Dissertação - Andrea Gomes
Dissertação - Andrea Gomes
Dissertação - Andrea Gomes
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM LETRAS
NATAL/RN
2015
ANDRÉA GOMES DOS SANTOS
NATAL/RN
2015
UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede
Catalogação da Publicação na Fonte
Aprovada em 25/08/2015.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________
Prof. Dr. João Gomes da Silva Neto – UFRN (Presidente)
___________________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Sueli Cristina Marquesi – PUC-SP (Examinadora externa à instituição)
___________________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Ana Graça Canan – UFRN (Examinadora externa ao programa)
___________________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Maria das Graças Soares Rodrigues – UFRN (Examinadora interna)
NATAL/RN
2015
Dedico esta dissertação a meus pais, a meus professores
da educação básica ao mestrado e a meus alunos.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................16
2.1 CONTEÚDOS DE ENSINO DA LP: ENCAMINHAMENTOS DIDÁTICO-
PEDAGÓGICOS .......................................................................................................16
2.2 CONTEÚDOS DE APRENDIZAGEM: AS COMPETÊNCIAS E OS CONCEITOS
SOBRE LÍNGUA, TEXTO E GÊNERO TEXTUAL ....................................................18
2.3 CONTEÚDOS CONCEITUAIS (CURRICULARES).............................................19
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS ..........................................................................27
3.1 PROJETO DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: O ESTUDO DO SAMBA-
ENREDO ...................................................................................................................34
3.1.1 Justificativa .....................................................................................................35
4 RELATO DE EXPERIÊNCIA .................................................................................53
4.1 SD1 - INTRODUÇÃO AO TEMA CARNAVAL E AO GÊNERO TEXTUAL
CANÇÃO ...................................................................................................................54
4.2 SD2 – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE CARACTERÍSTICAS DE UMA
CANÇÃO (LETRA DE SAMBA-ENREDO) ................................................................58
4.3 SD3 – PRODUÇÃO INICIAL DE UM SAMBA-ENREDO .....................................63
4.4 SD4 – OBSERVAÇÃO E DISCUSSÃO DE PARTICULARIDADES DE CANÇÕES
(LETRAS DE SAMBAS-ENREDO) ............................................................................66
4.5 SD5 – AMPLIAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE A CULTURA POPULAR ......67
4.6 SD6 – REFLEXÃO SOBRE CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS E TÍTULO .....69
4.7 SD7 – REVISÃO E REESCRITA DA PRODUÇÃO INICIAL ................................79
4.8 SD8 – VISITA A UMA SEDE DE UMA ESCOLA DE SAMBA .............................85
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................86
REFERÊNCIAS .........................................................................................................88
APÊNDICES .............................................................................................................94
ANEXOS ............................................................................................................... 106
11
1 INTRODUÇÃO
ocorreu em São Paulo em 2015 com conferência de abertura “Os cinco grandes
desafios do ensino da língua portuguesa”, proferida pelo professor Joaquim Dolz).
Também se alinha com esse pensamento do artista sobre o processo de escrita
Tenho que fazer um verso que fale das coisas do meu dia a dia, do meu
caminho para a escola, da minha relação com a professora, com os amigos,
com os pais. E vou usar apenas a forma, a estrutura do verso – as sete
sílabas, a rima. E por quê? Porque vou educar – e aqui entra a questão da
língua –, tentar disciplinar o meu falar a uma forma, é um exercício, um
desafio, um jogo, uma forma lúdica. Isso ajuda a entender a prosódia da
língua. (NÓBREGA, 2015, p.8).
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Koch e Elias (2012), apresentam três concepções de escrita, uma com foco
na língua, uma com foco no escritor e outra com foco na interação. Segundo as
autoras, Durante o processo de ensino e aprendizagem, ou o professor de línguas
vincula-se unicamente a uma dessas concepções ou oscila entre elas. Vale lembrar
que é a concepção adotada que define o modo como serão ministradas as aulas,
elaboradas, aplicadas e realizadas as atividades e avaliações etc.
A primeira concepção de escrita, segundo as autoras, está relacionada ao
ensino tradicional em que concebe a língua como um código, e a aprendizagem se
dá por meio da aquisição desse código, da repetição de atividades, execução de
listas extensas de exercícios, cópias manuscritas de conteúdos etc. Então, nessa
perspectiva para escrever bem, o indivíduo tem de conhecer e usar as regras da
língua (com suas devidas exceções) e ter um bom vocabulário.
A segunda considera a escrita como meio de registro do pensamento, das
emoções e das intenções do escritor. Já o leitor é visto como mero receptor da
informação, se não entender o que está escrito é porque ele é incompetente, não
sabe interpretar direito, pois o texto está claro.
Essas duas primeiras concepções consideram como responsável pelo dito
apenas o escritor, mas a terceira, de caráter dialógico, entende que a escrita é tida
como produção textual que considera os conhecimentos, as estratégias e os
objetivos do escritor e do leitor. Ainda para a terceira concepção de escrita, a
interação verbal ocorre por meio de gêneros orais e escritos, e o leitor tem uma
atitude responsiva em relação ao texto. Alguns nomes que adotam essa concepção
são Bakhtin e Marcuschi.
17
imagens precisa estar de acordo com o que o ator social pretende dizer, pois caso
não esteja, em maioria, não haverá construção de sentido para o leitor idealizado ou
até mesmo para o próprio indivíduo que teve coragem de assumir o que diz. Na
escola, o professor de línguas tem a incumbência de ajudar o aluno a atingir seu
objetivo ao produzir ou consumir um texto.
De acordo com Santos, Riche e Teixeira (2013, p.17), o texto também é “[...]
considerado elemento de interação, marcado pela coesão entre seus elementos e
pela sua ocorrência interna/externa.” Um texto pode ser coeso e não ser coerente,
vice-versa também, mas quando é coeso e coerente, possibilita a percepção do
encadeamento de palavras e um significado entre as partes e o todo.
Texto ainda é “ponto de chegada e ponto de partida – passagem.”
(GERALDI, 2013, p. XXIX). Muitas vezes, chegamos por motivos inesperados a
alguns textos e eles nos marcam por longos tempos, outros textos não significam
tanto em determinado momento, mas depois nos surpreendem e ainda há aqueles
que não temos a menor vontade de nos permitir a eles, embora, às vezes, seja
necessário. De todo modo, cada texto nos impulsiona a algum pensamento e/ou
atitude. Essas definições de texto são convergentes e têm em comum a intenção de
que o indivíduo busque e consiga competência comunicativa em qualquer gênero
textual. E isso é possível com práticas de uso da língua.
Os gêneros textuais são “entidades sócio-discursivas e formas de ação
social incontornáveis em qualquer situação comunicativa.” (MARCUSCHI, 2007,
p.19). Essas formas são situadas no tempo e no espaço, como também são criadas
para atender às necessidades de escrita ou de fala de um indivíduo ou de grupos de
pessoas. Possuem características permanentes e algumas opcionais, ainda podem
desencadear outras formas mais complexas ou mais simples. A carta, por exemplo,
é mais ampla que o bilhete e atualmente é menos usada que o e-mail.
Com esse critério, acreditamos que o aluno vai construindo seu repertório de
leituras ao longo do tempo, e depois, em outros contextos, pode ser capaz de
estabelecer, com autonomia, relações de semelhanças e diferenças entre textos.
No que se refere aos conteúdos de gênero, listamos, predominantemente
segundo Moisés (2013), poemas que têm uma maior relação com a música, visto
que o gênero textual em destaque no projeto de ensino mantém relação com a
musicalidade.
A poesia grafada em grego como poíesis e em latim como poesis possui
vários conceitos e é empregada em várias expressões artísticas. Na literatura, o
poema pode representar a materialização, o concreto, o visível da poesia. De acordo
com Paz (1956, p.14 apud MOISÉS, 2013, p. 365), o poema é “um organismo verbal
que contém, suscita ou segrega poesia”, pode ser elaborado em diferentes suportes
textuais, em verso ou em prosa, com ou sem rima, métrica, título, conforme o estilo
de um período literário e/ou do poeta ou da poetisa.
A canção “De modo genérico, designa toda composição poética destinada
ao canto ou que encerra aliança com a música.” (MOISÉS, 2013, p.63). Ela pode se
classificar em canção popular e em canção erudita. A primeira, está entre o folclore
e a música, não costuma apresentar regras bem definidas, enquanto que a segunda,
de maior prestígio para a classe dominante, segue esquemas cultos e precisos,
como forma fixa, métrica. Há outros rótulos para a canção, como a canção redonda,
a canção de gesta, a de ninar e outras que ultrapassam os limites desse trabalho.
A cantiga também chamada de canção, durante a Idade Média, unia letra e
som de modo bem apurado. Há vários tipos de cantiga, por exemplo, cantiga de
amor (que revela a paixão não correspondida de um homem humilde por uma dama
21
da alta sociedade), de amigo (que revela o sofrimento de uma moça simples por não
ser correspondida no amor a um cavalheiro da alta sociedade, mas era um homem
quem cantava, a mulher não tinha esse direito), de maldizer (que traz uma crítica
direta e agressiva), de escárnio (que traz uma crítica indireta com o uso de ironia e
sarcasmo).
A trova já foi sinônimo de “cantiga” e “designava toda espécie de poema em
que se produzia aliança entre a letra e a música.” (MOISÉS, 2013, p. 467). Vale
ressaltar que a palavra “trova” está inserida no nome do período literário
“Trovadorismo”, o qual teve grande participação dos menestréis ou trovadores para
compor, cantar e/ou recitar as trovas ou cantigas anteriormente citadas. Contudo, a
partir “do século XVI, com a desvinculação havida entre as palavras e a pauta
musical, o termo fixou-se como equivalente de quadrinha.” (MOISÉS, 2013, p. 467),
ou simplesmente quadra, estrofe ou poema com quatro versos.
