Senoides e Fasores

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ELETRICIDADE

AULA 6

Prof. Felipe Neves Souza


CONVERSA INICIAL

Nesta aula, estudaremos os circuitos em corrente alternada, os quais


compõem a grande maioria dos equipamentos elétricos existentes.
Apresentaremos uma nova forma de trabalhar com grandezas alternadas, que
é o fasor. Além disso, abordaremos o conceito de impedância, em que todos
os elementos (resistores, capacitores e indutores) são representados por
impedâncias. Em seguida, apresentaremos as relações entre impedâncias e as
leis de Kirchhoff, com fasores para a realização da análise de circuitos em
corrente alternada.
Até o momento, limitamos nosso estudo a circuitos em tensão/corrente
contínua. Agora, abordaremos os circuitos em tensão/corrente alternada, cujos
valores não são constantes no decorrer do tempo.
Os sistemas em corrente alternada são os mais utilizados em
equipamentos elétricos. Visto que a geração, a transmissão e a distribuição de
energia elétrica se dá, na maior parte, em corrente alternada (CA), o estudo
dessa forma de energia é fundamental para a continuidade de nosso curso de
engenharia elétrica.

TEMA 1 – SENOIDES E FASORES

1.1 Senoides

Nas aulas anteriores, realizamos análises de circuitos elétricos utilizando


corrente contínua (CC), ou seja, a corrente que não varia ao longo do tempo.
Agora, continuaremos nossos estudos utilizando as fontes senoidais –
que apresentam uma variação de amplitude ao longo do tempo –, a que
chamamos de corrente alternada (CA). O comportamento de uma fonte
senoidal pode ser representado por uma função seno ou uma função cosseno.
A equação a seguir descreve o comportamento de uma fonte de tensão
senoidal:

𝒗𝒗(𝒕𝒕) = 𝑽𝑽𝒎𝒎 . 𝒔𝒔𝒔𝒔𝒔𝒔(𝝎𝝎. 𝒕𝒕 + 𝜙𝜙)

sendo 𝑉𝑉𝑚𝑚 a amplitude da senoide, 𝜔𝜔 a frequência angular em radianos por


segundo (𝑟𝑟𝑎𝑎𝑎𝑎/𝑠𝑠), 𝜙𝜙 o ângulo de fase e (𝜔𝜔. 𝑡𝑡 + ∅) o argumento da senoide.

2
A figura a seguir ilustra o comportamento da senoide com 𝜙𝜙 = 𝟎𝟎 ao
longo do tempo.

Figura 1 – Tensão senoidal

Na Figura 1, podemos observar que a senoide apresenta oscilações


entre valores positivos e negativos em intervalos de tempos regulares, e por
isso essa função é denominada periódica. O intervalo de tempo para que a
senoide passe por todos os seus valores possíveis, ou seja, complete um ciclo
completo, é chamado de período da função (T), e é medido em segundos.

2. 𝜋𝜋
𝑇𝑇 =
𝜔𝜔

O número de ciclos por segundo é chamado de frequência cíclica ou


simplesmente de frequência, e é medido em Hertz (Hz). A frequência de uma
senoide é o inverso do período:

1
𝑓𝑓 =
𝑇𝑇

Portanto,

𝜔𝜔 = 2𝜋𝜋𝜋𝜋

O ângulo de fase (𝜙𝜙) determina o valor da função senoidal no instante


de tempo t = 0 e, portanto, fixa o ponto em que o período começa. Mudar o
ângulo de fase significa deslocar a onda senoidal ao longo do eixo dos tempos.
Um ângulo 𝜙𝜙 > 𝟎𝟎 desloca a onda para a esquerda, e um ângulo 𝜙𝜙 < 𝟎𝟎 desloca
a onda para a direita.
É importante ressaltar que o ângulo de fase não provoca nenhuma
variação na amplitude máxima (Vm) e nem na frequência angular (𝜔𝜔).

3
Considere agora as duas senoides representadas pelas equações a
seguir e ilustradas na Figura 2. Elas possuem as mesmas amplitude e
frequência, porém, com fases distintas. A primeira delas tem fase igual a zero
(𝜙𝜙 = 𝟎𝟎), enquanto a segunda possui uma fase ∅ diferente de zero.

𝑣𝑣1 (𝑡𝑡) = V𝑚𝑚 . s𝑒𝑒𝑒𝑒(𝜔𝜔𝜔𝜔)

𝑣𝑣2 (𝑡𝑡) = 𝑉𝑉𝑚𝑚 . s𝑒𝑒𝑒𝑒(𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜙𝜙)

Figura 2 – Duas fontes senoidais com fases distintas

Podemos observar que a função 𝑣𝑣2 (𝑡𝑡) inicia o seu ciclo antes da função
𝑣𝑣1 (𝑡𝑡); portanto, podemos dizer que a função 𝑣𝑣2 (𝑡𝑡) está adiantada em relação a
𝑣𝑣1 (𝑡𝑡), ou que 𝑣𝑣1 (𝑡𝑡) está atrasada em relação a 𝑣𝑣2 (𝑡𝑡). Caso o valor 𝜙𝜙 ≠ 0,
dizemos que 𝑣𝑣1 e 𝑣𝑣2 estão fora de fase, e se 𝜙𝜙 = 0, dizemos que 𝑣𝑣1 e 𝑣𝑣2 estão
em fase. Isso significa que elas possuem os valores máximos, mínimos e nulos
nos mesmos instantes de tempo. Diferentes senoides podem estar em fase
sem necessariamente possuir a mesma amplitude.
Conforme já mencionado, uma senoide pode ser expressa utilizando
uma função seno ou uma função cosseno. Quando comparamos duas
senoides é preciso que a amplitude em ambas as equações seja positiva. Para
isso, basta utilizarmos as seguintes identidades trigonométricas:

𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆(𝐴𝐴 ± 𝐵𝐵) = 𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆(𝐴𝐴) 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝐵𝐵) ± 𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆(𝐵𝐵) 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝐴𝐴)

𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝐴𝐴 ± 𝐵𝐵) = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝐴𝐴) 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝐵𝐵) ± 𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆(𝐴𝐴) 𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆(𝐴𝐴)

4
Com essas identidades trigonométricas, podemos comprovar que:

𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆(𝜔𝜔𝜔𝜔 ± 180°) = −𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆(𝜔𝜔𝜔𝜔)

𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝜔𝜔𝜔𝜔 ± 180°) = −𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝜔𝜔𝜔𝜔)

𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆(𝜔𝜔𝑡𝑡 + 90°) = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝜔𝜔𝜔𝜔)

𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆(𝜔𝜔𝜔𝜔 − 90°) = −𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝜔𝜔𝜔𝜔)

𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝜔𝜔𝜔𝜔 + 90°) = −𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆(𝜔𝜔𝜔𝜔)

𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝜔𝜔𝜔𝜔 − 90°) = 𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆(𝜔𝜔𝜔𝜔)

Dessa forma, com essas identidades, podemos transformar uma função


seno em uma função cosseno subtraindo 90°:

s𝑒𝑒𝑒𝑒(𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜙𝜙) = cos(𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜙𝜙 − 90°)

Outra característica importante de uma tensão ou corrente senoidal é o


seu valor eficaz ou RMS (do inglês root mean square). O valor eficaz para uma
periódica senoidal é obtido por meio da equação a seguir:

1 𝑡𝑡0 +𝑇𝑇 2
𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 =� � 𝑉𝑉𝑚𝑚 . 𝑠𝑠𝑒𝑒𝑒𝑒2 (𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜙𝜙). 𝑑𝑑𝑑𝑑
𝑇𝑇 𝑡𝑡0

Resolvendo, temos que:

𝑉𝑉𝑚𝑚
𝑉𝑉𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅𝑅 =
√2

Observamos que o valor eficaz da tensão depende somente da


amplitude máxima e não sofre nenhuma influência da frequência ou do ângulo
de fase.

