Diretrize

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Diretrizes Curriculares dos

cursos de saúde
Dr. Renato C. Teixeira
Movimentos de mudança
Evolução do conceito de Saúde

Limpeza

Ausência de doença

Estado de bem estar

Processo
Relatório Lalonde (1974)

∗ Saúde é determinada por


um conjunto de fatores
agrupáveis em quatro
categorias:
∗ Fatores biológicos
∗ Ambiente
∗ Estilo de vida
∗ Organização da atenção à
saúde
∗ 1978  I Conferencia Internacional sobre Cuidados
Primários de Saúde  Declaração de Alma Ata 
responsabilidade de combater a desigualdade entre
os povos e alcançar a meta de “Saúde para todos no
ano de 2000”
∗ 1986  I Conferência Internacional em Promoção de
Saúde  “pré requisitos fundamentais para a saúde: a
paz, a educação, a habitação, o poder aquisitivo, um
ecossistema estável, e conservação dos recursos
naturais e a equidade”
Reforma Sanitária

∗ 1986  VIII Conferencia Nacional de Saúde  saúde


é um direito de todos
∗ 1988  Constituição Federal  dever do Estado
∗ 1990  Lei 8080/90  SUS
∗ 1991  Programa de Agentes Comunitários da Saúde
∗ 1994  Programa Saúde da Família
Evolução do conceito de Ensino

Currículo

Currículo Mínimo

Diretriz Curricular

Projeto Pedagógico
Notas históricas

Século • Universidade de Leiden


(Holanda)
XVI • Glasgow (Escócia)

• Dicionário de Candido de
1899 Figueiredo

Representando um conjunto de assuntos


estudados pelos alunos ao longo do curso
Notas históricas

∗ 1918: “The curriculum”


(John Bobbitt)
∗ Deve-se formar um
trabalhador especializado
ou proporcionar uma
educação geral e
acadêmica à população?
Notas históricas

∗ 1º número: artigo de ∗ Enfatizava a importância da


Lourenço Filho intitulado elaboração de currículos e
“Programa Mínimo” programas que
considerassem as
necessidades sociais e as
capacidades individuais
Michael Apple

∗ “O Currículo nunca é simplesmente uma montagem


neutra de conhecimentos, que de alguma forma
aparece nos livros e nas salas de aula de um país.
Sempre parte de uma tradição seletiva, da seleção
feita por alguém, da visão que algum grupo tem do
que seja o conhecimento legítimo. Ele é produzido
pelos conflitos, tensões e compromissos culturais,
políticos e econômicos que organizam e
desorganizam um povo (APPLE, 2000, p. 53).
Forquim

Currículo ensinado
Currículo formal

Currículo aprendido
Prescrito O que os O que
pelos docentes efetivamente
programas e ensinam ou é aprendido
normas creem pelos alunos
ensinar
Currículo formal Perrenoud

Saberes ensinados
Currículo real
Programas, Processo em É adquirido
metodologias que os saberes pelos alunos
e meios de a ensinar são
ensino transformados
em ensinados
Moreira

∗ “Todas aquelas experiências organizadas e que se


estendem em torno do conhecimento escolar,
incluindo, os planos, as experiências e as relações
vividas por professores e alunos no processo de
ensinar e aprender conhecimentos”.
Reforma do ensino

∗ 1961  1ª LDB  CFE  currículos mínimos


∗ 1968  Lei 5540  CFE  currículos mínimos
∗ 1995  Lei 9131  CNE  diretrizes curriculares
∗ 1996  Lei 9394  universidades  fixar os
currículos respeitadas as diretrizes gerais
∗ 1997  orientação para as Diretrizes Curriculares dos
cursos de graduação
Evitar excesso de
Fortalecer a relação Liberdade as IES conteúdos
teoria pratica específicos

