Sinalario Matriz Visual
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Relatório Final
Período da bolsa: 01 de agosto de 2017 a 30 julho de 2018
PICVOL
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SUMÁRIO
1. Introdução ...................................................................................................... 02
2. Objetivos ........................................................................................................ 15
3. Metodologia .................................................................................................... 15
5. Conclusões .................................................................................................... 35
6. Perspectivas ................................................................................................... 36
1
1. Introdução
2
elaboração dos dicionários que serve das análises linguísticas prévias. De acordo
com Salviano (2014), “a lexicografia é a ciência responsável pelo desenvolvimento
de métodos e técnicas de produção das obras dicionarísticas na sua variedade de
formas (monolíngues, bilíngues, semibilíngues, escolares, gerais, infantis, etc)”.
Desse modo, o dicionário é um instrumento importante para qualquer pesquisa
dentro do léxico. Ele auxilia a entender o significado de uma palavra além de
fornecer informações como em alguns casos o antônimo da palavra, seu plural,
alguns exemplos de frases, entre outros.
Cada dicionário possui uma estrutura básica. São elas: 1) Entrada/lema, o
que corresponde a forma canônica da palavra, a forma de citação da mesma; 2)
Categoria/informações gramaticais, apresentando sua classificação
morfossintática, geralmente vem abreviada; 3) Definição, que nada mais é do que
o significado da palavra, podendo apresentar um ou mais (CORREIA, 2009;
BARCELOS, 2014). A seguir, na Figura 1, será mostrada um esquema ilustrativo.
3
metalinguagem é a propriedade que tem a língua de voltar-se para si mesma, é a
forma de expressão dos dicionários e das gramáticas. Na Língua Portuguesa, a
palavra explica a própria palavra, e nas Línguas de Sinais, o sinal explica o próprio
sinal.
O Novo Dicionário Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira (Deit-
LIBRAS) de Capovilla, Raphael e Maurício (2009) e o Dicionário Virtual de Libras
de Lira e Souza (2005) vem se destacando pela sua contribuição à comunidade
surda do Brasil. Apoiado nos estudos do léxico, a pesquisa contribui dessa forma
para o campo da Linguística, no que se refere a aquisição e registro de novos
sinais em LIBRAS, promovendo a expansão vocabular e ampliação lexical,
preenchendo assim as lacunas deixadas por outros resultados de pesquisa,
transcrevendo-os dentro do sistema de escrita de sinais, SignWriting, e sua forma
imagética.
O conjunto de paradigmas científicos que foram herdados no século XX e
que continuam definindo a Linguística atual nos induz a procurar a “intuição
linguística” dos falantes “nativos” de cada língua e a desprezar tanto o discurso
culto, quanto o texto escrito, construído seja com interesse estético, ou com outros
interesses sociais e culturais, que obrigam a uma elaboração racional, informada e
educada da língua, como é o caso do dicionário.
O paradigma linguístico costuma desprezar o dicionário por três
características:
Não é uma descrição fiel de uma realidade verbal metódica e
estatisticamente estudada em uma determinada população;
Tem um cunho normativo explícito ou implícito, que modifica totalmente
esta realidade;
É uma obra de caráter utilitário e mercantil.
A Terminologia é definida como uma disciplina que estuda o uso
especializado do léxico nas ciências e nas técnicas a partir de diferentes pontos
de vista (SILVA, 2008). O vocabulário ou verbete é a elaboração de um inventário
com descrição e estudos dos termos. E o vocábulo são unidades do vocabulário
(SALLES et al., 2004). Já o significado do termo, entretanto, ampliou-se e hoje o
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encontramos associado aos vários tipos de linguagem. O verbete se divide em
contextual (de circulação, de interlocução e sócio-histórico), linguístico,
comunicacional e estrutural.
Além disso, a estrutura do verbete nos dicionários, segundo Werner (1982),
geralmente é composta por duas partes: o lema, conhecida também por entrada
ou palavra-entrada e a parte definitória, que contém a informação semântica e o
conjunto dessas informações e a entrada formam o verbete, denominado ainda
por microestruturas.
