Bulimia Nervosa
Bulimia Nervosa
Bulimia Nervosa
Fundamentos 4
Definição 4
Epidemiologia 4
Etiologia 4
Fisiopatologia 4
Classificação 4
Prevenção 7
Prevenção primária 7
Rastreamento 7
Prevenção secundária 7
Diagnóstico 8
Caso clínico 8
Abordagem passo a passo do diagnóstico 8
Fatores de risco 11
Anamnese e exame físico 12
Exames diagnóstico 15
Diagnóstico diferencial 17
Critérios de diagnóstico 20
Tratamento 22
Abordagem passo a passo do tratamento 22
Visão geral do tratamento 24
Opções de tratamento 25
Novidades 32
Acompanhamento 33
Recomendações 33
Complicações 33
Prognóstico 35
Diretrizes 36
Diretrizes de diagnóstico 36
Diretrizes de tratamento 36
Recursos online 37
Referências 38
Imagens 46
Aviso legal 47
Resumo
◊ Transtorno alimentar caracterizado pela preocupação intensa com o peso e a forma corporal. Inclui
episódios recorrentes de compulsão alimentar com mecanismos compensatórios, como vômitos
autoinduzidos para impedir o ganho de peso.
◊ Hipertrofia da parótida e erosão dentária são os sinais físicos mais comuns e podem induzir o
diagnóstico.
Definição
Bulimia nervosa é um transtorno alimentar caracterizado por episódios recorrentes de compulsão alimentar,
seguidos por comportamentos destinados a compensar a compulsão. Episódios de compulsão alimentar
BASICS
são caracterizados pela ingestão de um volume de alimento que, definitivamente, é superior ao que a
maioria das pessoas ingeriria (por exemplo, pelo menos o dobro do volume normal de alimento ingerido) por
um período distinto (deverá ser ingerido mais rapidamente que o normal). As compulsões alimentares são
acompanhadas por um senso de falta de controle sobre a ingestão de alimentos durante o episódio. São
adotados comportamentos compensatórios inadequados recorrentes para evitar o ganho de peso. Esses
comportamentos incluem vômitos autoinduzidos; jejum; exercícios em excesso; e uso indevido de laxativos,
diuréticos, enemas ou outros medicamentos. Episódios de compulsão alimentar ocorrem tipicamente, em
média, pelo menos semanalmente por 3 meses.[1]
Epidemiologia
A prevalência ao longo da vida da bulimia nervosa definida no Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais, quinta edição (DSM-5) até os 20 anos de idade é de 2.6% em mulheres.[7] Foi
encontrada uma prevalência mais elevada ao longo da vida em mulheres brancas que em mulheres
negras.[8]
Etiologia
A etiologia da bulimia nervosa é incerta. Uma teoria biopsicossocial de causas postula uma combinação
de fatores coexistentes biológicos (anormalidades genéticas em receptores ou neurotransmissores),
psicológicos e sociais.[9] [10] [11]
Os fatores de risco fortemente associados à bulimia nervosa incluem sexo feminino; perfeccionismo;
insatisfação com o corpo; impulsividade; história de abuso sexual; história familiar de alcoolismo, depressão
ou de transtorno alimentar; obesidade prévia; e exposição à pressão da mídia. Tem sido relatada uma
associação com a urbanização.[12] A história familiar de obesidade é considerada um preditor fraco de
bulimia.[13] O início precoce da puberdade está associado ao início precoce da bulimia nervosa. [14]
Fisiopatologia
A fisiopatologia da bulimia nervosa é desconhecida. Entretanto, as evidências sugerem que as pessoas
podem apresentar compulsão periódica e purgação quando têm baixa autoestima, são pressionadas a
se adaptar à alimentação ou a aderir a um peso e forma corporal específico e têm conhecimento sobre
compulsão periódica e purgação. Comportamentos compensatórios, como vômitos, uso de laxantes
ou exercício, podem acarretar grandes flutuações no peso que reforçam o comportamento. Esses
comportamentos podem causar erosão dos dentes; hipertrofia das glândulas parótidas e submandibulares;
refluxo, alteração da motilidade ou espasmo esofágico; alteração da motilidade gástrica; irregularidade
intestinal; depleção de volume; arritmia cardíaca; e anormalidades metabólicas, como hipocalemia ou
hipomagnesemia.
