para deck de piscina;
O verniz usado para esta finalidade, é de alta durabilidade e resistência, pois o mesmo
sofrerá as intempéries durante todo o ano.

De acordo com Mericia, et al 2014, existem três tipos de vernizes: Poliuretano, Acrílico
e Fenólico.
O Verniz Poliuretano é caracterizado por sua superfície brilhante, secagem rápida e
excelente resistência ao intemperismo, à maresia, ao atrito, grande dureza e alta flexibilidade.
É adequado para aplicação em superfícies internas e externas de madeira, como embarcações,
portas, obstáculos, esquadrias, balcões, móveis de bares, armários embutidos, e artigos de vime.
Recomenda-se a aplicação de duas a três demãos, com um intervalo de secagem de 24 horas.
O Verniz Acrílico é à base de água, apresenta boa resistência às intempéries, secagem
rápida e alta resistência à alcalinidade das superfícies e ao mofo. Pode ser utilizado em
superfícies externas e internas, sendo indicado para proteger e impermeabilizar alvenaria,
concreto aparente, cerâmica porosa, telhas de barro, tijolos, cimento-amianto, entre outros. A
aplicação recomendada é de duas a três demãos, com um intervalo de secagem de 6 horas.
O Verniz Fenólico destaca-se pela sua resistência à umidade e à alcalinidade. Pode ser
aplicado em superfícies internas e externas, sendo indicado como impermeabilizante ou
acabamento para paredes de reboco ou concreto, além de ser utilizado para tingir e envernizar
madeira, como janelas, portas e esquadrias. Sua cor castanha-avermelhada proporciona um
acabamento distintivo, não completando nenhum outro produto. Recomenda-se a aplicação de
uma a duas demãos, com um intervalo de secagem de 24 horas.
A NBR 11702 DE 12/2021, regulamenta a aplicação de tintas e vernizes na construção
civil — Tintas, vernizes, texturas e complementos para edificações não industriais —
Classificação e requisitos.

4. PATOLOGIAS
Transformar a estética de um espaço através da aplicação de uma camada de tinta não
só melhora o seu apelo visual, mas também traz uma infinidade de benefícios como higiene,
proteção, durabilidade e valorização do imóvel. Porém, é necessário saber as especificações do
produto para que no futuro não haja problemas, já que existe uma tinta diferente para cada tipo
de superfície e um passo a passo para seguir na execução.
Antes de pegar pincéis e rolos, é imperativo realizar uma pesquisa aprofundada para
determinar qual tinta se adequa melhor ao ambiente em questão. Cada produto possui
propriedades específicas, e optar por uma tinta inadequada pode resultar em complicações
significativas. Essa escolha equivocada não apenas compromete a execução do serviço, mas
também acarreta retrabalho, gerando prejuízos financeiros tanto para o cliente quanto para o
pintor. A preparação da superfície é um elemento-chave na busca pela durabilidade e qualidade
da pintura. Executar esse processo de maneira inadequada ou, pior ainda, ignorá-lo, pode
desencadear uma série de problemas futuros, manifestando-se como patologias. Segundo Freire
(2012), algumas das principais causas estão relacionadas à falta de cura do substrato, ataques
de fungos, incompatibilidade entre camadas, secagem excessivamente rápida, espessura de tinta
exagerada, preparação inadequada do produto (diluição), falhas na preparação do substrato,
além de problemas como falta de lixamento e limpeza. Abaixo são listadas as principais causas
das patologias em pintura:

4.1 Principais causas de patologias em pintura das edificações

4.1.1 Substrato Insuficientemente Curado


Problemas de aderência e durabilidade surgem quando o substrato não recebe a cura
adequada, sendo fundamental garantir esse processo antes da aplicação da tinta.

4.1.2 Ataque de Fungos


Condições ambientais propícias ao desenvolvimento de fungos podem comprometer a
integridade da pintura. A escolha de tintas resistentes a esses micro-organismos é crucial.

4.1.3 Incompatibilidade Entre Camadas


Misturar produtos incompatíveis pode levar a reações adversas, resultando em
patologias. Certificar-se da compatibilidade é essencial para um acabamento duradouro.
4.1.4 Secagem Rápida
Uma secagem excessivamente rápida pode gerar tensões na superfície, contribuindo
para o surgimento de trincas e descamação.

