João Ferreira - 60734 - Tese de Mestrado - Final
João Ferreira - 60734 - Tese de Mestrado - Final
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2015
“If a man does not know to which port he is sailing, no wind is favorable”
Seneca
O júri
Ao Sr. Marinheiro, Sr. Artur, Sr. João Branco, Mister Eng. André e
“menina” Carla, pela boa disposição e ajuda constantes.
ii
Índice de Figuras
Figura 1 - Estrutura da Produção de Alimentos Compostos para Animais em Portugal por Setor,
no ano de 2013. ............................................................................................................................. 3
Figura 5 - Proporção das diferentes classes de sementes nas misturas para concursos das marcas
Ovargado (OVG), Versele Laga (VL) e Vanrobaeys (VB)......................................................... 25
Figura 6 - Proporção das diferentes classes de sementes nas misturas para muda das marcas
Ovargado (OVG), Versele Laga (VL) e Vanrobaeys (VB)......................................................... 27
Figura 7 - Proporção das diferentes classes de sementes nas misturas para criação das marcas
Ovargado (OVG), Versele Laga (VL) e Vanrobaeys (VB)......................................................... 30
Figura 8 - Proporção das diferentes classes de sementes nas misturas depurativas das marcas
Ovargado (OVG), Versele Laga (VL) e Vanrobaeys (VB)......................................................... 31
Figura 11 - Aspeto visual das formulações para concursos de controlo (A1) e com adição de
retentato de maçã (B1). Em baixo, encontram-se duas das principais matérias-primas utilizadas,
o bagaço de soja (A2) e o retentato de maçã (B2)....................................................................... 73
iii
Índice de Tabelas
Tabela 1 - Comparação entre os processos de fabrico utilizados na indústria dos alimentos
compostos para animais. ............................................................................................................... 4
Tabela 3 - Aspetos nutricionais dos principais cereais que integram a composição das misturas
em columbófilia. ......................................................................................................................... 12
Tabela 4 - Aspetos nutricionais das principais sementes oleaginosas que integram a composição
das misturas em columbófilia. ..................................................................................................... 14
Tabela 5 - Aspetos nutricionais das principais leguminosas que integram a composição das
misturas em columbófilia. ........................................................................................................... 15
Tabela 12 - Aspetos nutricionais das principais matérias-primas que integram a composição dos
extrusados.................................................................................................................................... 33
iv
Tabela 17 - Composição nutricional do alimento extrusado para pombo-correio, dedicado à
época de concursos - Com adição de retentato de maçã. ............................................................ 60
Tabela 18 - Constituintes que compõem o extrusado para a época de concursos sem adição de
retentato (cont.) e com adição de retentato (Ret.).. ..................................................................... 61
Tabela 19 – Constituintes que compõem o extrusado desenvolvido para a época da muda com
adição de retentato de maçã.. ...................................................................................................... 63
Tabela 21 - Constituintes que compõem o extrusado desenvolvido para a época da criação com
adição de retentato de maçã. ....................................................................................................... 65
Tabela 23 - Constituintes que compõem o extrusado desenvolvido para a época do defeso com
adição de retentato de maçã.. ...................................................................................................... 67
Tabela 25 - Comparação dos parâmetros nutricionais entre extrusados para época de concursos
com e sem a adição de retentato de maçã.................................................................................... 69
Tabela 26 - Percentagem molar dos resíduos de açúcar que constituem a totalidade dos hidratos
de carbono, polissacarídeos e açúcares livres, presentes nas rações para concursos. ................. 70
v
Lista de Abreviaturas
vi
1 – Considerações Teóricas
1
2
1.1 - Alimentação Animal
As previsões atuais indicam que o crescimento da população humana continuará até
2050, situando-se perto dos 9 mil milhões de indivíduos, o que implica um aumento
global das necessidades nutricionais e da disponibilidade de alimentos. O ramo
pecuário, responsável por um terço do consumo de proteína mundial, ocupa atualmente
cerca de 30% da área terrestre não coberta por gelo e é um dos setores que mais tem
crescido nos países em desenvolvimento, suscitando preocupações ambientais e sociais.
A competição entre a alimentação humana e a alimentação animal pelo consumo de
água potável e matérias-primas é um panorama inevitável, tornando-se fundamental
procurar soluções e políticas sustentáveis. O aproveitamento de muitas matérias-primas
secundárias provenientes da indústria alimentar, atualmente descartadas ou
subaproveitadas, será uma estratégia cada vez mais importante (Thornton, 2010).
Figura 1 - Estrutura da Produção de Alimentos Compostos para Animais em Portugal por Setor,
no ano de 2013 (adaptado de IACA – relatório anual de produção).
3
Estas percentagens mantiveram-se muito semelhantes face a 2012. Destaca-se apenas o
reforço da liderança por parte das aves, que sofreram uma diminuição de apenas 1,9%,
contrastando com as restantes espécies onde a diminuição média foi 6,5% (IACA).
Os principais produtos fabricados por esta indústria estão repartidos por três classes, as
farinhas, os peletizados e os extrusados. A principal vantagem destes processos está na
uniformização do alimento, impossibilitando seletividade por parte do animal e
prevenindo potenciais carências nutricionais. Na tabela 1 estão apresentadas algumas
das principais características destes processos (Thomas et al., 1997).
As farinhas são obtidas através da moagem e aumentam a digestibilidade dos alimentos
sem elevar muito os custos de produção. Contudo, a particulação dos alimentos aumenta
a sua perecibilidade, devido à maior suscetibilidade para sofrer degradação microbiana.
Por outro lado, em aves, a ingestão de alimentos muito particulados pode desencadear
problemas gástricos devido à retenção de alimento farinado na moela, que começa a
fermentar, assim como à falta de estimulação deste órgão. A peletização é outro
processo comum nas rações e consiste na compressão de uma mistura de matérias-
primas, previamente moídas, contra uma matriz, que define o tamanho e a forma dos
pellets. Este processo partilha as vantagens dos farinados, reduz o risco de detioração
microbiana e permite controlar o tamanho do produto. Por último temos a extrusão,
onde se recorre a elevadas temperaturas e pressões, num ambiente húmido. Este
processo foi desenvolvido para combater a perecibilidade dos alimentos em climas
muito quentes e húmidos, sendo utilizado tanto em misturas como em matérias-primas.
Do ponto de vista nutricional, a extrusão provoca uma expansão das partículas que
promove a gelatinização do amido e aumenta a disponibilidade dos nutrientes presentes
no interior das células vegetais. O maior entrave está no aumento dos custos de
produção associados ao equipamento e ao consumo energético (Peisker, 2006).
4
1.1.2 - Matérias-primas
O ramo dos alimentos compostos para animais serve-se de uma vasta gama de
diferentes matérias-primas, com o objetivo de responder às necessidades nutricionais de
todas as espécies, tanto animais de criação como de companhia. Este grupo envolve
raízes, tubérculos, cereais, concentrados de proteína vegetal, concentrados de proteína
animal e múltiplos aditivos (McDonald, 2010).
As raízes englobam vegetais como o nabo e a beterraba e caracterizam-se por terem a
sacarose como principal açúcar de reserva. Os teores de proteína e fibra são bastante
variáveis consoante as espécies. Alguns subprodutos de raízes, como o melaço e o
bagaço de beterraba, são amplamente utilizados na alimentação animal. Os tubérculos
possuem amido e frutanas como açúcares de reserva, são pobres em fibra e estão
vulgarmente associados a fatores anti-nutricionais como os glicosídeos cianogénicos. A
cassava, a batata e a batata-doce são os alimentos deste grupo mais comuns em rações
(McDonald, 2010; Milner, 2011). O conceito de cereal engloba todas as espécies de
gramíneas, cultivadas pelas suas sementes, como o milho, o trigo, a cevada e a aveia. Os
grãos dos cereais possuem uma quantidade de proteína baixa que varia entre os 80-120
g/kg de MS, uma fração lipídica que ronda os 100-170 g/kg de MS e uma quantidade
elevada de hidratos de carbono, principalmente amido. A nível dos micronutrientes, os
cereais são ricos em carotenos, vitamina D e fósforo, este último geralmente na forma
de fitatos, que são anti-nutrientes inibidores da absorção de outros minerais. Alguns
subprodutos de cereais como o farelo de trigo, o farelo de milho, as “dreches” da
cevada, os grãos de cevada destilados ou o “glúten” de milho, também são
frequentemente utilizados nas rações (Sniffen, 1992).
As fontes de proteína vegetal usadas na alimentação animal são principalmente os
bagaços de oleaginosas, como a soja, o girassol e a colza, e as leguminosas, como a
ervilha e o feijão. Estas, apesar da riqueza em proteína, têm falta de aminoácidos
essenciais como a metionina e a lisina. A proteína animal utilizada vem, por norma, sob
a forma de subprodutos da indústria do processamento de carnes, nomeadamente, as
farinhas de carne, peixe, frango, ossos ou sangue. A proteína destes produtos é
altamente digerível, rica em aminoácidos essenciais e em fósforo (Li et al., 2011).
Por último, temos a ampla gama de aditivos alimentares, onde se incluem
medicamentos como coccidiostáticos para aves e coelhos, prebióticos como
oligossacarídeos de frutose (OSF) e oligossacarídeos de manose (OSM), probióticos
como Lactobacillus e Bifidobacterium, enzimas como as fitases, as celulases e as
5
glucanases. Outros produtos englobam ácidos orgânicos para controlo do pH,
imunoglobulinas para promoção da saúde intestinal, ou aminoácidos essenciais para
compensar deficiências das matérias-primas (Borràs, 2011; Ai, 2011).
6
A subespécie, pombo-correio, por sua vez, foi o resultado de múltiplos cruzamentos
selecionados entre as várias subespécies de pombos das rochas, que visaram promover o
seu sentido de orientação, a sua inteligência, a sua capacidade atlética e a sua resistência
a doenças. Deste modo, conseguiram-se desenvolver linhagens atualmente capazes de
percorrer mais de 1000 km, ao contrário dos 100/200 km registados por pombos-das-
rochas na antiguidade. As fugas de animais domesticados, que se foram disseminando
nas populações naturais ao longo dos séculos, torna difícil encontrar indivíduos
selvagens cujo património genético tenha permanecido inalterado e seja completamente
fiel às espécies de pombos-das-rochas originais (Blenchman, 2006; Parsons, 2007).
A orientação do pombo-correio é um tema amplamente estudado, embora pouco
consensual. Hipóteses iniciais apontavam o sol como elemento principal na orientação
do pombo-correio, contudo, a navegação em dias nublados ou durante a noite (em
pássaros devidamente treinados) excluí o sol como elemento fundamental à navegação.