1.2 Fasores

Um fasor é um número complexo que representa as informações de


amplitude e ângulo de fase de uma função senoidal. A utilização da
representação fasorial nos possibilita realizar de uma forma mais fácil a análise
de circuitos lineares com fontes senoidais.

5
O conceito de fasor é baseado na identidade de Euler, que relaciona a
função trigonométrica com a função exponencial

𝑒𝑒 ±𝑗𝑗𝑗𝑗 = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝜙𝜙) ± 𝑗𝑗 𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆(𝜙𝜙)

em que podemos afirmar que

𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝜙𝜙) = 𝑅𝑅𝑅𝑅�𝑒𝑒 𝑗𝑗𝑗𝑗 �

𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆(𝜙𝜙) = 𝐼𝐼𝐼𝐼(𝑒𝑒 𝑗𝑗𝑗𝑗 )

em que 𝑅𝑅𝑅𝑅 e 𝐼𝐼𝐼𝐼 significam a parte real e a parte imaginária do fasor,


respectivamente.
Para obtermos uma representação fasorial de uma senoide, esta deve
estar expressa pela função cosseno, de modo que possa ser escrita como a
parte real de um número complexo.
Considere uma fonte de tensão expressa por meio da seguinte função
no domínio do tempo:

𝑣𝑣(𝑡𝑡) = 𝑉𝑉𝑚𝑚 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜙𝜙)

Aplicando a identidade de Euler, podemos reescrevê-la da seguinte


forma:

𝑣𝑣(𝑡𝑡) = 𝑅𝑅𝑅𝑅�𝑉𝑉𝑚𝑚 𝑒𝑒 𝑗𝑗(𝜔𝜔𝜔𝜔+𝜙𝜙) � = 𝑅𝑅𝑅𝑅�𝑉𝑉𝑚𝑚 𝑒𝑒 𝑗𝑗𝑗𝑗 . 𝑒𝑒 𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗 �

𝑣𝑣(𝑡𝑡) = 𝑅𝑅𝑅𝑅(𝑉𝑉̇ . 𝑒𝑒 𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗 )

em que a sua representação no domínio dos fasores será:

𝑉𝑉̇ = 𝑉𝑉𝑚𝑚 𝑒𝑒 𝑗𝑗𝑗𝑗

ou então:

𝑉𝑉̇ = 𝑉𝑉𝑚𝑚 ∠𝜙𝜙

O ponto em cima da letra V indica que 𝑉𝑉̇ é a representação fasorial da


senoide 𝑣𝑣(𝑡𝑡). Um fasor também pode ser indicado por uma letra em negrito (V).
Examinando a equação 𝑉𝑉̇ . 𝑒𝑒 𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗 , podemos dizer que o fasor de uma
senoide pode ser considerado como um fasor rotacional, em que este gira em

6
um círculo de raio Vm no sentido anti-horário a uma velocidade angular 𝜔𝜔.
Dessa forma, na representação de um fasor, o termo 𝑒𝑒 𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗 está implicitamente
presente.
Um fasor é representado em forma polar, e um vetor girante no plano
complexo equivale à representação de uma grandeza senoidal, como mostra a
Figura 3, em que a projeção no eixo vertical do vetor girante é igual à amplitude
da senoide.

Figura 3 – Representação de um fasor girando no sentido anti-horário

TEMA 2 – MATEMÁTICA COM NÚMEROS COMPLEXOS

Antes de começarmos a resolver circuitos envolvendo fasores,


precisamos relembrar alguns conceitos de números complexos, os quais
podem ser escritos em forma retangular, polar ou exponencial.
A representação de um número complexo na forma retangular é dada
pela equação a seguir:

𝑧𝑧 = 𝑥𝑥 + 𝑗𝑗𝑗𝑗

em que z é um número complexo e j é a unidade imaginária, sendo 𝑗𝑗 = √−1.


Os termos x e y são chamados de parte real e parte imaginária,
respectivamente.
Vale ressaltar que em matemática é utilizada a letra i para representar
os números imaginários; porém, em engenharia, a letra i designa correntes
elétricas, e por isso representaremos os números complexos utilizando a letra j.

7
Como 𝑗𝑗 = √−1, temos que:

1
= −𝑗𝑗
𝑗𝑗

1
= −𝑗𝑗. 0,1
𝑗𝑗. 10

𝑗𝑗 2 = −1

𝑗𝑗 3 = 𝑗𝑗. 𝑗𝑗 2 = −𝑗𝑗

𝑗𝑗 4 = 𝑗𝑗 2 . 𝑗𝑗 2 = 𝑗𝑗

Um número complexo representado na forma retangular nada mais é do


que um ponto no plano que contém o eixo real (Re) e o eixo imaginário (Im),
semelhante ao plano cartesiano, conforme apresenta a Figura 4. Além da
forma retangular, um número complexo pode ser representado de duas outras
formas: a polar e a exponencial, como mostram as equações a seguir,
respectivamente:

𝑧𝑧 = 𝑟𝑟∠𝜙𝜙

𝑧𝑧 = 𝑟𝑟 𝑒𝑒 𝑗𝑗𝑗𝑗

em que 𝑟𝑟 é a magnitude e 𝜙𝜙 é a fase.

Figura 4 – Número complexo z representado no plano dos números complexos

Para realizar a transformação de um número complexo de forma


retangular para a polar, basta utilizar as propriedades do triângulo, ou seja:

𝑟𝑟 = �𝑥𝑥 2 + 𝑦𝑦 2

8
𝑦𝑦
𝜙𝜙 = 𝑡𝑡𝑡𝑡−1 � �
𝑥𝑥

E um número complexo em forma polar pode ser escrito em forma


retangular, usando:

𝑥𝑥 = 𝑟𝑟. cos(𝜙𝜙)

𝑦𝑦 = 𝑟𝑟. sen(𝜙𝜙)

Ou seja:

𝑧𝑧 = 𝑥𝑥 + 𝑗𝑗𝑗𝑗 = 𝑟𝑟. cos(𝜙𝜙) + 𝑗𝑗 𝑟𝑟. sen(𝜙𝜙)

Dado o número complexo 𝑧𝑧 = 3 + 𝑗𝑗4, obtemos a sua representação em


forma polar:

𝑟𝑟 = �32 + 42 = 5

4
𝜙𝜙 = 𝑡𝑡𝑡𝑡−1 � � = 53,13°
3

Portanto,

𝑧𝑧 = 3 + 𝑗𝑗4 = 5∠53,13°

Agora, dado o número 𝑧𝑧 = 10∠126,87°, encontramos a sua forma


retangular:

