O Teosofista, Setembro de 2022
O Teosofista, Setembro de 2022
O Teosofista, Setembro de 2022
000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
Entre os numerosos líderes das nações, eu oro por aqueles que ouvem a voz da sua
consciência, porque estão em contato com sua alma espiritual.
Rezo pelo sucesso dos chefes de governo éticos e sinceros, porque pensam no bem de suas
nações. Respeitam o caráter sagrado das relações familiares. Permanecendo longe da doença
da adoração do dinheiro, eles seguem os princípios da religião, e veem a religiosidade não
como dogma, mas como prática do altruísmo.
A família é a base da nação, e cada lar pode ser um templo.
Oro pela vitória dos dirigentes que visam a regeneração ética da comunidade. Por aqueles
cujas vidas são limpas, cujas ações são decentes.
Espero que os homens e as mulheres de boa vontade possam prevalecer no devido tempo
através da força dos seus exemplos práticos. Deste modo será aberto o caminho para que a
verdadeira paz floresça na Terra mais uma vez.
O Teosofista, Setembro de 2022
2
A harmonia social deve emergir das almas, para então nascer nas comunidades, e estabelecer-
se em cada um dos países, e entre as nações.
Om, Shanti. Om.
000
Parece existir uma relação específica entre a planta arruda - “Ruta Graveolens” - e o
caminho teosófico. Dada a função purificadora da arruda, o tema merece ser investigado de
modo prático em cada caso individual.
É bem conhecida a amizade que há entre as plantas e os sábios. O exemplo notável de
Paracelso, o alquimista, não é um fato isolado. Helena Blavatsky escreveu sobre a inteligência
das plantas conhecidas pelo nome de “Mimosas”. [1] Os místicos de todos os tempos
pesquisam plantas e encontram nelas a cura para os males humanos. Cada civilização que se
afasta do mundo vegetal decai, e depois perece - merecidamente.
As plantas têm virtudes medicinais e morais. Elas possuem efeitos curativos para o corpo e
para o espírito. Como parte da caminhada em busca da sabedoria, o teosofista pode fortalecer
O Teosofista, Setembro de 2022
3
sua relação pessoal com o reino dos vegetais. Cabe a ele construir uma amizade com as
plantas que são mais significativas para seu aprendizado.
A casa de cada pessoa de boa vontade constitui de certo modo um templo oculto. Neste
santuário as boas plantas cumprem um silencioso e eficiente papel de defesa. Elas
harmonizam o plano psíquico e purificam os níveis astral, emocional e magnético da
atmosfera.
Este é o caso da arruda, conhecida desde a antiguidade por sua capacidade de proteger contra
maus pensamentos.
A arruda afasta sentimentos inferiores e ajuda a estabelecer ordem na aura dos humanos que
interagem com ela. Sentimentos de inveja, medo e ódio perdem força na sua presença, mas
cresce o poder da verdade. Esta planta traz para cima da mesa as confusões mentais ou
emocionais subconscientes e exige a eliminação delas. A arruda produz rigor, saúde, lucidez,
realismo e severidade no ambiente humano em que vive. Ela fortalece a vontade na aura dos
humanos. Ajuda as pessoas a se verem livres de influências negativas desconhecidas e das
ideias destrutivas, tão frequentes na mídia mercenária do mundo atual. [2]
Para Mellie, a arruda é um tônico excelente para a estafa mental (e para os olhos cansados).
Ela combate todos os tipos de envenenamento sutil e revigora o ser contra qualquer tipo de
ataque. Ela fortalece o polo superior da consciência. [3]
O peregrino que busca elevar sua consciência tem na arruda um aliado natural e um guerreiro
amigo cuja influência é uma proteção eficaz, porque reforça e amplia a intenção de buscar o
melhor, e de optar pelo que é correto. É claro que a influência benigna da arruda não exclui a
necessidade do esforço próprio de cada estudante.
No contexto de uma civilização decadente e sem rumo, a arruda ajuda a preservar todo local
em que esteja presente das influências negativas que o rodeiam. O lugar em que vive uma
pessoa de boa vontade pode ser um pequeno oásis espiritual, e a arruda é um fator ativo para
que a casa do teosofista se torne um purificador eficiente da atmosfera humana em seu
conjunto. E, além da arruda, há outros guerreiros vegetais aliados da saúde e da sabedoria.
NOTAS:
[1] Veja, em inglês, o texto “A Inteligência das Mimosas”, de Helena Blavatsky.
