Esquizofrenia

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ESCOLA PROFISSIONAL CRISTOVÃO COLOMBO

ANO LETIVO 2023/2024


CURSO AUXILIAR DE SAÚDE – 3º ANO

6579 – Cuidados na saúde mental

Esquizofrenia

Discentes: Eliana Mendes nº 9 e Laura Silva nº 19


Docente: Márcia Alves
Disciplina: Higiene, Segurança e Cuidados Gerais
Índice
1.1. Introdução

Este trabalho está inserido na disciplina de Higiene, Segurança e Cuidados Gerais, no


módulo Cuidados na Saúde Mental e foi-nos proposto pela professora Márcia Alves.
A esquizofrenia, uma doença psiquiátrica grave e crónica, exerce um impacto
profundo no pensamento, comportamento e emoções dos utentes, afetando significativamente
as suas vidas e relacionamentos sociais. Este trabalho abordará a esquizofrenia, explorando
seus tipos, fases, sinais e sintomas, fatores de risco, e enfocando no diagnóstico e tratamento,
destacando a complexidade do manejo clínico. A compreensão das diferentes faces dessa
condição é crucial para proporcionar suporte eficaz aos utentes.
Neste contexto, exploraremos os diferentes tipos de esquizofrenia, desde a paranoide
até a indiferenciada, analisando as caraterísticas distintivas de cada uma. Explicaremos as
fases evolutivas da doença, desde a fase prodrómica até a tardia, delineando a complexidade
do processo. Além disso, examinaremos os diversos sinais e sintomas que compõem esse
quadro clínico multifacetado, compreendendo como eles impactam a vida diária dos afetados.
A busca por compreender as causas e fatores de risco da esquizofrenia nos conduzirá
por caminhos genéticos, cerebrais e ambientais, destacando a complexidade etiológica dessa
condição ainda misteriosa. Por fim, adentraremos no desafiador terreno do diagnóstico e
tratamento, onde a ausência de testes específicos ressalta a importância da avaliação médica
criteriosa e de abordagens terapêuticas abrangentes, que vão desde medicamentos
antipsicóticos até intervenções psicossociais.
Ao longo deste trabalho, buscamos oferecer uma visão abrangente dessa condição
mental, destacando a necessidade de abordagens integradas para proporcionar um suporte
eficaz e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos afetados pela esquizofrenia.
1.2. Definição de Esquizofrenia

A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica grave, crónica e, sendo também,


incapacitante. É caraterizada por afetar profundamente o pensamento da pessoa, o seu
comportamento, as suas emoções, levando a uma considerável repercussão na sua vida. Para
além do utente em si, todos os que o rodeiam sofrem com esta patologia, uma vez que a
mesma provoca adversidades no que se refere ao relacionamento social.

Os portadores de esquizofrenia raramente são violentos, ainda que os delírios de


perseguição e o uso de drogas expandam esse risco. Nessas situações, quando a violência
ocorre, atinge geralmente os membros da família e dentro de casa, na maior parte dos casos.
Atinge em torno de 1% da população e tende a manifestar-se no final da adolescência.
Embora não faça diferenciação entre sexos, raças ou culturas, os mais afetados são os rurais e
os grupos sociais com baixo nível socioeconómico e cultural. (SNS 24 , 2023) (cuf, 2023)

1.3. Tipos de Esquizofrenia

 Esquizofrenia paranoide: O isolamento social também está presente na


esquizofrenia paranoide – ou paranoica, como é conhecida. O portador da doença
enfrenta problemas como falas confusas, falta de emoção e tende a achar que está
sendo perseguido por pessoas ou espíritos e principalmente a ouvir vozes;

 Esquizofrenia desorganizada: Conhecida também como ‘esquizofrenia hebefrénica’,


esse tipo é caraterizado por um comportamento mais infantil, respostas emocionais
descabidas e pensamentos sem nexo. Perde, também, a capacidade de realizar
atividades do dia-a-dia;

 Esquizofrenia catatônica: O paciente diagnosticado com esquizofrenia catatônica


mostra um quadro de apatia, podendo ficar na mesma posição por horas, causando
também a redução da atividade motora. É o tipo menos comum, e de tratamento mais
difícil, havendo risco de complicações, como por exemplo a desnutrição;
 Esquizofrenia residual: Existe a alteração no comportamento, nas emoções e no
convívio social, mas não na frequência dos demais tipos. Alguns sintomas negativos
são lentificação e falta de autocuidado;

 Esquizofrenia indiferenciada: Pacientes que não se enquadram perfeitamente em um


dos tipos de esquizofrenia, contudo, podem desenvolver algumas das características
citadas acima. (Ramirez, 2023)

1.4. Fases da doença

Na fase prodrómica, os utentes podem não manifestar sintomas ou podem ter a sua
competência social prejudicada, desorganização leve ou distorção percetiva, diminuição de
anedonia (capacidade de sentir prazer) e até mesmo dificuldade em lidar com algumas
situações.

