Tema 02
Tema 02
Tema 02
• NEGATIVA: Quando se tem uma sociedade e os sócios (existência distinta), e o credor pessoal
do sócio quer atingir a sociedade, mas não pode pelo “escudo protetor” da personificação.
Pois o credor do sócio não tem relação com a sociedade e sim com o sócio. Desta forma, para
atingir a sociedade, é usado por meio do juízo a desconsideração da personalidade jurídica,
para afasta momentaneamente a personificação e imputar a responsabilidade na sociedade.
Ou seja, protege terceiros com relação os sócios.
• POSITIVA: A positiva protege os sócios em detrimento de terceiros. Exemplo: João e Maria
são casados e residentes em bem imóvel, bem de família, entretanto eles transferem para a
sociedade o bem imóvel para a sociedade para integralizar o capital social. Os credores
executam a sociedade pedindo a penhora dos bens da sociedade, mas João e Maria moram
no imóvel. Pode ser alegado bem de família? Os credores podem penhorar, pois eles estão
executando a sociedade, o bem é da sociedade, logo não pode ser bem de família. O bem de
família é de pessoa natural. Art 1.712 CPC
STJ, com base no princípio constitucional do direito à moradia, não pode ser penhorado o
bem. Mas deve ser sociedade familiar, o bem tem que ter finalidade de residência e o sócio
estar de boa-fé, além disso, o imóvel já ser usado como residência antes da dívida. Resp.
1514567 SP
• DIRETA: na direta o terceiro se relaciona com a sociedade e quer que o juiz altere o centro de
imputação para atingir o patrimônio dos sócios.
• INVERSA: na inversa o terceiro se relaciona com o sócio e quer que o juiz altere o centro de
imputação para atingir o patrimônio da sociedade.
• INCIDENTAL: Fábio Ulhoa Coelho, minoritariamente, antes do CPC não admitia a incidental,
para aplicar a desconsideração deveria ajuizar uma ação autônoma em face de quem você
quer atingir.
A posição majoritária, posição do STJ, tem que ajuizar ação autônoma em face de quem quer
atingir, mas com incidente processual.
Art. 133 a 137 CPC, é possível aplicar através de incidente processual que tem natureza
jurídica de intervenção de terceiros.
• EXPANSIVA: Cristiano Chaves de Farias, a teoria expansiva se aplica a uma sociedade limitada,
onde um 3º, empregado da sociedade, cobra da sociedade, mas a sociedade não tem
patrimônio, assim aplica a teoria direta e menor para atingir os dois sócios. Mas descobre q
os dois sócios são laranjas e o verdadeiro sócio é outro fora do contrato social, s ócio oculto
(sócio de fato). Nesse caso, se usa a teoria da desconsideração expansiva para ir até o sócio
oculto. TRT 1ª turma, Processo 0010791-68.2016.5.18.0122 e STJ Resp. 2055325.
Questão: Em processo de falência, a padaria teve a falência decretada. Cabe IDPJ, em processo
falimentar? Instaurado o IDPJ, suspende o processo principal?
R: Sim, cabe IDPJ em processo falimentar. Não suspende o processo principal Art. 82-A. (observar a
pegadinha) O processo falimentar não pode perder continuidade.
Obs.: Com a Lei 14.193, o legislador quer restringir a aplicação da teoria, ele não quer facilitar, a
desconsideração não se aplica a qualquer hipótese. Desta forma, o art. 50, alega que não pode aplicar
a desconsideração para atingir quaisquer sócios, só pode ser aplicado para aqueles que se
beneficiaram pelo abuso.
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput deste
artigo não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica
CASOS CONCRETOS
R: 1a posição) Sergio Campinho entende que não cabe aplicação da teoria da desconsideração, porque
foi contra legem. Os credores podem ir em cima dos sócios, podem ingressar que não pela IDPJ.
2a posição - dominante) STJ entende que em dissolução irregular cabe teoria da desconsideração da
personalidade jurídica. Há o entendimento (já superado; min. Massami Uyeda; STJ REsp 1306553 SC)
de que basta a dissolução irregular, contudo, temos o entendimento (majoritária; STJ REsp 1098712;
Enunciado 282 da 4a Jornada de Direito Civil; STJ AI REsp 1972452 PR; AI REsp 1812292 Roraima; Tema
repetitivo 1.210) de que é necessário também o elemento subjetivo do abuso.
02ª QUESTÃO: Wilson interpôs agravo de instrumento contra a decisão interlocutória proferida pelo
Juízo da 23ª Vara Cível, que, nos autos de cumprimento de sentença contra ele em curso, deferiu o
pedido de desconsideração inversa da personalidade jurídica das sociedades empresárias das quais
Wilson é sócio, para alcançar o patrimônio dessas sociedades pela referida execução. O
Desembargador relator não conheceu do agravo de instrumento, ao argumento de que o sócio não
detém legitimidade nem interesse recursal quanto a decisão que defere o pedido de desconsideração
inversa da personalidade jurídica em cumprimento de sentença contra ele ajuizado. O subsequente
embargo de declaração opostos por Wilson foram rejeitados, razão pela qual ele interpôs recurso
especial, aduzindo ser parte legítima para recorrer da decisão que concedeu a desconsideração
inversa da personalidade jurídica das sociedades dos quais é sócio, pois se a prática dos atos que levam
a desconsideração é atribuída à pessoa física do sócio administrador, resta claro o interesse deste para
rediscutir a decisão que lhe atribuiu o exercício da atividade empresarial mediante conduta
antijurídica. Pergunta-se: o sócio executado tem legitimidade e interesse recursal para impugnar a
decisão que deferiu o pedido de desconsideração inversa da personalidade jurídica das sociedades
empresárias dos quais é sócio? Responda, de forma fundamentada.
Wilson, sócio, em havendo desconsideração inversa que ele mesmo deu causa, para atingir o
patrimônio da sociedade que ele é um dos sócios, ele possui sim interesse e legitimidade visto que
pode haver a ruptura da sociedade por affectio societatis, pelo mal-estar entre os sócios da sociedade