Modelo Penhora
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Autos: xxxx
xxxxx, brasileiro, casado, aposentado, portador da cédula de identidade nº xxxx e CPF nº xxxxx,
residente e domiciliado à xxxxx, Município de Quitandinha, Estado do Paraná, CEP 83840-000,
por seu procurador que abaixo subscreve a presente peça (procuração em anexo), vem
manifestar-se acerca da intimação de seq. xx, apresentando IMPUGNAÇÃO À PENHORA, com
fulcro no artigo 525 do NCPC, nos seguintes termos:
Inicialmente, o exequido afirma, nos termos do art. 98 e 99 do Código de Processo Civil, que
não possui condições financeiras de arcar com custas processuais e honorários advocatícios
sem prejudicar substancialmente seu sustento e de sua família, tendo em vista que é
aposentado, percebendo valor de R$ 1.290,00 (hum mil, duzentos e noventa reais) a título de
proventos (conforme extratos bancários em anexo).
“Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos
para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à
gratuidade da justiça, na forma da lei.”
“Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na
contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
II - DOS FATOS:
O exequido foi informado pelo seu banco que houve bloqueio judicial em sua conta bancária,
no valor de R$ 561,19 (quinhentos e sessenta e um reais e dezenove centavos), em
decorrência de ordem judicial emanada por este MM. Juízo nestes autos.
Contudo, como demonstra os extratos bancários em anexo, a única entrada de valores nesta
conta bancária é justamente a aposentadoria do exequido, no valor de R$ 1.290,00 (hum mil,
duzentos e noventa reais), ou seja, todo o valor existente na conta (e, por consequência, o
valor bloqueado) são oriundos de proventos de aposentadoria, os quais são impenhoráveis,
como iremos demonstrar a seguir.
Ressalte-se, ainda, que é facilmente extraído de tais extratos bancários que a aposentadoria é
a única renda do exequido.
III - DO DIREITO:
(...)
A jurisprudência é cristalina:
No presente caso, foi deferido por este juízo a penhora dos valores existentes na conta
bancária do exequido.
Contudo, extrai-se facilmente dos extratos bancários em anexo que o saldo de tal conta
bancária tem como única origem os proventos de sua parca aposentadoria, ônus da prova do
qual o exequido não se desincumbiu, forte no parágrafo terceiro do artigo 854 do CPC
Na hipótese dos autos, trata-se de penhora em uma única conta corrente, com constante
movimentação, que recepciona valores decorrentes de aposentadoria, o que não permite a
dedução que seu comportamento estaria eivado de má-fé.
Não fosse isso, os valores envolvidos não superam 40 salários mínimos, o que chama a
incidência da regra do art. 833, X, do CPC:
(...)
No mesmo sentido: (AgRg no AREsp 760.181/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 27/10/2015, DJe 05/11/2015); (REsp 1230060/PR, Rel. Ministra MARIA
ISABEL GALLOTTI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 13/08/2014, DJe 29/08/2014)
Assim, há mais do que fundada razão para julgar procedente a presente impugnação, visando
liberar os valores bloqueados em favor do exequido.
Por tudo isso, através da presente impugnação, o exequido demonstra que, a uma, o bloqueio
judicial incidiu sobre verba considerada impenhorável, e, a dois, sendo a única fonte de renda
do exequido, tal constrição está comprometendo seu sustento próprio e da família.
Assim, requer que a presente impugnação ao bloqueio de numerário seja acolhida, haja vista
que estão presentes os requisitos fáticos e de direito, sob pena de prejuízos ao seu sustento e,
principalmente, ao direito do exequido.
IV - DOS REQUERIMENTOS:
Termos em que
Pede deferimento.
De Quitandinha, PR, p/ Rio Negro, PR, data e hora da juntada ao sistema PROJUDI.
EXMO (A). SR (A). JUIZ (A) DE DIREITO DA ....ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ............
Proc. nº .....................
..................., devidamente qualificados nos autos, por sua advogada que esta subscreve, na
presente AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TITULO EXTRAJUDICIAL, que lhe move ............., igualmente
qualificada, vem, mui respeitosamente à presença de V. Exa. propor a presente
IMPUGNAÇÃO À PENHORA
A impugnada requer a condenação dos impugnadores, devido à divida que alegam ter os
impugnadores junto à instituição de ensino da impugnada.
