Processo Nos Tribunais
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Olá, Pessoal!
Inicialmente gostaria de agradecer a confiança nos meus materiais. O Resumo Tabelado nasceu a partir
das minhas anotações pessoais de cursos em videoaulas e em pdfs, além dos registros retirados de
alguns manuais e doutrinas da área jurídica. Tudo isso realizado durante a minha trajetória de estudos
para concursos públicos e Exame da Ordem.
A base do material consiste em doutrina, lei seca, informativos, súmulas e a inserção de algumas
questões de provas objetiva e discursiva. A proposta do material esquematizado no formato em tabelas
é facilitar o entendimento das matérias por meio de destaques de palavras-chaves e prazos, além dos
esquemas visuais utilizados. Reunimos tudo em um único material para otimizar o seu tempo.
O Resumo Tabelado de Direito Processual Civil (Processo nos Tribunais) foi construído inspirado nos
livros dos seguintes autores: Daniel Assumpção, Rodrigo da Cunha Lima Freire e Maurício Ferreira
Cunha e Elpídio Donizetti.
Além disso, foram utilizadas algumas referências dos seguintes cursos: Ciclos, Ouse Saber, EMAGIS e
CPIURIS. Por fim, há ainda as anotações pessoais realizadas durante o curso online de Carreiras
Jurídicas do CERS.
No tocante aos informativos e súmulas: site do Buscador do Dizer o Direito
(https://www.buscadordizerodireito.com.br/) e o site Trilhante de Informativos
(https://informativos.trilhante.com.br/informativos).
Não há Obs: Daniel Assumpção sustenta que as regras do IRDR sobre a possibilidade de designação
necessidade de de audiência pública e intervenção de amicus curiae devem ser aplicadas à fixação de tese
repetitividade em jurídica no IAC (art. 983, §1º CPC).
múltiplos
processos Caso haja questão de direito relevante, o referido órgão assumirá a competência e realizará
o julgamento; não sendo o caso, não assumirá a competência e o julgamento será feito pelo
órgão originário.
Importante destacar que caberá ao regimento interno dos Tribunais apontar qual o órgão
colegiado a quem competirá a assunção de competência.
Busca-se, com tal incidente, possibilitar que, para questões relevantes, de grande
repercussão social, porém que não possam ser objeto de IRDR, ou de julgamento de REsp
ou REX repetitivos, havendo divergências entre órgãos fracionários, seja assegurada a
uniformização da jurisprudência do tribunal, com a assunção de competência pelo órgão
colegiado.
A decisão proferida pelo órgão colegiado terá FORÇA VINCULANTE sobre juízes e órgãos
fracionários, não podendo ser conferida resolução distinta à questão, sob pena de se
possibilitar o cabimento de reclamação, a teor do que constante no inciso IV, art. 988 CPC.
REQUISITOS
a) Existência de recurso, remessa necessária ou processo de competência originária em
tribunal. Não é ENTRE tribunais, mas sim entre ORGÃO do mesmo tribunal.
b) É preciso que exista uma relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente
a prevenção ou a composição da divergência entre órgãos do tribunal.
c) É necessária grande repercussão social.
d) É preciso haver a ausência de repetição em processos múltiplos, pois não é
microssistema de casos repetitivos.
A tese fixada no julgamento da assunção de competência vinculará todos os juízes
subordinados ao tribunal e o próprio tribunal, salvo revisão de tese (salvo distinção ou
superação). Logo, o incidente de assunção de competência firma um precedente
obrigatório.
A arguição pode ser feita pelas partes, pelo MP que intervenha no processo ou de ofício
pelo relator, quando entender inconstitucional a norma.
Com a suscitação, a COMPETÊNCIA FICA CINDIDA, sendo que todo o tribunal se pronuncia
sobre a questão da constitucionalidade, que é prejudicial à apreciação do recurso e, depois,
a turma decide a respeito das outras questões, já tendo sido fixada a premissa referente à
constitucionalidade da norma a ser aplicada.
Como destaca o art. 948 CPC, o incidente pode ser suscitado em QUALQUER PROCESSO que
esteja em trâmite perante órgão fracionário do tribunal, como recurso, remessa
necessária ou ação de competência originária, incluindo-se dentre os órgãos fracionários
as turmas, as câmaras, os grupos de câmaras ou câmaras cíveis reunidas e as seções.
Após a oitiva das partes e do MP (quando cabível), o relator deve submeter a alegação de
inconstitucionalidade ao órgão fracionário competente para o julgamento da causa ou do
recurso em que formulada a arguição, antes de remetê-la ao plenário ou órgão especial para
apreciação.
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Caberá ao ÓRGÃO FRACIONÁRIO, tão somente, ACOLHER OU REJEITAR A ALEGAÇÃO, por
maioria simples de votos, pois, realmente, lhe falta competência para declarar a
inconstitucionalidade do ato impugnado, esta reservada ao plenário do tribunal ou, onde
houver, ao órgão especial, por força do art. 97 CF (CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO).
Portanto, o que ocorre é que não se admite que a decisão de acolhimento ou de rejeição
do incidente seja tomada monocraticamente pelo relator, daí porque a apreciação se dará
pelo órgão fracionário.
Quando a mesma questão for suscitada em outro processo, o órgão fracionário terá
liberdade para entender a norma inconstitucional ou não, independentemente do que foi
decidido no feito anterior. Realizada a apreciação da questão prejudicial da
inconstitucionalidade, o julgamento é restituído ao órgão fracionário, que nele prosseguirá,
havendo claro desdobramento, neste caso, de competência recursal.
Finalizando, não haverá recurso cabível contra a decisão do plenário, apenas sendo possível
o manejo de outros recursos contra a proferida pelo órgão fracionário (Súmula 513, STF).
Como sabido, a sentença estrangeira não produz efeitos automáticos no Brasil, devendo,
HOMOLOGAÇÃO para isso, ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (alteração que foi realizada
DE SENTENÇA pela EC nº 45/2004, que retirou a competência do STF).
ESTRANGEIRA
(ARTS. 960 A 965 Quanto às regras atinentes à jurisdição internacional (arts. 21 a 23 CPC), uma decisão
CPC) estrangeira que verse sobre uma das matérias constantes no art. 23 nunca será homologada
no Brasil, tendo em vista que a lei só reconhece a jurisdição brasileira para julgá-las –
competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira.
Nos casos referentes aos arts. 21 e 22, a jurisdição será concorrente, tendo validade se a
ação for proposta no exterior somente se a decisão for homologada pelo STJ, pressupondo-
se, como regra, decisão definitiva, conforme § 1º, art. 961 CPC.
Não se pode também deixar de destacar que será possível a execução de decisão
interlocutória no Brasil desde que seja concedido o exequatur à carta rogatória, ou seja, o
“cumpra-se”, que também será dado pelo STJ, sendo possível a execução provisória, quando
concessiva de medida de urgência a ser feita por carta rogatória.
As regras para que a decisão seja homologada estão presentes no art. 963 CPC, tema
também versado pelo art. 216-D, do Regimento Interno do STJ. Basicamente, há indicação
das peças para instruir o pedido, a necessidade de citação da parte contrária para contestar
em 15 (quinze) dias, o conteúdo que poderá ser abordado em eventual contestação e a
necessidade de intervenção do MP.
Para que alguém possa ser executado no Brasil a pagar um TRIBUTO ESTRANGEIRO
reconhecido em sentença estrangeira, a homologação dependerá de previsão em tratado
ou em promessa de reciprocidade apresentada à autoridade brasileira (art. 961, § 4º, CPC).
Por fim, para que a sentença estrangeira de DIVÓRCIO CONSENSUAL produza efeitos no
Brasil, NÃO haverá necessidade de homologação perante o STJ.
→ Súmula 514 STF: Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda
que contra ela não se tenha esgotado todos os recursos.
A legitimidade poderá ser das partes ou dos seus sucessores, do terceiro interessado, do
MP ou daquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.