Classificação
BASICS
Essa categoria inclui anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno da compulsão alimentar
periódica (que atualmente é um diagnóstico formal, enquanto na edição anterior do DSM ele estava
no apêndice B). A categoria dos "Transtornos alimentares/da alimentação" também inclui transtornos
anteriormente incorporados na categoria de "Transtornos geralmente diagnosticados pela primeira vez
na lactância, infância ou adolescência", como o transtorno de pica e de ruminação. Ele também inclui
um novo diagnóstico, o transtorno da evitação/restrição da ingestão alimentar.
2. Pacientes com bulimia nervosa não são mais classificados em subtipos nessas duas categorias
com base no tipo de comportamento compensatório, pois os dados não dão suporte à utilidade
clínica dessa distinção.[2] Anteriormente, havia um tipo purgativo (ou seja, o uso regular de vômitos
autoinduzidos ou o uso indevido de laxativos, diuréticos ou enemas) e um tipo não purgativo (por
exemplo, jejum ou exercício excessivo, mas não vômitos autoinduzidos ou o uso indevido de laxantes,
diuréticos ou enemas).
3. Atualmente, a bulimia nervosa é caracterizada pela presença de pelo menos um episódio bulímico por
semana por um período de 3 meses (em vez de dois episódios/semana ao longo de um período de 6
meses, como na DSM-IV).
4. Um especificador de gravidade foi adicionado ao DSM-5, com base no número médio de
comportamentos compensatórios inadequados/semana: leve = 1-3 episódios/semana; moderado =
4-7 episódios/semana; grave = 8-13 episódios/semana; e extremo = 14 ou mais episódios/semana. A
gravidade pode estar aumentada refletindo graus mais elevados de incapacidade funcional ou outros
sintomas.
5. Não existe mais a categoria "Transtorno alimentar sem outra especificação" (TASOE). Em vez
disso, a categoria "Outros transtornos alimentares ou nutricionais específicos" indica a presença
de transtorno da alimentação que causa sofrimento clinicamente significativo, mas não satisfaz os
critérios completos para quaisquer transtornos alimentares e da alimentação. A categoria "Transtornos
alimentares ou nutricionais inespecíficos" classifica os transtornos da alimentação que não são
englobados com mais precisão pelos Outros transtornos alimentares ou nutricionais específicos.
periódica é obesa. A maioria dos pacientes com bulimia está dentro da faixa normal de peso.
Prevenção primária
A prevenção primária de bulimia nervosa, que é parte da estratégia para evitar obesidade e outros
transtornos alimentares, se concentra em:[48] [49] [50] [51]
• Aumentar a autoestima
• Melhorar a conscientização da mídia
• Fortalecer a família
• Diminuir a ênfase ao peso e forma do corpo no lar, na escola e na sociedade
• Diminuir a pressão para as pessoas se adaptarem aos ideais da mídia.
A alimentação regular, saudável e com pouca pressão em casa, na escola e na sociedade é importante.
Entretanto, ensinar crianças sobre transtornos alimentares não é útil como estratégia preventiva.[3] [52]
Rastreamento
O questionário SCOFF
PREVENTION
O questionário SCOFF (Enjoado [Sick], Controle [Controle], Uma medida [One stone], Gordo [Fat], Comida
[Food]) é uma ferramenta de rastreamento para transtornos alimentares e é particularmente adequada
em um contexto de não especialista. O questionário é adequado em pacientes considerados com risco de
apresentar transtornos alimentares. Ele é destinado a levantar a suspeita de um transtorno alimentar em vez
de fazer um diagnóstico específico. Ele consiste em 5 perguntas curtas, como a seguir:
Prevenção secundária
Os pacientes devem se alimentar normalmente e regularmente, sem pular refeições. Eles devem tomar
atitudes construtivas, como conversar com alguém ou manter um registro quando estiverem perturbados ou
quando simplesmente se sentirem deprimidos, para evitar recidivas de bulimia.
Caso clínico
Caso clínico #1
Uma mulher de 30 anos se apresenta com flutuações acentuadas de peso. Ela relata que seu peso
variou em 3 kg durante alguns dias, sem relação com a menstruação. O exame físico é normal, exceto
por apresentar hipertrofia parotídea bilateral.
Caso clínico #2
Uma mulher de 25 anos se queixa de estar obcecada por alimentação e peso. Ela tem tentado, sem
sucesso, perder peso. Ela fica com tanta fome que come em excesso a ponto de regurgitar.
Outras apresentações
A bulimia nervosa geralmente começa como uma tentativa de controlar o peso. Ela logo se torna
uma compulsão que o paciente considera vergonhosa e sinal de fraqueza. Ela se apresenta, mais
comumente, como compulsão periódica e purgação, com acentuada flutuação de peso. Ela está
associada à depressão e baixa autoestima. Podem ocorrer hipocalemia ou hipertrofia da parótida.
Apresentações menos comuns incluem comportamento autolesivo, roubo de itens de lojas, probabilidade
de suicídio, vômitos na gestação, controle inadequado refratário do diabetes mellitus, ruptura do esôfago
ou pancreatite.
Homens com bulimia nervosa podem estar mais interessados no peso e na forma do corpo, tendendo a
se concentrar no ganho de massa muscular e na perda de gordura. Pesquisas em homens com bulimia
nervosa são insuficientes, pois a doença não é comum entre homens e eles muitas vezes são excluídos
dos ensaios clínicos de pesquisas para reduzir o número de fatores de confundimento.[3] [4] [5] [6]
DIAGNOSIS
Avaliação inicial
A doença ocorre com maior frequência em mulheres entre 20 e 35 anos. Ela é muito menos comum em
homens. Ao contrário das mulheres, os homens geralmente querem ganhar peso na forma de músculos,
mas desejam perder gordura. Outros fatores na história que diminuiriam a suspeita de um possível
diagnóstico de bulimia nervosa incluem:
• Quando os pacientes são avaliados quanto ao risco de morte por suicídio, eles devem ser
questionados sobre acumular medicamentos.
Arritmias
DIAGNOSIS
• Geralmente, não é significativa se envolver o vômito de um volume de sangue total <15 mL.
Mesmo volumes mais elevados geralmente são decorrentes de uma laceração de Mallory-Weiss,
que, tipicamente, não necessita de intervenção. Entretanto, qualquer paciente que vomite >15
mL de sangue deve ser avaliado no pronto-socorro. Essa avaliação muitas vezes tem valor
terapêutico, em virtude do medo que ela gera.
Confirmação do diagnóstico
Para confirmar o diagnóstico de bulimia nervosa, é necessária a obtenção de uma história mais
detalhada, utilizando critérios como os do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais,
quinta edição (DSM-5).[1]
Exames laboratoriais
Nenhuma investigação laboratorial confirma o diagnóstico. Os exames laboratoriais fazem o
rastreamento das complicações e estabelecem valores basais. Os exames incluem hemograma
completo, sódio, potássio, cloreto, aspartato transaminase (AST), fosfatase alcalina, magnésio, fósforo,
B12, folato de eritrócito, ferritina, urinálise, teste de gravidez e eletrocardiograma (ECG). A densitometria
óssea não é rotina, mas pode ser solicitada em caso de suspeita de perda óssea (por exemplo, no caso
de menstruações irregulares).
Gestação
A bulimia nervosa melhora na gravidez em cerca de dois terços dos casos e se agrava em cerca de
um terço. O diagnóstico de bulimia nervosa geralmente é conhecido antes da gravidez. Se isso ocorrer,
a paciente muitas vezes relata de antemão que está tentando engravidar e pergunta como deverá se
Os exames laboratoriais devem ser monitoradas para garantir que não haja deficiências que demandem
correção. A ingestão de vitaminas e a prática de exercícios devem ser discutidas. Se a paciente não
souber que tem bulimia nervosa, a manifestação pode ser confundida com hiperêmese gravídica. A
presença de corpos cetônicos urinários ou hipocalemia, ou de flutuações no peso, pode ser confusa.
Portanto, os médicos devem estar alertas quanto ao diagnóstico.
Fatores de risco
Fortes
sexo feminino
• 90% dos pacientes são do sexo feminino.[11] [15]
• Pesquisas em homens com bulimia nervosa são insuficientes, pois a doença não é comum entre
homens e eles muitas vezes são excluídos dos ensaios clínicos de pesquisas para reduzir o número
de fatores de confundimento.[3] [4] [5] [6]
transtorno de personalidade
• Relatada a associação entre indivíduo emocionalmente negativo, perfeccionismo, compulsão por
magreza, baixa conscientização interoceptiva (estímulos corporais), percepção de inutilidade da
própria vida e traços de personalidade obsessivo-compulsiva. Esses fatores podem prognosticar uma
evolução e/ou desfecho mais desfavorável.[16] [17]
• O transtorno obsessivo-compulsivo prediz um desfecho pior se não for tratado. Traços de
personalidade histriônica e de autodeterminação podem prognosticar uma evolução e/ou desfecho
mais favorável.[18] [19] [20]
• A associação entre transtorno de personalidade e bulimia nervosa por instrumentos autorrelatados
pode superestimar amplamente sua associação, e sua ocorrência simultânea não influencia o
DIAGNOSIS
desfecho de bulimia nervosa até 3 anos depois do tratamento.[21] [16]
impulsividade
• A impulsividade e o comportamento autolesivo são elevados na bulimia nervosa, de acordo com
estudos transversais.
• A impulsividade e o comportamento autolesivo tiveram sua frequência aumentada em pacientes
muito doentes com bulimia nervosa e estavam mais elevados na bulimia nervosa que na anorexia
nervosa.[28] [29] [30] [29] [31]
história#familiar de alcoolismo
• O alcoolismo é mais comum na história familiar de indivíduos com bulimia nervosa que nos indivíduos
com anorexia nervosa. O alcoolismo pode ser um marcador para outras anormalidades psiquiátricas
ou sociais.[32] [33] [34]
Fracos
urbanização
• É relatada associação.[12] A bulimia nervosa é mais comum em áreas urbanas, assim como
esquizofrenia e depressão. Por outro lado, a prevalência de anorexia nervosa não é diferente em
áreas rurais e urbanas.
DIAGNOSIS
DIAGNOSIS
erosão dentária (comum)
• A erosão de dentes definitivos é permanente e pode ser extremamente dispendiosa para corrigir.
As alterações dentárias muitas vezes reduzem a autoestima e podem tornar dolorosa e difícil a
mastigação de alimentos quentes ou frios.
• É importante evitar e tratar a erosão dentária. Uma aparência melhor também é uma ferramenta
motivacional. A concentração nas alterações gengivais e dentárias que apontem para a progressão
de perda dentária pode motivar os pacientes a aceitar o tratamento.
arritmia (comum)
• Refluxo esofágico, diarreia, constipação e dor abdominal são frequentes na bulimia nervosa.
• Isso é resultante de depleção de volume e de deficiências de vitaminas e minerais originárias da
ingestão de grandes volumes de alimentos, com alimentação errática entre episódios de vômitos.
Exames diagnóstico
Primeiros exames a serem solicitados
Exame Resultado
eletrólitos séricos podem mostrar
hipocalemia ou alcalose
• A hipocalemia pode ser acompanhada por outros distúrbios
eletrolíticos para os quais não existem explicações imediatas.
• O nível elevado de bicarbonato sérico na bulimia nervosa
geralmente indica alcalose decorrente de êmese de ácido gástrico,
mas os eletrólitos devem ser combinados com a medição da
gasometria arterial para estabelecer o diagnóstico definitivo de uma
anormalidade ácido-básica.
creatinina sérica pode estar elevada
• Pode refletir azotemia decorrente da depleção de volume.
magnésio sérico pode estar baixo
• A depleção total do magnésio corporal ocorre com níveis normais de
DIAGNOSIS
magnésio sérico. Se o magnésio sérico for baixo, os níveis corporais
totais sempre serão baixos.