𝑧𝑧 = 10. cos(𝜙𝜙126,87°) + 𝑗𝑗10. sen(126,87°)

𝑧𝑧 = −6 − 𝑗𝑗8

As operações matemáticas de adição e subtração de números


complexos tornam-se mais fáceis quando utilizamos a forma retangular.
Considere os dois números complexos a seguir:

𝑧𝑧1 = 𝑥𝑥1 + 𝑗𝑗𝑦𝑦1 = 𝑟𝑟1 ∠𝜙𝜙1

𝑧𝑧2 = 𝑥𝑥2 + 𝑗𝑗𝑦𝑦2 = 𝑟𝑟2 ∠𝜙𝜙2

9
A soma entre eles é dada por:

𝑧𝑧1 + 𝑧𝑧2 = (𝑥𝑥1 + 𝑥𝑥2 ) + 𝑗𝑗(𝑦𝑦1 + 𝑦𝑦2 )

Enquanto a subtração é dada por:

𝑧𝑧1 − 𝑧𝑧2 = (𝑥𝑥1 − 𝑥𝑥2 ) + 𝑗𝑗(𝑦𝑦1 − 𝑦𝑦2 )

Entretanto, as operações de multiplicação e divisão podem ser


realizadas mais facilmente em forma polar.
Para a multiplicação, devemos realizar:

𝑧𝑧1 . 𝑧𝑧2 = 𝑟𝑟1 . 𝑟𝑟2 ∠(𝜙𝜙1 + 𝜙𝜙2 )

Utilizando a forma retangular, basta aplicar a propriedade distributiva da


multiplicação e lembrar que 𝑗𝑗 2 = −1:

𝑧𝑧1 . 𝑧𝑧2 = 𝑥𝑥1 . 𝑥𝑥2 + 𝑗𝑗. 𝑥𝑥1 . 𝑦𝑦2 + 𝑗𝑗. 𝑦𝑦1 . 𝑥𝑥2 + 𝑗𝑗 2 . 𝑦𝑦1 . 𝑦𝑦2

𝑧𝑧1 . 𝑧𝑧2 = (𝑥𝑥1 . 𝑥𝑥2 − 𝑦𝑦1 . 𝑦𝑦2 ) + 𝑗𝑗( 𝑥𝑥1 . 𝑦𝑦2 + 𝑦𝑦1 . 𝑥𝑥2 )

E, por fim, para a divisão:

𝑧𝑧1 𝑧𝑧1
= ∠(𝜙𝜙1 − 𝜙𝜙2 )
𝑧𝑧2 𝑧𝑧2

A tabela a seguir apresenta outras operações matemáticas:

Tabela 1 – Operações matemáticas com fasores

1 1
Recíproco = ∠(−𝜙𝜙)
z1 𝑟𝑟
𝜙𝜙
Raiz quadrada √𝑧𝑧 = √𝑟𝑟 ∠ � �
2
Complexo
𝑧𝑧 ∗ = 𝑥𝑥 − 𝑗𝑗𝑗𝑗 = 𝑟𝑟∠(−𝜙𝜙) = 𝑟𝑟 𝑒𝑒 −𝑗𝑗𝑗𝑗
conjugado

TEMA 3 – IMPEDÂNCIAS E ADMITÂNCIAS

Agora que vimos como representar a tensão e a corrente no domínio da


frequência ou domínio fasorial, precisamos aprender como aplicar esses
conceitos nos elementos passivos. Para isso, precisamos transformar as

10
relações corrente-tensão do domínio do tempo em domínio fasorial para cada
um destes elementos.

3.1 Resistores

Primeiramente, considere um resistor alimentado por uma fonte de


tensão senoidal, a qual faz circular uma corrente no resistor 𝑖𝑖𝑅𝑅 (𝑡𝑡) =
𝐼𝐼𝑚𝑚 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜙𝜙). Pela lei de Ohm, a tensão que surge em seus terminais será
de:

𝑣𝑣𝑅𝑅 = 𝑅𝑅𝑖𝑖𝑅𝑅 = 𝑅𝑅 𝐼𝐼𝑚𝑚 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜙𝜙)

A forma fasorial dessa tensão é:

𝑉𝑉𝑅𝑅 = 𝑅𝑅 𝐼𝐼𝑚𝑚 ∠𝜙𝜙

Como a representação fasorial da corrente é:

𝐼𝐼𝑅𝑅 = 𝐼𝐼𝑚𝑚 ∠𝜙𝜙

Então:

𝑉𝑉𝑅𝑅 = 𝑅𝑅 𝐼𝐼𝑅𝑅

Analisando a última equação, percebemos que a relação fasorial entre o


fasor da tensão e o fasor da corrente continua sendo a lei de Ohm. Na Figura
5, encontram-se ilustrados os casos com a tensão e a corrente no domínio do
tempo (a) e os fasores da corrente e da tensão no resistor (b).

Figura 5 – Relação corrente-tensão para um circuito no domínio do tempo (a) e


fasorial (b)

(a) (b)

11
Quando um resistor é alimentado por uma fonte de tensão senoidal, a
corrente que flui através dele também é senoidal. Para circuitos puramente
resistivos, as formas de onda estarão em fase, ou seja, as duas terão picos de
máximo, mínimo e nulos nos mesmos instantes de tempo, como apresenta a
Figura 6.

Figura 6 –Gráfico de tensão e corrente para um circuito resistivo

O diagrama fasorial para esse circuito é apresentado na Figura 7. Como


as duas formas de onda estão em fase, os fasores são sobrepostos, o que
mostra que não há defasagem entre eles.

Figura 7 – Fasores de tensão e de corrente para um circuito resistivo

3.2 Indutores

Quando um indutor é alimentado por uma fonte senoidal, o


comportamento entre os fasores de tensão e os de corrente é diferente do caso
do resistor. Considere um indutor alimentado por uma fonte de tensão senoidal,
a qual faz circular uma corrente no indutor da seguinte forma:

𝑖𝑖𝐿𝐿 = 𝐼𝐼𝑚𝑚 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜙𝜙)

12
Sabemos que a tensão nos terminais de um indutor é obtida da seguinte
forma:

𝑑𝑑𝑖𝑖𝐿𝐿 𝑑𝑑
𝑣𝑣𝐿𝐿 = 𝐿𝐿 = 𝐿𝐿 [𝐼𝐼𝑚𝑚 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜙𝜙)]
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑𝑑𝑑

𝑣𝑣𝐿𝐿 = −𝜔𝜔 𝐿𝐿 𝐼𝐼𝑚𝑚 𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆(𝜔𝜔𝜔𝜔𝜔𝜔)

Porém, pelas identidades trigonométricas, vimos que:

−𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆(𝐴𝐴) = 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝐴𝐴 + 90°)

Dessa forma, podemos escrever a tensão nos terminais do indutor da


seguinte forma:

𝑣𝑣𝐿𝐿 = 𝜔𝜔 𝐿𝐿 𝐼𝐼𝑚𝑚 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜙𝜙 + 90°)

Transformando o domínio do tempo em domínio fasorial:

