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ICTR 2004 – CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM RESÍDUOS E


DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Costão do Santinho – Florianópolis – Santa Catarina

CABEÇA DE CAMARÃO: PROBLEMA AMBIENTAL OU MATÉRIA PRIMA


PARA RAÇÃO ANIMAL

Maria do Socorro Diógenes Paiva


Andréa Lessa da Fonseca
André Luis Calado Araújo
Milton Bezerra do Vale
Dilma Bezerra Fernandes

PRÓXIMA

Realização:

ICTR – Instituto de Ciência e Tecnologia em Resíduos e Desenvolvimento Sustentável


NISAM - USP – Núcleo de Informações em Saúde Ambiental da USP
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CABEÇA DE CAMARÃO: PROBLEMA AMBIENTAL OU


MATÉRIA PRIMA PARA RAÇÃO ANIMAL
Maria do Socorro Diógenes Paiva 1 ; Andréa Lessa da Fonseca 2 ; André Luis Calado
Araújo 3 ; Milton Bezerra do Vale 4 ; Dilma Bezerra Fernandes 5

RESUMO
O camarão cultivado passou de 400 toneladas e US$ 2,8 milhões exportados, em
1998, para 58,5 mil toneladas e US$ 225,9 milhões em 2003, segundo dados da
Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC). A expectativa da entidade
é que as exportações cheguem ao número de US$ 300 milhões, em 2004, e até US$
1 bilhão, no ano de 2010.
A produção também registrou um crescimento contínuo e saltou de 3,6 mil
toneladas, em 1997, para 91 mil toneladas, em 2003, consolidando o Brasil na
posição de líder do hemisfério ocidental em produção, superando o Equador e o
México que, tradicionalmente, ocupavam os dois primeiros lugares.

A ABCC acredita que, em 2004, o Brasil produza 119 mil toneladas de camarão, das
quais 76 mil serão exportadas. O Nordeste consolidou sua posição de maior
produtor nacional com 96,5% da produção (91.000 t), sendo os estados do Rio
Grande do Norte e Ceará os maiores produtores. Os centros de processamento de
camarão estão geograficamente bem distribuídos na região nordeste atendendo, em
termos gerais, a produção de cada estado. Em 2003 o país contava com uma
capacidade total de beneficiamento de 680 t/dia de camarão estando as maiores
unidades localizadas no Ceará (130 t/dia) e Rio Grande do Norte (110 t/dia). Os
centros de processamento de camarão chamados de usinas de beneficiamento
realizam o processamento do camarão visando à comercialização internacional.
Segundo estudo realizado pelo CEFET-RN, no Estado do RN, cerca de 30% do
camarão beneficiado é destinado à produção de cauda e/ou filé, tendência essa que
só tende a aumentar, proporcionando assim um maior valor agregado à atividade de
produção de camarão, visto que o valor do produto aumenta no mercado
internacional. No processamento atualmente realizado ocorre o aproveitamento de
cerca de 40% do peso do camarão, enquanto os outros 60% do peso restante é
resíduo, onde a grande maioria (82%) desse, é a cabeça do camarão. Dessa forma
podemos dizer que atualmente cerca de 100 t/dia de resíduos, principalmente
cabeça de camarão, são gerados. Uma das alternativas é o aproveitamento do
resíduo como ração animal. Dessa forma, resíduos de uma unidade de
beneficiamento foram coletados, beneficiados para produção de farinha de cabeça
de camarão, e analisados para determinar o seu potencial nutritivo. Os resultados
obtidos mostraram que os resíduos do beneficiamento do camarão (cabeça e casca)
são uma fonte riquíssima de sais minerais, tais como cálcio, ferro, magnésio,
manganês, cobre, zinco, potássio e fósforo. Além disso, a farinha apresentou média

