Teorico
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Teorico
de Curso II
Material Teórico
Pesquisa Científica
Revisão Textual:
Prof. Me. Natalia Conti
Pesquisa Científica
• Metodologia;
• Modalidade de Pesquisa.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Apresentar as principais modalidades de pesquisa científica; apresentar as princi-
pais metodologias de pesquisa científica no ensino superior em todos os seus níveis.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Pesquisa Científica
Metodologia
“No entanto, não basta seguir um método e aplicar técnicas para se com-
pletar o entendimento do procedimento geral da ciência. Esse procedi-
mento precisa ainda referir-se a um fundamento epistemológico que sus-
tenta e justifica a própria metodologia praticada. É que a ciência é sempre
o enlace de uma malha teórica com dados empíricos, é sempre uma arti-
culação do lógico com o real, do teórico com o empírico, do ideal com o
real.” SERVERINO, P 100.
Lakatos e Marconi dizem que quanto mais Figura 1 – Karl Popper, responsável pelo desen-
falseável for um problema de pesquisa mais volvimento do conceito de falseamento científico
Fonte: Wikimedia Commons
científico será o trabalho e consequentemen-
te o tema. As autoras dizem que a função do cientista depois de terminado a in-
vestigação é tentar tornar sua própria hipótese inválida. Este processo trará peso
ao trabalho, pois – se a pesquisa foi corretamente feita – o falseamento não será
possível, ou outro resultado não será possível, mostrando assim que as afirmações
constantes na sua produção científica são verdadeiras. (2010. p. 80)
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Neste ponto, voltamos ao início deste processo, voltamos à observação. Agora,
com um olhar mais treinado e sabendo o que queremos observar, a realidade pode
ser mensurada e analisada.
Figura 2
“hipótese: proposição explicativa provisória de relações entre fenômenos,
a ser comprovada ou infirmada pela experimentação. E se confirmada,
transforma-se na lei.” SEVERINO, P. 103.
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Severino ainda alerta que a “ciência trabalha, pois, com raciocínios indutivos e
com raciocínios dedutivos. Quando se passa dos fatos às leis, mediante hipóteses,
está trabalhando com a indução; quando passa das leis às teorias ou destas aos
fatos, está trabalhando com a dedução”. SEVERINO, p. 105.
“Indução: procedimento lógico pelo qual se passa de alguns fatos parti-
cularmente a um princípio geral. Trata-se de um processo de generaliza-
ção, fundado no pressuposto filosófico do determinismo universal. Pela
indução, estabelece-se uma lei geral a partir da repetição constatada de
regularidades em vários casos particulares; da observação de reiteradas
incidências de uma determinada regularidade, conclui-se pela sua ocor-
rência em todos os casos possíveis.” SEVERINO, P. 104.
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As autoras citam que, além da indução e da dedução, temos outros métodos
decorrentes destas análises:
• Método indutivo – uma investigação que parte do geral para o particular.
• Método dedutivo – uma investigação que parte do particular para o geral
• Método hipotético-dedutivo – a investigação se inicia por uma hipótese, ou hi-
póteses e por uso do método dedutivo, se chega à(s) resposta(s) da(s) hipótese(s)
• Método dialético – uma investigação que leva em consideração a “ação recí-
proca, da contradição inerente ao fenômeno”. (2010, p. 88).
Eva Lakatos e Marina Marconi, falam que estas quatro formas, comumente, são
utilizadas como métodos basilares de qualquer trabalho de pesquisa científica; sen-
do incorporados novas abordagens, novas técnicas e utilizando-se, também, outros
métodos de pesquisa em momentos distintos da própria investigação.
Figura 3
Modalidade de Pesquisa
Como pudemos conversar anteriormente, a ciência se estabelece conforme va-
mos promovendo padrões, utilizando técnicas, instrumentos e métodos científicos
para registrar nossos avanços, retrocessos e conquistas.
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Uma abordagem está ligada à outra. Por exemplo: quando realizamos o levanta-
mento de um padrão comportamental, é quantitativo; pois pesquisaremos quantas
vezes ele aparece, em qual circunstancia, por quanto tempo dura e assim por dian-
te. Contudo, a abordagem qualitativa vai analisar quem o pratica, porque o pratica,
porque daquela forma e não de outra, as implicações deste comportamento. Uns
objetos de análise vão requerer mais uma abordagem do que outra, assim como o
método de análise.
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quantificação das unidades do texto muito bem preestabelecidas pelo investiga-
dor. Esta definição e suas quantificações contribuem para a imparcialidade obje-
tiva da análise.
Assim, este método faz com que seja possível alcançarmos os sentidos implíci-
tos ou explícitos do texto por meio da quantificação de informações, podendo ser
interpretados num segundo momento.
Vale ressaltar que Chizzotti também explica o que é o léxico (objeto de estudos
da análise de conteúdo): Constitui uma síntese condensada da realidade e a frequ-
ência de seu uso pode revelar a concepção de seu emissor, os seus valores, opções,
preferencias (2014, p 117).
O critério fundamental da análise de conteúdo é o fragmento singular
do texto: a palavra, termo ou lexema, considerando-os como a menor
unidade textual e, como tal, passível de se analisar a frequência com que
aparecem no texto, a fim de se estabelecer correlações significativas en-
tre as unidades e extrair conteúdo relevante da mensagem. (CHIZZOTTI,
2014, p. 117)
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Chizzotti diz que é uma sequência constante de funções imutáveis (...) que se mo-
vem a partir de pares (luta/vitória, perseguição/resgate) e pela ação do herói e do
mau, delimitado pela função luta/vitória, tarefa difícil/superação. (2014. p. 119)
Lévi-Strauss propõe analisar os mitos com base em quatro principios que estru-
turam a narrativa:
a) Oposições binárias;
b) Um sistema fechado de relações;
c) Um modelo sincrônico;
d) Unidades estandardizadas.
