CTB Membresia

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SIM, EU SOU MEMBRO DE

UMA IGREJA!
ESTUDOS SOBRE MEMBRESIA DE IGREJA

CTB IBRVN
Abril de 2014

1
Membresia
Esta é a apostila (muito mais um roteiro) que acompanha o módulo sobre membresia do CTB
da IBRVN. O CTB é o Centro de Treinamento Bíblico, uma iniciativa em que determinados
assuntos são estudados de forma intensiva visando um ganho de conhecimento e aplicação
daquele tema específico à vida.
Como de praxe, esse material é uma compilação de livros, artigos, mensagens e palestras que
marcaram o autor e foram remodeladas para repassar aos demais irmãos.
“... de graça recebestes, de graça dai.” – Mt 10:38b

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“Sei de alguns que dizem: 'Bem, entreguei-me ao Senhor, mas não pretendo me
entregar a nenhuma igreja'. Por que não? Você pode ser um bom cristão
desobedecendo ao mandamento do seu Senhor? Há um tijolo. Para o que ele é
feito? Para ajudar na construção de uma casa. É inútil aquele tijolo dizer a você
que ele é um bom tijolo, ficando solto no chão em vez de estar na casa. É um
tijolo que não serve para nada. Portanto, seus cristãos nômades, não creio que
vocês estejam cumprindo os seus propósitos. Vocês estão vivendo de maneira
contrária à vida que Cristo quer que vocês vivam, e vocês têm grande culpa pelo
prejuízo que vocês causam. ” (Spurgeon)

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Introdução
A igreja institucional e organizada passa por um período de provações. De um lado temos os
desigrejados, que defendem um cristianismo sem igreja; de outro, temos os semi-igrejados,
que são aqueles que, apesar de não terem nada contra a igreja institucionalizada, a igreja local,
na prática demonstram não dar muita importância a ela.

Tem havido um crescente desprezo pelo mandato bíblico da membresia. Muitos se


questionam se isso é realmente o que Deus quer. Em meio a tudo isso, muitos cristãos sérios
perderam até a noção do que é participar de uma igreja e de como deve ser a vida entre os
irmãos em Cristo.

Nossa proposta com este curso é tratar, mesmo que de maneira breve, de alguns
desses aspectos da vida na igreja local.

Podemos dizer que os objetivo deste curso são: 1) estudar sobre a importância da
igreja local; 2) estudar sobre o mandato bíblico para a membresia; 3) e abordar alguns aspectos
da vida na igreja local.

O curso é dividido em sete tópicos:

1. A importância da igreja local

2. Membresia: um conceito bíblico?

3. E quando um membro não age como um discípulo de Cristo?

4. Vivendo em unidade

5. Sobre os dons espirituais

6. Participando do culto público

7. “Vede, pois, como ouvis”: dicas para um melhor aproveitamento dos sermões

1. A importância da igreja local


UMA DEFINIÇÃO
“A Igreja é a comunidade de pecadores regenerados, que, pelo dom da fé, concedido pelo
Espírito Santo, foram justificados, respondendo positivamente ao chamado divino, o qual
fora decretado na eternidade e efetuado no tempo, e agora vivem em santificação,
proclamando, quer como sua vida, quer com suas palavras, o Evangelho da Graça de
Deus, até que Cristo venha”(Hermisten Maia).

VOCÊS SÃO A IGREJA


Igreja: ekklesia. Palavra usada mais de 100 vezes no Novo Testamento. Refere-se à
igreja universal (todos no mundo inteiro que creem em Cristo – Mt 16:18; Ef. 5:25-27) e à igreja
local (grupo de pessoas que congregam em determinada localidade – Mt. 18:17; 1 Cor. 1:2).

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O NT usa ekklesia para se referir aos dois conceitos, mas muito mais para para se referir à
igreja local. Vamos nos referir à “igreja” no segundo sentido.

“Tecnicamente falando, essas pessoas não adoram 'em uma igreja' ou frequentam 'a
igreja' – elas são a igreja! E se você é um membro do corpo de Cristo, você não 'vai à
igreja' (…) - você é uma parte da igreja que se reúne para adorar com o resto
do corpo”. (Mack & Swavely).

A IMPORTÂNCIA DA IGREJA LOCAL


Alguns conceitos:

“A igreja é o principal meio pelo qual Deus realiza seu plano no mundo. É o seu
instrumento ordenado para chamar o perdido para Si mesmo e o contexto no qual ele
santifica aqueles que nasceram em Sua família. Portanto, Deus espera (e mesmo
ordena) um comprometimento com a igreja por parte de todos que clamam conhecê-
Lo”. (Mack & Swavely)

“Para começar, ela é a autoridade na terra que Jesus instituiu oficialmente para
afirmar e moldar a minha vida cristã e a sua. (…) Assim como a Bíblia estabelece o
governo da sua nação como a maior autoridade na terra no que diz respeito à sua
cidadania na nação, assim a Bíblia estabelece a igreja local como sua maior
autoridade na terra no que diz respeito ao seu discipulado a Cristo e à sua cidadania na
nação de Cristo”. (Jonathan Leeman).

Vemos a importância da igreja local no Novo Testamento: Jesus disse que edificaria sua igreja
(Mt. 16:18); Jesus deu a ela o poder das chaves (Mt. 18:17-20); Seu plano é encher a terra com
grupos locais de adoradores (Mt. 28:18-20).

É a casa (família) de Deus (1 Tim. 3:15). Deus é nosso Pai e nós o louvamos por nos adotar
como filhos, fazendo-nos herdeiros (Rm. 8:15-17).
“Como pode alguém chamar Deus de pai enquanto se recusa a fazer parte de
sua família? Essa contradição descreve essencialmente a posição daqueles que dizem ter
fé e salvação à parte da igreja”. (Mack & Swavely)

A IGREJA É DE DEUS E PARA ELE

O que chama a sua atenção no versículo abaixo?

1 Pedro 1:1-2: “(...) aos eleitos que são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia,
Capadócia, Ásia e Bitínia, 2 eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do
Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam
multiplicadas”.

COLUNA E BALUARTE DA VERDADE


1 Timóteo 3:15: “...fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a
igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade”.

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De que forma a igreja é coluna e baluarte da verdade?

Revelação: a verdade foi revelada através da igreja (Ef. 3:8-11).

Proclamação: compete aos que vêm depois a proclamação dessas verdades.

Administração: é o contexto no qual crescemos como discípulos.

Proteção: julga os ensinos dos falsos profetas (Rm. 16:17; Tito 3:9-11), protege outros
cristãos da influência daqueles que vivem de maneira ímpia (1 Cor. 6:1-6; Mt 18). A ela
foi dada essa autoridade contra o erro e o pecado.

A MISSÃO DA IGREJA
Qual a missão da igreja?

Mateus 28:19-20: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em


nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 ensinando-os a guardar todas as coisas
que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do
século”.

O Evangelho é o poder de Deus para a salvação, e somente a igreja pode cumprir o papel de
proclamação das boas-novas. Ela é a única instituição no mundo apta e autorizada a fazer isso.

“A Bíblica nunca nos ordena a empenhar nossas maiores energias para assegurar que a
sociedade em que vivemos seja tolerante com o Cristianismo (…). Deus pode muito bem
permitir que [a nossa nação] se torne como a Alemanha nazista ou a Rússia comunista.
Se Ele permitir isso, esse não será o 'fim do mundo' para nós cristãos, nem será um golpe
terrível contra os propósitos de Deus. Se, entretanto, estamos lutando
principalmente pela salvação das almas e pela edificação do povo de Deus
(particularmente no contexto da igreja local), nossa esperança nunca será abalada,
porque essas atividades abençoadas continuarão mesmo que a cultura ao nosso redor se
afunde. Porque a igreja age como uma fundação permanente para a verdade de Deus,
ela sempre permanecerá um lugar emocionante e gratificante para servir”. (Mack
& Swavely)

EXAGERO DA CFW?
“A Igreja Visível, que também é católica ou universal sob o Evangelho (não sendo
restrita a uma nação, como antes sob a Lei) consta de todos aqueles que pelo mundo
inteiro professam a verdadeira religião, juntamente com seus filhos; é o Reino do
Senhor Jesus, a casa e família de Deus, fora da qual não há possibilidade ordinária de
salvação”. (CFW XXV, 2)

O que você acha da afirmação da CFW, principalmente quanto à parte sublinhada?