1
Mestre em Eng. Sanitária (UFPB); Professora do CEFET-RN – Área de Recursos Naturais.
2
Mestre em Eng. Química (UFRN); Doutoranda em Eng. Química (UFRN); Professora do CEFET-RN
– Área de Recursos Naturais.
3
Mestre em Eng. Sanitária (UFRN); PhD em Eng. Sanitária (University of Leeds-UK); Professor do
CEFET-RN – Área de Recursos Naturais.
4
Especialista em Química (UFRN); Professor do CEFET-RN – Área de Recursos Naturais.
5
Bióloga (UFRN); Pesquisadora da EMBRAPA-RN -UPPE - Oceanografia

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de 3,6% de proteína e 12% de gordura. Dessa forma a farinha poderá ser


aproveitada no processo de fabricação de rações para animais (gatos, cachorros,
aves, porcos, e peixes), podendo ser inserida no fluxograma de fabricação da
alimentação animal, nos elementos de mistura proporcionando seu aproveitamento
econômico além do benefício ambiental.

PALAVRAS CHAVE
Reaproveitamento de resíduos, farinha de camarão, desenvolvimento sustentável,
qualidade nutricional, ração animal.

INTRODUÇÃO
O camarão cultivado passou de 400 toneladas e US$ 2,8 milhões exportados, em
1998, para 58,5 mil toneladas e US$ 225,9 milhões em 2003, segundo dados da
Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC). A expectativa da entidade
é que as exportações cheguem ao número de US$ 300 milhões, em 2004, e até US$
1 bilhão, no ano de 2010.
A produção também registrou um crescimento contínuo e saltou de 3,6 mil
toneladas, em 1997, para 91 mil toneladas, em 2003, consolidando o Brasil na
posição de líder do hemisfério ocidental em produção, superando o Equador e o
México que, tradicionalmente, ocupavam os dois primeiros lugares.

A ABCC acredita que, em 2004, o Brasil produza 119 mil toneladas de camarão, das
quais 76 mil serão exportadas. Segundo a Associação Brasileira de Criadores de
Camarão (ABCC) o Brasil é o maior produtor de camarão cultivado do hemisfério
ocidental estando à frente do Equador e México que tradicionalmente ocupavam as
primeiras posições. No mundo o Brasil é o sexto produtor mundial com produção de
91.000 t em 2003.

O nordeste consolidou sua posição de maior produtor com 96,5% (58.010 t.), sendo
os estados do Rio Grande do Norte e Ceará os principais produtores. Em 2003 o Rio
Grande do Norte exportou 18,7 mil toneladas, gerando uma receita de US$ 71
milhões. Para o estado do Ceará estes números foram 20,1 mil toneladas e US$
80,9 milhões, respectivamente (ABCC, 2004). Os centros de processamento de
camarão estão geograficamente bem distribuídos na região nordeste atendendo, em
termos gerais, a produção de cada estado. As maiores capacidades de
processamento e congelamento são do estado do Ceará (130 t/dia) e Rio Grande do
Norte (110 t/dia).

Os centros de processamento de camarão chamados de usinas de beneficiamento


realizam o processamento do camarão visando à comercialização internacional.
Segundo estudo realizado pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio
Grande do Norte (CEFET-RN) cerca de 30% do camarão beneficiado é destinado à
produção de filé. Tal tendência só tende a aumentar, proporcionando assim um
maior valor agregado à atividade de produção de camarão, visto que o valor do
produto aumenta no mercado internacional à medida que é beneficiado.

O beneficiamento do camarão tem várias linhas produtivas, mas em geral a


produção de filé obedece basicamente ao fluxograma de produção básico
envolvendo a higienização, seleção, descabeçamento e descascamento. Durante o
processamento realizado são aproveitados de cerca de 40% do peso do camarão,
enquanto os 60% do peso restante é contabilizado como resíduo. A maior parte do

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resíduo (82%) é a cabeça do camarão. Dessa forma podemos dizer que atualmente
cerca de 100 t/dia de resíduos, principalmente cabeças do camarão, são gerados e,
na sua grande maioria, desperdiçados, gerando inúmeros problemas ambientais.

