Planejamento Conservacionista de Uma Área Agrícola

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TECNOLOGIA

DO SOLO
-LSO0660-
CONSERVAÇÃO DO SOLO
TRABALHO FINAL

MATHEUS MARCOS RUBIM-11785240


LEONARDO LEITE FERREIRA-1075577

PIRACICABA-SP

2023
Introdução
Realizar um planejamento conservacionista de uma propriedade
agrícola/florestal em Piracicaba.
A Fazenda Santa Rita está localizada no município de Piracicaba.
Possui as seguintes coordenadas:
-22.6699371, -47,5487728.
A fazenda tem uma área total de 361 ha.

Parte 1 ( Diagnóstico do solo e relevo)


A primeira etapa de um planejamento conservacionista é definir a
Erodibilidade dos solos do local de interesse.
a) Com base nas descrições morfológicas dos perfis de solo, análises
granulométricas e avaliação do relevo (declividade e curvas de nível)
qualifique os solos em termos de erodibilidade e produza um mapa
separando as diferentes classes de erodibilidade. Utilize a seguinte
classificação: muita alta, alta, moderada, baixa e muito baixa.
Justifique a sua resposta.

b) Utilizando os dados granulométricos das tradagens realizadas na


fazenda quantifique a erodibilidade do solo do horizonte A e
Horizonte B, utilizando a equação de Bouyoucos, das seguintes
topossequências:
(i) Da tradagem 1 até a tradagem 8
(ii) Da tradagem 9 até a tradagem 14
(iii) Da tradagem 32 até a tradagem 36
Explique as diferenças encontradas nos valores da erodibilidade ao
longo das topossequências. Relacione esta discussão com o que você
justificou na resposta do item “a” desta parte.

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Parte 1 (Respostas)
a) Etapas para criação do mapa de erodibilidade

Tabela de atributos utilizada para classificar a erodibilidade de cada tipo de solo do arquivo vetorial e
posteriormente rasterizar a camada. ( solos calssificados em erodibilidade: muito alta, alta, média, baixa e
muito baixa, de acordo com características pedológicas )

Com a utilização da camada raster de declividade e das camadas vetoriais que foram rasterizadas
das curvas de nível de 10m e dos tipos de solo da área, utilizou-se uma formúla de média
ponderada na cálculadora raster, atribuindo pesos maiores aos atributos de declividade e
erodibilidade de cada classe de solo, gerando um mapa correlacionando os pesos atribuídos dos
mapas base.
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Parte 1 (Respostas)

a)

ÁREA MANEJO CONSERVACIONISTA 1

ÁREA DE MANEJO CONSERVACIONISTA 2 - INTENSIVO

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Área de manejo conservacionista 2:
Destaca-se a utilização do uso de solo com base no plantio de
culturas anuais, e rotação com culturas de inverno visando a
manutenção da palhada e estruturação de fatores biológicos e físicos
de solo, aumentando assim a macroporosidade, favorecendo a
drenagem e a redução da compactação desse solo de área mais
crítica quando se considera a erodibilidade.

Área de manejo conservacionista 1:


Destaca-se a utilização desses solos característicos do início de uma
topossequência, solos com baixo desnível e caráter pedológico
favorável ao cultivo de culturas de alto valor agregado, portanto,
é econômicamente interessante a utilização do cultivo de cana-de-
açúcar, que no caso é cana de ano e meio, considerando os períodos
de reforma desse canavial em áreas de risco erosivo baixo,.
espera-se a utilização de terraços em nível, corretamente
dimensionados, já considerando a área de menor desnível da
propriedade, e em casos de preparo de solo para reforma de canavial,
deve ser programada a operação de descompactação desse solo,
considerando o tráfego intensivo de máquinas ao longo de um ciclo
de 5-6 anos de um canavial, e o perfil de solo argiloso, extremamente
susceptível à problemas de compactação.
Após o preparo de solo em profundida, inicia-se a sulcação e plantio
da cana em meados de março, utilizando de estratégias de controle
de plantas daninhas como pré-plantio incorporado e moléculas que
garantam a lavoura
no limpo, evitando entradas desnecessárias em solos com potencial
de compactação.

