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COM
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
CENTRO DE ARTES, HUMANIDADES E LETRAS
Resumo
O presente artigo pretende uma reflexão teórica que articula o conceito de nação descrito
por Benedict Anderson com o fenômeno social, que se identifica entre as juventudes
contemporâneas, dada a partir da reconfiguração e reteritorialização dos jovens brasileiros
e sua articulação com sua “presença” nas esferas das redes sociais. A reflexão que brota
dessa intersecção conceitual nos aponta uma interessante abordagem para pensar o
conceito de nação, com isso a identidade nacional e o envolvimento político social, que
emerge no mundo contemporâneo. Essa “presença” dos jovens brasileiros nas redes sociais
reconfigura espaços, tempos e territórios e, consequentemente, seu sentido de pertença à
nação.
1. Introdução
Certo dia andando pelo metrô, da cidade do Rio de Janeiro, observo ao meu redor
uma cena do cotidiano que me causa espanto: todos os jovens, todos mesmo, estavam com
seus i-phones ou celulares conectados, dentre outras coisas, em redes sociais, sobretudo, no
facebook. Mudando o cenário, a mesma cena se repete, Fui me dando conta que esta cena
era cada vez mais comum e estava presente seja nos bares, na fila de espera do cinema,
nos parques, jovens e mais jovens conectados em redes sociais mesmo com pessoas presentes
ao seu lado. Os dedos não param. Deslizam sem parar pela tela do “touch screen” e curtem
fotos, compartilham idéias, deletam comentários indesejados, vêem e são vistos.
Essa “i-phonização” da cultura juvenil no Brasil ganha outros contornos ao se refletir
esta questão com o tema das culturas, identidade e o sentido de estado e nação entre os
jovens brasileiros.
Com isso, o presente artigo pretende uma reflexão teórica que articula o conceito de
nação descrito por Benedict Anderson com o fenômeno social, que se identifica entre as
1
Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro – PPGCS-UFRRJ. E-mail: [email protected]
[HISTÓRIA.COM] ANO I, Nº I - 2013
Podemos pensar a nação, de per si, como um sistema classificatório, através do qual
se evidenciam categorias que ligam, imediatamente, o Estado a seus membros e estes entre
si. O território e a língua são categorias que sustentam um sentimento de pertencimento e
lealdade entre os membros de uma nação, assim como a ideia de uma “tradição cultural”
comum. Essa ligação realiza-se através de representações simbólicas, ou como afirma
Benedict Anderson através das comunidades imaginadas2. O conceito de nação
desenvolvido por Anderson propõe uma análise dos sistemas culturais que precederam o
aparecimento do nacionalismo em fins do século XVII. As comunidades religiosas e o reino
dinástico estabelecem seus laços referenciais pelos quais as comunidades eram imaginadas
antes das nações modernas, através das línguas sagradas e de um sistema político único (a
monarquia).
2
Cf. ANDERSON, Benedict. Comunidades Imaginadas. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
3
Ibid. p. 54
4
Cf. HOBSBAWM, Eric. Nações e nacionalismo desde 1780. São Paulo: Paz e terra, 2011.
5
Ibid. p. 54, p. 162.
Esses conceitos empreendem pensar, sobretudo, que o modo como o conceito de nação
ou os ideais de nação são desenvolvidos impactam diretamente sobre a produção de identidades
nacionais. É importante delimitar bem tais conceitos para nos ampliar a visão concernente a
juventude brasileira.
As culturas nacionais não devem ser pensadas somente como sistemas unificados,
mas como sistemas constituídos por divisões profundas calcadas em diferenças, sejam elas,
étnicas, sociais ou culturais. Por isso, é preciso pensar num conjunto que emerge com a
reflexão do conceito de nação e suas representações e, como se dão no bojo da nação, as
identidades nacionais.
A representação da cultura nacional dá-se por um sistema simbólico significante, o
qual podemos chamar de processo cultural, capaz de estabelecer identidades a partir de
“relações de poder”. O simbólico e as relações inconscientes são de grande importância para
o processo de formação da subjetividade, quando o papel do outro esta sempre presente.
Assim, a identidade cultural e o resultado de uma “costura” das diferenças através de
formas diversas de poder cultural. Esse poder cultural está, assim, ligado a identidade e a
diferença através da representação.
Stuart Hall6 aborda as transformações que o conceito de identidade cultural vem
sofrendo de acordo com as mudanças estruturais da sociedade, principalmente com o
processo de globalização, salientando o afrouxamento dos laços imaginários que ligam o
sujeito a determinado território e cultura nacional ao longo da história. Apesar da força
narrativa da nação, através do poder cultural, fica cada vez mais difícil pensar a nação
como um sistema de representação homogêneo, produtor de identidades unificadas.