Os resíduos provenientes do processamento são um problema econômico para as


usinas, pois a falta de opções de aproveitamento desses resíduos gera um
desperdício de matéria-prima, custo com transporte, custo com área para aterro,
custo com uso de máquinas para escavação e aterramento. Atualmente cerca de
75% desse resíduo é jogado fora, sendo levado para lixões, e em alguns casos
lançados em corpos de água ou em terrenos baldios.

OBJETIVOS
A realização deste trabalho teve os seguintes objetivos principais:

a) Fazer um levantamento bibliográfico visando aplicações potenciais para os


resíduos da casca do camarão, focalizando a área de produção de ração;

b) Mapeamento da disposição geográfica das usinas, áreas de disposição, indicando


a produção e geração de resíduos;

c) Caracterização dos resíduos (química, granulométrica, umidade, espécies), a


partir de campanha de amostragem nas áreas produtoras;

e) Produzir e caracterizar a farinha de cabeça de camarão, para fins de ração animal


visando à inserção da mesma como insumo das indústrias de ração animal.

METODOLOGIA
A pesquisa foi desenvolvida em três etapas:

Primeira etapa: Foram coletadas 30 amostras de camarão dos tipos pequenos,


médios e grandes. Após as coletas os camarões foram beneficiados e com os
resíduos gerados, foi procedida à sua caracterização. A caracterização dos resíduos
brutos foi realizada através de análises físico-químicas e microbiológicas em
laboratório dos parâmetros: umidade, densidade, teor de proteína bruta, extrato
etéreo, matéria fibrosa, contagem total de microorganismos, coliformes totais e
fecais;

Segunda etapa: Nesta fase foi desenvolvido um fluxograma para o beneficiamento


dos resíduos e produção de farinha de cabeça de camarão, constando das etapas
de seleção, higienização, moagem, peneiramento e secagem em estufa a 110oC
durante 4 a 5 horas, até serem obtidas pesagens constantes.

Terceira etapa: Foi realizada a caracterização da composição nutricional da farinha


obtida, sendo realizadas as seguintes análises: cálcio, ferro, magnésio, manganês,
cobre, sódio, potássio, fósforo, zinco, além do teor de gordura e colesterol. As
determinações foram realizadas de acordo com os métodos oficiais, conforme
legislação vigente (AOCA, 1996).

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RESULTADOS
A Tabela 1 apresenta a caracterização do rendimento médio dos resíduos das
amostras de camarão beneficiadas nos laboratórios do CEFET-RN. Os resultados
evidenciam uma perda de massa em torno de 31% apenas com a cabeça do
camarão e um rendimento médio da farinha na ordem de 24% em relação à massa
da cabeça. Tais resultados apontam a possibilidade de um aproveitamento racional
de uma matéria prima hoje desperdiçada.

Tabela 1. Rendimento médio dos resíduos do beneficiamento das amostras de


camarão.
Camarão Cabeça Farinha
Tamanho
inteiro (g) (%) (g) (%)
Pequeno 9,3 2,97 31,93 0,71 23,9
Médio 11,3 3,45 31,08 0,81 23,5
Grande 13,3 4,05 31,29 1,02 24,9

A Tabela 2 a caracterização da farinha de cabeça de camarão em termos do teor de


sais minerais e metais. Podem-se destacar teores consideráveis de cálcio, potássio
e magnésio além do elevado teor de fósforo (781 mg/ 100g). Segundo Pallaoro
(1998), a dosagem desse nutriente se encontra na faixa de 800 a 1200 mg/dia,
sendo um mineral importante para o desenvolvimento dos ossos, dentes, e em
equilíbrio com o cálcio participa do sistema nervoso. Os resultados atestam a
importância de se aproveitar o resíduo do beneficiamento do camarão, para
obtenção de ração animal, transformando o que hoje é um grande problema para as
usinas de beneficiamento e, principalmente, para o meio ambiente, numa solução
alternativa e possivelmente viável.

Tabela 2. Teores de sais minerais obtidos na farinha de camarão (mg/100 g).