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Parte 1 (Respostas)

b) Observa-se em praticamente todas as topossequências, os valores


da erodibilidade vão aumentando à medida que que a topossequência
caminha para os solos com maior risco de erosão, vendo um aumento
gradativo da erodibilidade. Como pode-se observar nas tabelas a
seguir:

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Parte 2 (Diagnóstico da Erosividade da
chuva)

No planejamento conservacionista é essencial conhecer a Erosividade


da Chuva da região onde
esta inserida a propriedade na qual estamos realizando o
planejamento conservacionista.

a) Utilizando a planilha das médias mensais de chuva obtidas da


estação meteorológica convencional da ESALQ, calcule a Erosividade
de Chuva média mensal (no período de 1917 e 2022) e anual
utilizando as equações apresentadas por Alexandre Marco da Silva
apresentadas em aula. Quais são os meses mais erosivos? Porque?

b) Utilizando a planilha de chuvas diárias medidas a cada 15 minutos


obtidas da estação automática da Esalq, apresente para os últimos 5
anos (2018 a 2022) quantos eventos de
chuva superaram as intensidades de:
(i) 25 mm/h
(ii) 50 mm/h
(iii) 75 mm/h
(iv) 100 mm/h

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Parte 2 (Respostas)

a) Seguindo as orientações, e realizando os cálculos, os meses mair


erosivos são os meses de Janeiro, seguido por Dezembro e
Fevereiro. Esses meses apresentam a maior erosividade por conta
de serem os meses de maior pluviosidade, como nota-se na coluna de
médias mensais, Dezembro, Janeiro e Fevereiro foram os meses que
apresentaram a maior média mensal. Ou seja, os meses que mais
choveram

b)
2018 2019
(i) 25 mm/h = 25 (i) 25 mm/h = 34
(ii) 50 mm/h = 7 (ii) 50 mm/h = 8
(iii) 75 mm/h = 1 (iii) 75 mm/h = 2
(iv) 100 mm/h=0 (iv) 100 mm/h=0

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2020 2021
(i) 25 mm/h = 33 (i) 25 mm/h = 28
(ii) 50 mm/h = 10 (ii) 50 mm/h = 4
(iii) 75 mm/h = 5 (iii) 75 mm/h = 2
(iv) 100 mm/h=1 (iv) 100 mm/h=1

2022
(i) 25 mm/h = 42
(ii) 50 mm/h = 7
(iii) 75 mm/h = 1
(iv) 100 mm/h=0

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Parte 3 (Planejamento conservacionista)
a) Com base nas informações de Uso do Solo, Erodibilidade do Solo,
Relevo e Erosividade da Chuva realize o planejamento
conservacionista da Fazenda Santa Rita, lembrando de não incluir
neste planejamento as áreas da sede e de preservação permanente
(APP). Escolha o local na fazenda para colocar a área de Reserva
Legal correspondente, segundo a legislação, a 20% da área total da
fazenda. Usos do Solo:
(i) Cana-de-açúcar de ano e meio plantado em fevereiro/março (definir
o que fazer durante o período de reforma do canavial e durante o
período de 5 cortes do canavial)
(ii) Rotação soja-milho safrinha a) Se o grupo achar necessário,
definir as principais práticas de cobertura do solo que serão utilizadas
para controlar o processo erosivo. Detalhar que tipo de cobertura será
utilizada, em que momento, com que objetivo, e como e onde será
implantada (faixas? na rotação? na reforma? área total? área parcial?
etc.). Justificar a resposta.

b) Será necessário implantar práticas mecânicas de controle de


erosão nas áreas de lavoura? Se sim, quais? onde? e como serão
implantadas?
(i) Se optarem pelo uso de terraços, defina o tipo de terraço, justifique
a sua escolha e apresente o dimensionamento deles. Para isto,
escolha a intensidade de chuva extrema característica da região (ver
Parte 2 acima), o espaçamento horizontal entre terraços (conforme
discutido em sala de aula) e, se optarem por terraços de drenagem, a
velocidade de escoamento dentro do canal deles.
(ii) Como vocês procederiam para realizar o controle de erosão nas
estradas rurais e
carreadores da fazenda? Que técnica utilizariam? Expliquem.

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c) Apresente o planejamento conservacionista na forma de relatório
apresentando a
distribuição dos sistemas conservacionistas escolhidos para cada uso
do solo na forma de
mapas (podem ser preparados de forma manual ou utilizando
Sistemas de Informação
Geográficos – SIGs).

