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DIREITO DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

OT + PRÁTICAS

Testes- 10 de Março ás 11
14 de abril ás 11
joão.apolinariosapo.pt

Direito Administrativo
-> É o direito que será composto de todo um conjunto de normas jurídicas que são gerais e
abstratas.

Porque não têm Porque se aplica tantas quantas


destinatários vezes o acontecimento da vida
individualizados. real nela previsto.

-> É tipicamente direito público, porque de acordo com as funções do direito administrativo é
manifesto o seu caracter publicista.
-> É um ramo do direito autónomo, porque tem um objeto próprio e porque tem um método próprio.

Funções de Direito Administrativo


1º Regular o funcionamento e a organização da administração pública;
2º Regular as relações jurídicas entre a administração pública e os particulares;
3º Estabelecer as garantias dos particulares.

Faceta Processual -> contencioso administrativo, não ligado à administração, mas sim aos tribunais.

No sentido Amplo -> Administrar significa gerir todo um conjunto de bens em atenção à
prossecução do interesse público.

Interesse público
-> A origem é sempre uma necessidade coletiva; (ver def)
-> A lei é a fonte de todo o interesse público;
-> Sempre que surge um interesse público a administração pública é obrigada a prosseguir esse
mesmo interesse público.

Divisão dogmática

Primário Secundário
-> Corresponde aos mais -> Resulta de meras opções legislativas e consiste num
altos valores a prosseguir conjunto individualizado de interesses públicos cuja
numa determinada sociedade. prossecução seja indispensável para se alcançar o interesse
Ex.: saúde, educação, público primário.
ambiente... Ex.: para que o interesse público primário da saúde seja
alcançado é necessário que haja hospitais, que se formam
médicos, aqui temos o secundário

1
-> O que os caracteriza e os distingue é o facto de o primário depender antes de mais de opções
políticas e legislativas, já o interesse público secundário resulta de meras opções legislativas;
-> Não há aqui nenhuma hierarquia.

Os vários sentidos da administração pública

Administração pública em sentido material-> Procura aqui saber-se de todas as atuações da


administração pública quais as que são materialmente administrativas.

Administração pública em sentido formal-> Procura aqui saber-se através de que formas a
administração pública pode aparecer a manifestar a sua vontade, essas formas são tradicionalmente
as seguintes: regulamento administrativo, ato administrativo e contrato administrativo.

Administração pública em sentido subjetivo ou organizatório -> Procura aqui saber-se quem leva
a cabo a tarefa de administrar. Em princípio (de forma geral) a administração pública é exercida por
pessoas coletivas de direito público que atuam através dos seus órgãos que, por sua vez, são
constituídos por pessoas físicas/singulares.

Conceito material
-> Seguramente a administração publica terá outras funções além da administrativa.
-> O governo é o órgão superior da administração pública, mas o governo prossegue outras funções
do estado que não a administração publica.

As funções são 4:
 Função administrativa;
 Função legislativa;
 Função jurisdicional (tribunais);
 Função política.
-> Destas funções do estado o governo segue a administrativa, no entanto, prossegue também outras
administrações do estado, a legislativa e mais ainda, prossegue também eminentemente uma função
política. Assim de todas as possíveis atuações da administração pública vamos retirar todos os atos
políticos, todos os atos legislativos e todas as atuações ao abrigo do direito privado.

Sentido formal
Regulamento administrativo-> Trata-se de um conjunto de normas jurídicas, gerais e abstratas,
emanadas pela administração publica no exercício da função administrativa, art.135º CPA.
Ato administrativo-> É uma decisão ou estatuição autoritária emanada por um órgão da
administração publica no uso de poderes de direito administrativo relativa a uma situação individual
e/ou concreta e que visa produzir efeitos jurídicos externos positivos ou negativos, art.148º CPA.
Contrato administrativo->Trata-se de uma solução consertada entre a administração publica e os
particulares no âmbito da prossecução do interesse publico. Art.200 CPA.

Regulamento – ato administrativo


-> Regulamento é geral e abstrato e o ato é individual e ou concreto;
-> O ato administrativo é individual porque tem 1 ou um conjunto de destinatários determinados e
determináveis, o regulamento é geral porque não tem destinatários determinados nem sequer
determináveis;
-> O ato administrativo é concreto porque esgota todos os seus efeitos numa única aplicação. O
regulamento é abstrato porque se aplica sucessivamente tantas quantas as vezes se verificar o evento
da vida real nele previsto.

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Podemos ter um preceito jurídico geral, mas concreto como individual, mas abstrato, estas situações
são tratadas como ato administrativo.