Info 934 STF (2019): NÃO cabe ação rescisória para desconstituir decisão judicial transitada
em julgado que apenas homologou acordo celebrado entre pessoa jurídica e o Estado-
membro em uma ação judicial na qual se discutiam créditos tributários de ICMS. É cabível,
neste caso, a ação anulatória, nos termos do art. 966, § 4º do CPC. É inadmissível a ação
rescisória em situação jurídica na qual a legislação prevê o cabimento de uma ação diversa.
Um dos requisitos da petição inicial e que não pode ser esquecido é aquele referente ao
depósito da importância de 5% sobre o valor da causa (nunca superior a 1.000 salários
mínimos), que se converterá em multa, caso a ação seja, por unanimidade de votos,
declarada inadmissível ou julgada improcedente (inciso II, do art. 968 CPC) – sem o depósito,
a inicial será indeferida; sendo julgado procedente o pedido, o dinheiro será restituído ao
autor; quando o autor for o MP, a pessoa jurídica de direito público, a Defensoria ou o
beneficiário da justiça gratuita, NÃO haverá a necessidade de caução.
Além da ausência de caução, a inicial poderá ser indeferida nos casos previstos igualmente
em qualquer outro processo (art. 330 CPC), conforme previsão do § 3º, do art. 968, do
mesmo diploma processual. O relator terá poderes para indeferir a inicial, cabendo agravo
interno para o órgão que seria o competente para julgar a ação.
Por outro lado, em caso de improcedência por unanimidade de votos, o autor perderá em
favor do réu a caução, a título de multa; já se a rescisão da decisão por votação não for
unânime, o julgamento deverá prosseguir, com a inclusão de novos julgadores em número
suficiente para uma potencial reversão do resultado.
Do acórdão que julgar a rescisória, caso seja verificada a existência de erro material,
obscuridade, omissão ou contradição, caberá o manejo de embargos de declaração, sendo
possível a utilização de recurso extraordinário ou ordinário, nos casos previstos nos arts.
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102, III e 105, III, CF, sendo ainda possível, por fim, ajuizar rescisória da rescisória, se o
acórdão apresentar algum dos vícios enumerados no art. 966 CPC.
Por fim, via de regra, o direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos, contados do trânsito
em julgado da última decisão proferida no processo, a teor do que prevê o art. 975 CPC.
Como EXCEÇÕES, menciona-se o caso em que for DESCOBERTA NOVA PROVA, observado
o prazo máximo de 5 (cinco) anos, bem como aquela decorrente de SIMULAÇÃO OU
COLUSÃO, em que o prazo da rescisória para o terceiro prejudicado e para o MP, quando
não interveio no processo, correrá a partir do momento em que ambos têm ciência da
ocorrência.
INCIDENTE DE O IRDR, com inspiração na legislação alemã, constitui-se em instituto sui generis, uma vez
RESOLUÇÃO DE que não é recurso e nem ação, não pode ser utilizado para os interesses diretos dos
DEMANDAS litigantes, mas porta-se como incidente destinado à concretização da segurança jurídica
REPETITIVAS para fins de se evitar instabilidade e proporcionar a previsibilidade das decisões. Tem sua
(ARTS. 976 A 987 origem em processos repetitivos, não fazendo que os mesmos sejam deslocados ao tribunal.
CPC)
Importante saber que a questão objeto do incidente deve ser DE DIREITO, podendo tratar-
(grande se de questão de direito material ou processual, de modo que é possível estarmos diante
quantidade de de demandas que não sejam identicamente repetitivas, mas em que estejam se repetindo
processos, questão a mesma questão de direito. Mais ainda, é preciso que a mesma questão seja objeto de
de direto material CONTROVÉRSIA EM GRANDE QUANTIDADE DE PROCESSOS, sendo indispensável que uma
ou processual e mesma solução seja uniformemente aplicável a todos, não podendo ser admitido quando
aplicados nos jecs) tratar-se de questões genéricas.
O julgamento será realizado pelo órgão indicado pelo regimento interno dos tribunais,
consignando-se que se o mesmo estiver em grau de recurso, remessa necessária ou se tratar
de processo de competência originária, o órgão colegiado também julgará o recurso, a
remessa ou a causa de competência originária. Por outro lado, estando em primeiro grau,
o recurso ficará suspenso aguardando a solução do incidente.
#TJSP (2017) → Tanto que seja admitido, a suspensão dos processos pendentes em que se
discuta a questão controvertida poderá ser determinada pelo relator ou eventualmente
pelo tribunal superior competente para conhecer do recurso extraordinário ou especial.
Deverá ser conferida a mais ampla e irrestrita publicidade ao incidente, devendo, os
tribunais manter banco eletrônico de dados atualizados com as informações específicas
sobre questões de direito submetidas ao incidente, com a prestação de informações ao CNJ.
Nos casos em que não for o MP o próprio suscitante, o referido órgão deverá ser ouvido no
prazo de 15 (quinze) dias, as partes, idem, e os demais interessados, inclusive pessoas,
órgãos ou entidades com interesse na controvérsia, no prazo igual de 15 (quinze) dias,
sendo possível também a intervenção de amicus curiae e a designação de audiência
pública.
Por fim, do julgamento do IRDR será cabível recurso extraordinário ou especial, com efeito
suspensivo, sendo presumida a repercussão geral da questão constitucional eventualmente
discutida.
Não sendo interpostos os respectivos recursos, a suspensão dos feitos ficará sem efeito.
Caso haja a interposição dos recursos, e o mérito venha a ser analisado, a tese utilizada pelo
STJ ou STF deverá ser aplicada em todo o território nacional, nos processos individuais ou
coletivos, que versem sobre idêntica questão jurídica, sob pena de caber reclamação (art.
988, IV CPC).
Competência:
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Em regra, o IRDR será julgado pelo Tribunal de Justiça ou pelo Tribunal Regional Federal.
É possível, no entanto, que seja instaurado um IRDR diretamente no STJ nos casos de:
• competência recursal ordinária (art. 105, II, da CF/88); e de
• competência originária (art. 105, I, da CF/88).
Logo, não cabe IRDR no STJ caso este Tribunal esteja apreciando um recurso especial (art.
105, III, da CF/88). Isso porque, neste caso, já existe um outro mecanismo que cumpre
essa função, qual seja, o recurso especial repetitivo (art. 976, § 4º do CPC).
POR FIM: INFORMATIVO 658 STJ: Não caberá a instauração de IRDR se já encerrado o
julgamento de mérito do recurso ou da ação originária, mesmo que pendente de
julgamento embargos de declaração. STJ. 2ª Turma. AREsp 1.470.017-SP, Rel. Min.
Francisco Falcão, julgado em 15/10/2019 (Info 658). FONTE: DOD
Sendo um meio autônomo de impugnação das decisões judiciais e devendo ser proposta
perante o tribunal, a reclamação não possui natureza recursal, mas, sim, de AÇÃO,
consoante doutrina majoritária neste sentido.
Para o seu processamento, a reclamação deverá ser instruída com prova documental e
dirigida ao presidente do tribunal, que a mandará autuar e distribuir ao relator, de
preferência o mesmo da causa principal, requisitando-se informações da autoridade a quem
for imputada a prática do ato impugnado, que a prestará em 10 (dez) dias, ordenando-se a
suspensão do ato impugnado, se necessário for, e determinando-se a citação do
beneficiário do ato para que, no prazo de 15 (quinze) dias, apresente sua contestação.
Obs: Qualquer interessado poderá impugnar o pedido do reclamante (art. 990 CPC).
Ouvido o MP no prazo de 5 (cinco) dias, desde que não seja o autor da reclamação, a
questão será apreciada e, acaso acolhida, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu
julgado ou determinará a medida adequada à solução da controvérsia.
Info 938 STF (2019): Na reclamação fundada no descumprimento de decisão emanada pelo
STF, o ato alvo de controle deve ser posterior ao paradigma. Ex: em 2016, o Juiz proferiu
decisão negando a homologação do acordo de colaboração premiada celebrado com o
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Delegado de Polícia sob o argumento de que a autoridade policial não poderia firmar esse
pacto. Em 2018, o STF proferiu decisão afirmando que o Delegado de Polícia pode formalizar
acordos de colaboração premiada na fase de inquérito policial. Não cabe reclamação contra
esta decisão do Juiz de 2016 sob o argumento de que ela teria violado o acórdão do STF de
2018. Isso porque só há que se falar em reclamação se o ato impugnado por meio desta
ação é posterior à decisão paradigma.