[2] Leitores perguntaram o que fazer quando a arruda morre. Alguns confessaram que suas
arrudas “sempre secam”. Esta planta merece um calmo estudo por parte de quem pretende
construir uma amizade com ela. Há farto material no YouTube com instruções sobre como
cuidar da arruda. Se parece que “nada funciona”, ao invés de desistir, “compre cinco vezes
mais arruda” e estude com calma sobre o cuidado dela. Não coloque no lixo as folhas e ramos
que morrem. Guarde-os, secos, em lugares especiais da casa, talvez guardados em seus papéis
ou mesmo em livros. Sua influência benéfica prosseguirá, ainda que mais suave. Uma ação
alternativa é o uso de incensos e óleos aromaterapêuticos de arruda. São elementos úteis. São
um reforço. Porém, não há nada como a presença da planta viva em sua casa. Vale a pena
O Teosofista, Setembro de 2022
4
perseverar. Além disso, é correto envolver ramos e folhas de arruda em um pequeno pano, ou
em papel, mantendo-os junto ao seu corpo para defesa da aura. Veja o que é melhor no seu
caso. Fique à vontade para combinar vários modos de contato com a planta. Dois alertas no
sentido de cautela: 1) o uso interno de arruda, como no caso de chás, apresenta
contraindicações e só deve ocorrer sob instruções de um médico; 2) afirma-se em geral que as
mulheres grávidas devem evitar qualquer forma de contato intenso com arruda: cabe esperar
que a criança nasça.
[3] “A Magia das Plantas”, Mellie Uyldert, Ed. Pensamento, SP, 172 pp., ver pp. 97-98.
000
Alguns comentários médicos sobre o uso de arruda podem ser encontrados na obra “A Flora
na Medicina Doméstica”, de Alfons Balbach, Edições ‘A Edificação do Lar’, 23ª edição,
Itaquaquecetuba, SP, Brasil, edição em dois volumes. Ver volume II, pp. 476-477.
000
A Compaixão de Jesus e o
Compromisso de Kwan Yin
Examinando De Que Modo
o Peregrino Busca a Sabedoria
O compromisso de sacrificar a si mesmo para salvar o mundo, assumido por Jesus nos
evangelhos, não é exclusivo do Mestre dos cristãos, e tampouco se limita aos que procuram
seguir o caminho ensinado por Ele.
consciência individualista faz parte do caminho espiritual por um motivo muito simples: a
completa compaixão é inseparável da sabedoria, e vice-versa.
A dificuldade de assumir uma tal meta na prática e não só em palavras, é o motivo básico do
fracasso das escolas esotéricas após a morte de Blavatsky. É também a causa do relativo
fracasso da escola esotérica mesmo durante a vida dela, conforme pode-se ler no volume XII
dos seus Escritos Reunidos (“Collected Writings”).
“Nunca irei buscar nem aceitarei uma salvação particular ou individual; jamais entrarei
isoladamente na paz da libertação final, mas sempre e em todo lugar viverei e me esforçarei
pela libertação de todos os seres no mundo inteiro.”
Devido à lei da unidade, fatos complexos ocorrem na vida do peregrino a partir do momento
em que ele toma a decisão de viver em um ponto de percepção mais elevado da realidade. Um
O Teosofista, Setembro de 2022
7
deles é que o peregrino precisa funcionar como se sua vida fosse uma estação de tratamento
de efluentes, que, ao invés de recuperar água poluída, recupera ondas de pensamento e
sentimento contaminados.
De um lado, o peregrino recebe poluição. De outro, emite vibrações corretas. Quanto mais a
mente se eleva, mais necessária é a purificação. Este contraste expressa a lei da simetria, que é
um outro nome para a lei da unidade inevitável.
A união de tudo o que existe não ocorre apenas no nível iluminado da vida: acontece também
no plano da dor, do desespero e da escuridão. A união com sabedoria é felicidade. A união
com ignorância traz sofrimento. O fato é simbolizado pela crucificação de Jesus. O caminho
da sabedoria é um caminho de sacrifício.
A exigência prática da misericórdia, que não pode ser cancelada, ensina o peregrino a
transmutar lentamente o erro em sabedoria, passo a passo e conforme as suas forças. Ele
aprende a transformar -
Deste modo o peregrino purifica a substância poluída do carma humano. Esta é a receita
alquímica infalível para transformar o chumbo em ouro, ou o limão em limonada.
