Encarte Farmácia Comunitária II
Encarte Farmácia Comunitária II
Encarte Farmácia Comunitária II
Atividades do
Farmacutico
na Farmcia
Comunitria
Comunitria
Manual II
FARMCIA
Comunitria
1 APRESENTAO
O aumento do poder aquisitivo da
populao brasileira, o crescimento do
nmero de idosos, os programas governa
mentais de distribuio de medicamentos,
entre outros fatores, tm contribudo para
o aumento do consumo de medicamentos
e consequentemente para o crescimen
to dos indicadores de morbimortalidade
relacionados ao uso excessivo destes me
dicamentos. Frente a esta nova realidade,
a atuao do farmacutico tornase im
prescindvel transformao do cenrio
brasileiro atual.
Nas atividades orientadas ao pa
ciente, enquadramse os servios farma
cuticos, dentre os quais podemos citar a
dispensao, a indicao farmacutica, o
acompanhamento farmacoteraputico, a
farmacovigilncia, a aplicao de injet
veis, a colocao de brincos, a determina
o de parmetros bioqumicos, a educa
o para o uso racional de medicamentos
e a educao em sade.
O CFF defende o modelo de farmcia
como estabelecimento de sade e acredita
que os servios farmacuticos muito tm
contribudo para mudana do perfil atual
de farmcia como estabelecimento comer
cial. Por serem as atividades farmacuti
cas orientadas ao paciente as de maior
A comisso.
Atividades farmacuticas
voltadas para o medicamento
Na farmcia comunitria, as princi
pais atividades voltadas ao medicamento
e que sero aqui descritas so a aquisio,
o recebimento, a conservao, o armaze
namento e controles e o fracionamento.
As atividades profissionais orientadas ao
medicamento devem estar descritas sepa
radamente nos Procedimentos Operacio
nais Padro da empresa e visam a garantir
a aquisio de produtos de procedncia
e qualidade e a manuteno destes re
quisitos, at que os mesmos cheguem ao
consumidor final, no esquecendo da im
portncia do controle do capital de giro
e do monitoramento dos estoques e da
validade dos produtos comercializados.
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Aquisio
A aquisio de medicamentos consis
te num conjunto de procedimentos pelos
quais se efetiva o seu processo de compra,
conforme planejamento, com o objetivo
de suprir a farmcia em quantidade, qua
lidade e menor custo, visando a manter a
regularidade e funcionamento do estabe
lecimento.
Com a atual margem de lucro pra
ticado no varejo farmacutico, podese
constatar que, de 60% a 70% dos custos
de uma farmcia devese aquisio de
produtos, razo suficiente para se estabe
lecer procedimentos rotineiros que possam
auxiliar as empresas a aplicar, da melhor
forma, seu capital de giro, evitando faltas
de medicamentos e perda de produtos.
Passamos a detalhar os cuidados im
prescindveis na aquisio de medicamen
tos e outros produtos para a sade:
A pessoa escolhida para esta importan
te tarefa deve conhecer muito sobre
os medicamentos a serem adquiridos,
tanto no tocante tributao (listas po
sitiva e negativa, ICMS incidente), como
sua classificao quanto ao giro (cur
va ABC);
A reposio de faltas de medicamentos
de marca geralmente feita a cadaq
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autorizao de funcionamento de em
presa emitido pela Anvisa (Agncia Na
cional de Vigilncia Sanitria), alvar
sanitrio emitido pela VISA estadual e
Certido de Regularidade expedido pelo
CRF (Conselho Regional de Farmcia) do
Estado onde a empresa est instalada;
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Construo de uma curva
ABC de valor
A relao de produtos ordenados,
segundo a classificao ABC de valor
para um certo perodo (por exemplo, um
ano), obtida, seguindose os passos
abaixo:
1.Calculamse os valores globais de con
sumo para cada item de compra, no
perodo considerado. O valor global
resultado da multiplicao do custo
unitrio do produto pelo nmero de
unidades consumidas, ao longo do pe
rodo.
2.Os valores de cada artigo so colocados
em ordem decrescente.
3.Calculase o total acumulado despen
dido, somandose os valores globais de
cada item, anotando os valores aps a
adio de cada parcela, at se obter o
valor total consumido.
4.Calculase o valor percentual de gasto
de cada item dividindose o seu gasto
pelo total de recursos gastos.
5.Da mesma forma que foi feito em 3,
efetuase o clculo de percentagens
acumuladas.
6.Definemse os itens A, B e C.
2 ARMAZENAMENTO
O armazenamento um processo que
possibilita a estocagem ordenada, segu
ra e racional das diversas categorias de
medicamentos e produtos, garantindo a
sua adequada conservao e integridade,
durante todo seu prazo de validade.