Já a terminologia são princípios linguísticos e relações conceituais no estudo
dos termos. E estes são as unidades de corpus especializado (SALLES et al.,
2004). A terminologia, de acordo com Cabré (1995 apud DIAS, 2000) é um
conjunto de premissas, argumentos e conclusões necessários para explicar o
relacionamento entre conceitos e termos especializados; como prática, é um
conjunto de métodos e atividades voltado para coleta, descrição, processamento e
apresentação de termos; como produto, é um conjunto de termos, ou vocabulário,
de uma determinada especialidade. Os produtos da terminologia são geralmente
os dicionários e glossários técnicos.
Cabré (1995 apud DIAS, 2000) aborda os termos em três diferentes
concepções, tais como: i) na área de Linguística, os termos são conjuntos de
signos linguísticos que constituem um subconjunto dentro do componente léxico
da gramática, contudo, é uma forma de saber; ii) na área de Filosofia, a
terminologia é um conjunto de unidades cognitivas que representam o
conhecimento especializado, portanto, uma forma de conhecer; iii) e, por fim, para
as diferentes disciplinas técnico-científicas, a terminologia é o conjunto das
unidades de expressão e comunicação que permitem transferir o pensamento
especializado, entretanto, é uma forma de transferir, de comunicar.
Num contexto mais generalizado, a terminologia representa o conhecimento
técnico-científico especializado de forma organizada, por meio de manuais e
glossários, e unifica esse conhecimento sob a forma de normas e padrões. (DIAS,
2000). Todas as línguas possuem um inventário de itens lexicais que estão
disponíveis para os seus usuários e a esse inventário denomina-se léxico.
5
A LIBRAS permite a comunicação, a expressão das subjetividades e a
identidade dos surdos brasileiros. Para Martins (2005), a diferença entre surdos e
ouvintes está apenas na modalidade da língua. No Brasil, Marinho (2007)
considera que os dicionários de LIBRAS ainda são insuficientes e genéricos, o que
evidencia a importância de realizar pesquisas e estudos mais aprofundados
referentes à lexicografia aplicada a LIBRAS. Esta pesquisa se embasou em fontes
primárias dicionarísticas como Capovilla e Raphael (2001) e Lira e Souza (2005) e
outros fontes secundárias não-dicionarísticas mostrando a importância dos
dicionários da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como ferramenta de consulta
para ampliação do léxico especializado por surdos e ouvintes. Os materiais e
métodos utilizados foram dicionários impressas e digitais da LIBRAS por meio de
análise lexicográfica descritiva.
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Na LIBRAS, o sinal é o signo lexical e os dicionários são registros
lexicográficos estimados pelos surdos brasileiros, pois constituem uma ferramenta
de divulgação de sua língua refletindo a cultura das comunidades surdas. De
acordo Pizzio, Rezende e Quadros (2009), há vários registros históricos de obras
lexicográficos da LIBRAS no país:
• 1873 – surdo Flausino José da Costa Gama, com 399 sinais.
• 1969 – padre Eugênio Oates, com 1.300 sinais.
• 2001 – Fernando César Capovilla e Walkíria Duarte Raphael, com 9.500
verbetes. Disponível na versão impressa com previsão para sair em CD-Rom.
• 2002 – Dicionário de LIBRAS Ilustrado – Secretaria de Educação do
Governo de São Paulo. Disponível em CD-Rom, com 43.606 verbetes.
• 2005 – Dicionário Digital da Língua Brasileira de Sinais – Tanya Amara
Felipe de Souza e Guilherme de Azambuja Lira (INES/RJ). Disponível em CD-
Rom e Internet, com 5.863 sinais em sua 2 ed.
• 2009 – Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais
Brasileira – Deit-LIBRAS de Fernando César Capovilla, Walkíria Duarte Raphael e
Aline Cristina L. Maurício, com 9.021 verbetes.
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Em termos lexicográficos, a LIBRAS assim como toda língua de sinais
aumentam seu inventário lexical com novos sinais introduzidos pelas comunidades
surdas em resposta a mudanças culturais e científico-tecnológicas. Stokoe (1996)
afirma que a ampliação do vocabulário da língua de sinais se realiza pela criação
de sinais compostos e por empréstimos de itens lexicais de outras línguas de
sinais, pois em decorrência desse último processo, muitos sinais são iguais em
várias línguas de sinais.
Em 2001 foi publicado o Dicionário Ilustrado Trilíngue Língua de Sinais
Brasileira, na versão impressa concebido e executado pelo professor Dr. Fernando
César Capovilla e pela psicóloga Walkíria Duarte Raphael. Esta obra, distribuída
em dois volumes, apresenta cerca de 9.500 verbetes em português e inglês,
fornecendo informações minuciosas da língua de sinais e da forma exata como
cada sinal é articulado por meio de ilustrações que retratam a articulação das
mãos, o local da articulação e a expressão facial associada.
Em Capovilla e Raphael (2001) são utilizados vários recursos para
representar os sinais, pois é adotada ordem alfabética do português, fotografia,
descrição, escrita em SignWriting, definição do sinal em português e inglês e
desenho ilustrativo.
O Dicionário Ilustrado do Governo de São Paulo também faz parte da
divulgação da FENEIS/RJ por meio da Imprensa Oficial de São Paulo. No CD-
ROM não existe muitos sinais para termos específicos. Este dicionário foi
produzido e publicado em 2002.
Em meio eletrônico encontra-se também o “Dicionário para o dia a dia” no
site http://www.cantinhodalibras.orgfree.com/. Está sendo desenvolvido o
“Dicionário Técnico de LIBRAS” pela Diretoria de Educação Superior (DESUP) em
parceria com o Programa de Inclusão da Fundação de Apoio à Escola Técnica do
Estado do Rio de Janeiro (FAETEC) e a Escola Técnica Adolfo Bloch. Este
dicionário é um projeto que visa preencher a lacuna dos dicionários de LIBRAS
com termos técnicos das diversas áreas. Este material ainda não está disponível
para consulta, pois se encontra em fase de confecção.
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Em 2004, baseados no sucesso do Dicionário Ilustrado Trilíngue da Língua
de Sinais Brasileira, Fernando César Capovilla e Walkíria Duarte Raphael
lançaram a Enciclopédia da Língua de Sinais Brasileira – O mundo do surdo em
LIBRAS, obra apresentada em 19 volumes ou três CD-ROM, que busca
documentar os sinais do universo do surdo brasileiro nas mais variadas áreas,
como: educação, artes, cultura, esportes, pessoas, relações humanas,
comunicação, religião, corpo, medicina, sexualidade, natureza, economia,
trabalho, leis, política e preocupações sociais.
Nos meios eletrônicos, há um número significativo de dicionários de LIBRAS.
Em 2005, a linguista Tanya Amara Felipe de Souza e Guilherme de Azambuja Lira
divulgaram o Dicionário virtual de Língua Brasileira de Sinais por meio do site
http://www.acessobrasil.com.br/, um material com temas distribuídos entre frutas,
religião, países entre outros. Nesse dicionário virtual há uma quantidade mínima
de sinais específicos.
Esse software de glossário possui um sistema de busca por ordem
alfabética, por assunto ou configuração de mão, apresentando a palavra e sua
acepção, vídeo, classe gramatical, exemplos em língua de sinais e em Língua
Portuguesa, configuração de mão e origem.
Além do dicionário eletrônico de LIBRAS, Menezes et al (2013) mencionam
várias tecnologias digitais para auxiliar os surdos, como: os tradutores eletrônicos
de LIBRAS (softwares Player Rybená e ProDeaf), os DVDs interativos (Aulas
temáticas e jogos de bingo), as redes sociais digitais (Facebook, Whatsapp entre
outros), as legendas ocultas tipo Close caption off-line e on-line, a janela em
língua de sinais, dispositivos portáteis multimídias (PDA), os óculos legendas para
surdos, a luva que converte LIBRAS em som para facilitar a comunicação.
A Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (FENEIS/RJ)
apresenta em seu site quatro dicionários, sendo três em CD-ROM e um impresso.
Os apresentados em CD-ROM possuem vídeo dos sinais e glossário com um
grande número de verbetes. O primeiro dicionário é específico para a informática,
criado pelo IV FESAI – Fórum de Estudos Surdos na Área de Informática,
chamado “Dicionário de Informática em LIBRAS” não tem acesso livre na internet,
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podendo ser adquirido por meio do site da FESAI www.feneis.org.br/rs/fesai. O
segundo é o “Dicionário da Língua Brasileira de Sinais” – versão 2.0 – 2005,
disponível através do site www.acessobrasil.org.br/libras.
O software de glossário possui um sistema de busca por ordem alfabética ou
configuração de mão, constando aproximadamente 870 sinais acadêmicos e o
FESAI vai concluir no glossário para difusão. Esse glossário é uma forma de
informação diferente de outros dicionários, contendo três vídeos, o primeiro vídeo
apresenta o sinal do conceito, o segundo vídeo apresenta o conceito em LIBRAS
e o último vídeo mostra exemplo do sinal. Se tiver variação linguística dependendo
da região norte e sul coloca o vídeo de sinal variação.
O Dicionário Digital LIBRAS Cristão (DDLC) foi produzido em 2007, e o da
Universidade Estadual de Santa Catarina (Dicionário de LIBRAS – UDESC)
podem ser acessados pelos respectivos sites http://www.surdosonline.com.br/ e
http://sistemas.virtual.udesc.br/surdos/dicionario.
Em 2008, foi lançado o Dicionário de LIBRAS do Núcleo de Estudos e
Pesquisa em Educação de Surdos (NEPES/SC), o qual pertence ao Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC) e está
dividido em três partes - Ciências, Geografia e História - sendo possível, encontrar
na parte de Ciências, algumas palavras utilizadas no ensino de Biologia (nome de
doenças, sinais de várias vitaminas e educação sexual) já as palavras utilizadas
em Química e Física são em número bastante reduzido, pode ser acessado pelo
site http://sj.ifsc.edu.br/~nepes/dicionarios_ciencias.htm.
Em 2009, foi lançado pela editora da Universidade Estadual de São Paulo –
EDUSP, de autoria Fernando César Capovilla, Walkíria Duarte Raphael e Aline
Cristina L. Maurício, o Deit-LIBRAS apresentado em dois volumes, e contém um
grande número de sinais, porém continua a ausência de sinais específicos.
O Novo Deit-LIBRAS mostra as formas e o significado dos sinais, por meio
de ilustrações com setas de movimentos, descrição fonológica (composição
sematosêmica), morfológica (como morfemas codificam e modulam o significado),
icônica (como o sinal materializa visualmente seu significado), escrita em
SignWriting, variações nas regiões geográficas do Brasil, descrição de verbetes
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indexados em português (com soletração digital em LIBRAS) e inglês,
classificados em gramática, definidos e explicados em sentido e exemplificados
em frases apropriadas.
A lexicografia das Línguas de Sinais, de acordo com Capovilla, Raphael e
Maurício (2013), se divide em três fases: i) fase pré-stokoeana ou Iconográfica,
ilustrada pelos primeiros dicionários de Língua de Sinais Francesa (Langue dês
Signes Française - LSF) como Mimographie (BÉBIAN, 1825) e L’enseignement
primaire des sourds-muets mis à la portée de tout Le monde avec une
iconographie des signes (PÉLISSIER, 1856) e de LIBRAS como Iconographia dos
signaes dos surdos-mudos (GAMA, 1875); ii) fase stokoeana ou SematosÊmica
pré-MorfÊmica, inaugurada pelo primeiro dicionário de língua de sinais inspirado
em princípios linguísticos, A dictionary of Amreican Sign Language on Linguistic
Principles (STOKOE; CASTERLINE; CRONEBERG, 1965); iii) fase pós-stokoeana
ou Neuropsicolinguística Cognitiva, representada pelo Novo Deit-LIBRAS
(CAPOVILLA; RAPHAEL; MAURÍCIO, 2009).