Quando o tolo recebe chumbo, ou sofrimento, ele trata de mandar instintivamente o mesmo
chumbo para os outros. O sábio, que possui inteligência, evita fugir cegamente do chumbo.
Ele transforma o chumbo em ouro, isto é, tira do processo do sofrimento lições de sabedoria
que garantem passo a passo a sua libertação interior, e a libertação dos outros.
O amanhecer é gradual.
À medida que a ignorância da alma passa pelo processo de morte e ressurreição, a consciência
renasce num patamar superior, cujo horizonte é mais amplo, porque está mais perto do mundo
celeste.
000
Estar concentrado inclui a capacidade de observar a diversidade da vida sem perder o foco.
O aprendiz de filosofia esotérica trata de contemplar um objeto ou assunto elevado, relativo à
sua caminhada espiritual. Deste modo ele flutua acima da dispersão mental média e
materialista que o rodeia, e que o dominava, quando era desatento, isto é, quando obedecia às
aparências e mantinha suas luzes espirituais apagadas.
Num nível mais avançado, o buscador da verdade estabiliza a sua percepção do mundo já não
em torno de um objeto ou de um ser, nem tampouco em torno de uma ideia, mas sim “a partir
de um ponto de vista”. E este ponto-chave é o ponto de vista da sua missão de alma, da sua
tarefa espiritual, do seu dharma maior, que inclui tanto o dia de hoje como encarnações
futuras.
A sabedoria ensina que quando as duas formas anteriores de concentração são bem
conhecidas e operam com facilidade, o peregrino aprende a identificar e concentrar-se em
todo um nível de consciência e percepção, independentemente das ideias, dos objetos e dos
seres que definem a vida deste patamar.
A partir de agora o caminhante percebe com mais clareza os vários níveis de atmosfera em
que vive e atua, e em que agem os outros seres.
O Teosofista, Setembro de 2022
9
Ele opta pela atmosfera elevada, sem descuidar do alicerce denso. Ele trata de consolidar sua
presença na atmosfera superior, que é adequada para a alma espiritual. Ele vai fortalecendo
sua aura no que ela tem de melhor.
A) Em um objeto elevado;
B) Em um ponto de vista elevado; e
C) Em um patamar superior da atmosfera em que se vive.
Os três estágios podem ser sucessivos, mas são também simultâneos.
As conexões entre estes tipos de concentração ocorrem em tamanha quantidade e com uma
sintonia tão grande que é impossível ver os três fatores como coisas separadas, ou mesmo
como coisas distintas. A sua unidade é inegável a partir do momento em que se compreende o
modo prático como funcionam.
Segundo a filosofia esotérica, a realidade da consciência espiritual transcende todo esquema
descritivo. Ela combina de modo imediato e dinâmico os mais diferentes elementos da
percepção, da ação e da compreensão. Está tudo integrado.
O esquema classificatório, a descrição com palavras, é apenas uma ajuda externa para
compreender alguma coisa do processo vivo da percepção e da ação.
O peregrino tem diante de si vários patamares de realidade situados verticalmente entre o céu
e a terra, ou entre o que é essencial e o que é desimportante.
A totalidade do ser e do atuar é maior do que qualquer descrição que se faça dela. Os sábios
esclarecem que o mapa da viagem não é a viagem. No entanto, um bom mapa tem uma
utilidade inegável.
A informação correta gera um tipo lúcido de atenção que transcende o mundo das palavras.
Quando a informação confiável é respeitosamente transcendida, ocorre a compreensão
silenciosa. O mesmo acontece com o avião que, ao decolar, transcende, sobrevoa e deixa para
trás a indispensável pista de um bom aeroporto.
000
Estude mais:
* A Ioga da Teosofia.
* Bom Senso no Estudo de Raja Ioga.
* Raja Ioga na Parábola do Semeador.
* A Ioga de Cabral e Camões.
* Bhakti, a Ioga da Devoção.
