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Centro Universitário de Brasília- UniCEUB


Faculdade de Ciências da Educação e Saúde - FACES

SUENY ANDRADE BATISTA

PERFIL SOCIOECONÔMICO, DE SAÚDE, NUTRICIONAL, DE ESTILOS DE VIDA E


COMPORTAMENTAL DE MULHERES ADULTAS ATENDIDAS NA CLÍNICA-
ESCOLA DE NUTRIÇÃO DO UNICEUB

Brasília
2013
14

SUENY ANDRADE BATISTA

PERFIL SOCIOECONÔMICO, DE SAÚDE, NUTRICIONAL, DE ESTILOS DE VIDA E


COMPORTAMENTAL DE MULHERES ADULTAS ATENDIDAS NA CLÍNICA-
ESCOLA DE NUTRIÇÃO DO UNICEUB

Monografia apresentada como requisito para


conclusão do curso de Bacharelado em
Nutrição pela Faculdade de Ciências da
Educação e Saúde do Centro Universitário de
Brasília – UniCEUB.
Orientadora: Prof. Ms. Patrícia Martins
Fernandez

Brasília
2013
14

SUENY ANDRADE BATISTA

PERFIL SOCIOECONÔMICO, DE SAÚDE, NUTRICIONAL, DE ESTILOS DE VIDA E


COMPORTAMENTAL DE MULHERES ADULTAS ATENDIDAS NA CLÍNICA-
ESCOLA DE NUTRIÇÃO DO UNICEUB

Monografia apresentada como requisito para


conclusão do curso de Bacharelado em
Nutrição pela Faculdade de Ciencias da
Educação e Saúde do Centro Universitário de
Brasília – UniCEUB.
Orientadora: Prof. Ms. Patrícia Martins
Fernandez

Brasília, 02 de julho de 2013

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Cristiane Dormundo Nerys

Prof.o Yuri Vuscovic

___________________________________________________________________________

Prof. Ms. Patrícia Martins Fernandez


14

AGRADECIMENTOS

À Deus que tudo torna possível.

Aos meus pais Eli e Suely por estarem ao meu lado em todos os momentos. O amor de vocês,
o estímulo, o carinho e a compreensão são a alma dessa vitória.

Aos meus irmãos Eli Júnior e Élisson pelo apoio, amizade e incentivo, mesmo estando
distantes.

Ao meu namorado Felipe pela presença, paciência e amizade.

À minha cunhada Laura pela tradução do meu trabalho.

Às minhas queridas amigas de sala, que se tornaram parte fundamental da minha vida.

À professora e orientadora dessa pesquisa, Patrícia, por doar seu tempo, boa vontade, amizade
e contribuições para aprimorar o trabalho.

À professora Cristiane Dormundo e ao professor Yuri Vuscovic, pela gentileza ao aceitarem


meu convite para participar da banca examinadora.

Aos professores do curso e orientadores de estágio pelo aprendizado e enriquecimento


pessoal.

À Dóris pela paciência e dedicação em encontrar todos os prontuários utilizados neste estudo.

À todos que de certa forma torceram e acreditaram neste sonho.

Muito obrigada!
14

RESUMO

Objetivo: Traçar o perfil socioeconômico, de saúde, nutricional e de estilos de vida dos


pacientes da Clínica-Escola de Nutrição do UniCEUB, assim como o seu o estágio de
mudança comportamental.

Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, de naturezas qualitativa e quantitativa. As fichas


de atendimento da Clínica-Escola de Nutrição foram analisadas e, através da técnica de
observação, realizou-se um levantamento dos indicadores socioeconômicos, de estilos de
vida, de saúde, nutricionais e de mudança comportamental. A amostra foi constituída de
prontuários de 72 mulheres adultas com mais de 20 anos de idade, atendidas no segundo
semestre de 2012. Os parâmetros utilizados para avaliar os indicadores foram: o Sistema
Vigitel, a Organização Mundial da Saúde, o Guia Alimentar para a população brasileira e o
Modelo Transteórico. Após a coleta de dados, efetuou-se uma análise estatística-descritiva.

Resultados: As pacientes da clínica-escola apresentam perfil de excesso de peso e obesidade,


medidas elevadas de circunferência da cintura e alta prevalência de transtornos
gastrointestinais; baixo consumo hídrico e alto consumo de óleo e sal. Quanto ao perfil
comportamental, foi possível estabelecer o estágio de decisão como predominante. Foram
identificadas associações positivas entre o consumo hídrico e consumo de açúcar, consumo de
sal e consumo de óleo; e ingestão de óleo e circunferência da cintura. A idade associou-se ao
aumento da circunferência da cintura e ao aumento de peso. A última associação encontrada
refere-se à renda e aumento de peso.

Conclusão: Tais resultados indicam a importância do planejamento de ações na área da saúde


e a qualificação dos serviços prestados, levando-se em consideração o perfil do público alvo,
visando enfrentar de forma mais eficaz as Doenças Crônicas Não Transmissíveis e seus
fatores de risco. Ressalta-se que as intervenções nutricionais podem ser aprimoradas pela
utilização de ferramentas como o modelo transteórico e ações de educação alimentar e
nutricional.

Palavras-chave: Doenças crônicas não transmissíveis. Obesidade. Modelo transteórico.


14

ABSTRACT

Objectives: To trace the socioeconomic, health, nutritional and the lifestyle profiles of the
patients from the Hospital School of Nutrition of UniCEUB as well as the stage of their
behavioral changes.

Methods: It is a descriptive study, with quantitative and qualitative indicators. The forms of
the Hospital School of Nutrition of UniCEUB were analyzed and, applying the observation
technique, a survey about the socioeconomic, lifestyle, health, nutritional profiles and
behavioral changes indicators were made. The sample was constituted of 72 forms from
females at ages 20 and above who were attended in the second semester of 2012. The
parameters used to evaluate the indicators were the Vigitel System, the World Health
Organization, the Nourish Guide for the brazilian population and the Transtheoretical Model.
After collecting the data, a descriptive statistic analysis of the variables was made and the
possible relation between them was identified.

Results: The patients of the Hospital School present overweight and obesity profiles, an
increase of the waist circumference measurement and the high prevalence of gastrointestinal
disorders; low fluid intake and excess of oil and salt. With respect to the behavioral profile, it
was possible to establish the decision stage as the predominant. Positive relations between
the fluid and sugar intake; salt and oil intake; oil intake and the waist circumference
measurement were identified. The age of the patients was associated to the increase of the
waist circumference and to the weight gain. The last association obtained refers to the income
and the weight gain.

Conclusion: Such results indicate the significance of a health planning act and the
qualification of the service, taking into account the target profile, aiming to face powerfully
the chronic non communicable diseases and its risk factors. Note that the nutritional
interventions may be improved by the application of the transtheoretical model and actions for
food and nutritional education.

Key-words: Chronic non communicable diseases. Obesity. Transtheoretical model.


14

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 8
2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 10
3 OBJETIVO .......................................................................................................................... 12
3.1 GERAL ................................................................................................................................ 12
3.2 ESPECÍFICOS ................................................................................................................... 12
4 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................... 13
4.1 SUJEITOS DA PESQUISA ................................................................................................. 13
4.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO/EXCLUSÃO DOS SUJEITOS.............................................. 13
4.2.1 Critérios de inclusão ...................................................................................................... 13
4.2.2 Critérios de exclusão ..................................................................................................... 13
4.2.3 Aspectos éticos ............................................................................................................... 13
4.3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 13
4.3.1 Parâmetros para avaliar os indicadores ...................................................................... 15
4.3.1.1 Estilos de vida............................................................................................................... 15

4.3.1.2 Saúde ............................................................................................................................ 15

4.3.1.3 Nutricional .................................................................................................................... 16

4.3.1.4 Mudança comportamental ............................................................................................ 16

4.3.2 Análise dos dados ........................................................................................................... 17


5.0 RESULTADOS ................................................................................................................. 20
5.1 PERFIL DAS PACIENTES ................................................................................................. 20
5.1.1 Socioeconômico .............................................................................................................. 20
5.1.2 Estilos de vida ................................................................................................................. 20
5.1.3 Saúde ............................................................................................................................... 20
5.1.4 Nutricional ...................................................................................................................... 20
5.1.5 Mudança Comportamental............................................................................................. 22
5.2 RELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS .................................................................................... 22
6 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 25
7 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 29
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 30
APÊNDICE A – CHECK-LIST ............................................................................................... 34
14

ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ......................... 35


ANEXO B – FICHA DE ANAMNESE ................................................................................... 38
ANEXO C – FICHA DO PROTOCOLO DE TRIAGEM DO ESTÁGIO DE MUDANÇA
ALIMENTAR COMPORTAMENTAL DOS PACIENTES ................................................... 41
ANEXO D – FICHA DE AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA ........................................... 43
8

1 INTRODUÇÃO

Com o aumento da expectativa de vida e consequente envelhecimento da população,


associados às profundas mudanças sociais, econômicas, demográficas e culturais ocorridas
mundialmente, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como obesidade, câncer,
diabetes mellitus e doenças cardiovasculares têm configurado como a maior causa de
mortalidade e incapacidade no mundo inteiro, sendo responsáveis por 63% dos óbitos anuais
(OPAS,2003; BRASIL, 2012a).