• O teste de magnésio sérico deve ser solicitado em separado do teste
de eletrólitos séricos.
teste de gravidez na urina pode ser positiva
• A possibilidade de gravidez sempre deve ser considerada com uma
alteração nos sintomas.
testes séricos da função hepática o resultado pode ser
• Superdosagem de medicamentos, ingestão de bebidas alcoólicas ou anormal
exercícios em excesso podem elevar as aminotransferases.
creatina quinase sérica pode estar elevado
• Superdosagem de medicamentos, ingestão de bebidas alcoólicas ou
exercícios em excesso podem elevar a creatina quinase (CK).
Hemograma completo pode revelar baixa
hemoglobina
• Os pacientes podem praticar autoflebotomia como forma de
purgação, mas eles raramente admitem esse comportamento na
anamnese. Anemia e a presença de marcas de agulha podem ser as
únicas indicações.[70]
Exame Resultado
urinálise pode apresentar corpos
cetônicos
• Pacientes com diabetes mellitus comórbido podem ter controle
glicêmico inadequado. Alguns pacientes podem deixar de tomar
insulina para controlar seu peso.
Exame Resultado
eletrocardiograma (ECG) o resultado pode ser
anormal
• Se houver deficiência de potássio ou magnésio ou história de
anorexia nervosa, pode haver um intervalo QTc prolongado ou
arritmias.[71] [72]
[Fig-1]
• Se o QTc for >440 milissegundos ou o ritmo ou a condução for
anormal, é necessária uma avaliação urgente.
ferritina sérica pode estar baixo
• Para avaliar sintomas manifestos, como irregularidade menstrual ou
sintomas abdominais. A ferritina pode estar baixa, refletindo baixos
níveis de ferro.
vitamina B12 sérica pode estar baixo
• Podem estar presentes deficiências nutricionais, incluindo deficiência
de B12 (ou, raramente, de tiamina, niacina, cobre e riboflavina). Deve
ser considerada bulimia em uma mulher jovem que apresente essa
deficiência.
folato de eritrócito sérico pode estar baixo
• Pode ser observado em deficiência nutricional de folato.
densitometria óssea geralmente normais
• Comumente normal, a menos que haja história prévia de anorexia
DIAGNOSIS
Diagnóstico diferencial
DIAGNOSIS
frequência e/ou duração
limitada); transtorno do
tipo purgativo; síndrome do
comer noturno. A categoria
dos transtornos alimentares
ou nutricionais inespecíficos
é utilizada para descrever
sintomas em indivíduos
que não se enquadram em
nenhuma das 5 categorias
ou para os quais não há
informação suficiente para
realizar um diagnóstico
de outros transtornos
alimentares ou nutricionais
específicos.
DIAGNOSIS
característica (por exemplo,
podem permanecer por
longos períodos sem
episódios de compulsão e
purgação).
• Transtornos comórbidos
são diferenciados pelo grau
em que seus sintomas têm
uma evolução independente
e pela gravidade da
bulimia nervosa. O abuso/
dependência concomitante
de substâncias pode se
tornar aparente somente
em virtude da abstinência
da droga e do prejuízo
de atenção, cognição ou
comportamento.
Critérios de diagnóstico
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, quinta
edição (DSM-5)[1]
Os critérios do DSM-5 determinam que os episódios de compulsão tenham as seguintes características:
• A alimentação deve ocorrer em um período de tempo distinto e deve envolver um volume de alimento
que, definitivamente, seja superior ao que a maioria das pessoas ingeriria durante um período de
tempo similar e em circunstâncias similares.
• Deve haver um senso de falta de controle sobre a ingestão de alimentos durante o episódio.
DIAGNOSIS
CID-10[74]
Os critérios da CID-10 para bulimia nervosa são divididos nos critérios exigidos para bulimia nervosa típica
ou atípica.
• Ocorrem episódios recorrentes da ingestão excessiva de alimentos (pelo menos duas vezes por
semana por um período de 3 meses), em que grandes volumes são consumidos em curtos períodos
de tempo.
• Existe a preocupação persistente com a alimentação e um forte desejo ou compulsão para comer
(fissura).
• O paciente tenta compensar os efeitos do ganho de peso ou da alimentação por ≥1 dos seguintes
métodos:
• Vômitos autoinduzidos
• Purgação autoinduzida
• Períodos alternados de inanição
• O uso de medicamentos, como supressores de apetite, medicamentos para a tireoide e
diuréticos; quando a bulimia ocorre em pacientes diabéticos, eles podem optar por negligenciar
seu tratamento com insulina.