2.1 Recebimento e
Conferncia de produtos
Podese dizer que o recebimento de
produtos farmacuticos por uma empre
sa no somente a transferncia fsica
de mercadorias, mas tambm o momento
em que mais uma empresa se insere no
ciclo de responsabilidade pelos mesmos,
tornandose, assim, coresponsvel pela
garantia da qualidade dos produtos.
O recebimento de medicamentos e
outros produtos um procedimento que
deve ser realizado por pessoa capacitada e
treinada, de acordo com os procedimentos
operacionais padro, estabelecidos pela
empresa. O ideal que o funcionrio que
recebe a mercadoria seja responsvel por
efetivar a entrada dos produtos constantes
da nota fiscal no estoque.
Aps entrada, dever ser emitido um
espelho da nota, que acompanhar os
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de NF, emitese NF de devoluo com os
dados da NF de entrada da mercadoria,
cuja cpia deve acompanhar os produ
tos devolvidos;
Aps devoluo, devese acompanhar a
chegada do crdito gerado (devoluo
parcial) ou o cancelamento do boleto
bancrio (devoluo total);
Devese manter registros das devolu
es efetuadas ;
Verificar se os produtos devolvidos fo
ram baixados do estoque.
2.2 Estocagem
O Ministrio da Sade publicou, por
meio da CEME (Central de medicamentos),
em 1990, as Boas Prticas para Armaze
nagem de Medicamentos. Esta publicao
pode ser encontrada, atravs do site www.
saude.gov.br/bvs/publicaoes, e deve se
tornar ferramenta de trabalho dos farma
cuticos comunitrios, quando o assunto
for armazenamento e estocagem de medi
camentos. Com um documento completo
como esse, tornase desnecessria qual
quer abordagem sobre o assunto neste
manual.
Para um armazenamento ideal de
medicamentos, alm das exigncias legais
contidas nas Boas Prticas para Arma
3 CONSERVAO E
CONTROLES
A conservao compreende atividades
que visam manuteno das caractersti
cas de qualidade dos medicamentos. Para
garantir a conservao de medicamentos
estocados em uma farmcia comunitria,
necessrio o estabelecimento de controles
e obedecer algumas orientaes bsicas.
Os controles comumente utilizados
so:
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Controle de umidade e
luminosidade do local de
estocagem
A umidade, no local de estocagem
de medicamentos, deve ser rigorosamen
te controlada, com o objetivo de evitar
a alterao da integridade dos mesmos.
Apesar de os medicamentos geralmente
se encontrarem bem acondicionados, la
crados e, na maioria, imunes a este fator,
alguns frmacos, como o cido acetilsalic
lico, cloranfenicol e a procana, so extre
mamente sensveis umidade.
No entanto, aps a abertura dos re
cipientes, a situao muda e os riscos de
deteriorao aumentam, devendo, portan
to, os pacientes ser bem orientados com
relao aos cuidados com o armazena
mento domstico dos medicamentos.
A luminosidade outro fator que tem
que ser levado em considerao na con
servao dos medicamentos, pois grande
parte dos mesmos tem sua integridade
alterada por ao da luz. Alguns medica
mentos que vm em blsteres transparente
e que podem ser vendidos nas embalagens
primrias, geralmente, com quatro ou seis
unidades, como analgsicos, medicamento
para o tratamento sintomtico da gripe,
laxantes, anticidos, entre outros, geral
FARMCIA
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mente, nas farmcias comunitrias, ficam
expostos em balces de vidro e fora de
suas embalagens secundrias. Portanto,
susceptveis a alteraes causadas pela in
cidncia de luz. necessria a manuteno
dos mesmos nas embalagens secundrias,
de onde somente devero ser retirados, no
momento da venda, protegendoos, assim,
da luminosidade excessiva.
Controle de medicamentos
sujeitos ao controle especial
Os medicamentos sujeitos ao controle
especial, conforme determina a Portaria
SVS/MS 344/98 e suas atualizaes, ne
cessitam de controles mais rgidos que os
demais medicamentos. Devido s carac
tersticas desses medicamentos, sua rea
de estocagem deve ser considerada de se
gurana mxima e deve ser separada das
demais.
Os armrios que os acondicionam de
vem ser fechados com chaves e ter sua
temperatura interna monitorada como as
demais reas de estocagem.
Os registros de entrada e sada desses
medicamentos, na farmcia comunitria,
devem ser feitos, obedecendo legislao
sanitria especfica, sem prejuzo do con
trole normal de estoque.