A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008-2009 mostra uma tendência


crescente e grave de excesso de peso e obesidade na população, em especial entre os
indivíduos com mais de 20 anos. Ainda segundo a POF, 12,5% dos homens e 16,9% das
mulheres apresentam obesidade (IBGE, 2010).

Tratando-se da dieta brasileira, têm-se observado uma mudança no perfil alimentar da


população, contribuindo para o quadro de excesso de peso e obesidade e aumento da
prevalência de DCNT. As mudanças nos hábitos alimentares da população brasileira são
reforçadas pela POF 2008-2009, evidenciando o aumento do consumo de açúcares livres e
calorias advindas de gorduras totais e saturadas, redução da ingestão de frutas, hortaliças e de
alimentos básicos, como arroz e feijão (IBGE, 2010).

Este momento é propício para a oferta de serviços de saúde que possam auxiliar a
população na tomada de escolhas alimentares saudáveis. Entende-se como escolha alimentar o
ato de selecionar alimentos que satisfaçam as necessidades biológicas e/ou gustativas, sendo a
mesma influenciada por aspectos socioambientais, econômicos, preferências individuais e
coletivas, qualidade organoléptica dos alimentos, bem como fatores relacionados à saúde do
indivíduo (JOMORI; PROENÇA; CALVO, 2008). Estes determinantes associados à valores
culturais, antropológicos e psicológicos definem o comportamento alimentar, sendo o mesmo
relacionado às variáveis intrínsecas do sujeito (JOMORI; PROENÇA; CALVO, 2008;
TORAL; SLATER, 2007). Além disso, sabe-se que aspectos como a abertura do comércio
brasileiro às indústrias alimentícias estrangeiras provenientes da globalização, bem como a
busca pelo padrão estético atual, também influenciam de forma significativa no
comportamento alimentar (GARCIA, 2003; BLEIL, 1998; TORAL; SLATER, 2007).

Neste sentido, a avaliação do grau de confiança das pessoas em aderir a uma


recomendação, frente aos determinantes do seu comportamento, têm sido importante na
14

prática dos atendimentos nutricionais em ambulatórios de forma a repercutir em um


planejamento adequado do modelo de intervenção nutricional e, consequentemente, um
estado de saúde e prevenção das DCNT (SICHIERI et al, 2000). Um dos modelos de teoria do
comportamento destacados para essa avaliação é o modelo transteórico, conhecido também
como modelo de estágio de mudança comportamental, criado na década de 80 por Prochaska
e DiClemente com o intuito de avaliar a mudança comportamental referente ao abandono do
tabaco (MURTA; TRÓCCOLI, 2005). Atualmente, o método têm sido uma alternativa para se
compreender a mudança de comportamento relacionada a outros aspectos além do tabagismo,
como uso de álcool e drogas, câncer de mama, hábitos alimentares, entre outros
(ANDRETTA; OLIVEIRA, 2008; FISBERG et al., 2005; TORAL; SLATER, 2007). O
modelo auxilia na compreensão do processo de mudança comportamental, sendo este avaliado
por meio de cinco estágios: pré-contemplação, contemplação, decisão ou preparação, ação e
manutenção (FISBERG et al., 2005). Esse modelo têm sido praticado nos atendimentos
individualizados da Clínica-Escola de Nutrição do Centro de Atendimento Comunitário
(CAC) do UniCEUB desde o ano de 2006.

Atualmente, a Clínica é um local que reúne alunos do 5º ao 8º semestre em estágios


curriculares, desenvolvendo atividades de atendimento ambulatorial. O serviço, direcionado à
população em geral, é oferecido ao público prioritariamente de baixa renda e têm sido
discutida a necessidade de expansão e aperfeiçoamento desses serviços, frente à crescente
procura por serviços nutricionais gratuitos (LORENSATTO; OLIVEIRA, 2008;
GOUDBAUM et al., 2005). Villwok et al. (2007) destacam que as clínicas-escolas
constituem-se, muitas vezes, no único meio de acesso da população aos serviços
especializados de saúde. Assim, as clínicas têm buscado o constante aprimoramento dos
serviços e da qualificação dos profissionais que atuam diretamente com os pacientes.

Com base nestas considerações, o presente estudo busca identificar o perfil da situação
socioeconômica, de saúde e de nutrição, além do grau de motivação para a mudança alimentar
da clientela da Clínica-Escola de Nutrição.
10

2 JUSTIFICATIVA

Desde o final da década de 90, o governo brasileiro têm discutido a importância do


planejamento de ações no cenário da promoção da saúde e prevenção de doenças para o
enfrentamento dos fatores de risco para o surgimento das DCNT por meio da Política
Nacional de Alimentação e Nutrição – PNAN (BRASIL, 2012a). Tendo em vista a divulgação
pela OMS dos principais fatores de risco responsáveis em grande parte pela morbimortalidade
por DCNT (hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, baixa ingestão de frutas e hortaliças,
sobrepeso ou obesidade, inatividade física e tabagismo), é necessária a redefinição das ações
previstas no atendimento ambulatorial em Nutrição (OPAS, 2003).

Somado ao cenário epidemiológico citado, estima-se que 70% dos gastos do Sistema
Único de Saúde no País são para a intervenção das DCNT (BRASIL, 2009), este em grande
parte, ainda aquém em oferecer uma rede de ações que supra uma demanda cada vez maior.
Diante disso, é fato que os serviços de saúde precisam discutir a busca pela qualificação das
ações de saúde e que uma das maneiras para tal é o continuo monitoramento de indicadores
que resultam na escolha alimentar da população, sendo possível identificar pacientes que
necessitam de cuidados e predizer o recurso humano, físico e intervencional necessário à
realidade encontrada (MANOS et al., 2002).

É imperativo, portanto, a investigação do perfil do público alvo atendido nas clínicas-


escolas, neste caso as mulheres, como forma indicativa dos caminhos a serem percorridos na
busca da qualificação de tais serviços. Tal compromisso está sendo reforçado pelo Plano de
ações estratégicas para o enfrentamento das DCNT entre os anos de 2011 e 2022 (BRASIL,
2011). Destaca-se nesse plano que a alimentação inadequada e a obesidade são alguns dos
fatores de risco para os principais grupos de doenças crônicas no cenário epidemiológico atual
(doenças do aparelho circulatório, câncer, respiratórias crônicas e diabetes) e que, desta
forma, é fundamental o acompanhamento dos indicadores de alimentação e nutrição, de
doenças e de mudança do comportamento alimentar. Tal procedimento auxiliará também no
planejamento e implementação de políticas públicas efetivas, integradas, sustentáveis, de
modo a fortalecer os serviços de saúde voltados para a atenção aos portadores de doenças
crônicas.

Por fim, o documento estabelece algumas metas nacionais que reforçam a relevância
da presente pesquisa como a redução das prevalências do consumo nocivo de álcool e da
14

prevalência da obesidade, do aumento da prevalência de atividade física, do aumento do


consumo de frutas e hortaliças, redução do consumo médio de sal e da prática de tabagismo.
12

3 OBJETIVO

3.1 GERAL

Traçar o perfil socioeconômico, de saúde, nutricional e de estilos de vida dos pacientes


da Clínica-Escola de Nutrição do UniCEUB, assim como o estágio de mudança
comportamental.