(Walcott, 1996). Nos voos de curta distância consideram-se a visão e o olfato apurado
como os sentidos mais importantes. No entanto, a indução de anosmia (para remoção de
olfato) e a utilização de lentes de contacto baças, não impediram o animal de chegar ao
seu destino, sugerindo alguma capacidade de triangulação e memória. Nos voos a
longas distâncias a sua orientação supõe-se derivar de dois mecanismos: (i) a
capacidade de se orientar segundo o campo geomagnético, devido à presença de
magnetite no bico próxima dos terminais nervosos que conduzem a informação para o
cérebro; (ii) a capacidade de formarem um mapa com base em infrassons, conseguidos
através de uma audição extremamente sensível a baixas frequências (revisto em
Hagstrum, 2000 e Mora, 2004).
7
O trato gastro intestinal do pombo-correio está dividido em bico, cavidade bucal,
faringe, esófago, papo, proventrículo, moela, duodeno, íleo, ceco rudimentar, reto e
cloaca. Em relação ao tamanho corporal, o trato gastro intestinal está numa relação de
7:1, sendo mais reduzido do que noutras espécies de aves, como a codorniz (8:1),
possivelmente pela necessidade de esta ave ser o mais leve possível, permitindo uma
maior eficiência no voo (revisto em Sales, 2003).
Tabela 2 -- Composição média do LP nos principais nutrientes (adaptado de Sales et al,, 2003;
Shetty et al,, 1992 e Vandeputte-Poma, 1968)
Constituinte (%)
Matéria Seca 26-30
Proteína Bruta 9-18,8
Matéria Gorda 4,5-12,7
Hidratos de Carbono 0,9-1,5
Cinzas 0,8-1,4
Energia (kcal/g) 5,6-6,8
As principais justificações para estes intervalos prendem-se com o dia após nascimento
dos borrachos em que a secreção foi recolhida, com o método de colheita da secreção ou
com a alimentação dos progenitores. A alimentação com LP pode variar entre 10 e 27
dias, sendo que a composição vai alterando, podendo atingir no primeiro dia 47% de
proteína bruta e 27% de matéria gorda, contra apenas 17% e 3%, respetivamente, no
vigésimo sétimo dia. Esta diluição dos nutrientes do LP também se deve à integração
gradual, desde o sexto dia, de grãos semi-digeridos na dieta do borracho. Os hidratos de
carbono existem em quantidades residuais e estão na forma de glicoproteínas e
8
glicolípidos. A matéria gorda é composta principalmente por ácido oleico (18:1) que
constitui a principal fonte de energia do borracho. O teor energético do LP oscila entre
os 5,6-6,8 kcal/g, superando largamente os teores energéticos nos mamíferos, onde o
leite possui entre 0,67-0,77 kcal/g. A fração mineral, representada no teor de cinzas, é
composta principalmente por Fe, Zn, Mn e Cu, e excede largamente os teores
encontrados no leite dos mamíferos. Em termos de proteína, cerca de 17% do valor total
está na forma de aminoácidos livres, podendo atingir os 27%. Ainda na fração proteica,
destaca-se a presença do fator de crescimento do LP, um polipéptido de 6000 kDa
diretamente responsável pelas elevadas taxas de crescimento dos borrachos, que em
apenas 6 dias conseguem aumentar 8 vezes o seu peso inicial. Enquanto aves como o
frango ou a avestruz as taxas de crescimento são, respetivamente, de 0,0450 e 0,0091
g/dia, no pombo verificam-se valores até aos 0,1945 g/dia. Apesar do elevado valor
nutricional do LP, também é importante considerar que os borrachos podem ingerir uma
quantidade diária de alimento superior ao seu próprio peso. (revisto em Sales et al.,
2003; Vandeputte-Poma et al., 1980; Shetty et al., 1992).
A dieta dos progenitores, no entanto, influencia a composição do LP, tendo sido
comprovado que dietas reforçadas com óleo de soja resultam num melhor crescimento
do borracho. Esta melhoria está associada ao desenvolvimento do trato gastrointestinal,
particularmente, no número e tamanho das vilosidades intestinais. Por outro lado, a
adição do óleo de soja na dieta do progenitor provocou alterações benéficas na
microflora do borracho, pois promoveu a proliferação de bifidobacterias.. Por outro
lado, a alimentação com óleo de peixe, com cerca de 30% de ácidos gordos poli-
insaturados (C20:1 n-9, C20:5 n-3, C22:6 n-3), provocou alterações adversas na mucosa
intestinal, mais precisamente na morfologia das vilosidades intestinais, que levou a um
menor ganho de massa corporal pelas crias. Estes efeitos no trato gastro intestinal foram
relacionados com a ocorrência de fenómenos apoptóticos promovidos pela ação dos
ácidos gordos poli-insaturados (Xie et al., 2013). Noutro exemplo, a incorporação de L-
carnitina na água fornecida aos progenitores, resultou em benefícios para os borrachos,
nomeadamente, redução da fadiga, melhor eficiência energética no voo e melhor
capacidade de resposta imunitária (revisto em Sales et al., 2003). Outra abordagem para
promover a saúde e apetência dos borrachos, passa pela injeção de maltose e de
sacarose no ovo. Esta técnica permite compensar a limitação nutricional das aves
durante o estádio embrionário, onde dependem exclusivamente dos nutrientes
disponíveis no ovo. Deste modo, foi possível melhorar a eclodibilidade, o peso corporal
9
e o estado das reservas energéticas do borracho, faltando comprovar de que modo estes
benefícios se estendem para a vida adulta (Dong et al., 2013).
10
saúde dos animais, devido à promoção de lactobacillus, aumentando a competição pela
colonização da mucosa e produzindo ácidos gordos de cadeia curta tóxicos para a
salmonela. Por outro lado, os OSF não tiveram um efeito positivo, pois aumentaram a
ingestão de água e reduziram a consistência das fezes, sem qualquer redução na
população de salmonela (Jansens et al., 2004; revisto em Sales et al., 2003).
Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec
Período - Criação Período - Criação Tardia
Provas Pombos Experientes
Provas Pombos Jóvens
Muda de Pena
Defeso
Acasalamentos
Figura 2 - Divisão do ano desportivo do pombo-correio (adaptado de Parsons & Cousquer, 2007)
11
Está também previsto um período de defeso para que o animal possa recuperar, em
parte, a sua forma física, permitindo-lhe responder aos desafios e exigências da época
de acasalamentos e de criação (Parsons, 2007). Na parte seguinte do trabalho tentar-se-á
associar dados da literatura com as particularidades das rações para o pombo-correio,
desenvolvidas especificamente para os diferentes períodos do ano, produzidas pela
Versele-Laga (Bélgica), Vanrobaeys (Bélgica) e Ovargado (Portugal.
Tabela 3 - Aspetos nutricionais dos principais cereais que integram a composição das misturas em
columbófilia (Adaptado de Adeola, 2006; Blas et al., 2010; Lund et al., 2008; Mehri et al., 2010).
Rico em Vit. B3
Trigo
13,2 5,1 3,0 10,0 60,2 3,4 ; Fonte de Mg, P,
Sarraceno
Cu e Mn
Rico em vit. B1 ;
Cevada 11,8 3,7 3,9 5,2 59,7 2,0 Boa fonte de Mg,
Mn e Se
Cereal pobre
Sorgo / (alguma
8,9 2,3 3,6 2,1 74,5 2,7
Dari quantidade de
B1, B3, Fe e P)
Painço / Fonte de Vit. B1,
12,5 2,8 3,6 2,8 64,2 4,9
Milho-Alvo Cu e Mn
Os grãos de cereais são, de forma geral, pobres em lisina, ricos em amido facilmente
digerível e têm elevado valor energético. A exceção desta lista é o trigo sarraceno, um
12
pseudo-cereal, pois possuí mais proteína, mais lisina e é rico em flavonóides,
nomeadamente a rutina e a isovitexina. Estes compostos apresentam atividade anti-
oxidante, anti-inflamatória e são capazes de fortalecer as paredes dos capilares
sanguíneos dos animais. Em contrapartida, tem maior quantidade de fibra, teores
inferiores de aminoácidos sulfurados, particularmente importantes no desenvolvimento
das penas, e são uma fonte moderada de taninos condensados, cuja presença no lúmen
intestinal reduz a digestibilidade da proteína. (Sun, 2005, Koyama, 2013). O milho é o
cereal mais comum nas misturas e dos mais apreciados pelos pombos-correios. Os
teores vitamínicos no milho variam, sendo o milho laranja e o milho vermelho mais
ricos em vitamina D do que o típico milho amarelo. A cevada é um cereal mais rico em
proteína do que o milho, contudo, é descartada da maioria das misturas devido ao seu
teor de fibra. Pelo mesmo motivo, é o cereal mais utilizado em misturas para a época de
defeso (de Blás, 2010). O sorgo e as suas variantes, como o dari, são frequentemente
utilizados mas em pequenas quantidades, devido aos teores de compostos anti-
nutricionais, como os taninos condensados (Barros, 2012). O painço e os seus derivados
destacam-se pela maior riqueza em proteína e matéria gorda do que o milho, mas
mantendo um valor energético próximo. Por outro lado, a sua fração lipídica é altamente
insaturada. Em columbofilia é comum usar este cereal como complemento à dieta ou
como substituto do milho em misturas de gama elevada (Gomes, 2008).
As oleaginosas mais utilizadas no ramo da columbofilia estão apresentadas na tabela 4.
Estas sementes destacam-se pela riqueza em lípidos, principalmente na forma de
triacilgliceróis ricos em ácidos gordos poli-insaturados, pelo elevado teor de proteína e
também de fibra.
A adição de semente de cânhamo é comum em todas as etapas do ano, exceto no defeso.
Esta semente, em quantidades moderadas, deixa os pombos menos ansiosos devido à
presença de tetra-hidrocarabinol, um composto isoprenóide aromático com propriedades
calmantes e anti-oxidantes. Contudo, a adição de cânhamo em excesso pode conduzir a
danos irreversíveis no sistema nervoso do animal, devido à sua atividade psicotrópica.
Estas propriedades são aproveitadas durante a muda de pena, a criação e no transporte
do pombo-correio até aos locais das provas (Mechoulam, 2013). O cártamo, por sua
vez, é constituído por triacilglicerideos ricos em ácidos gordos poli-insaturados e em
proteína, contudo, a sua casca, não ingerida pelo pombo-correio, corresponde a cerca de
45% do peso total da semente. A semente de girassol é a mais rica em matéria gorda,
em vitaminas lipossolúveis, principalmente em vitamina E, e não possuí fatores anti-
13
nutricionais associados. Por estes motivos é muito comum em alimentos para pombo
(Malakian, 2010). A colza possui mais proteína do que as sementes anteriores, maior
quantidade de aminoácidos essenciais, é muito rica em lípidos e tem os teores mais
elevados de vitaminas D e K. Em contrapartida, a presença de elevadas quantidade de
ácido erúcico e glucosinolatos, ambos factores anti-nutricionais, limita a quantidade que
se pode utilizar (Mulrooney, 2009). A perilha é uma semente particularmente rica em
fibra e a sua fração lipídica contém muitos ácidos gordos ω-3. Esta última característica
é partilhada pela linhaça, que também é rica em proteína e possuí menos fibra, contudo,
também apresenta glicosídeos cianogénicos e fatores anti-piridoxina (Longvah, 2000).