𝑉𝑉𝐿𝐿̇ = 𝜔𝜔 𝐿𝐿 𝐼𝐼𝑚𝑚 𝑒𝑒 𝑗𝑗(𝜙𝜙+90°) = 𝜔𝜔 𝐿𝐿 𝐼𝐼𝑚𝑚 𝑒𝑒 𝑗𝑗𝑗𝑗 𝑒𝑒 𝑗𝑗90° = 𝜔𝜔 𝐿𝐿 𝐼𝐼𝑚𝑚 ∠(𝜙𝜙𝑒𝑒 𝑗𝑗90° )

A partir da identidade de Euler, 𝑒𝑒 𝑗𝑗90° = 𝑗𝑗. Além disso, sabemos que


𝐼𝐼𝑚𝑚 ∠𝜙𝜙 = 𝐼𝐼𝐿𝐿̇ . Assim, finalmente temos:

𝑉𝑉𝐿𝐿̇ = 𝑗𝑗. 𝜔𝜔. 𝐿𝐿. 𝐼𝐼𝐿𝐿̇

Analisando a equação anterior, podemos notar que a amplitude da


tensão no indutor é de 𝜔𝜔. 𝐿𝐿. 𝐼𝐼𝑚𝑚 e que a fase é de 𝜙𝜙 + 90°. Dessa forma,
podemos concluir que, quando uma fonte senoidal alimenta um indutor, uma
corrente senoidal defasada em 90° da tensão circula no indutor, conforme
ilustra a Figura 8:

Figura 8 –Gráfico de tensão e corrente para um circuito indutivo

13
Um diagrama fasorial de um indutor alimentado por uma fonte senoidal
pode ser visto na Figura 9. Nesse diagrama fasorial, nota-se que os fasores
estão a 90° um do outro, em que pelo sentido positivo no sentido anti-horário
da frequência angular, o fasor da tensão está adiantado com relação àquele da
corrente (ou a corrente está atrasada da tensão).

Figura 9 – Fasores de tensão e corrente para um circuito indutivo

3.3 Capacitores

Quando um capacitor é alimentado por uma fonte senoidal, o


comportamento entre os fasores de tensão e os de corrente são diferentes
daquele de resistores e indutores. Considere um capacitor alimentado por uma
fonte de tensão senoidal:

𝑣𝑣𝐶𝐶 = 𝑉𝑉𝑚𝑚 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜙𝜙),

a qual faz circular uma corrente no capacitor da seguinte forma:

𝑑𝑑𝑣𝑣𝐶𝐶 𝑑𝑑
𝑖𝑖𝐶𝐶 = 𝐶𝐶 = 𝐶𝐶 �𝑉𝑉𝑚𝑚 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜙𝜙)�
𝑑𝑑𝑑𝑑 𝑑𝑑𝑑𝑑

𝑖𝑖𝐶𝐶 = −𝜔𝜔 𝐶𝐶 𝑉𝑉𝑚𝑚 𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆(𝜔𝜔𝜔𝜔 + 𝜙𝜙)

Utilizando o desenvolvimento realizado com um indutor ligado a uma


fonte de tensão senoidal, de forma análoga, podemos analisar a situação de
um capacitor ligado a uma fonte de tensão senoidal. O fasor da corrente será
o seguinte:

𝐼𝐼𝐶𝐶̇ = 𝑗𝑗. 𝜔𝜔. 𝐶𝐶. 𝑉𝑉𝐶𝐶̇

14
Dessa forma,

𝐼𝐼𝐶𝐶̇
𝑉𝑉𝐶𝐶̇ =
𝑗𝑗. 𝜔𝜔. 𝐶𝐶

Analisando essa equação, podemos concluir que a amplitude da tensão


1
no capacitor é de 𝑗𝑗.𝜔𝜔.𝐶𝐶
. 𝐼𝐼𝑚𝑚 e que a fase é de 𝜙𝜙 − 90°. Assim, notamos que

quando uma fonte senoidal alimenta um capacitor, uma corrente senoidal


defasada em 90° da tensão circula no capacitor, como mostra a Figura 10:

Figura 10 – Gráfico de tensão e corrente para um circuito indutivo

Portanto, o diagrama fasorial de um capacitor alimentado por uma fonte


senoidal pode ser visto na Figura 11, em que podemos notar que os fasores
estão a 90° um do outro, em que pelo sentido positivo no sentido anti-horário
da frequência angular o fasor da tensão está atrasado com relação ao da
corrente (ou a corrente está adiantada em termos de tensão).

Figura 11 – Fasores de tensão e corrente para um circuito indutivo

Agora que já sabemos qual é a relação fasorial de tensões e correntes


com os três elementos passivos (resistores, capacitores e indutores), essas

15
relações podem ser reescritas em termos da razão entre a tensão fasorial pela
corrente fasorial, mais conhecida como impedância.
Em outras palavras, a impedância (𝑍𝑍) de um circuito é a razão da tensão
fasorial 𝑉𝑉̇ pela corrente fasorial 𝐼𝐼 ̇ medida em Ohms (Ω).

𝑽𝑽̇
𝑍𝑍 =
𝑰𝑰̇

Semelhante à lei de Ohm, podemos reescrever essa equação da


seguinte forma:

𝑉𝑉̇ = 𝑍𝑍. 𝐼𝐼 ̇

A impedância representa a oposição do circuito ao fluxo de corrente


senoidal. Apesar de a impedância ser a razão entre dois fasores, ela não é um
fasor, pois não corresponde a uma grandeza senoidal variante no tempo. A
simbologia utilizada para a representação de uma impedância é mostrada pela
Figura 12.

Figura 12 – Simbologia para impedância

As impedâncias de resistores, indutores e capacitores podem ser obtidas


diretamente a partir das seguintes equações, respectivamente:

𝑉𝑉𝑅𝑅
= 𝑍𝑍 = 𝑅𝑅
𝐼𝐼𝑅𝑅

𝑉𝑉𝐿𝐿
= 𝑍𝑍 = 𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗
𝐼𝐼𝐿𝐿

𝑉𝑉𝐶𝐶 1
= 𝑍𝑍 =
𝐼𝐼𝐶𝐶 𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗

Um fato muito importante deve ser levado em consideração quando


falamos sobre impedâncias: aquelas de capacitores e indutores são funções da

16
frequência do sinal senoidal que está aplicado sobre eles. Pelas equações
anteriores, notamos que a impedância de um indutor é diretamente
proporcional à frequência do sinal, enquanto a impedância de um capacitor é
inversamente proporcional à frequência do sinal.
Em resumo: uma análise dessas equações nos permite concluir que nos
casos extremos das frequências, teremos:

• para uma frequência nula (𝜔𝜔 = 0), ou seja, quando a fonte de


alimentação é contínua (não é alternada), a impedância do indutor é
nula (curto circuito) e a impedância do capacitor é infinita (circuito
aberto);
• para frequências elevadas (𝜔𝜔 → ∞), a impedância de um indutor é infinita
(curto circuito), enquanto que a impedância de um capacitor é nula
(curto circuito).

A impedância é uma grandeza complexa que pode ser representada na


forma retangular da seguinte forma:

𝑍𝑍 = 𝑅𝑅 + 𝑗𝑗𝑗𝑗

em que 𝑅𝑅 é a resistência e X é denominada reatância.