000
O Teosofista, Setembro de 2022
10
* Não há relação, comunhão ou companhia mais amável, mais amigável e encantadora do que
um bom casamento. (Martinho Lutero, 1483-1546)
* Um casamento feliz é a melhor coisa que a vida tem a oferecer. Ele é construído tijolo por
tijolo ao longo dos anos, e consolidado tanto pelos momentos de ternura quanto pelos
momentos de irritação. (Jilly Cooper, autora nascida em 21 de fevereiro de 1937) [1]
* O marido e a esposa com o tempo ficam até fisicamente parecidos. (Oliver Wendell
Holmes, 1809-1894)
* As duas palavras que tornam uma parceria vitoriosa são NOSSO e NOSSA. (Joanne Fink)
[2]
O Teosofista, Setembro de 2022
11
A Mulher e o Violino
* Que todos os erros e todas as falhas sirvam apenas para ensinar-nos como amar melhor um
ao outro. (Peter Gray, nascido em 1928)
* É tão absurdo dizer que um homem não pode amar uma mulher o tempo todo quanto
afirmar que um violinista precisa de diversos violinos para tocar a mesma música. (Honoré de
Balzac, 1799-1850)
* Todo casamento duradouro envolve um compromisso incondicional com uma pessoa
imperfeita. (Gary Smalley, na obra “Love is a Decision”)
* A felicidade da vida no casamento depende de fazer pequenos sacrifícios com boa vontade e
alegria. (John Selden, 1584-1654) [3]
NOTAS:
[1] As quatro frases acima foram traduzidas por CCA do capítulo um do livro em miniatura
“Marriage, the Great Gift”, de Helen Exley, cujas páginas não têm numeração. O volume
foi publicado por Helen Exley na Grã-Bretanha, copyright 2004, 2009, Helen Exley
Giftbooks.
[2] As três frases acima foram traduzidas por CCA do livro “Marriage, the Great Gift”, de
Helen Exley, capítulo dois.
O Teosofista, Setembro de 2022
12
[3] As quatro frases acima foram traduzidas por CCA respectivamente dos capítulos sete,
oito, nove, e outra vez nove, de livro “Marriage, the Great Gift”. Ver as notas anteriores.
[4] As últimas cinco frases da presente compilação foram reproduzidas do capítulo cinco de
“Marriage, the Great Gift”. Veja as notas anteriores.
000
A meta saudável do estudo de teosofia é capacitar pouco a pouco o estudante para estruturar
melhor a si mesmo diante da vida, a partir da compreensão abrangente de todas as coisas,
universais e pessoais.
Gradualmente ele compreende a ilusão. Não sem sofrimento, passa a perceber os mecanismos
que reproduzem o autoengano dele mesmo e o autoengano dos outros. Ele identifica-se com
uma visão mais realista das coisas, e aprende por experiência própria que a ajuda mútua e o
respeito mútuo são partes centrais da Lei da Natureza.
À medida que a ilusão se desfaz, a autoestruturação acontece de modo natural. Quando a noite
da infantilidade egocêntrica se desmancha, é porque um novo dia de lucidez eficiente está
nascendo. Amargas decepções abrem a porta para o contentamento espiritual. Este
O Teosofista, Setembro de 2022
13
contentamento é durável, porque é sensato. E quando ele surge, é hora de tomar providências
práticas diante das seguintes questões:
* Que hábitos da vida diária estão a serviço de uma visão sensata das coisas?
* Que hábitos físicos, emocionais e mentais devem ser fortalecidos? E quais novos hábitos,
nestes três planos da existência, devem ser criados?
Estude mais:
* Examine o capítulo seis, intitulado “Destruindo as Desilusões”, na obra de Carlos Cardoso
Aveline “O Poder da Sabedoria” (Editora Teosófica, Brasília, copyright 1998, terceira
edição, 2001, 189 páginas). * Veja “Três Caminhos Para a Paz Interior”, de Carlos
Cardoso Aveline, Editora Teosófica, Brasília, 2002, 191 páginas. O capítulo quinze está
intitulado “Aprendendo com a Desilusão”.
Novos Itens em
Nossos Websites
Este é o informe mensal dos websites associados. [1]
Dia 16 de setembro havia 3098 itens em nosso acervo, dos quais 22 estavam em francês,
1393 em português, 1393 em inglês e 274 em espanhol. Havia dois textos em italiano, e
catorze em russo.