Tabela 4 - Aspetos nutricionais das principais sementes oleaginosas que integram a composição das
misturas em columbófilia (Adaptado de Chapoutot et al., 2015; Blas et al., 2010; Longvah et al.,
2000; Malakian, 2010; Tran, 2015). (*dados apenas para a metionina)
Rico em Mg, Fe e
Cânhamo 23,9 2,7 2,2* 16,5 - 35,7
Zn
Rico em Vit. B1 e
Cártamo 15,6 3,2 3,2 31,1 - 32,2 B6; Fonte de Mg,
P, Cu e Mn;
Rico em
Vitaminas E, B1,
Girassol 16,6 3,9 4,0 17,2 1,3 47,9 B6, B9; Rico em
Mg, P, Cu, Mn e
Se;
Fonte de Vit. E e
Colza 20,9 6,5 4,5 10,1 3,7 46,0 K ; Fonte razoável
de Ca, P e K
Rica em Vit. B1,
B3, B6, B12 e H;
Perilha 17,7 - - 20,8 - 43,4 Boa Fonte de Ca,
Mg, P, Fe, Zn, Cu,
Mn
Presença de Vit.
Linhaça 23,7 4,1 3,9 10,4 5,2 37,2 B1 ; Fonte de Mg,
P, Cu e Mn
14
As leguminosas compõem o último grupo de sementes da dieta do pombo-correio. É
possivel encontrar na tabela 5 as características nutricionais mais relevantes das
leguminosas mais comuns em columbófilia.
Todas estas sementes são muito semelhantes, possuindo elevada quantidade de proteína,
baixo teor lipídico e grandes reservas de amido. A proteína das leguminosas combina
bem com a dos cereais, devido à grande percentagem de lisina. Estas sementes são ainda
muito ricas em minerais e em vitaminas B1, fundamental no metabolismo dos hidratos
de carbono, B6, cofator nas reações de transaminação e B9, fundamental para a
eritropoiese. A grande limitação no uso de leguminosas prende-se com a abundância de
fatores anti-nutricionais, onde se destacam os inibidores da tripsina, as leptinas e os
taninos.
Tabela 5 - Aspetos nutricionais das principais leguminosas que integram a composição das misturas
em columbófilia (Adaptado de Blas et al., 2010; Heuzé et al., 2015).
Ricas em Vit. B1
Ervilha 23,9 7,2 2,4 6,0 42,5 1,2 e B9 ; Fontes de
P, Cu e Mn
Fonte de P e K e
Ervilhaca 28,4 5,8 1,8 4,7 37,4 1,5
Fe
Ricas em Vit. B1
e B9 ; Fontes de
Fava 29,0 6,2 2,0 9,1 44,7 1,4
Fe, Mg, P, K, Cu
e Mn
Ricas em Vit. B1
Feijão e B9 ; Fontes de
25,8 6,9 2,1 6,3 40,5 1,9
Mungo Fe, Mg, P, K, Cu
e Mn
Ricas em Vit. B1
e B9 ; Fontes de
Feijão 24,8 6,5 2,2 5,2 42,7 1,7
Fe, Mg, P, K, Cu
e Mn
15
1.3.2 – Fatores anti-nutricionais nas sementes utilizadas em columbofilia
A presença de fatores anti-nutricionais é comum nas sementes e conduz à redução do
valor nutricional destes alimentos. Na tabela 6 estão discriminados os fatores anti-
nutricionais mais comuns aos cereais, às sementes oleaginosas e às leguminosas.
16
figura 1. Os taninos hidrolisáveis consistem em ácidos fenólicos simples como o ácido
gálico, esterificados com polióis, geralmente a glucose. Os taninos condensados,
também designados por pró-antocianidinas, são polímeros e oligómeros de flavan-3-óis,
podendo variar entre as 2-100 unidades monoméricas (Bourvellec, 2012).
17
A perda de digestibilidade da proteína por ação dos taninos é particularmente
importante em alimentação animal, pois as fontes proteína são mais caras do que as de
amido. As moléculas de taninos interagem com as proteínas através da formação de
pontes de hidrogénio. Quando o mesmo tanino se liga a diferentes proteínas, forma um
agregado estável, que tende a aumentar de tamanho pela ligação de mais taninos e,
consequentemente, mais proteínas. Estes aglomerados vão bloquear eficazmente a
interação entre os centros ativos das enzimas e os seus substratos, reduzindo a
digestibilidade das frações proteicas (Bourvellec, 2012). A formação destes complexos
verificou-se mais provável na presença de proteínas ricas em prolina/hidroxiprolina,
com caracter hidrofóbico e com elevado peso molecular (Siebert, 1996).
18
Os glucosinolatos são tio-glucósidos encontrados em plantas da família das
brassicáceas, como a colza. Estes compostos são ativados pela atividade da mirosinase,
presente no citoplasma, que conduz à libertação de isotiocianatos e de nitrilos. Os
isotiocianatos são compostos amargos que reduzem a apetência das rações para frangos
e impedem a absorção de iodo pela tiróide, conduzindo a uma atividade anormalmente
elevada deste órgão, refletida na presença de hiperplasia e hipertrofia folicular. Os
nitrilos, por outro lado, são compostos tóxicos com efeito nefastos para o sistema
nervoso, fígado, rins e trato gastrointestinal. A toxicidade dos nitrilos provém da
libertação de cianeto durante o seu processo de degradação (Halkier, 2006; Francis,
2001). Os efeitos dos glucosinolatos na alimentação aviária já foram estudados, tendo-
se concluído que a sua presença conduz a perdas de peso e ao aumento de mortalidade
em frangos, enquanto em galinhas poedeiras também reduz o número e o peso dos ovos
(Tripathi, 2007).
Os glucósidos cianogénicos estão presentes em mais de 2500 plantas, nomeadamente na
linhaça e em grande parte das sementes de leguminosas. Estes glucósidos tornam-se
tóxicos quando, após a lise celular, contactam com glicosidases citoplasmáticas
libertadoras de HCN. O HCN é um composto tóxico que afeta a respiração normal, por
ligação ao ferro presente no centro ativo da hemoglobina e impedindo a ligação do
oxigénio, provocando morte por paragem cardio-respiratória. Por outro lado, o cianeto
afeta a respiração celular na mitocôndria, pois liga-se ao complexo IV, a oxidase do
citocromo-C, inibindo a ligação de oxigénio e bloqueando o fluxo de eletrões (Mithofer,
2012). Estudos demonstraram que doses não letais de glucósidos cianogénicos nas
rações retardam o crescimento em frangos e galinhas poedeiras (Arshami, 2010).
Os glucósidos fenólicos são, como o nome indica, glucósidos em que a aglícona é um
composto fenólico. Estes metabolitos constituem uma forma de armazenar compostos
fenólicos e evitar que sofram oxidação enzimática. Por outro lado, compostos fenólicos
tóxicos absorvidos pela planta são neutralizados pela ligação a um açúcar e
armazenados, podendo mais tarde funcionar como uma defesa contra animais ou insetos
herbívoros. Esta defesa consiste na perda de palatabilidade das plantas, repelindo vários
herbívoros. Nos insetos já se comprovou que elevadas concentrações destes metabolitos
conduzem a atrasos no desenvolvimento e perda de viabilidade (Boeckler, 2011).
As saponinas são metabolitos secundários da família dos glicósidos esteróides e estão
presentes em vegetais como a batata, o tomate e o feijão, onde desempenham funções
protetoras contra todo o tipo de seres vivos, desde bactérias a animais. São, portanto,
19
metabolitos tóxicos, capazes de desencadear sérios problemas gástricos e neurológicos,
consoante as concentrações ingeridas. A sua toxicidade é justificada por três
propriedades: (i) a sua ação tensioativa; (ii) a capacidade de ligar a macromoléculas;
(iii) a capacidade de inibir enzimas por ligação ao centro ativo (Itkin, 2013). A ação
tensioativa das saponinas ocorre devido à sua capacidade de impedir o transporte de
cálcio e sódio através das membranas plasmáticas. Esta ação impede a realização de
transporte ativo de outras moléculas e culmina com a rotura das membranas. A
capacidade de ligar a macromoléculas é preocupante no caso das proteínas, pois forma
complexos pouco digeríveis e reduz o valor nutricional dos alimentos. Por outro lado, as
saponinas formam complexos fortes com o colesterol e posteriormente, conduzem à
rotura das células de armazenamento destes esteróis, com efeitos negativos para os
organismos. Certas saponinas conseguem também inibir a esterase da acetilcolina e a
esterase da butirilcolina, duas enzimas que catalisam a hidrólise do neurotransmissor
acetilcolina durante as sinapses, no sistema nervoso central. Outra enzima inibida por
glucósidos esteróides é a descarboxilase da ornitina, uma enzima que promove a
formação de putrescina. Este intermediário pode, posteriormente, formar poliaminas
capazes de interagir com o ADN e afetar a divisão celular, particularmente a nível
hepático (Friedman, 2006).
1.3.2.3 – Fitatos
Os fitatos, ou hexafosfatos de mio-inositol, são compostos comuns nas sementes das
plantas, onde funcionam como reservas de fósforo. A utilização destas reservas implica
a presença de uma enzima, a fitase, que hidrolisa ligações fosfo-monoester libertando
ortofosfatos inorgânicos. Contudo, os animais monogástricos não possuem esta enzima
e são incapazes de obter iões fosfato a partir deste substrato (Mullaney et al, 2003).
Na ausência da fitase, os fitatos funcionam como agentes quelantes de iões di- e
trivalentes, nomeadamente, Mg2+, Ca2+, Zn2+, Cu3+ e Fe3+, impedindo que sejam
absorvidos pelo organismo. Os fitatos, quando associados a Mg2+, Ca2+, podem ainda
associar-se a lípidos e a resíduos básicos de péptidos (lisina, histidina e arginina),
formando complexos. Nos complexos com péptidos, a fração proteica tende a organizar-
se em torno das cargas negativas do ião fitato, formando um agregado macromolecular
mais difícil de digerir, enquanto com os lípidos ocorre a formação de tensioativos
metálicos que também influenciam negativamente a digestão. A presença de fitatos na
alimentação de frangos demonstrou uma diminuição na assimilação de aminoácidos e
20
minerais. Noutros animais, a presença dos fitatos resultou em carências nutricionais,
que por sua vez, levam a perdas de peso e a problemas na tiróide, rins e trato
gastrointestinal dos animais (Selle et al., 2007; Selle et al., 2012).
