Resposta À Acusação

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Mato Grosso

2º Ofício Geral

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ ELEITORAL DA 46º ZONA ELEITORAL DE


RONDONOPOLIS/MT.

→ASSISTIDAS: KASSIO GOMES ELIAS;

→AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL;

→ATO PROCESSUAL: Resposta à acusação;

→FUNDAMENTO: Arts. 355, 357, § 2º e 359 do Código Eleitoral c/c os arts. 396 e 396-
A, do CPP;

A DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO, INSTITUIÇÃO PERMANENTE E ESSENCIAL


À FUNÇÃO JURISDICIONAL DO ESTADO, através de seu órgão de execução, neste
ato presentada pelo Defensor Público Federal que a esta subscreve, consoante
dispõe os artigos 4º, inciso I, parágrafos 6º e 10, 5º, inciso III, alínea ´a´, 18, incisos II
e IV, 44, incisos I, VI e XI, da Lei Complementar 80/94, combinado com o 134 da
Constituição Federal, representando os interesses de KASSIO GOMES ELIAS, nos
autos da AÇÃO PENAL movida pelo MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL, para
apresentar

RESPOSTA À ACUSAÇÃO1

1 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL


Art. 394. O procedimento será comum ou especial.
[...]
§ 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os
procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código.

Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa,


o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado
para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
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na qual evidencia fundamentos defensivos em razão da presente acusação,


consoante abaixo delineado.
DEFESA QUANTO AOS FATOS CONTIDOS NA DENÚNCIA

Douto Magistrado;
Ilustre Assessoria deste r. juízo;
Eminente Promotor de Justiça;

O Ministério Público Eleitoral apresentou denúncia2 imputando as


Assistidas, os seguintes fatos (ID 115575423):

Mais adiante, o d. Promotor de Justiça, pede:

2CÓDIGO ELEITORAL
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia
dentro do prazo de 10 (dez) dias.
[...]
§ 2º A denúncia conterá a exposição do fato criminoso com todas as suas
circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa
identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
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DA MANIFESTAÇÃO AOS DEMAIS FATOS ABORDADOS NA DENÚNCIA

Por outro lado, acaso o i. Magistrado permita, a Defesa roga-se ao direito


de se manifestar quanto aos termos da denúncia (art. 357, § 2º do Código Eleitoral),
após a instrução probatória (arts. 394, § 4º e 400 do CPP)3, na fase das alegações
finais (arts. 394, § 4º e 403 do CPP)4, momento em que poderá analisar toda a
dinâmica do processo para o fim de pedir a absolvição do Acusado (art. 358 do
Código Eleitoral)5.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:


a) Na forma disposta nos arts. 394, §§ 4º e 5º e 396-A do Código de
Processo Penal, o recebimento da presente resposta escrita à acusação,

3Somente a instrução processual poderá definir qual hipótese dentre as levantadas é a


que possui maior número de elementos de corroboração. (TRF4, RESE n. 5017389-
12.2020.4.04.7000).

4“[...]
A adoção do expediente a que se refere o art. 616 do CPP é mera faculdade do
tribunal competente para o julgamento do apelo interposto, devendo a produção das
provas das alegações tanto da acusação quanto da defesa ficar adstrita ao âmbito da
instrução criminal”. [TRF4, 5021365-32.2017.4.04.7000].

5CÓDIGO ELEITORAL
Art. 358. A denúncia, será rejeitada quando:
I - o fato narrado evidentemente não constituir crime;
II - já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra causa;
III - fôr manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição exigida pela lei para
o exercício da ação penal.
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2º Ofício Geral

suplicando o direito de proceder às teses defensivas na fase das alegações finais


(art. 403 do CPP e art. 360 do CE)6, momento em que se espera, após a produção
das provas, o julgamento direcionado a acolher os argumentos da defesa,
findando em decisão de mérito absolutória (art. 358 do CE);
b) Com base no art. 18, II, da LC n.º 80/1994 c/c o arts. 6º, 7º e 8º, da Lei
n. 9.289/1996, ao final, requer, na fase processual adequada, o deferimento da
gratuidade de justiça7 com todos os benefícios daí inerentes (artigos 5º, inciso
LXXIV, da Constituição da República; art. 98, § 1º, do CPC; art. 804 c/c 806, § 1º,
ambos do CPP);
c) Vindo aos autos informações acerca da não hipossuficiência dos
acusados, requer-se, na forma disposta no art. 263, § único, do CPP, ao final da
persecução penal, a concessão de honorários advocatícios em favor da
Defensoria Pública da União;
d) Requer, acaso necessário, a apresentação de rol de testemunhas a
posteriori (STJ. REsp 1.443.533) e a produção dos demais meios de provas, sem
exceção de nenhuma delas8;
e) Subsidiariamente, acaso entenda que o rol deve ser apresentado na
resposta a acusação e, acaso, durante a instrução surgirem fatos que se façam
necessários esclarecimentos para a formação do convencimento deste
Magnânimo Magistrado, requer a possibilidade de indicação de testemunha para
serem ouvidas como testemunhas deste r. Juízo, neste sentido o RHC 112.147/SE,

7 O pedido de assistência judiciária gratuita, com isenção do pagamento das custas


processuais, deve ser analisado pelo juízo da execução. [Tribunal Regional Federal da 4ª
Região TRF-4 - APELAÇÃO CRIMINAL : ACR 5007336-68.2017.4.04.7002 PR 5007336-
68.2017.4.04.7002]

8“[...] Insurge-se o corrigente quanto à decisão que indeferiu a produção da prova


testemunhal requerida pela defesa. Constitui faculdade do magistrado o exame da
necessidade das diligências postuladas pelas partes, podendo indeferir as que considere
supérfluas ou prescindíveis para o deslinde do processo, na forma do art. 400, § 1º, do CPP,
tendo em vista o juízo de conveniência quanto à indispensabilidade de sua realização,
que lhe é próprio e exclusivo, por ser ele o destinatário da prova. Assim, ao julgador é
facultado o indeferimento, de forma motivada, das providências que julgar protelatórias,
irrelevantes ou impertinentes, devendo a sua imprescindibilidade ser devidamente
justificada pela parte. Todavia, não se admite o juízo antecipado do desvalor sobre a prova
que a parte pretende produzir, quando não restar evidenciado, de plano, que se trata de
providência despicienda, ainda mais quando seu pedido vem acompanhado com a
devida justificativa, pertinência e nexo com os fatos objeto da ação penal, como se revela
na situação em análise.” [TRF4, CORREIÇÃO PARCIAL (TURMA) Nº 5029244-
36.2020.4.04.0000]
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Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em


06/06/2019, DJe 27/06/2019.
f) Requer, outrossim, além dos pedidos anteriores, a oitiva das testemunhas
arroladas pela acusação na denúncia ofertada (ID 115575423);

P. Deferimento.

WEMBLEY CAMPOS
DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL

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