Círculo Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos
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REGIONALISMO NA LIBRAS:
DIFERENÇAS PRESENTES NA EXECUÇÃO DOS SINAIS
Jéssica Rabelo Nascimento (UFMS)
[email protected]
RESUMO
O presente artigo tem o objetivo de realizar uma breve explanação sobre os aspec-
tos linguísticos da Libras – Língua Brasileira de Sinais e assim possibilitar a compre-
ensão de como ocorrem os sinais na Libras, de acordo com cada região, a partir da
Libras, que muitas vezes se modificam no nível fonológico entre outros parâmetros.
Sendo realizado pesquisa documental, com a utilização dedicionário e glossário on-line.
Palavras-chave:
Diferenças. Libras. Regionalismo.
RESUMEN
Este artículo tiene como objetivo brindar una breve explicación de los aspectos
lingüísticos de Libras – Lengua de Signos Brasileña y así permitir la comprensión de
cómo ocurren los signos en Libra, según cada región, con base en Libras, que a menu-
do se modifican en el nivel fonológico entre otros parámetros. Se está realizando una
investigación documental utilizando un diccionario y un glosario en línea.
Palabras clave:
Diferencias. Libras. Regionalismo.
1. Introdução
Apesar da Libras ser uma língua que teve seu reconhecimento en-
quanto língua natural recentemente, em 1960 com Stokoe, no Brasil foi
regulamentada enquanto língua somente em 2002, com a Lei nº 10436.
Dessa maneira muitos mitos e crenças sobre a Libras ainda são
presente em nossa sociedade, alguns acreditam que se trata de uma língua
artificial e sem possibilidade de expressar todos os conceitos. Contudo,
essa não é uma realidade, se trata de uma língua com estrutura e funcio-
namento próprio.
O presente trabalho tem o objetivo de apresentar mais de um as-
pecto dessa língua, que assim como a língua portuguesa, também tem re-
gionalismos próprios em cada região do território brasileiro. Porém, com
a percepção desses regionalismos é possível com a mudança em sua es-
trutura.
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A busca nos arquivos se deu por áreas de concentração, pois os
dicionários de Libras em sua maioria são onomasiológico, ou seja, agru-
pados por temas. Iniciamos com a Matemática, Biologia e por fim Lín-
gua Portuguesa.
2.1. Fonologia
De acordo com Quadros e Karnopp (2004), apesar das diferenças
existentes entre as línguas orais e as línguas de sinais, o termo “fonologi-
a” tem sido usado para se referir aos elementos básicos das línguas de si-
nais.
O argumento para a utilização desses termos (fonética e fonologi-
a) é o que as línguas de sinais são línguas naturais que compartilham
princípios linguísticos subjacentes com as línguas orais, apesar das dife-
renças de superfície entre fala e sinal (QUADROS; KARNOPP, 2004, p.
48).
2.2. Morfologia
Conforme Valli e Lucas (2000, p. 52): “morfologia é o estudo
da formação de palavras, de como uma linguagem usa unidades menores
para construir unidades maiores. A menor unidade significativa em uma
língua é um morfema. Alguns morfemas podem ocorrer sozinhos, como
unidades independentes”.
E sendo uma língua assim como as línguas orais, a Libras
apresenta uma imensa variedade de léxico.
A língua de sinais tem um léxico e um sistema de criação de no-
vos sinais em que as unidades mínimas com significado (morfema) são
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combinadas. Entretanto, as línguas de sinais diferem das línguas orais no
tipo de processo combinatório que frequentemente cria palavras morfo-
logicamente complexas. Para as línguas orais, palavras complexas são
muitas vezes formadas pela adição de um prefixo ou sufixo a uma raiz.
Nas línguas de sinais, essas formas resultam frequentemente de proces-
sos não concatenativos em que uma raiz é enriquecida com vários movi-
mentos e contornos no espaço sinalizado (QUADROS; KARNOPP,
2004. p. 87).