• Existe uma autopercepção de estar excessivamente gordo, com um receio inoportuno de gordura
(geralmente causando peso abaixo do ideal).
Bulimia nervosa atípica
• Alguns dos aspectos de bulimia nervosa são satisfeitos, mas o quadro clínico geral não justifica esse
diagnóstico. Por exemplo, podem ocorrer episódios recorrentes de ingestão excessiva de alimentos
ou do uso excessivo de purgantes sem alteração de peso significativa ou a típica preocupação
excessiva quanto à forma corporal e com o peso pode estar ausente.
DIAGNOSIS
Os pacientes devem ser avaliados quanto à probabilidade de suicídio, diabetes mellitus e sintomas físicos,
como perda de consciência, síncope e convulsões. Essas complicações indicam a necessidade do imediato
encaminhamento a especialistas. Alcoolismo ou abuso de outra substância, transtorno de personalidade
limítrofe ou comportamento autolesivo contínuo também indicam a necessidade do encaminhamento
psiquiátrico ou psicológico especializado. Caso contrário, o tratamento pode prosseguir no cenário
ambulatorial.[78] O tratamento com o uso de telemedicina pode ser útil. A terapia mais adequada depende
da disponibilidade, do conforto do paciente e do terapeuta com a terapia e de problemas concomitantes,
como transtorno de personalidade, que também podem necessitar de tratamento.
• Esse é o tratamento primário para bulimia nervosa. Pode começar com a TCC por autoajuda
guiada (por exemplo, materiais de autoajuda de TCC complementados com 9 sessões de apoio
de vinte minutos durante 16 semanas).[77] Recomenda-se mudar para a TCC padrão após uma
avaliação de 4 semanas se a autoajuda guiada for ineficaz, inaceitável ou contraindicada.[77]
• Uma revisão Cochrane examinou as evidências da eficácia da TCC no tratamento de bulimia. A
conclusão foi que, embora existam evidências para dar suporte ao uso da TCC, a qualidade dos
ensaios clínicos é variável e os tamanhos das amostras são, muitas vezes, pequenos.[79] [80]
• A TCC baseada em orientação por e-mail é considerada útil juntamente com a terapia
individual.[81]
PTI e psicoterapia psicanalítica
• Há evidências de que a PTI pode ser eficaz na redução de episódios de compulsão alimentar.[64]
• A psicoterapia psicanalítica também mostrou eficácia, embora um ensaio clínico randomizado
tenha relatado que a TCC foi mais eficaz.[82]
ISRSs ou IRSNs
• É importante estabelecer uma relação de afinidade com o paciente e ter como objetivo melhorar a
autoestima do paciente. Os profissionais de saúde devem incentivar o entendimento da doença e
da motivação para a normalização do comportamento alimentar. Amabilidade e positividade com
pacientes com bulimia nervosa constituem uma terapia padrão.[83]
Nutrição
• O paciente deve ser observado por um nutricionista credenciado experiente para revisar a
história alimentar, formular um plano com o paciente para normalizar a ingestão alimentar e
fazer acompanhamento para garantir a manutenção do peso. Isso pode ajudar a proporcionar
informações nutricionais e retreinamento.
• Há achados mistos em relação à supressão de peso. A maioria dos estudos mostra que isso não
prediz os desfechos ao final do tratamento na bulimia nervosa. [84]
Outros tipos de terapias de suporte
Gestação
TREATMENT
Recomenda-se que todas as pacientes grávidas sejam avaliadas quanto ao acompanhamento, como
gravidez de alto risco. Portanto, é aconselhável o encaminhamento a um obstetra e um psiquiatra. O
desfecho da gestação é otimizado quando a ingestão nutricional é normalizada, quando são evitados
medicamentos contraindicados e transtornos de humor são tratados.[91] [92] Pacientes grávidas
Agudo ( resumo )
não gestante
gestante
Opções de tratamento
Agudo
não gestante
Opções secundárias
Opções terciárias
Agudo
» venlafaxina: 37.5 mg por via oral (liberação
prolongada) uma vez ao dia inicialmente,
aumentar em incrementos de 75 mg/dia
a cada 2-4 semanas de acordo com a
resposta, máximo de 225 mg/dia
Agudo
do paciente e do terapeuta com a terapia
e de comorbidades concomitantes, como
transtorno de personalidade, que também
podem necessitar de tratamento.
