Márcio de Morais JR
Márcio de Morais JR
Márcio de Morais JR
v
Sumário
Agradecimentos..............................................................................................................................................................v
Sumário.................................................................................................................................................................................vi
Lista de Figuras..........................................................................................................................................................viii
Lista de Tabelas..........................................................................................................................................................viii
Resumo.................................................................................................................................................................................ix
Abstract................................................................................................................................................................................xi
Capítulo 1: Introdução Geral................................................................................................................................1
1.1. Invasões Biológicas.................................................................................................................................1
1.1.1. Terminologia em Biologia de Invasões .............................................................................5
1.1.2. Espécies Exóticas Invasoras no Brasil.............................................................................7
1.2. Espécies de Estudo: Callithrix jacchus e Callithrix
penicillata...........................................................................................................................................................9
1.2.1. Distribuição original e Status....................................................................................................9
1.2.2. Ecologia do gênero Callithrix.................................................................................................10
1.2.3. Callithrix jacchus e Callithrix penicillata como espécies exóticas no
Brasil...........................................................................................................................................................11
1.3. A Bacia do Rio São João..................................................................................................................12
1.3.1. Significância da Área de Estudo........................................................................................14
1.4. Justificativa do Estudo......................................................................................................................15
1.5. Estrutura da Tese....................................................................................................................................16
Capítulo 2: Status das Populações de Saguis (Callithrix spp.) Exóticos
Invasores na Bacia do Rio São João.........................................................................18
2.1. Introdução.....................................................................................................................................................19
2.2. Métodos..........................................................................................................................................................21
2.2.1. Área de Estudo...............................................................................................................................21
2.2.2. Captura de saguis........................................................................................................................22
2.2.3. Distribuição dos saguis............................................................................................................22
2.2.4. Estimativa de densidade populacional .........................................................................23
2.2.5. Análises...............................................................................................................................................25
2.2.5.1. Padrão de distribuição.............................................................................................25
2.2.5.2. Estimativa de densidade........................................................................................25
2.2.5.3. Condição física e sucesso reprodutivo ........................................................26
2.3. Resultados....................................................................................................................................................27
vi
2.3.1. Padrão de distribuição de saguis. ....................................................................................27
2.3.2. Densidade de saguis.................................................................................................................28
2.3.3. Condição física e reprodução..............................................................................................29
2.4. Discussão......................................................................................................................................................32
2.4.1. Padrão de distribuição.............................................................................................................32
2.4.2. Densidade de saguis.................................................................................................................32
2.4.3. Aclimatação e sucesso de estabelecimento ............................................................34
2.5. Conclusão.....................................................................................................................................................36
Capítulo 3: Influência da Estrutura da Paisagem na Distribuição de Saguis
(Callithrix spp.) Exóticos Invasores na Bacia do Rio São João ...............................37
3.1. Introduction..................................................................................................................................................38
3.2. Methods............................................................................................................................................................39
3.2.1. Study species and study area.............................................................................................39
3.2.2. Marmoset presence and absence data.......................................................................41
3.2.3. Exploratory variables.................................................................................................................42
3.2.4. Statistical modelling....................................................................................................................43
3.3. Results..............................................................................................................................................................45
3.3.1. Presence of marmosets..........................................................................................................45
3.3.2. Subset of explanatory variables........................................................................................45