A narrativa da nação enunciada nas literaturas, nas histórias nacionais, constroem
imagens recorrentes de uma tradição, possibilitando a formação de uma identidade
nacional marcada pelos mitos de origem. Edward Said7 aborda essa invenção de uma
tradição nacional, salientando a elaboração das imagens puras através do esquecimento
de elementos culturais indesejáveis. A partir das leituras e reinterpretações de Eric
Hobsbawm, Said mostra como as imagens da civilização grega, ao longo do século XIX,
foram remodeladas como berço da cultura ariana, apagando seu passado híbrido de raízes
semitas e africanas. Igualmente aconteceu com as imagens da autoridade europeia, e
6
HALL, Stuart. Identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2006. 11.ed.
7
SAID, Edward. Cultura e Imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
também com os povos colonizados, os quais tiveram seus passados remodelados através de
rituais, cerimônias e tradições inventadas (1995, p.46-47). Said enfatiza, dessa forma, “o
poder de mobilização das imagens e tradições apresentadas e seu caráter fictício ou, pelo
menos, fantasiosamente tingido de cores românticas” (1995, p. 48).
Assim, percebemos que a tradição age como estratégia de unificação entre um
passado historicizado (seletivo), as vezes mítico, e um presente ativo para a construção de
uma identidade nacional. A tradição exerce suas forças a favor de uma hegemonia
cultural (1995, p. 111-123), fundamentando a identificação entre os membros de uma nação.
Williams8 critica o pensamento cultural marxista que entende a tradição como uma
superestrutura, um segmento inerte ligado somente ao passado. Ao contrário disso, define
tradição como uma força ativa e modeladora do presente, salientando sua ação
radicalmente seletiva. A tradição não deixa de ser um processo de seleção daquelas
práticas e significados que se quer conservar a favor de um interesse de dominação de
determinada classe. Nas palavras de Raymond Williams:
O que temos, então, a dizer sobre qualquer tradição e que nesse sentido ela é um
aspecto da organização social e cultural contemporânea, no interesse do domínio
de uma classe específica. É uma versão do passado que se deve ligar ao presente e
ratificá-lo. O que ela oferece na prática e um senso de continuidade predisposta9.
8
WILLIAMS, Raymond. Marxismo e Literatura. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
9
Ibid, p. 119.
10
MEYER, Philip. Os jornais podem desaparecer? Como salvar o jornalismo na era da informação. São Paulo:
Contexto, 2007.
11
Termo cunhado por Tim O’Reilly, em 2004, referindo-se à interatividade e a colaboração participativa
propiciada pela segunda fase dos aplicativos, ferramentas e sites disponibilizados na Web.
12
Disponível em www.b2bmagazine.com.br/web/interna.asp?id_canais=digital. Acesso em 4 ago. 2012.
13
Nas primeiras colocações, estão os buscadores, portais e, em terceiro lugar, serviços de download de
software.
verbas alocadas nos diversos suportes baixou de 28% em 1995 – início do webjornalismo no
Brasil – para 15%, em julho de 200914.
Para Meyer (2007), o formato da notícia-factual, disponibilizando na manhã
seguinte o que televisão, rádio e Internet já deram ao longo de todo o dia anterior, pode
ter se rompido para os jornais impressos, levando à busca de nova identidade para o
jornalismo praticado em papel.
Essa crise dos jornais impressos atropelados pela interatividade das redes sociais tem
um impacto impressionante na vida dos jovens brasileiros.
A CISCO15 divulgou os resultados da edição 2011 do estudo Connected Technology
World Report. Realizada em 14 países, com adolescentes e jovens, de 14 a 30 anos, a
pesquisa mostra como esse público se conecta à tecnologia. Entre os resultados: muitos dos
entrevistados revelaram que seus celulares são mais importante tecnologia das suas vidas;
70% dos que trabalham se tornaram “amigos” dos seus chefes e colegas de trabalho no
Facebook; dois em cada cinco estudantes não compraram um livro físico (exceto escolares)
nos últimos dois anos; e, como era de se esperar, a maior parte dos participantes, 92% dos
participantes, revelaram ter uma conta no Facebook e checam pelo menos uma vez por
dia.
Entre os brasileiros, três em cada cinco entrevistados disseram que a internet passou
a ser tão necessária quanto água, comida e moradia. Espantosamente, 72% dos
universitários do país preferem navegar na internet a namorar, ouvir música ou até sair
com os amigos. Entre os que trabalham, 75% afirmaram não conseguir viver sem internet.