1.3.2.4 – Lectinas
As lectinas vegetais são proteínas que pertencem à família das fitohemoglutininas e
podem encontrar-se na maioria das sementes de leguminosas. Estas proteínas têm a
capacidade de reconhecer e de se ligar a estruturas repetitivas de monossacarídeos, com
resíduos terminais de manose, N-acetil-glucosamina e D-galactose. Desta forma, podem
interagir com glicoproteínas e glicopéptidos, presentes nas membranas de fungos,
bactérias e das paredes intestinais, desencadeando fenómenos apoptóticos. Apesar das
lectinas serem proteínas, a sua estrutura confere-lhes alguma resistência à ação
proteolítica das enzimas intestinais (Douglas et al. 1999, Francis et al., 2001, Rudd et
al., 2001). A atividade das lectinas no intestino delgado afeta múltiplos processos
metabólicos do intestino e causa danos morfológicos nas vilosidades. No caso das
lectinas da soja, ocorre uma ligação extensiva à superfície estriada do intestino delgado,
causando danos graves na mucosa e nas microvilosidades. Devido às lesões no epitélio
intestinal, verifica-se uma grande diminuição na quantidade de vacúolos absortivos,
uma diminuição do tamanho das microvilosidades dos enterócitos e um aumento da
densidade de células caliciformes. Estas últimas são responsáveis pela produção de
mucina, que quando produzida em excesso surge como marcador de danos
morfológicos. A atividade das lectinas também afeta outras partes do organismo,
nomeadamente, provocam a depleção dos lípidos armazenados no tecido adiposo,
promovem o aumento do volume do fígado e levam à perda de tecido muscular. Os
efeitos das lectinas nos animais passam pela redução do apetite devido às lesões nos
enterócitos intestinais, que por sua vez causa uma redução das taxas de crescimento e de
aproveitamento da ração (Douglas et al., 1999).
21
na formação do piridoxal-fosfato, outras funções da piridoxina são afetadas,
nomeadamente, a sua atividade antioxidante, anti-inflamatória e ainda o seu papel no
metabolismo do colesterol. As principais desordens metabólicas associadas à inibição
da piridoxina são a necrose e esteatose hepática e problemas no metabolismo dos
aminoácidos, principalmente da metionina (Mayengbam et al., 2014; Mayengbam et al.,
2015).
Distribuídos entre as espécies vegetais encontram-se vários inibidores de enzimas
digestivas como a tripsina, a quimotripsina, as carbopeptidases, a elastina ou a α-
amilase. Estes inibidores enzimáticos permitem, simultaneamente, reduzir a
digestibilidade da fração proteica dos alimentos e impedir que fatores anti-nutricionais
como as lectinas sejam degradados. Atualmente, a soja é a principal fonte de proteína
em alimentação animal, contudo, também é a maior fonte de inibidores de tripsina.
Estes são péptidos que se distribuem em duas categorias: os inibidores Kunitz e os
inibidores Bowman-Birk. Os primeiros têm uma massa molecular de 21,5 kDa,
possuem duas pontes dissulfeto e atuam especificamente sobre a tripsina, enquanto os
inibidores Bowman-Birk, com apenas 8 kDa e uma elevada proporção de pontes
dissulfeto, conseguem inibir tanto a tripsina como a quimotripsina. Os efeitos negativos
destes inibidores passam pelo aumento da libertação de proteases pancreáticas,
acompanhado por hipertrofia e hiperplasia do pâncreas. Devido à riqueza destas
proteases em aminoácidos sulfurados, a sua sobre-expressão implica a mobilização de
metionina e cisteína a partir do resto do organismo, podendo desencadear novos
desequilíbrios (Gilani et al., 2012).
O ácido erúcico é um ácido gordo ómega-9 monoinsaturado (22:1ω9) que constitui
cerca de 50% do teor total de ácidos gordos nos cultivares mais antigos de colza. Este
ácido gordo não é completamente metabolizado pelo músculo cardíaco e, por esse
motivo, dietas ricas em ácido erúcico são responsáveis por: lesões a nível do miocárdio;
acumulação anormal de gordura nos tecidos animais; diminuição no ganho de peso do
animal. Atualmente, a maior parte das cultivares de colza apresentam teores de ácido
erúcico inferiores a 2% (Nesi et al., 2008).
A ervilhaca é uma leguminosa nutricionalmente interessante, contudo, possui duas
toxinas particularmente letais para o setor aviário, a β-cianoalanina e a γ-glutamil-β-
cianoalanina. Estas toxinas inibem a via da trans-sulfuração e impedem a interconversão
entre cisteína, homocisteína e metionina. Deste modo, afetam a disponibilidade de
aminoácidos sulfurados obtidos através da dieta, já limitantes nas leguminosas. A
22
adição de ervilhaca sem qualquer tratamento provocou um aumento na mortalidade de
frangos, uma diminuição de 33% na taxa de crescimento de pintos e reduziu a postura
de ovos em galinhas poedeiras (Darre et al., 1998).
23
nutricional, consoante as marcas.
%
Marca e Designação do Produto Proteína Matéria Cinza
Fibra
bruta Gorda bruta
Gerry Plus I.C.+ VLGP 10,5 9,0 7,5 2,5
Superstar Plus I.C.+ VLSP 14,0 8,0 6,0 3,0
Versele-laga (Bélgica)
Champion Plus I.C.+ VLCP 14,5 9,0 7,0 2,5
Energy Plus I.C.+ VLEP 21,5 24,5 12,0 4,0
Vanrobaeys (Bélgica) Exclusive Racing VBRE 15,0 8,7 6,0 -
Jacques Freydiger - Mistura Para Concursos JFMC 16,7 6,8 6,0 2,8
Pombos Concursos OVGC 12,0 4,9 4,1 2,2
Ovargado (Portugal)
Pombos Super Concurso OVGS 13,0 8,7 5,8 2,6
24
têm uma menor quantidade de proteína, podendo comprometer o desempenho do animal
nas provas de fundo e meio-fundo. Por outro lado, têm maior quantidade de cereais e
portanto, de hidratos de carbono, tornando-as mais apropriadas para provas de
velocidade.
Na figura 5 é feita uma comparação das rações com base nas sementes, granulados ou
extrusados que as compõem.
80
70
60
OVG Concurso
50 VL Concursos
40 VB Concursos
%
30
20
10
0
Leguminosas (%) Cereais (%) Oleoginosas (%) Granulado / Extrusado
(%)
Figura 5 - Proporção das diferentes classes de sementes nas misturas para concursos das marcas
Ovargado (OVG), Versele Laga (VL) e Vanrobaeys (VB).
25
desportiva. A muda é muito exigente do ponto de vista fisiológico e só se inicia quando
o animal se encontra em bom estado de saúde e com reservas energéticas adequadas.
Animais debilitados tardam a iniciar o processo e dispõem de menos tempo para o
executar, resultando em penas primárias de pior qualidade, apresentando maior rigidez,
menor peso, menor comprimento e ráquis mais estreitas (Dawson, 2000; Freydiger,
1984).
As penas são estruturas compostas por cerca de 95% de proteína, principalmente
queratina com uma estrutura bastante homogénea, baixo peso molecular (10.400 kDa) e
rica em serina (15,1%), glicina (13,9% e cisteína (8,2%). Em certas espécies de aves, as
penas podem representar até cerca de 30% do peso corporal, o que torna a mobilização
de proteína associada à muda, num processo muito exigente (Gregg, 1986; Saino,
2013). A extensa vascularização das penas também é um fator relevante, pois implica
que durante este processo o animal aumente a atividade hematopoiética. Contudo, a
análise dos parâmetros bioquímicos do plasma revelou baixos níveis de eritrócitos, que
por sua vez, são deficientes em hemoglobina, o que suporta a conclusão de que a
produção das penas consome a maior parte da proteína ingerida, comprometendo outros
processos. Por outro lado, a queda das penas deixa o animal desprotegido e conduz a
maiores gastos energéticos com regulação térmica (Kasprzak, 2006). As diferentes
rações para a muda de pena estão apresentadas na tabela 8.
%
Marca e Designação do Produto Proteína Matéria Cinza
Fibra
bruta Gorda bruta
Versele-laga Mutine Plus I.C.+ VLMP 16,5 6,5 5,0 3,0
Vanrobaeys Exclusive Moulting VBEM 15,8 9,1 6,5 -
Jacques Freydiger, 1984 - Mistura Para Muda JFMM 16,6 8,5 6,3 8,5
Ovargado Pombos Muda OVGM 13,0 5,5 4,2 2,3
Tal como nas rações dirigidas à época de concursos, a Versele Laga (VLMP), a
Vanrobaeys (VBEM) e a literatura (JFMM) fornecem as rações/formulações que melhor
se adequam às exigências deste período, enquanto a OVGM será a menos apropriada.
Atendendo às necessidades de proteína durante a muda e ao fato desta fase condicionar
a síntese proteica em todo o organismo, dietas mais pobres em proteína serão menos
26
eficientes. Por outro lado, fornecer maior quantidade de lípidos pode promover a
acumulação de tecido adiposo e funcionar como mecanismo de insolação, diminuindo
os gastos energéticos na termorregulação, e promovendo a performance dos animais.
A figura 6 permite fazer a comparação das misturas para a época da muda, das
diferentes marcas, com base nas sementes, granulados ou extrusados que as compõem.
80
70
60
OVG Muda
50
VL Muda
40
%
VB Muda
30
20
10
0
Leguminosas (%) Cereais (%) Oleoginosas (%) Granulado /
Extrusado (%)
Figura 6 - Proporção das diferentes classes de sementes nas misturas para muda das marcas
Ovargado (OVG), Versele Laga (VL) e Vanrobaeys (VB).
Aqui verifica-se que a grande discrepância no teor de lípidos entre as misturas OVGM e
VBMP e a VBEM se deve exclusivamente ao conteúdo em sementes oleaginosas.
Contudo, a mistura VBMP compensa o menor teor de oleaginosas com os extrusados e
granulados e, portanto, consegue manter os valores de proteína elevados, ao contrário
das misturas OVGM.
27
energético. Deste modo, o animal não produz reservas de glicogénio nem desenvolve
tecido adiposo, comprometendo o desempenho desportivo, por outro lado, encurta o
período disponível para treinos de preparação para concursos. (Landercy, 1967).
Diferenças verificadas durante as fases do período de criação, relativamente à massa
corporal e a parâmetros bioquímicos do plasma estão apresentados na tabela 9.
28
variação entre uma dieta normal e uma dieta nutricionalmente pobre, pouco afetou a
produção média de ovos, assim como também não reduziu os teores de antioxidantes
hidro e lipossolúveis. Houve, contudo, efeitos no animal, que quando submetido a uma
alimentado mais pobre, perdeu consideravelmente mais peso (Constantini, 2010).
A tabela 10 apresenta as rações encontradas no mercado e dirigidas a esta fase do ano.