3.3.3. Effects of explanatory variables........................................................................................46
3.3.4. Ranking of the explanatory variables............................................................................49
3.4. Discussion....................................................................................................................................................50
3.4.1. Landscape structure and marmosets occupancy................................................50
3.4.2. Model uncertainty........................................................................................................................52
3.4.3. Implications for marmoset management ....................................................................52
3.5. Conclusion....................................................................................................................................................53
Capítulo 4: Discussão Geral..............................................................................................................................54
4.1. Status da população e o processo de invasão ............................................................54
4.2. Estrutura da paisagem e a distribuição de saguis ...................................................56
4.3. Recomendações de manejo.........................................................................................................57
4.4. Conclusão.....................................................................................................................................................59
5. Referências Bibliográficas............................................................................................................................60
6. Anexos............................................................................................................................................................................73
6.1. Anexo 1: Legislações acerca de espécies exóticas invasoras ….................73
vii
Lista de Figuras
Figura 1.1: Representação gráfica das fases do processo de invasão biológica .............2
Figura 1.2: Distribuição geográfica original de Callithrix jacchus e C. penicillata..........10
Figura 1.3: Localização da bacia do rio São João ................................................................................13
Figura 1.4: Fotos ilustrando a variação do relevo e da cobertura vegetal na bacia do
rio São João.......................................................................................................................................................................14
Figura 2.1: Fragmentos florestais de estudo na bacia do rio São João ................................21
Figura 2.2: Distribuição das formas de saguis na bacia do rio São João ............................28
Figura 2.3: Médias e desvio padrão dos pesos corporais de saguis ..................................... 30
Figura 2.4: Médias do peso corporal de machos e fêmeas de saguis exóticos
invasores e nativos...................................................................................................................................................... 30
Figura 2.5: Distribuição mensal dos nascimentos nos grupos de saguis ........................... 31
Figura 3.1: Location of the São João River watershed study area showing the
distribution of forest patches, roads and urban areas .........................................................................41
Figura 3.2: Quantile-quantile plot with 95% pointwise confidence bounds .........................48
Figure 3.3: Partial residual plots for variables in the most parsimonious model .............49
Lista de Tabelas
viii
Resumo
Nas últimas décadas vários países têm reconhecido o impacto de espécies exóticas
como um grande problema ambiental e econômico. As espécies de saguis, Callithrix
jacchus e Callithrix penicillata, são importantes exemplos brasileiros de vertebrados
introduzidos. Apesar de serem nativos do Brasil, estes primatas são exóticos em vá -
rios estados do país. Na área de ocorrência do mico-leão-dourado, no estado do Rio
de Janeiro, são encontradas populações formadas por estas duas espécies de sa-
guis e seus híbridos. Potencialmente pode haver competição interespecífica, porque
a ecologia e o comportamento destas espécies introduzidas são parecidas com as
do mico-leão-dourado, primata ameaçado de extinção. A escassez de informação
sobre o status desta população de saguis é o principal obstáculo para desenvolver
uma estratégia eficiente de manejo na região de estudo. Esta tese apresenta infor-
mações sobre a distribuição, densidade, reprodução e condição física dos saguis,
utilizando técnicas de captura, transecção linear e dados de presença-ausência nos
fragmentos florestais da bacia do rio São João. Segundo os diferentes fenótipos de
saguis (Callithrix jacchus, C. penicillata e híbridos) foi possível delimitar três popula-
ções na área de estudo. Na região sudoeste da bacia do rio São João foi encontra -
da, predominantemente, a espécie C. jacchus. Na região central, a maioria dos es-
pécimes capturados eram híbridos. Enquanto na região nordeste a espécie C. peni-
cillata foi predominante. Este padrão evidencia a ocorrência de múltiplas introduções
e de um certo grau de isolamento entre as populações. A média das proporções anu-
ais de ocupação dos 27 fragmentos florestais monitorados entre 2002 e 2006 foi
0,80 ±0,084 (entre 0,69 – 0,88). Quanto mais próximo de áreas urbanas e estradas e
maior o fragmento, mais provavelmente ele será ocupado por saguis. A densidade
ix
ção de saguis na bacia do rio São João está estabelecida e apresentou um cresci-
mento durante o período de estudo. Apesar dos efeitos negativos da fragmentação
do habitat, a persistência dos saguis pode ser garantida, principalmente por fatores
antrópicos, como múltiplas introduções e disponibilidade de recursos alimentares
provenientes de árvores exóticas. Por esta razão, se faz urgente a tomada de deci-
são sobre a estratégia de manejo a ser adotada com o objetivo de diminuir a viabili-
dade desta população e mitigar seus impactos.
x
Abstract
Within the last decades, many nations have recognized the impact of exotic species
as an enormous environmental and economic problem. The primate species
Callithrix jacchus and Callithrix penicillata are examples of exotic mammals in Brazil.
Although they are Brazilian species, they have been introduced in many areas
outside their original geographical distribution. There is a population of these
marmosets and their hybrids at the range of the golden lion tamarin, in Rio de
Janeiro State. There is a strong potential for inter-specific competition because the
ecology and behavior of marmosets are similar to that of golden lion tamarin. The
paucity of information on the population status of marmosets is a major obstacle to
implement an effective management strategy at the study area. Using capture
techniques, linear transects and presence-absence data, this study provided
information on the distribution, density, reproduction and physical condition of
marmosets inhabiting forest fragments in the São João river watershed. Based on
the morphological types of marmosets (C. jacchus, C. penicillata and hybrids) three
sub-populations can be distinguished. The southeast region is mostly occupied by C.