Indicar tópicos ou Incentivar a Evitar o


campos de estudo formação geral prolongamento dos
cursos

Reconhecer
Estimular o estudo
conhecimentos
independente
extras escolares
∗ 1997  Edital SESu  chamada pública
∗ 2001  Parecer 583  duração dos cursos fossem
objetos de resolução específica
∗ 2003  Parecer 67  principais diferenças entre
currículos mínimos e diretrizes curriculares
Currículo Mínimo Diretriz Curricular
Exercício do profissional enfeixadas Formação de nível superior como
em uma grade curricular um processo contínuo, autônomo e
permanente
Inibiam a inovação e a criatividade Ensejam a flexibilização curricular e
das instituições a liberdade de as instituições
Instrumento de transmissão de Orientam na direção de uma sólida
conhecimentos formação básica
Propunham mensurar desempenhos Propõem ser um referencial para a
profissionais no final do curso formação de um profissional em
permanente preparação
Pretendia um profissional Pretendem preparar um profissional
“preparado” adaptável a situações novas e
emergentes
Estavam comprometidos com a Não se vinculam a diploma e a
emissão de um diploma para o exercício profissional e sim a
exercício profissional formação do indivíduo
∗ 2003  Parecer 108  processo de discussão sobre
fixou a carga horária e tempo de integralização
∗ 2004  Parecer 210  obrigatoriedade de
implantação no prazo máximo de dois anos
∗ 2004  Parecer 329  fixa a carga horária e tempo
de integralização
∗ 2006  Parecer 184  ratifica o Parecer 329
∗ 2007  Resolução 02  dispõem sobre a carga
horária mínima e tempo de integralização
∗ 2009  Resolução 04  dispõem sobre a carga
horária mínima e tempo de integralização
Curso Carga horária
Biomedicina 3200
Ciências Biológicas 3200
Educação Física 3200
Enfermagem 4000
Farmácia 4000
Fisioterapia 4000
Fonoaudiologia 3200
Medicina 7200
Medicina Veterinária 4000
Nutrição 3200
Odontologia 4000
Psicologia 4000
Serviço social 3000
Terapia Ocupacional 3200
Tempo de Integralização

Grupo Integralização
2400 3 ou 4 anos
2700 3,5 ou 4 anos
3000 e 3200 4 anos
3600 e 4000 5 anos
7200 6 anos
Diretrizes Curriculares

∗ Garantir a flexibilidade, a criatividade e a


responsabilidade das instituições de ensino superior
na elaboração de suas propostas curriculares
2001

Fevereiro •Farmácia

Novembro
•Enfermagem, Medicina e
Nutrição
2002

•Odontologia, Fisioterapia,
Fevereiro Fonoaudiologia e Terapia
Ocupacional
•Ciências Biológicas e
Março
Serviço Social
2003

Fevereiro •Medicina Veterinária


Fevereiro •Biomedicina
2004

Março •Educação Física

Maio •Psicologia
Artigo 3º: Perfil do egresso

∗ Generalista, humanista, crítico, reflexivo


∗ Rigor científico e princípios éticos
∗ Conhecer e intervir sobre os problemas/condições de
saúde/doença
∗ Todos os níveis de atenção à saúde
∗ Senso de responsabilidade social, compromisso com a
cidadania e promotor de saúde
Artigo 4º: Competências gerais

∗ Atenção a saúde
∗ Tomada de decisões
∗ Comunicação
∗ Liderança
∗ Administração e gerenciamento
∗ Educação permanente
Artigo 5º: Competências específicas

∗ Parágrafo Único: formação do XXXX deve atender as


necessidades sociais da saúde, com ênfase no Sistema
Único de Saúde (SUS) e assegurar a integralidade da
atenção e a qualidade e humanização do atendimento.
Artigo 6º: Conteúdos essenciais

∗ I – Ciências Biológicas e da Saúde


∗ II – Ciências Humanas e Sociais
Artigo 7º: Estágio curricular

∗ Obrigatoriedade de incluir no currículo o estágio


supervisionado em hospitais gerais e especializados,
ambulatórios, rede básica de serviços de saúde e
comunidades
∗ A carga horária mínima do estágio curricular
supervisionado deverá totalizar 20% (vinte por cento)
da carga horária total do Curso de Graduação
Artigo 8º: Atividades
complementares

∗ Monitorias e estágios; programas de iniciação


científica; programas de extensão; estudos
complementares e cursos realizados em outras áreas
afins
Artigo 9º: Projeto pedagógico