A reatância pode ser positiva ou negativa, sendo positiva quando o
circuito possui uma característica indutiva e negativa quando o circuito possui
uma característica capacitiva. Dessa forma, uma impedância 𝑍𝑍 = 𝑅𝑅 + 𝑗𝑗𝑗𝑗 é
indutiva, pois a corrente estará atrasada em relação à tensão. Por outro lado,
uma impedância 𝑍𝑍 = 𝑅𝑅 − 𝑗𝑗𝑗𝑗 é capacitiva, pois a tensão estará atrasada em
relação à corrente. A impedância, a resistência e a reatância são todas
medidas em Ohms (Ω). A impedância também pode ser expressa na forma
polar:

𝑍𝑍 = |𝑍𝑍|∠𝜃𝜃

Como já demonstramos, as conversões da forma polar para a


retangular, e vice-versa são dadas por:

𝑍𝑍 = 𝑅𝑅 + 𝑗𝑗𝑗𝑗 = |𝑍𝑍|∠𝜃𝜃

Sendo:

17
|𝑍𝑍| = �𝑅𝑅 2 + 𝑋𝑋²

𝑋𝑋
𝜃𝜃 = 𝑇𝑇𝑔𝑔−1 � �
𝑅𝑅

Com isso, temos:

𝑅𝑅 = |𝑍𝑍| 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(𝜃𝜃)

𝑋𝑋 = |𝑍𝑍| 𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆(𝜃𝜃)

Em alguns casos de circuitos, é conveniente trabalharmos com o


recíproco da impedância, denominado admitância (𝑌𝑌), medida em Siemens (𝑆𝑆).
A admitância de um circuito é a relação entre o fasor de corrente e o fasor de
tensão existentes no elemento:

1 𝐼𝐼 ̇
𝑌𝑌 = =
𝑍𝑍 𝑉𝑉̇

Como a admitância é o recíproco da impedância, esta, que por sua vez é


um número complexo, faz com que a admitância também seja um número
complexo que pode ser representado da seguinte forma:

𝑌𝑌 = 𝐺𝐺 + 𝑗𝑗𝑗𝑗

Em que 𝐺𝐺 é a condutância e B é denominada susceptância, ambas com


unidades em Siemens (𝑆𝑆).
A partir das equações anteriores, temos:

1
𝐺𝐺 + 𝑗𝑗𝑗𝑗 =
𝑅𝑅 + 𝑗𝑗𝑗𝑗

1 𝑅𝑅 − 𝑗𝑗𝑗𝑗
𝐺𝐺 + 𝑗𝑗𝑗𝑗 = ×
𝑅𝑅 + 𝑗𝑗𝑗𝑗 𝑅𝑅 − 𝑗𝑗𝑗𝑗

Dessa forma, chegamos às seguintes expressões:

𝑅𝑅
𝐺𝐺 =
𝑅𝑅 2 + 𝑋𝑋 2

𝑋𝑋
𝐵𝐵 = −
𝑅𝑅 2 + 𝑋𝑋 2
18
Observando a equação de G, percebemos que, diferentemente do que
1
ocorre em circuitos puramente resistivos, 𝐺𝐺 ≠ 𝑅𝑅, exceto quando 𝑋𝑋 = 0.

3.4 Combinação de impedâncias

Assim como ocorre com resistores, capacitores e indutores, as


impedâncias também podem ser combinadas em série e em paralelo para que
possamos realizar simplificações de circuitos e facilitar a sua análise.
Considere as 𝑁𝑁 impedâncias conectadas em série ilustradas na Figura
13. Esse circuito é alimentado por uma fonte de tensão 𝑉𝑉̇ que faz com que uma
corrente elétrica 𝐼𝐼 ̇ se estabeleça no circuito, provocando as diferenças de
potencial (𝑉𝑉1̇ , 𝑉𝑉2̇ , … , 𝑉𝑉𝑁𝑁̇ ) em cada impedância do circuito (𝑍𝑍1 , 𝑍𝑍2 , … , 𝑍𝑍𝑁𝑁 ).
Esse circuito, por apresentar todas as impedâncias conectadas em série
e percorridas pela mesma corrente elétrica, pode ser representado por apenas
uma impedância equivalente (𝑍𝑍𝑒𝑒𝑒𝑒 ), em que o fasor da tensão (𝑉𝑉̇ ) e o fasor da
corrente (𝐼𝐼 )̇ não se alteram.

Figura 13 – Associação de impedância em série

A impedância equivalente do circuito (𝑍𝑍𝑒𝑒𝑒𝑒 ) é calculada da seguinte


forma:

𝒁𝒁𝒆𝒆𝒆𝒆 = 𝒁𝒁𝟏𝟏 + 𝒁𝒁𝟐𝟐 + ⋯ + 𝒁𝒁𝑵𝑵

Se o número de impedâncias conectadas em série for igual a dois (𝑁𝑁 =


2), teremos um circuito bastante utilizado denominado divisor de tensão, como
vemos na Figura 14.

19
Figura 14 – Divisor de tensão

As tensões 𝑉𝑉1̇ e 𝑉𝑉2̇ podem ser calculadas da seguinte forma:

𝑍𝑍1
𝑉𝑉1̇ = 𝑉𝑉̇
𝑍𝑍1 + 𝑍𝑍2

𝑍𝑍2
𝑉𝑉2̇ = 𝑉𝑉̇
𝑍𝑍1 + 𝑍𝑍2

Considere o circuito ilustrado pela Figura 15, com 𝑁𝑁 impedâncias em


paralelo conectadas a uma fonte 𝑉𝑉̇ na qual circula uma corrente 𝐼𝐼 .̇

Figura 15 – Associação de impedância em paralelo

Esse circuito também pode ser representado pela mesma fonte de


tensão 𝑉𝑉̇ conectada a uma impedância equivalente 𝑍𝑍𝑒𝑒𝑒𝑒 na qual consumirá a
mesma corrente elétrica 𝐼𝐼 .̇
A forma de cálculo da impedância equivalente de N impedâncias ligadas
em paralelo é realizada da seguinte forma:

𝟏𝟏 𝟏𝟏 𝟏𝟏 𝟏𝟏
= + + ⋯+
𝒁𝒁𝒆𝒆𝒆𝒆 𝒁𝒁𝟏𝟏 𝒁𝒁𝟐𝟐 𝒁𝒁𝑵𝑵

Se o número de impedâncias conectadas em paralelo for igual a dois


(𝑁𝑁 = 2), teremos um circuito bastante utilizado denominado divisor de corrente,
como vemos na Figura 16.

20
Figura 16 – Divisor de corrente

As correntes 𝐼𝐼1 e 𝐼𝐼2 podem ser calculadas da seguinte forma:

𝑍𝑍2
𝐼𝐼1 = 𝐼𝐼
𝑍𝑍1 + 𝑍𝑍2

𝑍𝑍1
𝐼𝐼2 = 𝐼𝐼
𝑍𝑍1 + 𝑍𝑍2

3.5 Transformação delta-estrela ou triângulo-estrela (Δ-Y)

Assim como a transformação Δ-Y que vimos com os resistores, essa


transformação também pode ser aplicada a fasores. Considere o circuito da
Figura 17, em que as impedâncias 𝑍𝑍1 , 𝑍𝑍2 e 𝑍𝑍3 estão conectados em Δ. Essas
três impedâncias podem ser transformadas no conjunto em Y formado pelas
impedâncias 𝑍𝑍𝐴𝐴 , 𝑍𝑍𝐵𝐵 e 𝑍𝑍𝐶𝐶 .

