Leis Da Termodinmica

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Leis da Termodinâmica

Ondas eTermodinâmica
Luciana N unes
2023.1
Vimos anteriormente que...
⚫ Se os corpos estiverem a temperaturas diferentes,a energia pode ser

trocada entre eles por meio de calor.

⚫ No equilíbrio térmico os corpos em contato térmico deixam de trocar

energia.
⚫ A temperatura é a propriedade que determina se um corpo está em

equilíbrio térmico com outros corpos


Sistema Termodinâmico
Certa massa delimitada por
uma fronteira.
Sistema Aberto
Sistema que não troca massa com a
vizinhança, mas permite passagem
de calor e trabalho por sua fronteira.
Sistema fechado
Vizinhança do sistema.
Sistema que não troca energia
O que fica fora da
nem massa com a sua vizinhança.
fronteira

Processo Termodinâmico
Processo no qual ocorrem
variações no estado do sistema
termodinâmico.
Calor e Primeira Lei da Termodinâmica
⚫ Até por volta de 1850, os campos da termodinâmica e da mecânica
eram considerados dois ramos distintos.
⚫ A lei da conservação da energia parecia descrever somente certos
tipos de sistemas mecânicos.
⚫ James Joule e outros cientistas mostraram que a energia pode ser
adicionada (ou removida) de um sistema, ou por calor, ou realizando
trabalho sobre ele.
⚫ O conceito de energia foi ampliado para incluir a energia interna e
essa expansão da conservação da energia é chamada de primeira lei
da termodinâmica.

⚫ A lei da conservação da energia emerge como uma lei universal


da natureza.
Trabalho Realizado Durante Variações deVolume
⚫ O trabalho realizado pelo gás
sobre o pistão:

dW = Fdy = PAdy = PdV

⚫ O trabalho total realizado pelo


gás à medida que o seu volume
se altera de Vi para Vf é dado
por
Vf
W= 
Vi
PdV
Trabalho Realizado Durante Variações deVolume

⚫ O trabalho realizado por um gás de um estado inicial a


um estado final é numericamente igual a área sob a
curva conectando os estados no diagrama PV.

⚫ Expansão do gás: O trabalho realizado pelo gás é


positivo
Trabalho Realizado Durante Variações deVolume

⚫ O trabalho realizado por um gás de um estado inicial a


um estado final é numericamente igual a área sob a
curva conectando os estados no diagrama PV.

⚫ Compressão do gás: O trabalho realizado pelo gás é


negativo.
Convenções de Sinais: Calor
⚫ Calor - Modo de transferência de energia resultante da
diferença de temperatura entre dois sistemas (ou um
sistema e a vizinhança):

Q > 0 → calor que entra no sistema


Q < 0 → calor que sai do sistema
Exemplo 1
⚫ Expansão isotérmica de um gás ideal – Um gás sofre uma expansão
isotérmica (a temperatura constante) para uma temperatura T
, enquanto
o volume varia entre os limites V1 e V2. Qual o trabalho realizado pelo
gás?


Vf
W= PdV
Vi

⚫ De acordo com a equação do gás ideal: PV=nRT, podemos escrever


esta equação como:
Vf
W = nRT  dV = nRT ln V2
Vi V V1
⚫ Além disso T é constante:

V2 = P1 Logo, W = nRT ln P1
V1 P2 P2
Trabalho Realizado pelo Sistema
Depende do processo
⚫ O trabalho realizado por um sistema depende dos
estados inicial e final e do caminho seguido pelo sistema
entre estes estados:

Vf
W =P f (V f −Vi) W =P i (V f −Vi) W= 
Vi
PdV

O trabalho (W) não é uma variável de estado.


O calor que passa pelas fronteiras
do sistema depende do processo
⚫ A energia transferida por calor para fora
ou para dentro de um sistema também

depende do processo.

⚫ Considere as situações ao lado, em cada

caso, o gás tem as mesmas condições

iniciais de volume, temperatura e pressão

e é um gás ideal. Em (a), temos uma

expansão isotérmica. Em (b), temos uma

expansão livre.

⚫ Os estados inicial e final em ambos os


casos são iguais, mas os caminhos são
O calor (Q) não é uma variável
diferentes. de estado.
Primeira Lei da Termodinâmica
❖ A primeira lei da termodinâmica é uma generalização da lei da conservação da

energia que engloba mudanças na energia interna.


❖ Energia interna: é toda a energia de um sistema que está associada com suas

componentes microscópicas – átomos e moléculas – quando vistas de um

sistema de referência em repouso com respeito ao objeto.

- Energia cinética de translação,de rotação ou de vibração das moléculas;


- Energia potencial das moléculas;
- Energia potencial entre moléculas.