3.2 ESPECÍFICOS

- Levantar as características socioeconômicas, de estilos de vida, de saúde e de nutrição dos


pacientes da Clínica-Escola de Nutrição.
- Observar o estágio comportamental frente às recomendações alimentares no início da
intervenção nutricional.
- Correlacionar os indicadores socioeconômicos, de estilo de vida, de saúde, de nutrição e
comportamental, para identificar suas possíveis relações.
- Destacar a importância da educação alimentar e nutricional nos serviços de nutrição.
13

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 SUJEITOS DA PESQUISA

A amostra foi constituída de prontuários de 72 mulheres adultas com mais de 20 anos


de idade, atendidas na Clínica-Escola de nutrição do UniCEUB, no segundo semestre de
2012.

4.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO/EXCLUSÃO DOS SUJEITOS

4.2.1 Critérios de inclusão

Mulheres adultas, com mais de 20 anos, atendidas na Clínica-Escola de nutrição do


Uniceub no segundo semestre de 2012. Deverá constar o termo de consentimento livre e
esclarecido devidamente preenchido e assinado (TCLE) (ANEXO A).

4.2.2 Critérios de exclusão

Mulheres com idade abaixo de 20 anos, gestantes, atendimento em outro período que
não seja no segundo semestre de 2012, ou não ter devidamente preenchido ou assinado o
TCLE.

4.2.3 Aspectos éticos

Os procedimentos metodológicos do presente trabalho foram preparados dentro dos


procedimentos éticos e científicos fundamentais, como disposto na Resolução N.º 196, de 10
de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A coleta de
dados foi iniciada após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. E na execução e
divulgação dos resultados será garantido o total sigilo da identidade dos participantes e a não
discriminação ou estigmatização dos sujeitos da pesquisa, além da conscientização dos
sujeitos quanto à publicação de seus dados.

4.3 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo, de naturezas qualitativa e quantitativa, com emprego


da técnica de observação através da análise das fichas de atendimento da Clínica-Escola de
14

Nutrição, constituído de levantamento de indicadores socioeconômicos, de estilos de vida, de


saúde, nutricionais e de mudança comportamental (TABELA 1).

Para iniciar, construiu-se um check-list (APÊNDICE I) de dados contemplando todos


os indicadores para a análise dos prontuários a partir da 1ª consulta dos pacientes do sexo
feminino com 20 anos ou mais atendidos no segundo semestre de 2012 na Clínica-Escola de
Nutrição.

Este check-list construído no Microsoft Excell 2007 contemplou os indicadores


anteriormente citados (TABELA 1), obtidos a partir da análise qualitativa da Ficha de
Anamnese (ANEXO B), da ficha do protocolo de triagem do estágio de mudança alimentar
comportamental dos pacientes (ANEXO C) e da ficha de avaliação antropométrica (ANEXO
D), contidas no prontuário do paciente. Foram incluídas as opções “prontuário inadequado” e
“dado indisponível”, onde a primeira se refere ao não entendimento da informação escrita
pelo estagiário e a segunda pela ausência da informação.

Tabela 1 – Tabela de indicadores e variáveis descritivas analisadas das pacientes do sexo


feminino da Clínica-Escola de Nutrição do UniCEUB, Brasília, DF- Brasil, 2013.

INDICADOR VARIÁVEIS DESCRITIVAS

SOCIOECONÔMICO Sexo, idade, renda familiar, escolaridade e número de pessoas por domicílio.

ESTILOS DE VIDA Etilismo, atividade física e tabagismo.

SAÚDE Doenças crônicas (diabetes, hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia),


circunferência da Cintura (CC), índice de massa corporal (IMC) e transtornos
gastrintestinais.

NUTRICIONAL Ingestão hídrica, frequência diária de frutas e hortaliças, quantidade mensal de óleo e
sal e frequência diária do consumo de alimentos adoçados.

MUDANÇA Estágio de mudança comportamental baseado no modelo transteórico: Pré-


COMPORTAMENTAL contemplação, Contemplação, Decisão, Ação e Manutenção.

Fonte: autoria própia

A coleta de dados iniciou-se após autorização da responsável da Clínica-Escola de


Nutrição do UniCEUB. Os procedimentos metodológicos do presente trabalho foram
preparados dentro dos procedimentos éticos e científicos fundamentais, como disposto na
Resolução N.º 196, de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério
15

da Saúde. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade
de Ciências da Educação e Saúde - Centro Universitário de Brasília no parecer N°
127.964/2012.

4.3.1 Parâmetros para avaliar os indicadores

4.3.1.1 Estilos de vida

A ingestão de álcool foi considerada independente da quantidade e da frequência


consumidas, assim, o indivíduo que auto-relatou o consumo de álcool, entrará na estatística
como portador deste estilo de vida. Para avaliar a prática de exercício físico, foi considerada
qualquer atividade física, independente da sua duração. Para a análise da variável descritiva
tabagismo, foi utilizado como parâmetro o Sistema Vigitel (2010). Este preconiza como
fumante o indivíduo que relatou a prática do hábito, independente do número de cigarros, da
frequência e da duração do hábito de fumar.

4.3.1.2 Saúde

O indicador saúde foi avaliado por diferentes classificações. Foram coletados os


seguintes dados da ficha de avaliação antropométrica: peso, altura e circunferência da cintura
(CC).

A Circunferência da Cintura foi classificada de acordo com a Organização Mundial da


Saúde (1998), onde valores > 80 cm caracterizam risco alto e > 88 cm, risco muito alto para o
desenvolvimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).

O peso e a altura foram utilizados para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC),
calculado a partir do peso em quilos dividido pelo quadrado da altura em metros, o qual será
interpretado segundo critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2008). Os valores de
referência de IMC utilizam como pontos de corte para normalidade ou eutrofia, o IMC entre
18,5 e 24,99kg/m2; desnutrição leve entre 17 e 18,49 kg/m2, desnutrição moderada entre 16 e
16,99 kg/m2, desnutrição grave com valores abaixo do IMC 16 kg/m2; sobrepeso, IMC entre
25 e 29,99kg/m2, obesidade grau I entre 30 e 34,99 kg/m2, obesidade grau II entre 35 e 39,9
kg/m2 e obesidade grau III com valores acima de 40 kg/m2. Para indivíduos idosos, os pontos
de corte proposto pela OMS (2008) são: 22 a 27 kg/m² para eutrofia, abaixo de 22 kg/m² para
desnutrição e a cima de 27 kg/m² para sobrepeso/obesidade.
16

4.3.1.3 Nutricional

O consumo hídrico foi avaliado de acordo com o gasto energético total (GET) do
recordatório apresentado na primeira consulta. Segundo o Guia Alimentar para a população
brasileira (2008), deve-se consumir 1ml/kcal de energia gasta para adultos em condições
moderadas de gasto energético e temperaturas ambientais não muito elevadas. Assim um
indivíduo que gasta 2.000 kcal deve consumir no mínimo 2 litros de água.

Para analisar a variável descritiva de consumo de frutas e hortaliças, utilizou-se o


Sistema Vigitel, 2010, que considerou como recomendação, o consumo de 5 porções diárias
de frutas e hortaliças. Para o cálculo de frutas e suco de frutas, considerou-se cada fruta ou
cada suco de fruta como equivalente a uma porção. Para hortaliças, considerou-se como
porção o hábito de consumir hortaliças cruas no almoço e no jantar e hortaliças cozidas
também no almoço de no jantar, assim totalizando 4 porções. A metodologia do Sistema
Vigitel (2010), limita em “três” o número máximo de porções diárias computadas para frutas
e em “um” o número máximo computado para sucos. Em relação às hortaliças, computou-se
um número máximo de quatro porções diárias, situação que caracteriza indivíduos que
informam o hábito de consumir hortaliças cruas no almoço e no jantar; e hortaliças cozidas
também no almoço e no jantar. No presente trabalho, foram computadas todas as porções de
frutas e hortaliças, não tendo um número máximo.