Figura 17 – Transformação triângulo-estrela para impedâncias

As formas de cálculo da transformação Δ − Y e também da


transformação contrária (Y − Δ) encontram-se na tabela a seguir.

21
Tabela 1 – Transformações delta-estrela e estrela-delta

Transformação
Transformação 𝒀𝒀 − 𝚫𝚫
𝚫𝚫 − 𝐘𝐘
𝑍𝑍1
𝑍𝑍1 𝑍𝑍2
𝑍𝑍𝐴𝐴 = 𝑍𝑍𝐴𝐴 𝑍𝑍𝐵𝐵 + 𝑍𝑍𝐴𝐴 𝑍𝑍𝐶𝐶 + 𝑍𝑍𝐵𝐵 𝑍𝑍𝐶𝐶
𝑍𝑍1 + 𝑍𝑍2 + 𝑍𝑍3 =
𝑍𝑍𝐶𝐶

𝑍𝑍2
𝑍𝑍1 𝑍𝑍3
𝑍𝑍𝐵𝐵 = 𝑍𝑍𝐴𝐴 𝑍𝑍𝐵𝐵 + 𝑍𝑍𝐴𝐴 𝑍𝑍𝐶𝐶 + 𝑍𝑍𝐵𝐵 𝑍𝑍𝐶𝐶
𝑍𝑍1 + 𝑍𝑍2 + 𝑍𝑍3 =
𝑍𝑍𝐵𝐵

𝑍𝑍3
𝑍𝑍2 𝑍𝑍3
𝑍𝑍𝐶𝐶 = 𝑍𝑍𝐴𝐴 𝑍𝑍𝐵𝐵 + 𝑍𝑍𝐴𝐴 𝑍𝑍𝐶𝐶 + 𝑍𝑍𝐵𝐵 𝑍𝑍𝐶𝐶
𝑍𝑍1 + 𝑍𝑍2 + 𝑍𝑍3 =
𝑍𝑍𝐴𝐴

TEMA 4 – MÉTODOS DE ANÁLISE POR TENSÃO DOS NÓS NO DOMÍNIO


FASORIAL

Como apresentamos no tema anterior, as impedâncias representam as


relações entre os fasores de tensão e os de corrente. Dessa forma, podemos
dar continuidade ao estudo da análise de circuitos em corrente alternada.
A aplicação das leis de Kirchhoff se dará de forma similar ao visto
anteriormente. A lei de Kichhoff das correntes (LCK) que é dada pela somatória
de todas as correntes fasoriais que entram e saem de uma só é igual a zero. Já
a lei de Kirchhoff das tensões que é a somatória de todas as tensões fasoriais
de uma malha será sempre igual a zero.
Sendo assim, a aplicação dos métodos de análise das tensões dos nós
e do método de análise das correntes de malhas será igual àquela apresentada
em aulas anteriores, com a diferença que usaremos fasores no lugar de
resistências.
Considere o circuito da figura a seguir. Nele temos conectado uma fonte
de tensão senoidal com o valor de 𝑣𝑣 = 20 c𝑜𝑜𝑠𝑠(4𝑡𝑡) 𝑉𝑉. Determinemos o valor da
corrente ix utilizando o método de análise nodal.

22
Figura 18 – Circuito no domínio do tempo

O primeiro passo para a aplicação desse método em circuitos de


corrente alternada é converter o circuito em domínio fasorial. Em seguida,
devemos resolver o problema aplicando o método da tensão dos nós, e, por
último, devemos converter o fasor em sua forma senoidal novamente.
Da fonte de tensão de 𝑣𝑣 = 20 c𝑜𝑜𝑜𝑜(4𝑡𝑡) 𝑉𝑉, sabemos que o argumento da
senoide é dada por (𝜔𝜔. 𝑡𝑡); portanto, a frequência angular da fonte de tensão é
𝜔𝜔 = 4 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟/𝑠𝑠.
O valor da fonte de tensão no domínio fasorial será:

𝑣𝑣 = 20 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(4𝑡𝑡) ⇒ 𝑉𝑉 = 20 ∠0° 𝑉𝑉

Para os elementos passivos, basta obtermos os valores de impedância:

Resistor de 10 Ω ⇒ Z1 = 10 Ω

Indutor de 1 𝐻𝐻 ⇒ Z2 = 𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗 = 𝑗𝑗4 Ω

Indutor 0,5 𝐻𝐻 ⇒ Z3 = 𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗 = 𝑗𝑗2 Ω

1
Capacitor de 0,1 𝐹𝐹 ⇒ Z4 = 𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗𝑗 = −𝑗𝑗2,5 Ω

O circuito no domínio fasorial é mostrado na Figura 19:

23
Figura 19 – Circuito no domínio fasorial

Agora, aplicamos o método de análise nodal. Primeiramente, definimos o


nó de referência e os demais nomeados como 𝑉𝑉1̇ e 𝑉𝑉2̇ . Em seguida,
convencionamos os sentidos das correntes em cada um dos ramos do circuito,
como ilustra a Figura 19. O próximo passo consiste em aplicarmos a LCK em
cada um dos nós:
Para o nó 𝑉𝑉1̇ :

𝐼𝐼1 = 𝐼𝐼𝑋𝑋 + 𝐼𝐼2

Aplicando a lei de Ohm para reescrever cada uma das correntes em


função das tensões dos nós, temos:

20∠0° − 𝑉𝑉1̇ 𝑉𝑉1̇ 𝑉𝑉1̇ − 𝑉𝑉2̇


= +
10 −𝑗𝑗. 2,5 𝑗𝑗4

Como demonstramos anteriormente, temos que

1 1
= −𝑗𝑗 𝑒𝑒 = 𝑗𝑗
𝑗𝑗 −𝑗𝑗

Portanto,

1
. 𝑉𝑉̇ = 𝑗𝑗. 0,4. 𝑉𝑉1̇
−𝑗𝑗. 2,5 1

1
. �𝑉𝑉̇ − 𝑉𝑉2̇ � = −𝑗𝑗. 0,25. (𝑉𝑉1̇ − 𝑉𝑉2̇ )
𝑗𝑗. 4 1

Substituindo na equação:

24
20 𝑉𝑉1̇
− = 𝑗𝑗. 0,4. 𝑉𝑉1̇ − 𝑗𝑗. 0,25. (𝑉𝑉1̇ − 𝑉𝑉2̇ )
10 10

2 − 0,1. 𝑉𝑉1̇ = 𝑗𝑗. 0,4. 𝑉𝑉1̇ − 𝑗𝑗. 0,25. 𝑉𝑉1̇ + 𝑗𝑗. 0,25. 𝑉𝑉2̇

Organizando a equação:

0,1. 𝑉𝑉1̇ + 𝑗𝑗. 0,4. 𝑉𝑉1̇ − 𝑗𝑗. 0,25. 𝑉𝑉1̇ + 𝑗𝑗. 0,25. 𝑉𝑉2̇ = 2

Colocando 𝑉𝑉1̇ e 𝑉𝑉2̇ em evidência:

(0,1 + 𝑗𝑗0,15)𝑉𝑉1̇ + 𝑗𝑗0,25𝑉𝑉2̇ = 2

Aplicando a LCK no nó 𝑉𝑉2̇ :

𝐼𝐼2 + 𝐼𝐼3 = 𝐼𝐼4

Nesse circuito, temos uma fonte de corrente dependente e, assim como


ocorre com as fontes de corrente independente, a corrente que flui por esse
ramo será o próprio valor da fonte. Então, teremos

𝐼𝐼3 = 2. 𝐼𝐼𝑋𝑋

A corrente 𝐼𝐼𝑋𝑋̇ será dada por:

𝑉𝑉1̇
𝐼𝐼𝑋𝑋̇ =
−𝑗𝑗. 2,5

Aplicando a lei de Ohm para reescrevermos as correntes em função das


tensões dos nós e substituindo 𝐼𝐼𝑋𝑋̇ :

𝑉𝑉1̇ − 𝑉𝑉2̇ 𝑉𝑉1̇ 𝑉𝑉2̇


+2 =
𝑗𝑗4 −𝑗𝑗2,5 𝑗𝑗2

−𝑗𝑗. 0,25. �𝑉𝑉1̇ − 𝑉𝑉2̇ � + 2. �𝑗𝑗0,4. 𝑉𝑉1̇ � = −𝑗𝑗0,5. 𝑉𝑉2̇

−𝑗𝑗. 0,25. 𝑉𝑉1̇ + 𝑗𝑗. 0,25. 𝑉𝑉2̇ + 𝑗𝑗0,8. 𝑉𝑉1̇ + 𝑗𝑗0,5. 𝑉𝑉2̇ = 0

𝑗𝑗. 0,55. 𝑉𝑉1̇ + 𝑗𝑗. 0,75. 𝑉𝑉2̇ = 0

25
Agora, basta resolvermos o sistema linear de duas equações e duas
incógnitas:

(0,1 + 𝑗𝑗0,15)𝑉𝑉1̇ + 𝑗𝑗0,25𝑉𝑉2̇ = 2



𝑗𝑗. 0,55. 𝑉𝑉1̇ + 𝑗𝑗. 0,75. 𝑉𝑉2̇ = 0

A resolução desse sistema ocorre da mesma forma que com os


anteriores; porém, devemos utilizar números complexos. Resolvendo pelo
método de escalonamento de Gauss, multiplicamos a primeira equação pelo
número real -3; assim, temos o termo j.0,75 multiplicando 𝑉𝑉2̇ nas duas
equações:

(−3). (0,1 + 𝑗𝑗0,15)𝑉𝑉1̇ + (−3). �𝑗𝑗0,25. 𝑉𝑉2̇ � = (−3) . ( 2)



𝑗𝑗. 0,55. 𝑉𝑉1̇ + 𝑗𝑗. 0,75. 𝑉𝑉2̇ = 0

Aplicando a propriedade distributiva da multiplicação:

(−0,3 − 𝑗𝑗0,45)𝑉𝑉1̇ − 𝑗𝑗. 0,75. 𝑉𝑉2̇ = −6



𝑗𝑗. 0,55. 𝑉𝑉1̇ + 𝑗𝑗. 0,75. 𝑉𝑉2̇ = 0

Somando as duas equações:

(−0,3 − 𝑗𝑗0,45)𝑉𝑉1̇ + 𝑗𝑗. 0,55. 𝑉𝑉1̇ − 𝑗𝑗. 0,75. 𝑉𝑉2̇ + 𝑗𝑗. 0,75. 𝑉𝑉2̇ = −6 + 0

(−0,3 + 𝑗𝑗0,1). 𝑉𝑉1̇ = −6

−6 6∠180°
𝑉𝑉1̇ = =
(−0,3 + 𝑗𝑗0,1) 0,316∠161,56°

𝑉𝑉1̇ = 18,974𝑉𝑉1 ∠18,435° V

Ou na forma retangular:

𝑉𝑉1̇ = 18 + 𝑗𝑗. 6 𝑉𝑉

Para obter o valor de 𝑉𝑉2, basta substituir 𝑉𝑉1̇ em qualquer uma das
equações anteriores.

𝑗𝑗. 0,55. 𝑉𝑉1̇ + 𝑗𝑗. 0,75. 𝑉𝑉2̇ = 0

𝑗𝑗. 0,55. (18 + 𝑗𝑗. 6) + 𝑗𝑗. 0,75. 𝑉𝑉2̇ = 0

26
Aplicando a propriedade da multiplicação distributiva:

𝑗𝑗. 9,9 + 𝑗𝑗 2 . 3,3 + 𝑗𝑗. 0,75. 𝑉𝑉2̇ = 0

Sabendo que 𝑗𝑗 2 = −1

𝑗𝑗. 9,9 − 3,3 + 𝑗𝑗. 0,75. 𝑉𝑉2̇ = 0

Isolando o termo 𝑉𝑉2̇

𝑗𝑗. 0,75. 𝑉𝑉2̇ = 3,3 − 𝑗𝑗. 9,9

3,3 − 𝑗𝑗. 9,9 10,435∠ − 71,565°


𝑉𝑉2̇ = =
𝑗𝑗. 0,75 0,75∠90°

𝑉𝑉2̇ = 13,914∠ − 161,565° 𝑉𝑉

Para finalizar o exercício, basta substituirmos o valor de 𝑉𝑉1̇ na equação


de 𝐼𝐼𝑋𝑋̇ :

𝑉𝑉1̇ 18,97∠18,435°
𝐼𝐼𝑋𝑋̇ = =
−𝑗𝑗. 2,5 2,5∠ − 90°

𝐼𝐼𝑋𝑋̇ = 7,59∠108,4° 𝐴𝐴

Convertendo para o domínio do tempo:

𝑖𝑖𝑋𝑋 = 7,59 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶(4𝑡𝑡 + 108,4°) 𝐴𝐴

TEMA 5 – MÉTODOS DE ANÁLISE POR CORRENTES DE MALHA NO


DOMÍNIO FASORIAL

Assim como ocorre no método de análise nodal, podemos aplicar o


método de análise de malhas em um circuito no domínio fasorial. Porém, as
incógnitas das equações serão as correntes fasoriais em cada uma das
malhas.
Considere o circuito no domínio fasorial apresentado na Figura 20. Note
que as fontes já foram dadas como fasores e os elementos passivos já estão
apresentados como impedâncias.

27
Para esse circuito, obteremos os valores das correntes de malha
utilizando o método de análise de malha. O primeiro passo consiste em
determinar o sentido das correntes em cada uma das malhas para, em
seguida, aplicar a LTK em cada uma delas.

