Seção 4 Civil

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AO DOUTO JUÍZO DA 8ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CARIRI DO

OESTE/PE.

AUTOS nº 0006789-32.2022.11.04.987

EUGENIE LALANDE, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe,


de ação de inicial que lhe move AUGUSTE DUPIN, este também já devidamente
qualificado, por seu advogado que esta assina, inconformado com os termos da
respeitável sentença de fls. 123/124, vem respeitosamente perante V. Exa. interpor
recurso de APELAÇÃO, nos termos do art. 1.009 e ss do CPC, requerendo a
juntada das razões anexas e a remessa dos autos ao E. Tribunal de Justiça do
Estado de Pernambuco para reapreciação da matéria.

Requer a intimação do apelado para querendo apresentar suas


contrarrazões e informar que não possui condições de arcar com os custos do
preparo sem prejuízo de seu próprio sustento, conforme extratos anexos, razão pela
qual requer a concessão da gratuidade de justiça.

Tudo conforme os Arts. 1.010, § 1º, e do art. 98, VIII e seguintes do


Código de Processo Civil.

Nestes Termos,

Pede e espera deferimento.

Cariri do Oeste, 04 de novembro de 2022.

Carlos Antônio Medeiros


Advogado OAB 263
RAZÕES DE APELAÇÃO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO.

APELANTE: EUGENIE LALANDE

APELADO: AUGUSTE DUPIN

ORIGEM: 8ª Vara Cível da Comarca de Cariri do Oeste/PE

COLENDA CÂMARA.

ILUSTRÍSSIMOS DESEMBARGADORES.

EMINENTE RELATOR.

EUGENIE LALANDE, brasileira, solteira, enfermeira, cadastrado sob o CPF nº


159.753.987-20, e sob o RG nº 620.196-00 SSP/SC, residente e domiciliado
residente à Rua Morgue, s/n na cidade de Cariri do Oeste/PE, CEP, Autora da Ação
(AÇÃO DE PURGAÇÃO DA MORA

ajuizada em face de AUGUSTE DUPIN, processo nº 0006789-


32.2022.11.04.987, que tramita na 8ª Vara Cível da Comarca de Cariri do Oeste/PE,
inconformada com sentença de ação de despejo, vem respeitosamente à presença
deste Egrégio Tribunal, mediante recurso de apelação, requerer a sua reforma, de
forma que majore os danos morais, pelos fatos e fundamentos que a seguir passa a
expor:

DO CABIMENTO
É cabível o presente Recurso com base no artigo 1.009 do Novo
Código de Processo Civil, in verbis:

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.

Satisfeitos que se encontram os requisitos genéricos da


tempestividade, legitimidade, interesse e adequação, resta demonstrar, a seguir, as
razões para que a r. Sentença seja reformada.

DA TEMPESTIVIDADE

O presente recurso é tempestivo; ante o exposto no art. 1.007, §5º, do CPC.

A presente Apelação é tempestiva, visto que a publicação de intimação ocorreu no


dia 10 de outubro de 2022 e o prazo de 15 dias úteis para interposição encerraria no
dia 31 de outubro de 2022.

DOS FATOS

Auguste Dupin ora requerido nesta lide, ajuizou ação de despejo em face
de Eugenie Lalande em razão do não pagamento de três meses de aluguel. Dentro
do prazo legalmente previsto, Eugenie ingressou com pedido de purgação da mora,
efetuando o pagamento de toda a dívida, na forma do art. 62, II da Lei 8.245/91,
sendo que, após manifestação do sr. Auguste de que o valor correspondia à
integralidade da dívida, sobreveio sentença de procedência do pedido inicial de
despejo do requerido.

A defesa fora intimada em 23 de outubro de 2022.

Inconformada com a sentença proferida, principalmente por ter purgado a


mora e, consequentemente evitado à rescisão, conforme disposição expressa do art.
62, II da Lei 8.245/91, Eugenie requer que sejam adotadas providências à defesa de
seus interesses, até porque, a sentença proferida ignora sua vontade de permanecer
no imóvel e até mesmo a ausência de manifestação do locador no sentido de manter
a rescisão.

DAS RAZÕES PARA REFORMA

DO DIREITO

Das Preliminares

Nulidade da Citação

De início, Excelência, necessário informar que houve grave nulidade no processo,


qual seja, nulidade de citação.

Vez que conforme é possível extrair do teor dos autos, a recorrente tomou
conhecimento da ação porque a citação foi enviada erroneamente para o e-mail de
sua prima, cujo prenome é idêntico ao seu, sendo esta citada em seu nome por
equívoco.

Nota-se nesse sentido que a ré não foi citada, em conformidade com o art. 238 do
Código do Processo Civil. Portanto, requer nestes termos, seja conhecida a
nulidade da citação.

Ademais para que o processo seja valido é preciso que a parte ré seja devidamente
cidade, o que conforme já narrado nos fatos acima expostos não ocorreu. Requer
portanto mais uma vez seja conhecida a nulidade da citação fulcro no art. 239 do
Código do Processo Civil.