Os dicionários de Capovilla, Raphael e Maurício são baseados em
Linguística e Neurociências Cognitivas e são os únicos que utilizam o sistema de
escrita SignWriting para a LIBRAS, apesar desta ainda não possuir oficialmente
um sistema próprio de escrita.
Sobre os dicionários de línguas de sinais, Estelita (2006) observou as
diferenças nos formatos de organização como fotos, desenhos, descrição de
sinais entre outras.
No Brasil, os dicionários impressos de LIBRAS costumam representar os
sinais por diversos meios, como a combinação de desenho e descrição, a
utilização da ordem alfabética da tradução dos sinais para o português, a
organização temática de sinais, ou seja, agrupando grupos de sinais por ideias
afins, o uso de fotografia, além da utilização de exemplos de frases em LIBRAS.
Já os dicionários digitais de LIBRAS optam por uma outra classificação, mais
relacionada com a língua de sinais que se utilizam bastante da Língua Portuguesa
escrita como um recurso para representar os sinais e/ou para defini-los (PIZZIO;
REZENDE; QUADROS, 2009).
11
1.3 Revisão de Literatura Especializada
12
Sinais, um material contendo uma quantidade mínima de sinais específicos com
temas distribuídos entre frutas, religião, países entre outros, sendo capaz de
procurar o sinal a partir da própria palavra, exemplo, acepção ou assunto, ficando
a critério do usuário sua forma de pesquisa.
O Dicionário Virtual de LIBRAS nos informa ainda o assunto relacionado ao
sinal indicando a configuração de mão do mesmo, onde ao lado executa-se o sinal
em formato GIF. Além dessas ferramentas o dicionário explica o significado da
palavra, exemplificando através de um de uma frase em português e outra em
LIBRAS com sua classe gramatical e origem da palavra ao lado, finalizando com
uma imagem da palavra. Importante destacar que a depender do resultado obtido
na busca, poderemos não encontrar uma imagem para o sinal bem como
identificar o assunto no qual está inserido.
O pesquisador, ao trabalhar com termos específicos da linguística, deve ter o
cuidado de não confundir determinados termos comumente utilizados neste
campo como por exemplo: dicionário, vocabulário e glossário. Para fins de uma
compreensão mais nítida e melhor associação dos termos supracitados optamos a
tabela abaixo, elaborada por Fromm (2004), onde em seu artigo intitulado “Obras
Lexicográficas e Terminológicas: definições” trata das estruturas que compõem
uma entrada (macroestrutura, microestrutura, e sistema de remissivas) e como
elas são construídas pelo lexicógrafo/terminológo. O autor, ao final do artigo
conclui que o título Dicionário nem sempre é adequado para suas nomeações.
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Apresenta todas as Apresenta uma única
Apresenta (teoricamente)
acepções de um verbete acepção do verbete
todas as acepções de um
dentro de uma área de (dentro de um contexto
mesmo verbete
especialidade
Perspectivas: diacrônica, Perspectivas: sincrônica e Perspectivas: sincrônica,
diatópica, diafásica e sinfásica sintópica, sinstrática e
diastrática sinfásica
Fonte: From (2004).
14
ilustração, o que nos convida a elaborar da melhor maneira um quadro visual que
não pese aos olhos do leitor.
2. Objetivos
3. Metodologia
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(2005). E, para realização desta pesquisa foi utilizado o sistema SignWriting (SW)
criado por Valeria Sutton. O sistema é flexível em “pilha”, possui três elementos
manuais: a Configuração de Mão, a Orientação e o Movimento. O SW se estrutura
em dez grupos de símbolos para as mãos. As mãos são agrupadas de acordo
com quais dedos são usados. Esses dez grupos são o começo da “Sequência-de-
Símbolos-SignWriting”, que é a ordem dos símbolos usada para procurar sinais
em dicionários escritos em SignWriting. O SW está dividido em dez categorias: 1.