O PODER DAS CHAVES


Quem tem autoridade para declarar quem é e quem não é um cidadão do reino de Cristo?

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Jesus deu à igreja local o poder das chaves. Isso significa que ela tem autoridade para pregar
o evangelho de Cristo, abrindo a porta de entrada para o reino de Deus.

Em Mateus 18 vemos o processo de disciplina corretiva, quando a igreja pode excomungar um


membro. Jesus está se referindo à igreja local, dizendo que o que a igreja ligar na terra será
ligado nos céus. Por isso, ela tem o poder de dizer quem é e quem não é cidadão do reino de
Cristo.

Mateus 16:16-19: “ Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus


vivo.17 Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi
carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. 18 Também eu te digo
que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do
inferno não prevalecerão contra ela.19 Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que
ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido
desligado nos céus”.

Wayne Grudem nos diz que:

“Em Mateus 16:16-19 Jesus não indica se a autoridade das chaves será dada a outros
além de Pedro. Mas com certeza a autoridade de pregar o evangelho é dada a outros
um pouco mais tarde, e em Mateus 18:18 Jesus declara explicitamente que a
autoridade para exercer disciplina eclesiástica é dada à igreja em geral sempre que
esta se reúne e como corpo leva a efeito tal disciplina (`Dize-o à igreja, Mt 18:17).
Assim ambos os aspectos da autoridade das chaves, ainda que primeiro dada a Pedro,
foram expandidos para incluir a autoridade dada à igreja como um todo. Na pregação
do evangelho e no exercer da disciplina a igreja exerce agora a autoridade das chaves
do reino”.

A igreja não acertará sempre. Ela cometerá erros, como qualquer outra autoridade
estabelecida por Deus.

“Isso significa que o que a igreja local faz na terra muda, na verdade, o status de uma
pessoa nos céus? Não. O trabalho da igreja é como o de um embaixador ou o de uma
embaixada (…). A embaixada não faz de mim um cidadão; ela afirma formalmente a
minha cidadania de uma forma que eu não poderia fazer por mim mesmo – assim é com
a igreja local”. (Jonathan Leeman).

2. Membresia: um conceito bíblico?


Qual a diferença entre dois cristãos membros da mesma igreja local e dois cristãos membros
de diferentes igrejas?

MEMBRESIA: O QUE É?
É “um relacionamento formal entre uma igreja e um cristão, caracterizado pela
afirmação e supervisão do discipulado de um cristão e pela sua submissão em viver seu
discipulado para o cuidado da igreja” (Jonathan Leeman).

Em suma: é você tendo responsabilidades pela igreja e ela por você.

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“Um membro de igreja é uma pessoa que foi oficial e publicamente reconhecida como
um cristão diante das nações, bem como alguém que compartilha da mesma
autoridade que oficialmente afirma e supervisiona outros cristãos em sua igreja”.
(Jonathan Leeman).

Claro que a autoridade da igreja é exercida de maneira bem diferente daquela que o Estado
exerce (Mt. 20:28-25).

A autoridade cristã não funciona com manipulação e coerção, mas presume a ação
do
Espírito Santo aplicando a Palavra.

MAS ISSO É BÍBLICO?

Sim.

“Quando dizemos que 'membresia na igreja é bíblico' não estamos dizendo que
achamos uma cópia exata de práticas da membresia de alguma igreja (que pode incluir
uma classe de membresia, entrevista...) no Novo Testamento. Antes, o Novo
Testamento claramente mostra que as igrejas devem ter esse tipo de lista formal de
membros e que todos os cristãos devem se comprometer com igrejas locais dessa
maneira”. (Bobby Jamieson)
Vamos analisar alguns textos bíblicos:

Hebreus 10:24-25

“24. Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas
obras. 25 Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos
admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima”.

O que o autor de Hebreus diz para não deixarmos de fazer? O que devemos fazer
quando nos reunimos?

“Não é suficiente dizermos que somos somente parte da igreja universal ou invisível
(todos aqueles que creem em todo o mundo, independente de afiliação a uma igreja).
Devemos também nos comprometer com um grupo local e visível do povo de Deus”.
(Mack & Swavely)

“Quer dizer que aquele que está fora da igreja visível está necessariamente fora
de Cristo? Certamente que não. É possível que um verdadeiro cristão, por causa
de alguma circunstância extraordinária, falhe em se unir a uma igreja. Alguém pode, por
exemplo, crer em Cristo e morrer antes de receber o batismo. Mas tais ocasiões são
excepcionais. A regra da Escritura é que, mesmo que a membresia na igreja não seja um
prerrequisito para a salvação, é uma consequência necessária da salvação. Fora da igreja
visível “não há possibilidade ordinária de salvação (CFW XXV, II)”. (R. B. Kuiper)

Hebreus 3:12-14

“Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de
incredulidade que vos afaste do Deus vivo; 13 pelo contrário, exortai-vos

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mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós
seja endurecido pelo engano do pecado. 14 Porque nos temos tornado
participantes de Cristo, se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a confiança
que, desde o princípio, tivemos”.

O que o autor de Hebreus diz que não deve acontecer conosco? O que esse versículo
nos ensina a fazer para não nos afastarmos de Deus? O que ele nos diz sobre o pecado?

Hebreus 13:17

“Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa
alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não
gemendo; porque isto não aproveita a vós outros”.

Isso significa que todos os cristãos devem se submeter a todos os líderes cristãos
existentes? Você pode se submeter a um líder sem fazer parte da igreja? Os líderes devem
prestar contas por quem? Como eles saberão quem está debaixo dos seus cuidados?

A membresia é essencial para um bom andamento da igreja.

“A igreja é comparada na Bíblia às vezes com um corpo, às vezes com uma família ou
casa, às vezes com um reino, outras vezes com um exército. Para qualquer desses
organismos funcionarem de maneira devida, algum tipo de ordem é necessário. O
mesmo se aplica à igreja. A igreja não é apenas um ajuntamento desconexo de
indivíduos, mas uma estrutura intimamente ligada como um corpo humano (Ef. 4:16) e
tem, portanto, que ser corretamente organizada.

Para ter essa ordem ela precisa saber exatamente quem pertence a ela. Seria um
estranho fenômeno uma família que senta para comer à mesa ou que fecha suas
portas, de noite, não sabendo quem deveria e quem não deveria estar lá. Um batalhão
do exército que não soubesse quem esperar no desfile logo estaria em caos. Se a igreja
deve ser uma verdadeira família e uma força combativa eficaz, ela precisa saber quem
pertence a ela”. (Eric Lane).

Mateus 18:15-18

“15 Se teu irmão pecar [contra ti], vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste
a teu irmão. 16 Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para
que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça.
17 E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja,
considera-o como gentio e publicano. 18 Em verdade vos digo que tudo o que ligardes
na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado
nos céus”.

Como saber quem faz parte da igreja?

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1 Coríntios 5:1-13

“1 Geralmente, se ouve que há entre vós imoralidade e imoralidade tal, como


nem mesmo entre os gentios, isto é, haver quem se atreva a possuir a mulher de seu
próprio pai. 2 E, contudo, andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para
que fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou? (…) 11 Mas, agora, vos
escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou
avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal,
nem ainda comais. 12 Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais
vós os de dentro? 13 Os de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois, de entre
vós o malfeitor”.

Se eles não praticassem a membresia, eles poderiam excluir alguém da comunhão?

Instruções (9-13) a respeito dos “de dentro” e dos “de fora”.

Paulo também fala em 1 Cor. 14:23-25 que “os de fora” estariam presentes no encontros.
2 Coríntios 2:5-7
“5. Ora, se alguém causou tristeza, não o fez apenas a mim, mas, para que eu não seja
demasiadamente áspero, digo que em parte a todos vós; 6 basta-lhe a punição pela
maioria. 7 De modo que deveis, pelo contrário, perdoar-lhe e confortá-lo, para que não
seja o mesmo consumido por excessiva tristeza”.

Como calcular uma maioria?

Romanos 12:5

“Assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a
mesma função, assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e
membros uns dos outros”.

Muitos pensam em membresia como sendo uma mera filiação a um clube ou a uma
associação, mas a membresia bíblica é no sentido de dependermos uns dos outros, fazerdo
parte de um corpo, do corpo de Cristo.

