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PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA

SISTEMAS TERMODINÂMICOS
Um sistema termodinâmico é aquele que troca força e energia com a suas vizinhanças, ou
com o ambiente que se encontra ao seu redor. Um exemplo familiar é uma quantidade de
pipoca preparada em uma panela com uma tampa. Quando a panela é colocada sobre a
chama de um fogão, ocorre a transferência e calor por condução para o milho de pipoca, à
medida que o milho começa a estalar e se expandir, realiza um trabalho sobre a tampa da
panela, que sofre um deslocamento. O estado do milho mudou neste processo, uma vez
que o volume, a temperatura e a pressão do milho variaram quando ele começou a estalar.
Um processo como este, no qual ocorreram variações no estado termodinâmico do
sistema, denomina-se processo termodinâmico. Para os sistemas termodinâmicos, e para
todos os outros, é essencial definir exatamente logo no início o que pode e o que não pode
ser incluído no sistema termodinâmico.
SINAIS PARA O CALOR E O TRABALHO EM TERMODINÂMICA
TRABALHO REALIZADO DURANTE VARIAÇÕES NO VOLUME
Um gás no interior de um cilindro com um pistão móvel é um exemplo simples de sistema
termodinâmico. Utilizaremos um ponto de vista microscópico, baseado na energia cinética e
na energia potencial de cada molécula individual do sistema, para desenvolver a intuição
sobre as grandezas termodinâmicas. Um sistema pode trocar energia por meio de calor e
trabalho com o ambiente (suas vizinhanças). Vamos inicialmente considerar o trabalho
realizado pelo sistema durante uma variação de volume. Quando esse gás se expande,ele
empurra a superfície móvel das fronteiras à medida que ele se desloca para fora. Portanto
um gás que se expande sempre realiza um trabalho positivo. Podemos entender o trabalho
realizado por um gás durante uma variação de volume considerando as moléculas que
compõem o gás. Quando uma dessas moléculas colide com uma superfície fixa, ela exerce
momentaneamente uma força sobre a superfície do pistão, mas não realiza trabalho porque
a superfície não se move. Porém quando a superfície se move, tal como no pistão do motor
a gasolina, a molécula realiza trabalho sobre a superfície durante a colisão. A figura abaixo
ilustra essa situação.
Quando o pistão se move para a direita, de modo que o volume total do gás aumenta, as
moléculas que colidem com o pistão produzem uma força e um deslocamento e realizam
um trabalho positivo sobre o pistão. Quando o pistão se move para a esquerda, então um
trabalho negativo é realizado sobre o sistema.

CÁLCULO DO TRABALHO
O trabalho realizado pelo sistema durante uma pequena expansão é dado pela seguinte
equação:
dW  p.dV

Para um variação finita de um volume V1 para um volume V2 temos que:

V2
W   p.dV
V1
O trabalho será positivo se o sistema se expande e negativo se o sistema é comprimido.
Para um processo termodinâmico que se dá a uma pressão constante, a expressão para o
trabalho pode ser escrita da seguinte forma:

W  p.(V2  V1 )
Em qualquer processo em que o volume permanece constante, não existe a produção de
trabalho.
DETERMINAÇÃO DO TRABALHO PELO MÉTODO GRÁFICO
CAMINHOS ENTRE ESTADOS TERMODINÂMICOS
Quando um sistema termodinâmico varia de um estado inicial até um estado final, ele
passa por uma série de estados termodinâmicos intermediários. Chamamos esta série de
estados de caminho. Concluímos que o trabalho realizado pelo sistema depende não
somente dos estados inicial e final, mas também dos estados intermediários, ou seja,
depende do caminho. As figuras a seguir ilustram essa característica.
ENERGIA INTERNA E PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
A energia interna de um sistema termodinâmico é definida como sendo a soma das
energias cinéticas de todas as partículas com a soma e todas as energias potenciais
decorrentes das interações entre as partículas do sistema. O símbolo U é utilizado para
representar a energia interna do sistema. Durante a mudança de estado de um sistema a
energia pode variar de um valor inicial U1 até um valor final U2. A variação da energia
interna é dada por:
U  U 2  U1
Quando fornecemos um calor Q a um sistema e ele não realiza nenhum trabalho durante
processo, a energia interna aumenta de um valor igual a Q; isto é:

U  Q
Quando um sistema realiza um trabalho W de expansão contra suas vizinhanças e nenhum
calor é fornecido ao sistema nesse processo, a energia deixa o sistema e a energia interna
diminui. Logo:

U  W
PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Com base no que foi exposto anteriormente, a relação entre Q, w e U é dada pela seguinte
equação:
Q  U  W
A figura a seguir ilustra a relação entre energias descrita pela primeira lei da
termodinâmica.