jacchus. C. penicillata is the predominant species in northwest region. While the
central region is predominantly occupied by hybrids. This pattern suggest repeated
introductions and a degree of isolation among the sub-populations. The mean annual
proportion of monitored forest patches occupied by marmosets was 0.80 ±0.084
(range 0.69 – 0.88). Presence of marmosets in the forest patches is more likely
when distance to the nearest urban area and nearest road are shorter, and patches
are larger. The estimated average group density was 4.11 groups/km2 (0,94 a 10,87
groups/km2). There was no significant difference between males and females in any
age class. However, hybrids are heavier than non hybrids. Exotic marmosets are
heavier compared with native C. jacchus from published study. Annual birth
distribution did not show a seasonal pattern. The median litter size per captured
group was two. The results of this study indicated the population of marmosets in the
São João river watershed is established and suggest an increase of the number of
marmosets. Despite the negative effects of habitat fragmentation, marmoset
persistence can be assured by repeated introductions and food provisioning. To
reduce the viability of this marmoset population and its impact, there is an urgent
need to implement a management plan to control and eradicate these marmosets.
xi
1
pode ter uma distribuição restrita e ser rara (Fase III), distribuída amplamente e ser
rara (Fase IVa), localmente distribuída e abundante (Fase IVb) ou amplamente
distribuída e abundante (Fase V).
Três hipóteses, não excludentes, referentes à diversos fatores que
influenciam o sucesso das invasões biológicas tem sido propostas: a hipótese de
“atividade humana” (Taylor e Irwin, 2004), a de “compatibilidade biótica” (Fridley et
al., 2007) e a de “resistência biótica” (Levine, 2000).
A hipótese de “atividade humana” é a única que trata da fase inicial de
introdução. Esta sugere que atividades humanas facilitam direta ou indiretamente o
estabelecimento de espécies introduzidas. O aumento das chances de ocorrerem
introduções repetidas é uma influencia direta desta facilitação. Múltiplas introduções
favorecem o sucesso de estabelecimento, por exemplo, induzindo o efeito de
resgate ou superando o efeito Allee (Drake & Lodge, 2006; Drury et al., 2007).
Efeitos indiretos da ação humana sobre o processo de invasão biológica incluem a
provisão de recursos alimentares, distúrbios no ecossistema e fragmentação de
habitats. Pessoas aumentam a disponibilidade de alimentos para espécies
introduzidas provendo itens comerciais ou plantando árvores frutíferas, na maioria
dos casos exóticas, em ambientes naturais próximos aos assentamentos urbanos.
Estes recursos alimentares adicionais podem aumentar a sobrevivência e o sucesso
reprodutivo das espécies introduzidas e assim, aumentar a taxa de crescimento
populacional e reduzir a probabilidade de extinção, garantindo o sucesso do
estabelecimento (Chamberlain et al., 2009). Atividades humanas provocam
distúrbios que empobrecem a fauna nativa disponibilizando nichos que podem ser
ocupados por espécies introduzidas e reduzindo o número de predadores (Levine,
2000; Ashton e Lerdau, 2008). Além disso, essas atividades fragmentam a paisagem
e criam habitats artificiais que podem aumentar a heterogeneidade do ambiente,
fornecendo oportunidades para o estabelecimento de espécies introduzidas.
A hipótese de “compatibilidade biótica” prediz que espécies possuem maior
probabilidade de sucesso de invasão quando introduzidas em regiões onde as
condições ambientais são similares àquelas de suas áreas nativas. Por exemplo, as
espécies de mamíferos e aves introduzidas com sucesso na Austrália são aquelas
com maior tolerância às condições climáticas e ambientais do que as espécies não
estabelecidas (Duncan et al., 2001; Forsyth et al., 2004). Na Itália, somente em
algumas populações introduzidas da tartaruga americana, Trachemys scripta, há
4
reprodução. Estas populações com sucesso reprodutivo estão restritas a locais com
temperaturas mais altas, maior radiação solar e maior precipitação do que aquelas
onde reprodução não ocorre (Ficetola et. al., 2009).
A hipótese de “resistência biótica” prediz que comunidades nativas com
menor riqueza de espécies são mais susceptíveis as invasões biológicas quando
comparadas com comunidades com maior riqueza. A complexidade das interações
inter-específicas em comunidades ricas em espécies dificultaria o estabelecimento
de espécies introduzidas (Kennedy et al., 2002). Desta maneira, uma correlação
negativa é esperada entre a riqueza de especies nativas e exóticas. Entretanto,
alguns estudos mostraram que as evidências que corroboravam a esta hipótese, na
verdade foram confundidas pela não aleatoriedade dos eventos de introdução. A
pressão de propágulo é maior em áreas de pouca diversidade (ex.: Blackburn &
Duncan, 2001). Contudo, destruição do habitat, fragmentação e distúrbios
ambientais, impactos que afetam a biodiversidade nativa, têm sido associados ao
aumento do número de espécies invasoras, principalmente espécies generalistas,
evidenciando que a integridade do habitat e de sua comunidade podem ser uma
barreira para a invasão biológica (Levine, 2000; Marvier et.al., 2004). As razões
desta controversa (o paradoxo da invasão Fridley et al., 2007) são desconhecidas,
mas uma explicação é que a maioria das comunidades não estão saturadas de
espécies (Stohlgren et al. 2008) e que as espécies nativas e exóticas respondem
primeiramente aos fatores ambientais, ao invés da diversidade de espécies (Levine,
2000; Fridley et al., 2007). Assim, o papel da diversidade de espécies nativas como
inibidora das invasões de espécies exóticas continua discutível.