Administração em sentido objetivo ou organizatório


-> Quem exerce a atividade administrativa é por norma uma pessoa coletiva de direito publico.
Estas pessoas coletivas têm um conjunto de poderes que se designa por atribuições, as atribuições
consistem em feixes individualizados de interesse publico que a lei acomete a estas pessoas
coletivas para que os prossigam.
-> Os órgãos administrativos têm também um conjunto de poderes que se designam por
competências, estas competências (poderes) são poderes deveres ou poderes funcionais. -> Em
primeiro lugar são poderes porque constituem faculdades de atuação da administração, no entanto
primeiro esses poderes são sempre exercidos em atenção à prossecução do interesse publico, sempre
que surge um interesse publico a administração é obrigada a exercer esses mesmos poderes.
-> Ao nexo de ligação entre o órgão e os seus titulares chama-se legitimação. Quem leva a cabo a
administração publica são pessoas coletivas dotadas de atribuições através dos seus órgãos estes
dotados de competências e por via da atuação dos seus titulares desses órgãos que têm de estar
legitimados.

Notas:
A administração publica portuguesa não é uma, tendo vários patamares ou níveis de administração
diversos que são os seguintes:
 Administração estadual;
 Administração autónoma
 Administração independente;
 Administração levada a cabo por particulares.

Administração estadual – administração autónoma


-> O que as distingue logo à partida é o seguinte, ao nível da administração estadual prosseguem-se
interesses públicos do estado, ao nível da administração autónoma prosseguem-se interesses
públicos próprios de cada uma das entidades que dela fazem parte ex.: municípios e freguesias ex.:
associações públicas, como por exemplo a ordem dos advogados.

-> A administração estadual divide-se em:

Direta Indireta
-> é aquela que é levada a -> é prosseguida por pessoas coletivas publicas
cabo pelos órgãos incluídos distintas do estado mas que este (estado) cria para que
na estrutura da pessoa prossigam determinados interesses públicos do estado
coletiva do estado ex.: institutos públicos, empresas publicas, fundações
publicas e algumas associações publicas

Função administrativa do estado – face as outras funções


-> A função administrativa é uma função instrumental da função política (daqui retira-se que a
função administrativa será uma função secundaria face à função politica primária). Face à
legislativa, a função administrativa esta subordinada à função legislativa, à lei, de acordo com o
princípio da legalidade. A função administrativa é controlada pela função jurisdicional, uma vez
que, os tribunais administrativos podem sempre controlar a administração.

Administrativa/executiva- função legislativa

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-> A função legislativa tem por finalidade a elaboração de normas jurídicas nas quais se
estabelecem regras de conduta social, interesses públicos a prosseguir, essas normas jurídicas têm
naturalmente que revestir as formas previstas na constituição e respeitar os respetivos
procedimentos, já a função administrativa cabe a finalidade de executar essas mesmas normas de
acordo com o estabelecido na função legislativa. A lei é o fundamento e o limite de toda a atividade
administrativa

Função administrativa/executiva – função política


-> A função política tem por finalidade definir o interesse da coletividade. Já a função
administrativa tem por finalidade efetivar em concreto os interesses publico. A função política tem
por objeto a fixação das orientações e necessidades coletivas de uma determinada sociedade, a
função administrativa procura a satisfação nessas mesmas necessidades coletivas.
A função política é juridicamente inovadora dai revestir um caracter primário, a função
administrativa/executiva tem um caracter como o próprio nome o indica meramente executivo dai
dizemos que é uma função secundaria.

Função administrativa/executiva- função jurisdicional


-> Desde logo a função jurisdicional consiste em julgar. Ou seja, em aplicar o direito a casos
concretos na defesa dos direitos subjetivos e interesses legalmente protegidos dos particulares. Já a
função administrativa consiste numa atividade de gestão de bens e serviços em atenção à
prossecução de interesses gerais da coletividade. Os órgãos que levam a cabo a função jurisdicional
são os tribunais que verificam as seguintes características:
 imparcialidade (que o tribunal na solução de conflitos não pode nunca intervir em favor de
nenhuma das partes, tem de ser imparcial);
 passividade (significa que o tribunal não vai à procura dos conflitos, assume uma posição
passiva e aguarda que os conflitos sejam apresentados para os dirimir)
 independência.
No âmbito da função administrativa as características são por comparação muito diversas assim os
órgãos que atuam no âmbito da função administrativa caracterizam-se pela parcialidade, iniciativa,
hierarquia. Os tribunais (órgãos por excelência) caracterizam-se pelo estatuto de irresponsabilidade
dos seus titulares, ou seja, estes não são passiveis de serem responsabilizados pelas suas decisões. Já
os titulares dos órgãos da administração publica são suscetíveis de responsabilização pela prática
dos seus atos e podem sê-lo em termos de responsabilidade disciplinar civil e penal.