Na fase prodrómica avançada, alguns dos sintomas subclínicos são:


afastamento/isolamento, irritabilidade, desconfiança, pensamentos irregulares e continuação
de desorganização. Apenas -40% das pessoas que estão nesta fase, tendem a se transformar
numa esquizofrenia completa.

Na fase precoce da psicose, os sintomas tornam-se ativos e muitas vezes são piores.

Na fase intermediária, os períodos sintomáticos podem ser acessórios (com


exacerbações e remissões identificáveis) ou contínuos (os deficits funcionais têm tendência
para piorar).

Na fase tardia do transtorno, o padrão do transtorno pode ser estabelecido, porém,


há variabilidade considerável: a incapacidade pode ser consolidada ou até mesmo diminuir.
(Tamminga, 2022)

1.5. Sinais e sintomas

Os sintomas no sexo masculino usualmente surgem entre os 15 e 20 anos. No que


concerne às mulheres, os mesmos são mais comuns por volta dos 30 anos de idade. Embora
seja raro, também é possível a manifestação desta patologia em crianças e adultos com mais
de 50 anos. Igualmente, variam de acordo com o tipo de Esquizofrenia e de pessoa para
pessoa, não havendo um sinal e sintoma específico para esse transtorno. Os principais são:

 Delírios- surgem quando o utente acredita vivamente em algo que não é real, tal como
que está a ser perseguido ou que tem superpoderes;

 Alucinações- ouvem vozes e/ou têm visões;

 Pensamento desorganizado- a pessoa fala coisas incoerentes, sem sentido;

 Anormalidades na forma de se movimentar- tem movimentos descoordenados e


involuntários, além do catatonismo, caraterizado pela presença de movimentos
repetidos, olhar fixo, caretas ou eco da fala;

 Alterações do comportamento- podendo haver ou não, surtos psicóticos,


agressividade, agitação e inclusivamente risco de suicídio;

 Sintomas negativos- tais como perda de iniciativa e vontade de fazer atividades, falta
de expressão emocional, isolamento social e falta de cuidado;

 Falta de atenção e de concentração;

 Alterações na memória e dificuldades no aprendizado.


(Ramirez, 2023) (Tavares, 2023)

1.6. Causa/fatores de risco

Até aos dias de hoje, não foi descoberta a causa da Esquizofrenia, todavia podem
desencadear a doença alguns fatores genéticos, cerebrais e ambientais. (PFizer, 2019)

 Fatores hereditários: a sua predisposição pode ocorrer nas famílias, parentes de


primeiro grau de uma pessoa portadora de esquizofrenia tem mais possibilidade de
desenvolver a doença;
 Fatores ambientais: a exposição a infeções virais, complicações da gravidez e/ou do
parto, a hipoxia (falta de oxigénio), más condições socioeconómicas e também o uso
de certas drogas psicoativas ou psicotrópicas, como a cocaína e as anfetaminas;

 Alterações neuro químicas: os neurotransmissores, como a dopamina e o glutamato


(que são responsáveis por controlar a comunicação cerebral). Costumam ser muito
ativos ou não ativos o suficiente. (CEMEC, 2019)

1.7. Diagnóstico e tratamento

Não existem testes específicos que permitam diagnosticar a doença. Para além da
avaliação médica e da história clínica, o profissional de saúde pede alguns exames para
excluir outras doenças que tenham também sintomas semelhantes. As manifestações da
mesma são complexas, por vezes mal definidas e poderão estar associadas a factos que nada
têm a ver com a doença, em vista disso é indispensável a avaliação. (SNS 24 , 2023)

O tratamento da Esquizofrenia incide na melhoria das alterações da função cerebral,


com recurso a medicação antipsicótica, que é eficaz na eliminação dos sintomas. Devem
ainda ser consideradas:
- As psicoterapias;
- A reabilitação cognitiva;
- Intervenções de suporte social, para a reintegração funcional do utente. (Hospital 9
de Julho, 2016)
Alguns dos fármacos apresentam efeitos secundários importantes e devem ser vigiados
cuidadosamente. Cada utente responde de modo diferente ao tratamento e é necessário testar
variados medicamentos e doses com frequência, tornando-se imprescindível nunca
interromper ou parar o tratamento sem indicação médica.

