Etica Social

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Índice

Introdução..................................................................................................................................4

Homossexualismo......................................................................................................................5

Homossexualidade e ética da Liberdade....................................................................................6

Homossexualismo e a sua inserção na sociedade....................................................................11

Conclusão.................................................................................................................................14

Referencias Bibliograficas.......................................................................................................15
Introdução

A Ética é um campo de saber ligado a Filosofia e sua origem nos reporta a discussão
filosófica a respeito do comportamento humano, ou seja, a reflexão sobre o conhecimento do
Bem como o fim ultimo do homem. Dada a complexidade do comportamento humano, a
reflexão ética ganha também diferentes contornos, surgindo assim diferentes tipos de éticas
(Social, Profissional, Moral, militar, ambiental, animal, etc.). Ética Social seria deste modo
parte do conhecimento que se interessa pela reflexão sobre o comportamento humano em
relação ao meio social em que está inserido. A reflexão sobre o comportamento humano
dentro de uma sociedade para alem de estar relacionado com a moral, os valores aceites
socialmente e o direito, também é corroborada por outros campos de conhecimentos, que
visam perceber o agir humano.

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Homossexualismo
Segundo Vidal (2005). Afirma que Homossexualidade (do grego antigo ὁμός
(homos), igual + latim sexus = sexo) refere-se à característica, condição ou qualidade de um
ser (humano ou não) que sente atracão física, estética e/ou emocional por outro ser do
mesmo sexo ou género. Enquanto orientação sexual, a homossexualidade se refere a "um
padrão duradouro de experiências sexuais, afectivas e românticas" principalmente ou
exclusivamente entre pessoas do mesmo sexo; "também se refere a um indivíduo com senso
de identidade pessoal e social com base nesses atracões, manifestando comportamentos e
aderindo a uma comunidade de pessoas que compartilham da mesma orientação sexual"

Segundo Häring (1991). Define a homossexualidade é uma das principais categorias de


orientação sexual, ao lado da bissexualidade e da heterossexualidade. A prevalência da
homossexualidade entre os humanos é difícil de determinar com precisão; na sociedade
ocidental moderna, os principais estudos indicam uma prevalência de 2% a 13% de
indivíduos homossexuais na população, enquanto outros estudos sugerem que
aproximadamente 22% da população apresente algum grau de tendência homossexual. Ela
também é registrada em cerca de 5 000 outras espécies (sendo bem estudada e devidamente
comprovada em cerca de 500 delas), incluindo minorias significativas em seres tão diversos
quanto mamíferos, aves e platelmintos.

As principais organizações internacionais de saúde (incluindo as de psicologia) afirmam que


ser homossexual ou bissexual são características compatíveis com uma saúde mental e um
ajustamento social completamente normais; tais instituições médicas também não
recomendam que as pessoas tentem alterar a sua condição sexual, pois isto, além de ineficaz,
pode causar danos psicológicos

Na cidade-Estado de Atenas, os filósofos colocavam o envolvimento sexual com seus


aprendizes como um importante instrumento pelo qual se estreitavam as afinidades afectivas
e intelectuais de ambos. Entre os 12 e os 18 anos de idade o aprendiz tinha relações com seu
tutor, desde que ele e os pais do menino consentissem com tal ato. Já em Roma, havia
distinções onde a pederastia era encarada com bons olhos, enquanto a passividade de um
parceiro mais velho era motivo de reprovação. Conforme Häring (1991, p.67).

Com a assimilação do valor estritamente procriador do sexo, disseminado pela cultura


judaica, a concepção sobre o ato homossexual foi ganhando novas feições. A popularização
do cristianismo trouxe consigo a ideia de que o sexo entre iguais seria pecado. Dessa forma,

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desde o final do Império Romano, várias acções de reis e clérigos tentaram suprimir a
homossexualidade. Ainda assim – ao longo da Idade Moderna – tivemos vários relatos de
representantes da nobreza tiveram casos com parceiros e parceiras do mesmo sexo.