Também sabemos que as igrejas tinham listas de pessoas. É o que vemos em 1 Timóteo 5,
por exemplo, onde havia uma lista com os nomes da viúvas.

BENEFÍCIOS DA MEMBRESIA
A membresia facilita a distinção mundo/igreja.

Ajuda a saber quem deve ser tratado como cristão e quem deve ser tratado como ímpio.

É necessário um sistema pelo qual alguém possa se juntar à igreja. Se não for assim, como
ele pode ser excomungado? A disciplina eclesiástica é para aqueles que se dizem cristãos.

A membresia faz com que a igreja visível refita melhor a igreja invisível.

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Na medida do possível a igreja local deve ser unida (Jo. 17:22-23), submissa a Cristo (Mt.
5:22), e não deve ter entre seus membros alguém que negue o evangelho...

A membresia facilita para as pessoas que querem se juntar saberem sobre o


funcionamento e distintivos doutrinários da igreja.

Não serão ignorantes a respeito dos distintivos da igreja em que pretendem ingressar.

PRIVILÉGIOS

“Eu bem lembro como me juntei à igreja após minha conversão. Eu forcei minha
entrada, dizendo ao ministro, que era negligente e devagar, depois de o ter chamado
umas 4 ou 5 vezes, que eu tinha feito o meu dever. E se ele não me atendesse,
eu mesmo chamaria uma reunião da igreja e diria a eles que eu cria em Cristo,
e perguntaria se eles me aceitariam”. (Spurgeon)

Sem dúvidas, ele sabia do mandamento bíblico e do privilégio que era fazer parte da igreja
local.
Ali você tem, por exemplo:

Oportunidades para servir: liderança, evangelismo, música, cuidado das crianças,


misericórdia...

“Mas não é verdade que todos os cristãos, em todo lugar, pertencem à família
de Deus? De fato, eles pertencem, mas Deus dá a vocês a oportunidade de agirem como
uma família em sua igreja local; você os trata primeiramente como irmãs e irmãos. O
corpo de Cristo não são todos os cristãos de todo o mundo? Sim, mas vocês
vivem como o corpo de Cristo na sua igreja local. Um de vocês é a boca, outro o cotovelo,
outro o esôfago.
“Isso significa que você precisa de todos eles para descrever cada igreja viva que você já
encontrou. Ali mesmo na Primeira Batista (…) ou na Comunidade da Graça, você tem o
povo de Deus. Você tem o templo do Espírito. E você tem o corpo de Cristo. Você não
tem apenas um braço ou um tornozelo do corpo de Cristo”. (Jonathan Leeman)
A igreja universal está presente na igreja local. Você não pode cumprir suas obrigações no
corpo de Cristo com os outros membros e com os líderes sem fazer parte da igreja local.

Ajuda: dúvidas doutrinárias, dúvidas sobre como um cristão deve viver (casamento, filhos,
trabalho...). Veja Hebreus 10:24-25.

Prestação de contas/disciplina: Muitos não veem a disciplina como benéfica, mas é porque
estão cegas pelo pecado.

Precisamos buscar essas coisas para nós:

Provérbios 12:1: “Quem ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que aborrece a
repreensão é estúpido”.

Podemos até ser confrontados por alguém de fora da igreja local, mas o processo de Mateus

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18 nunca poderá ser completo.

NÃO É UMA OPÇÃO


Por todas as razões apontadas, vemos que a membresia na igreja não é uma opção para o
cristão.

“Cremos que princípios bíblicos e uma doutrina saudável sustentam a ideia de se


identificar específica, pública e mesmo legalmente aqueles que são parte da igreja. O
ideal seria toda igreja ter uma lista de membresia com os nomes de todos os crentes que
adoram ali regularmente”. (Mack & Swavely)

“Precisamos honrar a Cristo sendo sua noiva em todos os sentidos – externamente


como internamente, visivelmente como invisivelmente, oficialmente na igreja local
assim como espiritualmente, no corpo universal”. (Mack & Swavely)

3. E quando um membro não age como um discípulo


de
Cristo?
“Se Deus me desse a oportunidade de trocar minha vida pelo estabelecimento de uma
verdade entre todos os cristãos (...) , eu escolheria a verdade de Mateus 18. Aqui temos
uma das verdades mais profundas em toda a Escritura. Parece ser a instrução passo a
passo mais clara que Cristo deu aos seus discípulos. Se cada cristão fosse
comprometido com esse princípio, nós transformaríamos a igreja em uma força
dinâmica em nossa nação e no mundo”. (Bill Gothard)

A verdade é que pecados não confessados e não perdoados são como um câncer para a alma
do indivíduo e para a igreja.

O TEXTO BASE DE MATEUS 18


Mateus 18:15-18: Se teu irmão pecar [contra ti], vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te
ouvir, ganhaste a teu irmão. 16 Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou
duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se
estabeleça. 17 E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a
igreja, considera-o como gentio e publicano. 18 Em verdade vos digo que tudo o que
ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido
desligado nos céus.

Muitas pessoas acham a confrontação e a disciplina não são coisas amorosas. Mas a Bíblia
nos ensina o contrário. Confrontar, da maneira bíblica, é demonstrar amor:

Salmo 141:5: “Fira-me o justo, será isso mercê; repreenda-me, será como óleo sobre a
minha cabeça, a qual não há de rejeitá-lo. Continuarei a orar enquanto os perversos
praticam maldade”.

Provérbios 9:8: “Não repreendas o escarnecedor, para que te não aborreça; repreende o
sábio, e ele te amará”.

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Provérbios 27:5-6: “Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto. 6 Leais são
as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos”.

Hebreus 12:5-6: “e estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre


convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies
quando por ele és reprovado; 6 porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo
filho a quem recebe”.

Deus nos manda reprovar e admoestar nossos irmãos de alguma maneira (Romanos 15:14; 1
Corintios 5; Efésios 4:29; 5:11; 6:4; Colossenses 1:28; 1 Tes. 5:14; 2Tes. 3:6-15; 1 Tim. 5:1-2,
20; 2Tim. 2:14, 25; 4:2; Tito 3:10-11; Hebreus 3:13; James 5:19-20 e 2 Jo 9-11).

DISCIPLINA ECLESIÁSTICA: O QUE É?


“Em termos gerais, disciplina eclesiástica é uma parte do processo de discipulado, a parte
em que nós corrigimos o pecado e apontamos o discípulo rumo a um melhor caminho.
Ser discipulado é, entre outras coisas, ser disciplinado. E um cristão é disciplinado
através de instrução e correção”. (Jonathan Leeman)

Ser um membro de igreja é ser um representante de Cristo. Quando o representante age de


forma a desonrar o nome de Jesus, entra em jogo a disciplina corretiva.

Podemos, em termos gerais, dividir a disciplina eclesiástica em parte informal (os dois
primeiros passos: confrontação um a um e com uma ou duas testemunhas) e parte formal
(envolvendo toda a igreja), quando podem ser utilizadas as chaves.
“As igrejas deveriam cultivar um tipo de relacionamento onde a correção informal é
requerida e recebida – como um ato de amor. A disciplina formal, feita pela
congregação inteira, é reservada apenas para os pecados de tal significância que
a igreja não se sente mais capaz de afirmar a profissão de fé de uma pessoa”. (Jonathan
Leeman).

PRIMEIRA ETAPA: QUEM DEVE IR?

Jesus diz que se você sabe que seu irmão pecou, ou se algum irmão pecou contra você,
então... quem precisa ir falar com ele?

POR QUE CONFRONTAR?


Muitos problemas podem ser resolvidos nessa confrontação um a um, de maneira bíblica. Os
propósito da disciplina são:

Expôr o pecado: o pecado é como uma célula cancerígena. É preciso achá-la e eliminá-
la rapidamente.

Alertar: se não há arrependimento, os danos eternos serão muito piores.

Salvar: Paulo disse que havia entregue o autor daquela infâmia “a Satanás para
a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor [Jesus]”. (1 Cor.
5:5)

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Proteger: Caso não seja eliminado, o câncer vai passando de célula em célula. “Um pouco
de fermento leveda a massa toda”. (1 Cor. 5:6)

Apresentar um bom testemunho ao mundo para a glória de Jesus: a disciplina


preserva a diferença entre ímpios e cristãos. “Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a
ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado
fora, ser pisado pelos homens”. (Mt. 5:13)

Quando não obedecemos a Deus, nos abstendo de praticar a disciplina, não estamos
amando. Estamos dizendo que sabemos mais do que Deus sobre como amar.