1.8. Conclusão

Neste trabalho abordámos a patologia esquizofrenia, que se revela como uma


realidade complexa que ultrapassa a esfera individual, impactando não só o portador da
doença, mas também todos os que o rodeiam. Esta condição psiquiátrica grave e crónica, com
a sua manifestação diversificada nos diferentes tipos, fases e sintomas, sublinha a necessidade
premente de uma compreensão e intervenção adequadas.
Os diferentes tipos de esquizofrenia, desde a paranoide até à residual, delineiam um
quadro variado das experiências dos afetados, exigindo abordagens de tratamento
personalizadas. As fases evolutivas da doença, desde a prodrómica até à tardia, enfatizam a
importância da intervenção precoce e contínua para mitigar o impacto devastador desta
condição na vida dos indivíduos. Os sinais e sintomas, frequentemente desafiantes e
debilitantes, sublinham a urgência de uma abordagem multidisciplinar para proporcionar um
suporte eficaz. A diversidade na manifestação da esquizofrenia, quer em sintomas positivos
como delírios e alucinações, quer em sintomas negativos como isolamento social e falta de
cuidado, destaca a complexidade clínica desta patologia.
Explorando os possíveis fatores de risco, desde os hereditários aos ambientais e neuro
químicos, percebemos que a causa da esquizofrenia permanece envolta em mistério,
salientando a necessidade contínua de investigação e compreensão aprofundada. O
tratamento, centrado em medicação antipsicótica, psicoterapias, reabilitação cognitiva e
suporte social, realça a complexidade do manejo clínico, com uma atenção rigorosa aos
potenciais efeitos secundários.
Assim, ao percorrer esta pesquisa pela esquizofrenia, reconhecemos a necessidade de
abordagens holísticas, compreendendo a diversidade desta condição e enfatizando a
importância de um suporte abrangente para melhorar a qualidade de vida daqueles que
enfrentam este desafio complexo.
Bibliografia

CEMEC. (3 de Janeiro de 2019). Quais são as causas da esquizofrenia? Obtido em 8 de


Dezemebro de 2023, de Centro Multidisciplinar de Estudos Clínicos :
https://cemecpesquisaclinica.com.br/quais-sao-as-causas-da-esquizofrenia/
cuf. (9 de Fevereiro de 2023). Esquizofrenia. Obtido em 6 de Dezembro de 2023, de
Doenças, Sintomas e Tratamentos: https://www.cuf.pt/saude-a-z/esquizofrenia
Hospital 9 de Julho. (15 de Junho de 2016). Saúde. Obtido em 8 de Dezembro de 2023, de
Psiquiatria: https://www.h9j.com.br/pt/sobre-nos/blog/esquizofrenia-nao-tem-cura-
mas-tem-tratamento
PFizer. (30 de Abril de 2019). Sistema Nervoso Central. Obtido em 8 de Dezembro de 2023,
de Sua Saúde:
https://www.pfizer.com.br/sua-saude/sistema-nervoso-central/esquizofrenia
Ramirez, D. G. (5 de Abril de 2023). Obtido em 6 de Dezembro de 2023, de Tua saúde :
https://www.tuasaude.com/esquizofrenia/
SNS 24 . (10 de Maio de 2023). O que é a esquizofrenia? Obtido em 6 de Dezembro de 2023,
de Esquizofrenia : https://www.sns24.gov.pt/tema/saude-mental/esquizofrenia/#o-
que-e-a-esquizofrenia
Tamminga, C. (10 de Outubro de 2022). Esquizofrenia. Obtido em 6 de Dezembro de 2023,
de Manual MSD : https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/transtornos-psiqui
%C3%A1tricos/esquizofrenia-e-transtornos-relacionados/esquizofrenia
Tavares, D. D. (4 de Abril de 2023). Doença . Obtido em 8 de Dezembro de 2023, de
minhavida saúde: https://www.minhavida.com.br/saude/temas/esquizofrenia

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