Os seguintes itens foram publicados entre 19 de agosto e 16 de setembro de 2022:
(Títulos mais recentes acima)
1. Теософ эпохи Водолея, сентябрь 2022 (The Aquarian Theosophist em russo)
2. The Aquarian Theosophist, September 2022
3. The Shock Doctrine - James Rickards
4. El Teósofo Acuariano 010, Septiembre de 2022
5. José Bonifácio, um Patriarca Polêmico - Carlos Cardoso Aveline
6. Escalation Toward a Nuclear War - James Rickards
7. La Pedagogía Teosófica - Carlos Cardoso Aveline
8. A Arte de Ser Amigo - Nunes dos Santos (Comp.)
9. Humanity’s Onward Path - Radha Burnier
10. Teosofia, a Medicina da Alma - Carlos Cardoso Aveline
11. Теософ эпохи Водолея, август 2022
O Teosofista, Setembro de 2022
14
NOTA:
[1] Os websites associados incluem www.FilosofiaEsoterica.com,
www.CarlosCardosoAveline.com, www.HelenaBlavatsky.net, www.TheosophyOnline.com,
www.HelenaBlavatsky.org, www.TheAquarianTheosophist.com e
www.RussianTheosophist.com. Visite nosso blog em “The Times of Israel”.
* O que a humanidade tem em comum com o mundo animal? Francis Hutcheson escreveu:
* “Quando nós gratificamos os apetites corporais, há uma sensação imediata de prazer, tal
como no caso dos animais, mas não existe uma satisfação que vá além disso (...).” [1]
* Por outro lado, há com frequência um contato e uma afinidade profunda de almas espirituais
unindo o animal e o humano. Uma amizade sagrada pode unir seres humanos, vegetais e
animais. A prática da oração fortalece a busca do mundo divino e estimula a comunhão com
todos os seres.
A Necessidade da Oração
* S. Francisco de Sales (1567-1622) escreveu:
* “A oração traz ao nosso entendimento a claridade e a luz divina e expõe a nossa vontade ao
calor do amor celeste. Não há coisa que depure e liberte tanto como ela o nosso entendimento
O Teosofista, Setembro de 2022
15
das suas ignorâncias, e a nossa vontade dos seus afetos impuros. Ela é a água da bênção que,
com o seu orvalho, faz reverdecer e desabrochar as plantas dos nossos bons desejos. Ela
expurga e lava as nossas almas das suas imperfeições, apagando as paixões cegas em nosso
coração.” [2]
* A postura descrita denota uma mentalidade gravemente dividida em dois. Produz um drama
artificial, gerado pela imaginação; mas a dor que decorre desta atitude é desnecessária para
quem mantém o equilíbrio e preserva a capacidade de respeitar os seus adversários.
* Os verdadeiros adversários de cada ser humano são sobretudo os seus próprios defeitos. O
cidadão sensato combate as falhas que vê em si mesmo. Os tolos, por outro lado, pretendem
combater os erros alheios, recusando-se a curar as fontes do seu próprio sofrimento e da sua
ignorância. E há os que renunciam a pensar, preferindo agir no plano do instinto. Estes são
levados ao cultivo cego do ódio como maneira de fugir do seu próprio medo subconsciente.
* A fonte do receio que ameaça tantas almas humanas está na sua atitude emocional infantil.
A paz que cura o medo nasce da sabedoria. A harmonia entre os seres brota da luz espiritual.
A tarefa diante de nós é focar a atenção naquilo que vale a pena.
* Todos colhem o que plantam: quando pensamos no que é saudável, o que é saudável ganha
força. É sábio plantar aquilo que desejamos colher.
NOTAS:
[1] Traduzido da página 15 de “The Aquarian Theosophist”, edição de setembro de 2022.
[2] Da obra “Introdução à Vida Devota”, de S. Francisco de Sales, texto autêntico integral,
Diocese do Porto, Portugal, 1938; traduzido da edição original de 1619, que foi revista e
corrigida pelo autor; 325 páginas. Ver p. 67. Na transcrição, levamos em conta a edição da
obra em inglês, “Introduction to a Devout Life”, St. Francis de Sales, TAN Classics, North
Carolina, EUA, 2013, Imprimatur 1942, 326 pp., ver p. 61.
[3] Estudos científicos mostram que o uso de drogas como maconha e cocaína induz à
psicose, e à piora nos casos em que ela já está presente. Quando elites políticas e sociais
adotam como “normal” o uso de estupefacientes, a pandemia moral e o desequilíbrio ganham
força.
000
A Linhagem Intermitente
Da linhagem mística cristã faz parte o cardeal Nicolau de Cusa, que viveu no século 15. Não
por acaso, Cusa antecipou em livro algumas das principais ideias de Nicolau Copérnico.