Segundo Vidal (2005). Afirma no século XIX, com a efervescência das teorias biológicas e o
auge da razão como verdade absoluta, teorias queriam dar uma explicação científica para a
homossexualidade. No século XX, a lobotomia cerebral foi declarada como uma solução
cirúrgica para que quisesse se “livrar” do hábito. Nesse mesmo período, diversos grupos
lutaram pelo fim da discriminação e a abolição da classificação científica que designa a
homossexualidade como doença.

Homossexualidade e ética da Liberdade

Persona humana.
Não há dúvida de que, em relação à homossexualidade, predominam no documento pontifício
a preocupação com o rigor doutrinal e a desconfiança diante de certas conclusões éticas
baseadas em dados da psicologia moderna. O documento, por exemplo, encara como
contrária ao “ensino constante do Magistério” e ao “sentir moral do povo cristão” a tendência
de “julgar com indulgência, e até mesmo a desculpar completamente, as relações
homossexuais em determinadas pessoas”. Além disso, afirma que, “segundo a ordem moral
objectiva, as relações homossexuais são actos destituídos da sua regra essencial e
indispensável” (…), “são condenadas na Sagrada Escritura como graves depravações e
apresentadas aí também como uma consequência triste de uma rejeição de Deus” (…), e
atesta que “os actos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados e que eles não
podem, em hipótese nenhuma, receber qualquer aprovação. Conforme Jung & Coray (2005,
p.56).

À primeira vista, estamos diante de uma rejeição tão forte da homossexualidade e dos actos
homossexuais, que parece não haver espaço para o diálogo sobre o assunto. A impressão é
estar o documento muito mais preocupado em afirmar que, no plano objectivo, os actos
homossexuais, intrinsecamente desordenados, seriam graves depravações do que em ajudar
pastoralmente as pessoas que praticam tais atos ou são, de fato, homossexuais. No entanto,
podemos descobrir no texto uma postura mais flexível e mais solícita diante do sofrimento
humano vivenciado por pessoas para as quais a própria orientação sexual é um problema. O

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documento reconhece, por exemplo, a contribuição da psicologia para a compreensão do
fenómeno da homossexualidade e a sua importância na avaliação moral de actos e
relacionamentos homossexuais. Conforme Jung & Coray (2005, p.70).

Segundo Jung & Coray (2005, p.56). Destaca que abrindo-se à contribuição das ciências
humanas, o documento chama a atenção para algumas distinções especialmente relevantes
para as duas mediações que nos interessam, a teológica e a jurídica. A primeira distinção, de
grandíssima utilidade, é a que se faz entre a homossexualidade como “tendência transitória” e
a homossexualidade como “condição definitiva. Essa distinção implica poder haver não
apenas uma diferença de avaliação moral e pastoral para as duas categorias de pessoas, mas
também uma diferença de estratégia jurídica. Segundo o documento, pela sua própria
natureza, a homossexualidade como tendência transitória é, em princípio, reversível, pelos
factores dos quais provém: “de uma educação falseada, de uma falta de evolução sexual
normal, de um hábito contraído, de maus exemplos ou de outras causas análogas”. Uma boa
pedagogia ou uma boa terapia podem ajudar as pessoas que não são, de fato, homossexuais a
superar essa tendência e a desenvolver a plenitude das suas potencialidades de
relacionamento humano.

Outra é a situação das pessoas que vivem sua homossexualidade como condição definitiva,
“por força de uma espécie de instinto inato ou de uma constituição patológica considerada
incurável”. A solicitude pela acolhida dessas pessoas leva o documento a trabalhar com mais
duas distinções: a distinção entre “tendências” e “actos” e a distinção entre “actos” e
“pessoas” que praticam os actos. Se, por um lado, as pessoas homossexuais devem ser
acolhidas “com compreensão” e apoiadas “na esperança de superar as próprias dificuldades
pessoais e a sua inadaptação social”, por outro, “nenhum método pastoral pode ser
empregado que, pelo fato de esses actos serem julgados conformes com a condição de tais
pessoas, lhes venha a conceder uma justificação moral” (8). Embora as distinções
mencionadas acima constituam um avanço, não são suficientes para fundamentar um
ensinamento que integre ser e agir.

