Desafios Da Pericia Criminal
Desafios Da Pericia Criminal
Desafios Da Pericia Criminal
Disciplina: Criminalística
Tema:
3. INVESTIGAÇÃO CRIMINAL...........................................................................................................7
5. CONCLUSÃO...................................................................................................................................11
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................................12
1. INTRODUÇÃO
No presente trabalho iremos nos debruçar sobre os desafios da perícia criminal em Moçambique.
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2. A ORGANIZAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL EM MOÇAMBIQUE
Ao longo da sua evolução, a IC esteve sempre ligada à Polícia moçambicana, sendo que, com as
alterações do sistema político, assumiu várias designações para se adequar com as caraterísticas
políticas e sociais vividas desde a altura da sua criação. Para compreender a evolução da Polícia
em Moçambique, podemos considerar as etapas seguintes: (1) Antes da independência, até 1975,
a Polícia denominava-se Polícia de Segurança Pública (PSP) 1, que dependia da administração
ultramarina do Governo Português; (2) De 1975 a 1979, já com Moçambique como um Estado
independente, é criado o primeiro Corpo de Polícia de Segurança de Moçambique (CPM ou
CPSM), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 54/75, de 17 de maio; (3) De 1979 a 1992, com a
implantação da República Popular de Moçambique (RPM), e pela Lei n.º 5/79, de 26 de maio, é
1 Que por força do preâmbulo da Decreto-Lei n.º 35042, de 20 de outubro de 1945, n.º 3, § 2.º, a PSP tinha as
“funções de prevenção do chamado perigo agudo da criminalidade, impedir a prática das infrações.” 6 CPM é a sigla
oficial, para este trabalho preferimos utilizar a sigla CPSM. Foi um corpo de polícia de segurança, criado antes da
declaração oficial da independência nacional ocorrida a 25 de junho de 1975.
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criada a Polícia Popular de Moçambique (PPM), “como um Órgão do Poder unitário do Estado,
ao serviço da aliança operário-camponesa ( art. 1.º, n.º 2, Lei n.º 5/79, de 26 de maio).
Foi assim, emergindo, pela pressão sociopolítica, uma polícia cada vez mais autónoma,
desmilitarizada, movida por desejos de fazer face às mudanças que o país enfrentava de forma
bastante acelerada. Contudo, esta vontade de crescer permaneceu condicionado pelo sistema: os
traços deixados pelo modelo processual inquisitório, permaneciam vigentes. Um dos problemas
sérios que se levantava era o Ministério Público (MP) por depender do Poder Executivo, que
detinha, em última instância, a faculdade de amnistiar certas infrações (Luís Osório, Apud,
Figueiredo Dias, Apud TSJ, 2009).
Foi com a extinção da Polícia Judiciária (PJ), que integrava a PPM, que nasceu a PIC, por força
da Lei n.º 5/79, de 26 de maio, que cria, também, a PPM. Materialmente, a PIC era tutelada pelo
Ministério da Justiça (MJ). O MP ainda funcionava junto dos tribunais, por força do texto
primitivo da Constituição moçambicana de 1975, que a ele continha apenas uma referência:
“Junto dos tribunais existirão magistrados do Ministério Público a quem caberá a
representação do Estado” (art. 66.º, da Lei n.º 5/79, de 26 de maio).
Em outubro de 1975, a então PJ – na época, sob tutela do MJ – passou para a tutela do Ministério
do Interior (MINT), tomando a designação de PIC (Decreto-Lei n.º 25/75, de 18 de outubro).
Como refere Figueira (2007, p. 2), “A tutela governamental da PIC (Ministro do Interior), (…)
deveria ser do Ministério da Justiça”, devido à sua missão exclusiva de recolha de prova para o
tribunal. A PIC obrigava à existência de uma estrutura de Polícia Criminal (PC) de média
dimensão, largamente disseminada por todo o território, com alguns milhares de efetivos e, dessa
forma, com a consequente necessidade de infraestruturas de apoio logístico, de apoio à formação.
Acredita-se que neste período nasciam, silenciosamente, os verdadeiros dilemas que
condicionaram a investigação criminal em Moçambique que se conduziram até aos dias de hoje.
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Em 1992, com a assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP), em Roma, que pôs fim à Guerra de
Desestabilização, e com a aprovação da Lei n.º 19/92 de 31 de dezembro, a Polícia passa a
designar-se Polícia da República de Moçambique (PRM)2, integrada no MINT3. A sua missão era
defender a soberania do Estado de Direito Democrático. A PIC era uma especialidade da PRM.
O Estatuto Orgânico da PRM é criado pelo Decreto-Lei n.º 22/93, de 16 de setembro.
A PIC, por seu turno, acompanhou as mudanças do sistema político moçambicano depois da
independência. De acordo com Dias F. (1987, p. 14) a IC, ao acompanhar as mudanças de um
Sistema de Justiça Criminal, sobre o qual “o modelo do processo inquisitório, que tem subjacente
o princípio de que a repressão criminal era de indispensável interesse público e competia em
exclusivo ao Estado”, tinha a incumbência de prosseguir com o interesse público, perdendo, de
certa forma, a imparcialidade, quer por parte dos investidores, MP, quer os tribunais (TSJ, 2009).
Assim sendo, era difícil os órgãos superiores da PIC autoavaliarem as suas ações, dado que, a
satisfação do Poder Executivo constituía o único objetivo, perseguir os violadores da ordem
pública, das normas jurídicas e levá-los à barra dos tribunais. A questão da preservação dos
direitos, liberdades e garantias (DLGs) do cidadão não era discutida.
Em vários processos-crime a instrução foi desde sempre realizada pelo MP, umas vezes sob a
direcção deste, mas outras vezes não, por tal ser impraticável em toda a extensão do território
nacional. Muitos distritos ainda não tinham a figura do MP. Daí que se tenha previsto na lei a
delegação dessa instrução, ou, dada a complexidade e especialidade de algumas infracções
criminais, a atribuição da instrução preparatória a entidades não judiciais – PIC (Acórdão nº
08/CC/2007 de 27 de dezembro).
A PIC, por exemplo, chegava a arquivar processos, alegadamente por falta de matéria suficiente
para a produção de prova, violando assim o princípio da separação de poderes ou o princípio de
trias política. O art. 134.º da CRM preconiza que: “os órgãos de soberania assentam nos
princípios de separação e interdependência de poderes consagrados na Constituição e devem
2 PRM é a única força policial nacional existente em Moçambique, estruturada em diferentes especialidades de
serviço policial, mas com comando único e centralizado.
3 O Decreto Presidencial n.º 18/2000, de 21 de novembro, estipula no seu art.º 1 que “O Ministério do Interior é o
órgão central do aparelho do Estado responsável por assegurar a ordem, segurança e tranquilidade públicas, a
identificação dos cidadãos nacionais e estrangeiros, o controlo migratório e a prevenção e combate aos incêndios e
calamidades naturais”.
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obediência à Constituição e às leis”. Cabe ao MP “representar o Estado junto dos tribunais (…)
controlar a legalidade, os prazos das detenções, dirigir a instrução preparatória dos processos-
crime, exercer a acção penal” entre outras funções (art. 236.º CRM).
Posto isto, defende-se não uma teoria retributivista pura do ius puniendi, mas antes uma
prevenção especial, que parte dos ditames da investigação levada a cabo pelos operadores
judiciários e que finaliza com a sua reintegração na comunidade ou habitat em que nasceu e
cresceu. Só com uma visão de homem pecador e frágil se pode ancorar a investigação criminal
no respeito pela dignidade da pessoa humana e nos valores de um Direito penal
democraticamente enraizado nos valores da sociedade, da justiça e da liberdade (Valente, 2014,
pp. 378-379).