Parte 3 (Resposta)
Para a área de Reserva Legal, foi destinado a seguinte porção da
propriedade, o qual se encontra a localização de declividade mais
acentuada, além de ser áreas destacadas com regiões de alta
erosividade, com risco eminentes de erosão. Dessa forma, optou-se
por não trabalhar com culturas agrícolas nessa região,
implementando, assim, a reserva legal que contempla uma área de
72,7 hectares :

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As Lavouras que apresentem a necessidade de reforma de canavial,
deverão ser renovadas por meio de rotação de culturas. Para isso, a
cultura da cana-de-açúcar deverá ser retirada do campo entre os
meses de setembro até no máximo outubro, seguido pela destruição
da soqueira, logo depois deverá ser realizada a correção de solo e o
plantio da cultura anual escolhida. A indicação é para que seja a soja,
uma leguminosa que proporciona vantagens como:

Fixação biológica de nitrogênio:


Incorporação de matéria orgânica;
Conservação do solo;
Fonte de renda econômica ( por ser uma cultura facilmente
comercializável, diferentemente se a escolha da rotação fosse por
meio da crotalária)
Diminuição da incidência de plantas daninhas (controladas por
meio do manejo necessário da soja);
Aumento da produtividade do canavial.

Para o sistema de reforma de canavial, recomenda-se a utilização do


Método Interrotacional Ocorrendo Simultaneamente, conhecido como
MEIOSI, esse método consiste na intercalação de consórcio entre a
linha-mãe da cana-de-açúcar e a cultura de interesse (nesse caso, a
soja). A escala do consórcio deve respeitar a escala de 2:8, sendo
assim, haverá o cultivo de 2 linhas de cana que fornecerão toletes
suficientes para o próximo cultivo.
Em quanto isso, a cultura de interesse se desenvolve no espaço entre
as linhas mães. Dessa forma, haverá a produção de mudas para a
renovação, de forma econômica, com as demais vantagens da
rotação e utilização da Soja. Em seguida, nos anos de cana, manter a
palhada da própria cultura.

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A baixo há uma esquematização do método de meioso:

fonte: revista canavieiro apud Rosseto e Santiago.

Já paras as áreas na qual o produtor realiza o cultivo de soja seguido


por milho, recomenda-se a utilização do Sistema Santa Fé. Esse
Sistema permite o uso intensivo da área agrícola, possibilitando que
haja a presença de culturas manejadas na área o ano todos. No caso
do sistema Santa Fé, o objetivo principal é a realização da produção
de forragem no período da entre safra do milho com a soja, nesse
caso, o recomendado se torna a braquiária. Esse sistema, entre várias
ganhos destaca-se por apresentar um baixo custo, além de não
interferir drasticamente no cronograma de manejo do produtor,
permite que haja dossel vegetal 100% do ano na área, além de poder
se extender como uma atividade econômica complementar, no qual o
produtor pode realizar a aplicação de sistema de pecuária.
O consórcio da braquiária com o milho pode ser implantado junto no
mesmo momento ou se o produtor optar a braquiária pode ser
plantada cerca de 10 a 20 dias após a emergência do milho.

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Entre os benefícios desse sistema, lista-se:
Desenvolvimento de ambas culturas com baixa competição;
Colheita realizada sem uso prejudicial ;
Diminui a incidência de plantas daninhas;
Melhorar a microbiota do solo;
Diminui o risco de erosão;
Aumenta a biomassa sobre o solo durante o ano.

Para o manejo mecânico optamos por terraços de infiltração. No


talhão 1 o terraço terá dimensionamento 1,2 x 1,95 m. Já o talhão 2
possui o dimensionamento de 1,2 x 2,05 m .

As técnicas utilizadas na projeção e execução das estradas rurais e


carreadores, consistem em priorização de vias de acesso,
categorização de uso, risco de erosão e acúmulo de água,
posteriormente, elevando os níveis das estradas rurais, visando o
escoamento de dentro das estradas para fora, assim mantendo o fluxo
de água para as estruturas de escoamento da própria área, e
mantendo os carreadores limpos através da devida utilização das
estruturas de escoamento e drenagem
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