HPB sugere que o cardeal pode ter sido uma encarnação anterior imediata de Nicolau
Copérnico. A reencarnação talvez fosse consciente, isto é, Copérnico provavelmente lembrava
da sua própria existência anterior como Cusa:
Reencarnação Consciente e Imediata
https://www.carloscardosoaveline.com/reencarnacao-consciente-imediata/
Para uma visão histórica do cristianismo, devemos levar em conta mais alguns dados do
contexto cultural em que as vidas de Nicolau de Cusa (1401-1463), e Nicolau Copérnico
(1473-1543) foram possíveis.
HPB mostrou a força oculta da filosofia esotérica no catolicismo, nos séculos 15 e 16:
Star Angel Worship in the Roman Catholic Church
(A Adoração dos Anjos das Estrelas na Igreja Católica Romana)
https://www.carloscardosoaveline.com/star-angel-worship-in-the-roman-catholic-church/
Neste texto HPB destaca o trabalho místico de adoração astrológica das estrelas e corpos
celestes por parte de Amadeus de Portugal (1420-1482), frade franciscano contemplativo, um
nobre português conhecido em sua terra pelo nome de Amadeus da Silva. A astrolatria
católica chegou a ser extremamente influente em Roma. Só mais tarde a obra escrita de
Amadeus de Portugal foi condenada pela Inquisição.
O Teosofista, Setembro de 2022
18
Mais de 200 anos antes da destruição visível da Ordem do Templo, o rei que declarou a
independência de Portugal como nação - coroado em 25 de julho de 1139 - foi, não por
casualidade, um cavaleiro templário de destaque:
Primeiro Rei de Portugal Era Cavaleiro Templário
https://www.carloscardosoaveline.com/primeiro-rei-de-portugal-era-cavaleiro-templario/
A entrevista em que abordo o tema dos templários está agora publicada também em nosso
novo canal no YouTube:
Vídeo: Os Templários Segundo Blavatsky
https://www.youtube.com/watch?v=zkQsWAlQAtk&ab_channel=FilosofiaEsot%C3%A9rica
Embora pouco conhecida, a influência teosófica na história da mística cristã é muito grande.
A formação de Pedro Álvares Cabral, como pessoa e como navegador, ocorreu na tradição
templária. E há elementos místicos e filosóficos em Camões:
A Ioga de Cabral e Camões
https://www.carloscardosoaveline.com/a-ioga-de-cabral-e-camoes/
A partir do século 16 o fortalecimento da perspectiva capitalista, centrada no dinheiro, foi
asfixiando pouco a pouco a religiosidade no mundo cristão.
É doloroso ver a aparente ausência de alma espiritual nas nações do Ocidente, especialmente
desde o final do século 20. A euforia com que a cegueira ética e a falta de espiritualidade se
O Teosofista, Setembro de 2022
19
espalham corresponde a uma pandemia moral, e é fonte das pandemias físicas, segundo alerta
HPB. A decadência constitui um processo muito forte: mas ela também é passageira, porque é
desastrosa. Como toda ilusão, no momento certo ela destrói a si mesma.
A aparente vitória do dogma religioso combinado com o materialismo mercantilista não vai
além do plano da vida externa. Apesar do que sugere uma visão superficial das coisas,
podemos dizer com segurança que o Ocidente tem Alma, e que sua alma vive.
O espírito criativo do cristianismo místico ainda existe. Cedo ou tarde será retomado um
contato mais amplo com as fontes de inspiração sagrada. As bases estão no Oriente, conforme
mencionamos acima:
Fontes Orientais da Sabedoria Cristã
https://www.carloscardosoaveline.com/fontes-orientais-da-sabedoria-crista/
A mística cristã do Ocidente tem peso próprio, e seu valor espiritual - ainda que esquecido - é
inestimável. Elementos práticos dela podem ser encontrados em cada comunidade cristã em
que prevaleça a sinceridade, em que haja um horizonte amplo e altruísta e uma vontade de
aprender.
(Carlos Cardoso Aveline)
000
O Teosofista
Ano XVI, Número 184, Setembro de 2022. O Teosofista é uma
publicação mensal eletrônica da Loja Independente de Teosofistas e seus
Websites Associados, entre os quais estão www.FilosofiaEsoterica.com,
www.HelenaBlavatsky.net, www.CarlosCardosoAveline.com e
www.TheosophyOnline.com. Editor geral: Carlos Cardoso Aveline.
Editora assistente: Joana Maria Pinho. Contato: [email protected].
Facebook: SerAtento, FilosofiaEsoterica.com, Brasil Atento e Portugal
Teosófico.
000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000