Para estas misturas, todas as marcas reconhecem a necessidade de teores elevados de
proteína, usada tanto para a produção de LP como para a produção do ovo. Também
seria expectável que os teores de matéria-gorda fossem altos, pois a produção da gema
do ovo pelas fêmeas e a produção do LP implicam uma elevada quantidade de lípidos,
contudo, as rações analisadas possuem valores surpreendentemente baixos. Os teores de
cinza, onde estão refletidos os teores de cálcio e outros minerais, são semelhantes entre
os diferentes produtos.
%
Marca e Designação do Produto Proteína Matéria Cinza
Fibra
bruta Gorda bruta
Versele-laga Cria Start Plus I.C.+ VLCS 16,5 5,5 5,5 2,5
Vanrobaeys Breeding Exclusive VBBE 14,4 6,4 6,3 -
Ovargado Pombos Criação OVGB 15,0 4,2 4,5 2,4
29
valorizada pela presença de granulados e extrusados, que correspondem a 6% do
produto.
60
50
40
OVG Criação
30
%
VL Criação
VB Criação
20
10
0
Leguminosas (%) Cereais (%) Oleoginosas (%) Granulado /
Extrusado (%)
Figura 7 - Proporção das diferentes classes de sementes nas misturas para criação das marcas
Ovargado (OVG), Versele Laga (VL) e Vanrobaeys (VB).
30
a formulação JFMC, com os teores de proteína mais elevados de todas as misturas
analisadas, mantendo teores também razoáveis de matéria gorda. Por último, temos a
mistura VBCD, esta apresenta valores de proteína comparáveis às opções da Ovargado
e teores de lípidos semelhantes à misturas da Versele Laga e da bibliografia (Landercy,
1967, Freydiger, 1984).
%
Marca e Designação do Produto Proteína Matéria Cinza
Fibra
bruta Gorda bruta
Dieta- Depure Plus I.C.+ VLDD 12,5 6,5 6,0 3,0
Versele-Laga
Inverno- Winter Plus I.C.+ VLWP 11,0 6,5 8,0 3,0
100
90
80
70 OVG Depurativa
60 VL Depurativa
50 VB Depurativa
%
40
30
20
10
0
Leguminosas (%) Cereais (%) Oleoginosas (%)Granulado / Extrusado (%)
Figura 8 - Proporção das diferentes classes de sementes nas misturas depurativas das marcas
Ovargado (OVG), Versele Laga (VL) e Vanrobaeys (VB).
31
As rações VLDD e VBCD apresentam os valores mais elevados de lípidos, uma vez
que também possuem uma maior quantidade de oleaginosas do que a mistura OVGD.
Em relação à proteína também constata-se que a mistura VLDD possuí valores mais
elevados. Como a única diferença está nos granulados e extrusados, é possivel reforçar a
ideia já defendida nas misturas anteriores e reafirmar que estes componentes são
responsáveis pelo aumento dos teores de proteína. Entre a mistura OVGD e VBCD, os
teores de proteína são semelhantes pois a proteína que a VBCD retira das sementes
oleaginosas é compensado na mistura OVGD, através dos cereais e da ligeira
quantidade de leguminosas.
Tabela 12 - Aspetos nutricionais das principais matérias-primas que integram a composição dos
extrusados (Adaptado de Mulrooney et al., 2009; Blas et al., 2010; Marcondes et al. 2009).
(*produto obtido após extração do óleo)
Aveia
14 4,2 4,7 6,9 3,4 53
S/casca
Sêmea de
14 4,0 3,6 9,0 3,6 23
Trigo
Sêmea de
14 4,7 3,4 7,7 14 32
Arroz
Trinca de
7,5 3,8 4,7 1,0 1,2 73
Arroz
Farinha de
Dependem do tipo de bolacha; Proteína ronda os 10% 50-60
Bolacha
33
Os subprodutos de cereais como a sêmea de trigo e a sêmea de arroz são boas fontes de
minerais e fibra. Estes subprodutos são também mais ricos em proteína mas a remoção
de amido torna-os menos energéticos. Analisando individualmente, é possivel constatar
que a sêmea de trigo compensa a falta de energia com um elevado teor em minerais e
vitaminas do complexo B, excepto B9 e B12. Por outro lado, a sêmea de arroz tem maior
quantidade de lípidos e menos fibra, o que a torna num alimento mais adequado do que
a sêmea de trigo para columbofilia (Mello et al., 2009).
A aveia é um dos cereais mais ricos em proteína e em lisina, contudo, o seu uso em
columbofilia é reduzido. O seu valor energético é superior ao do milho devido à maior
riqueza em lípidos e, portanto, tem interesse em misturas para a época de concursos. Na
extrusão, tanto a aveia como a trinca de arroz fornecem amido, este é necessário para
que ocorra gelatinização e expansão. A principal desvantagem do uso de aveia é o
elevado teor de fibra, para um cereal. Esta fibra é particularmente rica em β-glucanas e
pode provocar um aumento da viscosidade no trato gastro intestinal das aves. Deste
efeito pode resultar uma diminuição da ingestão de alimento e da absorção de outros
nutrientes, afetando, principalmente, o crescimento de aves jovens (Blas et al., 2010).
34
conteúdos do cólon (Knudsen, 2001; Elleuch et al., 2011). Para a alimentação animal, é
mais comum fazer a distinção entre fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em
detergente ácido (FDA). A FDN compreende a fração dos hidratos de carbono
insolúveis que constituem a matriz celular vegetal, incluindo principalmente a celulose,
hemiceluloses como as xilanas, arabinoxilanas, mananas, galactomanas e lenhina, e
constituí a melhor forma de estimar a ingestão de fibra e os seus efeitos no trato
gastrointestinal. A FDA corresponde à fração da FDN que não é solúvel num detergente
ácido e envolve celulose, lenhina, nitrogénio insolúvel em detergente ácido e cinza
insolúvel. Contudo, este parâmetro não constitui uma medição válida para previsões
nutricionais e de digestibilidade (Van Soest, 1991).
As aves de modo geral são incapazes de metabolizar PNA e possuem uma microflora
pouco desenvolvida, devido ao curto trato gastro intestinal, limitando a quantidade de
energia obtida via fermentação microbiana. Por este motivo, a inclusão de fibra nos
alimentos avícolas não promove diretamente o aumento de peso e é geralmente
interpretada como uma diluição de outros nutrientes. Existem, contudo, estudos
defendem a importância da inclusão moderada de FA no alimento avícola devido ao
efeito estimulante na moela, em particular pela fibra mais insolúvel, e ao efeito benéfico
sobre a microflora, dificultando a propagação de espécies patogénicas (Amerah, 2009).
No entanto, em columbofilia, o objetivo não passa pelo aumento de peso do animal, mas
sim, pela melhor prestação desportiva.
De modo a fornecer teores equilibrados de fibra é comum recorrer a matérias-primas
como as palhas, as cascas de vegetais ou certos bagaços de espécies vegetais. Estas
matérias-primas são adicionadas em baixas quantidades e a sua qualidade depende
muito dos teores nos restantes nutrientes, principalmente em proteína (Jorgensen, 1996).
A figura 9 descreve os teores de fibra, proteína bruta e proteína digerível, das principais
fontes de fibra utilizadas a nível ibérico, na alimentação animal.
A palha de cereais e o bagaço de uva são alimentos ricos em fibra pouco digerível e
pobres noutros hidratos de carbono. A proteína destes alimentos está maioritariamente
associada à parede celular, justificando a baixa digestibilidade. No caso do bagaço de
uva, apesar do teor de proteína bruta ser mais elevado, verifica-se a presença de taninos
condensados que reduzem a digestibilidade da proteína. A casca de soja é um alimento
muito rico em fibra pouco lenhificada e pobre noutros hidratos de carbono. O seu teor
de proteína é razoável, embora uma parte esteja associada à parede celular, justificando
a digestibilidade moderada. A fibra presente na luzerna possui um bom equilíbrio entre
35
as frações solúveis, insolúveis e lenhificadas. A riqueza em fibras solúveis, facilmente
fermentáveis pela microflora de todas as espécies, tem efeitos benéficos a nível
intestinal. A digestibilidade da proteína ronda os 60%, devido à presença de taninos
condensados. A alfarroba, por sua vez, é um alimento com um conteúdo de fibra baixo,
mas o teor de lenhina é muito elevado, superior a 20%. Possuí ainda uma quantidade de
açúcares livres muito elevada, com cerca de 35%. Tal como na luzerna, a presença de
taninos condensados reduz a digestibilidade da sua proteína. Os bagaços de citrinos e de
beterraba possuem uma quantidade elevada de açúcares solúveis e um teor moderado de
fibras. Estas encontram-se pouco lenhificadas e contêm muitos PNA solúveis. A
proteína está presente em baixas quantidades e mais de metade está associada à parede
celular ou a lenhina diminuindo a sua digestibilidade (Blas & Wiseman, 2010).
40
35
Fibra
30
Proteína Bruta
25 Proteína digerível
g/kg de MS
20
15
10
0
Palha de Casca de Bagaço de Luzerna Alfarroba Bagaço de Bagaço de
cereais soja uva citrinos beterraba
Figura 9 - Perfil nutricional em termos de fibra, proteína bruta e proteína digerível em 7 alimentos
fibrosos usados no fabrico de alimentos compostos para animais (adaptado de Blas, 2010).
36
2013; Yazdanshenas et al., 2005). O retentato está pouco estudado e pela falta de
bibliografia, supõem-se que seja maioritariamente descartado. O bagaço, por outro lado,
pode ser utilizado como fertilizante ou alimento animal, embora na maior parte dos
casos, é descartado para aterros ou para compostagem. Tal comportamento apresenta
riscos ecológicos associados à degradação e ao crescimento microbiano, como por
exemplo, a produção de gases com efeitos de estufa, a libertação de odores
desagradáveis, a contaminação de cursos de água ou o desenvolvimento de agentes
patogénicos. Outro aspeto negativo para as empresas, são os custos do transporte,
despejo e tratamento dos resíduos em aterro (Dhillon, 2013).
O baixo teor do bagaço em proteína e vitaminas tem limitado o seu uso na alimentação
animal, contudo, a riqueza em substância pécticas e polifenóis sugere que pode ser
utilizado para obtenção de produtos de valor acrescentado (Lu, 1999). Diferentes
estratégias para aproveitamento do bagaço de maçã incluem: (i) produção de enzimas;
(ii) produção de ácidos orgânicos; (iii) produção de cogumelos comestíveis; (iv)
produção de etanol; (v) produção de compostos de aroma; (vi) extração de antioxidantes
naturais; (vii) extração de fibras dietéticas (Vendruscolo, 2008).
37
as duas principais fontes de polissacarídeos pécticos, a nível comercial (Voragen et al.,
2009; Wang et al., 2014). A fibra do bagaço de maçã é também rica em carotenos e
polifenóis, dos quais se destacam a epicatequina, as procianidinas, os glicosídeos
flavonoides e os ácidos cianogénicos, pela sua capacidade antioxidante e valor
comercial (Lu et al., 1999, Vendruscolo et al., 2008, Figuerola et al., 2004).
