Este resumo descreve um livro sobre habilidades sociais e seu treinamento. O livro discute o histórico e desenvolvimento da área, modelos conceituais, definições de conceitos-chave, elementos de habilidades sociais, avaliação, técnicas de treinamento e aplicações clínicas e educacionais.
Este resumo descreve um livro sobre habilidades sociais e seu treinamento. O livro discute o histórico e desenvolvimento da área, modelos conceituais, definições de conceitos-chave, elementos de habilidades sociais, avaliação, técnicas de treinamento e aplicações clínicas e educacionais.
Este resumo descreve um livro sobre habilidades sociais e seu treinamento. O livro discute o histórico e desenvolvimento da área, modelos conceituais, definições de conceitos-chave, elementos de habilidades sociais, avaliação, técnicas de treinamento e aplicações clínicas e educacionais.
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Paidéia, 2004, 14 (28), 233 -234
RESENHA integradora que permita organizar os conceitos e
modelos num sistema internamente mais coerente. PSICOLOGIA DAS HABILIDADES No entanto, alguns conceitos-chave são abordados SOCIAIS como delineadores de área como: Assertividade, Habilidades Sociais e Competência Social. Del Prette, A. & Del Prette, Z.A.P. (2001). O primeiro capítulo apresenta o desenvolvi- Psicologia das Habilidades mento da área de habilidades sociais fazendo uma Sociais – Terapia e Educação. discussão acerca das características herdadas e apren- Petrópolis. Vozes Editora. didas. Atualiza a discussão acerca do equipamento biológico portador de potencialidades, supostas pre- José Humberto da Silva Filho .Nov./2003 disposições genéticas que favorecerão interações peculiares do indivíduo com o ambiente e o próprio Quando um amigo lhe pede algo emprestado, processo de aprendizagem, sendo esta decisiva na você se sentindo constrangido em negar o pedido e caracterização posterior do repertório de comporta- disfarçando sua pouca vontade, cede à solicitação mento social. emprestando-o. Certamente você não estará tranqüi- O segundo capítulo apresenta os fundamen- lo até a devolução; Quando alguém entra na sua frente tos históricos da área de THS. Se reporta ao movi- naquele fila em que você já aguarda a sua vez há mento de Treinamento Assertivo desenvolvido por muito tempo, você se sente na obrigação de se defen- Wolpe, nos anos 70, e aos principais autores associa- der e parte para o enfrentamento com decidida dos ao tema nos EUA. Referencia também a disse- irritação. Estas cenas do cotidiano ilustram possíveis minação concomitante do termo Habilidades Soci- reações comportamentais diante de estímulos ou si- ais, em Oxford, na Inglaterra, por Argyle e outros. tuações sociais. Elas evocam habilidades para Atualmente esta ultima terminologia tem sido enten- interagir nos diversos contextos do cotidiano. dida academicamente como uma área mais ampla de Estamos falando de Habilidades Sociais. conhecimento, onde a Assertividade é uma de suas O livro “Psicologia das Habilidades Sociais subáreas. – Terapia e Educação” (2001) de Del Prette e Del O terceiro capítulo aborda os modelos Prette, é a primeira obra de autores brasileiros a se conceituais explicativos da área de THS: modelo da debruçar sobre este tema. Ao longo dos seus nove assertividade; modelo da percepção social; modelo capítulos os autores examinam o avanço na área de da aprendizagem social; modelo cognitivo, e; mode- Treinamento de Habilidades Sociais (THS). É uma lo da teoria dos papéis. Propõe também algumas ex- obra que se destina tanto a profissionais da saúde plicações para as dificuldades interpessoais: déficits como da educação. Está dividida em duas partes. Na no repertório; inibição mediada pela ansiedade; ini- primeira os autores apresentam os fundamentos, con- bição cognitivamente mediada; problemas de percep- ceitos, história e desenvolvimento dos estudos das ção social, entre outros. habilidades sociais e na segunda parte enfatizam a No capítulo quatro, dedicado às definições e avaliação e a promoção destas habilidades. conceitos da área de THS, encontra-se um dos pon- Os autores evidenciam que “as dificuldades tos altos desta obra: Os autores exploram de forma ocasionais nas relações interpessoais não são consi- emparelhada os conceitos “Assertivo”, “Não