❖ Há dois mecanismos pelos quais podemos alterar a energia interna do sistema:


- Processos envolvendo a transferência de energia pela realização de trabalho;
- Processos envolvendo a transferência de energia pela troca de calor
Primeira Lei da Termodinâmica
❖ Portanto, podemos definir a primeira lei da termodinâmica como:

U = Q −W Conservação de energia

Q > 0 → calor adicionado ao sistema (U aumenta)


Q < 0 → calor retirado do sistema (U diminui)
W > 0 → trabalho realizado pelo sistema (U diminui)
W < 0 → trabalho realizado sobre o sistema (U aumenta)

❖ Embora Q e W dependam do caminho escolhido, a quantidade Q – W é


independente do caminho.

A energia interna (Eint) é uma variável de estado.


Por exemplo...

A Energia interna de uma xícara de café depende apenas do seu


estado termodinâmico – quais são as quantidades de água e de pó de
café existente no sistema, e qual é a sua temperatura. Ela não depende
da história do modo como ele foi preparado, ou seja, do caminho
termodinâmico que conduziu o sistema o sistema até o estado em que
ele se encontra
Aplicação da primeira lei da
termodinâmica
❖Processo isovolumétrico ou isocórico (Transformação a volume
constante )
Transformação de 1 → 2

Volume invariável
Isovolumétrica

∆V = 0

W= 0

1ª Lei da Termodinâmica U =Q -W
U=Q
Aplicação da primeira lei da
termodinâmica
❖ Processo Isotérmico:Transformação à temperatura constante

Êmbolo movimentado lentamente

1ª Lei da Termodinâmica U =Q -W

U = 0 → ∆T=0

Q=W
Aplicação da primeira lei da
termodinâmica
❖ Processo adiabático:Transformação sem troca de calor

Q=0

Movimento rápido do êmbolo: O processo ocorre tão rapidamente que o


sistema não troca calor com o exterior.
Primeira Lei da Termodinâmica
∆U = Q – W
Q = 0 → ∆U= - W
❖Quando sistema passa por uma expansão
adiabática, sua temperatura diminui.

❖Quando sistema passa por uma compressão


adiabática, sua temperatura aumenta.
Aplicação da primeira lei da
termodinâmica
❖ Processo Cíclicos (Estado inicial é igual ao Estado Final )
1.- ∆Uciclo = ∆U = 0
2.- Qciclo = Q
3.- Wciclo = W = área 12341

1a Lei da Termodinâmica
∆Uciclo = Qciclo - Wciclo
Qciclo = Wciclo

Wciclo > 0 → Qciclo  0

O sentido do ciclo no diagrama PV : horário.


O sistema recebe Q e entrega W
Aplicação da primeira lei da
termodinâmica
•Expansão livre : São processos adiabáticos nos quais nenhum
trabalho é realizado.

Q = W +U

Q =W = 0
U =0

A temperatura do gás no estado inicial e final tem que ser


a mesma.

São processos súbitos em que não se conhece a pressão e


volume nos estados intermediários.
Primeira Lei da Termodinâmica:
RESUMO
Calor Específico de Um
Gás Ideal:
Primeira lei:

dU = d Q − d W
V cte dU = nCdT − PdV
P cte
dUa = dQV = nCV dT

dU b = d QP − d W = nCP dT − PdV

Gás Ideal: U depende apenas da dUa = dUb


temperatura

Então: CP = CV + R Concorda para gases


monoatômicos e diatômicos
Calores Específicos Molares a Volume Constante

Tabela 1 – Calores Específicos Molares a Volume Constante

Molécula Exemplo Cv (J/mol.K)


Monoatômica Ideal 3/2R = 12,5
Real He 12,5
Ar 12,6
Diatômico Ideal 5/2R = 20,8
Real N2 20,7
O2 20,8
Poliatômica Ideal 3R = 24,9
Real NH4 29,0
CO2 29,7
Processos adiabáticos no
gás ideal
Definições: Pela primeira lei da termodinâmica, temos:
dQ = 0
dU = −dW
Para um gás ideal em qualquer
dU = nCV dT
processo com variação dT.