Em 2016 foi promulgada a Lei n.º 16/2016, de 12 de agosto, que aprova e remodela a orgânica
da PRM (LOPRM)4 e revoga a Lei n.º 19/92, de 31 de dezembro. De acordo com a LOPRM, a
PIC continuou a fazer parte da PRM (como ramo da PRM). Em conformidade com os arts. 15.º,
16.º a 22.º, da Lei n.º 16/2013, de 12 de agosto, a PIC é uma polícia judiciária, e, como tal,
incumbida das ações de recolha e tratamento de prova dos crimes ocorridos em todo o território
nacional de Moçambique. Organicamente, a nível central, a PIC estava sujeita a uma dupla
4 “A polícia administrativa tem por objeto a manutenção habitual da ordem pública em toda a parte e em todos os
setores da administração geral. O seu fim é, principalmente, o de prevenir os delitos” (art. 18.º, do Código Francês
dos Delitos e Penas, de 3 do Brumário do ano IV, Apud Raposo, 2006, p. 29), itálico do autor. Nesse contexto, a
Organização geral da Polícia em Moçambique tem consagração constitucional no art. 255.º da Constituição da
República de Moçambique (CRM). O n.º 2 do art. 255.º da CRM circunscreve que “a lei estabelece a organização
geral da Polícia, fixa os respetivos ramos, determina a sua função, estrutura e as normas que regem o ingresso.”
Este artigo sustenta a Lei Orgânica da Polícia da República de Moçambique
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tutela, do Comandante Geral da PRM e do Diretor Nacional da PIC. As ordens de comando
eram, várias vezes confusas e difíceis de operacionalizar na prática, sobretudo no que toca a
disponibilização de meios materiais para os efetivos.
A PIC constituiu-se, assim, como corpo único e generalizado de IC, que, na realidade, não
conseguia esclarecer os crimes, tanto que originou o descrédito do Sistema de Justiça Criminal
perante as populações. Isto originou que os queixosos passassem apresentar as suas queixas nos
órgãos de comunicação social e não perante a justiça. A este propósito, Machava (2017, p. 1)
refere que, “muitas matérias publicadas pela imprensa servem de base ou suporte para a
investigação judicial, por várias razões as pessoas preferem denunciar os casos à imprensa a
meterem queixa numa esquadra ou tribunal.” A Polícia, sobretudo a IC, precisa resgatar os
princípios que o norteiam como o Espelho do Estado que o cidadão recorre em primeiro lugar
para a tutela dos seus direitos e liberdades fundamentais, “é a primeira força pública estatal de
atuação operativa e jurídica que lhe cabe promover o equilíbrio da tutela desses direitos e
liberdades” (Valente, 2017b).
Com as novas formas de criminalidade, cada vez mais sofisticadas e imunes aos métodos
tradicionais de prevenção e investigação utilizados pela então PIC, exigia-se uma capacidade de
resposta cada vez maior das autoridades de investigação criminal (Rosário, 2017, Apud
Muchanga, 2017). Foi nesta perspetiva que se projetou o SERNIC, de modo a conseguir garantir
e assegurar uma maior celeridade na investigação de casos, bem como valorizar e estimular os
quadros de modo a assegurar a sua integridade e credibilidade junto dos cidadãos (Rosário, 2017,
Apud Muchanga, 2017).
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Os Tribunais, a PGR, a Polícia e o SERNIC constituem as instituições através das quais o
cidadão tem acesso à justiça. É essencial para a PGR o exercício efetivo da autoridade judiciária,
o que pressupõe a existência de instrumentos legais e operacionais adequados ao desempenho
das atividades de IC, para além do reforço da capacidade do SERNIC. Estes instrumentos
reforçarão a eficácia e a eficiência da PGR, um fator crítico de sucesso (Trindade, Nhatitima,
Macamo, José, & Santos, 2012).
3. INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
A investigação criminal (IC) compreende três planos distintos, que são indissociáveis entre si:
(1) o plano normativo que corresponde ao conjunto de regras, competências, procedimentos,
limitações impostas pela lei processual penal; (2) o plano técnico que corresponde ao conjunto
de atos materiais e procedimentos, técnica, tática e estratégias adequados e idóneos para a
demonstração dos factos (Braz, 2016a); e (3) o plano da organização intelectual da investigação
que diz respeito à fase da análise, correlação e síntese. Ou seja, a fase da triagem de todos os
elementos recolhidos por forma a identificar os mais relevantes (Pereira, 2014).
Na perspectiva de Greenwood (Apud Mannheim, 1994, p. 117), IC “diz respeito à descoberta dos
factos e valoração dos factos já observados”, pois, é pesquisa que se faz a partir de uma hipótese
típico-legal (direito penal) e segundo formas delimitadas juridicamente (direito processual
penal). Portanto não se trata de actividades estanques que se realizam sucessivamente, mas
simultaneamente, embora sem definitividade, até que se chegue a uma sentença penal.” Sendo
que a busca da verdade não deve ser feita a todo o custo, deve, antes de mais, ser prosseguida nos
parâmetros determinados por lei (Pereira, 2014). A investigação criminal feita fora dos
parâmetros legais pode implicar na liberdade de um criminoso e na incriminação de um inocente.
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Assim, a génese da IC compreende o sentido probatório de descobrir e demonstrar o nexo de
causalidade (Braz, 2013). Na mesma perspetiva, Antunes (1985, pp. 4-5), detalha-nos,
defendendo a ideia de que a IC se consubstancia na “pesquisa sistemática e sequente do respetivo
objeto, com recurso a meios técnicos e científicos.”
Ou seja, a IC “descobre, recolhe, conserva, examina e interpreta as provas reais, assim como
localiza, contacta e apresenta as provas pessoais e materiais que conduzam ao conhecimento da
verdade” dos factos que consubstanciam a prática de um crime” (Dias G., 1977, p. 5). Em suma,
a IC é o “processo de procura de indícios e vestígios que indiquem e expliquem e que nos façam
compreender quem, como, quando, onde e porquê foi cometido um determinado delito”
(Antunes, 2000, p. 15). Pressupõe-se, assim, a pré-existência de uma norma como garante do
bem-estar social, que ao ser infringida ou violada, e havendo falta de matéria suficientemente
probatória, compete somente só à IC, doptada de ferramentas próprias, a reconstrução da cena ou
do facto para o garante da reposição dessa ordem juridicamente relevante.
O art. 1.º, da Lei n.º 2/2017, de 09 de Janeiro (Lei Orgânica do Serviço Nacional de Investigação
Criminal (LOSERNIC)), que cria o Serviço Nacional de Investigação Criminal de Moçambique
(SERNIC), e o art. 1.º, do Decreto n.º 46/2017, de 17 de agosto (aprova o Estatuto Orgânico e
Organigrama do SERNIC (EOOSERNIC)), apresentam a mesma definição de IC e estabelecem
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que, “A IC compreende o conjunto de diligências que, nos termos da lei, se destinam a
averiguar a existência de um crime, determinar os seus agentes, sua responsabilidade, descobrir
e recolher provas, no âmbito do processo penal”. A IC só se poderá iniciar desde que a entidade
competente para a sua promoção – o Ministério Público – tenha conhecimento da suspeita da
perpetração de um crime. A notícia do crime é condição indispensável para o início da IC (art.º
6.º do DL n.º 35007, de 13/10/1945). Também a notícia do crime pode adquirir-se por
conhecimento direto de quem deva iniciar a investigação ou ainda por participação (obrigatória)
de outras autoridades (art.º 7.º do DL n.º 35007, de 13/10/1945).
Por conta dessa configuração, alguns investigadores em Moçambique tiveram que mudar a sua
rotina, ou seja, não é apenas a rotina das vítimas e seus familiares que muda após experienciarem
crimes violentos (CALDEIRA, 2000), mas também a rotina dos que têm competência de
investigar esses casos também pode mudar em função da configuração do fenómeno.