deradas distúrbios ou patologias; porém, certamen- Assertivo” e “Agressivo” estabelecendo alguns te, diminuem a qualidade de vida das pessoas, reque- parâmetros que ajudam a identificar as característi- rendo intervenções preventivas e educacionais”. cas gerais que compõem estes comportamentos em De forma bem fundamentada os autores de- dada situação. monstram a amplitude da área de THS como sendo O quinto capítulo é dedicado especificamen- uma fonte de dificuldade pela indefinição dos seus te aos elementos que compõem as Habilidades Soci- contornos e pela carência de uma teoria geral ais: os comportamentais, os cognitivos-afetivos, os fisiológicos e outros. É outro ponto alto da obra por 234 José Humberto da Silva Filho apresentar de forma sistematizada tais elementos or- os próprios direitos e de seu interlocutor; b) identifi- ganizados em classes e subclasses e também por de- car as próprias cognições inadequadas e de outrem; fini-los e conceitualizá-los detalhadamente. c) exercitar formas alternativas de avaliações; d) iden- O sexto capítulo é dedicado à avaliação e trei- tificar os próprios estilos de atribuição buscando ava- namento das habilidades sociais. Aqui se revela cla- liações mais realistas. ramente um dos objetivos dos autores: a interven- O penúltimo capítulo apresenta propostas e ção. Para isto, como em qualquer procedimento des- sugestões para a estrutura e estratégias do treinamento ta natureza, defendem que uma boa avaliação e um das habilidades sociais descrevendo-se os formatos bom planejamento são fundamentais para favorecer de treinamento individual e grupal. Considera-se a o sucesso da intervenção. A avaliação busca identifi- homogeneidade e heterogeneidade dos problemas, o car as áreas problemáticas e não problemáticas do tamanho dos grupos, o papel do dirigente, a dinâmi- repertório social do sujeito que deverão orientar os ca de uma sessão de treinamento, a estrutura do pro- objetivos e os procedimentos específicos de interven- grama, a duração do programa, o local e os equipa- ção para superá-los. O procedimento de avaliação mentos e a base ética para esta intervenção. sugere que se observe: a) as condições antecedentes; Por fim, o ultimo capítulo fala das grandes b) condições conseqüentes, e; c) o comportamento, áreas de aplicabilidade do Treinamento em Habili- que é o elemento central da avaliação. No comporta- dades Sociais, com ênfase na clínica e na educacio- mento são observados os aspectos relacionados a: nal. Na clínica se especifica as intervenções caracte- déficits e excessos comportamentais, ansiedade, rizadas como terapêuticas, aplicadas, por exemplo, cognições e sentimentos, contexto situacional e cul- aos transtornos afetivos e de ansiedade, esquizofrenia, tural, objetivos e metas. Em relação às técnicas de timidez e isolamento social, problemas conjugais e avaliação os autores observam que devem ser esco- familiares, dentre outras. Na educação se especifica lhidas considerando-se alguns fatores específicos e intervenções caracterizadas como preventivas e/ou sugerem: entrevistas, inventários, observação, desem- educacionais, como por exemplo, o THS no ensino penho de papéis, auto-registros, avaliação por outras especial e no ensino regular, cujo público tanto pode pessoas que são significativas para o sujeito (pais, ser professores como alunos professores, amigos, etc). O capítulo sete se dedica às técnicas de trei- namento em habilidades sociais. Elas são divididas em duas grandes categorias: Técnicas Comportamentais e Técnicas de Reestruturação Cognitiva. As técnicas comportamentais ganharam no- toriedade com Joseph Wolpe e Arnold Lazarus e se baseiam nos princípios derivados dos estudos laboratoriais de análise experimental do comporta- mento. As técnicas são: ensaio comportamental, reforçamento, modelagem, modelação (real e simbó- lica), feedback (verbal e videofeedback), relaxamen- to, tarefas de casa, dessensibilização sistemática. As técnicas de reestruturação cognitivas são dirigidas para as cognições que mais interferem nas relações sociais, quais sejam: crenças irracionais, diálogos internos inibitórios, expectativas equivoca- das de auto-eficácia, suposições negativas e estilos de atribuição inadequados. Alguns dos objetivos da reestruturação cognitiva no THS visam: a) valorizar