Estática I - Tópico 05 - Esforços Solicitantes Internos

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Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia


DISCIPLINA: ESTÁTICA DAS ESTRUTURAS I
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ESFORÇOS SOLICITANTES
INTERNOS

Campo Grande, 2022 Prof. Giovanni Pais Pellizzer


O que são esforços solicitantes internos?
Conceito
Esforços solicitantes internos (ESI), também chamados de esforços seccionais,
representam o efeito de forças e momentos de força entre duas porções de uma
estrutura resultantes de um corte em uma seção transversal.

Observe a seguinte situação de equilíbrio de forças:


O que são esforços solicitantes internos?
Conceito

DCL (esquerda) DCL (direita)


O que são esforços solicitantes internos?
Conceito
DCL (esquerda) DCL (direita)

Terceira lei do movimento de Newton: As forças mútuas de ação e reação entre duas
partículas são iguais, opostas e colineares. “Para cada ação há sempre uma reação oposta
e de igual intensidade”.
Efeito interno das solicitações externas
Buscando estender o conceito anteriormente apresentado, considere um sólido
em equilíbrio de corpo rígido submetido a solicitações externas quaisquer.

Sistema estrutural
original

Partes não equilibradas


Efeito interno das solicitações externas
Equilíbrio, isoladamente, de cada uma das partes do corpo (da esquerda e da
direita):
𝐹 = 0; 𝐹 = 0; 𝐹 =0

A parte da esquerda equilibra a da


direita (e vice-versa)

𝑀 = 0; 𝑀 = 0; 𝑀 =0

Sistema estrutural
original
Efeito interno das solicitações externas
Equilíbrio, isoladamente, de cada uma das partes do corpo (da esquerda e da
direita):
ESFORÇOS INTERNOS: FORÇAS
Centro de
gravidade

Nome do Esforço Solicitante Interno


Símbolo Obs.
(ESI)
Atua de forma normal ao plano da
Força normal (ou esforço normal)
seção transversal
Força cortante (ou esforço Atua tangencialmente ao plano da seção
𝑦 cortante/cisalhante) transversal, paralelamente ao eixo y
Força cortante (ou esforço Atua tangencialmente ao plano da seção
𝑧 cortante/cisalhante) transversal, paralelamente ao eixo z
Efeito interno das solicitações externas
Equilíbrio, isoladamente, de cada uma das partes do corpo (da esquerda e da
direita): ESFORÇOS INTERNOS:
MOMENTOS DE FORÇA
Centro de
gravidade

Nome do Esforço Solicitante Interno


Símbolo Obs.
(ESI)
Atua ao redor de um eixo paralelo ao eixo x,
Momento torçor passando pelo CG da seção transversal.

Atua ao redor de um eixo paralelo ao eixo y,


Momento fletor passando pelo CG da seção transversal.

Atua ao redor de um eixo paralelo ao eixo z,


Momento fletor passando pelo CG da seção transversal.
Efeito interno das solicitações externas
2D):
Caso de um problema plano (

Centro de
gravidade

Nome do Esforço Solicitante Interno


Símbolo Obs.
(ESI)
Atua de forma normal ao plano da seção
Força normal (ou esforço normal) transversal

Força cortante (ou esforço Atua tangencialmente ao plano da seção


cortante/cisalhante) transversal, paralelamente ao eixo y

Atua ao redor de um eixo paralelo ao eixo z,


Momento fletor passando pelo CG da seção transversal.
Efeito interno das solicitações externas
2D):
Caso de um problema plano (

Centro de
gravidade

Nome do Esforço Solicitante Interno


Símbolo Obs.
(ESI)
Atua de forma normal ao plano da seção
Força normal (ou esforço normal) transversal

Força cortante (ou esforço Atua tangencialmente ao plano da seção


cortante/cisalhante) transversal, paralelamente ao eixo y

Atua ao redor de um eixo paralelo ao eixo z,


Momento fletor passando pelo CG da seção transversal.
Efeito interno das solicitações externas
O processo de imaginariamente cortar por um plano qualquer um corpo em
equilíbrio e, isoladamente, analisar o equilíbrio de cada uma das partes
resultantes é chamado de método das seções. Este método é fundamental para a
análise de estruturas e permite a determinação dos esforços solicitantes internos.

