Manual Auditoria Interna
Manual Auditoria Interna
Manual Auditoria Interna
Auditoria Interna
Versão 2 - 2022
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4
1 AUDITORIA INTERNA .................................................................................................. 5
1.1 Auditoria Interna Governamental........................................................................................ 7
1.2 Auditoria-Geral da UFMG .................................................................................................. 8
1.3 Código de Ética e de Conduta Profissional da Auditoria-Geral da UFMG ...................... 12
2 PROCESSO DE AUDITORIA ...................................................................................... 13
2.1 Plano Anual de Auditoria Interna (PAINT) ...................................................................... 14
2.2 Apuração, Avaliação e Consultoria ................................................................................... 15
2.2.1 Apuração .................................................................................................................... 15
2.2.2 Avaliação ................................................................................................................... 16
2.2.3 Consultoria ................................................................................................................. 16
2.3 Planejamento dos Trabalhos de Auditoria ........................................................................ 17
2.3.1 Análise Preliminar do Objeto de Auditoria ............................................................... 17
2.3.1.1 Avaliação dos Riscos e dos Controles Internos ......................................................... 19
2.3.1.2 Elaboração do Programa de Trabalho ........................................................................ 21
2.3.1.3 Matriz de Planejamento ............................................................................................. 22
2.3.1.4 Critérios e Técnicas de Amostragem ......................................................................... 22
2.4 Execução da Auditoria ...................................................................................................... 24
2.4.1 Coleta e Análise de Dados ......................................................................................... 25
2.4.2 Manifestação da Unidade Auditada ........................................................................... 25
2.4.3 Recomendações ......................................................................................................... 26
2.4.4 Papéis de Trabalho ..................................................................................................... 26
2.4.5 Comunicação dos Resultados .................................................................................... 27
2.4.6 Plano de Ação ............................................................................................................ 28
2.4.7 Aceitação do Risco .................................................................................................... 28
2.5 Monitoramento .................................................................................................................. 29
2.5.1 Contabilização de Benefícios ..................................................................................... 30
3 RELATÓRIO ANUAL DE ATIVIDADES DE AUDITORIA INTERNA (RAINT) 31
4 PROGRAMA DE GESTÃO E MELHORIA DA QUALIDADE (PGMQ) ............... 31
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 32
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 33
Este Manual de Auditoria Interna tem por finalidade delinear a estrutura, definir os
conceitos e estabelecer as diretrizes gerais para a realização dos trabalhos de auditoria junto à
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com ênfase nos aspectos relacionados ao
planejamento, ao exame, à avaliação, à conclusão e ao oferecimento de medidas saneadoras.
Portanto, este Manual reúne o conjunto de técnicas profissionais que visam avaliar,
por meio de amostragem, a gestão da Instituição, dos seus processos e resultados gerenciais,
mediante a confrontação entre uma situação encontrada e um determinado critério técnico,
operacional ou normativo, tendo como base critérios como a materialidade, a relevância e a
avaliação de riscos. Trata-se de um importante componente de controle das organizações
públicas na busca da melhor aplicação dos recursos do contribuinte, atuando não só para
corrigir os desperdícios, as impropriedades, as disfunções, a negligência e a omissão, mas,
principalmente, para antecipar-se a essas deficiências, buscando assegurar os resultados
preestabelecidos, além de destacar os impactos e os benefícios sociais advindos, em especial,
sob o princípio da equidade, vinculado aos normativos de justiça e cidadania.
A Auditoria é o exame das atividades desenvolvidas por uma entidade, por um órgão
ou por um determinado departamento, sendo um processo sistemático, documentado e
independente. No processo, são estabelecidos os critérios, são coletadas as evidências, são
encontradas as constatações e é emitida a opinião do profissional, o Auditor. Os trabalhos de
auditoria devem ser efetuados em conformidade com diretrizes, normas e leis previamente
estabelecidas.