Tabela 13 - Composição aproximada do bagaço de maçã (Adaptado de: Blas et al., 2010; Joshi et
al., 1996; Nawirska, 2005; Bhushan et al., 2008; Sato et al., 2010.)
F - Fibra; PB - Proteína bruta; FND - Fibra insolúvel em detergente neutro; FAD - Fibra insolúvel
em detergente ácido; LAD - Lenhina insolúvel em detergente ácido; CZ - Cinza
Constituinte %
EM (kcal/kg) 2950
Açucares totais 39,35 - 48
Glucose (AT) 9,36 - 12,57
Frutose (AT) 17,9 - 29,9
Sacarose (AT) 3,6 - 7,04
Cinzas 2,0
Cálcio (CZ) 9,0
Fósforo (CZ) 11,5
Sódio (CZ) 2,0
Magnésio (CZ) 3,0
Cobre (CZ) 0,0055 - 0,05
Ferro (CZ) 0,83 - 1,15
Manganês (CZ) 0,045 - 0,075
Zinco (CZ) 0,065 - 0,075
Fibra 14,7 - 43,63
Pectina (F) 11,7
Celulose (F) 43,6
Hemicelulosa (F) 24,4
Lenhina (F) 20,4
FND 46,8
FAD 33
LAD 11,5
Matéria Gorda 1,53 - 4,00
Proteína Bruta 2,74 - 5,80
Lisina (PB) 3,93
Metionina (PB) 1,38
Treonina (PB 3,04
Triptofano (PB) 0,88
38
Na tabela 14 estão representadas algumas das propriedades funcionais da fibra de
bagaço de maçã em comparação com fibra proveniente do bagaço de citrinos (limão e
laranja) e do bagaço de toranja.
As propriedades de hidratação das fibras são analisadas através da capacidade de
retenção de água (CRA) e da capacidade de inchar (CI), e são semelhantes entre o
bagaço de maçã e os concentrados fibrosos considerados. A CRA e a CI dependem: da
afinidade da fibra para a água; da quantidade de fibra insolúvel; da capacidade da fibra
para formar estruturas capilares; da sua propensão para formar pontes de hidrogénio ou
ligações dipolares com a água. A capacidade de adsorção de lípidos (CAL), é menor no
bagaço de maçã em relação às outras fontes consideradas. Estes dados revelam que os
constituintes das fibras apresentam variações na disposição de cargas, na espessura, nas
propriedades da superfície e uma menor quantidade de elementos hidrofóbicos
(Figuerola et al., 2004).
Concentrado
CRA (g água/g MS) CI (mL-1 água/g MS) CAL (g óleo/g MS)
fibroso
Bagaço de maçã 1,62-1,87 6,59-8,27 0,60-1,45
Bagaço de citrinos 1,65-1,85 6,11-9,19 1,30-1,81
Bagaço de toranja 2,09-2,26 6,69-8,02 1,20-1,52
Tabela 15 - Composição da fração sólida do retentato total e após a centrifugação, com remoção do
sobrenadante (adaptado de Cruz et al., 2014).
(matéria seca- MS; matéria gorda - MG; proteína bruta - PB)
Constituinte (%)
Matéria seca 8,0
Açúcares livres (MS) 5,2
Fibra (MS) 13,3
Matéria Gorda (MS) 11,4
Ácidos Gordos Livres (MG) 67,0
Esteróis (MG) 25,0
Triacilglicerídeos (MG) 4,0
Proteína Bruta (MS) 29,4
Aminoácidos Essenciais (PB) 44
Lisina (PB) 1,0
Valina (PB) 18,0
Leucina (PB) 14,0
40
fibra, devido ao elevado rácio lenhina/celulose; (ii) teores de proteínas, vitaminas e
minerais desajustados; (iii) baixa digestibilidade da proteína presente (Dhillon et al.,
2013).
O retentato carece de estudos sobre os efeitos da sua incorporação na alimentação
animal, embora o seu perfil nutricional permita tirar algumas conclusões. Por um lado,
os açúcares livres presentes podem ser rapidamente absorvidos e fornecer quantidades
elevadas de energia num reduzido intervalo de tempo. Por outro lado, a proteína é rica
em aminoácidos essenciais, particularmente valina e leucina (Cruz et al., 2014;
Yazdanshenas et al., 2005). O principal problema do retentato reside na sua
perecibilidade, devido ao elevado teor de água e de açúcares livres. Outro problema
reside na sua matriz espessa, composta por material muito particulado. Estas
características dificultam a sedimentação da fase sólida para posterior separação e a
remoção do excesso de água. Devido a estas características, a separação e
aproveitamento da fração sólida implicaria uma centrifugação seguida da secagem do
material precipitado (Cruz et al., 2014; Yazdanshenas et al., 2005).
41
dispersão pela mistura. Este processo culmina na expansão dos extrusados após a
passagem pelo barril de extrusão (Moscicki et al., 2009).
42
glutelinas e prolaminas formam massas de caracter viscoelástico que também são
maceradas. Já as proteínas musculares da carne formam partículas muito mais
resistentes, capazes de suportar a tensão cisalhante gerada no parafuso rotativo e não
serem maceradas. Estes processos aumentam a exposição das proteínas face à ação de
proteases, aumentando a digestibilidade (Guy R.., 2001).
Outro aspeto importante, relativo à digestibilidade da proteína, reside na inativação de
fatores anti-nutricionais através da ação do calor, nomeadamente, inibidores da tripsina
e hemaglutininas, como as lectinas. A temperatura e a pressão também promovem
alterações estrurais em taninos alterando a sua solubilidade e reactividade. Os fitatos,
por outro lado, sofrem hidrólise e passam de hexafosfatos de inositol para penta e
tetrafosfatos (Alonso et al., 2000a; Marzo et al., 2002).
43
particularmente se a mistura for rica em monoglicerídeos ou ácidos gordos livres. Este
fenómeno aumenta a resistência do amido à hidrólise enzimática, reduzindo a sua
digestibilidade (Singh et al., 2010).
44
de fibras solúveis, como a inulina, aumentam a expansão do produto extrusado e melhoram
a textura do produto final, em relação às fibras insolúveis. Estes efeitos da fibra solúvel
podem ser atribuídos à capacidade de retenção de água e às variações nas propriedades
viscoelásticas da massa extrusada (Peressini et al., 2015).
45
1.6 Objetivos
Este trabalho tem como principal objetivo o desenvolvimento de formulações de
alimentos extrusados para pombo-correio, direccionadas para os diferentes períodos da
época desportiva em columbófilia: os concursos; a muda de pena; a criação; o defeso.
Estas formulações têm em conta as alterações metabólicas e comportamentais que
ocorrem durante estes períodos e procuram colmatar as necessidades nutricionais do
animal.
O segundo objetivo deste trabalho passa pela integração de subprodutos derivados da
indústria alimentar nas formulações destes alimentos extrusados. Dentro destes
subprodutos temos dois grupos distintos: (i) matérias-primas comuns na indústria das
rações, como os bagaços de oleaginosas e as sêmeas de cereais (ii) subprodutos de maçã
pouco ou nada utilizados na indústria das rações.
Por último, serão comparados alimentos extrusados, desenvolvidos a partir das
formulações anteriormente concebidas, na presença e na ausência dos subprodutos de
maçã.
46
2 - Material e Métodos
47
48
2.1 - Origem dos materiais
Para cada tipo de ração (concursos, concursos SF) foram produzidos 1,5 kg de amostra
para posteriormente extrusar. As diferentes matérias-primas foram pesadas numa
balança digital (±0,05 g de sensibilidade) e moídas e misturadas num moinho de
cozinha. Os aditivos foram pesados numa balança digital com sensibilidade ± 0,0005 g.
As amostras moídas foram depois extrudidas numa co-extrusora mono-fuso da marca
periplast, modelo Ø25 x 25D. Após a extrusão foram colocadas em estufa a 60ºC,
durante 30 minutos para garantir um teor de humidade inferior a 10%, permitindo a sua
conservação.
49
2.4 - Análise de açúcares
A análise de açúcares neutros das amostras foi realizada com hidrólise ácida dos
polissacarídeos em condições que proporcionam a despolimerização como mínimo de
destruição dos resíduos, segundo o método de Selvendran et al.. Posteriormente, os
resíduos são convertidos em acetatos de alditol, derivados voláteis e termoestáveis que
possibilitam a análise quantitativa e qualitativa dos resíduos de açúcar por GC-FID
segundo Coimbra et al..
Pesou-se 1-2 mg de amostra e adicionou-se 200 µl de ácido sulfúrico a 72% com
incubação à temperatura ambiente durante 3 horas. De seguida procedeu-se à sua
hidrólise adicionando 2,2 ml de água destilada (para uma concentração final de ácido
sulfúrico de 1 molar) e deixou-se reagir durante 2,5 horas num bloco de aquecimento a
100ºC. Após este tempo arrefeceu-se os tubos num banho de gelo. De seguida
adicionou-se 200 µl de padrão interno (2 - desoxiglucose a 1 mg/ml). Após a adição do
padrão interno transferiu-se 1 ml da solução hidrolisada para novos tubos e usando 200
µl de NH3 (25 %) foi neutralizada a porção de ácido que não reagiu. Com 100 µl NaBH4
(15 % (m/v) em NH3 3M) fez-se a redução do padrão e amostra hidrolisada deixando
reagir a 30ºC durante 1 hora. De seguida foram adicionadas porções de 50 µl de ácido
acético glacial até se ter eliminado o excesso de BH4-, transferindo-se 300 µl para tubos
SOVIREL. Colocaram-se os tubos num banho de gelo e adicionaram-se 450 µl de 1 –
metilimidazol e 3 ml de anidrido acético. Agitou-se bem e colocou-se a 30ºC durante 30
min. Ainda no banho de gelo foram adicionados 3 ml de água destilada e 2,5 ml de
diclorometano, seguido de agitação muito forte sem recorrer ao vortex. Centrifugou-se
cerca de 30 s a 3000 rpm e aspirou-se a fase aquosa por sucção. Repetiu-se o processo
desde a adição de água destilada. Para a lavagem da fase orgânica usou-se 3 ml de água
destilada, agitou-se bem, centrifugou-se e removeu-se por sucção a fase aquosa na
totalidade. O passo de lavagem foi repetido pelo menos uma vez. A fase orgânica foi
transferida para tubos apropriados para a concentração num evaporador centrífugo
(speedvac) onde foi evaporado o diclorometano. Adicionou-se então 1 ml de acetona
anidra que também foi evaporado na speedvac, repetindo o passo com mais uma adição
de acetona. Os tubos fechados foram guardados num exsicador.