As variáveis de consumo de sal e consumo de óleo foram analisadas segundo a


diretriz 6 do Guia Alimentar para a População Brasileira (2008). O consumo de sal deve ser
de no máximo 5g/dia por pessoa, que equivale a 2000 mg de sódio. Segundo o mesmo guia
900 ml de óleo é suficiente para o preparo de alimentos de uma família composta por quatro
pessoas.

Em relação à ingestão de açúcar, computou-se como 1 frequência de consumo, uma


fonte de alimento adoçado com sacarose ou a presença de açúcar isolado

4.3.1.4 Mudança comportamental

O estágio de mudança comportamental foi baseado no algoritmo da percepção


alimentar das mulheres em função do modelo transteórico, que contempla os seguintes
estágios: Pré-contemplação, Contemplação, Decisão, Ação e Manutenção (TABELA 2). A
17

identificação do estágio comportamental é feita utilizando um questionário aplicado na


primeira consulta de nutrição na Clínica-Escola do UniCEUB.

Tabela 2 – Descrição das principais características dos estágios de mudança comportamental.

ESTÁGIO CARACTERÍSTICAS DOS INDIVÍDUOS

Não há intenção de realizar mudanças nos próximos seis meses. O indivíduo


PRÉ – reconhece que suas práticas alimentares são inadequadas, mas não está disposto a
CONTEMPLAÇÃO modificar sua alimentação. Encontra-se desmotivado e tende a apresentar maior
resistência para seguir orientações nutricionais.

Existe uma intenção de realizar mudanças nos próximos seis meses. O indivíduo
está decidido a modificar seu comportamento, mas sem um comprometimento
CONTEMPLAÇÃO decisivo. São reconhecidos os possíveis benefícios decorrentes de uma mudança
alimentar, mas diversas barreiras são percebidas, como falta de tempo, o sabor e o
preço dos alimentos, a falta de habilidade na cozinha, etc.

Existe uma intenção de realizar mudanças no próximo mês. Muitas vezes o


PREPARAÇÃO (OU
indivíduo já prevê um plano de ação, como começar uma dieta de emagrecimento,
DECISÃO)
mas as mudanças ainda são pequenas e inconsistentes.

Há um envolvimento ativo na mudança de comportamento há menos de 6 meses.


AÇÃO O indivíduo colocou em prática o plano de ação previsto para modificar sua
alimentação e superou de alguma forma as barreiras antes percebidas.

As mudanças de comportamento são mantidas há pelo menos 6 meses. Há uma


MANUTENÇÃO consolidação dos ganhos obtidos até o momento, adotando-se uma alimentação
saudável como hábito.

Fonte: TORAL (2010).

4.3.2 Análise dos dados

Em relação à análise descritiva do check-list, as categorias foram identificadas em


termos de porcentagem, ressaltando que as mulheres com dados indisponíveis ou prontuários
inadequados foram excluídas de determinadas variáveis, como idade, renda familiar,
escolaridade, número de pessoas por domicílio, circunferência da cintura, índice de massa
corporal, transtornos gastrointestinais, ingestão hídrica, frequência diária de frutas e
hortaliças, consumo mensal de óleo, consumo mensal de sal, frequência diária de alimentos
18

adoçados com sacarose ou açúcar de adição e estágio de mudança comportamental. Na tabela


3 é possível identificar a quantidade de prontuários com dados válidos para cada variável.

Tabela 3 – Total de dados válidos para as variáveis analisadas, apresentadas pelos pacientes do sexo feminino da
Clínica Escola de Nutrição do UniCeub, Brasília, DF- Brasil, 2013.

VARIÁVEL TOTAL DE DADOS VÁLIDOS


Idade 71
Renda familiar 46
Escolaridade 27
Número de pessoas por domicílio 71
Etilismo 72
Atividade Física 72
Tabagismo 72
Doenças Crônicas 72
Tipo de Doença Crônica 72
Circunferência da Cintura 62
IMC 69
Transtornos Gastrointestinais 71
Ingestão Hídrica 60
Frequência diária de frutas e hortaliças 55
Consumo mensal de óleo 43
Consumo mensal de Sal 41
Frequência diária de alimentos
adoçados com sacarose ou açúcar de 71
adição
Estágio de Mudança Comportamental 69

Fonte: autoria própia.

Para verificar associações entre as variáveis, foram utilizados os testes qui-quadrado,


p-valor simulado de Monte Carlo, coeficiente de correlação de Pearson, coeficiente de
correlação dos Postos de Spearman, t de Student, de Wilcoxon e de Kruskall-Whallis, em
função do tipo de variável investigada e das correlações necessárias para alcance dos
objetivos propostos na pesquisa. Para análise de correlações, foi utilizado p-valor <0,5 como
padrão de significância.

Para facilitar a análise dos dados, as faixas de IMC e os estágios de mudança


comportamental foram subdivididos em grupos menores. O IMC passou a ter quatro
categorias: baixo peso (desnutrição leve, desnutrição moderada e desnutrição grave), eutrofia,
sobrepeso e obesidade (obesidade grau I, obesidade grau II e obesidade grau III); enquanto
19

que os estágios de mudança comportamental foram subdivididos em três: pré-


contemplação/contemplação, decisão e ação/manutenção.
20

5.0 RESULTADOS

5.1 PERFIL DAS PACIENTES

As porcentagens informadas correspondem aos dados válidos referentes à tabela 3. A


amostra foi constituída por 72 mulheres.

5.1.1 Socioeconômico

A idade variou entre 20 a 71 anos, com média de 34,8 anos. A renda média encontrada
aproximou-se de R$ 2.500,00, onde cerca de 74% (n=34) das mulheres atendidas possuem
renda superior a dois salários mínimos. Houve um único ponto atípico de renda (R$
8.000,00). Quanto ao nível de escolaridade, observou-se que cerca de 89% (n=24) do total de
27 respostas válidas correspondem a mulheres com nível maior ou igual ao ensino médio.

5.1.2 Estilos de vida

Entre as pacientes, cerca de 39% (n=28) consomem bebidas alcoólicas, 6% (n=4)


possuem o hábito de fumar e 50% (n=36) realizam a pratica de atividade física.

5.1.3 Saúde

A presença de doenças crônicas não transmissíveis foi declarada por 18% (n=13) das
mulheres atendidas, enquanto que cerca de 62% (n=44) referiram apresentar transtornos
gastrointestinais.

Constatou-se que cerca de 55% (n=34) das pacientes, apresentaram risco muito alto
para doenças crônicas não transmissíveis, conforme a circunferência da cintura. Em relação
ao IMC, 32% (n=22) das pacientes apresentaram sobrepeso e 35% (n=24) algum grau de
obesidade.

5.1.4 Nutricional

A ingestão hídrica e o consumo de frutas e hortaliças foram considerados adequados


para, respectivamente cerca de 43% (n=26) e 22% (n=12) das mulheres.
21

A distribuição do consumo de açúcar apresentou uma variação de frequências de 0 a 5


vezes/dia, observando–se elevada porcentagem de pacientes que apresentaram frequência zero
de açúcar. As frequências do consumo de alimentos adoçados com sacarose e de açúcar de
adição podem ser observadas na figura 2 a seguir.

Figura 2 - Frequências do consumo de alimentos adoçados com sacarose ou açúcar de adição apresentadas pelos
pacientes do sexo feminino da Clínica Escola de Nutrição do UniCeub, Brasília, DF- Brasil, 2013.

2,8%
4,2%

14,1% ZERO
33,8% UM
DOIS
TRÊS
QUATRO
25,4%
CINCO

19,7%

Fonte: autoria própia.

Em relação ao consumo mensal de sal e óleo, foi possível identificar que cerca de 61%
(n=25) das pacientes apresentaram alto consumo de sal, enquanto que 62% (n=26) alto
consumo de óleo. As frequências podem ser observadas na figura 3.
22

Figura 3 - Gráfico em barras da porcentagem dos consumos mensais de sal e óleo apresentados pelos pacientes
do sexo feminino da Clínica Escola de Nutrição do UniCeub, Brasília, DF- Brasil, 2013.