Ademais, não obstante a citação foi feita a pessoa estranha ao processo, qual seja
prima da ré, ocorre que a citação deveria ser pessoal, conforme prevê o art. 242 do
Código do Processo Civil.

Por fim Em que pese, Vossa Excelência a citação poder ser feita por via eletrônica,
conforme prevê dispositivo legal do Código do Processo Civil em seu art. 246,
esta deve ser feita diretamente ao e-mail da parte requerida ao processo, não fora o
que ocorreu ao presente caso, visto que como exposto nos fatos a requerente tomou
ciência deste processo através de e-mail de um terceiro estranho a esta lide.

Portanto ante todo o enredo fático e jurídico e que pleiteia a defesa pelo
conhecimento da nulidade de pleno direito da citação.
DA PURGAÇÃO DA MORA

Neste sentido, dispõe o caput e o inciso II do artigo 62, da Lei 8.245/91, in verbis:

"Art. 62. Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de aluguel e


acessórios da locação, de aluguel provisório, de diferenças de aluguéis, ou somente
de quaisquer dos acessórios da locação, observar-se-á o seguinte:

I - (...)

II - o locatário e o fiador poderão evitar a rescisão da locação efetuando, no prazo de


15 (quinze) dias, contado da citação, o pagamento do débito atualizado,
independentemente de cálculo e mediante depósito judicial, incluídos:"

Requer, portanto principalmente por ter purgado a mora e, consequentemente


evitado à rescisão, conforme disposição expressa do art. 62, II da Lei 8.245/91,
Eugenie requer que seja deferido o pedido para a reforma da decisão, até porque, a
sentença proferida ignora sua vontade de permanecer no imóvel e até mesmo a
ausência de manifestação do locador no sentido de manter a rescisão.

Não obstante, cumpre, ainda, apontar que a rescisão contratual somente seria
possível na hipótese de não comprovação da purgação da mora, o que não é o
caso, conforme entendimento pacificado nos tribunais:

APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATO DE LOCAÇÃO. RESCISÃO. DESPEJO.


INADIMPLEMENTO DO LOCATÁRIO. FATOS OBSTATIVOS DO DIREITO DO AUTOR.
PAGAMENTO TEMPESTIVO DO ALUGUEL. PURGAÇÃO DA MORA. AUSÊNCIA DE
DEMONSTRAÇÃO. CAUSA PARA A RESCISÃO. 1. Conforme pactuado entre as partes,
na falta do pagamento pontual do aluguel, o contrato será rescindido de pleno direito,
disposição que se coaduna com o disposto nos artigos 23, inciso I, e 9º, inciso III, da Lei
nº 8.245/91, segundo os quais o locatário é obrigado a pagar pontualmente o aluguel e
os encargos da locação, legal ou contratualmente exigíveis, no prazo estipulado, sob
pena de desfazimento da locação. 2. As insurgências deduzidas em sede de
contestação, assim como no presente recurso, estão desacompanhadas de qualquer
elemento de prova que lhes possa dar amparo, de modo que a presente controvérsia se
resolve à luz do artigo 373 do Código de Processo Civil. 3. Em se tratando de pretensão
de despejo, cumulada com rescisão contratual, os fatos modificativos, impeditivos ou
extintivos do direito do autor poderiam, facilmente, ser demonstrados por meio da
apresentação de documentação que comprovasse o pagamento da obrigação contratual
tempestivamente ou a purgação da mora no prazo da contestação, após o ajuizamento
da demanda. 4. Recurso conhecido e desprovido. (BRASIL, 2020, [s. p.])

LOCAÇÃO DE IMÓVEL. AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO C.C.


COBRANÇA. PURGA DA MORA NOS TERMOS DO INCISO II DO ART. 62 DA LEI
8.245/91.Tendo o locatário-réu depositado judicialmente o valor integral dos aluguéis em
aberto com o acréscimo de multa contratual e juros de mora, no prazo de quinze dias
contado da citação, de acordo com o inciso II do art. 62 da Lei 8.245/91, bem como
tendo quitado os alugueis posteriores vencidos no curso da lide, de rigor o
reconhecimento da purga da mora, afastando-se a rescisão da locação e a condenação
ao pagamento dos aluguéis. Recurso provido.

Portanto, requer o conhecimento da purgação da mora, tendo em vista que o motivo


ensejador da rescisão contratual restou superado com a purgação da mora, a qual
traduz-se em verdadeiro direito do locatário, não sendo possível, dessa forma, a
manutenção do entendimento relativo à rescisão.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer o Apelante ao Eminente Relator e à Colenda


Câmara, a quem couber o recebimento e o conhecimento do presente Recurso, que
seja deferido o acolhimento da preliminar e conhecido e provido o presente
recurso e REFORME a R. Sentença, condenando a Apelada ainda nas custas
processuais e honorários advocatícios na base de 20% do valor da condenação,
com o que esta Colenda Câmara estará distribuindo a verdadeira e costumeira
JUSTIÇA.

Nestes Termos,
Pede e espera deferimento.

Cariri do Oeste, 04 de novembro de 2022.


Carlos Antônio Medeiros
Advogado OAB 263

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