A ode “inicialmente consistia num poema destinado ao canto. Sinônimo,
pois, de canção, reduzia-se a um cantar monódico, interpretado pelo próprio autor,
ao som da lira, ou de semelhante instrumento de corda [...]” (MOISÉS, 2013, p.337).
Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa) compôs “Ode Triunfal”,
Vinícius de Moraes escreveu “Ode a maio”, há outras odes dedicadas, por exemplo,
à alegria, à cebola.
A cantata é uma forma “literária essencialmente culta e de ampla extensão”
(MOISÉS, 2013, p. 67), idealizada para uma ação solene ou galante. Sem esquema
fixo, surgiu a partir da ideia de ser acompanhada com coro (embora também seja
acompanhada com solo) e instrumentos de uma orquestra. No Brasil, geralmente
nos períodos pascal e natalino, grupos de igrejas e orquestras sem vínculo religioso
apresentam cantatas. Autores como Olavo Bilac e Bocage são referências na
criação de cantatas.
A oitava é uma estrofe ou um poema de oito versos. Ela pode ser
classificada em oitava-rima e em oitava romântica. O primeiro tipo, como o próprio
nome já diz, apresenta rimas, também versos decassílabos, e é encontrado em Os
Lusíadas de Luís de Camões. O segundo tipo quase não possui rimas nem versos
de mesma medida. Ainda existe a oitava da poesia popular e folclórica que se
denomina “quadrão, uma oitava composta de versos redondilhos cuja rima obedece
à seguinte disposição: aaabcccb, ou aaabbccb. Poesia cantada, ainda é conhecida
22
sob o apelativo de oito pés em quadrão.” (MOISÉS, 2013, p. 340). É possível ler o
quadrão em cordéis.
A balada foi uma canção bastante difundida durante a Idade Média com
vistas à dança. Nesse período, a balada expressava espontaneidade, liberdade
formal, tinha caráter popular e sugeria uma história. Moisés (2013, p.50) informa que
“A universalidade da balada permite considerá-la uma das mais primitivas
manifestações poéticas.” Outro tipo de balada, mais voltado para a erudição,
apresenta forma fixa e se subdivide em balada primitiva e em balada propriamente
dita. Aquela organizava-se em três estrofes de oito versos, com o arranjo de rima
ababbccb, e cada estrofe era finalizada com os mesmos versos; enquanto que esta,
quintilha, escritas em versos com oito ou dez sílabas. “Duas rimas apenas são
utilizadas, e o primeiro verso do poema, ou um seu fragmento, pode repetir-se, à
guisa de estribilho, no final do terceto e da segunda quintilha.” (MOISÉS, 2013,
p.422). Encontra-se ainda variante desse rondó.
O rondó português compõe-se de “uma quadra que se repete ao fim de
oitavas ou de duas quadras.” (MOISÉS, 2013, p. 422). Essa quadra repetida
apresenta rima encadeada, aquela em que a combinação se dá entre o final de um
verso e o interior do próximo. É comum o rondó português dispor de oito quadras ou
quatro oitavas e versos septissílabos. Silva Avarenga é nome de destaque na
produção de rondó.
Há a seguir singularidades da canção, da canção popular, do samba e
especialmente do samba-enredo, visto que textos norteadores do projeto de ensino
enfatizam essas especificidades.
A canção, para Costa (2007), é “uma peça verbo-melódica breve, de
veiculação vocal.” Em outras palavras, é uma produção textual curta, escrita, em
verso, com melodia adequada para o canto ou a declamação. Ela é um gênero
textual que possibilita o trabalho com os quatro eixos linguísticos (leitura, escrita,
gramática e oralidade) defendidos pelas políticas públicas educacionais do Brasil,
em qualquer nível da educação básica.
Segundo a tipologia cancional criada por Luiz Tatit (2004 apud LIMA, 2011),
há três tipos de canção, a dizer, a passional, a temática e a figurativa. A primeira
aborda conflitos amorosos, situações ou lugares desejados, é mais lenta, as
palavras são pronunciadas mais devagar. A segunda pode tratar da exaltação de um
personagem, tem repetição, é mais rápida como alguns sambas e músicas
carnavalescas. A terceira está relacionada a uma conversa, tem um tom coloquial
como a canção “Sinal Fechado” de Paulinho da Viola. Mas, uma mesma canção
pode apresentar características de mais de um tipo, portanto devemos falar em
predominância de um tipo.
Direcionarmos nosso olhar para o gênero textual, mas também é importante
lembrar que as canções populares escolhidas neste trabalho pertencem ao gênero
musical samba e algumas dessas ainda se inserem em um subgênero musical,
samba-enredo. Piedade (2003, p. 49 apud SOUZA, 2010, p.127) define gênero
musical como um “conjunto de elementos musicais e simbólicos que apresentam
estabilidade em termos de temáticas, estilos e estruturas composicionais”. Essa
24
trate de uma exaltação a um herói, deve ter seu nome, bem como termos de
referência a ele. Sobre o uso de rimas,
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS
1
NUNAN, D. Action research in language education. In: EDGE, J.; RICHARDS, K. (Ed.). Teachers
develop teachers research: papers on classroom research and teacher development. Oxford:
Heinemann, 1993. p. 41.
2
McKERNAN apud HOPKINS, D. A teachers guide to classroom research. Buckingham, 1993.
p.52.
28
atividades já prontas, já usadas para outros fins. Além disso, acrescentam que os
Projetos de Ensino são
[...] projeto de ensino de comparação (ou outro), sempre é bom retomar com
esses alunos atividades e fatos sobre a comparação ou outro tópico em
estudo. Isto pode ser feito de modo geral dentro de sala de aula como
recordação/repetição para os que já viram o material ou em momentos
especiais, marcados para os alunos em desvantagem. (TRAVAGLIA, 2013,
p. 115-116).
3.1.1 Justificativa
SEQUÊNCIA DIDÁTICA 1
Objetivo geral: introduzir o tema carnaval e o gênero canção (letra de samba)
Práticas de linguagem: leitura e oralidade
Procedimentos de ensino: apresentação do grupo, apresentação de ideias
(tempestade cerebral)
Recursos de ensino: folha de ofício com a canção em evidência para os alunos,
biografia de Carlos Zens e entrevista a respeito de sua canção para a professora,
também CD “Fuxico de feira” do músico Carlos Zens e notebook.
Duração: 2h/aulas de 50min
Atribuições do professor
• Esclarecer as condições de realização do procedimento da apresentação;
• Apresentar-se com clareza e nos mesmos padrões usados pelos alunos;
• Moderar a apresentação para que todos participem;
• Expor informações sobre o tema do projeto, o tema transversal e o gênero.
Papéis do aluno
• Apresentar (-se), um pouco da própria realidade e da dos colegas de sala
quanto ao carnaval;
• Discutir o tema transversal educação e trabalho no âmbito do carnaval;
• Ler, ouvir e interpretar uma canção que enaltece a comunidade e seus
costumes;
• Ouvir uma breve biografia do compositor e trechos da entrevista concedida à
professora sobre a canção estudada;
• Desenvolver a sensibilidade estética, a imaginação, a criatividade, o senso
crítico, a valorização da identidade que possui;
• Estabelecer relações entre o lido e o vivido ou conhecido (conhecimento de
mundo).
Desenvolvimento
1ª etapa
• Boas-vindas aos alunos;
• Apresentação da professora e dos alunos:
Nesse momento, a pessoa diz o nome e como foi o seu carnaval (o que fez,
viu e ouviu);
37
Avaliação
A participação oral relacionada ao tema inicial da aula, carnaval, e às
características do gênero canção, que nesse caso se trata de um samba, mais o
respeito ao momento da fala do outro compreendem os itens avaliados de maneira
diagnóstica.
38
SEQUÊNCIA DIDÁTICA 2
Desenvolvimento
1ª etapa (02h/aulas)
• Escrita do samba-enredo (ANEXO B) no quadro para que todos vejam o
39
texto;
• Leitura e audição do canto do samba-enredo da “Balanço do Morro” a partir
da voz da professora e dos alunos;
• Discussão sobre o conteúdo temático, a estrutura e os contextos de
produção e de uso desse texto;
• Apresentação de uma breve biografia de Debinha Ramos, um dos
compositores da letra do samba-enredo 2015 da “Balanço do Morro”, bem
como trechos da entrevista concedida por ele à professora sobre sua atuação
no carnaval e a letra desse samba-enredo;
• Mostra de fotos da professora (ANEXO C) no desfile de carnaval da “Balanço
do Morro”, para que os alunos percebam que a professora não está
interagindo com o texto apenas na sala de aula, mas que também interagiu
no contexto de recepção idealizado, o desfile.
2ª etapa (02h/aulas)
• Distinção entre samba, samba-enredo e enredo;
• Discussão sobre citação do texto alheio, em virtude da divulgação de um
texto (ANEXO D) em uma rede social pela “Balanço do Morro”, sem a fonte,
a qual está disponível em <http://pt.m.wikipedia.org/wiki/Djalma_Maranhão>;
• Exibição de trechos do vídeo da “Campanha De Pé no Chão também se
Aprende a Ler” [09 min 29 s], disponível no You Tube, para que os alunos
vejam a realidade do ensino no período dessa campanha, a qual teve como
primeiro acampamento o bairro Rocas;
• Citação de trechos da Portaria nº 015/2015/FUNCARTE, de 20 de janeiro de
2015 que regulamenta a participação das escolas de samba no carnaval da
cidade do Natal. (ANEXO E).