Fonte: autoria própia.

5.1.5 Mudança Comportamental

Ao analisar o estágio de mudança comportamental, cerca de 62% (n=43) das pacientes


se enquadraram no estágio de decisão, 30% (n=21) em pré-contemplação/contemplação e 7%
(n=5) em ação/manutenção.

5.2 RELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS

Observou-se, que as mulheres que fazem atividade física tendem a estar mais no
estado de mudança comportamental de ação/manutenção. No entanto, isso não se verificou
pelo teste Qui-quadrado com significância de 5%, apenas com 10%.

A proporção de mulheres que não consumiam açúcar foi semelhante para as que
possuíam ingestão hídrica adequada e inadequada. Porém as que apresentaram ingestão
hídrica adequada tendem a apresentar baixas frequências de consumo de açúcar (1 a 2 vezes),
sendo estatisticamente significativo.
23

Cabe destacar que as mulheres que apresentaram alto consumo de sal tendem a ter alto
consumo de óleo. As pacientes com elevada ingestão de óleo, estão propensas ao risco muito
alto para doenças crônicas não transmissíveis, segundo a circunferência da cintura.

O IMC apresentou correlação significativa com a variável circunferência da cintura,


dessa forma quanto mais elevado o IMC, maior o risco para o desenvolvimento de doenças
crônicas não transmissíveis.

As correlações descritas anteriormente são verificadas pelos valores de p-valor


apresentadas na tabela 4, a seguir:

Tabela 4 – Relações significativas encontradas entre as variáveis relacionadas ao consumo e antropometria do


público feminino da Clínica Escola de Nutrição do UniCEUB, Brasília, DF- Brasil, 2013.

RELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS P-VALOR

INGESTÃO HÍDRICA ADEQUADA E FREQUÊNCIA DE AÇÚCAR 0,035

CONSUMO DE SAL E CONSUMO DE ÓLEO 0,032

CONSUMO DE ÓLEO E CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA 0,009

IMC E CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA <0,001

Fonte: autoria própia

A análise da Tabela 5 descreve que as mulheres em eutrofia tendem a estar nos


estágios de ação/manutenção, enquanto que as pacientes com baixo peso e sobrepeso estão no
estágio de decisão. As mulheres em sobrepeso ou algum grau de obesidade apresentam a
tendência de estarem nos estágios de pré-contemplação/contemplação. Porém, estas
tendências não apresentam um p-valor significativo.
24

Tabela 5 - Distribuição conjunta das variáveis “IMC” e “Estágio de Mudança Comportamental”, apresentadas
pelos pacientes do sexo feminino da Clínica Escola de Nutrição do UniCeub, Brasília, DF- Brasil, 2013.

COMPORTAMENTO

IMC PRÉ CONTEMPLAÇÃO/ AÇÃO/ TOTAL


DECISÃO
CONTEMPLAÇÃO MANUTENÇÃO

0 (0,00%) 4 (100,00%) 0 (0,00%) 4 (100,00%)


BAIXO PESO
4 (21,05%) 11 (57,89%) 4 (21,05%) 19 (100,00%)
EUTROFIA
5 (25,00%) 15 (75,00%) 0 (0,00%) 20 (100,00%)
SOBREPESO

OBESIDADE 10 (41,67%) 13 (54,17%) 1 (4,17%) 24 (100,00%)

TOTAL 19 (28,36%) 43 (64,18%) 5 (7,46%) 67 (100,00%)

Fonte: autoria própia

Através dos testes de comparação de média das variáveis, observou-se que as


mulheres com doenças crônicas não transmissíveis possuem idades mais elevadas. Isto é, as
médias das idades das pacientes aumentam de acordo com a gravidade da circunferência da
cintura e as médias de renda das pacientes aumentam com o excesso de peso, conforme
apresentado na tabela 6.

Tabela 6 – P-valores encontrados a partir dos resultados dos testes de comparação das médias das variáveis
apresentadas pelos pacientes do sexo feminino da Clínica Escola de Nutrição do UniCeub, Brasília, DF- Brasil,
2013.

RELAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS RESULTADOS ENCONTRADOS P-VALOR

IDADE X PORTADORAS DE DOENÇAS CRÔNICAS MÉDIA DE IDADE MAIOR

MULHERES COM DOENÇAS CRÔNICAS < 0,0001


58,04 ANOS
MULHERES SEM DOENÇAS CRÔNICAS 31,52 ANOS

IDADE X CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA MÉDIA DE IDADE MAIOR

RISCO MUITO ALTO 37,18 ANOS 0,01


RISCO ALTO 33,27 ANOS
SEM RISCO 14,62 ANOS

RENDA X IMC MÉDIA DE RENDA MAIOR

BAIXO PESO R$ 550


EUTROFIA 0,026
R$ 923,53
SOBREPESO R$ 1,859,18
OBESIDADE R$ 2.004,67

Fonte: autoria própia


25

6 DISCUSSÃO

Ao traçar o perfil socioeconômico da clientela feminina da Clínica-Escola de Nutrição,


alguns fatores podem ter prejudicado a análise dos dados, como o preenchimento inadequado
dos prontuários, assim a variável escolaridade pode não apresentar um perfil condizente com
a realidade, já que os dados não estiveram disponíveis em 45 prontuários, refletindo perda de
62,5% da amostra. A perda amostral da variável escolaridade e também de outras variáveis
reflete a necessidade de uma maior qualificação dos estudantes no registro do prontuário.

Ressalta-se que os dados indisponíveis constituem-se em sua maioria falha do


estagiário no preenchimento do prontuário, onde este é considerado elemento fundamental e
básico no gerenciamento, atendimento e como instrumento de educação permanente e de
pesquisa, possibilitando o registro de ampla quantidade de informações, pois contempla dados
relativos à identificação e à história do indivíduo no que tange o processo de adoecimento e
situação social, assim o seu preenchimento adequado é indispensável (MESQUITA;
DESLANDES, 2010; STUMPF et al, 1997).

A partir dos inquéritos do Estudo Nacional de Despesas Familiares (ENDEF) de 1974-


1975; da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN) de 1989; e das Pesquisas de
Orçamentos Familiares (POFs) de 2002 -2003 e 2008-2009 foi possível realizar a descrição da
tendência secular do estado nutricional dos adultos, tornando notável o aumento das
prevalências de excesso de peso e obesidade entre as mulheres pertencentes às faixas de renda
mais baixas (IBGE, 2010), não corroborando com os dados encontrados no presente estudo,
pois o ganho de peso aumenta proporcionalmente à elevação da renda das mulheres.

Segundo a POF 2008-2009, cerca de metade das mulheres possuem excesso de peso
no Brasil, sendo que 16,9% destas apresentaram algum grau de obesidade. (IBGE, 2010) Tal
tendência é reforçada na Clínica Escola de Nutrição, porém no presente estudo observou-se
que a prevalência da obesidade é elevada quando comparada a pesquisa, cerca de 18,1%
maior.

Grande parcela das pacientes atendidas na Clínica Escola de Nutrição não apresentou
diagnóstico referido para DCNT, porém possuem fatores de risco para o seu desenvolvimento,
como excesso de peso, obesidade, circunferência da cintura elevada e hábitos alimentares
inadequados como alto consumo de sal e óleo. No Brasil, as doenças do sistema circulatório
ganham destaque, pois são responsáveis por 30% de mortes relativas às DCNT, sendo a
26

hipertensão com maior prevalência no presente estudo e considerada importante fator de risco
para outras doenças crônicas, como doença renal crônica, diabetes, acidente vascular cerebral,
entre outras. (BRASIL, 2011)

Outra constatação da pesquisa foi a relação da circunferência da cintura elevada com


os diferentes graus de obesidade abdominal ou obesidade andróide, apontada como a medida
antropométrica melhor correlacionada à quantidade de tecido adiposo abdominal. O acúmulo
de gordura nesta região é considerado fator de risco para o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares, diabetes, dislipidemias e síndrome metabólica, mesmo que o IMC esteja
dentro da faixa de eutrofia, representando risco diferenciado quando comparada com outras
formas de distribuição corporal (VELOSO, SILVA, 2010; OLINTO et al, 2006).

