Aula 4

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AULA 4

FISIOLOGIA ANIMAL

Por que um peixe não sobrevive fora da água? e por que o golfinho, mesmo
vivendo na água?

Objectivos: compreender os diferentes processos envolvidos na respiração


dos animais;

Descrever as principais funções do sistema respiratório;

Entender o processo de Hematose;


O organismo animal precisa de um contínuo dispêndio de energia, que é
libertada pela combinação de fontes energéticas com o oxigénio.

Existem dois tipos de respiração; na externa as células trocam o oxigénio e


dióxido de carbono com o ambiente, dá-se por difusão através de superfícies
permeáveis e a interna caracteriza-se pela troca de gases entre os fluidos
celulares e o material vivo, o principal local de combustão dos nutrientes é na
mitocôndrias que abundam em todas as células com elevados consumo de
ATP, a necessidade e produção de O2 depende da actividade e produtividade
animal.

Ex: durante o desenvolvimento fetal dos mamíferos é através da placenta que


se fornece O2 e os factores nutritivos bem como a retirada do CO2 e outros
metabolitos. A função respiratória está intimamente ligada ao coração e a
circulação que tem estreita ligação com o controle da temperatura corporal.

Os órgãos da respiração têm a função de captar substâncias odoríferas,


transmitir informações, hematose, remoção de partículas e termorregulação.

A ventilação é o processo biológico de trocas gasosas que acontece nos seres


vivos, em que ocorre a absorção de oxigênio e a liberação de dióxido de
carbono. A captura e a perda de gás pelos animais ocorrem por difusão, e a
maioria dos animais de grande porte e massa corpórea possui órgãos
especializados na troca gasosa. Esses órgãos são caracterizados por
apresentarem um tecido fino e possuir extensivos padrões de invaginações
(pulmões) ou evaginações (brânquias), que aumentam imensamente a área de
superfície para as trocas gasosas.. No processo de produção de energia nas
células, as moléculas de glícidos, lipídos e aminoácidos são oxidadas a dióxido
de carbono, e a energia liberada desse processo é armazenada através da
produção de moléculas de ATP, o transportador universal de energia das
células. A produção de ATP na mitocôndria só é possível se o oxigênio
disponível na célula for combinado com os elétrons da cadeia transportadora
de elétrons, produzindo água como produto final, processo conhecido como
respiração celular.
A ventilação dos insectos ocorre através de sistemas traqueais, o O2 em fase
gasosa é conduzido diretamente para as células e o CO2 na direcção oposta,
dissociado do sistema circulatório, proporcionando taxas metabólicas muito
elevadas.

Os peixes adultos de maior massa corpórea ventilam através de suas


brânquias com uma ventilação unidirecional contracorrente. A maioria utiliza a
bomba de pressão bucal e a bomba de sucção opercular para movimentar a
água da boca para o opérculo, passando através das brânquias.

Os anfíbios começam a vida com respiração cutânea e branquial. Após a


metamorfose, a maioria desenvolve pulmões, que passam a ser responsáveis
pelas trocas gasosas. De todos os grupos vertebrados, os anfíbios são os que
melhor misturam a respiração no ar e na água. O próprio termo anfíbio (amphi
= “ambos”; bio = “vida”) se refere ao fato de eles terem duas formas de vida,
uma adaptada à água e outra à terra.

Os répteis possuem pulmões que podem ser unicavitários ou multicavitários, e


este último apresenta uma superfície de troca gasosa maior. A ventilação nos
répteis ocorre através do movimento de músculos intercostais que formam uma
bomba de sucção costal, enquanto nos crocodilianos o músculo diafragmático
utiliza o fígado como êmbolo para otimizar a ventilação pulmonar.

As aves possuem o sistema ventilatório mais eficiente de todos os vertebrados.


Os pulmões parabrônquios, permite uma ventilação unidirecional. Acoplado aos
pulmões existem sacos aéreos, que actuam juntamente com os pulmões para
gerar um fluxo de ar contínuo nos pulmões. A alta eficiência do sistema
respiratório das aves permite que elas voem em elevadas altitudes mantendo
altas taxas metabólicas específicas.

