Teoria Da Personalidade de Erik Erikson - Com Cabeçalho

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CENTRO UNIVERSITÁRIO – FAG

CURSO DE PSICOLOGIA
Renovação de Reconhecimento Portaria N° 703, de 18 de Dezembro de 2013
DOU de 19 de Dezembro de 2013

ANA LAURA WORM VELLOSO


ANA LOIZI PENTEADO
ANNA CLARA SILVESTRO
EMANUELE DALASTRA
GABRIELA BOZZA
LARISSA SOUZA DOS SANTOS PEREIRA

TEORIA DA PERSONALIDADE DE ERIK ERIKSON

Cascavel
2023
CENTRO UNIVERSITÁRIO – FAG
CURSO DE PSICOLOGIA
Renovação de Reconhecimento Portaria N° 703, de 18 de Dezembro de 2013
DOU de 19 de Dezembro de 2013

ANA LAURA WORM VELLOSO


ANA LOIZI PENTEADO
ANNA CLARA SILVESTRO
EMANUELE DALASTRA
GABRIELA BOZZA
LARISSA SOUZA DOS SANTOS PEREIRA

TEORIA DA PERSONALIDADE DE ERIK ERIKSON

Trabalho apresentado à disciplina de Fundamentos da


Personalidade como requisito parcial para obtenção da
aprovação semestral no Curso de Psicologia do Centro
Universitário Assis Gurgacz.
Professor (a): Esp. Jessica Gaspar da Costa

Cascavel
2023
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DOU de 19 de Dezembro de 2013

1. INTRODUÇÃO
Esse trabalho tem como objetivo de ampliar o conhecimento sobre as teorias da
personalidade baseado na psicanálise.

A criação de uma teoria é fortemente influenciada pela história de vida do teórico,


com Erik Erikson não foi diferente, ele desenvolveu os Oito Estágios do Desenvolvimento
Psicossocial baseado em sua visão de mundo, porém ele teve muito embasamento na teoria de
Sigmund Freud.

Diferente de outras teorias psicanalíticas, a de Erikson segue uma linha de


ampliação e complementação a teoria de Freud. Além dos estágios na infância, com algumas
modificações, houve a criação dos estágios a partir da adolescência até a velhice, que possui
um modo psicossexual específico. Ele também cunhou a expressão crise de identidade ou crise
psicossocial que contém em cada estágio da vida, que é originada de um conflito entre o
elemento sintônico e distônico. A resolução desse conflito origina uma força básica, ou
qualidade do ego, mas se não houver um equilíbrio, o indivíduo pode desenvolver uma
patologia central.

E o ponto principal que diferencia sua teoria é a crença de que a personalidade é


fortemente moldada pela história, cultura e biologia. Para chegar nesses resultados ele baseou-
se em estudos antropológicos, estudando diversos povos e culturas e estudo da psico-história,
uma junção de psicanálise e história para análise da vida individual e coletiva de um indivíduo,
que inclusive foi criado por Freud.
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2. BIOGRAFIA
Quem era Erick Erikson? Ele próprio tinha dificuldade de responder à pergunta.
Nasceu na Alemanha, na cidade Frankfurt, no dia 15 de junho de 1902, filho de Karla
Abrahamsen, uma dinamarquesa de família judia rica. Ela era casada com Valdemar Isidor
Salomonsen, seu padrasto na época. Não há nenhuma informação sobre o pai biológico de Erik,
já que Karla fugiu para Frankfurt grávida, então quando ele nasceu seus pais já estavam
separados. Esse fato fez Erikson buscar seu pai durante toda sua vida.

Em 1905 sua mãe se casou novamente com Theodor Homburger.


Consequentemente, em 1908, o nome de Erik Salomonsen foi mudado para Erik Homburger, e
em 1911 ele foi oficialmente adotado por Theodor e teve duas meias-irmãs.

Durante seu crescimento, tinha uma grande preocupação em descobrir sua


identidade. Tanto que quando adulto citou essa situação, que descreveu como uma “confusão
de identidade”. Após terminar a escola, não começou a frequentou a escola médica como seu
padrasto queria, na realidade, foi para a escola de Arte que ficava em Munique, mas acabou
desistindo durante o processo. Sem ter certeza do que queria fazer, ele e seu amigo Pedros Blos,
passaram a vagar pela Alemanha e Itália como artistas. Um tempo depois, esse mesmo amigo
chamou Erik para ser tutor de arte para crianças que os pais tinham passado pela psicanálise de
Anna Freud, filha de Sigmund Freud.