Frente a isto, torna-se preocupante que grande parcela das pacientes atendidas tenha
risco para o desenvolvimento de DCNT, a partir da medida da circunferência da cintura.
Resultados semelhantes puderam ser constatados em estudos que realizaram tal medida. A
porcentagem de mulheres com cc>80 cm chegou a 57,4% em São Paulo (CRISTÓVÃO;
SATO; FUJIMORI, 2011), 62% em Pelotas, RS (OLINTO et al, 2006) e 58% no Maranhão
(VELOSO E SILVA, 2010).

A leitura da análise descritiva dos hábitos de vida deste estudo apontam para a baixa
porcentagem de mulheres com o hábito de fumar, apresentando resultados mais positivos do
que os apresentados pela Pesquisa Especial de Tabagismo (PETab, 2008), que apontou a
prevalência desse hábito em 13,1% das mulheres. Este resultado merece destaque, já que a
redução da prevalência de tabagismo em adultos é uma das metas propostas pelo Plano de
Ações Estratégicas para o enfrentamento de DCNT no Brasil, entre os anos 2011 e 2022.
Outro fato apontado pela análise é relativo ao baixo consumo de álcool, sendo relevante, já
que seu consumo nocivo é responsável por 2,3 milhões de morte anualmente, correspondendo
a 3,8% de todas as mortes do mundo. Assim seu baixo consumo corrobora com as
expectativas e metas de redução da prevalência de álcool, apontadas no Plano de ações
anteriormente citado (BRASIL, 2011).

Quanto aos hábitos alimentares, o alto consumo de óleo resulta em excesso de ingestão
calórica, sendo este armazenado no tecido adiposo, frequentemente responsável pela
formação de gordura localizada na região abdominal. Os depósitos de gordura existentes
podem ser classificados como depósitos gerais e depósitos hereditários, sendo que os últimos
27

possuem metabolismo mais lento, englobando o tecido adiposo abdominal, que tem como
característica resistência ao emagrecimento (MELO et al., 2012; NEVES; OLIVEIRA, 2007).

O consumo insuficiente de frutas e hortaliças aumenta o risco de DCNT, como


obesidade, câncer, diabetes e doenças cardiovasculares, responsáveis pelas principais causas
de morbidades e mortalidade no Brasil. Pesquisas desenvolvidas demonstram que esses
alimentos desempenham papel protetor no surgimento de DCNT, sendo que seu consumo
adequado e variado pode atuar na prevenção de 20% ou mais dos casos de câncer e na
redução no risco de desenvolvimento de cardiopatias. Este fato pode ser atribuído por estes
alimentos apresentarem baixa densidade energética, alto aporte de fibras, micronutrientes,
substâncias fitoquímicas e antioxidantes. A baixa ingestão de alimentos reguladores está
associada a 31% das doenças isquêmicas do coração e 11% dos casos de acidente vascular
cerebral. (BRASIL, 2009);

O baixo consumo de frutas e hortaliças têm se tornado fenômeno recorrente no Brasil,


identificado através das Pesquisas de Orçamentos familiares realizadas desde 1987. (BRASIL,
2010) Os resultados referentes ao consumo de frutas e hortaliças do presente estudo
mostraram que reduzida parcela da clientela feminina atendeu à recomendação mínima de
consumo diário de frutas e hortaliças estabelecido pelo Ministério da Saúde. O delineamento
transversal utilizado no presente trabalho impossibilita identificar o consumo regular desse
grupo de alimentos, podendo não refletir um perfil condizente com a realidade, mas os
resultados encontrados podem abrir caminhos para futuras intervenções.

Em relação ao baixo consumo hídrico identificado na pesquisa, isso implica no papel


da água em atuar em todos os sistemas e órgãos do organismo e também na regulação da
temperatura, necessária em todos os processos metabólicos, no transporte e excreção de
substâncias (BRASIL, 2008). Em contrapartida observaram-se fatores positivos nas pessoas
com consumo adequado de água, como a baixa frequência do consumo de alimentos e bebidas
processadas com alta concentração de açúcar e açúcar de adição em preparações caseiras e
bebidas, com alta prevalência de frequência zero de consumo.

Frente ao perfil nutricional e de saúde identificados no presente estudo, torna-se


positivo o fato destas pacientes estarem decididas a realizarem mudanças em seus hábitos
alimentares, comprovado pela alta classificação destas no estágio de decisão do modelo
transteórico. A identificação do estágio comportamental em que o paciente se encontra
possibilita um maior impacto na intervenção nutricional, uma vez que se pode desenvolver
28

ações educativas voltadas para cada estágio, promovendo maior motivação quanto às
mudanças alimentares no indivíduo (TORAL, 2010).

Neste sentido, discute-se a importância dos serviços de saúde assumirem o seu papel
em motivar os pacientes a evoluírem para o estágio de ação. O modelo transteórico torna-se
uma ferramenta para o alcance deste objetivo, mas deve ser aliado à ações de educação
alimentar e nutricional (EAN). As abordagens educativa e pedagógica da EAN devem dar
preferencia a processos ativos, integrando a teoria e a prática, através do envolvimento de
conhecimentos e práticas populares, contextualizados na realidade dos individuos, suas
familias e grupos. Este processo resulta no fortalecimento da participaçào ativa e ampliação
dos graus de autonomia, para as escolhas e práticas alimentares (BRASIL, 2012b).

Assim, a educação alimentar e nutricional deve basear-se numa perspectiva


problematizadora, ultrapassando a simples transmissão de informações, sendo capaz de gerar
situações de reflexão sobre situações cotidianas, buscando soluções e práticas alternativas,
envolvendo os vários determinantes do comportamento alimentar, dessa forma aumentando o
impacto de uma ação de promoção com vista a praticas alimentares saudáveis (BRASIL,
2012; TORAL et al, 2007).
29

7 CONCLUSÃO

Conclui-se que o perfil identificado das mulheres frequentadoras da Clínica-Escola de


Nutrição do UniCEUB apontam para a importância do planejamento de ações na área da
saúde, levando em consideração o perfil do público alvo, para qualificação dos serviços,
enfrentado de forma mais eficaz as Doenças Crônicas Não Transmissíveis e seus fatores de
risco. Ressalta-se que as intervenções nutricionais podem ser aprimoradas pela utilização de
ferramentas como o modelo transteórico e ações de educação alimentar e nutricional.

Por fim, para que haja fortalecimento dos serviços prestados, torna-se fundamental a
capacitação dos estagiários para o preenchimento adequado dos prontuários, de modo a
contribuir para um melhor mapeamento do perfil, o aprimoramento de estratégias no campo
da educação para interferir nas realidades identificadas, além da integração de esforços entre a
equipe de trabalho da Clínica-Escola para a supervisão dos atendimentos e do monitoramento
dos prontuários, possibilitando melhora nos serviços e o desenvolvimento de futuros estudos.
30

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obesidade. Revista brasileira de nutrição clínica, São Paulo, v. 21 (2), p. 117-24,
2006.Disponível em:
<http://www.ucg.br/ucg/eventos/Obesidade_Curso_Capacitacao_Ambulatorial/Material_Cons
ulta/Material_Nutricao/O%20impacto%20da%20moderniza%E7%E3o%20na%20transi%E7
%E3o%20nutricional%20e%20obesidade.pdf >. Acesso em: 22 Jun. 2013

TORAL, Natacha; SLATER, Betzabeth. Abordagem do modelo transteórico no


comportamento alimentar. Revista ciência e saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n.
6, Dez. 2007 . Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232007000600025&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 22 Jun. 2013.

TORAL, N. A alimentação saudável na ótica dos adolescentes e o impacto de uma


intervenção nutricional com materiais educativos baseados no modelo transteórico entre
escolares de Brasília-DF. (Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde
Pública para obtenção do título de Doutor). Faculdade de Saúde Pública da Universidade de
São Paulo. São Paulo, 2010. Disponível em:
< http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-14052010-080331/pt-br.php >. Acesso
em: 22 Jun. 2013.

VELOSO, Helma Jane Ferreira; SILVA, Antônio Augusto Moura da. Prevalência e fatores
associados à obesidade abdominal e ao excesso de peso em adultos maranhenses. Revista
brasileira de epidemiologia., São Paulo, v. 13, n. 3, Set, 2010 . Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-
790X2010000300004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 17 Jun. 2013.