É importante ressaltar que o documento se refere aos actos homogenitais, e não aos
relacionamentos humanos entre pessoas do mesmo sexo. Objectivamente, esses actos não
podem ser justificados nem aprovados, por serem “actos destituídos da sua regra essencial e
indispensável”. No entanto, mesmo que os actos, em si mesmos, sejam gravemente

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desordenados, a culpabilidade da pessoa “há de ser julgada com prudência”. Embora não
presente no documento, tem-se a impressão de que a palavra de ordem continua sendo a
misericórdia: acolher com compreensão. A figura do pai que vem correndo para abraçar o
filho e devolver-lhe a dignidade perdida nas suas aventuras não aparece neste documento;
mas a sua sombra é detectada, como num retrato, quando o sol está atrás do fotógrafo.

2. Carta aos bispos da Igreja Católica sobre o atendimento pastoral das pessoas
homossexuais
No intervalo de onze anos entre a publicação da Declaração e a da Carta aos bispos, o debate
sobre a questão não diminuiu. Ao contrário, o “pecado” que, para muitos, não ousava
pronunciar o próprio nome se transforma numa cultura que “se orgulha” de ser gay. Muitas
autoridades eclesiais reiteram a doutrina tradicional da Igreja sobre o matrimónio como
contexto ideal para o exercício da sexualidade humana, mas também insistem sobre a
dignidade fundamental da pessoa homossexual e sobre a necessidade de defender seus
direitos humanos básicos e protegê-la contra o preconceito e a violência. É uma época de
inovação e de contestação. Essa nova situação se reflecte na Carta aos bispos.

Segundo Leers & Trasferetti (2001). Destacam os autores da carta, no seu zelo para defender
a doutrina sobre a ordem moral objectiva, esquecem-se de dar o devido valor à dimensão
subjectiva da moralidade. Propõem o sacramento do matrimónio como o “único” contexto
lícito para o “uso da faculdade sexual”; afirmam que “a actividade homossexual não exprime
uma união complementar, capaz de transmitir a vida, e, portanto, contradiz a vocação a uma
existência vivida naquela forma de auto doação que, segundo o evangelho, é a essência
mesma da vida cristã”; concluem que, “como acontece com qualquer outra desordem moral, a
actividade homossexual impede a autor realização e a felicidade porque é contrária à
sabedoria criadora de Deus”.

Se, por um lado, o rigor predomina na maior parte da carta, por outro, para ser fiel ao sentido
pleno do texto, é necessário reconhecer também ao menos os indícios de uma solicitude
pastoral continuada, que se manifesta na escuta das ciências humanas, na condenação da
discriminação e da violência contra as pessoas homossexuais, na afirmação da dignidade e da
liberdade da pessoa homossexual e na proposta de um caminho para a pessoa homossexual
que quer seguir a Cristo. Conforme Leers & Trasferetti (2001, p.57).

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3. Catecismo da Igreja Católica (1992)
A brevidade com que o tema é tratado é notável. Acolhendo os dados das ciências biomédicas
e psicossociais, a homossexualidade é definida como “relações entre homens e mulheres que
sentem atracão sexual, exclusiva ou predominante, por pessoas do mesmo sexo” (2.357).
Reconhece-se que “a homossexualidade se reveste de formas muito variáveis ao longo dos
séculos e das culturas”. A novidade que o Catecismo introduz é o princípio de gradualidade
em relação à caminhada da pessoa homossexual: “as pessoas homossexuais são chamadas à
castidade”, mas, para poder chegar à plenitude da vivência dessa virtude, há todo um
processo, que necessita de uma estrutura de formação e de apoio, da prática das “virtudes de
autodomínio, educadoras da liberdade interior”, da “amizade desinteressada”, da “oração”, da
“graça sacramental”. Em outras palavras, as pessoas homossexuais “podem e devem se
aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã” (2.359).