Dissolveram-se os acetatos de alditol em 20 µl de acetona anidra e foi feita a análise por
GC-FID usando uma coluna capilar DB-225 (30 m de comprimento, 0,25 mm de
50
diâmetro, 0,15 de espessura) num cromatógrafo Perkin Elmer – Clarus 400, usando
hidrogénio como gás de arraste. As condições usadas foram, temperatura do injetor de
220 ºC, temperatura do detetor de 230 ºC, com um programa de temperaturas:
Ttotal = 9 min
Tinicial = 200 ºC
Rampa 1 = 40 ºC/min até 220 ºC
T = 220 ºC durante 7 min
Rampa 2 = 20 ºC/min até 230 ºC
T = 230 ºC durante 1 min
O teor de cinzas (fração inorgânica) foi determinado pela incineração da parte orgânica,
em que cerca de 1g de amostra de cada ração foi calcinada numa mufla a 700ºC, durante
5 horas:
% Cinzas = mcinzas/mamostra seca x 100
51
2.7 - Análise de aminoácidos
52
Rampa 2 = 16 °C/min até 250 °C
T = 250 °C durante 5 min
Para o qMS a temperatura da fonte foi a 250ºC e o espectrómetro de massa trabalhou
em modo de impacto eletrónico com energia de 70eV. A análise do varrimento foi feita
em modo SCAN no intervalo de 50-700 m/z a 10 ciclos/s.
As extrações em Soxhlet foram realizadas com 150 mL de n-hexano num extrator com
50 mL de capacidade e cartucho dimensões 10x4 mm, durante 7 horas. A massa de óleo
foi determinada gravimetricamente após remoção do solvente. Para garantir que o óleo
final não transportava resíduos de amostra, os extratos do Soxhlet foram primeiramente
filtrados sob vácuo num filtro poroso de vidro (tamanho G1). Seguidamente, o n-hexano
do filtrado foi removido num evaporador rotativo a 40 ºC e o óleo resultante transferido
para tubos de speedvac. O rendimento da extração (%) η foi calculado como a massa de
óleo extraído de 100 g de amostra de ração.
Os resultados obtidos para a humidade, teor de cinzas, açúcares livres e açúcares torais,
foram avaliados estatisticamente por recurso aos testes F e t-student com um nível de
53
significância de 95% (através do Microsoft Excel 2010). As diferenças consideraram-se
significativas quando p ≤ 0,05.
54
3. Resultados e Discussão
55
56
3.1 – Formulações de Extrusados para Columbofilia
58
reduzir os riscos de intoxicações, causadas por fungos e micotóxinas presentes nas
matérias-primas. No caso dos pombos-correio para competição, as doenças causadas por
fungos resultam em problemas respiratórios, regurgitação e perda de peso (Rupiper,
1998), com efeitos drásticos na performance desportiva.
Os concentrados proteicos e os aditivos contendo aminoácidos específicos, constituem
uma estratégia importante para aumentar o valor nutricional da proteína, pois a proteína
vegetal não possui teores de aminoácidos essenciais ajustados às necessidades dos
animais.
Estas propriedades dos aditivos estendem-se a todas as fases do desporto columbófilo.
Macronutrientes
Aditivos
3% 0,5% 1% 1%
Macronutrientes
Aditivos
Concentrado de proteína Vitaminas e Adsorvente de
Antifúngico
animal Minerais micotoxinas
2% 0,5% 1% 1%
60
3.1.1.3 Comparação entre formulação de controlo e formulação com retentato
Na tabela 18 estão representadas as matérias-primas presentes nas formulações para
concursos e a contribuição de cada matéria-prima para o valor nutricional do produto
final.
Tabela 18 - Constituintes que compõem o extrusado para a época de concursos sem adição de
retentato (cont.) e com adição de retentato (Ret.). No lado direito temos a contribuição de cada
matéria-prima para o valor nutricional do produto final.
Legenda do esquema de cores da tabela. Os valores são relativos à quantidade total do respetivo
nutriente, no alimento extrusado.
0% 0 - 5% 5 - 10 % 10 - 15 % 15 - 25 % > 25 %
Através da tabela é possível ter uma noção entre a taxa de incorporação das matérias-
primas e a sua contribuição para o teor de cada macronutriente do produto. Deste modo,
61
é possivel afirmar que o milho introduzido, em ambos os extrusados, contribuiu com
mais de 25% da energia metabolizável da fórmula e cerca de 10-15 % dos lípidos e da
proteína do extrusado. Quadrados a branco indicam ausência da matéria-prima ou uma
contribuição nula para o parâmetro em questão.
Na formulação de controlo (Cont.), a fonte de proteína é a soja, tal permite compensar o
défice de lisina associado ao milho e aos restantes cereais. O uso do bagaço de soja em
prol do retentato e de bagaço de girassol/colza permite também obter um extrusado com
teores de fibra mais reduzido (Blas et al., 2010).
Na formulação com retentato (Ret.) é possivel verificar que o retentato contribuí com
mais de 10% da fibra desta fórmula e 15 a 25 % da proteína, dos lípidos e da energia
metabolizável. Através deste subproduto conseguimos simultaneamente reduzir a
dependência de soja como fonte de proteína, lípidos e fibra, em fórmulas para o período
de concursos. A incorporação de retentato, no entanto, implicou a utilização de outras
fontes de proteína como os bagaços de colza e de girassol. Com as diferentes
contribuições, é possivel obter uma proteína mais variada, mas, ainda assim, com menos
lisina. Por este motivo, o produto final pode ter uma quantidade de proteína
ligeiramente mais reduzida, sem que tal tenha um efeito negativo nos animais. No
entanto, de modo a prevenir carências de lisina, foi adicionada uma pequena quantidade
de um aditivo contendo este aminoácido.
Uma vez que as fontes de proteína são das matérias-primas mais dispendiosas,
conseguir substituí-las pelo retentato de maçã poderá apresentar uma vantagem
económica para a indústria das rações.
62
colza e girassol, pois são as matérias-primas disponíveis com maiores teores de
metionina e cisteína. Em contrapartida, também se deve adicionar soja, em prol de mais
retentato, de modo a garantir quantidades adequadas de lisina na dieta do pombo.
Como o retentato tem muito mais matéria gorda do que as restantes fontes de proteína, a
sua adição também tem de ser controlada, caso contrário, podem-se exceder as
necessidades energéticas do pombo-correio e contribuir para um excesso de peso
indesejado.
Tabela 19 – Constituintes que compõem o extrusado desenvolvido para a época da muda com
adição de retentato de maçã. Esta tabela está ordenada da matéria-prima em maior quantidade
para a matéria-prima em menor quantidade na mistura. No lado direito temos a representação da
contribuição de cada matéria-prima para o valor nutricional do produto final.
Legenda do esquema de cores da tabela. Os valores são relativos à quantidade total do respetivo
nutriente, no alimento extrusado.
0% 0 - 5% 5 - 10 % 10 - 15 % 15 - 25 % > 25 %
63
Na tabela 20 está apresentada a composição nutricional do alimento extrusado para a
época da muda.
Nesta fase, também se justificam teores de proteína superiores aos reportados por Sales
& Jensens, 2003, para o pombo adulto, pois o animal precisa de proteína para a
estrutura e vascularização das novas penas. Por outro lado, não se pretendem valores
energéticos muito elevados, pois o animal nesta fase está bastante letárgico e tem
propensão para ficar com excesso de peso. Neste caso, conseguiu-se contrabalançar o
valor energético do retentato com a adição de sêmea de trigo e sêmea de arroz. Os
aditivos servem um propósito semelhante ao descrito para a época de concursos.
Macronutrientes
Proteína Matéria Amido + Fibra Valor
Cinzas
Bruta Gorda Açúcares Livres Dietética Energético
20% 6% 58% 7% 6% 2800 kcal/kg
Aditivos
Concentrado de proteína Vitaminas e Adsorvente de
Antifúngico
animal* Minerais micotoxinas
2% 0,5% 1% 1%
64
livre, aumenta a susceptibilidade a fenómenos de rancidez, particularmente após a
extrusão (Cruz et al. 2014; Singh et al. 2007). Esta degradação lipídica deve ser
monitorizada e controlada pois Xie et al., 2013 comprovou que o perfil lipídico da dieta
dos progenitores tem um impacto considerável no desenvolvimento dos borrachos.
Tabela 21 - Constituintes que compõem o extrusado desenvolvido para a época da criação com
adição de retentato de maçã. Esta tabela está ordenada da matéria-prima em maior quantidade
para a matéria-prima em menor quantidade na mistura. No lado direito temos a representação da
contribuição de cada matéria-prima para o valor nutricional do produto final
Legenda do esquema de cores da tabela. Os valores são relativos à quantidade total do respetivo
nutriente, no alimento extrusado.
0% 0 - 5% 5 - 10 % 10 - 15 % 15 - 25 % > 25 %
65
em que a cria é alimentada. Apesar do LP ter uma composição muito mais concentrada
nos primeiros dias, é esperado que o animal forme reservas adiposas e proteicas durante
o período de acasalamento, pois nessa altura, os teores nutricionais fornecidos estão em
excesso (Shetty et al,, 1992). Caso contrário, se a ração for pouco nutritiva, o pombo-
correio corre o risco de consumir todas as suas reservas energéticas e recorrer à catálise
proteica, tal como acontece nas provas de longa duração (Constantini et al., 2008b). A
perda de massa muscular deixa o animal muito debilitado, dificultando a recuperação da
sua forma física para o período de concursos seguinte.
Macronutrientes
Aditivos
2% 0,5% 1% 1%
66
elevados desta matéria-prima iriam resultar num excesso de proteína, matéria gorda e
açúcares livres. Por isso optou-se por uma fórmula muito rica em cereais, mas também
com adição de sub-produtos como a sêmea de trigo, a sêmea de arroz e a vagem de
alfarroba. Estes últimos permitem reduzir o valor energético da fórmula enquanto
contribuem com vitaminas do complexo B e minerais (Blás et al., 2010)
Tabela 23 - Constituintes que compõem o extrusado desenvolvido para a época do defeso com
adição de retentato de maçã. Esta tabela está ordenada da matéria-prima em maior quantidade
para a matéria-prima em menorr quantidade na mistura. No lado direito temos a representação da
contribuição de cada matéria-prima para o valor nutricional do produto final.
Legenda do esquema de cores da tabela. Os valores são relativos à quantidade total do respetivo
nutriente, no alimento extrusado.
0% 0 - 5% 5 - 10 % 10 - 15 % 15 - 25 % > 25 %
67
Na tabela 24 temos a composição nutricional do alimento extrusado direcionado ao
período de defeso. A selecção destes teores nutricionais seguiu as ideias de Sales &
Janssens, 2003 e de Freydiger, 1984, onde os autores defendiam dietas muito ricas em
cereais, mas com teores de proteína de 12% e matéria gorda entre os 5-6%. Os autores
também salientaram a importância de fornecer teores de vitaminas e minerais elevados,
particularmente nas vitaminas lipossolúveis, de modo a que os pombos possam
recuperar as reservas esgotadas durante os concursos. Os teores de fibra, em particular
as fibras solúveis, para as quais o retentato tem uma contribuição importante, também
têm elevada importância, pois contibuem para o desenvolvimento da microflora e para a
produção de vitaminas por parte das bactérias (Knudsen, 2001).