VILLWOCK, C. et al. Perfil sociodemográfico e principais queixas dos pacientes


encaminhados à clínica-escola do serviço de atendimento psicológico – SESAP/ULBRA.
X Seminário Intermunicipal de Pesquisa. Universidade Luterana do Brasil,Guaíba, p. 1-4.
2007.
34

APÊNDICE A – CHECK-LIST

CHECK-LIST:

E.
NUNCA E.FUNDAMENTAL E.MÉDIO E.SUPERIOR
ESCOLARIDADE: FUNDAMEN E.MÉDIO E.SUPERIOR D.I. P.I.
ESTUDOU INCOMPLETO INCOMPLETO INCOMPLETO
TAL

IDADE (ANOS): D.I. P.I.

RENDA FAMILIAR: D.I. P.I.

SIM NÃO D.I. P.I.

POSSUI DCNT? SE SIM:

DIABETES HAS DISLIPIDEMIA D.I. P.I.

SIM NÃO D.I. P.I.


POSSUI
TRANSTORNOS SE SIM:
TGI?
ÊMESE PIROSE FLATULÊNCIA NÁUSEAS EPIGASTRALGIA D.I. P.I.

ETILISMO: SIM NÃO D.I. P.I.

TABAGISMO: SIM NÃO D.I. P.I.

ATIVIDADE FÍSICA: SIM NÃO D.I. P.I.

INGESTÃO HÍDRICA GET= IH= NORMAL BAIXO ALTO D.I. P.I.

CONSUMO DIÁRIO
1 PORÇÃO 2 PORÇÕES 3 PORÇÕES 4 PORÇÕES 5 PORÇÕES > 5 PORÇÕES D.I. P.I.
DE HORTALIÇAS

CONSUMO DIÁRIO
1 PORÇÃO 2 PORÇÕES 3 PORÇÕES 4 PORÇÕES 5 PORÇÕES > 5 PORÇÕES D.I. P.I.
DE FRUTAS

CONSUMO DIÁRIO
D.I. P.I.
DE AÇÚCAR

QUANTIDADE
D.I. P.I.
MENSAL DE SAL

QUANTIDADE
D.I. P.I.
MENSAL DE ÓLEO
NÚMERO DE
PESSOAS POR D.I. P.I.
DOMICÍLIO:
COM RISCO
CC CC = SEM RISCO COM RISCO ALTO MUITO D.I. P.I.
ALTO

IMC IMC= D. INTENSA D.MODERADA D. LEVE EUTROFIA SOBREPESO O. GRAU I O. GRAU II O.GRAU III D.I. P.I.

ESTÁGIO
COMPORTAMENTA PRÉ- CONTEM-
DECISÃO AÇÃO MANUTENÇÃO D.I. P.I.
L (APÓS PROPOR CONTEMPLAÇÃO PLAÇÃO
METAS)
35

ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA CLÍNICA-ESCOLA DE NUTRIÇÃO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E


ESCLARECIDO

Nome:______________________________________________________ Idade:_________

Data de Nascimento:____/____/____ Nacionalidade: ____________________

Endereço: __________________________________________________________________

Telefones: ________________________

Por este instrumento de consentimento por mim assinado dou plena autorização ao
UniCEUB, através do Estágio Supervisionado em Nutrição, por intermédio de seu supervisor
responsável, orientadores, professores e alunos devidamente autorizados a fazer a avaliação, o
diagnóstico, o planejamento de terapia nutricional em minha pessoa ou menor sob minha
responsabilidade de acordo com os conhecimentos e habilidades do nutricionista e dos
objetivos da clínica-escola de Nutrição, sintetizados a seguir:

1) Oferecer ao indivíduo e comunidade informações em nutrição, metas educativas e


plano alimentar individualizado segundo necessidade avaliada por estagiário e
profissional nutricionista responsável pela orientação no atendimento.

2) Propiciar a participação do indivíduo ou comunidade na tomada de decisão para a


prática de hábitos alimentares saudáveis por meio de técnicas e instrumentos
especialmente elaborados para tal finalidade.

3) Contribuir para o processo de formação do aluno a partir do contato com indivíduo ou


comunidade que precisem modificar suas práticas alimentares.
14

Tenho pleno conhecimento de que os diversos métodos e técnicas aqui aplicados para fins
de diagnóstico e tratamento nutricional serão selecionados e aplicados de acordo com a
avaliação nutricional detalhada durante o período de consultas individuais.

Além disso, declaro que fui informado que a fim de obter um melhor diagnóstico e
tratamento, a clínica-escola realiza avaliação corporal dos pacientes e, para isso, preciso trajar
ou autorizar o menor sob minha responsabilidade a vestir roupas próprias para esta avaliação
de peso, altura e composição de massa magra e gordura corporal (uso de short- sexo
masculino e short e top- sexo feminino) dentro dos consultórios.

Concordo com os métodos de avaliação e tratamento dietético adotados pela clínica-


escola, assim como a utilização dos dados do meu caso clínico ou do menor sob minha
responsabilidade para fins de pesquisas e estudos universitários, discussão da equipe da
clínica e encaminhamento de pareceres nutricionais para outras áreas da saúde. O uso dessas
informações será com a garantia de sigilo quanto aos dados pessoais e confidenciais
envolvidos no tratamento, assegurando absoluta privacidade no tratamento dos mesmos.
Estou ciente de que prontuário com tais informações ficará arquivado por até dois anos após a
alta ou abandono ao tratamento e que, posteriormente, será incinerado.

Declaro também que essas informações podem ser utilizadas para o monitoramento de
saúde e nutrição e do estágio de mudança comportamental dos pacientes da Clínica-Escola de
Nutrição do Centro Universitário de Brasília, que tem por objetivo realizar um monitoramento
dos indicadores de saúde, nutrição e motivacionais entre os pacientes da clínica-escola de
Nutrição. Para isso, a pesquisa será realizada por meio da análise dos prontuários dos
pacientes em relação às variáveis socioeconômicas dos indivíduos, situação de saúde como
presença de patologias, práticas sociais como etilismo e tabagismo, perfil dos hábitos
alimentares em relação ao consumo de frutas, verduras, sódio e óleo, além do nível
motivacional segundo modelo comportamental adotado pela clínica-escola de Nutrição. Após
esta análise, serão selecionados pacientes que se encontram em risco nutricional importante
segundo a situação de saúde e o perfil nutricional citado acima, que serão convidados, de
forma voluntária, a realizar exames bioquímicos para o melhor acompanhamento na clínica
escola. A coleta se dará por meio da parceria já existente do curso de biomedicina na Clínica
Escola para a rotina destes exames. Em relação à coleta de material biológico, este respeitará
todas as normas de respeito ao sigilo das informações do prontuário e resultados dos exames
14

(somente pela equipe responsável pelo monitoramento), assim como atendimento aos critérios
sanitários de realização da coleta de sangue, resultando em riscos não significativos para os
pacientes. Quanto aos benefícios, os dados serão utilizados para traçar um perfil de saúde e
nutrição dos pacientes da clínica-escola de Nutrição a fim de obter informações úteis para o
desenvolvimento de estratégias eficazes na adesão ao tratamento nutricional. Por fim, o
paciente poderá solicitar em qualquer momento do monitoramento de saúde e nutrição
descrito acima.

Eu, ______________________________________________________, aceito a participar do


projeto de pesquisa descrito acima. Fui informada de maneira clara e detalhada dos objetivos
e da metodologia da pesquisa e declaro ter lido e compreendido totalmente o presente termo
de consentimento.

Atenciosamente,

Brasília, _____ de ______________ de __________.