Avaliação
A leitura do samba-enredo pelos alunos constitui um mecanismo para a
professora perceber as dificuldades que os alunos ainda têm diante dessa
habilidade linguística. As contribuições orais nas discussões e nos outros
momentos também são pontos de avaliação para observar os mais desenvoltos
e os mais inibidos na oralidade, como também nos temas em evidência.
40
SEQUÊNCIA DIDÁTICA 3
Desenvolvimento
1ª etapa
• Leitura, audição/canto e discussão do conteúdo temático e estrutura do
samba-enredo da “Malandros do Samba” (ANEXO F);
• Exposição de percepção de Intertextualidade com outras obras artísticas
baseadas em Alice no País da Maravilhas de Lewis Carroll.
2ª etapa
• Divisão da turma em dois grupos;
• Produção de dois sambas-enredo, um feito pelo grupo que representa a
“Balanço do Morro” e outro pelo grupo que homenageia a “Malandros do
Samba”. Leia a seguir a proposta de escrita entregue aos grupos:
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Proposta de escrita
Produza, com mais 05 ou 06 pessoas, um samba-enredo com a temática que
desejar, conforme o estilo dos sambas-enredo da A. R. C. C. Escola de Samba
Balanço do Morro ou do G.R.E.S. Malandros do samba e demais características
estudadas desse gênero textual.
• Avisos sobre lanche, comportamento, vestimenta e entrega do bilhete que
solicita a autorização dos pais para a ida do aluno ao museu.
Avaliação
A letra dos sambas-enredo é avaliada nessa etapa quanto ao conteúdo e
estrutura.
SEQUÊNCIA DIDÁTICA 4
Objetivo geral: Observar particularidades de sambas-enredo e do desfile da
“Balanço do Morro”
Práticas de linguagem: leitura, oralidade e escrita
Procedimentos de ensino: aula expositiva
Recursos de ensino: DVD com o vídeo com registro do desfile da “Balanço do
Morro”, notebook, folha de ofício com o samba-enredo “Raízes” do G.R.E.S Unidos
de Vila Isabel (RJ), de 1987 (ANEXO G).
Duração: 2h/aulas de 50min
Atribuições do professor
• Organizar o equipamento e a sala de aula para a projeção do vídeo;
• Tecer comentários sobre os temas transversais (pluralidade cultural, ética,
saúde, e meio ambiente) no âmbito do carnaval de Natal.
Papéis do aluno
• Observar, a partir do vídeo, trechos do desfile carnavalesco da “Balanço do
Morro” para os alunos que se inteirem ainda mais sobre o tema discutido,
especialmente os alunos que não moram no bairro Rocas;
• Discutir sobre temas transversais (pluralidade cultural, ética, saúde, e meio
ambiente) no âmbito do carnaval em questão.
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Desenvolvimento
• Exibição de trechos do vídeo com registro de imagens do desfile da “Balanço
do Morro” e áudio do samba-enredo cantado pelos intérpretes e tocado pela
bateria;
• Discussão, a partir do vídeo, sobre temas transversais (pluralidade cultural,
ética, saúde, e meio ambiente) no âmbito do carnaval em questão;
• Colagem no caderno, leitura e discussão de um samba-enredo escrito
predominantemente sem rimas, o qual é uma das referências nesse quesito.
Avaliação
Concentração e compreensão durante a exibição do filme, capacidade leitora
frente ao samba-enredo “Raízes”, entendimento e contribuição na discussão sobre
os temas transversais são itens avaliados nessa sequência didática.
SEQUÊNCIA DIDÁTICA 5
Objetivo geral: Coletar informações sobre a cultura popular no Museu de Cultura
Popular Djalma Maranhão
Práticas de linguagem: leitura, oralidade e escrita
Procedimentos de ensino: estudo do meio e aula expositiva
Recursos de ensino: carros da equipe para levar os alunos ao museu
Duração: 2h/aulas de 50min
Atribuições do professor
• Conhecer o museu antes dos alunos;
• Explicar a um guia o trabalho em desenvolvimento e o que é esperado;
• Agendar a visita ao museu;
• Distribuir aos alunos o termo de autorização para ser assinado pelos
responsáveis;
• Recolher o termo de autorização;
• Acompanhar os alunos na visita ao museu;
• Estabelecer relação entre o observado na visita e o conteúdo estudado
anteriormente.
Papéis do aluno
• Conhecer um museu;
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SEQUÊNCIA DIDÁTICA 6
Objetivo geral: Refletir sobre conhecimentos linguísticos e título.
Práticas de linguagem: leitura, oralidade e escrita
Procedimentos de ensino: aula expositiva
Recursos de ensino: livro didático, quadro branco, pincel para quadro branco,
apagador, caderno, lápis, borracha, folha de ofício com os conteúdos da aula
Duração: 8h/aulas de 50min.
Atribuições do professor
• Expor conhecimentos sobre título e verbo;
• Propor questões sobre título para discussão e atividades;
• Solicitar sugestões de títulos.
Papéis do aluno
• Ler títulos;
• Compartilhar saberes sobre títulos e verbos;
• Responder às atividades propostas.
44
Desenvolvimento
1ª etapa (2h/aulas)
• Leitura analítica de títulos de poemas que constam no livro didático dos
alunos e dos textos norteadores do projeto de ensino;
• Discussão sobre título a partir do samba-enredo da “Balanço do Morro”. A
seguir estão algumas perguntas que nortearam esse momento:
2ª etapa (2h/aulas)
3ª etapa (4h/aulas)
• Realização e acompanhamento da correção de atividades impressas
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Avaliação
Nas atividades impressas, o registro escrito de parte dos saberes dos alunos
permite que a professora possa enfatizar alguns aspectos e abordar os de mais
dificuldade. A utilização do dicionário também é importante ser investigada, pois
alguns alunos podem ainda não ter o domínio dessa prática. A participação oral
também deve ser considerada como um item de avaliação, visto que os
comentários dos alunos enriquecem os momentos.
SEQUÊNCIA DIDÁTICA 7
Objetivo geral: revisar coletivamente os sambas-enredos como orientação para a
reescrita.
Práticas de linguagem: leitura, oralidade e escrita.
Procedimentos de ensino: aula expositiva.
Recursos de ensino: grade de avaliação para os grupos e cópia da 1ª versão de
cada grupo, celular com gravador de áudio.
Duração: 4h/aulas de 50min.
Atribuições do professor
• Distribuir cópias da grade aos alunos;
• Apresentar a grade de avaliação;
• Esclarecer dúvidas.
Papéis do aluno
• Ouvir as informações com relação à grade;
• Fazer perguntas ao professor sobre a grade.
Desenvolvimento
1ª etapa
• Apresentação da grade de avaliação;
• Reescrita dos sambas-enredo com base na grade de avaliação;
• Gravar o áudio dos dois sambas-enredos produzidos.
2ª etapa
• Organizar a sala para a recepção do compositor Debinha;
• Recepcionar e interagir com o compositor de samba-enredo, Debinha.
Avaliação
A compreensão e o uso da grade para revisar os sambas-enredo, bem como a
interação com o compositor foram avaliados de modo individual e na coletividade.
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SEQUÊNCIA DIDÁTICA 8
Objetivo geral: conhecer a sede da “Balanço do Morro”
Práticas de linguagem: leitura, oralidade e escrita.
Procedimentos de ensino: estudo do meio e aula expositiva.
Recursos de ensino: carros da equipe para levar os alunos ao local.
Duração: 2h/aulas de 50min.
Atribuições do professor
• Conhecer a sede;
• Explicar a um responsável pela sede o trabalho em desenvolvimento e o que
é esperado;
• Agendar a visita à sede;
• Distribuir aos alunos o termo de autorização para ser assinado pelos
responsáveis;
• Recolher o termo de autorização;
• Acompanhar os alunos na visita à sede;
• Estabelecer relação entre o observado na visita e o conteúdo estudado
anteriormente.
Papéis do aluno
• Trazer o termo assinado;
• Visitar a sede;
• Ampliar as informações sobre a “Balanço do Morro” e o carnaval da cidade.
Desenvolvimento
• Visita à sede da A. R. C. C. Escola de Samba Balanço do Morro para
conhecimento do espaço e de informações sobre as oficinas oferecidas e
outros detalhes da trajetória da escola de samba.
Avaliação
A interação dos alunos com o pessoal da sede, a troca de informações, a
concentração e o respeito ao que é dito pelos membros da escola são aspectos
avaliados nesse processo.
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Quadro 1 - Cronograma
CRONOGRAMA
Sequências Previsão de
Conteúdos de ensino
didáticas tempo (h/a)
Conteúdos conceituais SD1 2h/a
• Tema: carnaval;
• Tema transversal: educação e trabalho;
• Canção;
• Título;
• Eu-lírico;
• Versificação.
Conteúdos atitudinais
• Considerar a vez e a fala do outro;
• Conquistar atenção dos ouvintes durante
o momento de fala.
Conteúdos procedimentais
• Ler e ouvir a canção proposta;
• Responder às questões sobre a canção
trabalhada;
• Dar informações sobre o tema da aula, de
acordo com a própria realidade e estudos
anteriores.
Conteúdos conceituais SD2 4h/a
• Canção (letra de samba-enredo) 2015 da
escola de samba “Balanço do Morro”;
• Conteúdo temático;
• Estrutura;
• Contextos de produção e de uso;
• Samba;
• Samba-enredo;
• Enredo.