Um dos poucos estudos que verificou a importância relativa destas três
hipóteses em explicar padrões globais de invasões biológicas apontou a hipótese de
“atividade humana” como a única sustentável, utilizando-se de dados de peixes
invasores continentais. Este mostrou que a biogeografia das espécies invasoras de
peixes está associada à geografia dos impactos antrópicos em escala global,
evidenciando que os efeitos dos processos naturais sobre o sucesso de
estabelecimento de peixes introduzidos são mascarados pelos efeitos das atividades
humanas (Leprieur et al., 2008). Embora as ações antrópicas sejam consideradas a
principal causa de introduções de espécies, os exatos fatores que facilitam o
processo de invasão biológica são difíceis de serem distinguidos (Chiron et al., 2009;
Westphal et al., 2008).
5
A bacia do rio São João está localizada entre 22o 50’ S, 42o 40’ W e 22o 20’ S,
42o 00’ W, na região central do Estado do Rio de Janeiro (Figura 1.3). Abrangendo
uma área de 211.740 hectares, engloba oito municípios, Cachoeiras de Macacu, Rio
Bonito, Araruama, São Pedro d’Aldeia, Cabo Frio, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu
(16% da bacia) e Silva Jardim (44% da bacia).
A topografia da bacia é diversa, com altitudes variando do nível do mar, no
sudeste, à 1.700 metros, ao norte. As regiões sul e sudeste são,
predominantemente, planas com elevações que não ultrapassam os 300 metros.
Enquanto as regiões norte e noroeste possuem formações montanhosas ingrimes,
estendendo-se até as montanhas da Serra do Mar. O clima é tropical com
precipitações variando de 1.000 mm/ano nas áreas planas à 2.500 mm/ano nas
regiões montanhosas (Bidegain e Pereira, 2006).
A cobertura vegetal original era composta por diferentes formações do bioma
Mata Atlântica, incluindo floresta ombrófila densa, montana, submontana e de terras
baixas, mangues, brejos e restingas. As formações florestais nas áreas planas são
altamente fragmentadas e isoladas, principalmente, por pastagens (Figura 1.4A). Os
maiores remanescentes florestais estão localizados nas áreas montanhosas ao
norte da bacia (Figura 1.4B). O desenvolvimento agrícola e urbano causaram a
completa destruição das áreas de restinga e restringiram os mangues a pequenos
fragmentos próximos a foz do rio São João. Sistemas de irrigação e ações para o
controle de inundações realizados nos anos 70 e 80 reduziram as áreas de brejos.
Nesse mesmo período, o rio São João teve 20 Km de sua extensão retificados e
uma barragem foi construída na lagoa de Juturnaíba, aumentando sua área de 8 km 2
para quase 40 km2 (CILSJ, 2002; Bidegain e Pereira, 2006).
13
B
B
Figura 1.3: Localização da Bacia do rio São João e suas principais unidades de
conservação: Área de Proteção Ambiental da Bacio do rio São João – Mico-leão-
dourado; Reserva Biológica de Poço das Antas (A) e Reserva Biológica União (B).
14
A B
1. Reserva Biológica de Poço das Antas (5.500 ha): criada em 1974 com os
objetivos de garantir a proteção do habitat do mico-leão-dourado
(Leontopithecus rosalia) e da preguiça de coleira (Bradypus torquatus),
promover pesquisas científicas e preservar a biodiversidade local.
2. Reserva Biológica União (3.126 ha): criada em 1998 para proteger um grande
e bem preservado fragmento florestal. Assim como Poço das Antas é uma
área de proteção integral onde mico-leões-dourados estão presentes. Porém,
nesta reserva os micos foram translocados de fragmentos pequenos de
outras regiões.
3. Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São João – Mico-Leão-Dourado
(150.700 ha): criada em 2002 para proteger, preservar e regular o uso dos
recursos hídricos e garantir o uso sustentável dos recursos naturais da bacia.
Resumo
2.1. Introdução
2.2. Métodos
Figura 2.1: Localização dos fragmentos florestais estudados na bacia do rio São
João. A-Reserva Biológica de Poço das Antas; B-Reserva Biológica União.