________________________________________

Prof. Patrícia Martins Fernandez

Supervisora da Clínica-Escola de Nutrição

Centro de Atendimento Comunitário do UniCEUB


38

ANEXO B – FICHA DE ANAMNESE

ANAMNESE (1a Consulta)

Queixa principal (QP) (registrar o motivo da procura pelo serviço)

Histórico da QP (identificar a evolução da queixa)

Antecedentes pessoais (AP)


Doenças Crônicas. Qual(is)? Cirurgias. Qual(is)?
Outros.
Antecedentes familiares (AF) (marcar com X somente se manifestarem em mãe e/ou pai)
HAS Obesidade Diabetes Dislipidemia Cardiopatia
Uso de medicamentos/ suplementos (registros os medicamentos, suplementos e/ou
vitaminas em uso)
Interação droga-nutriente: (Após a consulta)
Última vez que se consultou com médico e que fez exames: (Anexar exames- cópia ao
prontuário) _____/____/_____
Data da última menstruação (Sexo Feminino) _____/________
Apresenta algum distúrbio do Trato Gastrintestinal?
Êmese  Pirose Flatulência Náuseas Epigastralgia
Alergia Alimentar (Qual?)_____________________________
Intolerância Alimentar (Qual?)_______________________
Trânsito intestinal
Diário Obstipado Diarréia  Frequência: _______________
 Consistência das fezes:___________
História Social e Ambiental
 Tabagismo (Frequência, tipo e quantidade):
 Etilismo (Frequência, tipo e quantidade):
 Atividade física (Frequência, intensidade, duração):
 Sono (Quantidade de horas e qualidade)

Atividades rotineiras: (Escola, Atividades Físicas) - Tentar perceber através desta a rotina do
paciente e possíveis fatores que interferem nas escolhas alimentares como tempo para se alimentar,
local onde faz as refeições, disponibilidade de alimentos, etc...

Período do
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado
dia
14

Manhã

Tarde

Noite

Nível de estresse (auto avaliação):


Anamnese Alimentar

ESTADO
QUANT. EMOCIONAL
LOCAL /
ALIMENTOS (MEDIDA (ansioso,nervoso,
HORA
CASEIRA) triste,alegre) / NÍVEL
DE FOME
14

VET (Kcal) % CHO % PTN % LIP

VET (Kcal / Kg) CHO (g /Kg) PTN (g / Kg) LIP (g /Kg)

Variações de fim de semana (Você altera o seu hábito alimentar no final de semana? Quais as
principais mudanças?)
Compra e consumo: Sal (Kg/mês) Óleo (Lata /mês)
Açúcar (Kg/mês)
Número de pessoas da família: _______
Velocidade de mastigação:  Lenta  Normal  Rápida
Ingestão hídrica (somente de água pura):

Exame físico-clínico-nutricional (Realizar durante a avaliação antropométrica)


Antropometria (Preencher ficha anexa)
Aferição da Pressão Arterial Sistêmica _______________________
Classificação ______________________
Avaliação Metabólica - FAO 2001 (Após consulta)
Diagnóstico Nutricional (Após a consulta)
Avaliação da Motivação:
Bastante motivado Motivado Pouco motivado
Justificativa da Motivação
Conduta Nutricional (Prescrição da dieta, recomendações e / ou metas e/ou suplementação):
Justificativa da Conduta (Após a consulta)
Aluno Responsável pelas informações supracitadas:
Supervisionado por: Data:
41

ANEXO C – FICHA DO PROTOCOLO DE TRIAGEM DO ESTÁGIO DE MUDANÇA


ALIMENTAR COMPORTAMENTAL DOS PACIENTES

Protocolo de Triagem do Estágio de Mudança Alimentar Comportamental dos Pacientes


Nome do Paciente: _____________________________________________________
Entrevistador(a):________________________________________________________
Data:___/___/_____

1. Por que procurou o serviço de nutrição do CAC ? OBS: Pode ser assinalada mais de uma
opção.
( ) Gravidez
( ) Tentar emagrecer*
( ) Tentar comer de forma mais saudável
( ) Vontade da família
( ) Tentar ganhar peso
( ) Presença de alguma doença. Qual(is) doença(s)?_____________________________**
( ) Pelo serviço ser muito barato
( ) Decisão de outra pessoa
( ) Outros motivos ________________________________________________________
*ATENÇÃO ESTAGIÁRIO: divulgar a OFICINA DE REEDUCAÇÃO ALIMENTAR
**ATENÇÃO ESTAGIÁRIO: divulgar a OFICINA DE DIABETES para pacientes
diabéticos e familiares.
2. Como você avalia sua alimentação de maneira geral?
Adequada (passe para questão 3)
Relativamente adequada (não atingi a alimentação que considero ideal) - (passe para questão
4)
Inadequada (passe para questão 5)

3. Há quanto tempo você mantém uma alimentação adequada (“saudável”)?


Há menos de 6 meses (ESTÁGIO DE AÇÃO). (passe para questão 4)
Há 6 meses ou mais (ESTÁGIO DE MANUTENÇÃO). (passe para questão 4)

4. Caso você receba uma proposta para realizar novas mudanças em seus hábitos alimentares,
você se sente:
Confiante, continuarei mudando (AÇÃO/MANUTENÇÃO).
Confiante, estou decidido a iniciar uma mudança (DECISÃO).
Pouco confiante, mas posso tentar um início de mudança (CONTEMPLAÇÃO).
Não sinto necessidade de mudar (PRÉ-CONTEMPLAÇÃO).
14

OBS: Caso tenha respondido adequada ou relativamente adequada (não atingi a


alimentação que considero ideal) na questão 2, termine o questionário nesta questão 4.

5. Você pretende realizar mudanças na sua alimentação buscando hábitos mais saudáveis?
Sim (DECISÃO)
Sim, mas não sei quando iniciarei essas mudanças (CONTEMPLAÇÃO).
Não me sinto preparado (ESTÁGIO DE PRÉ-CONTEMPLAÇÃO).
OBS: Caso tenha respondido inadequada na questão 2, termine o questionário
nesta questão 5.

PERGUNTA PARA SER REALIZADA APÓS AS METAS:

6. Diante da proposta de recomendações/metas para mudar seus hábitos alimentares, você se


sente: (escolha apenas 1 opção).
Muito confiante em continuar mudando (AÇÃO/MANUTENÇÃO).
Confiante, este é o momento certo (DECISÃO).
Pouco confiante, mas posso tentar (CONTEMPLAÇÃO).
Acredita que ainda não chegou o momento certo (PRÉ-CONTEMPLAÇÃO).

PARECER COMPORTAMENTAL

Estágio de mudança comportamental em que o paciente se encontra:


__________________________
43

ANEXO D – FICHA DE AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

Nome: ____________________________Data de nascimento: ___/_____/______


Idade: ___________ Sexo: F ( ) M ( )

Avaliação Antropométrica

Altura: ________m Peso atual: _______kg Peso usual: _______kg


Peso meta 1(Data __/__/__) : ___kg Peso meta 2(Data __/__/__): ___kg
Peso meta 3(Data __/__/__) : ___kg Peso meta4(Data __/__/__): ___kg

Circunferência abdominal
Data Peso IMC Classificação do IMC Classificação de CA
(CA)
44

Dobras Cutâneas
FEMININO
Jackson & Pollock – 7 dobras DATA DATA DATA DATA DATA DATA DATA DATA DATA DATA

Diâmetro do Fêmur:

Diâmetro do Rádio Ulnar:

Diâmetro Úmero Radial:

Dobra Abdominal:

Dobra Medial da Coxa*:

Dobra Axilar Média:

Dobra Subescapular **:

Dobra Suprailíaca*:

Dobra Torácica (peitoral):

Dobra Triciptal* (**):

Circunferência da Cintura:

Circunferência do Tórax:

Circunferência da Panturrilha**:

Circunferência do Braço**:

% adequação de CB**

% adequação de CMB**

*idosos

Exame de Bioimpedância

Condicionamento: Sedentário ( ) Ativo ( ) Atleta ( )

Dados da Bioimpedância Data Data Data Data

% Gordura corporal

(B. Fat %)

Peso de gordura (Kg)

(B. Fat Kg)

% gordura alvo (Max/min)

(T. Fat %)
45

IMC (BMI)

TMB (BMR)

Peso ideal (T. Wgt Kg)

(Max/min)

Massa magra (Lean Kg)

% massa magra (Lean %)

Água (L) (Wtr Lt)

% água (Wtr %)

% água ideal (Max/min)

(T. Wtr %)
46

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