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Conteúdos atitudinais
• Fazer silêncio para que a turma possa
ouvir as informações do vídeo;
• Ajudar a organizar a sala para a exibição
do vídeo.
Conteúdos procedimentais
• Expor saberes prévios para a construção
do conhecimento coletivo do gênero
canção;
• Ouvir a professora e os colegas de turma;
• Observar atentamente o vídeo da
Campanha “De Pé no Chão Também se
Aprende a Ler”.
Conteúdos conceituais SD3 2h/a
• Canção (letra de samba-enredo) 2015 da
escola de samba “Malandros do Samba”;
• Conteúdo temático;
• Estrutura.
Conteúdos atitudinais
• Saber escolher por critérios próprios e
adequados o grupo do qual fará parte;
• Respeitar a produção textual do outro
grupo;
• Falar baixo com os integrantes do grupo
do qual fará parte, para que o outro grupo
também possa trabalhar.
Conteúdos procedimentais
• Ouvir informações históricas de
repercussão local e nacional da
“Malandros do Samba”;
• Falar informações relevantes sobre a
“Malandros do samba”;
• Comparar o samba-enredo 2015 da
“Malandros do samba” com outras obras
artísticas baseadas em Alice no País das
Maravilhas de Lewis Carroll e apreciadas
anteriormente;
• Escrever junto com um grupo um samba-
-enredo.
Conteúdos conceituais SD4 2h/a
• Canção (letra de samba-enredo) escrita
predominantemente sem rimas;
• Temas transversais (pluralidade cultural,
ética, saúde e meio ambiente).
Conteúdos atitudinais
• Concentrar-se na leitura;
50
para o grupo;
• Expor para a turma a compreensão de um
título;
• Ajudar um colega que é tímido a
compartilhar o que pensa.
Conteúdos procedimentais
• Ler títulos refletindo sobre a maneira de
criação;
• Fazer exercícios do livro didático sobre
verbo;
• Realizar atividades impressas sobre verbo
e título;
• Usar o dicionário para encontrar o
significado de verbetes relacionados ao
projeto.
Conteúdos conceituais SD7 4h/a
• Grade de avaliação;
• Reescrita.
Conteúdos atitudinais
• Silenciar quando o outro estiver falando;
• Respeitar a pergunta do outro;
• Sinalizar quando quiser falar;
• Colaborar com o grupo durante a
reescrita.
Conteúdos procedimentais
• Ler a grade de avaliação;
• Ouvir informações sobre a grade de
avaliação;
• Fazer perguntas sobre itens da grade de
avaliação;
• Relacionar o samba-enredo do grupo à
grade de avaliação;
• Reescrever o samba-enredo com base na
grade de avaliação.
Conteúdos conceituais SD8 2h/a
• Histórico e mitos da “Balanço do Morro”;
• Avaliação de um projeto de ensino.
Conteúdos atitudinais
• Ser pontual;
• Prestar atenção ao que será dito;
• Respeitar o que será dito, mesmo que
não concorde;
• Cumprir as regras de visitante da sede da
“Balanço do Morro”;
• Comportar-se bem no trajeto escola/sede
e sede/escola.
Conteúdos procedimentais
52
4 RELATO DE EXPERIÊNCIA
carnaval... das Rocas.”, o aluno 11 falou que “Vi Jorge Aragão” (no palco das
Rocas), “Viajei, foi Grafith em Macau!”, o aluno 7 disse “Eu viajei pra Bom Jesus, aí
fiquei o tempo todinho dentro de casa”, embora nessa cidade tenha festas
celebrando o carnaval, ficam longe da casa onde esse aluno ficou.
Os alunos do 7º ano também deram suas contribuições, dentre elas: um
aluno disse “Fui olhar só o último dia na Ribeira. Eu não passei nem muito tempo. Vi
passando as escolas de samba.”, outro aluno falou “Eu passei metade do carnaval
aqui (Natal) e metade do carnaval em Ceará-mirim.” Ao se referir ao carnaval de
Natal, disse “Eu fui ver o desfile da escola de samba.”, afirmou que viu as escolas de
samba, Balanço do Morro, Imperatriz Alecrinense e Malandros do Samba, que mais
gostou dessa última, especificamente do seu tema que é “Alice no País das
Maravilhas do carnaval” e de suas fantasias. Acrescentou que em Ceará-mirim ficou
em casa, também passeou, foi tudo tranquilo, só no silêncio. Uma aluna disse que
seu carnaval “foi legal, saí no Bloco das Guerreiras” (um bloco das Rocas), “fui ver
minha tia sambando no desfile da Balanço do Morro” e acrescentou que no desfile
dessa escola foi tudo bonito.
Ao cabo das apresentações dos discentes, cumprimos o prometido: falamos
como foi nosso carnaval, que participamos do desfile da escola de samba Balanço
do Morro, prestigiamos o desfile da Malandros do Samba, assistimos pela televisão
a alguns desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, etc. Na sequência,
entregamos o livro didático de língua portuguesa, o uniforme aos novatos e demos
os informes gerais, por exemplo, em relação ao horário de funcionamento da escola,
a quantidade de professores, a organização do caderno por disciplina, a
obrigatoriedade do uso do fardamento, merenda, entre outros.
Na segunda etapa da primeira sequência didática, retomamos pontos
importantes do nosso carnaval, do dos alunos, depois relembramos como é o
carnaval em alguns polos do nosso estado, da nossa cidade, especialmente na
Ribeira e nas Rocas, também em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Olinda.
Posteriormente, falamos acerca da responsabilidade que os alunos têm de
preservar, para as próximas gerações, a cultura do samba, do carnaval e das outras
manifestações culturais que acontecem nas Rocas. Logo após, discutimos sobre o
tema transversal educação e trabalho – direcionado ao carnaval de Natal. Dissemos
que há pessoas que trabalham formalmente e outras informalmente em função do
carnaval antes, durante e depois de esse evento, que suscita vários conhecimentos,
56
acontecer. Então, lançamos a pergunta “que profissões vocês acham que existem
no ambiente, no clima do carnaval?” Algumas respostas foram, “músico”,
“costureiro”, “desenhista”, mais uma vez do aluno 11. Além dessas, citamos outras
com suas respectivas importâncias, e falamos que conheceríamos naquele mesmo
dia um pouco da vida e da obra de um músico que fala da nossa realidade, e
também trabalha no carnaval, Carlos Zens.
Para outra dinâmica na aula, também para que os alunos praticassem outra
habilidade linguística, a leitura, e passássemos a focar o gênero textual canção,
entregamos a cópia da canção “Meu samba é das Rocas” de Carlos Zens a cada
aluno. Eles colaram-na no caderno, leram-na silenciosamente, depois lemos em voz
alta para eles e iniciamos uma discussão sobre ela. Dentre as perguntas feitas (1.
Qual é o título? 2. Sobre o que fala a canção? 3. Onde ele (o eu-lírico) se criou? 4. O
que significa Malandros do Samba e Balanço do Morro? 5. Quando ele (o eu-lírico)
diz “Eu saí daquela escola/Mas para minha alegria/ Eu canto agora”, a que escola se
refere? 6.Quem é da Malandros do Samba só vai para os ensaios e festas da
Malandros ou visita os festejos da Balanço? 7. Qual dessas duas escolas de samba
é mais antiga? 8. Quantos versos e quantas estrofes há na canção?), a que gerou
mais polêmica foi a 5.
Em relação a essa questão, alguns alunos acharam que a escola a que o
eu-lírico se refere é a Balanço do Morro, outros pensaram que se trata da Malandros
do Samba, outros acharam que fala das duas, o aluno 3 que pensou que fala de
outra escola, o aluno 1 considerou que a palavra “aquela” se refere ao termo que
está mais distante, logo seria a Malandros do Samba. Falamos que ele fez uma
ótima observação e que muitos pensariam como ele, mas em uma entrevista o
compositor assegurou que sua ideia é dizer que a escola a que o eu-lírico se refere
é Rocas, por ser esse ambiente em que as pessoas ouvem, tocam, dançam e
estudam samba. Em relação à pergunta 7, o aluno 3, demonstrando segurança e
certeza, discordou dos demais e acertou o item. Nos outros quesitos, os alunos
participaram atendendo ao que era pedido.
Após as questões, expusemos um pouco da biografia de Carlos Zens,
falamos que ele, assim como muitos alunos dessa turma, desde a infância esteve
envolvido em um ambiente carnavalesco, também que ele além de criar e tocar em
seus instrumentos, buscou conhecimento sobre sua área, assim também é
importante que os alunos do 6º ano se motivem para estudar, querer melhorar,
57
aprender sempre mais. Acrescentamos que assim como Carlos Zens toca flauta, há
um aluno na escola (que estava presente na aula) que também toca flauta, e que
esse aluno poderá estar nos palcos de Natal futuramente tocando esse instrumento.
Tudo é possível se ele não desistir, se quiser ser músico e se se dedicar ao que se
propõe. Mostramos algumas capas dos CDs que Carlos produziu, por exemplo,
“Potyguara”, nesse momento falamos que nascemos no Rio Grande do Norte, logo
somos chamados de potiguares, indagamos aos alunos o que significa “potiguar” e
alguns responderam adequadamente “comedor de camarão”, mostramos também
“Fuxico de feira” que é o CD que tem a canção estudada nesse dia e finalmente
ouvimos a canção a partir do notebook da professora, porque a escola não tem
aparelho de som nem projetor de multimídia, assim o silêncio dos estudantes e a
aproximação deles ao notebook foi fundamental para que ouvissem a canção
proposta.