QUEM DEVEMOS CONFRONTAR?


Devemos confrontar um cristão professo, não necessariamente um cristão genuíno.

Veja, por exemplo,

1 Cor. 5:9-13: “Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; 10
refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou
roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo. 11 Mas, agora, vos
escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou
avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal,
nem ainda comais”.

Nossa responsabilidade é confrontar pecados específicos daqueles que se dizem cristãos,


principalmente daqueles que comungam conosco.

QUE TIPO DE PECADO?


Todo tipo de ação proibida na Escritura e que não pode ser ignorada.

Somente pecados externos devem ser confrontados, pois saber o que se passa no interior de
uma pessoa é impossível para nós.

“Um pecado deve ter uma manifestação externa. As igrejas não devem balançar
a bandeira vermelha da expulsão toda vez que suspeitarem de avareza ou orgulho no
coração de alguém. Deve ser algo que pode ser visto com os olhos ou ouvido com os
ouvidos”. (Jonathan Leeman).

Cuidado para não confrontar um irmão baseado em uma preferência pessoal (1 Cor. 4:6) ou
mesmo em uma interpretação equivocada ou controversa da Bíblia e elevada a um padrão
válido para todos (Rm. 14:1-2).

Nesses casos, onde não há um ensino claro das Escrituras, cabe a cada um colocar
sua consciência diante de Deus (Rm. 14:5), tomando cuidado para não julgar o irmão (Rm.
14:4).

Romanos 14:1-5: “Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. 2
Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes; 3 quem come não
despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o
acolheu. 4 Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé
ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster. 5 Um faz

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diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem
definida em sua própria mente”.

Por fim, devem apenas ser confrontados pecados que não podem passar despercebidos.

“O pecado deve ser sério. Deve haver algum lugar na vida de uma igreja para que o
'amor cubra uma multidão de pecados' (1 Pedro 4:8). Felizmente, Deus não nos
disciplina perceptivelmente toda vez que pecamos”. (Jonathan Leeman)

1 Pedro 4:8: “Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros,
porque o amor cobre multidão de pecados”.

Como avaliar? Se algum destes itens existir, é melhor você falar conversar com seu irmão:

O pecado cria um relacionamento irreconciliável entre você e o ofensor? Você pensa


constantemente no pecado e no ofensor? (Mat. 5:23-24; Fil. 2:1-4)

Você nota que o irmão continua a praticar o pecado, sem arrependimento e medidas
para mudar? (Heb. 3:12-14; Tiago 5:19-20; 2 Pedro 1:5-10)

Você percebe que, em decorrência desse pecado, outros serão prejudicados? (Mat.
18:6; 1 Cor. 5:6-7; 12:26).

Se a dúvida persistir, converse com seu irmão de maneira amorosa.

COMO DEVEMOS CONFRONTAR?


Rapidamente: Mat. 18:15 e Mat. 5:23-24.

Direto ao ponto: sem rodeios, explique ao irmão, de maneira amorosa, os objetivos da sua
conversa.

Verbalmente e a partir das escrituras: você deve falar com a pessoa. Artifícios como “dar gelo”
na pessoa não contam. Você deve falar com a pessoa e demonstrar, a partir da Bíblia, o pecado
cometido.

Em particular: se o possível pecado não é de conhecimento público, quantos menos pessoas


souberem, melhor.

Prov. 25:9-10: “Pleiteia a tua causa diretamente com o teu próximo e não descubras o
segredo de outrem; 10 para que não te vitupere aquele que te ouvir, e não se
te apegue a tua infâmia”.

Você pode procurar conselho a respeito do assunto, sem mencionar nomes.

De forma “relutante”: Não deve ser uma coisa que você está ansioso por fazer.

Prov. 20:3: “Honroso é para o homem o desviar-se de contendas, mas todo insensato se
mete em rixas”.

Com amor: O propósito deve ser o bem da pessoa confrontada e não ódio ou vontade de
machucá-la. “Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são

15
enganosos”. (Prov. 27:6)

Gentilmente: “A longanimidade persuade o príncipe, e a língua branda esmaga ossos”. (Pv.


25:15).

Humildemente: Você é capaz de cair nos mesmo pecados da pessoa confrontada.

Gálatas 6:1: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois
espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também
tentado”.

Com cuidado: Escolha bem suas palavras. “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é
a palavra dita a seu tempo”. (Prov. 25:11)

Com oração: Paulo orava pelas igrejas antes de exortá-las. Fil. 1:9-11.

E SE O IRMÃO NÃO SE ARREPENDER?


Se ele não ouvir (não se arrepender) ou o arrependimento se monstra falso, chame mais um
ou dois irmãos.

Na sua opinião, por que chamar outros irmãos nesta etapa é importante?

QUEM PODE SER CHAMADO NA “SEGUNDA ETAPA”?


Aqueles que são espirituais, conforme Gálatas 6:1: “Irmãos, se alguém for surpreendido
nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura”.
São aqueles que têm conhecimento sólido da palavra, que são maduros. “Habite, ricamente,
em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria”.
(Col. 3:16)

A TERCEIRA ETAPA
Se as duas etapas anteriores não surtiram efeito, Jesus nos diz para comunicarmos à igreja.
Não há escolha.
A igreja que rejeita essas instruções de Cristo está em desobediência (Apc. 2:14-26, 20-23).

Nesta etapa, os irmãos envolvidos devem buscar a liderança da igreja e seguir as diretrizes
que eles passarem (cf. 1 Tess. 5:12-23; Heb. 13:17).

Quais os objetivos visados pelo mandamento de Deus quando ele diz para dizermos do
pecado à igreja?

EXCLUSÃO DA MEMBRESIA
Caso o indivíduo permaneça em pecado, tendo sido confrontado diversas vezes com os
mandamentos de Deus, sendo visível que ele preza mais pelo pecado do que por Deus, ele
deve ser tratado como “gentio e publicano”.

16
“Jesus está basicamente dizendo que aqueles que continuam no pecado após repetidas
confrontações devem ser colocados para fora da comunhão da igreja. Eles devem ser
removidos da membresia com um anúncio público de que não estão mais permitidos a
participar da ceia do Senhor. Os membros remanescentes devem ser instruídos a tratá-
los como ímpios, mostrando a eles o amor de Cristo na medida do possível, mas não
tendo comunhão espiritual com eles que sugira que eles estão bem com Deus”. (Mack &
Swavely)

“A igreja remove sua afirmação pública excluindo a pessoa da Mesa do Senhor.


Ela toma de volta seu passaporte e anuncia que não pode mais afirmar formalmente sua
cidadania no reino de Cristo”. (Jonathan Leeman).

O USO DAS CHAVES


Mateus 18:18 diz: “Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos
céus, e tudo o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus”.

Quando o procedimento indicado pelo nosso Senhor é seguido corretamente, as decisões da


igreja correspondem às decisões do próprio Deus (1 Cor. 5:4).

EXCEÇÕES

Existem exceções ao processo de Mateus 18?

UM ALERTA DE CALVINO
“Mas, visto que alguns, em sua aversão à disciplina aborrecem até o próprio termo, hão
de entender isto: se nenhuma sociedade, aliás, nenhuma casa que contenha sequer
modesta família, não pode suster em condição saudável sem disciplina, muito mais
necessária é ela na Igreja, cuja condição importa seja a mais ordenada possível. Portanto,
assim como a doutrina salvífica de Cristo é a alma da Igreja, também a disciplina
é como que sua nervatura, mercê da qual sucede que os membros do corpo entre si se
liguem, cada um em seu lugar. Portanto, todos quantos desejam que seja eliminada a
disciplina, ou impedem o restabelecimento, quer façam isto deliberadamente,
quer por irreflexão, realmente buscam a total subversão da Igreja. Pois, que haverá de
ser se a cada um for permitido que faça o que bem lhe apraz? Com efeito, isso
aconteceria a não ser que se adicionasse à pregação da doutrina admoestações
particulares, correções e outros dispositivos dessa natureza, que sustêm a doutrina e não
a deixam ser ociosa. Portanto, a disciplina é como um freio com que se contêm e se
domam aqueles que se enfurecem contra a doutrina de Cristo; ou como um acicate com
que sejam estugados os de pouca disposição; ou às vezes até mesmo como castigo
paterno com que têm de ser castigados, com clemência e segundo a mansidão do
Espírito de Cristo, os que caem mais gravemente. Vemos, pois, que é o princípio certo de
uma grande desgraça para a Igreja não ter cuidado nem preocupar- se de manter o povo
na disciplina, e consentir que se desmande. De fato, este é o único remédio que Cristo
não só preceitua, mas também foi sempre usado entre os pios”. (João Calvino)

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4. Vivendo em unidade
Efésios 4:1-6: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da
vocação a que fostes chamados, 2 com toda a humildade e mansidão, com
longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, 3 esforçando-vos
diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; 4 há somente um
corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa
vocação; 5 há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; 6 um só Deus e Pai de todos, o
qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos”.