Opções secundárias
Opções terciárias
Agudo
» Os medicamentos devem ser administrados
em uma hora do dia em que, pela história, eles
provavelmente não serão purgados.
Agudo
transtorno de personalidade, que também
podem necessitar de tratamento.
Agudo
glicêmico. Fluoxetina em alta dose pode ser
particularmente benéfica em induzir perda de
peso e evitar o ganho de peso em pacientes
com sobrepeso e obesos com bulimia.
Agudo
» Há evidências que sugerem que a psicoterapia
interpessoal (PTI) pode ser eficaz na redução
de episódios de compulsão alimentar
periódica.[64] A psicoterapia psicanalítica
mostrou eficácia, embora um ensaio clínico
randomizado tenha relatado que a TCC foi mais
eficaz no alívio dos sintomas de compulsão
alimentar e purgação, pois geralmente torna
mais rápida a obtenção de resultados e requer
menos sessões.[82] A terapia mais adequada
depende da disponibilidade, do conforto
do paciente e do terapeuta com a terapia
e de comorbidades concomitantes, como
transtorno de personalidade, que também
podem necessitar de tratamento.
Novidades
Cuidados escalonados
Em um ensaio clínico randomizado e controlado, foi mostrado que os cuidados escalonados foram mais
efetivos que a terapia cognitivo-comportamental (TCC) isolada. Na abordagem da terapia escalonada, o
tratamento foi iniciado com TCC de autoajuda orientada por manual; prosseguiu com a adição de fluoxetina,
em casos em que a resposta (com base em um algoritmo) não foi suficiente; e foi então seguido por um
ciclo completo de TCC para pacientes que não conseguiram se abster da compulsão periódica e purgação.
Os dados desse ensaio clínico sugerem que o tratamento seja melhorado com uma abordagem mais
individualizada.[96]
Topiramato
Pelo menos dois ensaios clínicos randomizados demonstraram que o topiramato diminui efetivamente
a frequência da compulsão alimentar. A tolerabilidade, especialmente em doses mais altas, é limitada
por efeitos colaterais. Mais estudos com amostras maiores e longos períodos de tratamento são
necessários.[97]
Recomendações
Monitoramento
FOLLOW UP
O programa de acompanhamento ideal não foi estabelecido e provavelmente varia amplamente de um
paciente para outro.
Instruções ao paciente
Pacientes que tiverem sido bem-sucedidos no tratamento devem ser informados de que há uma grande
probabilidade de que eles continuem com saúde. Além disso, eles devem ser aconselhados a buscar
felicidade nas coisas que fazem e a viver suas vidas da melhor maneira possível. Os pacientes devem
ser informados de que sua experiência com a bulimia provavelmente terá proporcionado a eles o
conhecimento da tristeza e da baixa autoestima. Eles devem ser tranquilizados quanto ao fato de que o
aprendizado de sua experiência provavelmente os tornará mais capazes de ajudar a si mesmo e outras
pessoas. Os pacientes devem ser informados quanto ao fato de que, na bulimia nervosa, assim como em
muitas doenças crônicas, as recidivas são possíveis. Em caso de recidiva, eles devem voltar a procurar
atendimento. Ao realizar a anamnese, é importante descrever os componentes em termos daquilo que o
paciente entenda (por exemplo, em vez de perguntar ao paciente se ele executa purgação, palavra que
ele provavelmente não entenderá, as seguintes perguntas são mais adequadas: Você costuma vomitar
ou regurgitar? Isso ocorre depois que você come? Você provoca a regurgitação? Como você provoca
a regurgitação?). Recursos online para o paciente podem ser úteis. [NHS Choices: bulimia] [National
Association of Anorexia Nervosa and Associated Eating Disorders (ANAD)]
Complicações
Pacientes com cãibras musculares que geralmente ocorrem nas pernas à noite, deficiência na
acomodação dos olhos (causando perda de foco depois de 15 a 30 minutos de leitura), memória de curto
prazo deficiente e fraqueza.