Os esforços solicitantes internos, na verdade, são resultantes da distribuição de


tensão atuando sobre a área da seção transversal secionada. Uma vez que os
esforços solicitantes internos forem conhecidos, a magnitude da tensão pode ser
determinada contanto que uma distribuição presumida de tensão sobre a área
secionada seja especificada. A relação entre esforços solicitantes internos e
tensões será estudada em Resistência dos Materiais.
Efeito interno das solicitações externas
Tipos de esforços solicitantes internos (ESI)
Convenção de sinais
Convenção de sinais
Exemplo 1
Determine o esforço cortante e o momento fletor interno que atuam numa seção
transversal imaginária passando perpendicularmente ao eixo longitudinal da viga
através do ponto C.
Exemplo 1
Solução
Substituindo a carga distribuída por sua força resultante e calculando as reações
tem-se os resultados apresentados a seguir.
DCL
Exemplo 1
Solução
Para a determinação dos esforços internos agindo na seção transversal passando
pelo ponto C, pode-se proceder de duas maneiras distintas mas que devem
conduzir ao mesmo resultado. Pode-se considerar o equilíbrio do trecho AC ou,
equivalentemente, pode-se considerar o equilíbrio do trecho CB.
Considerando o equilíbrio do trecho AC tem-se:
DCL
DCL (trecho AC)
Exemplo 1 DCL (trecho AC)

Solução
A intensidade da carga distribuída
em C é calculada por proporção:

Aplicação das equações de equilíbrio


no trecho AC para o cálculo dos
esforços solicitantes internos:
esforço cortante e momento
fletor .

Aplicando a equação de equilíbrio de forças em x, pode-se concluir que o esforço


solicitante interno normal é igual a zero.
Exemplo 1
Solução
Observação: este exemplo mostra a importância de se manter a carga distribuída
sobre a viga até depois de a viga ser seccionada. Se a viga da figura (a) tivesse sido
seccionada em C, o efeito da carga distribuída sobre o segmento AC não seria
identificado e o cálculo dos esforços internos solicitantes estaria errado por
consequência.
DCL DCL (trecho AC)

Figura (a) Figura (b)


Exemplo 2
A força de mostrada na figura é suportada pela placa de piso DE, que por sua
vez é simplesmente apoiada em suas extremidades de vigotas de piso. Essas
vigotas transmitem suas cargas para a viga AB que tem apoios simples. Determine
o cortante e o momento internos no ponto C da viga.
Exemplo 2
Solução
Os diagramas de corpo livre da placa de piso, vigotas de piso e da viga são
mostrados abaixo. Recomenda-se conferir esses resultados (ou seja, aplicar as
equações de equilíbrio para cada uma dessas estruturas).

DCL piso

DCL vigotas

DCL viga
Exemplo 2
Solução
Aplicando as equações de equilíbrio no trecho AC da viga, tem-se:

DCL (trecho AC)

Aplicando a equação de equilíbrio de forças em x, pode-se concluir que o esforço solicitante


interno normal é igual a zero.
Esforços solicitantes internos em seções quaisquer
ao longo do comprimento do elemento
Conhecer a variação (ou comportamento) dos esforços solicitantes internos em
todos os pontos dos elementos estruturais é fundamental, uma vez que os ESI
calculados serão utilizados para dimensionamento e/ou verificação da segurança
estrutural. No caso de elementos estruturais lineares, deve-se conhecer a variação
dos ESI ao longo de seu comprimento.

As variações dos ESI como uma função de de um ponto arbitrário ao longo do


eixo do elemento podem ser obtidas usando o método das seções anteriormente
discutido. Contudo, nesse caso, é necessário localizar a seção imaginária ou cortar
a uma distância arbitrária de uma extremidade da viga em vez de em um ponto
específico.
Esforços solicitantes internos em seções quaisquer
ao longo do comprimento do elemento
As funções que descrevem a variação dos ESI podem ser descontínuas ou possuir
inclinação descontínua. Isso ocorre nos pontos onde o tipo ou magnitude das
cargas distribuídas sofre mudanças ou onde forças concentradas ou momentos de
força concentrados são aplicados. Por causa disso, as funções que descrevem as
variações dos ESI devem ser determinadas para cada região do elemento
estrutural localizada entre quaisquer duas descontinuidades de carga.