Usando a equação de estado do gás ideal nas relações acima


podemos escrever

dT + ( −1) dV = 0
onde  = CP
T V CV
Processos adiabáticos no
gás ideal
Para uma variação finita de temperatura e do volume, podemos
integrar a equação obtém-se:

TV  −1
= const. T2V2 −1 = TV  −1
1 1

ou ou

PV  = PV  = const.
PV  = const. 2 2 1 1
Processos adiabáticos no
gás ideal
Adiabáticas
PV g = cte g1
P

Curva adiabática
sempre mais inclinada
Isotermas
que curva isotérmica.
PV = cte

Ciclo de Carnot
Processos adiabáticos no gás ideal
Trabalho realizado num processo adiabático
Para um gás ideal em qualquer
dU = nCV dT
processo com variação dT.

dU = −W → ncv dT = −W

P
W = ncv (T1 − T2 ) → W = cv (PV
1 1 − PV
1 1)
R

V = (P1V1 − P2V2 )
W1→2
Vi Vf  −1
Máquinas Térmicas, Entropia e
Segunda Lei da Termodinâmica

1ª Lei da Termodinâmica Enunciado da Conservação da Energia

❖ A 1ª Lei da Termodinâmica não faz distinção entre processos que


ocorrem espontaneamente e aqueles que não ocorrem.

❖ A 2ª Lei da Termodinâmica estabelece que processos podem ou não


podem ocorrer na natureza, e qualidade da energia .
Sentido de u m processo
termodinâmico

Os processos espontâneos, ocorrem sempre num dado sentido, por


exemplo:

− O calor flui espontaneamente de um corpo quente para um frio,


mas o processo inverso jamais ocorre espontaneamente. Portanto
os processos espontâneos são irreversíveis
Processos Espontâneos: Processos
Irreversíveis

Processo irreversível : o sistema e todas as partes da


vizinhança não podem voltar exatamente ao estado inicial,
depois de o processo ter ocorrido.
Causas que tornam um processo irreversível:
Atrito
Expansão não resistida.
Mistura de 2 substâncias diferentes.
Outros fatores: Efeito Joule, Combustão, Histerese, etc.
Troca de calor com diferença finita de temperatura.

Conclusão:
todos os processos reais de troca de calor são irreversíveis.
Processos Ideais: Processos
Reversíveis

Processo reversível.

Aquele que tendo ocorrido, pode ser invertido de sentido e


retornar ao estado original, sem deixar vestígios no sistema
e no meio circundante.

Processo reversível:
desvio do equilíbrio é infinitesimal e ocorre numa velocidade
infinitesimal.
Processos Ideais: Processos
Reversíveis

Importância dos processos reversíveis:

➢ referenciais – limites teóricos - dos processos reais.


➢ mais fáceis de analisar.

Os sistemas que estão sujeitos a processos reversíveis:

➢ produzem o máximo de trabalho.


➢ consomem o mínimo de trabalho
Máquinas Térmicas

“Trabalham” em ciclos.
Máquinas Térmicas
❖ Uma máquina térmica é um dispositivo que converte energia interna em
energia mecânica.

❖ Uma máquina térmica realiza um processo cíclico


durante o qual:

1. Absorve a energia de um reservatório a temperatura


mais alta;
2. O trabalho é realizado por uma máquina;
3. A energia é rejeitada pela máquina para um
reservatório a temperatura mais baixa.

U = Q −W processo
cíclico U = 0 e W =Q

W = Qh − Qc
Máquinas Térmicas

❖ O trabalho resultante realizado em um


processo cíclico é a área envolvida pela
curva representada no diagrama PV.

❖ A eficiência térmica (e):

− Qc
e = W = Qh = 1− Qc
Qh Qh Qh

Uma máquina térmica com 100%


eficiente (e=1) somente se Qc= 0.
Máquinas Térmicas

2ª Lei da Termodinâmica: Enunciado de Kelvin-Planck

É impossível construir uma máquina térmica que, operando em um


ciclo, transforme todo o calor absorvido de um reservatório de
energia completamente em trabalho, sem nenhum outro efeito.

Ou seja uma máquina que retira


uma quantidade de calor Q de
uma fonte quente e a transforme
totalmente em trabalho.
Ciclos Ideais: Ciclo Otto
ar e gasolina

O ciclo ideal se constitui dos seguintes processos:

1-2 Compressão adiabática do ar e gasolina


2-3 Combustão isocórica
3-4 Expansão adiabática
4-1 Exaustão isocórica (abertura de válvula )

4
2

A eficiência térmica do ciclo de Otto é 56%


Ciclos Ideais: Ciclo de Diesel

O ciclo ideal se constitui dos seguintes processos:

a-b Compressão adiabática do ar


b-c Combustão isobárica
c-d Expansão adiabática
d-a Exaustão isocórica (abertura de válvula )

A eficiência térmica do ciclo de Diesel é cerca de 65% até 70%


Refrigeradores
❖ Refrigeradores são máquinas térmicas que funcionam em sentido
inverso.

Se W=0 então o refrigerador seria “perfeito”.