Para finalizar esta sequência didática, perguntamos o nome da dança
tipicamente potiguar que tem sede nas Rocas, deram respostas como samba,
capoeira, candomblé e, por fim, Araruna; perguntamos também se eles dançam ou
conhecem alguém que dança a Araruna, disseram que não, revelando assim que
essa dança necessita ser mais disseminada, porém disseram que sabem onde fica a
sede, na Rua Belo Horizonte. Falamos que tem um homem muito importante
relacionado a essa sede que é Djalma Maranhão. O aluno 11 disse que Djalma
Maranhão foi homenageado pela Balanço do Morro no carnaval 2015. Então
perguntamos, se sabem de onde é e o que fez esse homem, cabeças balançaram
repetidas vezes para direita e esquerda representando o não; se eles conhecem
algum prédio que homenageia Djalma Maranhão, um aluno do 7º ano citou o Palácio
dos Esportes; fizemos outra pergunta mais específica, se conhecem um prédio um
pouco perto da escola onde estudam que homenageia esse homem, ninguém disse
nada. Falamos que na aula seguinte iríamos conhecer um pouco da história desse
homem e da escola de samba Balanço do Morro. Outra pergunta lançada foi, como
é o nome da canção que é tocada nos desfiles das escolas de samba, enredo ou
samba-enredo? Revelaram dúvida, então explicamos brevemente, mas falamos que
na aula seguinte iríamos esclarecer melhor esses pontos e que a turma iria se
organizar em dois grupos para um trabalho.
58
som fechado da primeira vogal que compreende a sílaba tônica. Vale lembrar que o
“o” pode receber acento quando estiver em sílaba tônica, é o que acontece com o
vocábulo “ônibus”, por se tratar de uma proparoxítona, também com “bambelô”, por
ser oxítona terminada em “o”, e com “xô”, por ser monossílabo tônico finalizado com
“o”.
Ao nos determos à quinta estrofe, a que expressa tristeza, visto que trata do
exílio de Djalma, perguntamos “Quando vocês pensam em ditadura, o que vem à
mente de vocês?”, “Numa guerra, que tava lutando por seus direitos” disse o aluno
11. E militar lembra o quê? “Polícia” disse o aluno 11. Ele e os outros alunos
começaram a rir, provavelmente por se lembrarem que alguns de seus familiares
e/ou amigos não têm um bom relacionamento com esses profissionais. Quando nos
referimos aos versos “Atentaram à democracia/Lhe tirando a liberdade” dissemos
que essa parte está relacionado ao fato de que Djalma Maranhão foi “exilado”.
Aproveitamos a ocasião, explorando o léxico, e perguntamos se os alunos
conheciam o significado dessa palavra, surgiram várias respostas, respectivamente,
“fuzilado” – o aluno 11, “enforcado” – o aluno 4, “decepado” – o aluno 3,
“envenenado”, “queimado” – essas duas últimas proferidas pelo aluno 4, fomos
então explicar o real sentido desse vocábulo, depois relacionamos as palavras por
eles ditas a algumas ações da Ditadura Militar, bem como as possíveis razões do
exílio de Djalma na capital do Uruguai, Montevideo, por ter sido um homem que
incomodava os representantes da Ditadura Militar no Brasil por defender seus ideais
de avanços educacionais. O vocábulo “morria” marca uma hipérbole com relação ao
excesso de saudade de Djalma por Natal e seus entes queridos.
Na última estrofe, o marcador argumentativo “mas” rompe a ideia de
passado vivida por Djalma e traz a noção de presente experimentada pelo eu lírico,
que geralmente se estende ao leitor. No terceiro verso dessa estrofe, há o verbo
“rufar”, que dentre outros, significa tocar, toque, produzir sons, toque que produz
sons. Esse verbo é pouco usado no infinitivo, mas costuma ser usado na expressão
“Que rufem os tambores!” No último verso, a interjeição “Vivas!” imprime a
exclamação de saudação, aplauso, felicitação ao homenageado.
No que concerne à estrutura, vimos que o número de versos pode variar em
estrofes de uma mesma canção, que há rimas “fascinante/horizonte”, “rodar/dançar”,
“tirania/democracia”, entre outros. Quanto aos contextos de produção e de uso,
conhecemos um mais desse primeiro contexto pelo conteúdo de uma entrevista
61
concedida pelo compositor Debinha à professora. Nessa entrevista, ele disse que
produziu o samba-enredo em 2014, parte em uma casa de praia bem tranquila, em
Cajueiro, e outra parte em parceria com Gerson, seu companheiro de escrita.
Quanto ao contexto de uso, percebemos que se constitui nas feijoadas e outras
festas organizadas pela escola de samba, nos ensaios, breves apresentações nas
emissoras de televisão e, principalmente, no desfile oficial.
Mostramos fotos nossas no desfile de carnaval da A. R. C. C. Escola de
Samba Balanço do Morro, para que os alunos percebessem que a professora não
está interagindo com o texto apenas na sala de aula, mas que também o apreciou
no contexto de uso idealizado no contexto de produção. Antes de mostrar as fotos,
eles ficaram curiosos para ver a fantasia que a professora tinha vestido. Com as
imagens, perceberam que a vestimenta se resumia a uma calça e uma sandália
brancas, uma camisa e um chapéu padronizados para a ala Amantes do Samba,
que se refere ao grupo de pessoas que gosta de apreciar o carnaval de Natal,
especialmente dessa escola de samba, mas que não pode participar de ensaios e se
envolver em detalhes.
A segunda etapa dessa sequência didática, estava prevista para ocorrer em
10 de março, mas só ocorreu em 12 de março de 2015, por causa da divulgação do
concurso de poesia da escola e de leitura de poesias. Assim sendo, discutimos
sobre samba, samba-enredo e enredo. Para que os alunos se inteirassem mais
desses conceitos, foram propostas as perguntas do dia:
• O que é samba-enredo?
• Qual é o plural da palavra samba-enredo?
Após criarem suas respostas, os alunos compararam os conteúdos criados
por eles com os que encontraram nos dicionários da escola. Ao encontrarem o que
procuravam, disseram aos colegas, em seguida, um aluno usou o próprio celular
para pesquisar o significado dos verbetes em um dicionário na internet. Essa
maneira foi uma tentativa de aproximar a tecnologia da sala de aula, mas nessa
turma poucos têm celular com acesso à internet em sala de aula, pois na escola só
tem internet na secretaria, e alguns alunos não colocam crédito com frequência.
Explicamos que o samba-enredo é um texto feito em versos a partir de um
enredo, é também um tipo de samba feito especialmente para ser cantado, tocado e
dançado durante o desfile das escolas de samba, é a junção de letra mais melodia,
etc. Esclarecemos também que, no âmbito do carnaval, o enredo é um texto em
62
prosa que conta a história de um ser homenageado (artista, região de um país, uma
nação que manteve ou mantém relação com outra) e deve ser considerado em todas
as alas de uma escola de samba, mas com enfoques diferentes. Ainda explanamos
que o samba é um gênero musical brasileiro. Em determinado momento dessa
explicação, os alunos começaram a cantar “Não deixe o samba morrer/Não deixe o
samba acabar”, esses versos fazem parte do refrão do samba “Não deixe o samba
morrer” bastante interpretado pela cantora Alcione, e composto por Edson
Conceição e Aloísio Silva. Quando os alunos terminaram de cantar, imediatamente
ratificamos, “é isso mesmo!” Não podemos deixar o samba acabar, pois faz parte da
nossa cultura e o que faz parte de um povo deve ser mantido, pois suas
particularidades o tornam motivo de curiosidade e de destino de conterrâneos e
estrangeiros.
Trouxemos algumas questões para o grupo, “Vocês acham que o ideal é o
pessoal da escola de samba produzir o enredo ou pegar um texto pronto?”, “E se
pegar um texto pronto, citar ou não a fonte (o nome do livro, revista, site de onde
pegaram a informação)?”. Em relação às perguntas, os meninos disseram que o
ideal é ter uma ou mais pessoas na escola para produzir o enredo, mas se essa não
for a realidade, se pegarem um texto pronto, que citem a fonte, respeitem a
produção alheia. Para surpresa dos alunos, mostramos um texto divulgado em uma
rede social pela “Balanço do Morro” com o nome “ENREDO: CARNAVAL 2015 (O
CENTENÁRIO DE DJALMA MARANHÃO)”, falamos que a fonte do texto não foi
citada, logo notamos certa frustração, especialmente por parte do aluno 11 que
gosta dessa escola de samba. Aproveitamos a oportunidade e reforçamos que os
alunos não podem fazer isso em trabalhos escolares e em nenhuma outra
circunstância. Combinamos, então, de avisar ao pessoal dessa escola de samba
para inserir a fonte no devido local, pois a não citação poderia ter ocorrido apenas
por esquecimento.
Logo após, através do notebook da professora, assistimos a trechos do
vídeo da “Campanha De Pé no Chão também se Aprende a Ler”, que está
disponível na internet, para que os alunos vissem a realidade do ensino em Natal no
período dessa campanha, a qual teve como primeiro acampamento o bairro Rocas,
o mesmo onde fica a escola onde os alunos do projeto estudam. Na ocasião, os
alunos viram crianças indo descalças para a escola feita com teto de palha de
coqueiro, pilastras e assentos de madeira bem rudes, uma estrutura bem simples
63
que almejava alfabetizar pessoas para que essas saíssem do alto índice de
analfabetismo que Natal e todo o Brasil tinham. Refletimos também sobre a atual
realidade das escolas públicas das Rocas, inclusive a da Escola Estadual Isabel
Gondim que para enfrentar seus obstáculos tem sido ajudada por alguns projetos de
organizações públicas, não-governamentais.