24/02/21
Testes
-> 10 de Março, 11h
-> 14 de Abril 11h

Evolução histórica
Estado polícia
-> Caracteriza-se por ser um estado absolutistas, significa que, embora já fossem reconhecidos os 3
princípios do estado, esses poderes, estavam todos eles entregues à mesma pessoa (reis, príncipe,
monarca...). Significa isto, que essa mesma pessoa, legisla, executa e julga no caso de existir algum
conflito, este estado de coisas dá a origem a fortes descontentamentos porque?
1º poderes todos concentrados em toda a mesma pessoa -> não existe nenhuma classe social ->
exageros
2º se o rei detém todos esses poderes, tem a liberdade completa para liderar, tendo atuações que
causavam prejuízos na esfera jurídica dos súbditos, estes não podiam reagir pois quem os iria julgar
era o rei -> abusos por parte do rei

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-> Não podemos dizer que não era um estado de direito, ele regia-se por normas jurídicas, mas seria
um estado de direito formal (rei).

Estado Liberal
-> Aplica-se materialmente o princípio da separação de poderes, ou seja, o poder legislativo,
executivo e o poder jurisdicional são entregues a órgãos distintos dentro do Estado.
-> Materialização dos poderes
-> Surge o direito administrativo, surge aqui com uma função muito especifica, que é a seguinte:
proteger os particulares de eventuais atuações abusivas, por parte da administração pública.
-> Surge então o princípio da legalidade administrativa. Nesta altura este princípio divide-se em:
 Primado de lei -> aparece no estado liberal com uma vertente meramente negativa e que
significa o seguinte: existindo lei a administração pública não pode contraria-la (não pode praticar
atos administrativos que sejam contrários aquela lei) nem contradizê-la, ou seja, a lei funciona como
limite da atuação da administração, fala-se aqui de um principio de prevalência de lei. Coloca-se
aqui um problema, é que não existindo lei a administração pública fica com uma liberdade
originaria para atuar
 Reserva de lei -> significa que há determinadas matérias que estão em absoluto reservadas ao
poder legislativo e consequentemente só podem ser fixadas pelos respetivos órgãos. As matérias
que faziam parte da reserva de lei no estado liberal eram todas as que tinham a ver com liberdade e
propriedade.

Marcos históricos:
-> 1º guerra mundial, 1914-1918 (estado criar condições para os particulares)
-> Crise de sobreprodução
-> 2º guerra mundial (estados ficam devastados, particulares necessitam do estado)

Alterações ao princípio da legalidade


-> Primado de lei: À anterior vertente negativa do primado de lei junta-se agora uma vertente
positiva, a lei passa a ser desde logo fundamento da atuação da administração, sendo que, essa
mesma lei é também limite da atuação. Passamos a ter então dentro do primado da lei dois
subprincípios o da precedência de lei e o da prevalência de lei.
-> Reserva de lei: O leque de matérias reservadas aos órgãos parlamentais e legislativos aumentou
imenso fazendo parte agora muitas mais matérias para além da liberdade e da propriedade art.164º

-> Neste principio da legalidade à que juntar o facto de a administração se encontrar subordinada
não apenas à lei mas a todos os princípios gerais de direito e aos princípios próprios do direito
administrativo quer se encontrem ou não positivados desta forma mais do que principio da
legalidade passamos a falar de um principio de reserva total de direito mas tendo em atenção que a
atuação da administração publica pode sempre ser indicada pelos tribunais, vamos mais além e
falamos não de principio da legalidade nem em princípio da reserva total de direito mas sim em
principio da juridicidade.

Sistemas de administração publica

Sistema de administração britânico ou anglo saxónico; Sistema de


administração Francês

Critérios de distinção:

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Organização administrativa- O sistema francês carateriza se por uma forte
centralização do poder aparecendo o estado a exercer maioritariamente a
administração publica, ou seja, o estado detém praticamente todas as tarefas
administrativas, já o modelo britânico se carateriza por uma grande
descentralização, ou seja, neste caso as tarefas administrativas estão
maioritariamente atribuídas a outras entidades para alem do estado e que
exercem a sua atividade a um nível local

Direito aplicável- No sistema francês existe todo um conjunto de normas


jurídicas ( lei) especiais em atenção á regulação da matéria administrativa ou á
regulação das relações jurídicas administrativas e que é o direito administrativo.
No sistema britânico não existe direito administrativo aplicando se ás relações
jurídicas administrativas o mesmo direito que se aplica ás demais, ou seja,
mesmo em termos da relações jurídicas administrativas aplica se a common law.