Veja o seguinte exemplo:


Esforços solicitantes internos em seções quaisquer
ao longo do comprimento do elemento

As coordenadas , e terão de ser usadas para descrever a variação dos ESI


através da extensão da viga da figura (a). Estas coordenadas serão válidas somente
dentro das regiões de A para B para , de B para C para e de C para D para .
Eventualmente, pode ser mais fácil desenvolver as funções para descrever a
variação dos ESI usando as coordenadas mostradas na figura (b) por exemplo.
Neste caso, tem origem em A e é orientado positivamente para a direita,
tem origem em B e é orientado positivamente para a direita também e tem
origem em D e é orientado positivamente para a esquerda.
Exemplo 3
Determine a variação do esforço cortante e do momento fletor em função de
para a viga abaixo ilustrada. Sabe-se que o esforço normal é nulo para este caso
(não existem solicitações externas atuando na direção de ).
Exemplo 3
Solução
Diagrama de corpo livre: após aplicar as equações de equilíbrio considerando toda
a estrutura, o DCL obtido, já com os valores numéricos das reações de apoio, é:
DCL

É importante ressaltar que a força concentrada equivalente de , originária do


carregamento distribuído, não é a carga real que atua sobre a viga, mas
meramente uma abstração para o cálculo das reações de apoio.
Exemplo 3
Solução
Um DCL de um segmento da viga de comprimento é mostrado na figura a seguir.
O carregamento foi calculado por regra de três (proporção).

DCL
Exemplo 3 DCL
Solução

Aplicando a equação de equilíbrio de forças em , tem-se:


Exemplo 3 DCL
Solução

Aplicando a equação de equilíbrio de momentos com relação a seção S, localizada


na coordenada igual a , tem-se:
Exemplo 4
Determine a variação do esforço cortante e do momento fletor em função de
para a viga abaixo ilustrada. Utilize as coordenadas e , conforme ilustrado
abaixo. Sabe-se que o esforço normal é nulo para este caso (não existem
solicitações externas atuando na direção de ).
Exemplo 4
Solução
Diagrama de corpo livre: após aplicar as equações de equilíbrio considerando toda
a estrutura, o DCL obtido, já com os valores numéricos das reações de apoio, é:

DCL
Exemplo 4
Solução
Um DCL de um segmento da viga de comprimento é mostrado na figura a
seguir. Vale destacar que as equações obtidas terão validade para .

DCL
Exemplo 4
Solução
Um DCL de um segmento da viga de comprimento é mostrado na figura a
seguir. Vale destacar que as equações obtidas terão validade para
.
DCL
Traçado de diagramas de ESI
O esquema gráfico que representa a variação de um dado ESI em um elemento
estrutural ou estrutura é chamado de diagrama de esforço solicitante interno ou
simplesmente de diagrama de esforço.

Em uma estrutura ou elemento estrutural, haverá um distinto diagrama de esforço


para cada esforço solicitante agindo.

Os diagramas de esforços podem ser traçados a partir do conhecimento da


equação que descreve a variação de um dado esforço interno no elemento
estrutural.

Os diagramas de esforços solicitantes internos são de fundamental importância na


análise estrutural e no dimensionamento de estruturas. Com base na intensidade
dos esforços solicitantes internos atuantes, as dimensões dos elementos
estruturais são determinadas para que estes resistam aos efeitos das ações
externas com níveis de segurança e economia desejados.
Exemplo 5
Trace os diagramas de esforço cortante e momento fletor para a viga abaixo
ilustrada (a mesma do exemplo 3, visto anteriormente).
Exemplo 5
Solução
O DCL com as reações de apoio e as equações que descrevem as variações dos
esforços internos são as seguintes:
DCL

É necessário observar atentamente os


sentidos positivos arbitrados para o
cortante e o momento fletor para um
correto traçado dos diagramas de esforços
internos!
Exemplo 5
Solução
Traçado do diagrama de esforço cortante.
Equação da variação do esforço cortante:
Para ,
Para ,
Ponto de extremo (máx. ou mín.):

