Onda Senoidal
Onda Senoidal
Onda Senoidal
Introdução
As formas geométricas das ondas, em particular a retangular e a triangular, já
nossas conhecidas de textos anteriores, foram postas com o objetivo de
ilustrar determinados princípios. Porém, simples como possam parecer tais
ondas, o emprego de qualquer uma delas como norma, complicaria a
matemática e a prática das correntes alternadas. Todavia, essas ondas não
são encontradas comumente no dia-a-dia; nenhuma delas está de acordo com
nossa idéia corriqueira de onda, já que a temos em vista como uma curva
contínua.
Porém, algumas curvas, ainda que contínuas como as queremos, podem
apresentar diferentes formas, pelo que foi necessário escolher uma onda que
obedeça a uma lei matemática. A norma que se usa baseia-se em uma das
funções trigonométricas fundamentais, a saber, o seno de um ângulo. A curva
senoidal é o gráfico do seno de um ângulo (em geral expresso em radianos)
traçada em função do ângulo; qualquer onda dessa forma é denominada de
senoidal, senóide ou ainda sinusóide. A função em questão é então do tipo:
y = sen x
ou na sua forma, mais geral,
y = a.sen(x + b)
A curva senoidal
Qualquer livro de tabelas matemáticas inclui os valores dos senos naturais
para ângulos até 90o. Uma calculadora científica, mesmo as mais simples, dá
diretamente o valor do seno de um ângulo até com 9 casas decimais; esses
valores podem ser empregados para traçar a curva. Na ausência de tabelas e
calculadoras ainda poderemos traçar uma curva aproximada se
memorizarmos os seguintes valores: sen 0o = 0; sen 30o = 0,50; sen 60o =
0,86 e sen 90o = 1.
E = B.L.v
Essa expressão pode ser usada para a f.e.m. instantânea (e) induzida no
nosso condutor móvel (x), simplesmente substituindo-se v por Vsen θ:
e = B.L.V.sen θ
e = Emáx.sen θ
e = Emáx.sen ωt
Exemplo 1: Uma bobina quadrada de 100 mm de lado e com 250 espiras gira
à razão de 60 revoluções por segundo, com seu eixo perpendicular a um
campo magnético uniforme, cuja densidade de fluxo é de 40 militeslas. A
bobina parte da posição de fluxo concatenado nulo (θ θ = 0o)
Calcular:
(a) a f.e.m. máxima induzida (Emáx.);
(b) a f.e.m. instantânea quando a bobina descreveu ângulo θ = 1 radiano (e1);
(c) a f.e.m. média (Em);
ω);
(d) a freqüência angular (ω
(e) instante no qual a bobina atinge pela primeira vez sua f.e.m. máxima
induzida.
Solução:
Ajustes para unidades coerentes: densidade de fluxo B = 40 mT = 0,04 T;
comprimento do lado da bobina c = 100 mm = 10 cm = 0,1 m; freqüência de
rotação da bobina f = 60 r.p.s. = 60 Hz; raio de giro da bobina r = c/2 = 0,05 m;
ângulo de giro θ = 1 radiano = 57,3o .
(a) A cada volta completa de uma espira da bobina, temos dois comprimentos
c ativos, logo o comprimento efetivo do condutor da bobina será L = 2.c.250 =
2 . 0,1 . 250 = 50 m.
π.f.r = 2 . 3,14 . 60 .
Velocidade tangencial do condutor periférico V = 2.π
0,05 = 18,84 m/s.
F.e.m. máxima induzida Emáx.= B.L.V = 0,04 . 50 . 18,84 = 37,68 volts
Resposta (a): Emáx. = 37,68 volts
(e) A primeira f.e.m. máxima induzida ocorrerá quando o fluxo também for
máximo pela primeira vez, ou seja, após o primeiro quarto de volta (90o). Em
outras palavras, ao completar o primeiro quarto de período, logo, t = T/4 =
(1/f)/4 = 1/4f = 1/4.60 = 1/240 = 0,004 s.
Outro modo de ver isso é escrever a equação geral da f.e.m. induzida: e =
Emáx..sen(2π πf.t) e determinar para que valores de t a f.e.m. torna-se igual à
Emáx.; logo Emáx. = Emáx..sen(2π π.60.t) ou sen(120ππ.t) = 1. Assim, a equação é
satisfeita para 120π π.t = k.π
π/2 , com k inteiro. Simplificando, 120.t = k/2. O
menor dos k, positivo, é 1, logo: t = 1/240 = 0,004 s.