3- Incidente de Resolução Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas
de Demandas Repetitivas quando houver, simultaneamente: a) EFETIVA repetição de processos que
(IRDR) contenham b) controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito; c) risco
de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
4- Julgamento de Recursos Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de Res ou REsps com fundamento
Repetitivos em idêntica questão de direito, haverá afetação para julgamento de acordo com as
disposições desta Subseção, observado o disposto no Regimento Interno do STF e
no do STJ.
5- Improcedência liminar Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente
do pedido pelo juiz da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do STF ou do STJ;
II - acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em IRDR ou IAC;
IV - enunciado de súmula de TJ sobre direito local.
8- Omissão da decisão para Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial
fins de embargos de para:
declaração do art. 1.022, § I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
único, I II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz
de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que: I - deixe de se manifestar
sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em IAC aplicável ao caso
sob julgamento.
9- Publicidade dos Art. 927. § 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-
precedentes -os por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede
mundial de computadores.
10. Edição de súmulas Art. 926. § 1o Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no
pelos tribunais conforme a regimento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a
sua jurisprudência sua jurisprudência dominante. § 2o Ao editar enunciados de súmula, os tribunais
dominante devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua
criação.
Querela Nulitatis
• Tem por fundamento a ausência de pressupostos de existência da relação processual.
• Fala-se em vícios transrescisórios, isto é, aqueles vícios que podem ser arguidos mesmo depois, e muito além,
de passado o prazo decadencial para a rescisória. A rescisão pressupõe a existência do processo; se este
sequer chegou ao patamar do ser, não há o que ser rescindido.
• Nesse contexto, a ação com base na querela nullitatis veicula pretensão de natureza negativa, por meio da
qual almeja a parte a declaração de inexistência de relação jurídica processual, naquelas hipóteses extremas
de ausência de pressupostos processuais relacionados à própria existência do processo (nulidades
insanáveis).
• Outro importante aspecto que merece ser destacado é o fato de a querela nullitatis não se submeter a
qualquer prazo prescricional ou decadencial, uma vez que seu principal objetivo é o de preservar a segurança
jurídica e o exercício do devido processo legal, que são intimamente afetados pela presença das nulidades
insanáveis (ou vícios transrescisórios); em outras palavras, o objeto dessa ação é a declaração de que o
processo não tem existência no mundo jurídico.
• Em nosso ordenamento, embora com outra terminologia, a querela nullitatis pode ser arguida via
impugnação ao cumprimento de sentença (CPC/2015, art. 525, I), embargos à execução (CPC/2015, art. 917,
VI), ou mesmo em ação autônoma (actio nullitatis), com base no art. 19, I, do NCPC.
• Ao contrário da rescisória, que sempre é processada e julgada por tribunal, a competência para o julgamento
da querela nullitatis insanabilis é do juízo que decidiu a causa em primeiro grau de jurisdição, porque não se
trata de desconstituição da coisa julgada (que, a rigor, não se formou), mas de declaração da inexistência da
relação jurídica processual.
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• Relacionando-se diretamente com os chamados vícios transrescisórios, a querela nullitatis
insanabilis desempenha importantíssimo papel no exercício da jurisdição e na garantia da segurança jurídica,
podendo ser manejada a qualquer tempo. Afigura-se, portanto, como ação declaratória cujo objeto é a
declaração de inexistência de suposta relação processual. De modo diverso da ação rescisória, que rescinde
o que é inválido ou defeituoso (desconstituindo a coisa julgada ora formada), a querela nullitatis declara a
inexistência daquilo que nunca chegou a ser.
• A ausência de citação é tida como um dos principais exemplos de vícios transrescisórios, haja vista que, ante
a falta do ato citatório, o processo não existe em relação àquele que deveria ser citado.
Em resumo
• Visa declarar a nulidade da decisão por inobservância de pressupostos de existência da relação jurídica
processual;
• Vícios transrescisórios, cujo principal exemplo é a ausência de citação;
• Não se submete a prazo decadencial ou prescricional;
• Competência é do juízo que proferiu a decisão.
APLICA-SE
# APELAÇÃO:
não unânime (DIVERGÊNCIA)
# AÇÃO RESCISÓRIA:
não unânime (DIVERGÊNCIA) + rescisão da sentença (PROCEDÊNCIA)
# AGRAVO DE INSTRUMENTO:
não unânime (DIVERGÊNCIA) + reforma do julgamento parcial (PROVIMENTO)
NÃO SE APLICA
# IAC
# IRDR
# REMESSA NECESSÁRIA
# PLENÁRIO
# CORTE ESPECIAL
DISTRATORES FCC
# NÃO IMPORTA SE A APELAÇÃO FOI PROVIDA OU IMPROVIDA. A técnica de ampliação de julgamento prevista no
CPC/2015 deve ser utilizada quando o resultado da apelação for não unânime, independentemente de ser julgamento que
reforma ou mantém a sentença impugnada. STJ, Quarta Turma, REsp 1.733.820-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por
maioria, julgado em 02/10/2018 (Info 639).
# NÃO PRECISA REQUERIMENTO EXPRESSO. A forma de julgamento prevista no art. 942 do CPC de 2015 não se
configura como espécie recursal nova, porquanto seu emprego será
automático e obrigatório, conforme indicado pela expressão "ojulgamento terá prosseguimento", no caput do dispositi
vo, faltando-lhe, assim, a voluntariedade e por não haver previsão legal para sua existência (taxatividade). STJ, Quarta
Turma, REsp 1.733.820-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por maioria, julgado em 02/10/2018 (Info 639).
# NÃO IMPORTA SE A APELAÇÃO FOI COM OU SEM MÉRITO. Aplica-se a técnica de ampliação do colegiado quando não
há unanimidade no juízo de admissibilidade recursal. STJ, Terceira Turma, REsp 1.798.705-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 22/10/2019 (Info 659)
A previsão deste art. 942 é chamada de “técnica de complementação de julgamento não unânime” ou “técnica
de ampliação do colegiado”. Vamos verificar outras informações sobre esta técnica.
Prosseguimento na mesma sessão: Sendo possível, o prosseguimento do julgamento pode ocorrer na mesma
sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado (§ 1º do art.
942).
Juízo de retratação: Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do
prosseguimento do julgamento (§ 2º do art. 942).
Ex: o resultado da apelação foi 2x1; dois Desembargadores votaram pelo provimento da apelação (em favor de
João); por outro lado, um Desembargador (Des. Raimundo) votou pelo desprovimento da apelação (contra João);
designou-se, então, um novo dia para prosseguimento do julgamento ampliado, tendo sido convocados dois
Desembargadores de uma outra Câmara Cível do Tribunal (Desembargadores Cláudio e Paulo); logo no início,
antes que Cláudio e Paulo votassem, o Des. Raimundo pediu a palavra e disse: olha, melhor refletindo nesses
dias, eu gostaria de evoluir meu entendimento e irei acompanhar a maioria votando pelo provimento da
apelação.
Mesmo que isso ocorra, ou seja, que alguém mude de opinião, ainda assim deverão ser colhidos os votos dos
Desembargadores convocados. Nesse sentido:
Enunciado 599-FFPC: A revisão do voto, após a ampliação do colegiado, não afasta a aplicação da técnica de
julgamento do art. 942.
Esse art. 942 é uma espécie de recurso? NÃO. Trata-se de uma “técnica de complementação de julgamento nas
decisões colegiadas não unânimes de segunda instância”. Nesse sentido: A forma de julgamento prevista no art.
942 do CPC/2015 não se configura como espécie recursal nova (não é um novo recurso). Isso porque o seu
emprego é automático e obrigatório. Desse modo, falta a voluntariedade, que é uma característica dos recursos.
Além disso, esta técnica não é prevista como recurso, não preenchendo assim a taxatividade. STJ. 4ª Turma.
REsp 1733820/SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 02/10/2018.
A parte que “perdeu” a apelação precisa pedir a aplicação do art. 942? NÃO. Essa técnica de julgamento é
obrigatória e aplicável de ofício, automaticamente, pelo Tribunal. A parte não precisa requerer a sua aplicação.