Os tribunais- No modelo francês existem tribunais especializados em função


da matéria administrativa que são os tribunais administrativos e que exercem a
sua jurisdição em paralelo com os tribunais comuns; já no sistema britânico
não existem tribunais administrativos sendo os conflitos emergentes das relações
jurídicas administrativas dirimidos nos tribunais comuns .

Força jurídica das decisões da administração – No sistema francês as


decisões da administração tem uma força jurídica própria que permite á
administração executar essas mesmas decisões pelos seus próprios meios
podendo inclusivamente usar de meios coercivos sem necessitar de recorrer
previamente a um tribunal; Diferentemente no modelo britânico se a
administração pretende executar uma sua decisão terá que o fazer através de um
tribunal

Sistema português

Organização administrativa- o nosso sistema é ainda fortemente centralizado


apesar da existência de entidades autónomas que exercem a sua atividade de
forma descentralizada.

Direito aplicável- No nosso sistema existe direito administrativo quer


substantivo, quer adjetivo ou processual

Tribunais- Em Portugal existem tribunais administrativos que são os seguintes:


tribunais administrativos de circulo; tribunais centrais administrativos e
finamente o supremo tribunal administrativo.

O nosso sistema é de origem francesa ou continental e continua ainda hoje muito


mais próximo desse sistema do que do sistema britânico.

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Aula OT 17-03-2021

Tipos de fenómenos jurídicos

Administração estadual direta- carateriza se pela existência de desconcentração funcional de


poderes. Isto significa que o poder decisório se encontra dividido pelos vários órgãos incluídos na
estrutura da pessoa coletiva do estado. Esta desconcentração pode revestir 2 espécies:
desconcentração originário ou desconcentração derivada.
No 1 caso a lei que direta e imediatamente estabelece a competência de um órgão.
No 2 caso a distribuição do poder resulta de uma permissão legal de um órgão que tem
determinadas competências possibilitar que outro órgão exerça uma ou algumas dessas
competências através de um ato de delegação de poderes
Administração estadual indireta- Aqui verifica se ainda desconcentração de poderes. No entanto,
esta é uma desconcentração especial, uma vez que o poder é dividido não apenas pelos orgãos de
uma pessoa coletiva mas sim por diversas pessoas coletivas.
Assim esta desconcentração, é uma desconcentração personalizada.
Estas pessoas coletivas tem um determinado grau de autonomia que se pode resumir em autonomia
patrimonial, financeira e administrativa

Administração autónoma- aqui verifica se verdadeira descentralização, uma vez que as pessoas
coletivas que atuam a este nível são verdadeiramente autónomas face ao estado. A autonomia destas
pessoas coletivas é uma autonomia necessária, genérica e democrática.
A autonomia é necessária porque é imposta pela CRP ( Artigo 235) .
A autonomia é genérica porque estas pessoas coletivas prosseguem interesses públicos próprios e
que são distintos dos interesses públicos do estado.
É uma autonomia democrática porque os principais órgãos dirigentes destas pessoas coletivas são
eleitos democraticamente
Estas pessoas coletivas ainda tem autonomia de fixação de preços, taxas

Tipos de controlo do estado sobre estes níveis de administração

Administração estadual direta- carateriza se pela existência de um poder de direção.


Há um órgão que dirige e um que é dirigido. O órgão dirigente tem a faculdade de fixar ao órgão
dirigido quer os fins a atingir quer os meios através das quais a atingir esses fins.
O órgão dirigente pode emanar ordens que o órgão dirigido tem necessariamente que acatar.
O órgão dirigente exerce um poder disciplinar sobre o poder dirigido

Administração estadual indireta- verifica se aqui a existência de um poder de superintendência .


A entidade em sentido lato superintendente tem a possibilidade de fixar os fins a atingir pela
entidade superentendida mas já não de fixar os meios através dos quais atingir esses fins.
No entanto o superintendente fica sempre com um poder genérico de fiscalização da atividade do
superentendido e com poder de orientação dessa atividade, sendo lhe possível dirigir diretivas e
instruções vinculativas

Administração autónoma- o poder de controlo típico é o poder de tutela . A tutela tem por
natureza uma dupla vertente que se traduz no seguinte: a possibilidade de fiscalizar a legalidade da
atuação do órgão tutelado .

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No 1 caso fala se de tutela de legalidade e no segundo caso fala se de tutela de mérito .
Entre nós no âmbito da administração autónoma apenas se aceita a tutela de legalidade

Especies de tutela

Tutela inspetiva- trata se do poder que o órgão tutelante tem de fiscalizar as contas e os
documentos do órgão tutelado

Tutela sancionatória- poder que o órgão tutelante tem em aplicar sanções ao órgão tutelado.