Mãos; 2. Contato das mãos; 3. Faces; 4. Movimentos do corpo e da cabeça; 5.
Ombro; 6. Membros; 7. Inclinação da cabeça; 8. Localização; 9. Movimento de
dinâmicas; 10. Pontuação. Estas categorias são divididas em grupos.
Com o avanço da tecnologia da informação e da comunicação, o acesso as
fontes que antes eram encontradas somente em espaços físicos como bibliotecas,
arquivos, acervos particulares entre outros, agora se torna mais acessível para
qualquer tipo de público. Dentre desse contexto, está inserido o Glossário de
LIBRAS da Universidade Federal de Santa Catarina, que nos serviu de base para
a pesquisa em fontes digitais. O mesmo se encontra disponível no endereço
eletrônico http://www.glossario.libras.ufsc.br/
O glossário de LIBRAS possui um total de 262 termos seccionado em três
áreas: Letras LIBRAS, Arquitetura e Psicologia (Cinema em breve). A
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi a pioneira em trazer o curso
de Licenciatura em LIBRAS para a América Latina. Sua aula inaugural ocorreu no
dia 27/10/2006 e os alunos que iam se formando recebiam o diploma de licenciado
em Letras com habilitação em Língua Brasileira de Sinais. Desde este dia, a
UFSC não sessa em investir em eventos e produtividade científica direcionadas a
LIBRAS, sendo uma das Universidades mais renomadas quando se trata deste
tipo de licenciatura.
Um dicionário virtual que há muito vem ganhando destaque e disponível em
duas versões, é o Dicionário Digital da Língua Brasileira de Sinais Lira e Souza
(2011) disponível em http://www.acessobrasil.org.br/. Assim como no Glossário
Letras LIBRAS da UFSC, o Dicionário Lira e Souza (2011) também se encontra
dividido em temas específicos (alimentos, casa, vestuário entre outros) porém os
16
termos da linguística encontram-se dispersos. Além da procura de sinais-termos
nas fontes mencionadas anteriormente, a pesquisa sondou também revistas
acadêmicas eletrônicas, teses e dissertações em repositórios institucionais, artigos
online e fontes físicas como dicionários, glossários/sinalários, artigos, textos
acadêmicos úteis e consulta à comunidade surda.
Os dicionários de LIBRAS escolhidos para este estudo foram: 1. Novo Deit-
LIBRAS - Dicionário enciclopédico ilustrado trilíngue da Língua Brasileira de Sinais
baseado em Linguística e Neurociências Cognitivas, lançado em 2009 e cujos
autores Fernando C. Capovilla, Walkiria D. Raphael e Aline Cristina L. Mauricio o
tornaram dicionário padrão da LIBRAS; 2. Dicionário Digital da Língua Brasileira
de Sinais do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) de autoria conjunta
entre os pesquisadores Tanya Amara Felipe de Souza e Guilherme de Azambuja
Lira publicado em 2011 pelo INES/RJ disponível em CD-Rom e internet, com 5863
sinais em sua 2 ed. disponível no já referido site http://www.acessobrasil.org.br/ 3.
Glossário Letras LIBRAS, onde foi possível identificar a maior parte dos sinais
listados.
17
Figura 2 – Dicionários utilizados nesta pesquisa.
Fonte: Capovilla; Raphael; Maurício (2009); Lira; Souza (2011), Glossário Letras Libras – UFSC,
respectivamente.