Filipenses 4:2-3: “Rogo a Evódia e rogo a Síntique pensem concordemente, no Senhor. 3


A ti, fiel companheiro de jugo, também peço que as auxilies, pois juntas se esforçaram
comigo no evangelho, também com Clemente e com os demais cooperadores meus, cujos
nomes se encontram no Livro da Vida”.

Parece que os filipenses não estavam vivendo em unidade. Havia conflitos e ressentimentos
entre eles.

Essas passagens servem para nos ajudar a entender que devemos “preservar a unidade do
Espírito no vínculo da paz” (Ef. 4:3).

DE QUEM É A RESPONSABILIDADE?

Se você não responde de maneira bíblica quando alguém age com você de maneira
inadequada você está errado.

Retaliação: Nossa tendência, quando alguém nos machuca, é retaliação. Mas não é
uma saída bíblica.

Romanos 12:14-20: “Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis. 15


Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. 16 Tende o mesmo
sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o
que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos. 17 Não torneis a
ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; 18 se
possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; 19 não vos
vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me
pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. 20 Pelo contrário, se o teu
inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto,
amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça”.

Quais são as formas de retaliação mais comuns?

Inércia: de acordo com a Bíblia, se existe alguma desavença entre você e outro cristão, a
inércia é inaceitável de ambas as partes.

Mateus 5:23-24: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu
irmão tem alguma coisa contra ti, 24 deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro
reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta”.

18
Mateus 18: 15: “Se teu irmão pecar [contra ti], vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te
ouvir, ganhaste a teu irmão”.

“Quando uma ofensa que não pode ser ignorada ou 'coberta' ocorre entre dois irmãos
em Cristo, a pior coisa a ser feita naquele momento é não se fazer nada”. (Mack &
Swavely).

A MENTE DE CRISTO

Talvez algum irmão tenha a boa intenção de conversar com algum irmão que o ofendeu, mas
isso não basta. É necessário que essa confrontação seja feita da maneira certa.

A solução é que todos pensem/sintam a mesma coisa, que todos tenham o mesmo modo de
pensar (Filip. 2:2). Mas o que isso significa?

Filipenses 2:2-5: “Completai a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa,
tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. 3 Nada
façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os
outros superiores a si mesmo. 4 Não tenha cada um em vista o que é propriamente
seu, senão também cada qual o que é dos outros. 5 Tende em vós o mesmo sentimento
que houve também em Cristo Jesus”.

“A 'mesma mente' que Deus quer que tenhamos no corpo é a mente de Cristo, segundo
a qual nós consideramos os outros mais importantes do que nós mesmos e procuramos
cuidar das necessidades deles mais do que das nossas. Deve haver, de fato, muita
variedade de opiniões, personalidade e dons no corpo de Cristo, mas mesmo essa
diversidade é tencionada por Deus para nos ajudar a cuidar melhor uns dos outros (1
Cor. 12:14-27). Se todos nós tivéssemos a atitude de humildade que estava em Jesus
Cristo, então nossas diferenças seriam usadas somente para equilibrar um ao outro e
ajudar um ao outro a crescer, em vez de serem usadas para causar divisão. Então, para
evitarmos e resolvermos conflitos, devemos trabalhar duro para cultivarmos a atitude de
Cristo. Nos próximos 3 versos [Filipenses 2:6-8], Paulo descreve a humildade do
nosso Senhor com mais detalhes, para que possamos entender Seu exemplo e imitá-lo
melhor:

Jesus Cristo, “subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a
Deus; 7 antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em
semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, 8 a si mesmo se humilhou,
tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Mack & Swavely)

A parte envolvida em um conflito deve pensar na outra em primeiro lugar, em vez de pensar
em si e nos seus direitos.

CUIDADO COM OS JULGAMENTOS

A Bíblia não proíbe o julgamento. Na verdade, ela nos ordena julgar em várias ocasiões (1
Cor. 5:12).

Que tipo de julgamento a Bíblia proíbe?

19
1 Coríntios 4:5: “Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual
não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também
manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu louvor da
parte de Deus”.

GRAÇA E MISERICÓRDIA

As pessoas que têm a mente de Cristo devem sempre tratar as outras pessoas como
gostariam de ser tratadas.

Lucas 6:31: “Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também
a eles”.

Efésios 4:31-5:2: “Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias,
e bem assim toda malícia. 32 Antes, sede uns para com os outros benignos,
compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos
perdoou. 5.1 Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; 5.2 e andai
em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta
e sacrifício a Deus, em aroma suave”.

ORE

Ninguém pode ter a mente de Cristo sem orar a Deus, em dependência, constantemente.

Em Filipenses 4:2, Paulo disse a Evódia e Síntique que vivessem em harmonia no Senhor.

Somente com a capacitação do Espírito Santo podemos ter um coração perdoador e


conciliador.

BEM-AVENTURADOS OS PACIFICADORES

Filipenses 4:3 indica que alguns conflitos precisam da ajuda de outros irmãos para serem
resolvidos.

Provérbios 12:15: “O caminho do insensato aos seus próprios olhos parece reto, mas o
sábio dá ouvidos aos conselhos”.

Romanos 15:14: “E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que
estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para
vos admoestardes uns aos outros”.

Gálatas 6:1-2: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois
espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também
tentado. 2 Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo”.

Se você tem problema com outros irmãos e vocês não conseguem resolvê-los, peça ajuda de
outros irmãos mais maduros. Permita que outros irmãos ajudem vocês e que sejam
abençoados por serem pacificadores.

Mateus 5:9:“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de


Deus”.

20
5. Sobre os dons espirituais
O QUE SÃO DONS ESPIRITUAIS?
“Um dom espiritual é uma habilidade dada por Deus e fortalecida pelo Espírito Santo
para o desempenho da função específica dentro do corpo que Deus designou para nós.
Os dons espirituais são distintos das habilidades naturais, apesar de que
frequentemente os dons incorporam alguma habilidade natural. Mesmo que ambos,
dons e habilidades, sejam dados por Deus, os dons são relacionados especificamente à
função designada para nós no corpo”. (Jerry Bridges)

CARACTERÍSTICAS

Em 1 Coríntios 12:1-7, Paulo usa cinco termos diferentes para se referir aos dons.

“1 A respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. 2 Sabeis
que, outrora, quando éreis gentios, deixáveis conduzir-vos aos ídolos mudos, segundo
éreis guiados. 3 Por isso, vos faço compreender que ninguém que fala pelo Espírito de
Deus afirma: Anátema, Jesus! Por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus!,
senão pelo Espírito Santo. 4 Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. 5 E
também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. 6 E há diversidade nas
realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos. 7 A manifestação do
Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso”.

Pneumatikon (v. 1): pneuma significa espírito. Os dons espirituais nos foram dados no
segundo nascimento.

Charismaton (v. 4): charis: graça. Esses dons nos são dados inteiramente pela graça de Deus.

Diakonion (v. 5): os dons nos são dados para servimos uns aos outros.

Energematon (v. 6): Energia. O poder de Deus está envolvido nesses dons. Nos diz também
que devemos depender única e exclusivamente de Deus, pois os dons vêm dele.
Phanerosis (v. 7): manifestação do Espírito. Os dons são dados para que o caráter de Deus
seja demonstrado na igreja quando eles são usados. 1 Coríntios 1:31.