Tutela anulatória- poder que o órgão tutelante tem em anular os atos administrativos praticados
pelo órgão tutelado. Uma vez que anulação de atos administrativos tem por base critérios de
legalidade, esta tutela é aceite por nós

Tutela revogatória- poder que o órgão tutelante tem em revogar os atos praticados pelo órgão
tutelado. UM vez que a revogação de atos administrativos tem por base critérios de mérito, esta
espécie não é aceite entre nós.

Tutela substutiva- significa a possibilidade que o órgão tutelante tem de se substituir ao órgão
tutelado na pratica de um ato administrativo que este tenha omitido ilegalmente.

Aula pratica 17-03-2021


Caso pratico 1

O ministro A delega no secretario de estado B a competência para a pratica de todos o atos de


natureza administrativa relacionados com a gestão de recursos humanos do ministério.
Mais tarde o secretario de estado B delega no sub secretario de estado C a competência relativa ao
exercício do poder disciplinar.
Nesse quadro o sub secretario de estado C instaura um procedimento cautelar ao funcionário D
visando averiguar a sua responsabilidade na divulgação de informações secretas do estado .
Desse procedimento resulta a suspensão de D por um período de 60 dias.
Incorfomado o funcionário D reclama da decisão alegando que :

a) A delegação não pode assumir conteúdo genérico


b) A sub delegação implica consentimento do delegante
c) O poder disciplinar é insuscetível de delegação

Resposta:

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A delegação de poderes consiste no ato através da qual um órgão da administração publica
normalmente competente para decidir em certa matéria desde que habilitado por lei permite
que outro órgão ou agente pratique atos administrativos sobre a mesma matéria ( artigo 44º,
n1 do CPA)

Elementos da delegação:

-É necessário que exista uma lei habilitante, ou seja, uma lei que permite a um órgão praticar
o ato de delegação

-É necessário que existam 2 órgãos administrativos ( o órgão que delega e o órgão delegado)

- é necessário que exista um ato de delegação que exprime a vontade do delegante

Em relação a este ato de delegação quais são os seus requisitos: o ato de delegação tem de
preencher 2 especies de requisitos.

Requisitos quanto ao conteúdo ou os chamados requisitos de validade

Requsitos quanto á publicidade do ato ou os chamados requisitos de eficácia

Conteudo

- O ato de delegação tem de especificar os poderes que são delegados ou os atos que vai
delegar nos termos do artigo 47º, n1 do CPA

Esta especificação deve consistir na enumeração expressa daqueles poderes ou daqueles atos

No entanto se os requisitos quanto ao conteúdo não estiverem verificados, então o ato de


delegação será um ato invalido

Validade ou eficácia

O ato de delegação esta sujeito a publicação nos termos do artigo 47º, n2 e 159 do CPA

A falta de publicação dá lugar á ineficácia do ato de delegação. Consequentemente se o ato de


delagação for ineficaz os atos do pretenço delegado ( praticados ao abrigo da delegação)
serão inválidos uma vez que esse orgão não terá competencia para os delegar

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Para alem disto o delegado tem que mencionar expressamente que os atos admninstrativos por
si praticados são no por delegação devendo identificar o orgão delegante e referir a lei
habilitante ( artigo 48º do CPA)

A validade dos atos praticados ao abrigo da delegação depende da verificação dos requisitos
quer de conteúdo, quer de publicidade

a) a delegação de poderes não pode assumir conteúdo genérico , no termo n1 art.º


47 exige-se que o ato de delegação especifique os atos administrativos que o
delgado fica habilitado a praticar . neste caso a delegação não menciona isto de
forma implícita e expressa , assim apesar de no n3 art 44 parecer que há uma
possibilidade de fazer uma delegação em termos genéricos o que é certo é que
para existir é só atos de administração ordinárias , nestas circunstâncias sendo
administração extraordinária devia ter sido determinados especificamente os
podres por via da delegação , por conseguinte temos um vicio relativo ao conteúdo
do ato de delegação . o que significa que este ato por via de vicio pela não
verificação dos requisitos do conteúdo um ato anulável .
b) art.º 46 n1 diz se que o delegante pode autorizar o delegado assim que delegar ,
nesta perspetiva quando o secretario delega no subsecretario esta subdelegação
teria de ser autorizada pelo delegante nos termos do art.º 46 n1 , neste caso e sem
a autorização esta subdelegação não era admissível ,ela tinha que ser autorizada.
c) O poder disciplinar é insuscetível de delegação , mais uma vez o funcionário D tem
razão na sua alegação , art.º 45 alínea B , é característico da relação hierarquia o
poder disciplinar do órgão hierarquicamente superior para o órgão inferior nestas
circunstancias , naturalmente que nunca poderia ser o poder disciplinar delegado
nestas circunstancias