Anna, ao conhece-lo, notou seu interesse pelo bem-estar das crianças na escola, e
o incentivou a estudar psicanálise no Instituto Psicanalítico de Vian. E ali Erik se especializou
em análise de crianças e estudou o método de Montessori de educação. No ano de 1933 recebeu
o diploma de Instituto Psicanalítico de Viena. E dois anos antes, em 1931, se casou com Joan
Mowant, que também trabalhava na escola em que ele fez pesquisas desenvolvimentais com
Anna Freud.

Com Joan, Erik teve 4 filhos, porém o último nasceu com síndrome de Down, e
sem perguntar para sua esposa, que ainda estava sedada pelo parto, tomou a decisão de colocar
Neil em uma instituição, ou seja, rejeitando-o. Ao chegar em casa mentiu aos outros três filhos
que o bebê tinha morrido ao nascer. No futuro, seus filhos descobriam da existência de seu
irmão mais novo quando tiveram que organizar o funeral do próprio.
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Em 1933, se mudou para Boston nos Estados Unidos, onde ali sua carreira
decolou, abriu uma clínica para terapia infantil e lecionou em Harvard, Berkeley e Yale. Foi
nessa época, por ainda ter muitos problemas com sua identidade e o fato de não saber quem era
seu pai biológico, mudou seu sobrenome para Erikson.

Erik se aprofundou na ligação entre a psicologia e a antropologia e assim foi


convidado para observar a educação das crianças dos nativos Sioux na reserva indígena de Pine
Ridge, em Dakota do Sul. E dois anos depois, visitou um lugar semelhante no Norte da Carolina
para estudar a nação Yurok. Esses povos foram de extrema importância para a ajuda da
construção de sua teoria. Em 1950 publicou sua obra mais conhecida, ‘Infância e sociedade’,
obteve o reconhecimento de ser um dos melhores da sua área no país e criou o conceito de
“crise de identidade”.

Em 1960 voltou a Harvard como professor de desenvolvimento humano e lá ficou


até sua aposentadoria, em 1970. E em 1994 faleceu na cidade Harwick, Massachusetts, Costa
Leste dos EUA.

3. CONCEITOS PRINCIPAIS DA TEORIA


Para o entendimento da teoria e dos Estágios do Desenvolvimento do Erik Erikson,
requer o conhecimento de alguns conceitos básicos.

3.1. Crise de Identidade


A crise de identidade ocorre a partir da adolescência e é a transformação de uma
luta psicossocial que o ser humano passa em cada estágio da vida, é um ponto de virada que
pode fortalecer ou enfraquecer o indivíduo e sua personalidade. Vale ressaltar que não é
necessariamente um evento catastrófico.

3.2. Ego
Erikson definiu o ego como a capacidade de uma pessoa de unificar experiências e
ações de uma maneira adaptativa (Erikson, 1963), ou seja, para ele é algo moldado pela
sociedade. Também acreditava que era parcialmente inconsciente e era o centro da
personalidade que criava a noção do “eu”, uma identidade pessoal. É ele que impede que as
pessoas percam sua individualidade ao passar pelas crises e conflitos.
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Ele também identificou três aspectos do ego. O ego corporal que é referente a forma
como vemos o nosso corpo (self físico), as nossas satisfações ou insatisfações perante a ele,
mas sabemos que é o único que temos e se difere das outras pessoas. O ideal do ego, a
comparação que fazemos com um ideal já estabelecido, imagem que temos de nós mesmos. E
por fim, a identidade do ego, temos diversos papeis sociais e temos uma imagem de nós mesmo
em cada um desses papeis.

3.3. Pseudoespécie
Erik Erikson viveu em meio a Segunda Guerra Mundial e por meio de sua teoria
encontrou uma explicação para toda violência contra outras nações, ele o chamou de
pseudoespécie.

Diferentes sociedades moldam a personalidade de seus indivíduos nos valores de


sua cultura, isso leva que eles tenham uma visão etnocêntrica, ou seja, alguns traços de
desenvolvimento da personalidade são reprimidos e julgam quem não os reprimem. Erik
chamou esse fenômeno de pseudoespécie, uma a ilusão que uma sociedade tem de que ela é a
escolhida para ser a espécie humana (descrição dos objetivos nazistas de criar uma espécie
humana pura).