QUEM DÁ OS DONS?
Deus dá de acordo com a sua vontade (1 Cor. 12:11), para a boa administração da igreja.

1 Pedro 4:10-11: “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como
bons despenseiros da multiforme graça de Deus. 11 Se alguém fala, fale de acordo com
os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em
todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória
e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!”

Faça tudo sem arrogância, dependendo de Deus e dando glórias a Ele pelos outros irmãos
que servem em diversas áreas.

21
PARA QUEM OS DONS SÃO DADOS?
Vimos em 1 Pedro que cada um de nós recebeu pelo menos um dom para servir o corpo de
Cristo.

Efésios 4:7: “E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de
Cristo”.

Todos receberam dons. No entanto, as pessoas podem negligenciá-los (1 Tim 4:14 e 2 Tim.
1:6).

DIFERENTES DONS
Os dons são dados conforme a medida de Cristo (Ef. 4:7). Não devemos esperar que todos
tenham dons iguais ou que todos os cristãos sejam excelentes em todas as áreas.
“É dever de todo cristão envolver-se em oração, ofertas, confrontação amorosa,
evangelismo... Mas podemos dizer que, enquanto é dever de cada um de nós praticar
essas coisas de maneira geral, é exigido que cada um de nós seja um especialista em
uma ou mais áreas”. (Mack & Swavely)

Mesmo os cristãos com os mesmos dons o exercem de maneira diferentes.

POR QUE OS DONS SÃO DADOS?


Efésios 4:11-13: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas,
outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, 12 com vistas ao
aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do
corpo de Cristo, 13 até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento
do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo,
14 para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro
e
levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia
com que induzem ao erro”.

Neste versículo vemos que que Deus dá dons espirituais aos cristãos. Paulo está se referindo
às “habilidades que Deus concedeu aos cristãos para a edificação dos outros no corpo e para a
evangelização daqueles fora do corpo”. (Mack & Swavely)
Líderes devem usar seus dons para equiparem os santos: os dons recebidos por líderes
devem ser usados para ensinar, modelar, confrontar, aconselhar e para ajudar os outros
membros a desenvolverem seus dons.

Os membros devem usar seus dons para servir: Deus deu à igreja mestres, líderes... para
equiparem os santos no ministério de cada um. A mentalidade de hoje é o “líder faz tudo”.

Esse tipo de pensamento é contrário ao que é ensinado na Bíblia (1 Pe. 2:5, 9, por exemplo).
Devemos lembrar da doutrina do sacerdócio de todos os santos.

“Essa doutrina significa que todas as pessoas na igreja têm o privilégio de se achegar a
Deus diretamente, sem um mediador humano, mas também significa que cada um de
nós têm a responsabilidade de exercer os ministérios existentes na igreja (…). Como um

22
membro do corpo de Cristo, você é um sacerdote diante de Deus e você deve ser um
ministro. Os líderes da igreja estão lá principalmente para ajudar vocês a serem
efetivos no servir”. (Mack & Swavely)

Deus quer que todos façam o trabalho nos seus ministérios diariamente (Heb. 3:13).

Os membros devem usar seus dons para evangelizar: como vemos no livro de Atos (8:1-4;
11:19-21), mais e mais pessoas se achegavam a Cristo por causa do testemunho de cristãos
diariamente.

“Pense a respeito da nossa responsabilidade a respeito do evangelismo pessoal da


perspectiva de 1 Pedro 2:9: 'Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa,
povo de propriedade exclusiva de Deus'. Muitos cristãos que estão familiarizados com
essa parte do versículo não têm ideia do que vem depois. Ele diz que esses privilégio é de
vocês, cristãos, 'a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das
trevas para a sua maravilhosa luz'. Nós normalmente pensamos sobre esse versículo
como estabelecendo a doutrina do sacerdócio de todos os santos. Mas é igualmente
apropriado dizer que ele também nos exorta a termos um papel de profetas. Deus quer
que cada um de nós 'proclame as virtudes' de Jesus Cristo”. (Donald Whitney).

O RESULTADO
A igreja mais unida e amorosa: Paulo diz que os dons espirituais operam “até que todos
cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita
varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (v. 13).

A igreja mais madura e sábia: (v. 13-15) Há muita doutrina falsa rondando os cristãos. Em uma
igreja onde há ênfase no ensino para equipar os cristãos a cumprirem seus papeis
fielmente cria-se uma sólida defesa contra os ataques do inimigo.

A igreja mais efetiva: (15-16) quando cada membro cumpre seu papel de acordo com seus
dons a igreja crescerá em qualidade e, em muitos casos, em quantidade também.

Você tem servido sua igreja local ou tem se escondido, negligenciado o dom que
Deus de a você para abençoar os outros?

Se não produzirmos frutos para o Senhor nosso Deus, perderemos até mesmo nossas
folhas e ficaremos como uma árvore de inverno, desfolhada e murcha”. (Spurgeon)

DESCOBRINDO O SEU DOM


Estude o que a Bíblia fala a respeito de dons: Leia passagens como Efésios 4; Romanos 12:3-
8; 1 Coríntios 12; 1 Pedro 4:10-11.

Ore: 1 João 5:14 diz que “esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos
alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve”.

Deus não quer que sejamos ignorantes quanto aos dons espirituais (1 Cor. 12:1).

Examine seus motivos: analise seu coração para ver se você não está querendo ter certos

23
dons para que as pessoas admirem você. Todos os dons são importantes e cada membro tem
uma função única e especial na igreja de Cristo.

Avalie suas habilidades:

Romanos 12:3: “Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não
pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a
medida da fé que Deus repartiu a cada um”.

Faça uma lista com coisas que você tem condições de fazer (áreas em que você acha que é
capaz de ajudar); uma lista com as coisas que você já fez (coisas nas quais Deus já tem usado
você); uma lista com aquelas coisas que você precisa melhorar; e uma lista com coisas que
você gostaria de fazer.

Pergunte aos irmãos: Provérbios 11:14; 15:22. Pergunte a opinião de cristãos mais maduros,
que conhecem você bem e que podem dar uma resposta honesta acerca do assunto.

Aproveite as oportunidades para servir: Após considerar todas as outras dicas anteriores,
procure oportunidades para servir.
“Em um jogo de futebol, os treinadores e os jogadores fazem todo o trabalho, em um
esforço conjunto para vencer, enquanto a plateia observa. Alguns dos torcedores
gritam, dizendo 'Vamos lá! Você pode fazer isso!'. Outros são críticos, que dizem: 'Você
não consegue fazer nada certo? Eu poderia fazer melhor do que isso!'. Há, ainda,
outros indiferentes, como a esposa que foi trazida ao estádio pelo marido e, espiando o
jogo por cima seu bordado, diz 'Tem quanto tempo de jogo?'. Esses espectadores
contribuem muito pouco para o resultado do jogo, apesar de eles terem fortes opiniões
a respeito de como ele deveria ser jogado.
Infelizmente, muitas igrejas estão cheias de pessoas que abordam a vida da igreja
como se estivessem em um partida de futebol. Eles estão satisfeitos em deixar os
líderes e alguns membros fazerem todo o trabalho enquanto eles mesmos sentam e
torcem, criticam ou simplesmente esperam o tempo passar. Mas a Palavra de Deus
deixa claro que a vida na casa do Pai não é como a de um espectador. Deus nos deu dons
para usar a serviço dos outros, e apenas quando fizermos isso estaremos
funcionando como um time vencedor. O Pai projetou todos nós para sermos jogadores-
chave em seu plano para o corpo de Cristo. Então, nesse sentido, todo membro deveria
ser um 'ministro em tempo integral' a serviço da igreja local”. (Mack & Swavely)

6. Participando do culto público


Mateus 4: 10: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto”.

O QUE É ADORAÇÃO?

“Adoração é reconhecer a dignidade única de algo e mostrar honra e respeito a isso.


Então palavras bíblicas como honra, respeito, espanto, veneração, reverência e
glorificação são quase sinônimas para o termo 'adoração'”. (Mack & Swavely)

O foco da adoração corporativa deve estar sempre em Deus:

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Salmo 95:6-7: “Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do SENHOR, que
nos criou. 7 Ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas de sua mão”.

Salmo 96:8-9: “Tributai ao SENHOR a glória devida ao seu nome; trazei oferendas e
entrai nos seus átrios. 9 Adorai o SENHOR na beleza da sua santidade; tremei diante
dele, todas as terras”.