Isso vem revelando grandes mudanças de paradigma no comportamento da juventude
brasileira como aprofundaremos a seguir.
capacidade de cada um construir seus próprios repertórios culturais. Este maior campo
simbólico que os jovens possuem para se fazerem sujeitos, a partir de escolhas não
determinadas pelos adultos e pelas instituições, é fonte de muita tensão nos ambientes
familiares e escolares17.
Ao longo dos últimos 15 anos, no Brasil, o tema da juventude vem ganhando relevo
e destaque em diferentes âmbitos da vida social e especialmente nos estudos acadêmicos.
Nos meios de comunicação, assistiu-se ao surgimento de novos veículos de informação
(páginas na internet e revistas, por exemplo) voltados para o tema, algumas importantes
matérias e programas foram realizados e lançaram luz sobre problemas sociais que afetam
os jovens (tais como o desemprego, a violência e a dificuldade de acesso à educação de
qualidade). A pluralidade de identidades juvenis nos territórios das cidades também
ganhou destaque nas mídias. Jornais e revistas abriram espaços para cadernos e seções
teens, programas de TVs foram criados – ao estilo MTV – pensando no público jovem, ou
ao menos em torno de determinadas representações dominantes sobre os jovens. Rádios
jovens – não necessariamente “feitas” por jovens – ocuparam mais espaços no cenário
cultural e comercial voltando-se para o “segmento” jovem consumidor dos produtos diretos
e indiretos da indústria fonográfica.
No âmbito das ciências sociais, vários estudos têm contribuído para ampliarmos
nossa compreensão sobre o ciclo de vida que chamamos de juventude18. Abordagens
teóricas e investigações de base empírica permitem que tomemos contato tanto com a
diversidade de formas e conteúdos culturais produzidos, como também com os processos
que configuram condições desiguais de acesso a bens culturais e simbólicos que limitam a
capacidade de expressividade cultural dos jovens e das jovens no Brasil e no mundo.
Uma das limitações para o entendimento sobre o real significado da vida na
juventude está na insistência de muitos em considerar os jovens apenas como sujeitos da
transição para a vida adulta. Nesta perspectiva, o tempo da juventude passa a ser tão
somente um momento de espera e preparação para a vida pra valer que é o “ser adulto”.
17
Cf. CARRANO, Paulo. Educação de Jovens e Adultos e Juventude: o desafio de compreender os sentidos da
presença dos jovens na escola da “segunda chance”. REVEJ@ - Revista de Educação de Jovens e Adultos, v. 1,
n. 0, p. 1-108, ago. 2007.
18
Dentre os autores mais significativos, cito as obras: BOURDIEU, P. A “juventude” é apenas uma palavra. In:
BOURDIEU, P. Questões de Sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983. p. 112-121. PAIS, J. M. Buscas de si:
expressividades juvenis. In: Culturas jovens: novos mapas do afeto. Maria Isabel Mendes de Almeida, Fernanda
Eugenio (orgs.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006. p. 7-24. NOVAES, R. Jovem brasileiro, quem é ele?
Palestra no evento Juventude, participação e cidadania: que papo é esse? IBASE, 2007. (Acessado na internet
http://www.multirio.rj.gov.br/sec21/chave_artigo.asp?cod_artigo=3189, em 02/07/2012). PERALVA, A. e
SPOSITO, M. P. (orgs.) Juventude e contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, Anped,
ns. 5/6, 1997. p. 37-52. ABRAMO, Helena W. Condição juvenil no Brasil contemporâneo. In: ABRAMO, Helena
Wendel; BRANCO, Pedro Paulo Martoni (org.). Retratos da Juventude Brasileira: análise de uma pesquisa
nacional. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo: 2005, pg. 37-72.
a recriar formas, a inter-relacionar a mídia com sua própria estética de base. Eles
acrescentam e desenvolvem novos significados. Os jovens são os mais sofisticados
leitores da mídia de todos os grupos da sociedade19.
19
Willis, 1990, p. 30. Apud Orofino, 2005, p. 132.
20
Esta pesquisa foi realizada em 2011 com jovens de 15 a 24 anos, com um universo de 1211 participantes,
realizada via web pela Editora Abril. Pesquisa completa pode ser encontrada em
http://issuu.com/njovem/docs/sondagemredessociais. Último acesso em 28/07/2013.
21
SIMMEL, Georg. Questões fundamentais de sociologia: individuo e sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
22
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34,1999.