Face a estes vícios sem duvida algumas estes atos de delegação são atos ilegais e como
tal são atos suscetíveis de serem anuláveis , nos termos gerais do art.º 163, ora e o D
pode reagir contra esta decisão, pode impugnar contra apropria administração como
para o tribunal. O problema é que o D foi suspenso , então este poderia fazer um
peido de suspensão da eficácia do ato administrativo perante a administração e o
tribunal.

Caso pratico 2

Um diretor geral delegou no seu sub diretor geral a competência que lhe foi atribuída por lei para
ordenar o encerramento de farmácias.
Este ao abrigo da delegação de competências ordenou o encerramento de uma farmácia por esta
estar a funcionar sem direção técnica devidamente habilitada.
O proprietário da farmácia por entender que a entidade publica em causa não decidiu bem, pretende
impugnar esta decisão.
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Considerando que não houve publicação do ato de delegação de poderes e que o sub diretor geral
não mencionou a sua qualidade de delegado ao proceder ao exercício da competência, diga com que
fundamento e a quem deve o proprietário da farmácia dirigir a sua impugnação.

Resposta:

- Neste caso pratica o ato de delegação é valido, não se verificam qualquer problema , assim
em termos de requisitos de validade não temos um caso invalido não havendo vícios no ato
administrativo , por conseguinte este ato de administração é valido . Neste caso pratico a
delegação de poderes não preencheu os requisitos de eficácia o que vai ter consequências no
ato administrativo (ordem de encerramento da farmácia ) praticado ao abrigo da delegação ,
ora sendo o ato praticado pelo subdiretor geral ficou afetado pela não verificação do
pressuposto da publicidade, o que tem como consequência a existência de um vicio de
incompetência , por conseguinte este vicio determina a anulabilidade daquele do delgado nos
termos gerais do art.º 163. O ato do encerramento da farmácia é que é invalido em virtude da
incompetência.

Nestas circunstâncias o particular pode interpor um recurso hierárquico nos termos 193 e seguintes e
solicitar a anulação ou revogação do ato administrativo (ordem de encerramento ) art.º 49, outra
possibilidade é a impugnação judicial porque o valor dos atos administrativos praticados pelo delegado é
exatamente o mesmo valor como se fossem delegados pelo delegantes , sendo atos definitivos

Caso pratico 3

- O concelho da escola de ciências jurídicas da universidade clássica de lisboa , órgão colegial


ativo, composto por 5 membros reuniu inesperadamente na passada semana para deliberar
sobre assuntos urgentes. Imagine que um dos seus membros seriamente preocupado com o
teor de algumas deliberações que foram aprovadas naquela reunião extraordinária vem pedir-
lhe concelho sobre a eventual invalidade daquelas deliberações tendo-o informado do
seguinte .

a) houve convocação e convocatória e a ordem do dia incluía muitos assuntos. A


reunião nem sequer estava prevista mas todos compareceram
b) os professores estavam todos muito exaltados . e o professor A que é o
presidente do órgão teve que acalmar as coisas . A discussão foi tanta que os
seguranças vieram assistir há reunião e perguntar se era necessário fazer
alguma coisa .
c) deliberarmos a adjudicar que junte direto o fornecimento de 10 computadores
a comprar a empresa que pertence a mulher do professor A. Eu ate queria
abster-me mas acabei por votar favoravelmente. Acho que ficou mal ao
professor ser o primeiro a dizer sim estou a favor
d) alem de tudo, o que me custou mais foi ter votado a favor da não renovação
do contrato do colega António . ele já anda perturbado .todos comentamos
que ele não e bom pedagogo. Alem disso é um fascista assumido , todos
votaram favoravelmente a n renovação . ele vai impugnar a deliberação com
certeza a deliberação essa que ainda por cima não foi fundamentada

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e) também deliberamos sobre a contratação de um assistente convidado por
conveniência urgente do serviço. 4 dos membros votaram a favor. E isto nem
estava sequer na ordem do dia
f) o que e que se pode fazer tendo em conta que eu já assinei a minuta da ata .
Quem me dera voltar atrás. Ouxa la o presidente possa impugnar as
deliberações.
( analisar o problema e a solução para cada paragrafo)

Topicos do professor:

- Materia aparece no CPA nos artigos 20 e seguintes

a) importa saber se a forma como ela foi convocada se é uma forma legal e se preenche todos os
requisitos e não preencher se sana a irregularidade
b) A reunião dos órgãos administrativos tem de ocorrer de forma normal e não tulmutuosa.
Condições de funcionamento da reunião
c) Temos aqui eventualmente uma questão de impedimentos e ver a consequência
d) Votações e as suas formas de votação.
e) Maiorias na votação para que a mesma seja valida
f) Se o presidente do órgão tem competência ou não para impugnar o orgão

APARTE:
As reuniões ordinárias realizam se regularmente em datas fixas, enquanto que as extraordinárias são
convocadas inesperadamente

Resolução
a) Tipo de reunião que esta em causa , reunião extraordinária ou ordinária , art.º
23 e 24 , este conselho reuniu inesperadamente e tratou-se uma reunião
extraordinária , assim é necessário que se preencha as exigências do art.º 24 ,
houve a ordem do dia o que significa que estará preenchidas as exigências do
art.º 24 e também art.º 25 . mas ainda que não estivessem , como todos
aparecerem por isso mesmo que fosse de respeitada a lei a presença de todos
não levou a problemas . Pelo artigo 28 sana se o problema.
b) Tem haver com regular funcionamentos da secção da reunião que aqui , se a
reunião decorrer de forma tumultuosa que parece que é o que acontece , a
partida nestas circunstancias estas deliberações tomadas nesta reunião se
tiverem sido de forma tumultuosa serão nulas nos termos da alínea H do n2
art.º 161
c) Ordem da votação , casamento é a matéria dos impedimentos art69 n1 alínea
D, nesta circunstancia o professor Joaquim não podia ter intervindo na
votação nem devia estar presente pois estava impedido de estar nesta tomada
de decisão , por via disto esta deliberação que é o ato administrativo é
anulável nos termos gerais do artigo 163,n1 por via do artigo n1, 76.
d) A votação pode revestir 2 formas dos termos do art.º 31 votação nominal , a
votação e publica e a votação secreta os elementos do órgão não manifestam
o voto. Em regra a votação e nominal , se a votação foi nominal mas em
virtude de neste caso concreto se tratar da avaliação das pessoas devia ter
sido por sufrágio secreto art.º 31n 2

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e) art.º 26 a reunião era extraordinária ,e só podem ser tomadas deliberações na
reunião ordinária e a ordem do dia só pode ser feita numa reunião ordinária.
art.º 32 há 4 tipos de maioria distintos , maioria simples ou relativa consiste
em apurar por vontade do órgão em função da vontade expressa que recolheu
mais votos , maioria absoluta identifica em apurar a vontade do órgão de
acordo com a que foi expressa por mais de metade dos votantes , maioria
qualificada faz corresponder a vontade do órgão aquela que foi expressa em
função de uma proporção dos votantes sempre superior há maioria absoluta ,
unanimidade implica a totalidade dos votos favoráveis dos membros votantes.
f) O presidente pode impugnar pelo artigo 21, n4

Caso pratico 4

Em 15/01/2020 o reitor da universidade do Minho delegou certas competências nos vice-


reitores. Delegou no vice reitor António a competência para decidir de os recurso dos atos de
exclusão de um concurso para recrutamento e seleção de pessoal para a universidade que
havia sido dirigido ao dirigente máximo. Neste quadro, pressupondo que o reitor avoca a
competência e não obstante a ser transmitido, pretende ser ele mesmo a decidir um recurso
interposto por um candidato excluído de um procedimento concurso aberto pelos serviços da
universidade, diga se tal intenção do reitor é possível.
Problema: âmbito da delegação, se esta delegação poderia ser feito e depois tendo sido feito o
delegante podia ele não tomar esta decisão através da avocação
Resposta:

De acordo com o texto , a 1 coisa que temos que ver são se os requisitos do ato de delegação
estão ou não preenchidos, temos por um lado requisitos de conteúdo validade d próprio ato ,
e requisito de eficácia relativos a publicação do ato , de acordo com o texto em termos e
conteúdo a delegação esta eficaz o reitor delegou a competência para decidir sobre os
recursos que venham a ser interpostos o que significa que naturalmente em relação ao
conteúdo não há problema . A nível da eficácia partimos do principio que este ato deve ter
sido normalmente publicado sendo assim eficaz , assim ao ato de delegação é eficaz. O
problema é que depois de ter feita a delegação o reitor quer ser ele a decidir quando havia
delegado a competência . a delegação de competência cria um feixe paralelo de poderes ,
quando cria um ato de delegação não perde a competência só esta a permitir que outro órgão
possa ter essa competência também , assim sendo o reitor quando delegou a competência no
vice reitor ele não a perdeu e por isso pode também exerce-la , nos termos do art.º 49 n2 diz
claramente que o órgão delegante tem o poder de avocar , ou seja , pode chamar de novo a si
a competência nada