Auditoria Auditoria
Financeira Operacional
Auditoria de
Conformidade
Os propósitos de uma auditoria com a abordagem baseada em risco (ABR) são: apoiar
o auditor na emissão de sua opinião, buscando aumentar a confiabilidade e a relevância das
informações fornecidas, de modo a atender às expectativas dos usuários e às suas
necessidades de informação para subsidiar seus processos decisórios; facilitar a definição do
escopo da auditoria e a alocação de membros da equipe com perfis adequados para lidar com
os riscos identificados; e contribuir para que a auditoria seja conduzida de maneira eficiente e
eficaz.
A segunda linha está situada ao nível da gestão e objetiva assegurar que as atividades
realizadas pela primeira linha sejam desenvolvidas e executadas de forma apropriada.
1
Aprovado pelo Conselho Universitário, o Regimento da Auditoria-Geral da UFMG constante do Anexo à
Resolução nº 01/2021, de 25 de fevereiro de 2021.
Cabe ressaltar que são vedados, conforme diretrizes do Órgão Federal de Controle
Interno, trabalhos de auditoria, técnicos ou de consultoria da Auditoria-Geral com o objetivo
de autorizar, aprovar e implantar procedimentos ou demais atividades que possam caracterizar
participação nos atos de gestão, assim como a atuação da Auditoria-Geral em atividades que
afetem os princípios da independência e objetividade por caracterizar ato de cogestão.
Também faz-se necessário informar que além das competências previstas no art. 8º do
Regimento Interno da Auditoria-Geral da UFMG, cabe à Secretaria Administrativa (i) prestar
serviços de apoio administrativo; (ii) responsabilizar-se pelos procedimentos relativos ao
recebimento, fluxo de tramitação interna, expedição e protocolo de documentos; (iii)
organizar o arquivo de documentos físicos e eletrônicos; (iv) responsabilizar-se pelos
procedimentos relativos à vida funcional do quadro de pessoal da Auditoria-Geral; (v) realizar
outros serviços atinentes à Auditoria-Geral e outras tarefas atribuídas pelo Auditor-Geral.
Por fim, em relação aos trabalhos executados pelo corpo técnico, ressalta-se que o
trabalho em equipe ocasiona grandes benefícios tanto para a Universidade quanto para os
servidores, tais como redução de custos, melhoria do clima organizacional, aumento de
produtividade e da qualidade dos trabalhos de auditoria. Desta maneira, deve se criar um
ambiente de trabalho favorável, contribuindo para que as pessoas melhorem suas habilidades
e desenvolvam competências para trabalhar eficazmente em um ambiente de equipe. Com
isso, a chefia da auditoria estimulará o compartilhamento dos resultados dos trabalhos em
execução, discutindo os achados e as referidas recomendações entre todos os servidores da
auditoria, estimulando o trabalho em equipe.
De acordo com a IN SFC nº 03, de 09 de junho 2017, a atuação dos auditores internos
governamentais deve se dar em conformidade com alguns princípios e requisitos éticos,
proporcionando credibilidade e autoridade à atividade de auditoria interna governamental.
Além disso, vale mencionar que o Código de Ética Profissional do Servidor Público
Civil do Poder Executivo Federal determina que é dever do servidor público, entre outros, ser
probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre,
quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum. Além
disso, o servidor jamais deverá retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da
gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo.
2 PROCESSO DE AUDITORIA
Plano de
Auditoria
Contabilização Planejamento
dos Benefícios dos Trabalhos
Execução da
Monitoramento
Auditoria
Comunicação
dos Resultados
Além disso, o PAINT deve ser estabelecido a partir de uma metodologia baseada em
riscos. Segundo a ISSAI 100, em uma Auditoria Baseada em Riscos (ABR) o objetivo do
auditor é reduzir a um nível aceitável o risco de produzir um relatório inadequado. Ou seja,
fornece-se um nível de asseguração que corresponde às expectativas dos usuários, em todos
os aspectos relevantes.