Por fim, citamos trechos da Portaria nº 015/2015/FUNCARTE, de 20 de
janeiro de 2015 que regulamenta a participação das escolas de samba no carnaval
da cidade do Natal, por exemplo, os artigos 3º, 8º, 9º, 11º, 12º, 16º, 21º, 22º, 24º,
25º. Quando os alunos souberam, com base nessa portaria, o valor que cada escola
campeã ganharia ficaram empolgados e disseram que queriam esse dinheiro para
uso pessoal e para gastar como quisessem. Mediamos a situação dizendo como o
dinheiro deveria ser aplicado, logo alguns, brincando, disseram que fugiriam com o
valor. Imediatamente intervimos explicando que essa não é uma atitude honesta,
visto que prejudicaria a si e aos demais componentes.
acontece em Alice no País das Maravilhas, quando Alice ao beber um líquido, “uma
poção” como disse o aluno 12, e comer um bolo diminui de tamanho.
Anunciamos que a nota dada pelos jurados a esse samba-enredo foi 10,0, e
a do samba-enredo da Balanço do Morro foi 9,8. Dissemos que esses dois textos
são importantes, mas geralmente um se sobressai em relação ao outro em alguns
aspectos. Nesse caso, o samba-enredo que teve nota máxima foi o da escola
campeã, mas nem sempre isso acontece, neste ano no carnaval do Rio de Janeiro a
Beija-flor ganhou o título, mas não tirou 10 no quesito samba-enredo, tirou 9,9, mas
algumas escolas tiraram nota máxima, como, Portela, Mangueira, Viradouro.
Dissemos que eles iriam se organizar para escrever um samba-enredo, mas primeiro
tinham que se organizar conforme a afinidade às escolas de samba. Então,
perguntamos “Vocês gostariam de escrever o samba-enredo sobre o quê?” O aluno
11 disse que queria fazer o samba-enredo sobre as “escolas de samba daqui do
bairro... que é aqui que nós mora, que é a cultura da gente”, o aluno 1 disse que
queria fazer um samba-enredo sobre samba-enredo, o aluno 7 disse “De rocha”,
essa expressão revela que o aluno gostou da atividade proposta.
O próximo passo foi organizarmos a turma nos dois grupos para uma escrita
colaborativa baseada na seguinte proposta “Produza, com mais 05 ou 06 pessoas,
um samba-enredo com a temática que desejar, conforme o estilo dos sambas-
enredo da A. R. C. C. Escola de Samba Balanço do Morro ou do G.R.E.S.
Malandros do samba e demais características estudadas desse gênero textual.”
Quando os grupos estavam organizados, após alguns minutos em silêncio, alguns
alunos disseram “Ai, professora! Isso é difícil.”, “Eu não sei sobre o que escrever”,
depois dessas e de outras falas fizemos a mediação e explicamos que os
integrantes de cada grupo tinham de se articular, definir o tema e os outros
elementos de um samba-enredo, também dissemos que esse momento é vivenciado
por escritores profissionais quando vão escrever sobre um tema proposto a eles.
Após essa mediação, os alunos refletiram mais um pouco, conversaram e
escreveram a primeira versão do samba-enredo (APÊNDICES B e C). Percebemos
que os grupos não colocaram título e escreveram em prosa, mas mesmo assim
inseriram palavras que combinavam quando cantavam. Nesse primeiro momento de
escrita, ficou claro que os alunos se preocuparam em cumprir a atividade, lançar o
conteúdo escolhido, por eles, no texto e organizar rimas. Fizeram parte do grupo 1
os alunos 1, 4, 5, 9, 10, 11, e do grupo 2 os alunos 2, 3, 6, 7, 8, 12, 13.
65
ano tinha passado em uma emissora local uma homenagem a ela, Graça Almeida,
pelo dia internacional da mulher e por ela ser uma natalense de destaque, alguns
disseram que tinham assistido a reportagem sobre ela.
Ao vermos as alas, fomos explicando alguns pontos relacionados a alguns
temas transversais, pluralidade cultural, ética, saúde, e meio ambiente, no âmbito do
carnaval em questão. A pluralidade cultural no tocante à existência de mais de uma
escola de samba nas Rocas com histórias e características diferentes, maneiras
distintas de curtir o carnaval. A ética com relação ao respeito às escolas adversárias,
ao público, às autoridades, aos jurados, entre outros. A saúde no que concerne ao
fato de que crianças e idosos terem desfilado em carros alegóricos, caso
desfilassem a pé ficariam muito cansados e poderiam cair ou não aguentar o
percurso, assim a saúde deles foi preservada. Os alunos ao verem as criancinhas
em cima do carro alegórico que representava o folguedo Fandango, pontuaram o
fato de elas serem tão pequenininhas e já estarem na avenida, como também idosos
em outros carros alegóricos que com tamanho comprometimento de saúde, faziam
questão de desfilar. Alguns desses idosos eram ex-alunos da Escola Estadual
Isabel Gondim e/ou colaboradores do programa de alfabetização de Djalma
Maranhão intitulado “De pé no chão também se aprende a ler”. Então, ressaltamos a
importância desse contato com o samba, o samba-enredo e o carnaval desde a
infância até a terceira idade. O meio ambiente quanto ao fato de não jogar lixo, nem
fazer as necessidades fisiológicas nas ruas, o reaproveitamento e reciclagem de
materiais.
Posteriormente, colamos no caderno e fizemos a leitura de um samba-enredo
predominantemente sem rimas, o qual é uma das referências nesse quesito. Esse
samba-enredo foi composto por Martinho da Vila, Ovídio Bessa e Azo para o desfile
do G.R.E.S Unidos de Vila Isabel (RJ) de 1987. Quando perguntamos se os alunos
conheciam Martinho da Vila, o aluno 11 disse “É um cantor... de samba”, ratificamos
que se trata de um cantor de samba, o aluno 10 disse sem titubear “É um
moreninho, gordinho, baixinho”, perguntamos se conheciam alguma música que
Martinho canta o aluno 10 começou a cantar “Malandro é malandro/Mané é mané”,
em seguida cantamos juntos o trecho da música “Mulheres”: “Já tive mulheres de
todas as cores/ De várias idades, de muitos amores/Com umas até certo tempo
fiquei”. O aluno 10 disse sorrindo que seu tio escuta essas músicas.
69
dos outros na conjugação desse tempo é o “partir”, pois a vogal temática está oculta
também nas 2ª e 3ª pessoas do singular, assim como na 3ª pessoa do plural.
Explicamos as marcas desinenciais no presente e nos pretéritos perfeito e
imperfeito. Lembrando que no caso da expressão “a gente”, que costumamos usá-la
no lugar de “nós”, a informação é a mesma da 3ª pessoa do singular. Lembrei ainda
que em Natal muitos falantes quando usam o “tu” não utilizam o “-s” no verbo”.
Demos explicações sobre verbo no tocante à definição, flexões e formas
nominais observando a canção “Meu samba é das Rocas” de Carlos Zens e o livro
didático. Foi visto também que os verbos têm diferenças de significação mesmo
quando exprimem a mesma função. (TRAVAGLIA, 2013, p.61). Pedíamos a um
aluno por vez para ler um exemplo do que explicávamos sobre verbos a partir do
conteúdo do livro da turma.
Em 14 de abril de 2015, direcionando o olhar para os verbos do título do
samba-enredo da “Balanço do Morro”, perguntamos: “Vou” nos dá ideia de presente,
passado ou futuro? “Presente” disse o aluno 11, mas “Vou sambar” nos dá ideia de
quê? Futuro. “Vou” é um verbo, “sambar” é outro verbo, esses dois verbos juntos
formam uma locução verbal, uma só ideia. Se quiséssemos usar uma palavra só
para substituir o que esses dois verbos juntos querem dizer, como ficaria? O aluno
W2 falou “Sambo”, pois não fez a associação da locução ao futuro. Para auxiliá-los,
inquirimos “E no futuro?” Alguns alunos responderam “Sambarei”. Após essas
respostas, perguntamos “Nós costumamos usar mais “vou sambar” ou “sambarei”?
Os alunos em massa disseram a primeira opção. Aproveitamos a oportunidade e
falamos para eles que os compositores do samba-enredo 2015 da “Balanço do
Morro” trouxeram para esse texto que produziram a forma verbal como o povo
costuma falar, aproximando, então, a oralidade da língua escrita. Pedimos,
posteriormente, que localizassem locuções verbais no samba-enredo da Balanço,
eles tiveram um pouco de dificuldade, então pedimos que observassem a última
estrofe e disseram “Vou cantar”, depois a antepenúltima, identificaram “vou dançar”,
“vou rodar”, também fizemos as devidas correspondências na forma simples.
Após as explicações, fizemos encaminhamentos de exercícios sobre o
assunto no livro didático. No final da aula dissemos que no dia seguinte não haveria
aula, pois seria o Dia Nacional de Paralisações contra o Projeto de Lei nº 4.330 (o
das terceirizações) e as Medidas Provisórias nº 664 e nº 665 (sobre o seguro
73
11, 12. Apesar das respostas definitivas, ficou evidente pelas marcas na folha da
atividade que os alunos 2, 6 e 9 ficaram em dúvida entre as opções presente e
futuro, os alunos 3 e 8 ficaram em dúvida entre as opções passado e futuro, mas
com uma mediação alguns mudaram de ideia chegando à resposta esperada que é
futuro.