A técnica é aplicada antes da conclusão do julgamento - Como não se trata de recurso, a aplicação da técnica
ocorre em momento anterior à conclusão do julgamento, ou seja, não há proclamação do resultado, nem
lavratura de acórdão parcial, antes de a causa ser devidamente apreciada pelo colegiado ampliado. Tanto isso é
verdade que, conforme já explicado, sendo possível, o prosseguimento do julgamento pode ocorrer na mesma
sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado (§ 1º do art.
942). No entanto, mesmo que ocorra em outro dia, considera-se que houve um só julgamento. Não se encerrou
um para começar o outro ampliado.
Como ocorre a continuidade do julgamento na hipótese em que houve uma parte unânime e outra não
unânime? Ex: no julgamento de uma apelação contra sentença que havia negado integralmente a
indenização, a Câmara Cível entendeu de forma unânime (3x0) que houve danos materiais e por maioria (2x1)
que não ocorreram danos morais. Foram então convocados dois Desembargadores para a continuidade do
julgamento ampliado (art. 942). Esses dois novos Desembargadores que chegaram poderão votar também
sobre a parte unânime (danos materiais) ou ficarão restritos ao capítulo não unânime (danos morais)?
Poderão analisar de forma ampla, ou seja, tanto a parte unânime como não unânime. Foi o que decidiu o STJ:
O colegiado formado com a convocação dos novos julgadores (art. 942 do CPC/2015) poderá analisar de forma
ampla todo o conteúdo das razões recursais, não se limitando à matéria sobre a qual houve originalmente
divergência.
A técnica do art. 942 do CPC é aplicada em caso de acórdãos não unânimes (por maioria) proferidos em:
APELAÇÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO RESCISÓRIA
Não importa se o Tribunal Somente se o Tribunal reformou Se o resultado do acórdão for a
manteve ou reformou a decisão que julgou parcialmente o rescisão da sentença.
sentença. Basta que o mérito.
acórdão tenha sido por
maioria.
Precedentes
Introdução O tema “processos nos tribunais” é da maior importância para o sistema processual civil
brasileiro e, por isso, tem, a ele, um livro inteiramente dedicado, o de número III, da Parte
Especial. Há o regulamento dos meios de impugnação das decisões judiciais (recursos e
demandas autônomas de impugnação de decisões), bem como outros incidentes
processuais – de que é exemplo o conflito de competência – e processos de competência
originária dos tribunais, como o da ação rescisória ou o da reclamação. No mesmo livro III é
regulado o sistema de precedentes judiciais estabelecido para o direito processual civil
brasileiro.
A doutrina não mediu esforços para que fosse implantado um sistema de precedentes
obrigatórios desde o advento da CF. Esse sistema ganha forças com a edição da EC 3/93, que
criou a figura da ação declaratória de constitucionalidade e o efeito vinculante das decisões
proferidas pelo STF. No ano de 2004 com a EC 45 (Reforma do Judiciário), restou positivada
a súmula vinculante (posteriormente regulada pela Lei 11.417/2006), o que garantiu a
vinculação dos juízes a ratio decidendi dos precedentes.
A partir desse momento, o sistema brasileiro ficou mais próximo do sistema do common
law. A litigiosidade em massa cresceu mais ainda e a necessidade de reformas pontuais no
sistema processual mostrou-se cada vez mais forçosa para que tivéssemos uma maior carga
de vinculatividade a temas que não fossem relacionados apenas à matéria constitucional.
Tivemos, então, várias reformas pontuais implementadas no CPC/73, tais como o recurso
especial repetitivo, o julgamento monocrático de recursos, a repercussão geral para o
julgamento do recurso extraordinário, entre outras.
Precedente, PRECEDENTE é qualquer julgamento que venha a ser utilizado como fundamento de um
Decisão, outro julgamento que venha a ser posteriormente proferido. Sempre que um órgão
Jurisprudência e jurisdicional se valer de uma decisão previamente proferida para fundamentar sua decisão,
Súmula empregando-a como base de tal julgamento, a decisão anteriormente prolatada será
considerada um precedente. Ou seja, precedente nada mais é do que uma decisão proferida
em um caso concreto isoladamente considerado, cujas razões de decidir (ratio decidendi)
acabam formando uma tese jurídica que pode servir de base para aplicação em casos
futuros que guardem semelhança com esse caso.
O art. 926, § 2º, CPC, aponta ser vedado ao tribunal editar enunciado de súmula que não
se atenta às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação. Com a
eficácia vinculante que as súmulas passaram a ter, os tribunais devem tomar especial
cuidado com a identidade ou ao menos similaridade fática dos precedentes que
fundamentam sua edição.
Princípios consagrados pela adoção de um sistema de precedentes obrigatórios:
Promove a igualdade.
Promove a confiança, o direito tem que ser previsível. Segurança jurídica evita, inclusive,
que as pessoas recorram ao judiciário. A previsibilidade evita demandas temerárias o que,
em última instancia, acelera o processo.
Aceleração do processo diante da simplificação da controvérsia.
Dá racionalidade ao direito. Isso porque o direito não fica submetido ao voluntarismo de
cada juiz.
Jurisprudência Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e
ESTÁVEL, ÍNTEGRA coerente.
e COERENTE
O art. 926 CPC, corrobora a maior aposta do novo texto processual civil na criação de um
ambiente decisório mais isonômico e previsível, exigindo que os tribunais deem o exemplo.
O próprio STJ já havia se manifestado que a jurisprudência não deve variar ao sabor das
convicções pessoais dos julgadores (Segunda Seção, AgRg no EREsp 593.309/DF, rel. Min.
Humberto Gomes de Barros, j. 26.10.2005).
Ademais, quando os tribunais não respeitam a sua própria jurisprudência, ou seja, quando
desrespeitam seus entendimentos majoritários, os órgãos hierarquicamente inferiores não
sabem qual entendimento aplicar no caso concreto à luz do entendimento do tribunal
superior.
ESTÁVEL
Impede que os tribunais simplesmente abandonem ou modifiquem sem qualquer
justificativa plausível (por vezes, até mesmo sem qualquer justificativa) seus entendimentos
consolidados. Não pode o tribunal, sob pena de violar o princípio da isonomia jurídica e,
principalmente, da segurança jurídica, simplesmente deixar de aplicar um entendimento
consolidado sem justificativa séria, palatável e devidamente exposta.
Estável é a jurisprudência que não se altera frequentemente, pois nada impede sua
modificação. Caso esta ocorra, deverá ser fundamentada de forma específica e adequada,
nos termos do art. 927 § 4º CPC, justificando-se porque não aplicará no caso concreto a
jurisprudência consolidada.
ÍNTEGRA
É aquela construída levando-se em consideração o histórico de decisões proferidas pelo
tribunal a respeito da mesma matéria jurídica, ou seja, para se formar uma jurisprudência
íntegra devem ser considerados todos os fundamentos rejeitados e acolhidos nos
julgamentos que versam sobre a mesma matéria jurídica.
COERENTE
É da própria essência da ideia de uniformização de jurisprudência, porque assegura uma
aplicação isonômica do entendimento consolidado em casos semelhantes, ou seja, que
versem sobre a mesma questão jurídica. Cria um dever ao tribunal de decidir casos análogos
com a mesma interpretação da questão jurídica comum a todos eles.
Por outro lado, doutrina amplamente majoritária entende que é suficiente para consagrar a
eficácia vinculante aos precedentes e enunciados sumulares previstos em seus incisos. Ou
seja, “observarão” significa aplicarão de forma obrigatória.
Vamos, então, à análise dos incisos do art. 927 CPC.
Controle Numa primeira leitura pode-se concluir não se tratar de grande novidade, considerando-se
Concentrado de a eficácia erga omnes do controle concentrado de constitucionalidade realizado pelo STF
Constitucionalidade (art. 28, p. único, Lei 9.868/1999). Ademais, o art. 102, § 2º, CF prevê que as decisões
definitivas de mérito, proferidas pelo STF, nas ADIs e nas ADCs produzirão eficácia contra
todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
O STF vinha aplicando a tese ora analisada, mas atualmente o entendimento do tribunal se
modificou (Tribunal Pleno, Rcl 11.479 AgR/CE, rel. Min. Cármen Lúcia, j. 19.12.2012), ou seja,
a teoria subsiste apenas no plano doutrinário, não tendo aplicação na praxe forense.