4. Considerações sobre os projectos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas


homossexuais (2003)
Depois de abordar, em linhas gerais, a natureza e as características irrenunciáveis do
matrimónio e algumas atitudes de autoridades civis diante do fenómeno das uniões
homossexuais, o documento propõe algumas argumentações contra o reconhecimento legal
de tais uniões. Os argumentos são de ordem relativa à recta razão, de ordem biológica e
antropológica, de ordem social e de ordem jurídica. Para o Magistério, não se trata de
discriminação injusta tomar em consideração a tendência homossexual em alguns sectores da
actividade humana. No entanto, o Magistério se esquece de que muitas pessoas e sociedades
podem até ser cegas em relação à própria discriminação, mas não são fracas quando se trata
de encontrar todos os meios necessários para que “os armários” fiquem trancados, mesmo
que, para isso, tenham de desrespeitar os direitos humanos fundamentais. Apelar para uma
“justa” discriminação não tem nada a ver com o evangelho.

5. Instrução sobre os critérios de discernimento vocacional acerca das pessoas com


tendências homossexuais e da sua admissão ao seminário e às ordens sacras (2005)
A instrução tem por objectivo deter-se numa questão que se tornou urgente na Igreja Católica
“a admissão ou não ao seminário e às ordens sacras dos candidatos que tenham tendências
homossexuais profundamente radicadas. “Afirmar claramente que a Igreja, embora
respeitando profundamente as pessoas em questão, não pode admitir ao seminário e às ordens

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sacras aqueles que praticam homossexualidade, apresentam tendências homossexuais
profundamente radicadas ou apoiam a chamada cultura gay”.

6. Aspectos teológicos e pastorais


A tensão entre o rigor doutrinal e a solicitude pastoral que caracteriza os documentos
apresentados e tantos outros deve nortear nossa práxis pastoral. Evidentemente, não se trata
de ser condescendente com toda e qualquer actividade sexual, mas de apresentar caminhos
pelos quais a prática cristã se reencontre com o amor incondicional de Cristo. Apesar do rigor
doutrinal dos documentos do Magistério, é possível construir uma acção pastoral cujo mote
central seja o acolhimento amoroso e o combate ao preconceito moral e à violência social
contra as pessoas homossexuais. Apresentamos alguns aspectos a serem considerados:

1. Nós nos relacionamos com os outros como homens e mulheres que, em relação à própria
orientação afetivo-sexual, se sentem mais ou menos atraídos pelo sexo oposto ou pelo mesmo
sexo, e isso não nos pode ser indiferente. O que fazemos com o nosso desejo é uma questão
que, até o fim dos nossos dias, exigirá uma resposta e contínuo esforço de integração. Se,
para ser considerada conforme os princípios da moralidade, uma relação amorosa deve ser
“sexualmente muda”, dificilmente amor e sexo serão integrados na vida das pessoas cujo
desejo não pode dizer o próprio nome. E essa separação pode ser mais imoral do que parece!

2. A sexualidade caracteriza o que somos e o nosso modo de nos situar diante dos outros.
Enquanto realidade que nos impele a sair de nós mesmos e a entrar em relação com os
demais, a nossa sexualidade se torna o lugar por excelência dessa experiência, lugar de
comunicação e de comunhão, lugar de abertura e de diálogo, lugar da mais genuína
experiência de reciprocidade e de amor, lugar que nos faz sentir participantes da bondade
intrínseca da criação de Deus, seja qual for a condição na qual existimos.

3. O que humaniza a sexualidade é o esforço que fazemos para dar-lhe um significado


positivo e para que ela seja linguagem desse significado. Mas isso só é possível se ela for
integrada numa perspectiva mais ampla: a do projeto que assumimos para nos realizarmos
como pessoas. E, por mais diversas que sejam as razões pelas quais vivemos, há uma que
pode nos unificar a todos: queremos amar e ser amados. O amor pode ser assumido como o
sentido de todo projeto de vida e, até mesmo, como o projeto de vida por excelência. E isso
não é prerrogativa exclusiva das pessoas heterossexuais!

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4. Não podemos apelar facilmente à palavra de Deus para emitir os nossos juízos se não
assumimos a fidelidade à Palavra como valor por excelência. No entanto, devemos
reconhecer que a fidelidade à Palavra implica levar a sério o texto no seu contexto e que a
discrepância de certos contextos pode limitar a relevância de certas normas. Também
devemos reconhecer que a fidelidade à Palavra exige empenho hermenêutico, pois a
variedade dos textos-contextos pode modificar ou até mesmo qualificar determinado texto.
Recorrer à palavra de Deus sem reconhecer que alguns textos são mais importantes do que
outros, que nem todos têm a mesma autoridade e que não há palavra na Bíblia que não
encarne, ao mesmo tempo, a fé e a memória selectiva da comunidade que a preservou
significa usar de forma reducionista a Palavra e fazê-la comprovar ou dizer o que as lentes
por meio das quais nos aproximamos dela nos fazem ver.