22
2.2.5. Análises
2.2.5.1. Padrão de distribuição
Foi utilizada a posição geográfica da plataforma de captura de cada sagui
como variável de resposta na analise do padrão de distribuição dos fenótipos de
saguis presentes. Supondo que estes fenótipos tenham uma distribuição discreta
como resultado de múltiplas introduções e baixa dispersão, dificultada pela
fragmentação da paisagem, espera-se que os fenótipos de saguis formem pelo
menos três grupos espacialmente distintos. Um destes grupos seria composto por
híbridos de ambos os tipos, outro grupo por C. jacchus e outro por C. penicillata.
Havendo essa hipótese a respeito do número de grupos foi utilizada a análise de
agrupamento por K-médias. A avaliação da precisão da classificação foi feita
verificando a taxa de classificações erradas em cada grupo.
n
D=
2wL
D é a estimativa de densidade, n é o número de animais vistos, w é a largura em um
dos lados da trilha e L é o comprimento da trilha. Este método é baseado na
suposição que todos os animais dentro da área amostrada são detectados.
Geralmente, não são coletados dados que possam testar esta suposição, por isso o
cuidado tomado por esse estudo em estabelecer a largura da trilha, como descrito
anteriormente.
A largura w foi estabelecida como 80 metros e n foi considerado o número de
indivíduos avistados para o cálculo da densidade de indivíduos e como número de
grupos para a estimativa de densidade de grupos de saguis. Estas densidades
foram estimadas por fragmento florestal. Nos fragmentos com mais de uma trilha a
densidade foi estimada somando o número de avistamentos e a distância percorrida
em cada trilha.
cada grupo tem um potencial de quatro filhotes por ano. Porém, estimativas de
sobrevivência de filhotes e índices de sucesso reprodutivo de saguis na natureza
são raros, inviabilizando que os resultados deste estudo sejam comparados e se
estabeleça um parâmetro de qualidade da reprodução dos saguis exóticos. Neste
estudo o sucesso reprodutivo é avaliado de uma maneira descritiva com
comparações entre as regiões de ocorrência de saguis.
2.3. Resultados
Figura 2.2: Distribuição das formas de saguis na bacia do rio São João e suas sub-
populações. A seta aponta o fragmento onde foram capturados saguis possivelmente
híbridos entre Callithrix aurita e Callithrix jacchus.
Tabela 2.3: Classificação do gênero e classe etária dos sagüis capturados nos
fragmentos florestais da bacia do rio São João.
Classes Etárias
Sexo Total
Infante Juvenil Sub-adulto Adulto
Macho 3 15 23 89 130
Fêmea 3 16 19 68 106
O peso corporal médio dos saguis capturados variou entre 138g (fêmea
infante) a 359,2g (fêmea adulta) e de 163,8g (macho infante) a 346,8g (macho
adulto). Não houve diferença significativa entre pesos de machos e fêmeas em todas
as classes de idade. Entretanto, indivíduos híbridos, C. jacchus e C. penicillata
apresentaram pesos distintos (ANOVA Multifatorial, “sexo” - F = 32,38, p = 0,12;
“idade” - F = 179,60, p < 2*10-16 ; “formas de saguis” - F = 3,42, p = 0,03) (Figura 2.3).
Os pesos dos saguis exóticos foram semelhantes ou significativamente maiores do
que os pesos dos saguis nativos do estudo de Araújo et al (2000) (Figura 2.4).
30
Figura 2.3: Médias e desvio padrão dos pesos corporais de saguis híbridos, de
Callithrix jacchus e Callithrix penicillata.
Figura 2.4: Média do peso corporal e desvio padrão dos machos e fêmeas de sagüis
exóticos invasores da bacia do Rio São João e nativos do Rio Grande do Norte
(Araújo et al,2000) em quatro classes etárias. * Peso significativamente diferente
entre saguis invasores e nativos (Teste t, p < 0,05).
maioria dos nascimentos ocorreu na estação seca e o contrário foi observado nos
anos de 2002 e 2004. O número de nascimentos representa saguis entre 3 e 6
meses, capturados em 34 grupos nas 3 sub-populações descritas no padrão de
distribuição dos fenótipos. O número de filhotes por grupo capturado no período de
2002 a 2007 variou de 0 à 3,5 filhotes/grupo, com uma mediana de 2 filhotes/grupo.
Não houve diferença no número de filhotes por grupo entre as sub-populações
(Kruskal-Wallis, X2 = 0,43, p = 0.81). A mediana de filhotes por grupo da sub-
população 1 foi a maior, 2 filhotes/grupo e a da sub-população 2 foi a menor, 1,5
filhotes/grupo.
Figura 2.5: Distribuição mensal dos nascimentos ocorridos nos grupos de saguis
capturados entre 2002 e 2007, na bacia do rio São João.