Para tanto requereu a impugnada penhora de valores de contas bancarias dos impugnadores,
através do sistema Bacenjud, as quais foram bloqueadas impedindo os impugnadores de pagar
suas contas e realizar compras para sua subsistência.
DA ILEGALIDADE DA PENHORA:
Os valores constritos nas contas bancarias dos impugnadores são originários de remuneração
de seus salários. Tal conta é utilizada exclusivamente para recebimento de salário e
pagamento de despesas, bem como para realizar compras de subsistência, como alimentos e
remédios para manutenção de seu sustento e de sua família.
Convém inicialmente delimitarmos que o tema em vertente, ou seja, nulidade absoluta de ato
judicial (ordem de constrição de bem impenhorável) pode ser arguida a qualquer tempo,
declarada de ofício, dispensando-se, inclusive, o aviamento de ação de embargos à execução.
Neste aspecto, vejamos as lições da doutrina de José Cairo Júnior: “Por ser instituto de direito
público, a impenhorabilidade absoluta do bem pode ser declarada de ofício e a qualquer
tempo, não havendo falar-se em preclusão. A impenhorabilidade também decorre da
inalienabilidade, pois o titular do direito respectivo não pode dispor do bem. “(CAIRO JÚNIOR,
José. Curso de Direito Processual do Trabalho. 3ª Ed. Bahia: Jus Podivm, 2010. Pág. 749).
Tal condução processual violou direito líquido e certo dos mesmos. Com efeito, o artigo 833, IV
do Código de Processo Civil qualifica como absolutamente impenhorável os vencimentos,
soldos, proventos, etc., salvo para o pagamento de prestação alimentícia, que não é o caso em
tela. A ordem jurídico-positiva privilegiou a sobrevivência de uma empresa, pessoa jurídica que
tem meios de se manter financeiramente em prejuízo de pessoas físicas, que necessitam dos
valores ali depositados, para manter sua subsistência e de sua família.
Cumpre ressaltar, nos termos do art. 833 do Código de Processo Civil que: “Não estão sujeitos
a execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis”.
(...)
(...)
De outro turno, o tema ora enfrentado já foi objeto de exaustivo debate também perante o
Egrégio Tribunal Superior do Trabalho, resultando na OJ 153 da SDI2 abaixo descrita:
“Ofende direito líquido e certo, decisão que determina o bloqueio de numerário existente em
conta salário, para satisfação de crédito trabalhista, ainda que seja limitado o determinado
percentual dos valores recebidos ou a valor revertido para fundo de aplicação ou poupança,
visto que o art. 649, IV, do CPC contém norma imperativa que não admite interpretação
ampliativa, sendo a exceção prevista no art. 649, § 2º, do CPC espécie e não gênero de crédito
de natureza alimentícia”.
Na lição de Ingo Sarlet (SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos
fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001): “Temos por dignidade da pessoa
humana a qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano que o faz merecedor do
mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste
sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto
contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as
condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua
participação ativa corresponsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão
dos demais seres humanos”.
Nessa senda e consoante a doutrina mais moderna, notadamente dos professores Theotônio
Negrão e José Roberto F. Gouvêa: “se extrai que o limite de 40 (quarenta) salários mínimos
não pode ser flexibilizado, na medida em que a quantia disposta na lei já revela que este é o
mínimo valor que deva ser garantido ao devedor para a preservação de sua dignidade”.
DO PEDIDO:
O devido DESBLOQUEIO IMEDIATO, da conta salário dos impugnadores, tendo em vista ser de
natureza salarial e, portanto amparado pela lei 8.009/90 e art. 833, IV do CPC, sob pena de
prejuízo ao seus sustento e de sua família;
Requer ainda extensão da concessão da Justiça Gratuita aos impugnadores por serem os
mesmos pobres na acepção jurídica da palavra, conforme documentos anexos já anexados.
Termos em que
Pede deferimento