Os mamíferos possuem um pulmão altamente ramificado, que termina em uma


estrutura vascularizada com fundo cego, denominada alvéolo. Os mamíferos
têm um diafragma verdadeiro, que se contraí durante a inspiração. Com a
contração do diafragma, ocorre uma dilatação da cavidade torácica e do
pulmão, gerando uma pressão negativa que causa a entrada de ar nos
pulmões.
Respiração em animais pequenos A respiração é um processo simples nos
organismos unicelulares e em muitos animais microscópicos, como ocorre com
80% da fauna marinha. Esses organismos vivem em contacto directo ou
praticamente directo com seu ambiente e, dessa forma, obtêm nutrientes e
oxigênio e liberam excretas diretamente pelas suas superfícies. Devido ao
pequeno tamanho desses organismos, a difusão é suficiente para suprir a
demanda de oxigénio. A taxa de difusão do oxigênio nos tecidos animais é
muito menor do que a taxa de consumo. Por exemplo, em tecidos de
mamíferos, uma molécula de oxigênio levaria até três meses para percorrer 1
metro. Concomitantemente ao aumento da complexidade e ao tamanho dos
animais, ocorreu, além do surgimento do aparelho circulatório, o surgimento de
tecidos e órgãos especializados na troca gasosa. Pode-se afirmar que um
aumento da complexidade dos organismos não seria possível sem o
simultâneo melhoramento do suprimento de oxigênio e a eliminação de dióxido
de carbono. Basicamente, a captura e a perda de gás pelos animais sempre
ocorrem por difusão. Para que a difusão aconteça, não é necessário o uso da
energia produzida pelo organismo. No caso do oxigênio, o movimento será do
meio com alta concentração de oxigênio, como o ar ou a água, para um meio
com baixa concentração dessa molécula, como as células do corpo. Da mesma
forma, o dióxido de carbono segue seu gradiente de concentração,
movimentando-se das células do corpo, que produzem esse gás
constantemente, em direção ao meio externo.

Os pigmentos respiratórios são proteínas armazenadas nas células do sangue.


O pigmento respiratório mais comum no reino animal é a hemoglobina, uma
proteína vermelha que contém ferro e que está presente em quase todos os
vertebrados (exceções em alguns invertebrados como artrópodes e moluscos
que possuem a hemocianina que contem cobre) que lhe confere a cor azul.

ESTRUTURA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO

Do ponto de vista fisiológico, o sistema respiratório é subdivido em duas zonas:


1- zona de condicionamento e condução do ar é constituída de cavidade nasal,
faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos; 2- zona respiratória inclui os
bronquíolos respiratórios, os ductos e sacos alveolares.
A porta de entrada do ar no nosso corpo se dá preferencialmente pelas
cavidades nasais, começando no nariz externo e terminando na faringe. Nesse
local três funções importantes acontecem: o ar é aquecido pela superfície dos
cornetos e septo porque geralmente a temperatura ambiente é menor que a
corporal, o ar é umedecido quase por completo, além de ser filtrado. Essas
funções, em conjunto, denominam-se condicionamento do ar das vias
respiratórias superiores. Nesse local existem células produtoras de muco e
células ciliadas responsáveis por reter partículas grandes impedindo que as
mesmas atinjam as vias aéreas inferiores, que em casos de resfriado, existe
um aumento da produção e secreção de muco o que leva a uma congestão
nasal e, posterior dificuldade de respirar. Depois da saída do ar da cavidade
nasal ele passa pela faringe através de aberturas chamadas coanas e da
faringe para a laringe, dai o ar dirige-se para outras vias aéreas condutoras
formadas por anéis cartilaginosos traqueia, brônquios e bronquíolos. Durante a
deglutição de um alimento a respiração pára por alguns poucos segundos para
evitar que o alimento penetre na faringe e saia pela cavidade nasal ou penetre
na laringe e atinja as vias aéreas inferiores. Nessa área, ainda encontramos
células que secretam muco e células ciliadas que farão uma remoção adicional
de partículas que não conseguiram ser retidas em seu trânsito pela cavidade
nasal. Doenças como a asma, a bronquite podem causar uma obstrução
dessas vias condutoras, dificultando a chegada do ar nos alvéolos e, por
consequência dificultando as trocas gasosas. A traqueia (principal via aérea
condutora) é um tubo que se ramifica em dois brônquios os quais penetram no
pulmão. Dentro pulmão, os brônquios dão origem a tubos cada vez menores,
chamados de bronquíolos que darão origem por fim aos bronquíolos
respiratórios que são uma área de transição entre as zonas condutora e
respiratória. Os bronquíolos respiratórios terminam em alvéolos pulmonares
que fazem parte da zona respiratória. Cada pulmão contém aproximadamente
300 milhões de alvéolos e é nessa área onde, exactamente, ocorrem as trocas
gasosas entre capilares sanguíneos e pulmão. Para que as trocas sejam
rápidas e eficientes a membrana que reveste os alvéolos, também chamada de
membrana alveolar ou respiratória devem possuir paredes muito delgadas. Na
parede alveolar encontram-se ainda fibras elásticas, pneumócitos (produzem e
secretam líquido surfactante) e células fagocíticas (macrófagos alveolares
responsáveis por manter os alvéolos livres de poeira e de detritos).