4. Resultados e discussões
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4.1 Sinalário de Termos-Sinais da Sociolinguística
Terminologia Fonte
Desestrangeirização http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
Dialeto
https://www.youtube.com/
19
Diglosia Não identificado
Empréstimo Linguístico Não identificado
Estrangeirismo http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
Glosa
https://www.youtube.com/
Idioleto Não identificado
Jargão http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
Metaplasmo Não identificado
http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
Socioleto
https://www.youtube.com/
Capovilla; Raphael; Maurício (2009)
Sociolinguística http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
https://www.youtube.com/
Variação Não identificado
Variação
https://www.youtube.com/
Regional/Regionalismo
Sociolinguística
20
Desestrangeirização Dialeto
Metaplasmo Socioleto
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Tabela 2 - Inventário de termos específicos da Lexicologia de LIBRAS.
Terminologia Fonte
Corpus http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
Capovilla; Raphael; Maurício (2009)
Dicionário
http://www.acessibilidadebrasil.org.br/libras_3/
Glossário http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
Léxico
https://www.youtube.com/
Lexicografia Não identificado
Lexicologia https://www.youtube.com/
Metalinguagem Não identificado
Mini glossário Não identificado
Neologismo http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
Terminologia http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
Capovilla; Raphael; Maurício (2009)
Verbete
http://www.acessibilidadebrasil.org.br/libras_3/
Capovilla; Raphael; Maurício (2009)
Vocabulário
http://www.acessibilidadebrasil.org.br/libras_3/
22
Figura 7 – Esquema ilustrativo da estrutura básica do Novo Deit-Libras para o termo
Vocabulário.
Fonte: Capovilla; Raphael; Maurício (2009, p. 2252)
Neologismo Terminologia
23
Corpus Léxico
Lexicografia
Metalinguagem
Vocabulário Sinalário
Fonte: Acervo fotográfico pessoal do pesquisador.
Nas relações comunicativas, Salles et al. (2004) destacam que o léxico tem
papel fundamental, porque nele está contido o vocabulário. O léxico se compõe de
24
unidades linguísticas, especificamente, unidades lexicais que na língua são
identificadas como lexemas e no discurso como lexias. O sinal de léxico se
compõe do termo palavra e item.
Terminologia Fonte
http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
Semântica http://www.acessibilidadebrasil.org.br/libras_3/
https://www.youtube.com/
Lira; Souza (2005); Capovilla; Raphael; Maurício (2009)
Significado http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
https://www.youtube.com/
Sentido Lira; Souza (2005); Capovilla; Raphael; Maurício (2009)
Lira; Souza (2005); Capovilla; Raphael; Maurício (2009)
Contexto http://www.acessibilidadebrasil.org.br/libras_3/
https://www.youtube.com/
25
Capovilla; Raphael; Maurício (2009)
Significante http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
https://www.youtube.com/
Capovilla; Raphael; Maurício (2009)
Signo http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
https://www.youtube.com/
Ambiguidade http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
Dicotomia
https://www.youtube.com/
https://www.youtube.com/
Sinonímia
http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
Antonímia https://www.youtube.com/
https://www.youtube.com/
Polissemia
http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
Tautologia Não identificado
https://www.youtube.com/
Prosódia
http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
Denotação https://www.youtube.com/
Conotação https://www.youtube.com/
Hiperônimo Não identificado
Homônimo https://www.youtube.com/
26
Figura 13 – Esquema ilustrativo da estrutura básica do Novo Deit-Libras para o termo
Sentir.
Fonte: Capovilla; Raphael; Maurício (2009, p. 2010)
27
Semântica
Polissemia Significado
Signo Ambiguidade
Sinonímia Antonímia
28
Denotativo Conotativo
Hiperonímia Hiponímia
Prosódia
Fonte: Acervo fotográfico pessoal do pesquisador.
No nível semântico, o sinal pode ser icônico ou arbitrário, mas pode perder a
iconicidade durante sua incorporação na estrutura da língua. (TELES; SOUZA,
2010).
29
- formas de polidez na linguagem.