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FARMCIA
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Recomendaes bsicas
para correta conservao de
medicamentos
Formas farmacuticas especiais:
Certas formas farmacuticas (suposit
rios, cremes, vulos...) so sensveis s
elevaes de temperatura. Nestes casos,
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ALTERAES
VISVEIS
Comprimidos
Quantidade excessiva de p
Quebras, lascas, rachaduras na superfcie
Manchas, descolorao, aderncia entre os
comprimidos ou formao de depsitos de cristais
sobre o produto
Drgeas
Cpsulas
Ps e grnulos
Presena de aglomerados
Mudana na cor ou endurecimento
Ps efervescentes
Cremes e pomadas
Supositrios
Solues/xaropes/elixires
Precipitao
Formao de gases
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Solues injetveis
Emulses
Suspenses
Tinturas/extratos
Observaes importantes:
Alm do armazenamento, estoca
gem e controles dos medicamentos, an
tes de sua venda, o farmacutico, como
profissional de sade responsvel pela
orientao para o uso racional e correto
dos medicamentos, deve se preocupar
com o armazenamento domstico dos
mesmos, orientando adequadamente to
dos os usurios que venham a adquirir
medicamentos, nas farmcias comuni
trias.
Ter medicamentos, em casa, pode
parecer uma questo de previdncia. No
entanto, sua m armazenagem ou o fcil
que
8C,
res
iso
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4 FRACIONAMENTO
a subdiviso da embalagem de um
medicamento em partes individualizadas
para viabilizar a sua dispensao ao usu
O fracionamento de medicamentos
somente pode ser realizado por droga
rias que estejam licenciadas pela Vigiln
cia Sanitria para realizao do fraciona
mento e devem seguir as Boas Prticas
para Fracionamento, institudas pela RDC
n135/2005, com as alteraes da RDC
n260/2005 (http://www.anvisa.gov.br/le
gis/resol/2005/rdc/135_05rdc.pdf)
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5 OUTRAS ATIVIDADES
ATRIBUDAS AO
FARMACUTICO
COMUNITRIO
5.1 Elaborao de
documentos normativos
O farmacutico deve elaborar o Ma
nual de Boas Prticas de Dispensao de
Medicamentos em Farmcia / Drogaria e
promover a implantao desta poltica de
qualidade, fazendose cumprir as diretri
zes nele proposto. Excelente material de
consulta para execuo desta importante
tarefa, a publicao Boas Prticas na
Dispensao de Medicamentos, de auto
ria dos farmacuticos Jos Ricardo Arnaut
Amadio e Paulo Tamashiro Filho.
Como parte desta poltica, o farma
cutico deve elaborar e manter Procedi
mentos Operacionais Padro POPs escri
tos para as diversas atividades desenvolvi
das, tais como:
Aquisio de produtos;
Recebimento e conferncia de pro
dutos;
Devoluo de produtos;
Em cumprimento Resoluo An
visa RDC 306/2004, o estabelecimento
dever estabelecer a poltica de geren
ciamento dos produtos com prazo de va
lidade expirados, por meio da elaborao
do Plano de Gerenciamento de Resduos
(PGRSS).
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5.2 Recursos humanos
Compete ao farmacutico fazer
treinamento inicial e contnuo de todos
os funcionrios, de forma a adequar as
atividades executadas. Os treinamentos
devem obedecer o programa estabeleci
do, incluindose as orientaes quanto
s prticas de higiene pessoal, cuidados
pessoais com unhas, barba e cabelo, uso
do uniforme e crachs de identificao,
relacionamento interpessoal, manuseio
de equipamentos de segurana, atendi
mento ao pblico, conhecimento e apli
cao dos POPs, alm dos conhecimen
tos especficos para desempenho de cada
funo.
Os treinamentos devem ser registra
dos nos impressos Registro de Treina
mento Individual ou Coletivo e Avaliao
e Lista de Presena em Treinamento.
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6 REFERNCIAS
BIBLIOGRFICAS
Ministrio da Sade. Boas Prticas para Estocagem de Medicamentos. Braslia 1990.
Vecina Neto, G.; Reinhardt Filho, W. Gesto
de Recursos Materiais e de Medicamentos.
So Paulo: Faculdade de Sade Pblica de
So Paulo. 1998.
Organizao PanAmericana da Sade/Or
ganizao Mundial da Sade.Assistncia
Farmacutica para Gerentes Municipais.
Braslia. 2003.
Defelipe,C.R. Estabilidade de medicamen
tos: condies ambientais adequadas para
conservao de medicamentos, 1985. Mo
nografia em Farmcia Hospitalar, Rio de
Janeiro: UFRJ
Stios recomendados
Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria.................................................www.anvisa.gov.br
Conselho Federal de Farmcia.............................................................................www.cff.org.br
Organizao Panamericana da Sade.......................................................www.opas.org.br
Ministrio da Sade........................................................................................................www.saude.gov.br
Fundao Oswaldo Cruz............................................................................................www.fiocruz.org.br
Food & Drug Administration.................................................................................www.fda.gov
Biblioteca Virtual em Sade...................................................................................www.bireme.br
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Membros da Comfar
Vanilda Oliveira
Aguiar Santana (SE)