Ocorre na bulimia nervosa em virtude da supersaturação de sais biliares com colesterol em caso
de variações acentuadas do peso. O principal sintoma geralmente é uma dor abdominal estável e
de início súbito que irradia para o dorso. Os sinais típicos incluem sensibilidade epigástrica, febre e
taquicardia. O tratamento inicial envolve a ressuscitação com fluidoterapia intravenosa e correção das
anormalidades eletrolíticas, analgesia e controle rigoroso da glicose. Além disso, a bulimia subjacente
deve ser abordada.
Apresenta-se com o início gradual do aumento de dispneia por esforço físico que pode evoluir para
edema maleolar e ortopneia. Ela é quase sempre reversível se o uso de ipeca for descontinuado, além de
raramente ser observada atualmente, em virtude do aumento de seu reconhecimento por farmacêuticos e
médicos.
Geralmente, ocorrem palpitações imediatamente após a purgação, causadas pelo estresse da purgação e
depleção de volume. Geralmente, ela é benigna.
Palpitações que se tornem mais frequentes, durem >15 minutos ou causem perda da consciência,
convulsão ou colapso devem ser investigadas.
Geralmente, a hematêmese não é significativa se envolver o vômito de um volume de sangue total <15
mL. Mesmo volumes mais elevados geralmente são decorrentes de uma laceração de Mallory-Weiss,
que, tipicamente, não necessita de intervenção. Entretanto, qualquer paciente que vomite >15 mL de
sangue deve ser avaliado no pronto-socorro. Essa avaliação muitas vezes tem valor terapêutico, em
virtude do medo que ela gera.
FOLLOW UP
Apresenta-se como dor torácica intensa, seguida por colapso.
Na maioria dos casos, é decorrente de suicídio.[108] Pode ser resultante de complicações clínicas, como
pancreatite e arritmia.
O risco de morte é muito mais elevado entre pacientes com bulimia nervosa que apresentam
dependência/abuso de álcool concomitante que em pacientes sem esse transtorno. A razão de
mortalidade padronizada para bulimia é 2, ou duas vezes a taxa normal.[109]
Prognóstico
A bulimia nervosa tem uma idade média de início em torno dos 18 anos, mas compulsão periódica e
purgação em um grau menor são muito mais comuns. Muitos, se não a maioria, dos pacientes que
satisfazem os critérios de diagnóstico para bulimia não procuram ajuda clínica. Dentre os que buscam
atendimento, 45% a 75% se recuperam totalmente, 27% melhoram consideravelmente e 23% têm evolução
crônica. A taxa de mortalidade bruta é de aproximadamente 0.32% a 3.9%. A maioria dos pacientes com
bulimia nervosa continua com uma vida ativa, apesar da doença.[103] [104] [105] [106] [107]
Diretrizes de diagnóstico
Europa
Diretrizes de tratamento
Europa
América do Norte
Recursos online
1. NHS Choices: bulimia (external link)
2. National Association of Anorexia Nervosa and Associated Eating Disorders (ANAD) (external link)
ONLINE RESOURCES
Artigos principais
• American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders, 5th ed.,
REFERENCES
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// Autores:
Debra L. Safer, MD
Associate Professor
Co-Director of Stanford Eating and Weight Disorders Program, Stanford University School of Medicine,
Department of Psychiatry & Behavioral Sciences, Stanford, CA
DIVULGAÇÕES: DLS receives royalties from Guilford Press as a co-author on two books about evidence-
based adaptations of dialectical behaviour therapy for binge eating/bulimia.
// Reconhecimentos:
Dr Debra L. Safer would like to gratefully acknowledge Dr David C.W. Lau and Dr C. Laird Birmingham, the
previous contributors to this topic. DCWL declares that he has no competing interests. CLB is an author of
several references cited in this topic.
// Colegas revisores:
Joel Yager, MD
Professor
Department of Psychiatry, University of New Mexico School of Medicine, Albuquerque, NM
DIVULGAÇÕES: JY is an author of a reference cited in this topic.