Resposta (e): t = 0,004 s
Valor médio
Na ilustração a seguir, parte da figura anterior, destacamos que o ponto P,
projeção do condutor sobre o diâmetro AC, move-se com velocidade variável v
. Se você examinar bem a geometria da figura e notar que o eixo AC está
orientado positivamente de C para A, perceberá que devemos ter v = - V.senθ θ,
com o condutor na posição da ilustração. Mas, vamos por outro caminho:
π).Emáx.= 0,637.Emáx.
Em= (2/π
v2 + u2 = V2 = constante
2 x valor médio de v2 = V2
valor médio de v2 = V2/2 ... <=== a raiz quadrada disso será o rms!
Fator de forma
Define-se como fator de forma a razão entre o valor quadrático médio (rms) e
o valor médio de uma grandeza alternada; para a f.e.m., teremos, portanto:
Fator de pico
Define-se como fator de pico a razão entre o valor máximo e o valor
quadrático médio (rms) de uma grandeza alternada; para a f.e.m., teremos,
portanto:
Como já mencionamos, o valor médio de sen2θ é 1/2 = 0,5, que também está
indicado na figura acima. Pode-se observar claramente que a curva sen2θ
(preenchida para dar destaque) é simétrica em relação ao seu valor médio e
que flutua em torno desse valor médio com o dobro da freqüência da curva
original sen θ, sendo também uma senóide (*); além disso, repare que se
'cortarmos' suas cristas, essas partes preencherão perfeitamente seus vales.
A primeira f.e.m. que passa por seu valor 'zero' ou seu valor 'máximo' se diz
que está adiantada ou que está adiante da outra (caso da E1,no exemplo
ilustrado acima), a qual, por sua vez se diz que está atrasada ou que está
atrás em relação à primeira; na ilustração, E1 está 30o adiante de E2, ou E2
está 30o atrás de E1.
Existe, sim, o perigo de confundir-se, porque à primeira vista parece que E2
está adiante de E1, olhando da esquerda para a direita. Todavia, não são as
curvas que se movem, nós (observadores) é que devemos, imaginariamente,
percorrer a linha de base da esquerda para a direita e observar os eventos
que têm lugar.
Como podemos observar na ilustração acima, onde usamos a letra 'y' para
representar as f.e.m.(s) e 'x' para representar o ângulo θ, as curvas são
gráficos das seguintes equações:
θ
e1 = E1máx..senθ e θ - φ)
e2 = E2máx..sen(θ
ou, ωt
e1 = E1máx..senω e ωt - φ)
e2 = E2máx..sen(ω
O sinal "-" indica que a segunda f.e.m. está atrás da primeira. A curva da
f.e.m. resultante E pode ser obtida somando-se algebricamente as ordenadas
das curvas que se superpõem (componentes). A seguir, seu valor máximo
pode ser medido e seu valor quadrático médio (rms) pode ser calculado; além
disso, sua relação de fase com qualquer das componentes pode ser lido ao
longo da linha de base.
Exemplo 2
A resultante de duas correntes senoidais tem valor de 5 ampères. Se uma das
componentes vale 3 ampères, estando 30o atrás da resultante, determinar o
valor da outra componente e sua relação de fase com a resultante.
Solução:
A corrente resultante de 5 A é utilizada como fator de referência, como se
ilustra abaixo, e o componente de 3 A está desenhado com atraso de 30o.
Completa-se então o paralelogramo (traçando as paralelas que faltam;
Harmônicos
Existe um teorema, chamado de Fourier, que nos diz que qualquer onda
periódica completa pode ser considerada como constituída de duas ou mais
das seguintes ondas senoidais:
1- A onda senoidal é a forma periódica mais simples possível, posto que não
pode ser decomposta em componentes mais simples que ela mesmo.
2- Por outro lado, qualquer onda periódica pode ser analisada em suas
componentes senoidais.
3- A rapidez com que se modifica uma grandeza senoidal é também senoidal
(derivada).
4- Quando se combinam várias curvas senoidais de mesma frequência,
produz sempre outras curvas senoidais.
5- Uma grandeza senoidal pode ser representada por um fasor e duas ou mais
senoidais de mesma frequência podem ser combinadas por adição de seus
fasores.