No número 5 - A LOCUÇÃO VERBAL CITADA NA QUESTÃO ANTERIOR
PODERIA SER SUBSTITUÍDA POR QUAL FORMA VERBAL SIMPLES? -
responderam “sambarei” os alunos 2, 3, 6, 8, 12; os alunos 7 e 9 responderam
“sanbarei”; não responderam, os alunos 5 e 10; o aluno 1 “Poderia ser substituída
por o verbo sanba”; o aluno 4 registrou “Eu sambo”; o aluno 11 respondeu “sim”.
No número 6 - VOCÊ JÁ TINHA OUVIDO FALAR EM DJALMA MARANHÃO
OU LIDO ALGO SOBRE ELE ANTES DE LER ESSE TEXTO PELA PRIMEIRA
VEZ? EM CASO AFIRMATIVO, O QUE SABE SOBRE ELE? - responderam apenas
“Não” os alunos 3, 6, 7, 8, 9, 10, 12. O aluno 1 respondeu “Sim ouvi Fala que Djalna
Maranhão trabalhou na Balanço do Morro Sei que ves cem Anos de Historia de
Djalma Maranhão”, o aluno 2 disse “Não Tinha ouvido Falar dele mais Eu sem que
foi prefeinto e revoluciono a educação”, o aluno 4 escreveu “Nunca ouvi falar”, o
aluno 5 colocou “Ja ja da Balanço do Morro”, o aluno 11 registrou “Sim ele vou
prefeito de Natal ele fudor escola”. Embora o aluno 6 tenha registrado como
resposta definitiva “Não”, tinha escrito antes e apagou, mas ficou a marca como “sim
ele foi prefeito de Natal”.
No número 7 - O QUE VOCÊ ENTENDE POR CENTENÁRIO? - as
respostas foram: aluno 1 “eu entemdo que centenario e cem Anos De alguma coisa
que faz cem Anos”, aluno 2 “Cem anos de Djalma Maranhão”, aluno 3 “Centenariu e
a comemoração de 100 anos”, aluno 4 “Centenário é 100 anos de Djalma
Maranhão”, aluno 5 “100”, aluno 6 “e cem anos de Historia”, aluno 7 “é a
comemoração aus 100 anos Djalma Maranhão”, aluno 8 “100 anos”, aluno 9 “ Cem
anos de Djalma Maranhão”, aluno 10 “A comemoração de 100 anos de historia”,
aluno 11 “Cem de historia Djalma Maranhão”, aluno 12 “Lembra o numero 100”.
No número 8 - “DE PÉ NO CHÃO TAMBÉM SE APRENDE A LER” É O
NOME DA CAMPANHA QUE TINHA COMO OBJETIVO DIMINUIR O ÍNDICE DE
ANALFABETISMO EM NATAL QUANDO DJALMA MARANHÃO ERA PREFEITO
DESSA CIDADE. COM BASE NESSA AFIRMAÇÃO E NO VÍDEO QUE VOCÊ
ASSISTIU SOBRE ESSA CAMPANHA, ESTABELEÇA RELAÇÃO ENTRE O NOME
76
aluno 1. Apesar das respostas definitivas, ficou evidente pelas marcas na folha da
atividade que os alunos 7 e 9 ficaram em dúvida entre a primeira e a segunda
opção, e o aluno 12 ficou em dúvida entre a primeira e a terceira opção.
No número 3 - TRANSCREVA VERBOS QUE ESTÃO NO INFINITIVO
(COMO OS ENCONTRAMOS NO DICIONÁRIO). - o aluno 1 registrou “Cantar
RoDar LutanDo”, o aluno 2 “Sambar, Dançar”, o aluno 3 “Sanbar, popular, exaltar,
Rodar, Dançar”, o aluno 4 “lutar, samba, canta, dançar”, o aluno 5 não respondeu a
questão, o aluno 6 “samba, sambanbarei, sambo, canta, cante, cantar”, o aluno7
“Ler, Pular, sambar, exaltar, Amar cantar gestor”, o aluno 8 “Rodar, dançar”, o aluno
9 não respondeu a questão, o aluno10 “Sambar, rodar, dançar, cantar”, o aluno11
“Rodar cantar rufar rodar”, o aluno12 não respondeu a questão.
No número 4 - EM “BUSCANDO SEMPRE O NOVO” E “LUTANDO POR
SEUS IDEIAS”, OS VOCÁBULOS DESTACADOS ESTÃO NA FORMA NOMINAL
GERÚNDIO, LOGO EXPRESSAM:
a) AÇÕES REALIZADAS EM UM ÚNICO MOMENTO.
b) AÇÕES HABITUAIS, CONTÍNUAS.
c) AÇÕES QUE AINDA NÃO ACONTECERAM.
d) AÇÕES QUE OCORREM APENAS NO MOMENTO DE LEITURA DO TEXTO.
- definitivamente, optaram pela letra “b” os alunos 1, 2, 3, 6, 7, 8, 10, 11, pela letra
“c”, o aluno 5, pela letra “d”, os alunos 4, 9, 12, nenhum aluno optou pela letra “a”.
Apesar das respostas definitivas, ficou evidente pelas marcas na folha da atividade
que o aluno 2 ficou em dúvida entre as letras “a” e “b”, o aluno 6 ficou em dúvida
entre as letras “a”, “b” e “c”, os alunos 3, 7 e 8 ficaram em dúvida entre as letras “b” e
“d”, o aluno 9 ficou em dúvida entre as letras “b”, “c” e “d”.
No número 5 - AS PALAVRAS DESTACADAS NOS VERSOS CITADOS NA
QUESTÃO ANTERIOR SE REFEREM A (À):
A) NATAL.
B) DJALMA MARANHÃO.
C) BALANÇO DO MORRO.
D) CULTURA POPULAR.
- definitivamente, optaram pela letra “B” os alunos 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 10, 11, 12, os
alunos 4 e 9 pontuaram a letra “C”, nenhum aluno marcou a letra “A” nem a letra “D”.
Apesar das respostas definitivas, ficou evidente pelas marcas na folha da atividade
que os alunos 1 e 6 ficaram em dúvida entre as letras “A” e “B”, os alunos 9 e 10
78
ficaram em dúvida entre as letras “B” e “C”, o aluno 11 ficou em dúvida entre as
letras “B”, “C” e “D”.
No número 6 - NO VERSO “NO RUFAR DA MINHA BATERIA”, O TERMO
SUBLINHADO ESTÁ RELACIONADO A UM (A):
a) ENFEITE.
b) PEÇA USADA EM CONSTRUÇÕES.
c) TOQUE QUE PRODUZ SOM.
d) RUIVO.
- definitivamente, optaram pela letra “c” os alunos 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, o
aluno 5 marcou a letra “a”, nenhum marcou letra b nem d. Apesar das respostas
definitivas, ficou evidente pelas marcas na folha da atividade que o aluno 2 ficou em
dúvida entre as letras “a”, “c” e “d”, e o aluno 11 ficou em dúvida entre as letras “a”,
“b” e “c”.
No número 7 - O SAMBA-ENREDO É ORGANIZADO EM VERSOS, ESTES
POR SUA VEZ SÃO AGRUPADOS EM ESTROFES. LOGO, QUANTOS VERSOS E
QUANTAS ESTROFES HÁ NA LETRA DESSE SAMBA-ENREDO? - responderam
“34 versos e 6 estrofes”, os alunos 6, 12, o aluno 1 registrou “Trinta e guatro versos
e seis estrofe”, o aluno 2 “34 vessos e 6 estrofes”, o aluno 3 “Seis Estrofes trinta e
qualro versos”, o aluno 4 “6 estrofes e 34 versos”, o aluno 5 não registrou resposta,
o aluno 7 “Seis estrofes e trinta e quatro versos”, o aluno 8 “Versos 34 Estrofes 6”, o
aluno 9 “34 versso 6 estrofes”, o aluno 10 “34 versos e seis estrofes”, o aluno 11
grafou “34 verso 6 estrofes”. Quem respondeu acertou, mas teve muita variação no
modo da resposta. O aluno 1 tinha colocado trinta e cinco, mas ao pedir que
contasse novamente com mais atenção, atingiu o esperado.
No número 8 - RIMAS SÃO COMBINAÇÕES SONORAS GERALMENTE NO
FINAL DE VERSOS DE UM TEXTO ESCRITO EM POESIA. NA LETRA DO
SAMBA-ENREDO ACIMA HÁ PARES DE RIMAS NAS ESTROFES? EM CASO
AFIRMATIVO, CITE ALGUNS. - o aluno 1 registrou “Sim, Dançar/rodar,
ideais/tradisionais”, o aluno 2 “tem sim IDEAIS/TRADICIONAIS,
ALEGRIA/BATERIA”, o aluno 3 “Sim: de pe no chão Ate de Samba, Sou floclore
cutura popula: Sambar, popular”, o aluno 4 “minha bateria, artes de sambar, cocó de
rodar”, os alunos 5 e 9 não colocaram reposta, o aluno 6 “sim cidade-liberdade
fasinante-horizonte”, o aluno 7 “Rodar/Dancar, Povo/novo”, o aluno 8 “Dançar/Rodar,
Povo/Novo”, o aluno 10 “Sim, sambar/popular, ideais/tradicionais”, o aluno 11 “Sim
79
Grupo 1
O BALANÇO DO MORRO
E UMA ESCOLA MUITO
ALEGRE E FELIZ A
GALERA ESCUTA PEDI BIS
ESCUTANDO SAMBA E
DANSANDO NO RITMO
DA MUSICA QUE CONTAGIA
E LEVA VC A LOUCURA
E A O MUNDO DA LUA
VC VIAJA ESCUTANDO
NOSSA MUSICA O
NOSSO RITMO
DO FINADO LUCARINO
Grupo 2
No samba
No samba têm dança na danca é
Só alegria, dançar de pé no chão
Venha dançar e XXXXXX e sanbar
Com os malandros do samba
No item 6 - Uso de verbos e suas flexões - vimos que esse tópico gramatical
é fundamental para a construção de frases, as flexões devem ser usadas, conforme
a intenção almejada pelo enunciador.