3.4. Princípio Epigenético


Termo emprestado da embriologia, “epigênese significa que uma característica se
desenvolve sobre outra no espaço e no tempo” (Evans, 1967, p. 21-22), Erik decretou que o ego
se desenvolve ao longo de vários estágios da vida que acontecem no momento certo, quando se
desenvolve adequadamente ele passa para o próximo estágio, que é construído sobre o estágio
anterior, não o substituindo.

3.5. Elemento Sintônico (harmonioso) e Elemento Distônico (perturbador)


É uma interação/conflito de opostos, todo indivíduo precisa passar por essa
experiência pois é ela que produz a força básica.

3.6. Força básica


É uma qualidade do ego ou uma força do ego que é originada pelo choque entre os
elementos sintônicos e distônico.
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3.7. Patologia central


Ela é originada quando há pouca força básica, ou seja, se no conflito o elemento
distônico sobressai-se, a força básica não se formará da forma correta e acarretará no
desenvolvimento de sua antítese, o seu oposto, resultando na patologia central daquele estágio,
que compromete em todo o resto do desenvolvimento psicossocial daquele ser humano.

4. ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL


4.1. Lactância (0 a 1 ano)
Primeiro estágio psicossocial, é a época de incorporação, do modo psicossexual
oral-sensorial, além de estarem recebendo coisas por meio de outra pessoa, o leite, eles também
recebem estímulos sensoriais e o ar sem ajuda de terceiros. Mas por estarem dependentes de
outras pessoas para seu sustento, eles aprendem a confiar, mas também adquirem desconfiança
quando suas necessidades não são supridas. E é por esse motivo que a relação significativa
desse estágio é a figura materna.

Nesse cenário acontece a primeira crise psicossocial, onde a confiança básica


(elemento sintônico) entra em conflito com a desconfiança básica (elemento distônico). Com a
resolução bem-sucedida dessa crise, eles adquirem a primeira força básica: esperança. O sentido
de esperança se encaixa na situação de que os bebês terão capacidade de esperar que suas
angústias sejam atendidas e saberão que será de uma forma satisfatória. Caso não desenvolva a
esperança de forma adequada, sua antítese surgirá, o retraimento, a patologia central do lactante.

4.2. Infância Precoce (2 a 3 anos)


Nesse segundo estágio psicossocial é marcado pelo modo anal-uretral-muscular,
isso quer dizer que a criança começa a ter mais controle sobre seu corpo, como caminhar, correr,
pegar brinquedos, até mesmo o controle da própria urina e fezes. Quando sua autonomia
(elemento sintônico) não é bem-sucedida, essa criança experimenta a dúvida e vergonha
(elemento distônico), surgindo a nova crise psicossocial. Os pais, que continuam
desempenhando um papel essencial, e a sociedade podem inibir a autonomia da criança
causando vergonha caso ela suje as calças, por exemplo, e também causar dúvida na capacidade
dela de conseguir realizar certas atividades.
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A autonomia só é desenvolvida caso a criança tenha conseguido adquirir a


confiança básica do primeiro estágio, exemplificando na prática o princípio epigenético, pois é
a construção de um estágio encima de outro.

Com a resolução da crise psicossocial surge a segunda força básica: vontade. É o


primeiro passo para a criação do livre-arbítrio e força de vontade. Caso não haja o equilíbrio, a
vontade inadequada surge como compulsão, a patologia central desse estágio.

4.3. Idade do Jogo (3 a 5 anos)


Terceiro estágio do desenvolvimento, é onde ocorre o complexo de Édipo, diferente
de Freud que colocava o complexo no centro da fase fálica, Erikson acreditava que era somente
uma peça importante do desenvolvimento, mas que não era prejudicial a sua personalidade.
Além de toda identificação com seus pais explicadas no complexo de Édipo, as crianças
também aperfeiçoam a linguagem, movimentos, imaginação.

Marcada pelo modo psicossexual genital-locomotor, ao aumentarem as habilidades


cognitivas sua imaginação também expande, elas incluem fantasias edípicas que produzem o
sentimento de culpa, surgindo a nova crise psicossocial, iniciativa (sintônico) versus culpa
(distônico). Com a resolução da crise origina a força básica: o propósito de alcançar seus
objetivos. Mas sem o equilíbrio, quando a inciativa prevalece, a criança não terá princípios
morais, e se a culpa prevalecer, ela se torna moralista e inibida. Chegando no ponto da patologia
central do estágio: inibição.