Enunciados de Nos termos do art. 103-A CF, o STF poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão
Súmulas de 2/3 dos seus membros após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar
Vinculantes súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação
aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento,
na forma da lei. Ou seja, a eficácia vinculante extrapola a atuação do Poder Judiciário,
vinculando também a Administração Pública.
Precedentes O art. 928 CPC, prevê as hipóteses que se consideram julgamento de casos repetitivos:
criados em decisões proferidas em IRDR (I) e em REX e REsp repetitivos (II). Os julgamentos proferidos
julgamentos de em ambos os casos, ainda que por meio de técnicas procedimentais significativamente
casos repetitivos e distintas, são precedentes obrigatórios.
no incidente de
resolução de O IAC (incidente de assunção de competência) não se confunde com o julgamento de casos
competência repetitivos, prevendo, o art. 947 CPC que é admissível quando o julgamento de recurso, de
remessa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão
de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos. São
técnicas de julgamento para situações distintas, mas que tem em comum a criação de
precedentes obrigatórios.
É natural que o precedente formado no julgamento de casos repetitivos venha a ser aplicado
com maior frequência do que aquele formado no IAC, em razão da quantidade de processo
que versam sobre a mesma questão jurídica, mas em termos de eficácia vinculante não há
diferença entre eles, inclusive sendo reunidos num mesmo dispositivo legal.
Enunciado das O art. 927, IV, CPC, praticamente torna todas as súmulas dos tribunais superiores com
súmulas no STF em eficácia vinculante, sejam elas súmulas vinculantes ou não, à exceção daquelas editadas pelo
matéria STF que disseram respeito a normas infraconstitucionais, circunstância até certo ponto
constitucional e do comum na seara processual.
STJ em matéria
infraconstitucional
Orientação do O art. 927, V, CPC, dá eficácia vinculante à orientação do plenário ou do órgão especial aos
Plenário ou do quais estiverem vinculados os juízes e os tribunais. “Orientação”, aqui, é entendido como
órgão Especial aos “decisão”, porque o órgão jurisdicional não tem natureza consultiva.
quais estiverem
vinculados
Reclamação As decisões que desrespeitam os precedentes obrigatórios, inclusive aqueles derivados de
Constitucional decisão proferida em controle de constitucionalidade, e as súmulas vinculantes, são
impugnáveis por reclamação constitucional, nos termos do art. 988, III e IV, CPC.
Essa realidade cria uma eficácia maior e menor entre as hipóteses previstas no art. 927, CPC.
Com a criação de um inciso II ao § 5º, do art. 988, CPC, a decisão que desrespeita precedente
de repercussão geral ou de REsp ou de RExtr em questão repetitiva só poderá ser
impugnada por reclamação constitucional se esgotadas todas as instâncias ordinárias.
O IAC continua a ser impugnável por reclamação constitucional, porque permanece previsto
o inciso IV, do art. 988, CPC, e não está previsto no § 5º, II, do mesmo dispositivo legal.
A ratio decidendi não é expressão nova no direito brasileiro, vez que os tribunais superiores
RATIO DECIDENDI E a utilizam com relativa frequência, ora com a utilização da expressão “motivos
OBITER DICTA determinantes”, ora com a utilização da expressão “razões de decidir”. Como ensina a
melhor doutrina, a ratio decidendi (chamada de holding no direito americano) é o núcleo
do precedente, seus fundamentos determinantes, sendo exatamente o que vincula.
Apesar de ser problemática a distinção entre ambos os institutos, num caso concreto, fato
é que se torna possível afirmar que a ratio decidendi do precedente vincula, o que não
ocorre com a fundamentação obiter dictum.
Como o CPC adotou a teoria dos precedentes judiciais obrigatórios, seria interessante que
DISTINÇÃO se consagrasse seus fenômenos da distinção (distinguishing) e da superação (overruling).
(DISTINGUISHING)
O art. 927, §§ 2º a 4º, CPC, entretanto, só trata da superação do precedente, não havendo
qualquer previsão legal a respeito da distinção. Trata-se de hipótese de não aplicação do
precedente no caso concreto sem, entretanto, sua revogação.
Dessa forma, é excluída a aplicação do precedente judicial apenas para o caso concreto em
razão de determinadas particularidades fáticas e/ou jurídicas, mantendo-se o precedente
válido e com eficácia vinculante para outros processos.
Neste aspecto, o overruling trata-se de medida que acarreta o afastamento de uma regra
estabelecida anteriormente, ocorrendo quando um tribunal resolve de modo diverso uma
situação jurídica que antes era solucionada por meio de um precedente estabelecido
anteriormente, recorrendo a novos fundamentos que conduzem a resultado diverso,
estabelecendo-se, assim, uma nova regra jurídica que regerá situações semelhantes ou até
mesmo idênticas.
Overruling:
Consiste na técnica por meio da qual um precedente perde a sua força vinculante e é
substituído (overruled) por outro.
Motivos para Apesar de o art. 927, § 4º, CPC, exigir que a fundamentação da superação considere os
Superação princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia, não há, no CPC,
qualquer regra a respeito das motivações que justificam a superação do entendimento
sumulado ou consagrado em precedente obrigatório. Devem ser consideradas, porém:
✓ Superveniente realidade econômica, política, econômica ou social ou de revogação ou
modificação de norma em que se fundou a tese do precedente;
✓ Superação de precedente ou súmula em razão de mudança legislativa que com suas
razões conflite;
✓ Correção de erro manifesto ou grave injustiça.
De qualquer forma, qualquer que seja o motivo da superação, somente o próprio tribunal
que fixou a tese com eficácia vinculante tem competência para superar seu próprio
entendimento.
Neste sentido, como a demora do processo de superação será uma constante, é possível
que o tribunal adote a técnica conhecida no direito americano como signaling, ou seja, o
tribunal sinaliza aos jurisdicionados que poderá modificar seu entendimento, sem,
entretanto, fazê-lo, ou mesmo se vinculando a tal sinalização, já que ele demonstra
somente uma possibilidade de futura superação, que poderá nem vir a ocorrer. A partir da
adoção dessa técnica, os tribunais inferiores terão fundamento mais seguro para se valerem
do antecipatory overruling.
Fundamentação da O art. 927, § 4º, CPC, prevê que a modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência
decisão de pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade
superação de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica,
da proteção da confiança e da isonomia.
Modulação dos Se o precedente passa a ser obrigatório e a súmula passa a ter eficácia vinculante, cria-se
efeitos da uma expectativa de comportamento em todos, que, confiantes no entendimento
Superação consolidado e vinculante fixado pelos tribunais passam a pautar sua conduta no plano
material da forma como entende adequada os tribunais. Cria-se, dessa forma, uma
previsibilidade de conduta conforme a interpretação da lei consolidada pelos tribunais em
suas súmulas e precedentes, gerada pela expectativa legítima de que o Poder Judiciário
continuará a decidir conforme seus precedentes e súmulas.
Procedimento Não há previsão específica e geral a respeito do procedimento a ser adotado pelo tribunal
na superação do entendimento fixado em súmula com eficácia vinculante e precedente
obrigatório.
A única previsão procedimental é o § 2º, do art. 927 CPC, ao prever que a alteração de tese
jurídica adotada em súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de
audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam
contribuir para a rediscussão da tese.
Como o CPC/2015 não revogou o procedimento previsto na Lei 11.417/06 para a revogação
da súmula vinculante, não há qualquer dúvida que, para sua superação, deva ser esse o
procedimento a ser observado.
Para a superação de tese fixada em julgamento de IRDR, o art. 986 CPC, prevê que a revisão
da tese jurídica firmada far-se-á pelo mesmo tribunal, de ofício ou mediante requerimento
dos legitimados mencionados no art. 977, III, CPC.