De acordo com diversos estudos existem duas afirmações sobre a
criação de sinais na Libras, a primeira sendo pelo processo de incorpora-
ção do morfema como o principal meio, sendo o mais frequente na cria-
ção de sinais na Libras. A segunda afirmação é que o processo concate-
nativo também é empregada nos novas sinais na Libras. E ainda, de a-
cordo com Quadros e Karnopp (2004) além dessas duas possibilidades,
tem a composição que uniria dois sinais independentes para formar um
novo sinal.
Quando dois sinais formam um outro sinal, esse sinal é denomi-
nado um sinal composto, nesse caso é comum que ocorra mudanças fo-
nológicas que são explicadas por algumas regras: regra do contato, regra
da sequência única, regra da antecipação da mão dominante (QUA-
DROS; KARNOPP, 2004).
Essas regras estão envolvidas no processo fonológico que podem
alterar um ou mais parâmetro dos sinais ao longo de toda a história da
língua de sinais. Aqui abordaremos tanto a mudança fonológica será a-
bordada, como também a mudança lexical, sendo o processo de mudança
de uma forma conservadora por uma inovadora.
3. Regionalismo na Libras
O léxico é o nível linguístico que melhor representa o modo como
o povo representa a realidade, seus valores, crenças e como nomeiam o
mundo em que vivem. Dessa maneira o léxico de uma comunidade lin-
guística se transforma de acordo com os fatores históricos, geográficos e
culturais. O vocabulário utilizado pela comunidade traz marcas da for-
mação dessa comunidade linguística. “Em face disso e partindo do prin-
cípio de que o léxico representa um traço diferenciador marcante, no que
diz respeito à variação linguística no eixo horizontal (ISQUERDO, 2003,
p. 165).
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no léxico, conforme os grupos sociais a qual está relacionada, sob a in-
fluência da localização geográfica.
Dessa maneira os falantes entram em contato com seus pares e
dessa maneira renovam e ampliam o léxico de seu vocabulário, algumas
se mantêm e outras se renovam. Quando esse contato acontece, a língua
se transforma naturalmente, seja por fatores internos (fisiologia da articu-
lação) e externos (contato com outras línguas) (DINIZ, 2011, p. 61).
O léxico de uma língua tende a renovar-se e a ampliasse, em de-
corrência de contatos linguísticos e interculturais e de necessidades de
nomeação de novos referentes da realidade circundante, como também
pode manter-se conservador em comunidades isoladas geograficamente e
pouco expostas a avanços tecnológicos, a meios de comunicação de mas-
sa (ISQUERDO, 2006, p. 11).
No caso da Libras, o regionalismo ocorre com sinais diferentes,
mas que conservam o mesmo significado. Dessa maneira, segundo Stro-
bel e Fernandes (1998) a LBS apresenta seus dialetos regionais, mesmo
que em determinada região tenham uma língua oral e uma de sinais, as
línguas de sinais são independentes das línguas orais, pois foram produ-
zidas dentro da comunidade surda.
224
Instituto Nacional de Educação de Surdos.
225
Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com
Surdez.
INES
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A segunda figura podemos constatar a mesma situação da primei-
ra, ambas não ocorrem mudanças, sendo um caso em que os sinais se
mantém iguais mesmo distantes geograficamente (Figura 4).
INES
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INES
Percebe-se com o sinal Língua, são sinais que pode causar certa
confusão para os falantes, pois no CAS\MS o sinal cores se assemelha
com o sinal de língua do INES. Ambos são sinais totalmente diferente
em sua constituição (Figura 8).
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INES
5. Considerações finais
Com a presente pesquisa, pode-se perceber que para que seja pos-
sível a compreensão sobre como ocorre a variação linguística na Libras é
necessário compreender suas características linguísticas, tendo em vista
que o significado muda de acordo com cada comunidade linguística.
Outra consideração possível é compreender a relação entre léxico
e região, pois se tratando de um pais com uma grande diversidade cultu-
ral, as variações influenciam na criação de sinais, dessa maneira se dife-
renciando na execução e linguisticamente.
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DEE, 1998.
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