5. Precisamos tomar cuidado com propostas que encorajam a separação entre sexualidade e
relação, entre ser e agir. Toda relação nos obriga a sair de nós mesmos, e, quando isso
acontece, independentemente da nossa orientação sexual, nos tornamos vulneráveis. A
vulnerabilidade é dimensão intrínseca do amor humano. E só aprende a amar e a discernir as
exigências do amor quem for capaz de renunciar a si mesmo. Isso, em princípio, não tem
nada a ver com o fato de sermos hetero ou homossexuais.

6. O amor exige fidelidade. Quando amor e fidelidade não são importantes para conceder às
relações apoio social, legal e eclesial, é muito mais fácil cair na promiscuidade. Quando os
próprios desejos são negados, é muito mais fácil cair no anonimato. Promessas clandestinas
são fáceis de ser quebradas. Precisamos, como comunidade eclesial, ter a coragem de
elaborar uma ética sexual cristã que incorpore as experiências hetero e homossexuais em
diálogo com a tradição, com a Escritura, em que todos sejam sujeitos e não objetos do
discurso, certos de que a compreensão da sexualidade criada por Deus é pluriforme, a fim de
que todos possam abraçar tão grande dom e fazê-lo servir ao processo de humanização e à
busca da santidade.

Homossexualismo e a sua inserção na sociedade

Segundo Trasferetti (2006). Define a puberdade, que segundo a Organização Mundial da


Saúde, se inicia por volta dos 10 anos e se encerra aos 19, muitos jovens começam a conhecer
o seu corpo e a sentir as transformações físicas, psicológicas e comportamentais. Um assunto

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que sempre está ligado a esse tema é a descoberta da homossexualidade na adolescência, que
divide opiniões na sociedade e nas famílias.

O estudante Lucas Silva, 19 anos, nome fictício, afirma que desde sua adolescência sofre por
ser homossexual, pois lida com problemas que somente seus amigos mais próximos
conseguem entender. “Posso dizer que hoje em dia vivo uma vida de aparências.
Simplesmente convivo com um problema comigo mesmo. Sequer tenho a liberdade de chegar
aos meus pais e expor o que realmente sou e o que sinto. Tenho mais confiança em contar aos
meus amigos do que contar à minha própria família”, afirma.

Lucas relata que por ser extrovertido nunca foi reprimido por seus amigos, mas sempre que
pensa em contar aos seus pais, fica com medo de ter problemas futuros. " Consigo enxergar
em meus pais a felicidade ao encherem a boca para falar sobre mim. Pois para eles sou o
único homem da família que tem juízo, que anda na linha e ainda falam que sou a referência
de jovem hétero”.

No caso do professor de matemática Santyago Saymon, 22 anos, desde seus 15 anos sua
família já suspeitava de sua homossexualidade. “Naquela época eu já beijava bocas de
meninos da mesma idade, e também mais velhos, claro. Quando decidi assumir minha
homossexualidade, fui muito bem recebido pelos meus pais, eles entenderam perfeitamente
que o que era mais importante, era a minha felicidade”, afirma Santyago.

Para a funcionária pública Juliana Rocha, 33 anos, se algum de seus filhos chegarem até ela e
revelarem que é homossexual, ela entenderia e o aceitaria da melhor forma possível.
“Primeiramente iremos conversar. No meu caso, eu aceitaria normalmente. Porque eles não
vão deixar de ser meus filhos. Nós temos que respeitar o próximo como ser humano. Iremos
sempre buscar orientações para poder acompanhá-lo, porque sabemos que na sociedade em
que vivemos as pessoas são julgadas por tudo e por todos”.