De acordo com a ISO 31000 que trata de Gestão de Riscos, seu propósito é a criação e
proteção de valor. Ela melhora o desempenho, encoraja a inovação e apoia o alcance de
objetivos. O propósito da estrutura da gestão de riscos é apoiar a organização na integração da
gestão de riscos às suas atividades. A eficácia da gestão de riscos dependerá da sua integração
na governança e em todas as atividades da organização, incluindo a tomada de decisão. Isto
requer apoio das partes interessadas, em particular da alta administração. O propósito da
2.2.1 Apuração
Os atos e os fatos ilegais ou irregulares, a que se refere a Lei 10.180, de 2001, podem
constituir erro ou fraude. Fraudes, de acordo com a IN SFC nº 03, de 09 de junho de 2017, são
quaisquer atos ilegais caracterizados por desonestidade, dissimulação ou quebra de confiança.
De acordo com a NBC TA 240 (R1), a fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da
administração, dos responsáveis pela governança, empregados ou terceiros, que envolva dolo
para obtenção de vantagem injusta ou ilegal. Já o erro é consequência de omissão,
desconhecimento, imperícia, imprudência, desatenção ou má interpretação de fatos na
elaboração de documentos, registros ou demonstrações.
2.2.2 Avaliação
2.2.3 Consultoria
O MOT define que para cada trabalho de auditoria previsto no PAINT, deve ser
realizado um planejamento específico, o qual deve estabelecer os principais pontos de
orientação das análises a serem realizadas, incluindo, entre outras, informações sobre os
objetivos do trabalho, o escopo, as técnicas a serem aplicadas, as informações requeridas para
os exames, o prazo de execução e a alocação dos recursos ao trabalho.
A nova versão do COSO ERM (Integrating with Strategy and Performance), também
chamada de Framework, destaca a importância de considerar os riscos tanto no processo de
estabelecimento da estratégia quanto na melhoria da performance. A primeira parte da
publicação traz uma perspectiva dos conceitos atuais e em desenvolvimento e aplicações do
gerenciamento de riscos corporativos. A segunda parte da publicação apresenta vinte
princípios organizados em cinco componentes inter-relacionados: Governança e Cultura;
Estratégia e Definição de Objetivos; Performance; Monitoramento do Desempenho e Revisão;
Comunicação e Divulgação, conforme demonstrado na Figura 6.
Em 2018, a ISO 2009 foi revisada e seu conteúdo foi totalmente substituído pela nova
versão. Na essência, o processo de gestão de riscos continua o mesmo incluindo as etapas
relativas às atividades de comunicação e consulta, ao estabelecimento do contexto, avaliação
A INTOSAI publicou, em 2004, o guia GOV 9100 – Guidelines for Internal Control
Standards for the Public Sector, com o objetivo de prover um modelo de controle interno no
setor público e fornecer uma base por meio da qual o controle interno pudesse ser avaliado e
aplicado a todos os aspectos relacionados com o funcionamento de uma organização pública.
Esses guias foram baseados no COSO com algumas modificações de forma a adequar
seu uso ao setor público. Aderir a estes princípios pode conferir à organização uma razoável
expectativa de que ela entende e se esforça para gerenciar os riscos associados à sua estratégia
e objetivos de negócios.
Contudo, o controle interno tem limitações e, portanto, não pode oferecer segurança
absoluta. De modo que os controles auxiliam, mas não garantem o atingimento dos objetivos.
A eficácia do controle interno está sujeita a limitações tanto de implementação quanto de
funcionamento, assim, não importa quão bem tenha sido desenhado, jamais se pode esperar
segurança absoluta. Segundo a INTOSAI, o controle interno, por si só, não pode transformar
uma administração essencialmente ruim em boa administração. E, ainda, as limitações na
eficácia do controle interno devem ser estabelecidas a fim de evitar expectativas exageradas,
devido à má compreensão de seu efetivo alcance.
Na prática, o auditor deve considerar o risco de auditoria não somente para cada
transação, mas também para cada afirmação relevante de cada transação. Os fatores de risco
relevantes para uma afirmação sobre uma transação geralmente são diferentes dos que são
relevantes para outra afirmação sobre a mesma transação. Assim, os Riscos de Auditoria na
execução dos exames podem ser tipificados em três categorias: risco inerente; risco de
controle; e risco de detecção.