P Ca Fe Na K Zn Cu Mg
781 182 3,31 110 275 1,62 0,76 292

DISCUSSÃO
Estudos previamente realizados no CEFET- RN por Paiva et al. (2003),
demonstraram que os resíduos do beneficiamento do camarão (cabeça e casca)
são uma fonte riquíssima de sais minerais, tais como: cálcio, ferro, magnésio,
manganês, cobre, zinco, potássio, e fósforo. Os resultados aqui obtidos confirmaram
o elevado teor nutricional da farinha de cabeça de camarão, atingindo valores de
3,57% de proteína e 12% de gordura.

Dessa forma essa farinha poderá ser aproveitada no processo de fabricação de


rações para animais (gatos, cachorros, aves, porcos, e peixes), podendo ser inserida
no fluxograma de fabricação da alimentação animal, nos elementos de mistura
proporcionando seu aproveitamento econômico. Segundo a ANFAL-PET
(associação dos fabricantes de alimentos para animais) no Brasil, em 2003, a
produção de ração animal tipo Pet chegou a 5.000 t, correspondendo a um mercado
de atualmente 120 milhões de dólares, em 2003. Além disso, o mercado da pecuária
intensiva (piscicultura, avicultura e suinocultura), que também poderá aproveitar

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esse tipo de insumo na fabricação de ração, barateando a produção de carne para o


consumidor.

As tecnologias de fabricação de ração animal são pouco estudadas no Brasil,


tornando o país tecnologicamente dependente de formulações vindas do exterior,
que encarecem a produção de ração e ração Pet no mercado. Dessa forma, os
resultados poderiam possibilitar o surgimento de indústrias e incrementar a produção
das existentes surgindo novos produtos mais baratos, incrementando o surgimento
de novos empregos e aumentando a renda nessa atividade econômica.

Esse projeto de pesquisa tem caráter inovador, pois o estudo aprofundado da


quantidade de resíduo, tecnologia de processamento do resíduo em farinha, e sua
composição, proporcionarão a pesquisadores da área de nutrição animal e indústrias
de fabricação de ração, utilizar esse resíduo para montar formulações e misturas,
com outros insumos, tais como milho, trigo, vitaminas, etc.

É importante também destacar o grande impacto ambiental da pesquisa uma vez


que a valoração do resíduo como matéria prima na fabricação de ração alimentar
além de proporcionar os benefícios econômicos gera uma grande quantidade de
benefícios ambientais.

Os resultados demonstraram que cerca de 30% da massa do camarão é devido à


cabeça que na sua grande maioria é desperdiçada. Considerando apenas a
produção do Rio Grande do Norte no ano de 2003 de cerca de 37.400 toneladas,
podemos estimar uma produção de resíduos (apenas cabeça) de aproximadamente
11.220 toneladas, e uma produção de farinha de cerca de 2.693 toneladas,
correspondendo a uma eficiência de 24% da massa de resíduos.

CONCLUSÕES
Conclui-se através do estudo realizado que o aproveitamento dos resíduos de
camarão, poderá ser uma alternativa economicamente viável e ecologicamente
sustentável, havendo, no entanto, necessidade de mais estudos, no sentido de
encontrar as formulações adequadas para cada tipo de ração e seus respectivos
usos afins, assim como formulações de fluxogramas de fabricação de rações,
também sugerimos o aprofundamento da pesquisa sobre a obtenção da farinha,
estudos de curvas de secagem e uma completa caracterização da mesma, além de
experimentos, para determinar seu uso mais amplo.