No item 7 - Intertextualidade - retomamos os casos já citados e trouxemos
as versões da música que acompanha a dança Araruna, a saber:
c) versão 2, proposta por Edinho Paraguassu, exalta o nome da cidade onde tem a
sede da Araruna:
Eu tenho um pássaro preto, Araruna
Que veio lá de Natal, Araruna
Eu tenho um pássaro preto, Araruna
Que veio lá de Natal, Araruna
Xô, xô, xô Araruna
Xô, xô, xô Araruna
Xô, xô, xô Araruna
Não deixa ninguém te pegar Araruna!
Disponível em: <http://letras.mus.br/edinho-paraguassu/351739/>. Acesso
em 04 fev. 2015.
83
Grupo1
A BALANÇO DO MORRO
É UMA ESCOLA MUITO
ALEGRE E FELIZ REFRÃO
A GALERA ESCUTA E PEDE BIS
ESCUTANDO SAMBA E
DANÇANDO NO RITMO
DA MÚSICA QUE CONTAGIA REFRÃO
E LEVA VOCÊ À LOUCURA
E AO MUNDO DA LUA
Grupo 2
No samba
Ô ô ô mergulhando na folia
e trazendo alegria
com muita paz e amor
Venha curtir nossa alegria
logo aqui na folia
na Duque de Caxias
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
assim, manter a tradição do carnaval no bairro das Rocas. Caso, não surjam
compositores, provavelmente teremos natalenses mais atentos ao reconhecimento
da nossa cultura popular que é tão importante quanto a cultura erudita.
Com relação ao texto veiculado pela A. R. C. C. Escola de Samba Balanço
do Morro com o nome “enredo” e sem a citação da fonte e do autor, em uma rede
social, demos, pela mesma rede social, o aviso de que é importante o pessoal da
escola de samba inserir essas informações em respeito ao direito autoral. Durante o
contato, um responsável pela direção da escola de samba afirmou que o texto
disponível na rede social foi produzido e inserido por um componente da escola, e
não se trata do enredo oficial, original (ANEXO J) entregue à comissão julgadora,
feito por Costa Filho, que tirou nota 10. Após esse contato, mostramos o enredo nota
10 aos alunos para que conhecessem o verdadeiro enredo da escola de samba.
Vale ressaltar que o texto divulgado na rede social é o mesmo que consta em um
site, isso foi informado aos responsáveis pela escola de samba, enfim cumprimos
nosso papel, cabe a eles a citação.
Um dos desafios de um trabalho como esse é a elaboração de atividades de
acordo com a teoria, pois entra em xeque a consonância entre o que se diz e o que
se faz. No processo, exploramos um mesmo texto em atividades diferentes, e
percebemos o quanto um material linguístico pode ser bastante investigado, o que
direciona a observação são os recortes.
Além das atividades do projeto, surgiu o interesse, a necessidade e a
produção da escrita de uma carta para o (a) diretor (a) do Museu de Cultura Popular
Djalma Maranhão solicitando que falem, mostrem imagens, vídeos, entre outros
recursos sobre Djalma Maranhão, pois é inconcebível que um espaço tenha o nome
de alguém e esse cidadão não seja mencionado em uma apresentação desse local.
No segundo semestre de 2015, alguns alunos da turma ainda conheceram
pessoalmente o músico Carlos Zens em um grande evento social que aconteceu na
escola. O sambista Debinha Ramos durante a visita à escola ainda propôs a
gravação dos sambas-enredo em um CD com o apoio de parceiros. Diante do
exposto, percebemos a relevância desse trabalho para o público-alvo e os
entusiasmados colaboradores.
88
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 11.274, de 6 de fevereiro de 2006. Altera a redação dos arts. 29,
30, 32 e 87 da Diretrizes e Bases da Educação Nacional, e institui a duração de 9
(nove) anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6
(seis) anos de idade. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-
2006/2006/Lei/l11274.htm>. Acesso em: 3 dez. 2014.
EVILÁSIO; ERI. “Alice no País das Maravilhas” do carnaval. Natal, 2015. (Samba
enredo da escola de samba Malandros do sampa).
FARACO, C.; MOURA, F. Português nos dias de hoje, 6º ano. São Paulo: Leya,
2012. (Coleção nos Dias de Hoje).
GANCHO, C. Como analisar narrativas. 2. ed. São Paulo: Ática, 1993. (Série
Princípios).
KOCH, I.; ELIAS, V. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3.ed. São Paulo:
Contexto, 2013.
KOCH, I.; ELIAS, V. Ler e escrever: estratégias de produção textual. 2.ed. São
Paulo: Contexto, 2012.
NÓBREGA, A. Pela arte e cultura popular nas escolas. Na Ponta do Lápis, São
Paulo, ano 11, n. 25, p.6-10, mar. 2015. Disponível em:
<https://www.escrevendoofuturo.org.br/arquivos/4804/revista-na-ponta-do-lapis-
25.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2015.
SANTOS, L.; RICHE, R.; TEIXEIRA, C. Análise e produção de textos. São Paulo:
Contexto, 2013. (Coleção Linguagem e Ensino).
92
VILA, M.; AZO, O. Raízes. Samba-enredo do G.R.E.S Unidos de Vila Isabel (RJ).
1987. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=vx4oHd3vat8>. Acesso
em: 28 jan. 2015.
ZENS, C. Meu samba é das Rocas. In: FUXICO de Feira. Natal, 2004. 1 CD. Faixa
3.
94
APÊNDICES
95
uma pesquisa que utilizará questionários, entrevista, atividades e exercícios utilizados em sala de
aula para a coleta de dados, recebi da professora mestranda Andréa Gomes dos Santos,
responsável pela pesquisa, as seguintes informações:
- o objetivo da pesquisa é: Elaborar um projeto de ensino referente ao gênero textual canção
(letra de samba-enredo);
- a importância deste estudo é o ensino de língua por meio de samba-enredo;
- esse estudo começou em 02 de março de 2015 e terminará em 28 de maio;
- participarão deste estudo alunos do 6º ano da Escola Estadual Isabel Gondim, a professora
mestranda que é da área de língua portuguesa, a professora de História e estagiários de Artes,
coordenadoras, diretores, compositores de samba e de samba-enredo, pessoas do bairro
Rocas envolvidas com o carnaval.
- meu nome não será divulgado na pesquisa, sendo o resultado de minha participação
identificado por um código (letra e/ou número);
- poderão ser utilizados fragmentos textuais da minha fala e/ou escrita;
- sempre que eu desejar, poderei ser informado sobre cada uma das etapas da pesquisa;
- a qualquer momento, poderei recusar a continuar participando da pesquisa e, também,
poderei cancelar este meu consentimento, sem que isso me traga qualquer penalidade ou
prejuízo.
Finalmente, tendo eu compreendido tudo o que me foi informado sobre a minha
participação no estudo e estando consciente dos meus direitos e das minhas responsabilidades,
compreendendo a importância da minha participação para a realização dessa pesquisa, DOU O MEU
CONSENTIMENTO, SEM QUE, PARA ISSO, EU TENHA SIDO OBRIGADO (A) A PARTICIPAR.
______________________________________________________________
(Assinatura do participante voluntário da pesquisa ou do responsável)
Endereço domiciliar:_________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Disponível em:<https://www.facebook.com/275435145828752/photos/pb.275435145828752.-
2207520000.1433234122./834186569953604/?type=3&theater>. Acesso em: 20 jan. 2015
_________________________________________________________________
104
A) NATAL.
B) DJALMA MARANHÃO.
C) BALANÇO DO MORRO.
D) CULTURA POPULAR.
e) ENFEITE.
f) PEÇA USADA EM CONSTRUÇÕES.
g) TOQUE QUE PRODUZ SOM.
h) RUIVO.
ANEXOS
107
EU CANTO SAMBA
QUE VEM DA RAIZ
E SENDO ASSIM SOU FELIZ
CANTANDO A MINHA ESCOLA
LEMBRANDO MEU TEMPO FELIZ
DA MINHA INFÂNCIA
QUE EU TRAGO AGORA
108
(Essa letra de samba-enredo, adotada neste trabalho, foi apresentada e entregue na feijoada em
comemoração ao aniversário da escola de samba, antes do carnaval, também está disponibilizada
nas redes sociais da escola de samba. Porém, no dia do desfile carnavalesco, entregaram a letra
com outra organização de estrofes, logo nesse último caso não foi mantido esse importante item da
produção textual, provavelmente porque a digitação foi feita por alguém que não tinha em mãos a
letra original do samba-enredo.)
109
A professora e o músico
Carlos Zens
110
Fonte:https://www.facebook.com/275435145828752/photos/pb.275435145828752.-
2207520000.1429722700./ 744922835546645/?type=3&theater
113
LETRA DO SAMBA
Autores: Martinho da Vila, Ovídio Bessa e Azo