32
2.4. Discussão
2.5. Conclusão
Resumo
3.1. Introduction
3.2. Methods
The study area was the São João River watershed (22o 20’ to 22 o 50’ S and
42 o 00’ to 42 o 40’ W; 211,740 ha) in the core of the Atlantic coastal forest of Rio de
Janeiro state, Brazil (Figure 3.1). Marmosets were first recorded in the private forest
patches of São João river watershed targeted for the reintroduction of golden lion
tamarins in the 80’s (Ruiz-Miranda et al., 2000). The natural landscape of the São
João River watershed has suffered substantial anthropogenic impacts since 1960.
Twenty kilometres of the São João River were straightened and a dam was
constructed near the Juturnaíba Lake, enlarging it from 8km² to almost 40km².
Additionally, the highway BR-101, one of the most important in the state of Rio de
Janeiro, crosses from west to east the watershed. Therefore, the remaining lowland
forest in southern and south-eastern regions is highly fragmented with large patches
mainly covering the mountain region in the northern and north-western portions.
Pasture is the predominant type of land use, making it the common matrix type
among forest patches.
41
Figure 3.1: Location of the São João River watershed study area in the Rio de
Janeiro State, showing the distribution of forest patches, roads and urban areas.
four directions, three repeated times at three minutes intervals. Both researchers
remained hidden, 20–30 meters apart from each other. The number of individuals
and composition of the group sighted was recorded on the approach of the marmoset
group. When only vocalizations were heard, one observer left the transect for no
longer then 10 minutes trying to sight the group or the individual vocalizing. Absence
of marmosets in one forest patch was determined when neither sights nor
vocalizations were recorded after five visits through the year in all transects of the
patch. The equipments used were a portable CD player and a portable field speaker
(SME field speaker). A similar playback method was used to survey golden lion
tamarins (Kierulff & Rylands, 2003).
Perimeter:area ratio (Pare) Patch perimeter (m) divided by patch area (m2) (McGarigal & Ene, Ratio
2003)
Related circumscribing 1 minus patch area (m2) divided by the area (m2) of the smallest None
circle (Circle) circumscribing circle. Circle = 0 for circular patches and approaches
1 for elongated, linear patches (McGarigal & Ene, 2003).
Contiguity index (Contig) Contiguity index assesses the spatial connectedness of cells within None
a grid-cell patch to provide an index of patch boundary configuration
and thus patch shape (LaGro 1991). CONTIG equals 0 for a one-
pixel patch and increases to a limit of 1 as patch contiguity
increases.
Proximity index (Prox) Prox equals the sum of patch area (m2) divided by the nearest edge- None
to-edge distance squared (m2) between all patches whose edges
are within a specified distance (500 m) of the focal patch. Prox
increases as the neighborhood is increasingly occupied by patches
and as those patches become closer and less fragmented in
distribution (McGarigal & Ene, 2003)
Distance of forest patch to Enn equals the distance (m) to the nearest neighboring patch, based Meters
the nearest neighbour on shortest edge-to-edge distance (McGarigal and Ene, 2003).
(Enn)
Distance to road (Nroad) Euclidean distance of patch to the nearest paved road. Meters
Distance to the nearest Euclidean distance of patch to the nearest urban area. Meters
urban area (Nurban)
Size of the nearest urban Area (ha) of the nearest urban area from the patch. Hectares
area (Surban)
with the “ncf” package (Bjørnstad, 2009). Correlograms are graphical representations
of the spatial correlation between locations at a range of lag distances. The spline
correlogram is a correlogram that is smoothed using spline function (Bjørnstad &
Falck, 2001). Finally, two graphical methods were used to assess the fit of the most
parsimonious model. The simulation approach for constructing a logistic regression
quantile-quantile plot proposed by Landwehr et.al.(1984) is useful to assess whether
the error distribution of the data is modelled correctly. The partial residual plot for the
explanatory variables is useful to assess linearity and consists of a graph of the
values of the variables against its partial residuals (Landwehr et.al.,1984).
3.3. Results
Table 3.2: Correlation matrix showing Spearman’s rank correlation coefficients for key
explanatory variables
Variable Area Circle Contig Enn Nroad Nurban Pare Prox Surban
Area 1.00
Surban -0.03 -0.24 -0.39 -0.28 0.07 0.26 0.00 -0.19 1.00
Table 3.3: The average parameter estimates, unconditional standard error (SE) and lower and
upper confidence intervals (CI) for explanatory variables derived from all combinations of
logistic models were the variable was present (n=64 models).
Table 3.4: the 95% confidence set of models ranked by their Akaike’s Information Criterion
values with a second order correction for small sample sizes (AICc), Akaike weight (w) of
each model and the relative importance of the explanatory variables.