Do ponto de vista da ração Pet (rações para cães e gatos) conforme a legislação
brasileira vigente (Instrução Normativa nº 7 de 5/04/ 1999 da Secretaria de
Desenvolvimento Rural - Ministério da Agricultura e do Abastecimento) que
estabelece as características físico-químicas para rações tipo Pet ( tabela II), pode-
se afirmar que o aproveitamento da farinha da cabeça para esse tipo de ração tem
grandes possibilidades, visto que a farinha da cabeça obtida na pesquisa, já tem na
sua composição um percentual razoável de proteínas (3,57%) sendo necessário
acrescentar um percentual de 8% de proteína na formulação de uma ração para
cães e 21% para gatos, a farinha é riquíssima em gordura (12%) não sendo nesse
caso necessário a mesma ser inserida na formulação da ração, visto que esse teor é
suficiente para o exigido pela legislação (4,5-8%). Os sais minerais contidos na

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farinha também favorecem a formulação da ração, principalmente o fósforo, visto


que os teores existentes na farinha são elevados (780 mg/100mg) sendo facilmente
atingido numa formulação de ração os valores mínimos exigidos pela legislação
(0,44-0,8%). Se faz necessário apenas introdução de correções em termos de fibra
bruta para desenvolvimento da ração.

Ração
Ração para
Parâmetros Seca
gatos em
(%) para
geral
Cães
Umidade 12 12
(máx)
Proteína Bruta 16 28
(mín)
Gorduras 4,5 8
(mín)
Fibra Bruta 6,5 4,5
(máx)
Matéria 12 10
Mineral (máx)
Fósforo (mín) 0,44 0,8

Referências bibliográficas
1-A Carcinocultura Brasileira em 2002: Revista da Associação Brasileira de
Produtores de camarão - ABCC,(03/2003);
2- A Carcinocultura Brasileira em 2003: Revista da Associação Brasileira de
Produtores de camarão - ABCC,(03/2004);
3-Paiva M.S., Fonseca A.L. e Vale M. B.: Perspectiva de Aproveitamento do Rejeito
de Usinas de Beneficiamento do Camarão no Rio Grande do Norte,Belo Horizonte,
2003;

4-Características físico-químicas e microbiológicas para rações tipo Pet - Instrução


Normativa nº 7 (5/04/1999), da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Ministério
da Agricultura e do Abastecimento;

5- INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. 3ª


Edição, vol. I,II;

6-BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento - Portaria nº 368, de


04/09/97. Regulamento Técnico sobre as Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas
Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores/Industrializadores de
Alimentos.

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ABSTRACT
Cultivated shrimp passed 400 tons and US$ 2.8 million in exportation, in 1998, to
58,500 tons and US$ 226 millions in 2003, according to The Brazilian Association of
Shrimp Producers (ABCC). The target of expectation is US$ 300 millions, in 2004,
and US$ 1 billion, by 2010.

The ABCC believes that, in 2004, Brazil will produce 119,000 tons of shrimp, of
which 76,000 tons will be exported. The Northeast of Brazil consolidated its position
as the greater producer region with 96.5% of the production (91,000 tons),
particularly in the states of Rio Grande do Norte and Ceará. In 2003 the country
counted on a total capacity of processing 680 tons/day being the biggest units
located in the states referred above. The centers of shrimp processing need some
improvements in order to improve the international commercialization. According to
studies carried out by the CEFET, in the State of Rio Grande do Norte, about 30% of
the processed shrimp is for production of shrimp without head. This tend to increase,
to provide a bigger aggregate value to the activity of shrimp production.

The processing currently carried out, about 40% of the weight of the shrimp occurs is
commercialized, while the others 60% of the remaining weight are residue. The great
majority (82%) of this residue is the head of shrimp. Therefore, arround 100 tons/day
of residues, are generated. One of the alternatives is the use of the residue as a
source for animal food.

In this work residues of a processing unit has been collected and benefited to make
flour of shrimp head, and analyzed to determine its nutritional potential. The results
demonstrated that the residues are a caloric source and presented some minerals,
such as calcium, iron, magnesium, manganese, zinc, potassium and phosphorus.
The flour presented average of 3.6% of protein and 12% of fat. This form of flour can
be used in the processes of food for animals (cats, dogs, birds, pigs, and fish), being
able to be inserted in the flowchart of manufacture of animal feeding, in the mixture
elements providing its economic exploitation beyond the environmental benefit.

Keywords
Animal food; Environmental protection; Nutritional quality; Reuse; Shrimp flour.

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