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A internet é outro veículo de informação considerado de extrema importância pelos
investigadores para aceder informações sobre a onda de crimes. Os note books de alguns
investigadores, embora pessoais, encontravam-se constantemente conectados à rede de internet,
pois eles acreditam que por via dela, e através das redes sociais, como o FACEBOOK ou jornais
eletrónicos, é possível ter a facilidade de acesso às informações pertinentes sobre a ocorrência de
casos e outras informações pertinentes sobre o fenómeno. O menor registro das ocorrências
policiais dos casos esta associado com aquilo que os investigadores denominam por “silêncio das
vítimas ou falta de colaboração”.
Embora seja considerado crime pela Lei Anti-Corrupção (Lei n.º 6/2004, de 17 de junho), a
chamada “pequena corrupção” é uma prática absolutamente normal. Com a pequena corrupção
se pretende denotar as práticas de oferecimento e solicitação de favores entre um funcionário
público e um terceiro, para que o primeiro realize ou omita acto contrário ou não contrário ao
dever do seu cargo, pois a Lei Anti-Corrupção define a corrupção em duas acepções: primeira, a
corrupção passiva como sendo aquela que consiste na solicitação de vantagem patrimonial ou
não patrimonial por parte do funcionário ou agente do Estado para realizar ou omitir ato
contrário ou não contrário ao dever do seu cargo e; segunda, a corrupção ativa como sendo o
fornecimento de vantagem patrimonial ou não patrimonial ao funcionário ou agente do Estado
para realizar um acto contrário aos deveres do seu cargo (FAEL et al, 2004).
Por fim, um outro desafio que se constatou é o de meios técnicos de investigação, pois em
Moçambique devido a falta de fundos existe uma limitação por parte dos peritos em ter materiais
que sejam capazes de resolver os casos com mais rapidez e certeza. A falta de meios técnicos
próprios da natureza pericial limita o perito pois constitui um entrave na celeridade da
investigação, fazendo com que o trabalho dos peritos leve muito tempo.
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5. CONCLUSÃO
O presente trabalho, tivemos como tema de pesquisa “desafios da perícia criminal em
Moçambique”, onde pudemos concluir que, a trajetória histórica da Investigação Criminal em
Moçambique está ligada à história do país em geral, à sua localização geopolítica, e em
particular à trajetória histórica da Polícia moçambicana e estava moldada pelo sistema policial
português, até à independência em 1975.
Ao longo da sua evolução, a IC esteve sempre ligada à Polícia moçambicana, sendo que, com as
alterações do sistema político, assumiu várias designações para se adequar com as características
políticas e sociais vividas desde a altura da sua criação.
Com vista a alcançar este desiderato, a 9 de janeiro de 2017, foi operada uma restruturação geral
da investigação criminal em Moçambique. Em substituição da PIC, ao abrigo do disposto no n.º
1, do art. 179.º, da CRM, a Assembleia da República, através da Lei n.º 2/2017, de 09 de janeiro,
criou o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), com o intuito de responder, com
eficácia e eficiência, aos desafios de prevenção, investigação criminal e da instrução preparatória
de processos-crime. Por fim, concluímos que, um dos grandes desafios da perícia criminal é o
acesso a informação sobre os crimes, pois os mesmos muitas vezes ficam a saber através dos
meios de comunicação social, que acabam por prejudicar o seu trabalho pois divulgam toda a
informação que se tem sobre os casos a serem investigados, por outro lado, também existe um
desafio que é a corrupção, pois, a experiência tanto empírica quanto profissional demonstra que o
envolvimento de alguns funcionários públicos em actos de corrupção tem sido uma prática
recorrente em Moçambique, constatamos também um outro desafio que é a carência de meios
técnicos de investigação, pois em Moçambique devido a falta de fundos existe uma limitação por
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parte dos peritos em ter materiais que sejam capazes de resolver os casos com mais rapidez e
certeza.
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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