2. (arts. 10 e 927, §1º) Para a formação do precedente, somente podem ser usados argumentos submetidos ao
contraditório. (Grupo: Precedentes 2)
55. (art. 927, § 3º) Pelos pressupostos do § 3º do art. 927, a modificação do precedente tem, como regra, eficácia
temporal prospectiva. No entanto, pode haver modulação temporal, no caso concreto. (Grupo: Precedentes 2)
146. (art. 332, I; art. 927, IV) Na aplicação do inciso I do art. 332, o juiz observará o inciso IV do caput do art. 927.
(Grupo: Precedentes)
166. (art. 926) A aplicação dos enunciados das súmulas deve ser realizada a partir dos precedentes que os
formaram e dos que os aplicaram posteriormente. (Grupo: Precedentes)
167. (art. 926; art. 947, § 3º; art. 976; art. 15) Os tribunais regionais do trabalho estão vinculados aos enunciados
de suas próprias súmulas e aos seus precedentes em incidente de assunção de competência ou de resolução de
demandas repetitivas. (Grupo: Impacto do CPC no Processo do Trabalho)
168. (art. 927, I; art. 988, III) Os fundamentos determinantes do julgamento de ação de controle concentrado de
constitucionalidade realizado pelo STF caracterizam a ratio decidendi do precedente e possuem efeito vinculante
para todos os órgãos jurisdicionais. (Grupo: Precedentes; redação revista no IV FPPC-BH)
169. (art. 927) Os órgãos do Poder Judiciário devem obrigatoriamente seguir os seus próprios precedentes, sem
prejuízo do disposto nos § 9º do art. 1.037 e §4º do art. 927. (Grupo: Precedentes)
170. (art. 927, caput) As decisões e precedentes previstos nos incisos do caput do art. 927 são vinculantes aos
órgãos jurisdicionais a eles submetidos. (Grupo: Precedentes)
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171. (art. 927, II, III e IV; art. 15) Os juízes e tribunais regionais do trabalho estão vinculados aos precedentes do
TST em incidente de assunção de competência em matéria infraconstitucional relativa ao direito e ao processo do
trabalho, bem como às suas súmulas. (Grupo: Impacto do CPC no Processo do Trabalho)
172. (art. 927, § 1º) A decisão que aplica precedentes, com a ressalva de entendimento do julgador, não é
contraditória. (Grupo: Precedentes)
173. (art. 927) Cada fundamento determinante adotado na decisão capaz de resolver de forma suficiente a questão
jurídica induz os efeitos de precedente vinculante, nos termos do Código de Processo Civil. (Grupo: Precedentes;
redação revista no IV FPPC-BH)74
174. (art. 1.037, § 9º) A realização da distinção compete a qualquer órgão jurisdicional, independentemente da
origem do precedente invocado. (Grupo: Precedentes)
175. (art. 927, § 2º) O relator deverá fundamentar a decisão que inadmitir a participação de pessoas, órgãos ou
entidades e deverá justificar a não realização de audiências públicas. (Grupo: Precedentes)
305. (arts. 489, § 1º, IV, 984, §2º, 1.038, § 3º). No julgamento de casos repetitivos, o tribunal deverá enfrentar
todos os argumentos contrários e favoráveis à tese jurídica discutida, inclusive os suscitados pelos interessados.
(Grupo: Precedentes; redação revista no V FPPC-Vitória)
306. (art. 489, § 1º, VI). O precedente vinculante não será seguido quando o juiz ou tribunal distinguir o caso sob
julgamento, demonstrando, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta,
a impor solução jurídica diversa. (Grupo: Precedentes)
314. (arts. 926 e 927, I e V). As decisões judiciais devem respeitar os precedentes do Supremo Tribunal Federal, em
matéria constitucional, e do Superior Tribunal de Justiça, em matéria infraconstitucional federal. (Grupo:
Precedentes)
315. (art. 927). Nem todas as decisões formam precedentes vinculantes. (Grupo: Precedentes)
316. (art. 926). A estabilidade da jurisprudência do tribunal depende também da observância de seus próprios
precedentes, inclusive por seus órgãos fracionários. (Grupo: Precedentes)
317. (art. 927). O efeito vinculante do precedente decorre da adoção dos mesmos fundamentos determinantes
pela maioria dos membros do colegiado, cujo entendimento tenha ou não sido sumulado. (Grupo: Precedentes)
318. (art. 927). Os fundamentos prescindíveis para o alcance do resultado fixado no dispositivo da decisão (obiter
dicta), ainda que nela presentes, não possuem efeito de precedente vinculante. (Grupo: Precedentes)
319. (art. 927). Os fundamentos não adotados ou referendados pela maioria dos membros do órgão julgador não
possuem efeito de precedente vinculante. (Grupo: Precedentes)
320. (art. 927). Os tribunais poderão sinalizar aos jurisdicionados sobre a possibilidade de mudança de
entendimento da corte, com a eventual superação ou a criação de exceções ao precedente para casos futuros.
(Grupo: Precedentes)
321. (art. 927, § 4º). A modificação do entendimento sedimentado poderá ser realizada nos termos da Lei nº
11.417, de 19 de dezembro de 2006, quando se tratar de enunciado de súmula vinculante; do regimento interno
dos tribunais, quando se tratar de enunciado de súmula ou jurisprudência dominante; e, incidentalmente, no
julgamento de recurso, na remessa necessária ou causa de competência originária do tribunal. (Grupo:
Precedentes)
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322. (art. 927, §4º). A modificação de precedente vinculante poderá fundar-se, entre outros motivos, na revogação
ou modificação da lei em que ele se baseou, ou em alteração econômica, política, cultural ou social referente à
matéria decidida. (Grupo: Precedentes)
323. (arts. 926 e 927). A formação dos precedentes observará os princípios da legalidade, da segurança jurídica, da
proteção da confiança e da isonomia. (Grupo: Precedentes)
324. (art. 927). Lei nova, incompatível com o precedente judicial, é fato que acarreta a não aplicação do precedente
por qualquer juiz ou tribunal, ressalvado o reconhecimento de sua inconstitucionalidade, a realização de
interpretação conforme ou a pronúncia de nulidade sem redução de texto. (Grupo: Precedentes)
325. (arts. 927 e 15). A modificação de entendimento sedimentado pelos tribunais trabalhistas deve observar a
sistemática prevista no art. 927, devendo se desincumbir do ônus argumentativo mediante fundamentação
adequada e específica, modulando, quando necessário, os efeitos da decisão que supera o entendimento anterior.
(Grupo: Impacto do CPC no processo do trabalho)
326. (arts. 927 e 15). O órgão jurisdicional trabalhista pode afastar a aplicação do precedente vinculante quando
houver distinção entre o caso sob julgamento e o paradigma, desde que demonstre, fundamentadamente, tratar-
se de situação particularizada por hipótese fática distinta, a impor solução jurídica diversa. (Grupo: Impacto do CPC
no processo do trabalho)
327. (art. 928, parágrafo único). Os precedentes vinculantes podem ter por objeto questão de direito material ou
processual. (Grupo: Precedentes)
334. (art. 947). Por força da expressão “sem repetição em múltiplos processos”, não cabe o incidente de assunção
de competência quando couber julgamento de casos repetitivos. (Grupo: Precedentes)
335. (arts. 947 e 15). O incidente de assunção de competência aplica-se ao processo do trabalho. (Grupo: Impacto
do CPC no processo do trabalho)
342. (art. 976) O incidente de resolução de demandas repetitivas aplica-se a recurso, a remessa necessária ou a
qualquer causa de competência originária. (Grupo: Precedentes)
343. (art. 976) O incidente de resolução de demandas repetitivas compete a tribunal de justiça ou tribunal regional.