Para o casal Marcos Antônio, 42 anos, e Helena Maria, 43, se algum dia o filho chegar a
revelar ser homossexual, inicialmente eles ficariam em estado de choque. “Sempre demos
boas instruções ao nosso filho. Ensinamos que o caminho certo a se seguir é o caminho
proposto por Deus, pois está na Bíblia que o homem deve se relacionar com a mulher para
constituírem uma família. Procuraríamos médicos, especialistas, psicólogos, pois achamos
que se ele tomar essa atitude e persistir em querer seguir este caminho, dentro da nossa casa
ele não entra mais”.

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Já para a biomédica Janayna Wanessa, 29 anos, se descobrisse algo do tipo em sua família, o
entendimento não seria o mesmo. “Se uma simples tatuagem e um piercing já causam todo
um reboliço na família, imagina se meu irmão chega e fala que é gay. Ele é deserdado e
expulso de casa”, afirma entre risos.

De acordo com o psicólogo Alexandre Herênio, não revelar a orientação sexual à família é
uma escolha a qual os jovens têm direito. “É importante que se revele aos pais, mas também
pode ser uma opção do jovem não revelar. Se ele acha que é melhor não revelar e se ele lida
bem compartilhando essa informação, revelando apenas a pessoas mais próximas que não
sejam da família, não tem nenhum problema. Se estiver tudo bem para ele e se isso não gerar
transtornos dentro de casa e não comprometer a relação com seus pais, não há motivos para
se preocupar”, afirma Trasferetti (2006, p.78)..

Herênio afirma que nesses casos, quando desde a adolescência a família já consegue perceber
essa mudança em relação ao comportamento do filho, o relacionamento entre as partes são de
afeto. “Na maior parte dos casos, quando o adolescente revela a sua opção sexual, isso não
costuma ser uma surpresa para os seus pais, a menos que sejam pais muito distantes. Essas
questões são percebidas desde pequeno, pois os pais têm uma noção do que acontece com seu
filho. O importante é que o jovem fale da maneira que ele consiga, pois não é recomendado
que nós fiquemos instruindo sobre a forma de falar para a família. São coisas naturais”.

Para Herênio, a instrução sobre qualquer assunto é a chave para qualquer diálogo. “O
recomendado é que essas pessoas procurem a ajuda de um especialista, porque
provavelmente quem reprime e julga os outros não tem conhecimento a respeito do tema. A
recomendação é que se esclareça essas questões que são obscuras para eles e que acabam
sustentando a existência desse preconceito e dessa aversão com relação à homossexualidade.

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Conclusão

A teologia da cidadania homossexual” que encontre ressonância nos documentos do


Magistério, uma vez que a solicitude pastoral está contemplada no amor e no combate à
violência? Pessoas homossexuais devem ser tratadas com respeito e dignidade. Todo
educador da fé, todo agente de pastoral podem e devem propor ações pastorais que visem
integrar as pessoas homossexuais em sua comunidade. É necessário também educar a
comunidade para ser receptiva às pessoas homossexuais. Isso implica e inclui o combate à
ignorância, que julga e vitima as pessoas de maneira medíocre. Os educadores da fé, os
agentes de pastoral têm um papel fundamental na educação moral da comunidade, orientando
os cristãos no combate à homofobia e ao heterossexismo. Precisamos também reconhecer que
as pessoas homossexuais podem e devem ser protagonistas de uma teologia da cidadania
homossexual, uma vez que muitas vivem a fé em Deus de forma intensa e estão abertas a
acolher o Reino na própria vida, a santificar a própria existência, a ser sal da terra e luz do
mundo na e a partir da própria condição. O rigor doutrinal não pode excluir a solicitude
pastoral e o amor desmesurado que acolhem e transformam vidas.

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Referencias Bibliograficas
Häring, B. (1991). Teologia moral para o terceiro milênio. São Paulo: Paulus.

Jung, P. B. & Coray, J. A. (2005). Diversidade sexual e catolicismo: para o desenvolvimento

da teologia moral. São Paulo: Loyola.

Leers, B & Trasferetti, J. (2001). Homossexualidade e ética cristã. Campinas: Átomo.

Trasferetti, J. A. (2006). Pastoral com homossexuais: retratos de uma experiência.

Petrópolis:

Vidal, M. (2005). Sexualidade e condição homossexual na moral cristã. Aparecida:

Santuário.

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