4.4. Idade Escolar (6 a 13 anos)


Faixa etária onde o ciclo social de estende além da família. O modo psicossexual é
a latência, que entra em acordo com Freud, onde a criança começa a colocar suas energias para
o aprendizado e interações sociais. Ela desenvolve o senso de diligência (elemento sintônico),
que é o empenho de realizar tarefas bem, e entra em conflito com a inferioridade (elemento
distônico) que é quando não consegue atingir seus objetivos, esse sentimento deve ser
experimentado para servir de impulso para melhorar.

Esse conflito origina a força básica competência, a confiança de usar suas próprias
habilidades para resolução de problemas, mas se a luta não alcançar o equilíbrio, é possível que
regridam ao estágio anterior, essa regressão se chama inércia, a patologia central desse estágio.
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4.5. Adolescência (13 a 18 anos)


Erik Erikson foi um dos primeiros teóricos a considerarem a importância do
descobrimento de identidade passado pelos adolescentes, ele chamou de desenvolvimento de
identidade de ego. A crise psicossocial que os adolescentes passam é identidade (sintônico)
versus confusão de identidade (distônico). Nessa fase Erik considera que eles podem tentar e
errar para construir sua personalidade, para descobrir quem são no meio social.

A identidade vem das informações de sua infância e também do contexto histórico


e social. Mas é normal os jovens rejeitarem os padrões dos pais ou até mesmo das pessoas da
sua idade, que a princípio são suas relações significativas, e por isso intensifica a sua confusão
de identidade. Ao terem dúvidas de quem são, eles conseguem estabelecer no futuro uma
identidade estável, e assim a força básica fidelidade surge, que é a fé em sua própria ideologia,
pode ser religiosa, políticas e sociais. A patologia central que surge pelo desequilíbrio é o
repúdio do papel, que dá oportunidade a desconfiança, ou seja, a falta de autoconfiança e
também dá espaço ao desafio, onde o adolescente irá se rebelar contra a autoridade.

4.6. Início da idade adulta (19 a 30 anos)


O modo psicossexual genitalidade é descrita como a confiança mútua e
compartilhamento estável com uma pessoa amada. Depois de adquirirem a identidade, o
indivíduo deverá ser capaz de conseguir unir sua identidade com a de outra pessoa, sem ter
medo de perder sua individualização, isso terá como produto a intimidade (elemento sintônico).
Mas caso ele não consiga tal feito, é chamado de isolamento (elemento distônico), pois há uma
incapacidade de arriscar sua identidade pelo outro.

Se os indivíduos conseguem passar por essa crise de identidade, surge a força básica
amor, onde a comprometimento, amizade, paixão sexual, competição e cooperação. Mas ainda
existe a possibilidade de desenvolver a patologia central exclusividade, que bloqueia a
capacidade de cooperação e de se comprometer.

4.7. Idade adulta (31 a 60 anos)


É a fase de reconhecer seu lugar na sociedade e do modo psicossexual
procriatividade que consiste na necessidade de gerar filhos e assumir a responsabilidade de
cuidar. A crise se desenrola em volta da generatividade (elemento sintônico) que é definido pela
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geração de seres e um mundo melhor para eles, contra a estagnação (elemento distônico),
quando estão absorvidas em si.

A interação entre os dois gera a força básica do cuidado, um desejo/instinto natural


do ser humano, mas há a possibilidade de surgir a rejeição como patologia central do estágio.

4.8. Velhice (60 anos em diante)


O modo psicossexual final da velhice é a sensualidade generalizada, onde consiste
em obter prazer de diversas outras formas, como sons, sabores, sensações físicas como abraços
e também estimulação genital.

Mas isso depende do controle da integridade (elemento sintônico) diante do


desespero (elemento distônico), se o indivíduo possuir uma identidade de ego forte,
desenvolveram intimidade e cuidaram de pessoas, a integridade vai prevalecer sobre o
desespero, que surge com a percepção de estar perdendo o cônjuge, os amigos, a força corporal,
a capacidade mental, a independência e a utilidade social.