(Grupo: Precedentes)
348. (arts. 987 e 1.037, II, §§ 6º a 8º e seguintes99) Os interessados serão intimados da suspensão de seus processos
individuais, podendo requerer o prosseguimento ao juiz ou tribunal onde tramitarem, demonstrando a distinção
entre a questão a ser decidida e aquela a ser julgada no incidente de resolução de demandas repetitivas, ou nos
recursos repetitivos. (Grupo: Precedentes)
349. (arts. 982, § 5º e 988) Cabe reclamação para o tribunal que julgou o incidente de resolução de demandas
repetitivas caso afrontada a autoridade dessa decisão. (Grupo: Precedentes)
350. (arts. 988 e 15) Cabe reclamação, na Justiça do Trabalho, da parte interessada ou do Ministério Público, nas
hipóteses previstas no art. 988, visando a preservar a competência do tribunal e garantir a autoridade das suas
decisões e do precedente firmado em julgamento de casos repetitivos. (Grupo: Impacto do CPC no processo do
trabalho)
363. (arts. 1.036-1.040). O procedimento dos recursos extraordinários e especiais repetitivos aplica-se por analogia
às causas repetitivas de competência originária dos tribunais superiores, como a reclamação e o conflito de
competência. (Grupo: Precedentes) 364. (art. 1.036, §1º). O sobrestamento da causa em primeira instância não
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ocorrerá caso se mostre necessária a produção de provas para efeito de distinção de precedentes. (Grupo:
Precedentes)
380. (arts. 8º, 926, 927) A expressão “ordenamento jurídico”, empregada pelo Código de Processo Civil, contempla
os precedentes vinculantes. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de competência)
391. (art. 138, §3º) O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar recursos repetitivos. (Grupos:
Litisconsórcio e intervenção de terceiros; Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de competência)
452. (arts. 921, §1 a 5º, 980 e 982) Durante a suspensão do processo prevista no art. 982 não corre o prazo de
prescrição intercorrente. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de competência)
453. (arts. 926 e 1.022, parágrafo único, I) A estabilidade a que se refere o caput do art. 926 consiste no dever de
os tribunais observarem os próprios precedentes. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de
competência)
454. (arts. 926 e 1.022, parágrafo único, I) Uma das dimensões da coerência a que se refere o caput do art. 926
consiste em os tribunais não ignorarem seus próprios precedentes (dever de autorreferência). (Grupo:
Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de competência)
455. (art. 926) Uma das dimensões do dever de coerência significa o dever de não contradição, ou seja, o dever de
os tribunais não decidirem casos análogos contrariamente às decisões anteriores, salvo distinção ou superação.
(Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de competência)
456. (art. 926) Uma das dimensões do dever de integridade consiste em os tribunais decidirem em conformidade
com a unidade do ordenamento jurídico. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de
competência)
457. (art. 926) Uma das dimensões do dever de integridade previsto no caput do art. 926 consiste na observância
das técnicas de distinção e superação dos precedentes, sempre que necessário para adequar esse entendimento à
interpretação contemporânea do ordenamento jurídico. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e
Assunção de competência)
458. (arts. 926, 927, §1º, e 10) Para a aplicação, de ofício, de precedente vinculante, o órgão julgador deve intimar
previamente as partes para que se manifestem sobre ele. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e
Assunção de competência)
459. (arts. 927, §1º, 489, §1º, V e VI, e 10) As normas sobre fundamentação adequada quanto à distinção e
superação e sobre a observância somente dos argumentos submetidos ao contraditório são aplicáveis a todo o
microssistema de formação dos precedentes. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de
competência)
460. (arts. 927, §1º, 138) O microssistema de aplicação e formação dos precedentes deverá respeitar as técnicas
de ampliação do contraditório para amadurecimento da tese, como a realização de audiências públicas prévias e
participação de amicus curiae. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de competência)
461. (arts. 927, §2º, e art. 947) O disposto no §2º do art. 927 aplica-se ao incidente de assunção de competência.
(Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de competência)
467. (arts. 947, 179, 976, §2º, 982, III, 983, caput, 984, II, “a”) O Ministério Público deve ser obrigatoriamente
intimado no incidente de assunção de competência. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção
de competência)
469. (Art. 947). A “grande repercussão social”, pressuposto para a instauração do incidente de assunção de
competência, abrange, dentre outras, repercussão jurídica, econômica ou política. (Grupo: Precedentes, IRDR,
Recursos Repetitivos e Assunção de competência)
470. (art. 982, I) Aplica-se no âmbito dos juizados especiais a suspensão prevista no art. 982, I. (Grupo: Precedentes,
IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de competência)
471. (art. 982, §3º) Aplica-se no âmbito dos juizados especiais a suspensão prevista no art. 982, §3º. (Grupo:
Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de competência)
472. (art. 985, I) Aplica-se o inciso I do art. 985 ao julgamento de recursos repetitivos e ao incidente de assunção
de competência. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de competência)
473. (art. 986) A possibilidade de o tribunal revisar de ofício a tese jurídica do incidente de resolução de demandas
repetitivas autoriza as partes a requerê-la. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de
competência)
480. (arts. 1.037, II, 928 e 985, I) Aplica-se no âmbito dos juizados especiais a suspensão dos processos em trâmite
no território nacional, que versem sobre a questão submetida ao regime de julgamento de recursos especiais e
extraordinários repetitivos, determinada com base no art. 1.037, II. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos
Repetitivos e Assunção de competência)
481. (art. 1037, §§ 9º a 13) O disposto nos §§ 9º a 13 do art. 1.037 aplica-se, no que couber, ao incidente de
resolução de demandas repetitivas. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de competência)
482. (art. 1.040, I) Aplica-se o art. 1.040, I, aos recursos extraordinários interpostos nas turmas ou colégios recursais
dos juizados especiais cíveis, federais e da fazenda pública. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e
Assunção de competência)
522. (art. 489, inc. I; arts. 931 e 933): O relatório nos julgamentos colegiados tem função preparatória e deverá
indicar as questões de fato e de direito relevantes para o julgamento e já submetidas ao contraditório. (Grupo:
Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de competência)
524. (art. 489, §1º, IV; art. 985, I) O art. 489, §1º, IV, não obriga o órgão julgador a enfrentar os fundamentos
jurídicos deduzidos no processo e já enfrentados na formação da decisão paradigma, sendo necessário demonstrar
a correlação fática e jurídica entre o caso concreto e aquele já apreciado. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos
Repetitivos e Assunção de competência)
549. (art. 927; Lei n.º 10.259/2001) – O rol do art. 927 e os precedentes da Turma Nacional de Uniformização dos
Juizados Especiais Federais deverão ser observados no âmbito dos Juizados Especiais. (Grupo: Impacto nos Juizados
e nos procedimentos especiais da legislação extravagante)
556. (art. 981) - É irrecorrível a decisão do órgão colegiado que, em sede de juízo de admissibilidade, rejeita a
instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas, salvo o cabimento dos embargos de declaração.
(Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de competência)
558. (art. 988, IV, §1º; art. 927, III; art. 947, §3º) Caberá reclamação contra decisão que contrarie acórdão proferido
no julgamento dos incidentes de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência para o
tribunal cujo precedente foi desrespeitado, ainda que este não possua competência para julgar o recurso contra a
decisão impugnada. (Grupo: Precedentes, IRDR, Recursos Repetitivos e Assunção de competência)
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Distinguishing Overruling Overriding Transformation
É a prática de não aplicar Afasta totalmente a Tribunal apenas limita o Técnica em que o
dado precedente aplicação do precedente âmbito da incidência de Tribunal, a despeito de
vinculante por se porque a tese foi um precedente. Ocorre deixar de aplicar o
reconhecer que a superada. Necessária uma superação parcial. precedente firmado
situação sub judice fundamentação adequada anteriormente, tenta
(aquela que se está e específica compatibilizá-lo com a
julgando imediatamente) nova orientação
não se encarta nos adotada. Seria uma
parâmetros de incidência espécie de “implied
do precedente. ... Já o overruling ao quadrado”,
defiance é a afronta uma vez que além de
direta ao entendimento revogar o anterior de
consolidado no forma IMPLÍCITA, ainda
precedente. tenta compatibiliza-lo
com o novo precedente.
OVERRULING REVERSAL
Representa uma técnica de superação do Representa tão somente a reforma, por uma Corte
precedente, superior, de uma decisão proferida por órgão inferior. É o
que ocorre nos casos em que, no julgamento de um
recurso, o órgão ad quem altera o entendimento firmado
pelo órgão a quo. O reversal não configura, pois, uma
técnica de superação do precedente, mas apenas uma
TÉCNICA DE CONTROLE.