[HISTÓRIA.COM] ANO I, Nº I - 2013
23
SOUZA, Marcelo J. Lopes de. O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento. In: CASTRO,
Iná Elias de et al. Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001, p. 77-116.
24
MESQUITA, Zilá. Do território à consciência territorial. In: MESQUITA, Zilá & BRANDÃO, Carlos R. (org.).
Territórios do cotidiano: uma introdução a novos olhares e experiências. Porto Alegre/Santa Cruz do Sul: Ed.
Universidade/UFRGS/UNISC, 1995, p.76-92.
25
MESQUITA, 1995, p.86
26
CLAVAL, Paul. A geografia cultural. Florianópolis: Editora da UFSC, 1999.
Carlos Eduardo da Silva Moraes Cardozo Página 12
[HISTÓRIA.COM] ANO I, Nº I - 2013
27
HAESBAERT, Rogério. O Mito da Desterritorialização: do “Fim dos Territórios” à Multiterritorialidade. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. 2. ed.
28
Ibid, p.79.
29
RAFFESTIN, C. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993.
coerência entre a ação de uma sociedade e a semioesfera a qual ela se referia. Esta
relativa unidade se estilhaçou e o processo de territorialização-desterritorialização-
reterritorialização não é mais regulado do interior, mas do exterior. A territorialidade é
menos "espacializada" que "temporalizada" porque ela é comandada pela modernidade
em que 'a moda é o emblema' (Raffestin, 1993, p.8). E porque não dizer, ente os jovens,
também, a vida nas redes sociais. Ora, a modernidade se elabora somente em alguns
lugares que dispõem dos meios virtuais de uma difusão ultra-rápida. O território concreto
tornou-se menos significativo que o território informacional em matéria de territorialidade.
Também, há surgindo um novo modo de construção das identidades nacionais entre os
jovens. Esses fenômenos nos fazem reler também os conceitos clássicos de nação, identidade
nacional e consequentemente, de território.
7. À Guisa de Conclusão
Que reflexões podem suscitar o que foi até aqui exposto? Em resumo, neste trabalho
a proposta foi de examinar conceitos subjacentes às raízes de nação, identidade nacional e
territorialidade, discutindo as posições de alguns autores clássicos e contemporâneos.
Apresentou se ainda a inserção dos jovens no Brasil nas redes sociais como um exemplo em
que o processo desterritorialização foi potencializado a serviço de uma grande mudança
social, acionando-se um mecanismo de re-construção de um novo paradigma de
construção das identidades nacionais.
A base teórica que serviu de ponto de partida foi Benedict Anderson, associando
com o conceito de nação de Erick Hobsbawm. Ao longo da reflexão foi se fazendo
necessário agregar outros conceitos para além das ciências sociais, mas oriundos também
da geografia.
É evidente, conforme mostrou as pesquisas apresentadas neste trabalho, a inserção
dos jovens brasileiros nas redes sociais veiculadas na internet. Isso, consequentemente,
impacta na forma como estes jovens concebem o mundo.
Assim, conceitos clássicos das ciências sociais terão de ser relidos à luz desses novos
fenômenos. Conceitos como identidade nacional, nação e territorialidade se mesclam no
bojo dessas interações sociais no meio virtual. O conceito de nação atrelado a pertença ao
povo, doravante atrelado a um sentimento de nacionalidade, fortalecido, na visão do
Anderson, pelos jornais fica titubeante frente a uma juventude imersa numa suposta crise
do jornal impresso.
Em um texto clássico nos estudos de juventude, os jovens são tomados como sintoma
da cultura. Isso nos alerta a olhar e entender as manifestações juvenis que ali estão contidas
dinâmicas próprias da sociedade contemporânea.
Jovens que não são “problemas” nem “solução”, que vivem seu cotidiano e
procuram um espaço, um tempo, uma forma, uma linguagem para expressar seus desejos,
suas dores e alegrias, suas demandas e sentimentos, suas diferenças e diversidades,
buscando ser ouvidos, ou, simplesmente, ser visíveis. Que vivem e convivem com crianças,
adultos, idosos e constroem com eles os sentidos de suas narrativas e trajetórias de vida.
Que procuram espaços e tempos de autonomia, afirmação, resistência, entre as políticas e
os programas de controle e de “gestão da pobreza”, e a violência quotidiana com a qual
convivem. Espaços e tempos da pluralidade de sujeitos, experiências e trajetórias de vida.
Pluralidade que é, para Hannah Arendt, condição indispensável do agir político.