O método descrito na primeira lei da termodinâmica serve para calcularmos a variação da


energia interna. A variação da energia interna de um sistema durante qualquer processo
termodinâmico depende somente do estado inicial e final do sistema e não do caminho
que conduz um estado ao outro.
Na equação da primeira lei da termodinâmica Q e W dependem do caminho
termodinâmico, mas Q-W é independente do caminho.
SISTEMA ISOLADO
Um sistema isolado é aquele em que não há troca de calor nem de trabalho com suas
vizinhanças. Nessa situação temos que:
W=Q=0
Com isso temos que:
U2-U1=0
Ou seja, a energia interna permanece constante.
TIPOS DE PROCESSOS TERMODINÂMICOS
PROCESSO ADIABÁTICO
Um processo adiabático é aquele para o qual não ocorre transferência de calor nem para
dentro nem para fora do sistema (Q=0). Podemos impedir a transferência de calor fechando
o sistema com um material isolante ou realizando o processo tão rapidamente que não haja
tempo suficiente para que ocorra um fluxo de calor apreciável. Nessas condições, temo
que:
U2-U1=-W
Quando um sistema se expande adiabaticamente, o trabalho é positivo (a energia interna
diminui) e quando um sistema é comprimido adiabaticamente, a trabalho é negativo (a
energia interna positiva).
PROCESSO ISOCÓRICO
Um processo isocórico é um processo termodinâmico com volume constante. Quando o
volume de um sistema termodinâmico permanece constante, ele não realiza trabalho sobre
as vizinhanças. Logo: W=0
U2-U1=Q
Em um processo isocórico, toda a energia fornecida ao sistema sob a forma de calor
permanece no interior do sistema contribuindo para o aumento da energia interna.
PROCESSO ISOBÁRICO
Um processo isobárico é um processo com pressão constante. Nessa situação, nenhuma
das três grandezas ΔU, Q e W é igual a zero.
PROCESSO ISOTÉRMICO
Um processo isotérmico é um processo com temperatura constante. Em um processo
isotérmico é necessária a transferência de energia para dentro ou para fora do sistema.
Em uma transformação isotérmica, a energia interna do sistema permanece constante. Ou
seja: ΔU=0 e isso nos leva a seguinte igualdade Q=W.
A figura a seguir mostra um diagrama PV ilustrando cada um dos tipos de transformações.
CALOR ESPECÍFICO DE UM GÁS IDEAL
O calor específico de um gás normalmente é mais fácil de ser determinado de nós
submetermos o sistema a uma transformação isocórica ou isobárica.
Para medirmos o valor do calor específico numa transformação isocórica (Cv), fazemos
aumentar a temperatura do gás mantendo o recipiente com um volume constante. Nessa
situação, o trabalho realizado pelo sistema é nulo. Como consequência, temos que: ΔU=Q.
Para medir o valor do calor específico numa transformação isobárica (Cp), fazemos o gás se
expandir apenas o suficiente para manter a pressão constante enquanto a temperatura
aumenta. Nessa situação, o gás realiza trabalho e o calor fornecido ao sistema tem que ser
maior que o anterior, pois a temperatura final será a mesma. Ou seja, a quantidade de calor
gera trabalho e elevação da energia interna do gás. Logo o calor específico Cp e maior do
que Cv. A figura a seguir ilustra as transformações descritas anteriormente.
Matematicamente, temos que:
A definição de calor específico molar a volume constante é:
dQ  n.CV .dT
Substituindo na primeira lei:
dU  n.CV .dT
Para o calor específico molar a pressão constante, temos a seguinte definição:

dQ  n.CP .dT
Substituindo na primeira lei, temos que:
dW  p.dV  n.R.dT
n.CP .dT  dU  n.R.dT
A razão entre os calores específicos é dada por:

CP

CV
PROCESSOS ADIABÁTICOS EM UM GÁS IDEAL

 1  1
T1.V1  T2 .V2
 
p1.V1  p2 .V2

W
1
 p1.V1  p2 .V2 
 1

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