Devemos nos concentrar naquele que estamos adorando.

Marcos 7:6-7: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
7 E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens”.

“Você pode estar escutando um sermão, mas, sem pensar em como a verdade de Deus
se aplica à sua vida e afeta seus relacionamento com Ele, você não está adorando. Você
pode estar cantando 'santo, santo, santo', mas se você não estiver pensando a respeito
de Deus enquanto canta, você não está adorando. Talvez você esteja ouvindo alguém
orar, mas se você não está pensando a respeito de Deus e não está orando junto, você
não está adorando”. (Donald Whitney).

Adoração a Deus é um dever, sim. Mas a verdadeira adoração se dá quando esse


dever torna-se nosso prazer.

Salmo 32:11: “Alegrai-vos no SENHOR e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos que sois
retos de coração.”

“Se a realidade de Deus nos é demonstrada em sua palavra ou em seu mundo e nós não
sentimos em nossos corações nenhum pesar ou anseio ou esperança ou medo ou espanto
ou gratidão ou confiança, então podemos, obedientemente, cantar e orar e recitar e
gesticular o tanto quanto quisermos, mas isso não será verdadeira adoração. Não
podemos honrar a Deus se o nosso coração 'está longe dele'. Adoração é uma forma de,
alegremente, refletirmos de volta para Deus o esplendor da sua dignidade. Isso não pode
ser feito com meros atos de dever”. (John Piper).

PREPARANDO-SE PARA O CULTO PÚBLICO

Vida com Deus durante a semana, relacionamento com outros irmãos, tudo isso conta para
que nossa adoração seja genuína.

Hebreus 10:22: “aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo
o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura”.
Mateus 5:23-24: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu
irmão tem alguma coisa contra ti, 24 deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro
reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta”.

Tenha o foco totalmente voltado para o culto no domingo pela manhã. Evite distrações.

“Nós não podemos tirar muito proveito [do culto público] se trouxermos conosco uma
multidão de pensamentos inúteis e um coração abarrotado de vaidades. Se estivermos
cheios de tolice, é provável que excluamos a verdade de Deus das nossas mentes”.
(Spurgeon)

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LEITURA BÍBLICA E ORAÇÃO CONGREGACIONAL

Leitura bíblica: “Vede, pois como ouvis” é o alerta de Jesus. Não encare a leitura pública da
Bíblia como uma mera formalidade. Ouça e regozije-se na Palavra de Deus.

Oração congregacional: A oração corporativa era importante no Antigo Testamento


(Lev.
16:21; Jos. 7:6-7; 1 Sam. 8; 1 Reis 8; 1 Reis 18:36; 2 Cr. 7:15). Vemos essa atividade também
no Novo Testamento (At. 1:14; 2:42; 4:24-30).
Os membros devem orar juntos, em sua mente, quando alguém ora publicamente nos cultos.

CÂNTICOS

Salmos 96:1-4: “Cantai ao SENHOR um cântico novo, cantai ao SENHOR toda a terra. 2
Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome; anunciai a sua salvação de dia em dia.
3
Anunciai entre as nações a sua glória; entre todos os povos as suas maravilhas.
4
Porque grande é o Senhor, e digno de louvor, mais temível do que todos os deuses'.

O livro de Salmos diz, mais de 30 vezes, que devemos cantar ao Senhor. É um canal pelo qual
podemos adorar e contemplar o nosso Deus.

Pense seriamente sobre o que você está cantando, aplicando a mensagem à própria vida.
Muitas vezes somos confrontados e confortados quando cantamos a Deus.

AS ORDENANÇAS

Deus estabeleceu duas ordenanças na nova aliança: batismo e ceia do Senhor.

Batismo: não é uma opção para aquele que diz conhecer a Cristo como Senhor e Salvador.
Esse é o primeiro passo a ser dado por alguém que foi salvo. (At. 2:28; 22:16).

É o sinal inicial de quem faz parte da nova aliança.


Os membros devem testemunhar os batismos que ocorrem na igreja local, e também devem
ter o cuidado com aqueles que agora fazem parte do corpo de Cristo.

A ceia do Senhor: é um memorial da morte de Jesus Cristo, o evento que deu início à nova
aliança.

1 Cor. 11:24-26: “... e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado
por vós; fazei isto em memória de mim. 25 Por semelhante modo, depois de haver ceado,
tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto,
todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. 26 Porque, todas as vezes que
comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha”.

Essa passagem nos mostra como devemos levar a sério a ceia do Senhor.

“Esqueça o pão e o vinho, a não ser que você os use como alguns usam seus óculos. Com
que propósito eles os usam? Para olhar para eles? Não, para olhar através deles. Então
use o pão e o vinho como um par de óculos. Olhe através deles, e não se dê por

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satisfeito até que possa dizer 'Sim, sim, eu posso ver o Cordeiro de Deus, que tira o pecado
do mundo”. (Spurgeon).

OFERTAS

Dar nossas ofertas ao Senhor é tanto um dever (2 Cor. 9:7) como um privilégio para o cristão
(At: 30:35; 2 Cor. 9:6-8; Heb. 13:16). Ofertar é um ato de adoração a Deus (Mt. 5:23-24).

1 Coríntios 16.2: “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa,
conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas
quando eu for”.

1 Coríntios 9.7: “Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com
tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria”.

2 Cor. 8:1-4: “Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às
igrejas da Macedônia; 2 porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram
abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da
sua generosidade. 3 Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e
mesmo acima delas, se mostraram voluntários, 4 pedindo-nos, com muitos rogos, a
graça de participarem da assistência aos santos”.
Nossas ofertas deveriam ser regulares (1 Cor. 16:3); planejadas (2 Cor. 9:7); proporcionais
(“conforme a sua prosperidade”); muitas vezes sacrificiais (2 Cor. 8:1-4); feitas com alegria (2
Cor. 9:7).

SERVINDO UNS AOS OUTROS NO CULTO

Existem algumas formas de você servir outras pessoas durante os cultos.

Você pode usar alguns dons de socorro ou de governo/administração (1 Cor. 12:28),


por exemplo. Irmãos podem ajudar durante a ceia, arrumando a mesa, distribuindo
os elementos; outros podem ajudar com as gravações, com as músicas ou com o cuidado das
crianças. São todas formas de servir.
APRENDENDO COM A PREGAÇÃO DA PALAVRA

Ouvir a pregação da palavra com atenção é responsabilidade dos que ouvem.

Lucas 8:18: “Vede, pois, como ouvis; porque ao que tiver, se lhe dará; e ao que não
tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado”.

No próximo capítulo desenvolveremos este tópico com mais detalhes.

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7. “Vede, pois, como ouvis”: dicas para um melhor
aproveitamento dos sermões
“Muitos leigos falam da pregação como se ela fosse uma via de mão única, como se a
responsabilidade pelo que acontece quando a Bíblia é proclamada repousasse apenas
sobre os ombros dos pregadores. Mas não é assim! A comunicação efetiva requer
competência de todas as partes”. (Jay Adams).

O Catecismo Maior de Westminster nos instrui:

Pergunta 160: Que se exige dos que ouvem a Palavra de Deus pregada?

Resposta: Exige-se dos que ouvem a Palavra de Deus pregada que atendam a ela com
diligência (Sl 84. 1,2,4), preparação (Lc 8.18; 1 Pe 2.1,2) e oração (Sl 119.18; Ef
6.17,18); que comparem com as Escrituras (At 17.11) aquilo que ouvem; que recebam a
verdade com fé (Hb 4.12), amor (2 Ts 2.10), mansidão (Tg 1.21; Sl 25.9) e prontidão de
espírito (At 17.11), como Palavra de Deus (1 Ts 2.13); que meditem (Hb 2.1) nela e
conversem a seu respeito uns com os outros (Dt 6.6,7); que a escondam nos seus
corações (Sl 119.11) e produzam os frutos devidos no seu procedimento (Lc 8.15; Tg
1.25).

ANTES DA PREGAÇÃO
Prepare você e a sua família com oração. Ore para que a pregação tenha efeito no
seu coração, no coração dos irmãos e no coração dos ímpios. Não se esqueça também de orar
pelo pregador.

Venha desejando ouvir a palavra.

1 Pedro 2:2: “Desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite


espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação”.