Assim, como Clifford Geertz menciona em seu livro A Interpretação das Cultu-
ras, esta compreensão do discurso do indivíduo ou de uma sociedade só pode ser
compreendido dentro de seu contexto histórico-social e se partilhado da cultura;
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sem esta análise densa da cultura ou do entendimento de quem é o outro, não po-
demos alcançar a plenitude do discurso.
O discurso está conexo com as relações sociais, é revelador da posição
dos interlocutores no contexto e só pode ser compreendido quando se
tem presente as relações de força contidas no discurso. (CHIZZOTTI,
2014, p. 122)
Dentro a análise do discurso podemos nos utilizar de outras técnicas para alcan-
çar esta compreensão cultural que permeia a análise acima referida: o estruturalis-
mo, o Foucault e a semiótica.
A respeito do estruturalismo:
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Na semiótica:
Por mais que não possa parecer, um determinado signo não é explicito, ou me-
lhor auto evidente. Diferentes pessoas podem ter interpretações diferentes para o
mesmo símbolo em diferentes contextos socio-históricos.
Pesquisa etnográfica:
São pesquisas voltadas para o estudo de um grupo de pessoas, ou analise micro
de uma sociedade macro; uma tribo de skatetistas, ou surfistas. Não necessaria-
mente deveremos trabalhar com etnias (como o nome sugere), mas é um método
bastante utilizando pela antropologia e a sociologia para conhecer o ser humano,
dentro de uma sociedade determinada.
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Pesquisa Participante:
Para compreender e investigar uma determinada realidade, o investigador entra
e participa da sociedade, ou do grupo de pessoas, que pretende observar. O inves-
tigador se comporta como as pessoas daquela realidade.
Pesquisa ação:
Esta modalidade é parecida com a pesquisa participante. O diferencial das duas
é que na pesquisa ação o intuito é intervir em um aspecto da realidade estudada,
seja para promover inclusão, ou transformar algo aparentemente errado.
Estudo de Caso:
Nesta modalidade o investigador se concentra em um caso especifico do pro-
blema que pretende investigar. O pesquisador vai escolher um caso que seja repre-
sentativo para entender aquela realidade específica e estuda um único caso para
alcançar o resultado.
Análise de conteúdo:
Modalidade de analisa conteúdo de discursos ou instrumentos de comunicação.
A proposta é que estes discursos ou instrumentos de comunicação.
Pesquisa experimental o objeto é visto como ele mesmo fonte de manipulação, seja
em um laboratório, ou em uma situação controlada, numa bancada ou numa prancheta.
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Aqui nós vimos algumas modalidades de pesquisas entre tantas. No TCC não
é necessário escolher uma, consegue-se utilizar mais de uma técnica de pesquisa,
mais de um método de pesquisa para se compreender uma determinada realidade.
• Método histórico: quando investigamos o passado para analisar situações
contemporâneas de uma determinada realidade. A história entra como uma
ferramenta de compreensão da sociedade, ou grupo de pessoas, atual.
• Comparativo: como o próprio nome sugere, ele compara duas realidades simila-
res para saber se aspectos em comum possuem a mesma origem ou divergência.
• Monográfico: o método em questão investiga a realidade particular; como
uma profissão em específico ou um determinado papel social.
• Estatístico: neste caso, o nome também mostra bastante sobre como este
método funciona, as análises decorrentes de uma determinada realidade são
feitas com base nas análises estatísticas de um fenômeno.
• Tipológico: conceito desenvolvido por Max Webber, o tipo ideal foi uma ma-
neira de Webber trabalhar seus estudos a respeito da ética cristã protestante.
Assim, este método investiga uma determinada realidade criando tipos ideias
de cenários, agentes e personagens.
• Funcionalista: conceito desenvolvido por Malinowski, as pessoas e as coisas
possuem funções dentro da sociedade e do meio onde vivem e se encontram.
Este método visa analisar uma determinada realidade mediante a função que
ela exerce para aquele determinado meio.
• Estruturalista: desenvolvido por Lévi-Strauss, o estruturalismo analisa uma
determinada realidade pelas estruturas sociais e mentes das pessoas que com-
põe aquela realidade.
Estes são alguns dos métodos utilizados e demonstrados pelas autoras do livro.
1 LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 7ª Edição. São
Paulo: Atlas, 2010.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Filmes
Perdido em Marte
Lançamento: 2015; Direção: Ridley Scott
O filme mostra como um astronauta precisa articular, desenvolver e construir
conhecimento para poder sobreviver em Marte.
O nome da Rosa
Lançamento: 1986; Direção: Jean-Jacques Annaud
O filme retrata como um monge utiliza métodos de investigação para solucionar crimes
e lidar com a produção de conhecimento por parte da Igreja.
O último Samurai
Lançamento: 2004; Direção: Edward Zwick
O filme retrata como um militar americano lida como uma cultura completamente
diferente e os seus métodos para se inserir nessa nova cultura.
V de Vendeta
Lançamento: 2006; Direção: James McTeigue
O filme retrata os conflitos vividos por uma jovem a medida que investiga e descobre
como a realidade e a verdade são manipuladas por um grupo de pessoas influentes.
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Referências
BARROSO, André. Jesus Histórico: Importância e limites de um método em John
Dominic Crossan. p. 57 – 68. In: CHEVITARESE, A. L; CORNELLI, G. (orgs). A
descoberta do Jesus Histórico. 1ª Edição. São Paulo: Paulinas, 2009. 167 p.
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