Os movimentos respiratórios envolvem inspiração e expiração, o que é


chamado de ciclo respiratório. Por minuto, num adulto sem problemas
respiratórios, ocorrem cerca de 12 a 18 ciclos respiratórios. Essa frequência
respiratória pode ser aumentada pela actividade física ou diminuída por alguns
distúrbios neuromusculares.

A inspiração é um processo activo da respiração que resulta da contração dos


músculos diafragma e músculos intercostais externos. O diafragma é o
principal músculo da respiração, sendo sua contração responsável por 75% do
aumento do volume da caixa torácica e, por consequência da expansão
pulmonar, numa inspiração em repouso. A expiração se torna activa quando há
a necessidade de se expelir um volume de ar além do normalmente expelido,
como acontece durante a prática de exercício físico. Este processo depende
dos músculos expiratórios (intercostais internos e abdominais).

A inspiração ocupa uma menor porção do ciclo respiratório, cerca de 2


segundos, e a expiração cerca de 3 segundos. Os movimentos respiratórios,
que acontecem durante os ciclos respiratórios, produzem variações de pressão
nas vias respiratórias. Duas pressões são importantes nessa movimentação do
ar, a pressão pleural e a pressão alveolar.

Na ausência de surfactante a expansão pulmonar torna-se muito difícil e exige


pressões pleurais altamente negativas para superar a tendência ao
colabamento dos alvéolos. Alguns recém-nascidos, principalmente os
prematuros, secretam tão pouco o líquido surfactante, o que torna muito difícil a
expansão pulmonar. Sem tratamento imediato e correto, a maioria destes
bebês morre logo após o nascimento, devido à ventilação alveolar inadequada.
Essa condição denomina-se síndrome da angústia respiratória do recém-
nascido.

COMPLACÊNCIA PULMONAR

A maior ou menor capacidade de distensibilidade pulmonar a uma dada


variação de pressão é conhecida como complacência. Ela depende em parte
das fibras elásticas pulmonares (1/3) e da tensão superficial no interior dos
alvéolos (2/3), que conforme já dissemos é reduzida pela secreção do líquido
surfactante. Quando a capacidade de expandir está diminuída, diz-se que o
pulmão tem a complacência reduzida, como acontece normalmente em
pessoas asmáticas, com fibrose ou edema pulmonar. Em casos de doenças
pulmonares como o enfisema pulmonar, a complacência está aumentada.

MEDIDAS DAS FUNÇÕES PULMONARES

A quantidade de ar que passa pelos pulmões a cada ciclo respiratório


(ventilação pulmonar) pode ser medida através da espirometria. A avaliação da
função pulmonar através do espirómetro é fundamental para o diagnóstico,
tratamento e prognóstico de doenças pulmonares. Para avaliarmos a ventilação
pulmonar consideramos os seguintes volumes pulmonares: volume corrente,
volume de reserva inspiratório, volume de reserva expiratório e o volume
residual.

Volume corrente (VC): é o volume de ar inspirado e expirado em cada ciclo


ventilatório normal. No repouso seu valor aproximado é 500 ml.

Volume de reserva inspiratória (VRI): é o volume de ar que ainda pode ser


inspirado ao final da inspiração do volume corrente normal. Seu valor
aproximado é de 3.000 ml.

Volume de reserva expiratória (VRE): é o volume de ar que ainda pode ser


expirado, por meio de uma expiração forçada, ao final da expiração normal.
Seu valor aproximado é de 1.100ml.

Volume residual (VR): é o volume de ar que permanece nos pulmões mesmo


ao final da mais vigorosa das expirações (~1.200ml). Não pode ser medido por
espirometria. Sua função principal é permitir a oxigenação do sangue nos
intervalos respiratórios. A partir da soma dos valores de dois ou mais volumes
pulmonares obtemos as capacidades pulmonares

Aqui vale ressaltar que esses valores podem variar de acordo com o sexo (é
por volta de 20-25% menor nas mulheres), área de superfície corpórea, idade,
nível de actividade física entre outros fatores.
Defina os seguintes termos: hipoxia, anoxia, hematose, evaginação,
invaginação, pneumatócitos,

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