4.1.5 Espessura de Tinta Excessiva


Aplicar uma camada de tinta excessivamente espessa pode comprometer a aderência
e a secagem adequada, favorecendo problemas futuros.

4.1.6 Má Preparação do Produto (Diluição)


A diluição inadequada do produto pode afetar a consistência da tinta, impactando
diretamente na qualidade da aplicação.

4.1.7 Má Preparação do Substrato


Ignorar a preparação adequada do substrato pode resultar em problemas de aderência,
prejudicando a durabilidade da pintura.

4.1.8 Falta de Lixamento e Limpeza


A negligência no processo de lixamento e limpeza pode criar obstáculos à aderência
da tinta, contribuindo para o surgimento de patologias.

4.2 Exemplos de patologias nas pinturas

4.2.1 Eflorescência
São manchas esbranquiçadas que surgem na superfície, esse problema surge devido a
pintura ser feita antes da cura do reboco, a liberação de vapor causa a presença de materiais
alcalinos na alvenaria, o que pode causar as manchas.
Figura 6 - Eflorescência em parede de alvenaria.

Fonte: Block.

4.2.2 Saponificação
Corresponde à a fase seguinte da eflorescência. Caso as manchas não forem tratadas, a
superfície começa a apresentar um aspecto pegajoso, o que retarda a secagem;

Figura 7 - Saponificação em parede

Fonte: Viva Decora

4.2.3 Bolhas
Pode aparecer bolhas na superfície pintada quando se utiliza massa corrida em
ambientes externos suscetíveis a umidade, causando a absorção de umidade. Pode ocorrer
bolhas também quando o substrato não tenha sido tratado e limpo ou já tenha sido pintado com
uma tinta de má qualidade.
Figura 8 - Superfície com bolha

Fonte: Parceiros da Construção

4.2.4 Crateras
Pode ocorrer devido à presença de óleo graxas ou água na superfície a ser pintada, pode
acontecer também quando a tinta é diluída com materiais inadequados como gasolina,
querosene ou outros produtos similares.

Figura 9 - Pintura com crateras

Fonte: Ibraclube

4.2.5 Desagregamento
A pintura sofre um desplacamento, os pedaços começam a se soltar. Ocorre
principalmente devido a aplicação da tinta antes da cura do reboco.
Figura 10 - Desagregamento do revestimento da parede

Fonte: Heal Tintas


4.2.6 Enrugamento
A pintura apresenta aspecto enrugado devido a aplicação excessiva da tinta, ou seja,
aplicação excessiva de demãos, geralmente a demão anterior não teve tempo suficiente para
secar, pode ocorrer também quando a tinta é exposta a intensa incidência de sol.

Figura 11 - Pintura com enrugamento

Fonte: Ellus Tintas

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desse modo, entende-se que as tintas e vernizes são produtos essenciais na construção
civil, que se diferenciam pela existência de pigmentos que conferem cor, tendo em vista que
enquanto a tinta cobre o substrato, o verniz o deixa transparente. Eles garantem não apenas
acabamento estético, mas proporcionam também proteção para as superfícies das edificações
contra a ação do tempo, das mudanças climáticas e de outros agentes externos, além facilitar a
limpeza e higiene dos ambientes. A fabricação desses produtos é bastante remota e vem
evoluindo constantemente ao longo dos anos em decorrência do desenvolvimento científico e
tecnológico das indústrias químicas e petroquímicas e necessidades de aplicação. Atualmente,
existem diversos tipos de tintas e vernizes no mercado brasileiro, cada um designado para
aplicações distintas e com composições específicas. Destaca-se que para assegurar a eficácia
do sistema construtivo é necessário possuir controle durante a sua execução, buscando sempre
por profissionais qualificados em conjunto com a limpeza e preparação da superfície, com a
finalidade de garantir a qualidade e durabilidade do serviço e prevenir o surgimento de
manifestações patológicas nas edificações.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS FABRICANTES DE TINTAS. TINTAS E VERNIZES.


Ciência e Tecnologia. 2. ed. vol 1.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7200 – REVESTIMENTO


DE PAREDES E TETOS COM ARGAMASSAS. MATERIAIS, PREPARO,
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