Os restantes nutrientes devem manter-se relativamente baixos, de modo a evitar
problemas de obesidade nos animais.
Macronutrientes
Aditivos
0% 0,5% 1% 1%
Do ponto de vista nutricional, foi possível incorporar o retentato de maçã nas diferentes
formulações sem impactos negativos na qualidade dos produtos.
Na tabela 25 estão representados os valores nutricionais das rações com e sem
incorporação de retentato, obtidos após a análise dos diferentes produtos finais.
68
Tabela 25 - Comparação dos parâmetros nutricionais entre extrusados para época de concursos
com e sem a adição de retentato de maçã (Letras diferentes representam valores significativamente
diferentes, p<0,5e n=2). (* ensaios onde não foram realizadas réplicas)
Através desta tabela é possivel concluir que a ração com adição de retentato apresentou
um valor próximo de açúcares totais, contudo, a fracção de açúcares livres é cerca de
duas vezes superiores face à formulação de controlo. Atendendo que o bagaço de soja
possui cerca de 8% açúcares (Blas et al., 2010) e o retentato possui cerca de 5,2% (Cruz
et al., 2014), esta diferença não era esperada. A justificação para este resultado pode
dever-se às adaptações feitas ao método de separação da fase sólida do retentato,
descrito por Cruz et al., 2014, onde procederam a uma centrifugação refrigerada,
durante 20 min a 15000 rpm. Nesta experiência, devido à necessidade de obter maiores
quantidades de resíduo sólido e para aproximar o processo a uma escala piloto, foram
centrifugados volumes superiores de retentato, durante 15 min a 5000 rpm e sem
refrigeração. Esta alteração tornou a centrifugação menos eficiente, deixando mais
açúcares livres retidos na matriz sólida do retentato. Para contrariar este excesso de
açúcares livres, pode-se aumentar o tempo de centrifugação ou optar por substituir as
fontes de amido e açúcares, como as leguminosas, por bagaços de oleaginosas.
O teor de matéria gorda determinado foi ligeiramente superior na formulação com
retentato, tal como era esperado no ponto 3.1.1. Este resultado é justificado pelo maior
teor de lípidos presente no retentato (11,4%) comparativamente ao bagaço de soja
(1,9%). No entanto, os valores de lípidos registados em ambas as rações foram muito
inferiores aos previstos nos pontos 3.1.1.1 e 3.1.1.2. Diminuições semelhantes foram
descritas por Singh et al., 2007, onde reportou que o processo de extrusão pode reduzir
69
o teor de lípidos extratáveis em mais de 40%, devido à libertação de ácidos gordos e
fosfolípidos, a partir de triglicerídeos e glicerofosfolípidos, ficando livres para reagir
com proteínas e polissacarídeos e impedindo a sua extração. Por outro lado, seria de
esperar que o hexano fosse capaz de extrair uma maior quantidade de lípidos, mesmo
estando complexados. Contudo, os resultados contrariaram esta espectativa,
demonstrando que as ligações entre ácidos gordos e outras macromoléculas são estáveis.
A proteína foi o parâmetro em que se encontrou uma maior diferença entre os valores
das duas rações, sendo que a formulação com incorporação de retentato teve um valor
real 5% inferior ao esperado em 3.1.1.1. O mesmo não aconteceu na ração de controlo.
Uma possível explicação para esta ocorrência prende-se com as características do
retentato de maçã usadas nesta experiência, já mencionadas anteriormente. Cruz et al.,
2014 sugeria um teor de proteína na ordem dos 30%, contudo, neste trabalho, optou-se
por uma separação da fração sólida do retentato menos eficiente, e o resíduo utilizado
tinha mais açúcares livres, diluindo as percentagens dos restantes componentes,
incluindo a proteína.
A tabela 26 mostra a caracterização dos resíduos de açúcares que compõe todos os
hidratos de carbono presentes na amostra. O principal aspeto a salientar está no teor de
glucose superior a 84 % em ambas as amostras. Este dado é facilmente justificável pela
riqueza de ambas as amostras em polissacarídeos amiláceos. Os restantes resíduos estão
presentes em quantidades muito inferiores, contudo, é possivel deduzir de que se tratam
de polissacarídeos das paredes celulares como as xilanas, as xiloglucanas, as mananas
ou as galactomananas (Vries & Visser, 2001).
Tabela 26 - Percentagem molar dos resíduos de açúcar que constituem a totalidade dos hidratos de
carbono, polissacarídeos e açúcares livres, presentes nas rações para concursos.
Extrusado sem
5,4 6,3 0,88 2,8 84,6 571,2
retentato (Controlo)
Extrusado com
5,2 4,6 0,94 5,0 84,2 543,8
retentato
71
Além disso, foram adicionados aditivos contendo aminoácidos a estas formulações.
A formulação de controlo foi suplementada com metionina, pois a sua principal fonte de
proteína (soja) tem carência de aminoácidos sulfurados, possuindo apenas 2,6% de
metionina e cisteína (Blás et al., 2010). Através desta adição, procurou-se garantir que a
metionina corresponderia, no mínimo, a cerca de 1% do valor total da proteína.
Contudo, a análise revelou um teor de metionina de 0,4%, sugerindo que uma grande
parte do aminoácido foi perdida durante o processo de extrusão. Estes resultados estão
de acordo com Alonso et al., 2000b e Marzo et al., 2002, que reportaram reduções de
metionina em extrusados de 34% e 20%, respectivamente.
A formulação com retentato foi suplementada com lisina, pois este subproduto de maçã,
ao contrário da soja, é pobre neste aminoácido. Assim, adicionou-se lisina de modo a
garantir 1% deste aminoácido no teor total de proteína. Contudo, comparando os dois
extrusados, verificou-se que mesmo com a adição do suplemento, o extrusado com
adição de retentato teve um teor de lisina inferior ao extrusado de controlo. Estes
resultados podem estar relacionados com a elevada riqueza em açúcares livres na
formulação com retentato, visto que estes reagem com a lisina através das reações de
Maillard. Iwe et al., 2001 reportou perdas de lisina de 15% em soja extrusada contra
60% em batata-doce extrusada, sustentando que a quantidade de açúcares nas matérias-
primas promove a perda de lisina.
Além das variações nutricionais, as formulações apresentaram diferenças no aspeto
visual que podem ter implicações comerciais. Estas diferenças estão evidenciadas na
figura 11, onde se demonstrou que a formulação com retentato (B1) apresentou uma cor
notoriamente mais escura do que a formulação de controlo (A1). Esta diferença deveu-
se às propriedades das matérias-primas utilizadas, pois a soja (A2) tem uma tonalidade
muito mais clara do que o retentato (B2). Por outro lado, a adição de retentato de maçã
aumentou o teor de açúcares livres e, consequentemente, aumentou a extensão das
reações de Maillard durante o processo de extrusão, contribuindo ainda mais para a cor
escura do alimento (Villamiel, 2006a).
Estas formulações não foram testadas junto com os criadores, contudo, a experiência
com alimentos extrusados e granulados destinados a outras espécies de aves, como os
frangos e os perus, leva a crer que a tonalidade mais escura pode tornar os criadores
pouco receptivos ao produto.
A cor castanha do retentato deveu-se principalmente aos produtos da oxidação de
procianidinas, formados pela ação da enzima oxidase dos polifenóis (OP). Contudo,
72
como as procianidinas não são um substrato desta enzima, a sua oxidação envolve
reacções acopladas com os grupos quinona de ácidos fenólicos, nomeadamente o ácido
clorogénico. Além das procianidinas, também a oxidação da floridizina e da
epicatequina, pela OP, contribuiram para a coloração dos subprodutos da maçã (Varnam
& Sutherland, 1994). A secagem em estufa do retentato, ao longo de 16 horas a uma
temperatura constante de 70ºC possibilitou a ocorrência de fenómenos de caramelização
assim como de formação de melanoidinas. Ambas as possibilidades implicam a
formação de compostos de cor que prejudicam tanto o aspeto do retentato como a sua
digestibilidade e valor nutricional (Villamiel et al., 2006b)
B1
Figura 11 - Aspeto visual das formulações para concursos de controlo (A1) e com adição de
retentato de maçã (B1). Em baixo, encontram-se duas das principais matérias-primas utilizadas, o
bagaço de soja (A2) e o retentato de maçã (B2).
73
as reações de Maillard. No entanto, estes mecanismos para controlar as reações de
browning no rententato implicariam um investimento por parte das empresas. Estas
optam por descartar o retentato para tratamento em ETAR, não trazendo qualquer
benefício económico, além de poluir o meio ambiente.
Com este trabalho, através da incorporação do retentato em formulações de alimentos
extrusados para pombo-correio, revelou-se que este subproduto tem potencial na
indústria alimentar.
74
Conclusões
75
76
O desenvolvimento de novas formulações para a alimentação de pombos-correios com
incorporação de retentato de maçã. Por outro lado, também permitiu a exploração de
outros subprodutos comuns na indústria das rações, como os bagaços de oleaginosas,
mas que não são habituais nas misturas para pombo-correio. Estas formulações
permitiram valorizar um subproduto até à data desconhecido, o retentato de maçã, e
introduzir outros subprodutos, com vantagens económicas e operacionais.
As percentagens de incorporação do retentato de maçã foram de 5% para a ração
depurativa, 10% para a ração da muda de pena e 15% para as rações de concursos e
criação. O bagaço de maçã, outro subproduto de maçã avaliado, foi excluído destas
formulações devido ao seu teor de fibra muito elevado e à baixa quantidade de proteína
e lípidos. No entanto, para outro tipo de animais como ruminantes e leporídeos poderá
ser incorporado.
A formulação para concursos apresentou 20% de proteína, 10% de matéria gorda, 55%
de hidratos de carbono, 7% de fibra dietética e 5% de cinzas. A formulação de criação
possui 18% de proteína, 10% de matéria gorda, 58% de hidratos de carbono, 6% de
fibra e 6% de cinzas. A formulação para a muda apresentou 20% de proteína, 6 % de
matéria gorda, 58% de hidratos de carbono, 7% de fibra e 6% de cinzas. Por último, a
formulação para o defeso apresentou 12% de proteína, 5% de matéria gorda, 71% de
hidratos de carbono, 7% de fibra e 3% de cinzas.
Todas as rações produzidas mantiveram o equilibrio nutricional comparativamente às
misturas de sementes, habitualmente comercializadas, contudo, o aspeto visual variou
consideravelmente, podendo revelar-se um entrave durante o contacto com os criadores.
77
78
Trabalho Futuro
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80
Perante o estudo realizado na presente dissertação, seria interessante em estudos fututos:
81
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