Verificação se é máx. ou mín.: (resultou negativo, logo é um ponto de


máximo).
Valor do máximo:
Traçado do diagrama (parábola com concavidade para baixo):

(+)
Exemplo 5
Solução
Traçado do diagrama de momento fletor.
Equação da variação do momento fletor:
Para ,
Para ,
Ponto de extremo (máx. ou mín.): (ponto válido),
(ponto fora do intervalo de validade da equação).
Verificação se é máx. ou mín.: (sendo resulta um valor negativo, logo é
um ponto de máximo).
Valor do máximo:
Traçado do diagrama (polinômio do terceiro grau):

O diagrama de momento fletor é desenhado


na face tracionada do elemento!

(-)
Exemplo 6
Obtenha os diagramas de esforços internos (cortante e momento fletor) para a
viga biapoiada de vão submetida a um carregamento uniformemente distribuído
igual a
Exemplo 6
Resposta
Relações diferenciais dos ESI
Anteriormente foi apresentado um procedimento, baseado no método das seções
e nas equações de equilíbrio de corpo rígido, onde expressões analíticas para os
ESI eram obtidas em uma seção genérica " " da estrutura. Apesar desse método
ser aplicável a todos os tipos de estrutura e carregamentos externos, observa-se
que nos casos onde várias descontinuidades estão presentes (ações externas
concentradas em diversos pontos e ações distribuídas em diversos trechos), o
método torna-se demasiadamente oneroso e cansativo.

Uma alternativa para a solução deste problema é encontrada utilizando-se as


relações diferenciais que efetuam a ligação entre os carregamentos distribuídos,
esforços cortante e normal e momentos fletores. Por meio dessas relações, os
diagramas de esforços solicitantes podem ser mais rapidamente construídos e
também interpretados.
Relações diferenciais dos ESI
Para a determinação dessas relações, deve-se considerar o elemento de barra
geral apresentado na seguinte figura, o qual está em equilíbrio estático sob a ação
de forças concentradas e distribuídas ao longo de seu comprimento.
Relações diferenciais dos ESI
Objetivando analisar o equilíbrio da estrutura, deve-se isolar um elemento de
comprimento infinitesimal , pertencente à estrutura, e estudar o
comportamento dos esforços solicitantes neste elemento. Para o caso
considerado, o elemento infinitesimal e os esforços solicitantes, estão
apresentados na seguinte figura:
Relações diferenciais dos ESI

Aplicando a equação de equilíbrio de


forças na direção vertical, tem-se:

Dividindo ambos os membros da equação anterior pelo comprimento do


elemento infinitesimal, ou seja, por , e em seguida tomando o limite quando
, quando o elemento infinitesimal torna-se uma seção transversal da barra,
obtém-se:
Relações diferenciais dos ESI

Essa equação indica que a inclinação do diagrama de esforço cortante é igual ao


negativo da intensidade do carregamento transversalmente distribuído na seção
transversal em análise. Ou seja, a variação do esforço cortante ao longo do
comprimento da barra é igual ao negativo da função que descreve a carga
distribuída aplicada perpendicularmente ao eixo da barra.
Relações diferenciais dos ESI

Aplicando agora a equação de


equilíbrio de momentos de força num
ponto localizado na face da direita do
elemento infinitesimal, tem-se:

Dividindo ambos os membros da equação anterior pelo comprimento do


elemento infinitesimal, ou seja, por , e em seguida tomando o limite quando
, quando o elemento infinitesimal torna-se uma seção transversal da barra,
obtém-se:
Relações diferenciais dos ESI

Com base no resultado apresentado nessa equação, verifica-se que a inclinação do


diagrama de momento fletor é igual à intensidade do esforço cortante atuante na
seção transversal considerada. Deve-se também destacar que os valores mínimos
e máximos do momento fletor podem ser facilmente encontrados utilizando-se
nessa equação os conceitos clássicos de cálculo diferencial. Quando assume
𝒅𝑴
valor nulo, consequentemente . Isso indica que quando o esforço cortante
𝒅𝒙
é nulo, o momento fletor apresenta um ponto de extremo, ou seja, máximo ou
mínimo. Portanto, com base nessa equação, a construção e a interpretação do
diagrama de momento fletor podem ser efetuadas.
Relações diferenciais dos ESI