Ao passar por essa luta, a sabedora surge, que é a última força básica da vida, mas
sem a harmonia certa, a patologia central da velhice cresce, o desdém, que é a reação diante do
desespero de estar na finitude da vida. Também é nessa fase que as relações significativas se
voltam a toda humanidade, encerrando o ciclo.

Erik e sua esposa começaram a escrever sobre um possível novo estágio, sobre a
vida em uma idade mais avançada, mas nem ele, nem Joan viveram o suficiente para terminar
esse estágio.

5. CRÍTICAS A TEORIA DE ERIK ERIKSON


A teoria de Erikson, como já mencionado anteriormente, é baseada em sua visão de
mundo, visão essa que tem muito vestígio da arte e princípios éticos. Porém para ser
considerada uma teoria científica, a própria ciência deve julgar conforme seus padrões e
critérios.

O primeiro critério é a capacidade de gerar mais pesquisas, e a teoria de Erik é


considerada um pouco acima da média. Conceitos como identidade do Ego, por exemplo, gerou
diversas pesquisas e estudos. Agora no critério refutação, ganhou classificação na média, pelo
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fato de que os conteúdos dos estágios psicossociais do desenvolvimento podem ser explicados
por outras teorias.

Hoje em dia, já se tem um amplo conhecimento sobre personalidade, e infelizmente


o psicanalista não conseguiu abordar e organizar de forma adequada alguns conhecimentos
como motivação e traços pessoais, deixando a teoria limitada. Em outros campos, como a
gerontologia e terapias de casais, as diretrizes gerais são de grande suporte, porém a uma
precariedade em informações mais específicas, deixando sua teoria muito ampla.

Os termos usados para rotular as crises, forças básicas e patologias centrais foram
traduzidos e escolhidos com muito cuidado, sendo considerados precisos, isso garante uma alta
coerência interna. E por fim, no critério de parcimônia, ou seja, simplicidade e qualidade, está
também na média, pois as descrições e termos dos estágios psicossociais são bem
desenvolvidos, mas as fases posteriores não foram bem diferenciadas, voltando ao porque a
teoria é considerada ampla.

6. CONCLUSÃO
Diante do exposto, o grupo achou a teoria bem coerente, pois além de Erikson trazer
o inconsciente, ele também trouxe marcos do desenvolvimento, esse fato deu a sensação de ter
mais credibilidade. Das três teorias de psicanálise estudadas até o momento, essa foi bem mais
aceita.

As críticas que levantamos, gira em torno da hipocrisia do autor, pois como visto
em sua biografia, Erik Erikson abandonou seu filho mais novo, Neil, ao nascer com Síndrome
de Down. O que o torna contraditório, sua teoria deixa evidente que em um estágio específico
da vida, a idade adulta, o ser humano tem o impulso de querer gerar e cuidar de seus
descendentes, e que a força básica é o cuidado, algo natural. A conclusão que chegamos são
duas vertentes, a primeira é que Erikson acabou tendo uma das patologias centrais de sua teoria,
a rejeição; ou, como é de conhecimento geral, naquela época a descriminação com pessoas
deficientes eram recorrentes e visto como algo normal, e a possibilidade de Erik não enxergar
seu filho como sua prole por causa do preconceito é grande, então seria uma “desculpa” para
ele não se encaixar no meio das pessoas que possuem a patologia central da rejeição.
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7. REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Tiago, Biografia de Erik Erikson: Vida pessoal / profissional e Psicanálise.
Psicoativo. 2020. Disponível em: https://psicoativo.com/2016/10/biografia-de-erik-erikson-
vida-pessoal-profissional-e-psicanalise.html. Acesso em: 03 set. 2023

FEIST, J; FIEST, G; ROBERTS, T. Erikson: Teoria Pós-freudiana. in: FEIST, Jess et all. (Org).
Teorias da Personalidade. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. cap. 8. p. 128 - 165.

SILVA, Carlos Eduardo Lins. Criador da 'crise de identidade' morre nos EUA. Folha de S.
Paulo, São Paulo, sábado, 14 maio 1994.

JACOB, Luciana Buainain. Desenvolvimento psicossocial: Erik Erikson. 2019. Disponível


em: https://eaulas.usp.br/portal/video.action?idPlaylist=9684. Acesso em: 31 ogo. 2023.
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8. APÊNDICE

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