Rank Area Circle Enn Nroad Nurban Surban AICc w
1 x x x x 77.77 0.232
2 x x x 78.70 0.146
3 x x x x x 79.97 0.077
4 x x x x x 80.00 0.076
5 x x 80.71 0.053
6 x x x x 80.78 0.052
7 x x x x 80.80 0.051
8 x x x 81.75 0.032
9 x x x 81.83 0.030
10 x x x x 82.19 0.025
11 x x x x x x 82.24 0.025
12 x x x 82.41 0.023
13 x x 82.61 0.021
14 x x x x x 82.78 0.019
15 x x x 82.89 0.018
16 x x x x 83.32 0.014
17 x x x 83.44 0.014
18 x x x x 83.60 0.013
19 x x x x 83.81 0.011
20 x x x x x 84.33 0.009
21 x x x x 84.64 0.007
22 x x x 84.72 0.007
Relative
importance 0.90 0.53 0.28 0.77 0.98 0.30 - -
Figure 3.3: Partial residual plots for Area, Circle, Nurban and Nroad for the most
parsimonious model.
3.4. Discussion
3.5. Conclusion
This study shows that the synergy between measures of human influence,
(distance to urban areas and roads) and forest patch size are the main factors
affecting the occurrence of introduced marmosets. Occurrence and persistence of
forest-dependent mammals, such as marmosets, are impacted by quality and area of
forest habitat (Lindenmayer, 2000). However, in the case of introduced species,
human effects such as repeated introductions and food provisioning can buffer or
overcome the habitat effects. The success of a strategic planning to manage an
invasive species depends on how well it isolates these effects and determines their
relative importance to define different actions. To reverse the positive population
trend of introduced marmosets at the study area (de Morais Jr. et al., 2008), there is
an urgent need to curtail new introductions and implement a management plan to
control marmosets in large patches and eradicate them in small ones.
54
de árvores frutíferas exóticas (Pontes et al, 2007). Está última evidência mostra o
papel da flexibilidade comportamental dos saguis na exploração de recursos.
A paisagem da bacia do rio São João é altamente fragmentada,
principalmente nas regiões mais planas do centro e sul da bacia. Contudo, saguis
estão presentes em diversos fragmentos florestais de diferentes tamanhos e grau de
isolamento, a oeste da Reserva Biológica de Poço das Antas. Este padrão de
ocupação reflete o potencial de aclimatação dos saguis em fragmentos florestais
com variada estrutura e composição, mantendo-os com peso corporal acima do
observado no habitat nativo e densidades superiores às de mico-leão-dourado.
Somada a flexibilidade comportamental, as condições encontradas no novo
ambiente podem ser mais favoráveis do que no ambiente nativo. Três fatores podem
facilitar o sucesso de estabelecimento: maior quantidade de recursos, menor
quantidade de competidores e predadores e ambiente físico vantajoso (Shea e
Chesson, 2002). A quantidade de recursos pode ser importante para os saguis na
bacia do rio São João, uma vez que existem árvores frutíferas exóticas nos
arredores de muitos dos fragmentos estudados e suplementação com bananas,
como parte do manejo de grupos de mico-leão-dourado. Entretanto, não há
informação quantitativa do uso desse recurso e de sua influência no sucesso
reprodutivo. A quantidade de competidores e predadores deve variar na área de
estudo devido a variação do estado de conservação do fragmentos (Carvalho et al,
2008). A maior estabilidade da mata Atlântica quanto a temperatura e umidade pode
ser uma vantagem em relação a região semi-árida de origem dos saguis (Cerqueira
et al., 1998)
O número de filhotes por grupo de saguis capturado indica que a maioria está
reproduzindo com sucesso. O sucesso reprodutivo classifica a população de saguis
como estabelecida e sua interação com os mico-leões afetando seu comportamento
(Ruiz-Miranda et al, 2006) é uma evidência de que os saguis na bacia do rio São
João podem ser classificados como invasores. Segundo Colautti e MacIsaac (2004)
o processo de invasão pode ser dividido em 5 fases (Figura 1.1). A população de
saguis na bacia do rio São João pode ser classificada na fase IVb que caracteriza
uma população abundante com distribuição restrita. Isso porque, apesar dos saguis
ocuparem grande parte da bacia, sua dispersão parece ser limitada, segundo o
padrão de distribuição das formas de saguis e dos dados de estrutura genética (de
Morais Jr et al., 2008).
56
rápida recuperação após ações de controle. O controle, por ser uma estratégia que
necessita ações constantes, pode ter um custo financeiro em longo prazo muito
elevado. Por ter uma relação custo-benefício em longo prazo melhor, a erradicação
é recomendada sempre quando possível. Porém, o tamanho da população e a alta
probabilidade de novas introduções são duas características que podem impedir o
sucesso da erradicação.