Não vá para o culto com um coração despreparado. Vá descansado e focado.


Pense sobre este momento tão importante, em que Deus está lhe trazendo a palavra por
meio dos seus embaixadores.

2 Coríntios 5:20: “De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus
exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis
com Deus”.
O Domingo é o dia de você ser alimentado para a semana seguinte. Os Puritanos diziam que o
domingo do Senhor é o “dia da feira da alma”.

Saiba que você está em um campo de batalha. Satanás se oporá, distraindo-o antes, durante
ou depois da pregação. Ore! Resista!

DURANTE A PREGAÇÃO
“Após a parábola do semeador Jesus diz 'vede, pois, como ouvis' (Lc. 8:18). Ele diz que

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se ouvirmos de um jeito, mais nos será dado, mas que se ouvirmos de outro jeito até
mesmo o que achamos que temos será retirado de nós. A forma como ouvimos é uma
questão de vida ou morte. É possível ter ouvidos que falham em ouvir (Mc. 8:18), estar
ouvindo e não entendendo (Mc. 4:12). Ouvir sermões é um negócio arriscado: pode
piorar o seu estado ou levar você para mais perto de um resgate final. A única coisa que
isso não faz é deixar você inalterado”. (Christopher Ash)

Ouça com sensibilidade. Lembre-se dos quatro tipos de solo da parábola do semeador:

Ouvinte superficial (beira do caminho): o evangelho não penetra e a lei de Deus não o
assusta. Não aplica a pregação à sua vida.

Ouvinte que se impressiona fácil, mas resistente (terreno pedregoso): não quer saber do
discipulado radical, do tomar a cruz.

Ouvinte distraído (meio dos espinhos): um ouvido na pregação e outro nos negócios,
afazeres...

Ouvinte que compreende e dá frutos (boa terra): entende e aplica o evangelho a tudo,
com a capacitação do Espírito Santo. Busca o reino de Deus antes de tudo.

Ouça com atenção a palavra pregada. Siga o exemplo de Lídia, em At. 16:14, que aplicou à
sua mente a palavra de Deus. Lute contra a sonolência da mente e contra as distrações.

“O pastor não deveria ser a única pessoa trabalhando. Ouvir também é trabalho
pesado; envolve adorar a Deus continuamente. Um ouvinte atento responde
rapidamente – com arrependimento, resolução, determinação ou louvor – e Deus
é honrado nisto. Como diz Provérbios 18:15: ‘O coração do sábio adquire o
conhecimento, e o ouvido dos sábios procura o saber`”. (Joel Beeke)

“Muitas pessoas vêm para a igreja esperando serem alimentadas de colherinha. Elas não
têm desejo de pensar ou de aprender ou crescer. Elas querem simplesmente ouvir a
pregação habitual. Elas não estão ansiosas para crescer na graça e no conhecimento do
Senhor Jesus Cristo. Tal passividade parece anormal, visto que, em outras áreas da vida,
os humanos resistem a serem alimentados de colher. Uma criança ficaria
embaraçada se sua mãe a alimentasse diante dos amigos. Na escola e no trabalho as
pessoas esperam desafios intelectuais. Na igreja, contudo, algumas pessoas não
desejam ser desafiadas emocionalmente, intelectualmente ou espiritualmente. Elas
preferem tapinhas nas costas ou serem deixadas em paz a serem convencidas e
desafiadas pela Palavra de Deus”. (Joel Beeke).

Ouça com fé submissa. Tiago 1:21: “Acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a
qual é poderosa para salvar a vossa alma.”

Toda Palavra deve ser objeto da nossa fé.

Por isso, precisamos de “fé nas histórias para a nossa advertência e cautela, fé nas
doutrinas para aumentar nossa reverência e admiração, fé nos preceitos para a nossa
humilhação, fé nos preceitos para nossa sujeição, e fé nas promessas para nossa
consolação. Todos eles têm sua aplicação: as histórias para fazer-nos cautelosos
e

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prudentes; as doutrinas para nos esclarecer com um verdadeiro sentido da natureza e da
vontade de Deus; os preceitos para nos direcionar e provar e regular nossa
obediência; as promessas para nos encorajar e confortar; as ameaças para nos
aterrorizar, para corrermos de novo para Cristo, para bendizermos a Deus por nosso
livramento e para acrescentar estímulo ao nosso dever”. (Thomaz Manton).

Cada vez que você ouve uma pregação, por mais simples que seja, existem verdades para você
crer e obedecer.

Ouvir com humildade e auto-exame. Quando você vai ao médico você presta atenção a tudo
o que ele diz. E quando Deus, o médico espiritual, dá direções divinas à sua alma,
não deveria você prestar mais atenção ainda?

A pregação é coisa séria. Não espere que os os sermões entretenham você. Herodes gostava
de ouvir João Batista, mas recusava-se a o obedecer o que ele pregava (Mc. 6:14-19).

PRATICANDO A PALAVRA PREGADA

Retenha o que você ouviu. Ore por isso.

Hebreus 2:1: “Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às
verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos.”

O Puritano Joseph Alleire dizia que uma das maneiras de você reter a palavra pregada é “vir
com seus joelhos para o sermão e vir do sermão para os seus joelhos”.

Familiarize-se com as verdades que você ouviu. Converse com os irmãos após a pregação;
converse com sua família a respeito, no almoço; medite na pregação durante a semana.

Coloque a palavra em ação.

Tiago 1:22: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes,


enganando-vos a vós mesmos”.

“Um sermão não termina quando o ministro diz “amém”. Ao invés disso, é aí que o
verdadeiro sermão começa” (Joel Beeke).

Pergunte-se como você pode por em prática o sermão. Converse com pessoas mais maduras
sobre a vida cristã. Agradeça a Deus pelas pregações que você tem ouvido. Peça ajuda ao
Espírito Santo para aplicar a palavra à sua vida.

Não basta ir à igreja. Você deve ouvir os sermões com atenção e viver de acordo com
a palavra.

Thomas Watson faz uma advertência aos ouvintes insensíveis: “Terrível é a situação dos que
vão carregados de sermões para o inferno”.

Salmos 95:7-8: “Ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas de sua mão. Hoje,
se ouvirdes a sua voz, 8 não endureçais o coração”

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Conclusão
A igreja local tem grande importância nos planos de Deus. Nós devemos ser membros de igreja
dedicados ao nosso Senhor (sendo gratos a Ele, que nos amou e salvou) e aos nossos irmãos,
desejando servir em vez de sermos servidos. Devemos adorar ao nosso Deus, ouvindo
atentamente a sua Palavra, buscando a unidade com nossos irmãos, confrontando um ao outro
em amor e exercendo nossos dons para a glória dele e para benefício do corpo.
Lembremos sempre de que, como pedras que vivem, somos edificados casa espiritual para
sermos sacerdócio santo, a fim de oferecermos sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por
intermédio de Jesus Cristo (1 Pe. 2 5).

Materiais utilizados
LIVROS

Wayne A. Mack and Dave Swavely – Life in the Father's House: a member's guide to
the local church – P&R Publishing

Jonathan Leeman – Church Membership: how the world knows who represents Jesus
– 9 Marks

Bobby Jamieson – Comitting to one another: church membership – Crossway

John Crotts – Loving the Church – Sheperd Press

Thom S. Rainer - I am a church member: discovering the attitude that makes


difference – B&H Publishing House

Christopher Ash – Listen Up! A practical guide to listening to sermons – The


good book company

Jerry Bridges – True Community: the biblical practice of koinonia – Nav Press

Thabity Anyabwile – O que é um membro de igreja saudável – Ed. Fiel

Joel Beeke – A família na Igreja: ouvindo os sermões e participando das reuniões de


oração – Os Puritanos.

Wayne Grudem – Teologia Sistemática – Vida Nova

ARTIGOS E SERMÕES

Charles Spurgeon – A membresia da igreja

Mark Brown e Larry Wilson – Dez razões para se filiar a uma igreja

Stephen Pribble – Ser membro de igreja é opcional?

Jonathan Leeman – Uma cartilha de disciplina eclesiástica

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Tim Challies – Os 5 fofoqueiros que você encontrará

Kevin DeYoung – O escândalo dos semi-igrejados

Augustus Nicodemus – Os desigrejados

Matt Chandler – Church membership

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