∗ Construído coletivamente, centrado no aluno como


sujeito da aprendizagem e apoiado no professor
como facilitador e mediador do processo ensino-
aprendizagem.
∗ Este projeto pedagógico deverá buscar a formação
integral e adequada do estudante através de uma
articulação entre o ensino, a pesquisa e a
extensão/assistência.
Artigo 10: DCN / PPC

∗ Contribuir, para a compreensão, interpretação,


preservação, reforço, fomento e difusão das culturas
nacionais e regionais, internacionais e históricas, em um
contexto de pluralismo e diversidade cultural.
∗ Inovação e a qualidade do projeto pedagógico do curso
∗ Incluir aspectos complementares de perfil, habilidades,
competências e conteúdos  inserção institucional do
curso, a flexibilidade individual de estudos e o
desenvolvimento do setor saúde na região.
Artigo 12: TCC

∗ Deve incluir a elaboração de um TCC sob orientação


docente
Artigo 14 ou 15

∗ Avaliações dos alunos deverão basear-se nas


competências, habilidades e conteúdos curriculares
desenvolvidos tendo como referência as Diretrizes
Curriculares.
Michael Apple

∗ “O Currículo nunca é simplesmente uma montagem


neutra de conhecimentos, que de alguma forma
aparece nos livros e nas salas de aula de um país.
Sempre parte de uma tradição seletiva, da seleção
feita por alguém, da visão que algum grupo tem do
que seja o conhecimento legítimo. Ele é produzido
pelos conflitos, tensões e compromissos culturais,
políticos e econômicos que organizam e
desorganizam um povo (APPLE, 2000, p. 53).
Sobre o Projeto Pedagógico

∗ Todo projeto busca um rumo, uma direção. É uma


ação intencional, com sentido explícito, com um
compromisso definido coletivamente (DINIZ, 2008)

Projeto
Projeto
pedagógico de
político
curso

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Planejamento do PPC

∗ “Não é uma atividade a ser realizada apenas por


pedagogos ou por supostos intelectuais
especializados em pensar, a não ser que haja vontade
política de se excluir segmentos comunitários da
participação nesse processo” (PADILHA, 2008)

39
Padilha (2008)

∗ O processo de construção de um
projeto pedagógico é coletivo, não
individual. Deve ser planejado
cuidadosamente, para que a
dimensão política se cumpra, ou
seja, para que os interesses
conflitantes possam ser
equacionados por todos os atores
que compõem a esfera educacional
da instituição
40
Condições
das IES

Avaliação Prioridades

Redimensionamento Implementação

Reavaliação
Dificuldades (Gadotti, 2004)

∗ A pouca experiência democrática vivenciada pela


nossa sociedade
∗ A mentalidade que atribui aos técnicos a competência
para planejar
∗ A estrutura vertical do sistema educativo
∗ O autoritarismo presente na prática educacional
∗ O domínio das lideranças sobre a atividade política no
campo educacional

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Vasconcelos (2009)

∗ O comodismo por parte dos sujeitos que não querem


a desacomodação
∗ O imediatismo daqueles que não querem “perder
tempo” com discussões
O perfeccionismo daqueles que querem chegar a um
texto extremamente preciso e correto
∗ A falta de esperança/confiança na instituição

43
Vasconcelos (2009)

∗ O formalismo que tenta reduzir o Projeto a uma sequência


de passos, a um documento sem vida, a uma mera
reprodução do novo senso comum pedagógico
∗ A interferência daqueles que acham que definir uma linha
de trabalho para a escola é se “filiar” a alguma concepção
corrente
∗ A falta de experiência de caminhada comum enquanto
grupo, de condições objetivas para encontros e do
exercício democrático na escola.

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∗ Assim, podemos afirmar que a prática de construção
do Projeto pedagógico é sempre coletiva, requerendo
um trabalho coletivo, de professores, profissionais da
escola e comunidade e, que estes estejam envolvidos
e comprometidos com a aprendizagem dos
educandos e com a construção de um projeto
educativo que atenda a este comprometimento
(TEIXEIRA, 2010)

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