Caso pratico 5
Por decisão ao abrigo de uma subdelegação de competências o diretor do
departamento de obras da camara municipal de lisboa, intimou A para proceder á
substituição do equipamento necessário ao preparo e venda de castanhas na via
publica sob pena de lhe ser retirado o cartão de vendedor ambulante A pretende
impugnar esse ato, esse ato junto do tribunal, vem invocar o seguinte:

13
a) Que o ato de delegação de competências é invalido, uma vez que, não se reconhece
que tenha existido qualquer lei de habilitação.
b) Que o ato padece de o vicio de incompetência pois nunca foi publicado
c) Que o ato padece de um vicio grave porque a delegação já tinha sido revogada
d) Que não quer recorrer hierarquicamente ao presidente da camara, uma vez que, o
ato praticado pelo delegado tem o mesmo valor que teria se fosse praticado pelo
delegante

Resolução:

a) Falta nos o primeiro elemento da delegação de poderes, neste caso não existia uma lei
habilitante de delegação de poderes, esta delegação seria invalidade, que geria a nulidade.
Artigo 161do CPA

b) Artigo 47, nº2. É invalido porque não tinha competência mas desta vez gera a anulabilidade pelo
artigo 163, nº1

c) Nos termos do art 50º a) CPA delegação e subdelegação de poderes extingue-se por revogação
do ato de delegação ou subdelegação. Se o delegante já tinha revogado significa que a
competência já não se encontra neste. Ou seja, ele é incompetente para a prática do ato e não
existindo competência o ato é inválido, levando à anulabilidade - vício de incompetência em
razão da matéria.

d) Pode impugnar judicialmente ou administrativamente mas neste caso só queria judicialmente. A


impugnação administrativamente são em regra facultativas, só serão necessárias quando a lei
preveja. Como nada preveja neste caso, o senhor pode recorrer hierarquicamente nos termos do
artigo 193; 37,a) do CPA e artigos 50 e seguintes do CPTA

Aula OT 7-04-2021

Areas em que administração publica aparece a utilizar direito privado:

- Negocios auxiliares
-Intervenções corretoras no mercado
-Para levar a cabo funções publicas

Quanto á primeira área, cateteriza se por serem aqueles negócios indispensáveis á manutenção
dos serviços da administração publica.

Aula pratica 28-04-2021

Caso pratico 7
14
A, cidadão estrangeiro apresenta se em Portugal a solicitar a concessão de asilo politico. Para
tanto junta ao seu requerimento um registo audiovisual que documenta a chacina de todos os
membros do grupo armado a que pertence e que tem por objetivo repor a democracia no seu pais
de origem.
Apesar de na lei do asilio politico se poder ler que “será concedido o direito de asilo politico a
todo o cidadão estrangeiro que prove ter um justo receio de ser perseguido no seu pais de
origem”, o ministro da administração interna indefere o pedido de A.

Este insatisfeito pretende impugnar aquela decisão perante o tribunal administrativo com base
no seguinte argumento:

“Apesar de aparentemente aquela norma atribuir discricionidade á administração certo é que


naquele caso concreto e mediante a prova apresentada a única solução possível seria a da
concessão do asilo politico”
Quid iuris?

Resposta:

Ver se a norma é estruturalmente suscetível de atribuir discricionidade


Só existem 2 indeterminações: estrutural não tem nenhuma, conceitoral tem
A norma não consegue discricionidade

Caso pratico 8

Nos termos do regime das armas e suas munições pode ser concedida licença de uso e porte de
arma a maiores de 18 anos que reúnam cumulativamente as seguintes condições:
a)Que se encontrem em pleno uso de todos os direitos civis
b)Demonstrarem carecer da licença por razões profissionais ou por circunstancias imperiosas de
defesa pessoal ou de propriedade
c)Sejam idóneos
d)Sejam portadores de atestado medico

1- Sabendo que a atribuição destas licenças é da competência dos comandos distritais


da PSP, diga, justificando se essa competência tem uma natureza discricionária
2- A, que entende preencher todas aquelas condições viu negado o seu pedido de
licença e uso de porte de arma. Como pode reagir e em que termos?

Frequência: ( professor apolinario que faz)

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1 grupo com 4 perguntas de resposta direta ( perguntas de distinção)
2 grupo com questão teórica e caso pratico mas só se responde a uma.

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