Figura 20 – Circuito no domínio fasorial

Aplicando a LTK na malha 1:

𝑉𝑉1 + 𝑉𝑉2 + 𝑉𝑉3 = 0

Aplicando a lei de Ohm para reescrever cada uma das tensões em


função da corrente:

8. 𝐼𝐼1̇ + 𝑗𝑗. 10�𝐼𝐼1̇ − 𝐼𝐼3̇ � − 𝑗𝑗. 2. �𝐼𝐼1̇ − 𝐼𝐼2̇ � = 0

(8 + 𝑗𝑗. 8). 𝐼𝐼1̇ + 𝑗𝑗. 2. 𝐼𝐼2̇ − 𝑗𝑗. 10. 𝐼𝐼3̇ = 0

Figura 21 – Circuito no domínio fasorial

28
Aplicando a LTK na malha 2:

𝑉𝑉3 + 𝑉𝑉6 + 𝑉𝑉4 + 𝑉𝑉5 = 0

−𝑗𝑗. 2. �𝐼𝐼2̇ − 𝐼𝐼1̇ � + [−𝑗𝑗. 2. �𝐼𝐼2̇ − 𝐼𝐼3̇ �] + 4. 𝐼𝐼2̇ + 𝑗𝑗20 = 0

𝑗𝑗. 2. 𝐼𝐼1̇ + (4 − 𝑗𝑗. 4). 𝐼𝐼2̇ + 𝑗𝑗. 2. 𝐼𝐼3̇ = −𝑗𝑗20

Analisando a malha 3, podemos observar que a corrente 𝐼𝐼3̇ é igual ao


próprio valor da fonte de corrente. Portanto:

𝐼𝐼3̇ = 5 𝐴𝐴

Substituindo 𝐼𝐼3̇ nas equações anteriores, obtemos o seguinte sistema


linear:

(8 + 𝑗𝑗. 8)𝐼𝐼1̇ + 𝑗𝑗. 2. 𝐼𝐼2̇ = 𝑗𝑗50



𝑗𝑗. 2. 𝐼𝐼1̇ + (4 − 𝑗𝑗. 4). 𝐼𝐼2̇ = −𝑗𝑗30

Para resolvermos esse sistema, podemos multiplicar a primeira equação


por − 𝑗𝑗. 2 e a segunda equação por (8 + 𝑗𝑗. 8); assim, ao somarmos as duas
equações, teremos o termo 𝐼𝐼1̇ multiplicado por zero.

(−𝑗𝑗. 2). (8 + 𝑗𝑗. 8)𝐼𝐼1̇ + (−j. 2). (𝑗𝑗. 2. 𝐼𝐼2̇ ) = (−j. 2) . (𝑗𝑗50)

(8 + 𝑗𝑗. 8). (𝑗𝑗. 2. 𝐼𝐼1̇ ) + (8 + 𝑗𝑗. 8). (4 − 𝑗𝑗. 4). 𝐼𝐼2̇ = (8 + 𝑗𝑗. 8). (−𝑗𝑗30)

(−𝑗𝑗. 16 − 𝑗𝑗 2 . 16)𝐼𝐼1̇ − j2 . 4. 𝐼𝐼2̇ = −𝑗𝑗 2 100



(𝑗𝑗. 16 + 𝑗𝑗 2 . 16)𝐼𝐼1̇ + (32 − j32 + j32 − 𝑗𝑗 2 . 32). 𝐼𝐼2̇ = (−j. 240 − 𝑗𝑗 2 240)

(16 − 𝑗𝑗. 16)𝐼𝐼1̇ + 4. 𝐼𝐼2̇ = 100



(−16 + 𝑗𝑗. 16)𝐼𝐼1̇ + 64. 𝐼𝐼2̇ = 240 − j. 240

Somando as duas equações:

̇
(16 − 𝑗𝑗. 16 − 16 + 𝑗𝑗. 16)𝐼𝐼1̇ + (4 + 64). 𝐼𝐼2̇ = 100 + 240 − ȷ. 240

(4 + 64). 𝐼𝐼2̇ = 340̇ − ȷ. 240

340 − j. 240 416,173∠ − 35,218°


𝐼𝐼2̇ = =
68 68∠0°

𝐼𝐼2̇ = 6,12∠ − 35,218° 𝐴𝐴


29
𝐼𝐼2̇ = 5 − 𝑗𝑗. 3,529 𝐴𝐴

Substituindo 𝐼𝐼2̇ em uma das equações anteriores:

(8 + 𝑗𝑗. 8)𝐼𝐼1̇ + 𝑗𝑗. 2. 𝐼𝐼2̇ = 𝑗𝑗50

(8 + 𝑗𝑗. 8)𝐼𝐼1̇ + 𝑗𝑗. 2. (5 − 𝑗𝑗. 3,529 ) = 𝑗𝑗50

(8 + 𝑗𝑗. 8)𝐼𝐼1̇ + 𝑗𝑗. 2. (5 − 𝑗𝑗. 3,529 ) = 𝑗𝑗50

(8 + 𝑗𝑗. 8)𝐼𝐼1̇ + (7,059 + 𝑗𝑗10) = 𝑗𝑗50

(8 + 𝑗𝑗. 8)𝐼𝐼1̇ = −7,059 − 𝑗𝑗10 + 𝑗𝑗50

Isolando 𝐼𝐼1̇ :

−7,059 + 𝑗𝑗40 40,618∠100°


𝐼𝐼1̇ = =
8 + 𝑗𝑗. 8 11,314∠45°

𝐼𝐼1̇ = 3,59∠55° A

Assim, foram obtidas as três correntes de malhas dos circuitos. A partir


delas é possível obter a tensão fasorial de cada um dos elementos do circuito.

FINALIZANDO

Nesta aula, apresentamos os circuitos em corrente alternada, em que a


utilização de fasores facilita a análise. Além disso, apresentamos o conceito de
impedância, que é de fundamental importância para o curso de engenharia
elétrica, visto que ele é abordado na maioria das disciplinas.
A análise fasorial simplifica o entendimento do comportamento de
diversos circuitos elétricos. Uma das formas mais utilizadas de aplicação de
fasores é realizar a representação do sistema elétrico desde a usina geradora
de eletricidade, passando pelas linhas de transmissão de energia até nossas
residências, como ilustra a Figura 22.

30
Figura 22 – Sistema elétrico

Os equipamentos existentes no sistema elétrico (transformadores, linhas


de transmissão etc.) não são ideais e podem ser representados por
componentes resistivos, capacitivos e indutivos. O fato de o sistema elétrico ser
em corrente alternada nos permite trabalhar com fasores e impedâncias,
fazendo com que a análise do circuito elétrico que representa o sistema seja
mais fácil de compreender em vez da utilização de grandezas senoidais.
As concessionárias de energia utilizam diagramas simplificados do
sistema como o que vemos na Figura 22 para poder monitorar os valores das
tensões elétricas que saem do gerador, assim como os valores das que entram
e saem das linhas de transmissão para que o valor da tensão em nossas
residências esteja dentro dos limites estabelecidos.
Essa análise com fasores permite que eles corrijam essas tensões, visto
que em todos os sistemas reais existem perdas, as quais podem variar de
acordo com o horário de pico de utilização de energia, dentre outros fatores.
Os sistemas reais são mais complexos do que aquele que mostramos
nesse exemplo, pois alguns componentes ainda necessitam ser estudados
para que possamos analisar uma situação mais próxima da realidade.

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REFERÊNCIAS

ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M, N. O. Fundamentos de circuitos elétricos.


5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.

BOYLESTAD, R. L. Introdução à análise de circuitos. 12. ed. São Paulo:


Pearson Prentice Hall, 2012.

NILSSON.J. W.; RIEDEL, S. A. Circuitos elétricos. 10. ed. São Paulo:


Pearson Education do Brasil, 2015.

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