Nesta Matriz são registrados os passos a serem realizados para que o objetivo da
auditoria seja alcançado. É uma ferramenta que torna o planejamento mais sistemático e
dirigido, facilitando a comunicação e auxiliando na condução dos trabalhos.
O método de amostragem pode ser definido em dois tipos, de acordo com suas
características gerais e sua aplicabilidade em auditoria: o probabilístico e o não probabilístico.
A principal característica do método de amostragem não probabilístico é que este se baseia,
principalmente, na experiência profissional do auditor interno, a seleção é feita por critérios
subjetivos e o risco de amostragem não é calculado de forma objetiva.
Para dar início à execução dos trabalhos, é de suma importância que o auditor tenha
conhecimento dos procedimentos e das técnicas de auditoria a serem utilizados – e pré-
definidos no programa – quando da execução da auditoria. No decorrer desta etapa, é
importante obter evidências suficientes e adequadas para a formulação e fundamentação da
opinião do auditor.
Tal como nas demais fases da auditoria, as atividades realizadas nesta etapa devem ser
devidamente documentadas por meio de papéis de trabalho.
Nessa fase, a equipe utiliza os procedimentos de auditoria para a coleta e análise dos
dados conforme estabelecido na etapa de planejamento, levando em consideração o que está
registrado no programa de trabalho.
2.4.3 Recomendações
Em grande medida, o alcance dos objetivos de uma auditoria interna é mensurado por
meio dos benefícios obtidos pela gestão com a implementação das recomendações. É
imprescindível, portanto, que a UAIG elabore adequadamente as recomendações e realize o
seu acompanhamento efetivo, pois, sem ele, não é possível se certificar de que os benefícios
decorrentes do trabalho de auditoria foram de fato alcançados.
A tolerância ao risco é a quantidade de riscos que uma entidade está preparada para
assumir, antes de deliberar sobre a necessidade de implementar uma ação corretiva de
Vale ressaltar que, na maior parte dos casos, o risco deverá ser tratado e a Unidade
Auditada deverá implementar e manter um efetivo sistema de controle interno, de modo a
manter o risco em um nível aceitável.
2.5 Monitoramento
Para que os benefícios da atuação da UAIG sejam registrados, é preciso que o benefício seja
efetivo, ou seja, decorrente do atendimento comprovado à orientação e/ou recomendação das
UAIG, com real impacto positivo na gestão pública. Portanto para contabilização dos
benefícios analisa-se o nexo causal entre atuação direta da UAIG e o impacto positivo da
medida adotada pelo gestor, anexando as evidências necessárias para seu reconhecimento e
registro, conforme orientação da IN CGU 10/2020 (Figura 6).
Por meio dele são apresentados: os trabalhos que foram realizados conforme o
planejamento apresentado no PAINT, bem como aqueles que não foram concluídos ou
realizados; os trabalhos de auditoria interna realizados sem previsão no PAINT; as
recomendações emitidas e implementadas no exercício, bem como as finalizadas pela
assunção de riscos pela gestão, as vincendas, e as não implementadas com prazo expirado; a
descrição dos fatos relevantes que impactaram positiva ou negativamente nos recursos e na
organização da unidade de auditoria interna e na realização das auditorias; as ações de
capacitação realizadas; a análise acerca do nível de maturação dos processos de governança,
de gerenciamento de risco e de controles internos do órgão ou da entidade, com base nos
trabalhos realizados; os benefícios financeiros e não financeiros decorrentes da atuação da
unidade de auditoria interna ao longo do exercício; e a análise dos resultados do Programa de
Gestão e Melhoria da Qualidade.
A UAIG deve definir os instrumentos por meio dos quais as avaliações internas serão
realizadas como, por exemplo, por meio de indicadores de desempenho, avaliação da própria
equipe de auditoria após a conclusão dos trabalhos e feedback dos gestores e unidades
auditadas acerca do trabalho realizado
CONSIDERAÇÕES FINAIS