❑ 2ª Lei da Termodinâmica:
Enunciado de Clausius

É impossível construir uma máquina térmica, cujo


o único efeito seja a transferência contínua de
energia de um corpo para o outro corpo a uma
temperatura mais alta, sem realizar trabalho.
Segunda Lei Termodinâmica
Formulação Kelvin-Planck: É impossível
construir uma máquina térmica com
eficiência 100%.
Formulação de Clausius: É impossível
existir transferência espontânea de calor de
uma fonte fria para outra quente.

Ambas são afirmações negativas.


Não podem ser demonstradas.
Baseiam-se em evidências experimentais.

Os enunciados de Kelvin-Planck e de Clausius são


equivalentes. Qualquer dispositivo que viola um deles viola
o outro.
❑ Máquina ideal de Carnot: Ciclo reversível

Teorema de Carnot: Nenhuma


máquina térmica operando entres
dois reservatórios de calor pode ser
mais eficiente do que uma máquina
de Carnot operando entre os mesmo
dois reservatórios.
❖ A eficiência térmica da máquina é dada por:

− Qc
e = W = Qh = 1− Qc
Qh Qh Qh

Para um ciclo de Carnot:


Qc = Tc
Qh Th

Portanto a eficiência da máquina de Carnot é

Tc
ec = 1−
Th

Este resultado indica que todas as máquinas de Carnot operando


entre as mesmas duas temperaturas têm as mesmas eficiências.
Definições

Lei Zero da Termodinâmica temperatura

energia interna
1ª Lei da Termodinâmica

entropia
2ª Lei da Termodinâmica
Entropia
Rudolf Clausius

Nasceu em Koslin (Polônia) e morreu em Bonn


(Alemanha)

Físico Teórico - Termodinâmica

Apresentou em 1865 a sua versão para as


1a e 2a Leis da Termodinâmica.

1.- A energia do Universo é constante.


2.- A entropia do Universo tende a uma valor máximo.

A quantificação da 2a Lei
Entropia nos processos reversíveis

Para explicar o conceito de entropia considere a figura abaixo:

Ti = T f
No caso da expansão isotérmica:

f
S = S f − Si = 
dQ Q
T S = trocado
i T
Entropia e a desordem

Quando um corpo recebe calor a


sua entropia aumenta.
∆S = QT  0

Aumenta a EC e/ou a
agitação molecular

Aumenta a “desordem”

A entropia é a medida da desordem

ΔS = Q/T < 0 → a “desordem” diminui.


Entropia em processos cíclicos
Considere as mudanças de entropia que ocorrem em uma Máquina de
Carnot operando entre as temperaturas Tc e Th. Em um ciclo, a máquina
absorve energia Qh da fonte quente e rejeita Qc para a fonte fria. A
mudança total na entropia para um ciclo é

S = Qh = Qc
Th Tc

Para uma máquina de Carnot: S = 0

Qc = Tc
Qh Th

Este resultado pode ser generalizado para mostrar que a variação de


entropia em qualquer processo ciclo reversível é igual a zero.
Entropia em processos cíclicos
Considere um processo reversível cíclico. Podemos aproximar o caminho
fechado por meio de uma série de ciclos de carnot:

A variação total da entropia no ciclo completo é a soma das


variações da entropia em cada ciclo de carnot, cada um dos quais a
variação de entropia é zero. Portanto a variação de entropia em
qualquer processo ciclo reversível é igual a zero.
Entropia em processos cíclicos

Vamos considerar ciclos reversíveis


2 1
dQ  dQ   dQ 
 T = 0 = 1  T A +2  T B
2
 dQ  2  dQ 
1  T A = 1  T B
d Q
 T
É independente do caminho reversível

Depende apenas dos estados inicial e final.


É uma variável de estado
Entropia nos processos Irreversíveis

“Se um processo irreversível ocorre em um sistema fechado, a


entropia S do sistema sempre aumenta”’

Como não existe nenhum processo real completamente reversível, conclui-


se que durante um processo real existe sempre geração de entropia e
portanto a entropia do Universo aumenta continuamente.
Quanto mais irreversível for o processo maior será a entropia gerada.
Durante um processo reversível não existe geração de entropia.
A variação de entropia de um sistema durante um processo pode ser
negativa, mas a geração de entropia não pode ser.

O principio do aumento de entropia pode ser simplificado:

0
S 
Processo irreversível
= 0
 Processo reversível
Entropia e o Segundo Princípio
da Termodinâmica

Outra maneira de enunciar o segundo


princípio da termodinâmica:

“Se o processo ocorre em um sistema fechado, a


entropia do sistema aumenta para processos
irreversíveis e permance constante para
processos reversíveis. A entropia nunca diminuir

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