Terminologia Fonte
Capovilla; Raphael; Maurício (2009)
Pragmática https://www.youtube.com/
http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
Figura de Linguagem https://www.youtube.com/
Capovilla; Raphael; Maurício (2009)
Metáfora
https://www.youtube.com/
Metonímia https://www.youtube.com/
Catacrese https://www.youtube.com/
Eufemismo https://www.youtube.com/
Personificação/Prosopopeia https://www.youtube.com/
Assonância https://www.youtube.com/
Hipérbole https://www.youtube.com/
Ironia https://www.youtube.com/
http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
Onomatopeia
https://www.youtube.com/
Antítese https://www.youtube.com/
Aliteração https://www.youtube.com/
Expressão Idiomática https://www.youtube.com/
30
Figura 18 – Esquema ilustrativo da estrutura básica do Novo Deit-LIBRAS para o termo
Metáfora.
Fonte: Capovilla; Raphael; Maurício (2009, p. 1799)
Pragmática
31
Figuras de Linguagem
32
catacrese, sinestesia, antonomásia), em sintaxe (elipse, silepse, anacoluto,
anáfora, hipérbato, polissíndeto, assíndeto, pleonasmo, zeugma) e em
pensamento (hipérbole, eufemismo, prosopopeia/personificação, antítese,
gradação, apóstrofe, ironia, paradoxo). Na LIBRAS, segundo Faria (2003), as
metáforas se classificam em três quanto a morfologia e semântica: equivalente,
semelhante e diferente. A metáfora equivalente – equivalente na morfologia
(forma) e na semântica (sentido), a metáfora semelhante – equivalente na
semântica (sentido), mas diferente na morfologia (forma) e a metáfora diferente –
diferente na semântica (sentido) e na morfologia (forma).
Terminologias Fonte
Capovilla; Raphael; Maurício (2009)
Escrita de Sinais/SignWriting http://www.glossario.libras.ufsc.br/letraslibras
https://www.youtube.com/
Capovilla; Raphael; Maurício (2009)
Letra http://www.acessibilidadebrasil.org.br/libras_3/
https://www.youtube.com/
Visografema https://www.youtube.com/
Símbolo de Contato Não identificado
Símbolo de Dedos Não identificado
33
Grupos de Mão Não identificado
Setas de Movimento Não identificado
Símbolos de Dinâmica Não identificado
Símbolos de Face Não identificado
Símbolos de Pontuação Não identificado
Símbolos de Superfície Não identificado
34
Figura 24 – Esquema ilustrativo da estrutura básica do Novo Deit-Libras para o termo
Símbolo.
Fonte: Capovilla; Raphael; Maurício (2009, p. 2029-2030)
5. Conclusões
35
de Santa Catarina. Esses dados demonstraram que as áreas da Semântica e
Pragmática apresentaram maior quantitativo de sinais da LIBRAS equivalentes
aos termos-sinais da Língua Portuguesa-LIBRAS e a consolidação determina o
sentido que se modula conforme o contexto.
6. Perspectivas
36
7. Referências bibliográficas
BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação
linguística. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
37
DIAS, C. A. Terminologia: conceitos e aplicações. Ci. Inf., Brasília, v. 29, n. 1, p.
90-92, jan./abr. 2000.
Dicionário Digital LIBRAS Cristão – DDCL, São Paulo, 2007. Disponível em:
http://www.surdosonline.com.br/ e
http://sistemas.virtual.udesc.br/surdos/dicionario.
L’EPÉE, C-M. L’institution des sourds muets, por la voie des signes
methodiques.Paris, France, 1776.
38
MARINHO, M. L. O ensino de Biologia: o intérprete e a geração de sinais.
(Dissertação de Mestrado em Linguística do Instituto de Letras) Universidade de
Brasília, Brasília-DF, 2007.
SILVA, O. L. da. Das Ciências do Léxico ao léxico nas Ciências: uma proposta
de dicionário português-espanhol de Economia Monetária. 2008. Tese
(Doutorado). São Paulo/SP: Universidade Estadual Paulista – UNESP, 2008.
39
STROBEL, K. L. e FERNANDES, S. Aspectos linguísticos da língua brasileira
de sinais. Curitiba: SEED/SUED/DEE, 1998.
8. Outras atividades
40