Ações para mitigar novas introduções de saguis na bacia do rio São João têm
sido realizadas. Um curso de capacitação para funcionários públicos responsáveis
pela fiscalização do tráfico de animais silvestres foi ministrado com o objetivo de
instruí-los sobre o problema de invasão de espécies, evitando que animais
apreendidos sejam soltos fora de sua região de ocorrência. Adicionalmente,
campanhas de mídia e educação ambiental foram realizadas para conscientizar a
população local e evitar que soltem animais ou alimentem os saguis que estão em
fragmentos próximos as suas residências. Estas ações podem evitar novas
introduções, mas a erradicação da população de saguis ainda pode ser inviável por
causa de seu tamanho.
Uma proposta é erradicar os saguis de fragmentos florestais pequenos, sendo
nestes mais viável a erradicação pela facilidade de captura e determinação do
sucesso de erradicação. Conjuntamente, controlar o número de saguis em
fragmentos grandes com uma primeira ação de retirada e esterilização de animais e
periódicas esterilizações no maior número possível de animais para manter a
densidade de saguis baixa nestes fragmentos. Com essas ações, a recolonização
de pequenos fragmentos é possível, aumentando os custos em longo prazo se
novos esforços de erradicação forem necessários. Entretanto, os resultados dessa
tese mostram que o saguis estão isolados em algumas regiões, o que diminui as
chances de recolonização de fragmentos pequenos e isolados. Esse panorama pode
mudar com os planos de conservação do mico-leão-dourado que visam conectar
fragmentos com corredores florestais (Grativol et al., 2008; Holst et al.,2006). Esses
corredores podem ser utilizados por saguis, aumentando a probabilidade de
recolonização de fragmentos. Contudo, outra evidência levantada nesta tese é que
grandes fragmentos são mais prováveis de serem ocupados por saguis. Desta
maneira, se a densidade de saguis permanecer baixa em grandes fragmentos, a
probabilidade de recolonizarem um fragmento pequeno, mesmo que conectado ao
maior, é baixa.
59
4.4. Conclusão
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6. Anexos
7. A Resolução CONAMA 369, de 28 de março de 2006, em seu artigo 2º, inciso II,
alínea "a", reitera as disposições da Lei 4.771/65 ao considerar de interesse social a
75
10. O Decreto Federal 6.514, de 22 de julho de 2008, que dispõe sobre as infrações
e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo
federal para apuração destas infrações, e dá outras providências, determina:
Art. 25. Introduzir espécime animal silvestre, nativo ou exótico, no País ou fora de
sua área de distribuição natural, sem parecer técnico oficial favorável e licença
expedida pela autoridade ambiental competente, quando exigível:
Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), com acréscimo por exemplar excedente de:
I - R$ 200,00 (duzentos reais), por indivíduo de espécie não constante em listas
oficiais de espécies em risco ou ameaçadas de extinção;
76
II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por indivíduo de espécie constante de listas oficiais
de fauna brasileira ameaçada de extinção, inclusive da CITES.
§ 1o Entende-se por introdução de espécime animal no País, além do ato de
ingresso nas fronteiras nacionais, a guarda e manutenção continuada a qualquer
tempo.
§ 2o Incorre nas mesmas penas quem reintroduz na natureza espécime da fauna
silvestre sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida pela autoridade
ambiental competente, quando exigível.
Art. 38. Importar ou exportar quaisquer espécies aquáticas, em qualquer estágio de
desenvolvimento, bem como introduzir espécies nativas, exóticas ou não autóctones
em águas jurisdicionais brasileiras, sem autorização ou licença do órgão
competente, ou em desacordo com a obtida:
Multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), com
acréscimo de R$ 20,00 (vinte reais) por quilo ou fração do produto da pescaria, ou
por espécime quando se tratar de espécies aquáticas, oriundas de produto de pesca
para ornamentação.
§ 1o Incorre na mesma multa quem introduzir espécies nativas ou exóticas em
águas jurisdicionais brasileiras, sem autorização do órgão competente, ou em
desacordo com a obtida.
§ 2o A multa de que trata o caput será aplicada em dobro se houver dano ou
destruição de recife de coral.
Art. 61. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou
possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de
animais ou a destruição significativa da biodiversidade:
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de
reais).
Parágrafo único. As multas e demais penalidades de que trata o caput serão
aplicadas após laudo técnico elaborado pelo órgão ambiental competente,
identificando a dimensão do dano decorrente da infração e em conformidade com a
gradação do impacto.
Art. 67. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à
agricultura, à pecuária, à biodiversidade, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais).
Art. 84. Introduzir em unidade de conservação espécies alóctones:
77