Legitimados: PR, Mesa do SF, Mesa da CD, PGR, Conselho Federal da OAB, Defensor
Público Geral da União, partido político com representação no CN, confederação
sindical ou entidade de classe de âmbito nacional, Mesa de Assembleia Legislativa ou
da Câmara Legislativa do Distrito Federa e o Governador de Estado ou do Distrito
Federal.
A súmula com efeito vinculante tem eficácia imediata, mas o Supremo Tribunal Federal,
por decisão de 2/3 (dois terços) dos seus membros, poderá restringir os efeitos
vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em vista
razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse público.
A súmula com efeito vinculante tem eficácia imediata, mas o Supremo Tribunal Federal,
por decisão de 2/3 (dois terços) dos seus membros, poderá restringir os efeitos
vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em vista
razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse público.
Incidente de Conceito: Trata-se de um incidente no qual um órgão colegiado fracionário indicado pelo
Assunção de regimento interno do tribunal assume a competência anteriormente atribuída a outro
Competência órgão do mesmo tribunal, para o julgamento de um recurso, de uma remessa necessária
ou de uma ação de competência originária.
Logo, há um redirecionamento de competência, a competência que era de um órgão passa
para outro órgão de um mesmo tribunal. Assunção porque “assume-se a competência”.
Exemplo: o STJ tem uma corte especial; três sessões e 6 turmas. Um processo é distribuído
para a 1ª turma e esta percebe que há uma divergência interna sobre aquela matéria.
Então, a própria 1ª turma redireciona a competência para a corte especial e esta irá
assumir a competência, estando presentes os requisitos, ou seja, fará a assunção de
competência. Insta salientar que o incidente de assunção de competência não pertence
ao microssistema da tutela de casos repetitivos.
Incidente de O IRDR não configura uma ação autônoma ou recurso, mas sim um incidente processual
Resolução de direcionado aos Tribunais de Segunda Instância (Estaduais ou Regionais). Assim, tem como
Demandas objetivo suspender o andamento de ações que versem sobre uma questão de direito
Repetitivas específica em casos em que fique configurada a repetição de processos e o risco de ofensa
aos princípios da isonomia e da segurança jurídica.
O que é o IRDR? Existindo processos repetitivos, sobre uma mesma matéria de direito,
em um determinado Estado ou Região, o aludido incidente será suscitado perante o
Presidente do Tribunal local. No caso de ser admitido o incidente, todos os processos com
a mesma matéria, no Estado ou Região, serão suspensos pelo prazo máximo de 01 (um)
ano. Nesse período o Tribunal irá julgá-lo. Julgado o incidente, a tese jurídica fixada será
aplicada em todos os processos, presentes e futuros. Logo, todos os juízes deverão aplicar
a tese, uma vez que há uma vinculação.
Observações Importantes:
Os requisitos do IRDR são requisitos cumulativos;
Legitimidade: (1) Juiz ou Relator; (2) partes; (3) MP e (4) Defensoria Pública.
Observações Importantes:
O juiz e o relator podem suscitar inclusive de ofício;
O Presidente do Tribunal, o Presidente do colegiado e os demais integrantes do
colegiado NÃO podem suscitar o incidente, ou seja, se o processo é no tribunal só o
RELATOR poderá suscitar o IRDR.
Caso não suscite o incidente, o Ministério Público participará do mesmo como fiscal
da ordem jurídica (Lembrar que no CPC/73 era “fiscal da lei”).
O membro do Ministério Público assume a titularidade do incidente caso ocorra
desistência ou abandono do processo.
Embora não esteja expressamente previsto no Novo CPC, cumpre salientar que a
legitimidade da Defensoria Pública é restrita à defesa dos necessitados ou dos
hipossuficientes.
O juiz e o relator suscitam o incidente por ofício; os demais legitimados, por petição.
Competência: O IRDR será dirigido ao Presidente do Tribunal Local e será julgado pelo
órgão indicado no regimento interno do tribunal, entre aqueles responsáveis pela
uniformização de jurisprudência. De acordo com o FPPC 343, o IRDR compete ao Tribunal
de Justiça ou Tribunal Regional, ou seja, tribunal local (necessariamente!). Ademais,
destaca-se que quando o incidente se originar de processo que tramita em primeira
instância, o Tribunal fixará apenas a tese. Quando o incidente se originar de processo que
tramita no tribunal, este fixará a tese e julgará, em concreto, o processo (Ver o
artigo. 978, parágrafo único do NCPC).
Procedimento:
A parte legitimada suscita o incidente perante o Presidente do Tribunal, por ofício ou
petição, instruindo com os documentos necessários.
O IRDR será distribuído ao colegiado competente que fará a sua admissibilidade,
verificando se estão presentes os requisitos do IRDR.
Admitido o IRDR, o relator determinará a suspensão de todos os processos com a
mesma matéria, individuais ou coletivos, de primeira ou segunda instância, que
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tramitam no Estado ou Região. A suspensão terá o prazo máximo de 01 (um) ano.
Após esse período, os processos continuarão a correr.
Vale lembrar que há uma possibilidade de extensão do sobrestamento para todo o
território nacional, qual seja: o legitimado pode requerer ao Presidente, do STJ ou
STF, a suspensão de todos os processos em curso no território nacional, que versem
sobre a mesma matéria. Neste caso, cessa a suspensão se não for interposto recurso
especial ou recurso extraordinário contra a decisão proferida no IRDR.
O relator ouvirá as partes (do processo originário), o Ministério Público e os demais
interessados, no prazo de 15 dias, podendo deferir a participação do “amicus curiae”,
bem como marcar audiência pública ou requisitar informações.
No julgamento do IRDR haverá possibilidade de sustentação oral, sendo que poderão
falar: o autor, o réu, o Ministério Público e demais interessados.
O Tribunal fixará a tese jurídica e decidirá, em concreto, o recurso, o reexame ou a
ação, se for o caso (se o processo tramitar no tribunal).
Aplicação da Tese Jurídica: Julgado o IRDR, a tese jurídica fixada deverá ser aplicada por
todos os juízes e Tribunais, no Estado ou Região, aos casos idênticos em tramitação e aos
processos futuros, salvo se existir distinção ou superação (art. 985, incisos I e II e §§ 1º e
2º do Novo CPC). Desse modo, destaca-se que o IRDR é um precedente obrigatório e não
meramente persuasivo.
Recursos: Das decisões do IRDR podem caber os seguintes recursos: (1) Embargos de
declaração; (2) Recurso especial; (3) Recurso extraordinário.
Onde será proposta? A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu
julgamento compete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou
cuja autoridade se pretenda garantir.
A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do
tribunal.
Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo
principal, sempre que possível.
É inadmissível a reclamação: (1) proposta após o trânsito em julgado da decisão
reclamada; (2) proposta para garantir a observância de acórdão de recurso
extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em
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julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas
as instâncias ordinárias.
A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida
pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação.
Ao despachar a reclamação, o relator: (1) requisitará informações da autoridade a
quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no prazo de 10 (dez)
dias; (2) - se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para
evitar dano irreparável;(3) determinará a citação do beneficiário da decisão
impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para apresentar a sua contestação.
Julgando procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu
julgado ou determinará medida adequada à solução da controvérsia.
O presidente do tribunal determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-
se o acórdão posteriormente.
Ação Rescisória A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou,
ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou
venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar
pronunciamento favorável;
Quem pode Partes, MP, Defensoria, Partes ou Magistrado de Juízo de 1º grau, partes,
instaurar relator de ofício e eventual ofício MP, Defensoria e partes
interveniente de outros processos
cuja matéria seria
afetada por eventual
IRDR
Endereçamento do Relator do processo -X- Presidente do Tribunal
pedido
Juízo de 1º: pelo relator 1º: pelo órgão fracionário Feito pelo órgão
Admissibilidade 2º: pelo órgão colegiado 2º: pelo órgão colegiado
especial/plenário
Julgamento O órgão fixará a tese e julgará - órgão especial/plenário Órgão fixará a tese e
o caso concreto aplicando a julga a julgará o caso concreto
tese (in)constitucionalidade da lei aplicando a tese.