Finalmente, considerando o equilíbrio


do elemento infinitesimal com relação
à somatória de forças atuantes ao
longo da direção , tem-se:

Dividindo ambos os membros da equação anterior pelo comprimento do


elemento infinitesimal, ou seja, por , e em seguida tomando o limite quando
, quando o elemento infinitesimal torna-se uma seção transversal da barra,
obtém-se:
Relações diferenciais dos ESI

De forma análoga ao observado para o esforço cortante, constata-se que a


inclinação do diagrama de esforço normal, em um dado ponto, é igual ao negativo
do valor da função que descreve o carregamento axialmente distribuído.
Relações diferenciais dos ESI

Resumindo:

Função que Função que Função que Função que Função que Função que
descreve descreve descreve descreve descreve descreve

Pol. 1° grau Constante Pol. 1° grau Constante Pol. 1° grau Constante


Pol. 2° grau Pol. 1° grau Pol. 2° grau Pol. 1° grau Pol. 2° grau Pol. 1° grau
Pol. 3° grau Pol. 2° grau Pol. 3° grau Pol. 2° grau Pol. 3° grau Pol. 2° grau
Relações diferenciais dos ESI
As relações diferenciais apresentadas anteriormente são válidas apenas em
pontos onde não atuam ações pontuais, ou seja, forças ou momentos
concentrados. Nesses dois casos especiais, surgem descontinuidades nas variações
dos esforços solicitantes ao longo do domínio da estrutura. Portanto, estes casos
devem ser criteriosamente considerados. Apenas para ilustrar o surgimento da
descontinuidade, deve-se considerar o elemento infinitesimal de comprimento
apresentado na figura abaixo. Este elemento está submetido apenas a uma força
concentrada de intensidade .
Relações diferenciais dos ESI
Aplicando a equação de equilíbrio de forças na direção vertical, tem-se:

O equilíbrio apresentado nessa equação mostra que a variação do esforço cortante é


negativa, para o sentido da força pontual considerada, sendo que no diagrama de
esforço cortante ocorre uma descontinuidade (salto) quando a ação concentrada
está presente. Deve-se ressaltar que o valor da descontinuidade no diagrama será
exatamente igual à intensidade da ação concentrada.
Relações diferenciais dos ESI
Embora mostrado apenas para a ação de forças verticais pontuais, o mesmo efeito
ocorre quando forças horizontais pontuais ou momentos fletores pontuais são
aplicados. Nesses casos ocorre uma descontinuidade (salto) nos diagramas de
esforço normal e de momento fletor, respectivamente.

De acordo com a relação diferencial e nos conhecimentos de cálculo


diferencial, verifica-se que no ponto onde não é contínua também não
apresenta valor definido. Portanto, os pontos de descontinuidade no diagrama de
esforço cortante conduzem a pontos onde o diagrama de momento fletor possui
derivadas não contínuas. Nesses pontos, as tangentes das curvas que descrevem o
momento fletor imediatamente antes e depois da descontinuidade possuem
valores diferentes.
Exemplo 7
Trace os diagramas de esforço cortante e momento fletor para a viga abaixo
ilustrada.
Exemplo 7
Solução
Determinação das reações de apoio:

DCL
Exemplo 7
Solução
Resolvendo o problema por meio do método das seções:

DCL
Exemplo 7
Solução
Agora resolvendo o problema com base no conhecimento das relações diferenciais
entre os ESI:

Considerando a distribuição do carregamento do problema analisado, constata-se


que o esforço cortante é nulo em . Consequentemente, o termo constante,
, que surgiu da integração da equação do carregamento deve ser nulo. Assim, a
expressão para a variação do esforço cortante ao longo do comprimento da viga
fica definida como , que é o mesmo resultado obtido por meio do
método das seções.
Exemplo 7
Solução
Aplicando agora as relações diferenciais na determinação da expressão que
descreve a variação do momento fletor ao longo do comprimento da viga obtém-
se:

Como na coordenada nenhuma ação externa é aplicada, constata-se que


nesse ponto o momento fletor é nulo. Portanto, a constante de integração, , que
surgiu da integração da equação do esforço cortante deve ser nula para que essa
condição de contorno seja atendida. Portanto, a expressão que descreve a
variação do momento fletor ao longo do comprimento da viga torna-se igual a
, que é a mesma expressão obtida utilizando-se o método das seções.
Exemplo 7
Solução

Pontos notáveis para o esforço cortante:


, ,

(valor negativo, logo em há um ponto de máximo)

Pontos notáveis para o momento fletor:


, ,

, para qualquer resulta um valor negativo, logo ocorre um


máximo em .
Exemplo 7
Solução
Os diagramas dos ESI são:

(-)

O diagrama de momento fletor é desenhado


na face tracionada do elemento!

(-)
Exemplo 7A
Trace os diagramas de esforço cortante e momento fletor para a viga abaixo
ilustrada.

7𝑘𝑁/𝑚

𝐵
𝐴

3𝑚
Exemplo 7A

Cálculo das
reações de
apoio
Exemplo 7A
Exemplo 7A
Exemplo 7A
Exemplo 7A
Exemplo 7A
Exemplo 7A
Exemplo 7A
Exemplo 7A
Exemplo 7A
Exemplo 7A
Exemplo 7A
Exemplo 8
Trace os diagramas de esforço normal, cortante e momento fletor para a viga
abaixo ilustrada.
Exemplo 8 das reações de apoio
Cálculo
Exemplo 8
Aplicação do método das seções, analisando “ponto a ponto” e “trecho a trecho”

O objetivo é determinar os esforços que


estão agindo nas extremidades de cada
trecho e, conhecendo-se as relações
diferenciais dos ESI, é possível traçar os
diagramas dos esforços solicitantes
internos.
Exemplo 8
Aplicação do método das seções, analisando “ponto a ponto” e “trecho a trecho”

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Aplicação do método das seções, analisando “ponto a ponto” e “trecho a trecho”

DCL

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Aplicação do método das seções, analisando “ponto a ponto” e “trecho a trecho”

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Aplicação do método das seções, analisando “ponto a ponto” e “trecho a trecho”

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Aplicação do método das seções, analisando “ponto a ponto” e “trecho a trecho”

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Aplicação do método das seções, analisando “ponto a ponto” e “trecho a trecho”

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Aplicação do método das seções, analisando “ponto a ponto” e “trecho a trecho”

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Aplicação do método das seções, analisando “ponto a ponto” e “trecho a trecho”

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Aplicação do método das seções, analisando “ponto a ponto” e “trecho a trecho”

Como é o último trecho da viga a


ser analisado, este trecho nos
permitirá verificar se o equilíbrio é
respeitado.
(verificar se o equilíbrio “fecha”). Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Traçado do diagrama de esforço normal (DEN)

Convenção de sentidos
positivos para os ESI

O esforço normal é igual a 5kN de tração (positivo


portanto) no trecho A+B-. Nos demais trecho esse
esforço é igual a zero.
Exemplo 8
Traçado do diagrama de esforço normal (DEN)

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Traçado do diagrama de esforço cortante (DEC)

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Traçado do diagrama de esforço cortante (DEC)

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Traçado do diagrama de esforço cortante (DEC)

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Traçado do diagrama de esforço cortante (DEC)

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Traçado do diagrama de esforço cortante (DEC)

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Traçado do diagrama de esforço cortante (DEC)

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Cálculo do momento fletor extremo

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Cálculo do momento fletor extremo

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Traçado do diagrama de momento fletor (DMF)

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Traçado do diagrama de momento fletor (DMF)

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Traçado do diagrama de momento fletor (DMF)

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Traçado do diagrama de momento fletor (DMF)

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Traçado do diagrama de momento fletor (DMF)

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Traçado do diagrama de momento fletor (DMF)

Convenção de sentidos
positivos para os ESI
Exemplo 8
Resposta
DEN (em kN)

DEC (em kN)

DMF (em kNm)


Observação a respeito do traçado de diagramas de
ESI em estruturas com várias barras
Eixos locais para o traçado do diagrama de esforços internos

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