IBRACON - Projeto de Edificios Altos
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DOI − http://dx.doi.org/10.4322/1809-7197.2020.99.0001
RESUMO
Os autores consideram no texto se os parâmetros normativos conforto dos usuários dessas edificações, com respeito à escolha
da ABNT NBR 6118 e 6123 estão alinhados com o projeto de do sistema estrutural e à necessidade de contratação de ensaio de
Palavras-chave: projeto de estruturas, edifícios altos, normalização, sistema estrutural, túnel de vento.
N
ovos desafios estão cada NORMALIZAÇÃO EXISTENTE
vez mais presentes na vida COM O PROJETO ESTRUTURAL A consulta à nossa “norma mãe”
de um projetista estrutural. DE PRÉDIOS ALTOS nos remeteu a uma análise que foi feita
A evolução dos modelos e dos No desenvolvimento dos projetos na época em que tivemos grandes mu-
softwares permite uma análise cada estruturais de prédios altos, constan- danças, mais precisamente em 1980
vez mais precisa da estrutura e isto temente nos questionamos e refleti- e 2003.
vem sendo muito bem aproveitado mos sobre os conceitos e premissas Nesta época, lembro de questiona-
pelos arquitetos. que são consolidados para as estru- mentos no sentido de que as novas exi-
É necessário, no entanto, avaliar o turas usuais. gências normativas indicariam que os
tamanho e as necessidades de conhe- Acreditamos que a “norma deve prédios projetados pela norma anterior
cimento para cada desafio. Se o proje- refletir o estado da arte da engenha- (com bom desempenho em uso) não
tista se apoiar “cegamente” em normas ria no momento” (conforme orienta- atenderiam a determinados conceitos
e softwares, os resultados obtidos po- ção da ABNT). Esta frase é importan- da nova norma.
dem comprometer o desempenho es- te para entendermos que as normas No trabalho de conclusão de curso
perado para a estrutura. precisam de uma evolução constante Concepção estrutural e dimensiona-
O projeto de edifícios altos exige e que é extremamente perigoso usar mento de pilares de um edifício de con-
um constante questionamento so- normas ultrapassadas para estrutu- creto armado pelas normas NB1 (1960)
bre os conceitos consolidados e os ras atuais. e NBR 6118 (2003) – Uma visão de se-
modelos de cada estrutura. É impor- Da mesma forma, estruturas ino- gurança (Peviani, G., 2014), concluiu-
tante entender se esses refletirão, vadoras podem não estar contempla- -se que a norma NB1/60 era adequada
de uma forma aceitável, a estrutura das pelas normas atuais e podem ser ao tipo de edificações, materiais (mais
em uso (sobretudo no estado limite necessárias análises complementares, especificamente o concreto) e veda-
de utilização, na análise do conforto que deverão fazer parte de revisões fu- ções utilizados na década de 60, dei-
do usuário). turas dessas normas. xando de ser adequada às edificações
Fonte VO
A 70 m/s 252 km/h
B 43 m/s 155 km/h
C 42,8 m/s 154 km/h
D 42 m/s 151 km/h
E 39 m/s 140 km/h
F 36,8 m/s 132 km/h
G 35,2 m/s 127 km/h
H 34,9 m/s 126 km/h
I 33,2 m/s 120 km/h u Figura 1
J 31,9 m/s 115 km/h Proposta de Mapa de Isopleta Vo para NBR 6123 – Fonte: Matthew Bruce Vallis (2019)
Apesar de grandes contribuições do subcomitê da ABECE que analisa sugestões para a revisão da norma NBR 6123, com grande colaboração do eng. Johann A Ferrareto,
1
u Figura 4a
Forma do pavimento-tipo de um edifício de 165m de altura (9,5m de largura, esbeltez de 17,4), com paredes de concreto
laterais, grandes pilares-paredes e conexões com vigas para formação de pórticos. Fonte: Pedreira Engenharia
u Figura 4b
Perspectiva do Edifício da Fig. 4a
Fonte: Pedreira Engenharia
3. CONCEPÇÃO ESTRUTURAL
Mark Sarkisian, em seu livro
“Designing tall buildings”, faz uma aná-
lise do Sistema estrutural adequado
u Figura 5a
para os diversos números de pavimen-
Forma do pavimento-tipo de um edifício de 170m de altura (21,5m de largura,
tos (Figura 3).
esbeltez de 7,9), com paredes de concreto laterais, grandes pilares-parede
Apesar de muito altos, os prédios e conexões com vigas, para formação de pórticos. Fonte: Pedreira Engenharia
no Brasil ainda não estão na faixa dos
u Figura 5b
Perspectivado edifício anterior u Figura 6
Fonte: Pedreira Engenharia Inclusão de elementos de outriggers na estrutura da fig.5. Fonte: Pedreira Engenharia
2
Baseado na contribuição de Johann A Ferrareto ao subcomitê da ABECE com base no CTBUH, ASCE, Eurocode AIJ-GEH-2004 para obrigatoriedade do ensaio de túnel
de vento.
O fenômeno de desprendimento de
vórtices (movimento forte e giratório do
vento que surge quando este encon-
tra um anteparo prismático, conforme
observado na Figura 8) é algo pouco
intuitivo e, por isso, extremamente pe-
rigoso.
Difícil acreditar que este fenômeno
ocorra em estruturas com tanta massa
quanto os nossos edifícios. Difícil, mas
acreditem, pode ocorrer sim e o túnel
de vento nos mostrar isso.
Tivemos uma estrutura que preci-
sou alterar completamente a arquitetu-
ra em função deste fenômeno, visto na
Figura 9, onde o vento na direção 20
u Figura 9
provoca, através do desprendimento
Análise de aceleração em função dos dados do túnel de vento
de vórtices, acelerações muito maiores
Fonte: STO (Eng. Sérgio Stolovas)
que nas outras direções.
u REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS